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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE - UFAC

BACHARELADO EM ENGENHARIA FLORESTAL


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
DISCIPLINA: TOPOGRAFIA IV
PROFESSOR: ADCLEIDES ARAÚJO DA SILVA

EDUARDO DE ASSIS OLIVEIRA


FLORCITA SEJAS MARTINEZ
JOSÉ OLIVEIRA DOS REIS FILHO
VINÍCIUS AGUIAR DE LIMA

SISTEMA DE PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE


MERCATOR - UTM

RIO BRANCO - ACRE


2023
EDUARDO DE ASSIS OLIVEIRA
FLORCITA SEJAS MARTINEZ
JOSÉ OLIVEIRA DOS REIS FILHO
VINÍCIUS AGUIAR DE LIMA

SISTEMA DE PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE


MERCATOR - UTM

Trabalho apresentado à disciplina de


Topografia IV, do curso de Engenharia
Florestal da Universidade Federal do Acre
– UFAC, como requisito para a obtenção
da nota parcial da N1. Sob orientação do
Profº Adcleides Araújo da Silva.

RIO BRANCO - ACRE


2023
SUMÁRIO
1. Introdução ........................................................................................................... 4
2. A Projeção Universal Transversa de Mercator – UTM ......................................... 4
2.1. História .......................................................................................................... 4
2.2. Características .............................................................................................. 5
2.3. Imagem geométrica, sistema de zonas e sistemas de fusos ......................... 6
2.4. A Importância do estudo da Projeção UTM para o ramo da engenharia ....... 9
2.5. Operações envolvendo coordenadas UTM: .................................................. 9
3. Conclusão ......................................................................................................... 10
4. Referências Bibliográfica ................................................................................... 10
1. Introdução
Desde a antiguidade o ser humano cria métodos de se localizar no planeta
terra, desde marcações rudimentares nas paredes das cavernas até os primeiros atlas
desenvolvidos durante o apogeu das grandes navegações. Nesse sentido, o presente
trabalho tem por objetivo elucidar a origem e as principais características da Projeção
Universal Transversa de Mercator, que possui raízes no século XVI e permanece viva
até os dias atuais. Sendo ela uma das principais projeções utilizadas no ramo da
engenharia, sobretudo em estudos topográficos, pois caracteriza-se pela baixa
deformação em áreas de menores escala.

2. A Projeção Universal Transversa de Mercator – UTM


2.1. História
A projeção de Mercator é uma projeção cartográfica desenvolvida pelo
cartógrafo Gerhard Mercator (1512–1594), nascido na antiga região europeia de
Flandres, onde hoje se localiza a Bélgica. A publicação do planisfério por ele
elaborado aconteceu por volta do ano de 1569.
No mesmo período em que estavam em curso as Grandes Navegações,
conhecidas pelo deslocamento de extensas frotas de navios europeus pelo oceano
Atlântico em busca de rotas marítimas para o continente asiático. Esse período foi
marcado pelo estabelecimento de colônias europeias na América, na África e na Ásia.
Gerhard Mercator é conhecido pela geração do termo atlas, utilizado para
designar um conjunto de mapas, além de ter sido responsável por uma ampla
contribuição para a cartografia que lhe rendeu o apelido de “pai da cartografia
moderna”.
Em 1950, os EUA propuseram uma combinação para abranger a totalidade
das longitudes, e o sistema, anteriormente chamado de Mercator-Gauss, recebeu a
denominação atual: Sistema de Projeção Universal Transverso de Mercator (UTM).
Utilizou-se muito nas duas grandes Guerras Mundiais, diversos países da Europa e a
ex-URSS, adotaram essa projeção para a confecção de seus mapas militares.
A partir de 1955 passou-se a adotar no Brasil pelo IBGE/ DSG do Exército a
Projeção Conforme de Gauss (1924) sob a sigla UTM (Universal Transversa de
Mercator), proposta em 1951 pela União Geodésica e Geofísica Internacional.
2.2. Características
A Projeção Transversa de Mercator, ou Conforme de Gauss, é o resultado da
projeção da superfície da esfera em um cilindro tangente ao meridiano central. São
úteis para representar áreas que são maiores no sentido Norte-Sul do que no sentido
Leste-Oeste. As distorções aumentam a partir do meridiano central, tanto em escala
e distância como em direção e área.
No planisfério de Mercator, os paralelos e meridianos aparecem
representados como linhas retas e formando ângulos retos entre si, isto é, de 90°.
Nela, os meridianos estão dispostos em intervalos angulares iguais em toda a
extensão do mapa. Os paralelos, em contrapartida, se dispõem em intervalos cada
vez maiores à medida que se afastam do Equador, onde sua sigla UTM significa
Universal Transversa de Mercator, onde:
• Universal – Está ligado ao modelo matemático utilizado para a projeção da
terra;
• Transversal – A projeção é transversal, pois o eixo do cilindro utilizado é
perpendicular em relação ao semi-eixo menor do elipsóide terrestre.
• Mercator – Se refere a Gerhard Mercator, geógrafo, cartógrafo e matemático
que idealizou o sistema de coordenadas UTM.

A Projeção, divide-se em três, são elas:


• Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM);
• Projeção Regional Transversa de Mercator (RTM);
• Projeção Local Transversa de Mercator (LTM).

As principais diferenças entre as três projeções, são: as larguras de fusos,


isso porque enquanto a projeção UTM possui fusos de 6° de comprimento, as
projeções RTM e LTM utilizam fusos de 2º e 1º de comprimento respectivamente.
As projeções LTM e RTM são utilizadas em regiões urbanas. Isso porque a
projeção UTM devido a suas características, causa distorções lineares nos mapas,
principalmente nos limites do fuso. Ou seja, sistemas LTM e RTM possibilitam o
mapeamento de áreas urbanas em uma escala grande, o que diminui os erros de
distorções cometidos pelo sistema UTM.
2.3. Imagem geométrica, sistema de zonas e sistemas de fusos
Todos os mapas são representações aproximadas da superfície terrestre. São
aproximadas porque a Terra, esférica, é desenhada em uma superfície plana. A
elaboração de um mapa consiste em um método segundo o qual se faz corresponder
a cada ponto da Terra, em coordenadas geográficas, um ponto no mapa, em
coordenadas planas. Para se obter essa correspondência utilizam-se os sistemas de
projeções cartográficas. Existem diferentes projeções cartográficas, uma vez que há
uma variedade de modos de projetar sobre um plano os objetos geográficos que
caracterizam a superfície terrestre.
Projeção cartográfica é a representação de uma superfície esférica (a Terra)
num plano (o mapa), ou seja, trata-se de um "sistema plano de meridianos e paralelos
sobre os quais pode ser desenhado um mapa". O grande problema da cartografia
consiste em ter de representar uma superfície esférica num plano, pois, como é
sabido, a esfera é um sólido não- desenvolvível, isto é, não-achatável ou não
planificável. Assim, sempre que achatarmos uma esfera, necessariamente ela sofrerá
alterações ou deformações. Isso quer dizer que todas as projeções apresentam
deformações, que podem ser em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos.
Assim, cabe ao cartógrafo escolher o tipo de projeção que melhor atenda aos objetivos
do mapa.
No cilindro que se abre, ficam então projetados todos os oceanos, mares e
continentes da superfície da Terra. Assim, toda a superfície esférica da Terra fica
projetada na superfície plana do cilindro. Por esse motivo, esta maneira de construir
mapas é chamada de projeção cilíndrica. Esta projeção cilíndrica é chamada Projeção
Mercartor. Os mapas construídos quando se usa este tipo de projeção têm
características que os tornam úteis para fazer a navegação no mar.
O sistema de coordenadas UTM é uma maneira de projetar os dados da forma
esférica para a forma planar. Isso é necessário porque os mapas são planos. Ou seja,
de alguma maneira é necessário projetar a terra da forma esférica para a forma planar.
Acontece que não tem como achatarmos um esferoide sem causarmos distorções em
distâncias, ângulos e áreas. A grande vantagem da projeção UTM é que uma vez que
os limites do fuso UTM sejam respeitados, a mesma não deforma ângulos e
distâncias, deformando menos de 5% as áreas.
O Sistema UTM é dividido em 60 fusos de 6 graus de amplitude em longitude.
Cada fuso também é chamado de Zona UTM que é numerada, iniciando em "1" da
esquerda para a direita em relação à longitude 180 graus oeste. Pode-se identificar
também o fuso a partir de seu Meridiano Central que fica exatamente no centro do
fuso.
Na imagem a seguir podemos visualizar uma projeção UTM. Nota-se que o
cilindro corta em posição transversa em relação ao eixo do elipsoide. Perceba também
que o corte é feito em uma posição secante. Ou seja, o que o cilindro faz é arrancar
uma fatia da representação cartográfica. Fatia esta que possui uma largura de 6 graus
de longitude de arco.

Isso que é um fuso UTM, também conhecido como zona UTM, cada uma das
“fatias” nas quais o esferoide é dividido. A projeção UTM é classificada como uma
projeção conforme. Ou seja, quando um fuso UTM possui .6° de longitude de
arco, não existe a deformação de ângulos e distâncias, deformando em menos de
0,5% as áreas. Devido a estas características, a projeção UTM se tornou a projeção
cartográfica mais conhecida e utilizada no mundo. Isso porque não deforma pequenas
regiões do planeta.
No caso, na mesma estão representados os diferentes fusos UTM. Como o
esferoide possui 360 graus e cada fuso UTM possui 6 graus de longitude de arco,
a projeção UTM possui ao todo 60 fusos UTM. Fusos estes que são contados
partindo-se do antemeridiano de Greenwich em sentido anti-horário. Cada fuso
UTM por sua vez, possui seu próprio meridiano central. No caso, o meridiano central
é o meridiano que ocupa a posição central de determinado fuso UTM.
Ou seja, partindo-se do antemeridiano de Greenwich em sentido anti-horário
nós teremos a contagem dos fusos UTM, os quais irão somar 60 ao chegar-se
novamente no antemeridiano de Greenwich. Outra característica importante
do sistema de coordenadas UTM é que o mesmo é limitado pelas latitudes. Isso
acontece porque, devido ao abaloamento dos polos, o sistema UTM não é adequado
para a representação dos mesmos. Com isso, nas regiões polares, a projeção
normalmente utilizada é a projeção estereográfica polar. Desta maneira, a projeção
UTM é restringida a 84 graus norte e 80 graus sul, regiões estas nas quais as
distorções não são significativas. Cada zona (ou fuso) e dividida em bandas a cada
8º de Latitude e são nomeadas de “C” ate “X” começando na latitude 80º S, sendo que
a banda “X” tem 12º.
2.4. A Importância do estudo da Projeção UTM para o ramo da
engenharia
➢ É de suma importância, em projetos de engenharias, onde é fundamental a

utilização do sistema de coordenadas ortogonais;


➢ Quando há a realização de levantamentos topográficos em pequenas porções
da superfície da terrestre;
➢ No caso de um levantamento cartográfico (distância superiores a 25 km), por
exemplo, em grandes cidades, municípios, é impossível utilizar um sistema
ortogonal sem distorção, devido à curvatura da superfície da Terra;
➢ As projeções de UTM, permite abranger uma área extensa em um sistema
ortogonal com significativo controle de distorções;
➢ É a que mais emprega em mapeamentos, em projetos básicos e no executivo
de um empreendimento de engenharia.

2.5. Operações envolvendo coordenadas UTM:


➢ Transformação de coordenadas geodésicas em coordenadas planas no
sistema UTM;
➢ Transformação de coordenadas planas no sistema UTM em coordenadas
geodésicas;
➢ Transformações de distâncias geodésicas em distâncias planas no sistema
UTM e vice-versa;
➢ Transformação de azimutes planos UTM em azimutes geodésicos;
➢ Transformação de coordenadas planas no sistema UTM em coordenadas
locais XY e vice-versa;
➢ Transporte de coordenadas planas no sistema UTM.

3. Conclusão
Portanto, é possível perceber a importância de compreender as origens dessa
projeção que é de suma importância para o desenvolvimento do futuro profissional em
engenharia. Dessa maneira, é valido destacar que a projeção UTM é utilizada
internacionalmente para a representação da terra, dividindo-a em 60 fusos de 6º cada
no sentido leste-oeste e em 20 fusos de 8º cada no sentido norte-sul, com exceção do
fuso “X”, que possui 12º. Ela destaca-se por possuir poucas deformações em áreas
menores, servindo para identificar terrenos em pontos de coordenadas que poderão
ser utilizadas para localizá-lo em relação aos outros. Além disso, há a possibilidade
de converter as coordenadas UTM em coordenadas geodésicas ou vice-versa, entre
outras transformações que se julgue necessário.

4. Referências Bibliográfica
BRYS, Leonardo Monteiro. Cálculos Geodésicos - Aplicações On-Line. Trabalho
de Graduação – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Dezembro de 2015.
Disponível em: < https://www.ufrgs.br/lageo/calculos/inicial.html>. Acesso em: 23 jan.
2023.

GIOVANINI, A. Projeção UTM: Características e Aplicações. Disponível em:


<https://adenilsongiovanini.com.br/blog/projecao-utm-o-que-e-caracteristicas-e-
aplicacoes/amp/>. Acesso em: 23 jan. 2023.

GORAYEB, Adryane. Coordenadas UTM Universal Transversa de Mercator.


LABOCART. Disponível em: <http://www.labocart.ufc.br/wp-
content/uploads/2020/08/Coordenadas_UTM.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2023.

PERNA, Marco Antonio. O Sistema UTM. Carto/ENG/UERJ. Disponível em:


<http://www.carto.eng.uerj.br/cgi/index.cgi?x=utm.htm#:~:text=O%20Sistema%20UT
M%20%C3%A9%20dividido>. Acesso em: 24 jan. 2023.

Sistemas de Referência de Coordenadas. Disponível em:


<https://docs.qgis.org/2.8/pt_BR/docs/gentle_gis_introduction/coordinate_reference_
systems.html>. Acesso em: 28 jan. 2023.

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