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Topografia

A palavra "Topografia" deriva das palavras gregas "topos" (lugar) e"graphen"


(descrever), o que significa, a descrição exata e minuciosa de um lugar (DOMINGUES,
1979) apud BRANDALIZE (2014).

“A Topografia tem por objetivo o estudo dos instrumentos e métodos utilizados para
obter a representação gráfica de uma porção do terreno sobre uma superfície plana”
DOUBEK (1989) apud VEIGA, ZANETTI & FAGGION (2012).
“A Topografia tem por finalidade determinar o contorno, dimensão e posição relativa
de uma porção limitada da superfície terrestre, sem levar em conta a curvatura
resultante da esfericidade terrestre” ESPARTEL (1987) apud VEIGA, ZANETTI &
FAGGION (2012).

O levantamento topográfico se divide em (BRANDALIZE, 2014):

Levantamento topográfico PLANIMÉTRICO, compreendendo o conjunto de operações


necessárias para a determinação de pontos e feições do terreno que serão projetados
sobre um plano horizontal de referência através de suas coordenadas X e Y
(representação bidimensional);

- Levantamento topográfico ALTIMÉTRICO, compreendendo o conjunto de operações


necessárias para a determinação de pontos e feições do terreno que, além de serem
projetados sobre um plano horizontal de referência, terão sua representação em
relação a um plano de referência vertical ou de nível através de suas coordenadas X, Y
e Z (representação tridimensional).

Sistemas de Coordenadas

- Cartesiana: Espaço bidimensional ou tridimensional

Figura 1: Sistema Cartesiano, bidimensional


Figura 2: Sistema Cartesiano Tridimensional, dextrógiro (Sentido anti-horário)

Figura 3: Sistema Cartesiano Tridimensional, Levógiro (sentido horário)

Conforme a posição da direção positiva dos eixos, um sistema de coordenadas


cartesianas pode ser dextrógiro ou levógiro (GEMAEL, 1981, apud VEIGA, ZANETTI &
FAGGION (2012). Um sistema dextrógiro é aquele onde um observador situado no
semi-eixo OZ vê o semi-eixo OX coincidir com o semi-eixo OY através de um giro de 90°
no sentido anti-horário. Um sistema levógiro é aquele em que o semi-eixo OX coincide
com o semieixo OY através de um giro de 90° no sentido horário.

- Esférica:

A ideia é apontar a direção em que se deve ir e a distância a ser percorrida. Esta


direção será dada por um ponto na esfera, assim usamos dois ângulos para descrever a
direção (parecido com os ângulos de latitude e longitude que são usados
geograficamente) CUNHA, 2005.

Assim tem-se:
R (r,α,β)
r

Medições topográficas (Site Mundo GEO)

De acordo com Veiga et al. (2007), as medições topográficas de ângulo e distância


horizontais se referem a um plano topográfico local. Quando se realizam
levantamentos topográficos convencionais normalmente o produto final resulta na
representação gráfica da área levantada em um sistema de coordenadas plano local,
definido pelo executor, ou seja, um sistema de coordenadas local arbitrário.

- Sistemas de referencia

Os sistemas de referência, são utilizados para descrever as posições de objetos.


Quando é necessário identificar a posição de uma determinada informação na
superfície da Terra são utilizados os Sistemas de Referência Terrestres ou Geodésicos.
Estes, por sua vez, estão associados a uma superfície que mais se aproxima da forma
da Terra, e sobre a qual são desenvolvidos todos os cálculos das suas coordenadas.
Três superfícies são consideradas: Física, Geóide e Elipsóide.

- Superfícies consideradas:

• Superfície física: A superfície física da Terra (superfície topográfica ou superfície real)


é uma superfície entre as massas sólidas ou fluídas e a atmosfera. Esta superfície
contendo os continentes e o fundo do mar é irregular e incapaz de ser representada
por uma simples relação matemática (TORGE, 1996).

• Superfície geoidal: O modelo geoidal é o que mais se aproxima da forma da Terra. É


definido teoricamente como sendo o nível médio dos mares em repouso, prolongado
através dos continentes. Não é uma superfície regular e é de difícil tratamento
matemático. Na figura abaixo são representados de forma esquemática a superfície
física da Terra, o elipsóide e o geóide. O geóide é utilizado como referência para as
altitudes ortométricas (distância contada sobre a vertical, do geóide até a superfície
física) de um ponto considerado.
As linhas de força ou linhas verticais são perpendiculares a essas superfícies
equipotenciais e materializadas, por exemplo, pelo fio de prumo de um teodolito
nivelado, no ponto considerado. A reta tangente à linha de força em um ponto
simboliza a direção do vetor gravidade neste ponto, e também é chamada de vertical.

De uma forma mais simplificada, permite que a superfície terrestre seja representada
por uma superfície fictícia definida pelo prolongamento do nível médio dos mares por
sobre os continentes.

• Superfície elipsoidal: É o mais usual de todos os modelos. Nele, a Terra é


representada por uma superfície gerada a partir de um elipsóide de revolução. Dado
que a Terra é ligeiramente achatada nos pólos e se alarga mais no equador, a figura
geométrica regular usada em Geodésia e que mais se aproxima de sua verdadeira
forma é o elipsóide de revolução. O elipsóide de revolução é a figura que se obtém ao
se rodar um elipse em torno de seu eixo menor. Um elipsóide de revolução fica
definido por meio de dois parâmetros, os semi-eixos a (maior) e b (menor). Em
Geodésia é tradicional considerar como parâmetros o semi-eixo maior a e o
achatamento f, expresso pela equação ƒ=(a-b)/a.

Elipsóide de revolução é uma superfície matemática adotada como referência para o


cálculo de posições, distâncias, direções e outros elementos geométricos da
mensuração, o elipsoide se ajusta ao Geóide com uma aproximação de primeira
ordem, para um bom ajuste, cada país ou região adotou um Elipsóide de referência
diferente e que melhor ajustou às suas dimensões. O elipsóide de revolução difere do
geóide em até ± 50 metros (VEIGA; ZANETTI e FAGGION, 2013, p.12) apud MUNDO
GEO (2014).

Sendo assim, as coordenadas geodesicas de um ponto sobre o elipsoide ficam assim


definidas. Latitude Geodesica: ângulo que a normal forma com sua projeção no plano
do equador, sendo positiva para o Norte e negativa para o Sul. Longitude Geodesica:
ângulo diedro formado pelo meridiano geodésico de Greenwich (origem) e do ponto P,
sendo positivo para Leste e negativo para Oeste.

FONTE: http://mundogeo.com/blog/2013/06/05/coordenadas-topograficas-x-coordenadas-utm/
Figura 4: superfícies de referência
Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/introducao.html

Quando tomada a superfície da terra como sendo um plano fala-se de modelo plano.
Esse modelo tem algumas limitações, porém facilita bastante os cálculos, e a
topografia o utiliza como uma simplificação. Há um erro associados pela
desconsideração da curvatura da terra. Assim sendo, o plano tem suas dimensões
limitadas em até 80 km (NBR 13133).

Efeito da curvatura da terra para diferentes distâncias:

Fonte: VEIGA, ZANETTI & FAGGION (2012).


Efeito da curvatura da terra na altimetria:

Fonte: VEIGA, ZANETTI & FAGGION (2012).

Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator (Site LAPIG):

A projeção UTM talvez seja a projeção mais utilizada no mundo. Isto ocorre devido a
muitos fatores, entre eles a facilidade na interpolação de coordenadas, medida de
distâncias, cálculo de ângulos e cálculo de áreas.
A contagem dos fusos da projeção UTM se inicia no anti-meridiano ao meridiano de
Greenwich, portanto no meridiano de 180o. A coordenada no equador vale 10.000.000
de metros e a coordenada no meridiano central vale 500.000 metros.
A direita do meridiano central, as coordenadas E (longitude, X) são somadas a 500.000 e
a esquerda, as coordenadas são subtraídas de 500.000. No hemisfério sul, as
coordenadas N (latitude, Y) são subtraídas de 10.000.000 e no hemisfério norte são
somadas a 0.
Apesar de ser utilizada mundialmente, a projeção UTM tem seus problemas. O
problema maior é que ela divide o globo em fusos de 6 o de longitude, ou seja se
necessitarmos mapear uma região que se distribua no sentido leste-oeste e esta
extensão ultrapasse 6o, a projeção UTM não pode mais ser utilizada.
A projeção UTM é utilizada no mapeamento de áreas com pouca extensão no sentido
leste-oeste (menos que 6o de longitude).
No Brasil, os mapas construídos em escalas 1:250000 e maiores (por IBGE e DSG), se
encontram em projeção UTM. No mapeamento municipal também é utilizada a
projeção UTM.
Fonte: http://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/cursos_online/gvsig/a_projeo_utm.html
Figura 5: Índice de nomenclatura das folhas da projeção UTM para o Brasil.
Fonte: INPE, 2007 apud NETO, 2007.

Escala:
Escala é a relação constante entre o valor de uma distância medida no desenho e sua
correspondente no terreno.

A escala de uma planta ou desenho é definida pela seguinte relação:


sendo:

E= 1:M ou E= d/D

Em que,

E, a escala;
d, a dimensão correspondente na planta;
D, a dimensão correspondente no terreno;
M, o Módulo da escala.

Fonte: http://www.gpeas.ufc.br/disc/topo/aula03.pdf
A escala cartográfica é um importante elemento presente nos mapas, sendo utilizada
para representar a relação de proporção entre a área real e a sua representação. É a
escala que indica o quanto um determinado espaço geográfico foi reduzido para
“caber” no local em que ele foi confeccionado em forma de material gráfico.
Sabemos que os mapas são reproduções reduzidas de uma determinada área. Mas
essa redução não ocorre de forma aleatória, e sim de maneira proporcional, ou seja,
resguardando uma relação entre as medidas originais e suas representações. A
expressão numérica dessa proporção é a escala.
Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/escalas.htm

Uma escala é dita grande quando seu denominador é pequeno ex.: 1:100, 1:50, porém
uma escala pequena possui seu denominador grande ex.: 1:10000, 1:600000.

Principais escalas e seus usos:

Fonte: http://www.gpeas.ufc.br/disc/topo/aula03.pdf

Exercícios:

1) As dimensões de um terreno foram medidas em uma carta e os valores obtidos


foram:150 mm de comprimento por 75 mm de largura. Sabendo-se que a escala do
desenho é de 1:5000, qual é a área do terreno em Km2?
2) Determine a escala de uma carta sabendo que as distâncias homólogas na carta e no
terreno são, respectivamente, 125 mm e 2,5km.

3) Se a avaliação de uma área resultou em 3585 cm2 na escala 1:600, a quantos


hectares corresponderá esta mesma área, no terreno?

Medida de distância

Distância entre dois pontos: Quando conhecidas as coordenadas dos pontos, a distancia
DAB é estabelecida através da expressão:
Pitágoras:

Horizontal - medidas diretas e indiretas;


Vertical - desnível.

Altimetria:
A altimetria tem por finalidade determinar a distância vertical ou diferença de nível entre
diversos pontos. A diferença de altura entre dois pontos é a diferença de nível entre estes
pontos (JELINEK, 2014).

A determinação das diferenças de nível entre dois pontos é possível com os seguintes
métodos:

(a) nivelamento geométrico; e


(b) nivelamento trigonométrico.

Curvas de Nível:
São linhas que traçadas sobre pontos de mesmo valor de cota representam o relevo do
terreno. Ou ainda isolinhas que representam pontos de mesma altitude.

Fonte: CORDINI, 2004, disponível em R7.

Fonte: http://www.prof2000.pt/users/elisabethm/geo8/relevo1.htm

A separação entre linhas consecutivas é dada de forma equidistante, ou seja, com


mesmo valor de distância na vertical entre as curvas.

As principais características:
Duas curvas de nível jamais devem se cruzar;
Não devem, jamais, convergir para o mesmo ponto;
A curva de nível inicia e termina no mesmo ponto;
Nos cumes e nas depressões o relevos é representado por pontos cotados.

Perfil longitudinal:

É constituído por segmentos de reta, alinhados sucessivamente.


Para se obter um perfil é preciso que sejam conhecidas as distâncias horizontais (DH) e
as diferenças de nível (DN) entre os pontos do terreno a serem nele representados.

Fonte: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/adriana/materiais/Aula7_PerfilLongitudinal.pdf

Seção transversal:

Seção transversal é a representação geométrica, no plano vertical, de alguns elementos


dispostos transversalmente em determinado ponto do eixo longitudinal.

Perspectiva do terreno:

Representação do modelo do terreno, podendo ser planimétrica, altimétrica ou


planialtimétrica.

Interpolação:

Uma vez adotada a escala para a elaboração dos perfis, interceptam-se os mesmos
com linhas paralelas ao eixo horizontal numa eqüidistância igual à eqüidistância
adotada para as curvas de nível. Anotam-se os valores da altura e da distância
correspondente daquele ponto para a sua localização em planta. Assim, para cada
alinhamento da poligonal e para cada irradiação levantada em campo, confecciona-se
um perfil e interpolam-se os pontos de altura cheia.
Obtidos todos os pontos de altura cheia e lançados em planta, o próximo passo é unir
todos os pontos de mesma altura com uma linha contínua. As linhas produzidas são
denominadas curvas de nível e representam o relevo do terreno levantado (
CARVALHO & ARAUJO, 2008).

Quadricula com valores de cota:

Fonte: http://www2.uefs.br/geotec/topografia/apostilas/topografia(11).htm
Exercício:

Com base nas figuras são feitas as seguintes afirmações que seguem:

I. A forma do relevo representado pela figura H corresponde a uma depressão.


II. A forma do relevo representado pela figura G corresponde a um morro.
III. O segmento AB apresenta declividade menor do que o segmento XZ.

Quais estão corretas?

a) Apenas I
b) Apenas I e II
c) Apenas I e III
d) I, II e III
e) Apenas II

Fonte: JUNIOR & FERRARI, 2006.

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