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1o POLIEDRO FUVEST

1a FASE | 2022

Gabaritos
e Resoluções
QUESTÃO 01
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O Infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.


Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse,
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.

E a orla branca foi de ilha em continente,


Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.


Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal.
Fernando Pessoa. Mensagem.

“O Infante”, poema que abre a segunda parte de Mensagem,


expressa a perspectiva de que o(a)

(A) fracasso do Império Português ocorreu em decorrência


da ganância: aqueles que se lançaram ao mar em busca
de fama e riqueza são culpados pelo malogro lusitano.
(B) iniciativa humana prevalece sobre a obra divina; no
entanto, sem esta, seria impossível executar grandes
atos, como as conquistas portuguesas.
(C) papel de Portugal é realizar a vontade divina: é por meio
das Grandes Navegações que se cumpre o desejo divino
de que o mar una a terra.
(D) processo de navegação gerou questionamentos
existenciais que passaram a ter mais relevância na vida
humana do que as preocupações sociais e políticas.
(E) predestinação portuguesa não se cumprirá em tempo
algum, uma vez que os portugueses preteriram o
império em favor das Grandes Navegações.

Gabarito: C

Na primeira estrofe, afirma-se que a obra nasce,


primeiramente, do desejo divino e, a seguir, do sonho
humano; o desejo de Deus é que a terra seja uma por
meio do mar, que a une. A sagração do infante D. Henrique
– um dos mais importantes protagonistas das Grandes
Navegações – ocorre precisamente para que a vontade
divina seja cumprida.
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 02 A 04
Temas recorrentes, tragédias perenes

Programado para encerrar o 26o Festival É Tudo


Verdade, A Última Floresta (2020), de Luiz Bolognesi, redime
em certa medida a vertente memorialística predominante
das produções brasileiras da mostra competitiva. Antes
de ter assistido a seis dos sete concorrentes ao prêmio de
Melhor Documentário da Competição Brasileira, o olhar
da maioria parecia voltado para o passado na tentativa de
recuperar trajetórias de vida e eventos pregressos. Uma
vez assistidos os sete filmes em competição e confirmada a
tendência geral prevista, no entanto, foi possível identificar
dessemelhanças marcantes entre uns e outros, mesmo
confirmando a impressão prévia de formarem um conjunto
de títulos defasados da tragédia humanitária e das demais
crises que o país atravessa.
Fora da competição, A Última Floresta é exemplar ao
transcender o que é meramente episódico e abranger o que
persiste a tempo imemorial – desde que o homem branco
entrou em contato com os povos indígenas das Américas.
Com olhar sensível de antropólogo, Bolognesi realiza essa
proeza. Circunscreve seu espaço de observação, atendo-se
à aldeia Watoriki, na Floresta Amazônica, próxima à Serra
do Vento na região do Demini – terra dos Yanomami com
os quais conviveu por cinco semanas. Lá, gravou cenas
dos moradores, conduzido pela sabedoria do xamã Davi
Kopenawa Yanomami.
Eduardo Escorel. Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br>.
Acesso em: 26 ago. 2021.

QUESTÃO 02
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No texto publicado pelo cineasta Eduardo Escorel em sua


coluna sobre cinema na revista Piauí, verifica-se o uso de
uma linguagem predominantemente

(A) multimodal, em vista da abordagem antropológica.


(B) oral, em que se observam desvios da norma-padrão.
(C) informal, devido à busca pela interação com o público-
-alvo.
(D) híbrida, em que formalidade e informalidade se
complementam.
(E) formal, justificada pelo gênero discursivo e pelo suporte
do texto.

Gabarito: E

No fragmento, verifica-se o uso de linguagem


majoritariamente formal, o que se justifica pelo gênero do
discurso, uma resenha, na qual o autor se dedica a tratar de
obras cinematográficas, debruçando-se sobre uma delas, e
pelo suporte no qual o texto é veiculado, uma revista de
circulação nacional, que alcança um público diversificado.
Um leitor atento notará no texto o desvio em “Uma vez
assistidos os sete filmes” (o verbo transitivo indireto não
pode ser usado na voz passiva); no entanto, a fixação em
uma linguagem formal é prevalente, e dessa prevalência
trata o enunciado.
QUESTÃO 03
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A justificativa para o emprego da acentuação na palavra


“memorialística” é a mesma para a acentuação da palavra

(A) “música”. (D) “país”.


(B) “automóvel”. (E) “é”.
(C) “egoísta”.

Gabarito: A

A palavra “memorialística” é uma proparoxítona, ou seja,


sua sílaba tônica é a antepenúltima, o que justifica sua
acentuação. A palavra “música” é acentuada pelo mesmo
motivo. A palavra “automóvel” é uma paroxítona terminada
em “l”; “egoísta” é paroxítona com “i” tônico em hiato; em
“país”, oxítona, também há hiato cuja segunda vogal é “i”
tônica; e “é” é oxítona com “e” aberto.
QUESTÃO 04
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Prefixos são morfemas que, antepostos aos radicais,


permitem a formação de palavras derivadas. São palavras
cujos prefixos têm sentido equivalente aos prefixos de
“dessemelhanças” e de “imemorial”, respectivamente,

(A) “deleite” e “impossível”.


(B) “destreza” e “imantado”.
(C) “desarmonia” e “imperdoável”.
(D) “desconfiança” e “imaginável”
(E) “decoração” e “imbatível”.

Gabarito: C

Em “dessemelhanças”, o prefixo “des-” tem sentido de


negação/privação; assim, “dessemelhanças” é a condição
daquilo que não guarda semelhança, enquanto
“desarmonia” é aquilo que não tem harmonia. Em
“imemorial”, o prefixo “im-” tem sentido de privação,
indicando também negação; assim, “imemorial” é aquilo
de que não se tem memória, e “imperdoável” é aquilo
que não se perdoa. O mesmo sentido do prefixo “des-”
em “dessemelhança” e “desarmonia” aparece apenas em
“desconfiança”. Já o sentido do prefixo “im-” nas palavras
“imemorial” e “imperdoável” também é conferido em
“impossível” e “imbatível”.
QUESTÃO 05
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Homem ou mulher? Quem soube?


Tinha o chapéu desabado.
A capa embrulhava-o todo:
Era o Embuçado*.

Fidalgo? Escravo? Quem era?


De quem trazia o recado? [...]

Passou por aquela ponte? [...]


Vinha de perto ou de longe? [...]

“Fugi, fugi que vem tropa,


que sereis preso e enforcado...”
Isso foi tudo o que disse
o mascarado?

Subiu por aquele morro? [...]


Desapareceu na fonte? [...]

Era a Morte, que corria?


Era o Amor, com seu cuidado?
Era o Amigo? Era o Inimigo?
Era o Embuçado.
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.

* oculto; com o rosto tapado.

O excerto transcrito, que constitui o “Romance XXXVIII


ou do Embuçado”, trata do episódio em que uma pessoa
teria procurado alertar os inconfidentes sobre a iminência
de sua prisão. A passagem se constrói por meio de uma
enumeração de questionamentos, a fim de representar

(A) o ritmo da perseguição aos inconfidentes.


(B) um elemento-surpresa do ataque português.
(C) o mistério em torno da identidade do Embuçado.
(D) as reais intenções do agente português disfarçado.
(E) a incredulidade da autora quanto à veracidade do
episódio.

Gabarito: C

A constituição do romance por meio de versos que


configuram questionamentos (em uma sucessão
interrompida apenas pela repetição de uma afirmação
que, ao dizer de quem se trata, reafirma o mistério – “Era o
Embuçado.”) representa o mistério em torno da identidade
do Embuçado, do qual não se conhece o gênero, o papel
social, a procedência, as associações, os intuitos etc.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 06 E 07

Ao avistar a praia de Matimati, comprovei como são


nossos olhos que fazem o belo. Meu estado de paixão puxava
um novo lustro àquela terra em ruínas. Aquelas visões, dias
antes, já tinham estado em meus olhos. Porém, agora tudo
me parecia mais cheio de cores, em assembleia de belezas.
Desembarquei sem conhecer por onde começar a busca.
Desta vez não havia tanta gente na praia. A multidão se
tinha dispersado. Seria por consequência da ameaça das
autoridades? Fui subindo por um caminhozito descalço, um
trilho tão estreito que mesmo duas serpentes não podiam
namorar. A vila era mais pequena do que parecia, suas
casas estavam mais inteiras que as da minha terra. Havia,
no entanto, excessivos refugiados. Dormiam nas ruas,
nos passeios. Por todo o lado, se viam corpos estendidos,
esteirados ao sol.
Mia Couto. Terra Sonâmbula.

QUESTÃO 06
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Na frase inicial do fragmento, o trecho “são nossos olhos


que fazem o belo” corresponde à ideia de que

(A) a definição do que é belo é historicamente invariável.


(B) a percepção da beleza depende de fatores subjetivos.
(C) o padrão de beleza interfere nas impressões pessoais.
(D) a contemplação do belo modifica o estado do
observador.
(E) os conceitos de beleza e de feiura se confundem na
guerra.

Gabarito: B

Na primeira frase do fragmento transcrito, ao afirmar ter


comprovado como são nossos olhos que fazem o belo,
o narrador justifica sua afirmação dizendo que já tinha
olhado no passado a mesma paisagem que estava olhando
no presente; no entanto, nesse momento, seu estado de
paixão modificava sua percepção sobre o que via, ou seja,
o trecho corresponde à ideia de que a percepção da beleza
depende de fatores subjetivos.
QUESTÃO 07
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Na palavra em destaque no texto, a sufixação promove a


alteração da palavra “caminho” quanto ao(à)

(A) pessoa, posto que “caminhozito” é singular.


(B) grau, já que “caminhozito” é diminutivo.
(C) número, pois “caminhozito” é diminutivo.
(D) pessoa, visto que “caminhozito” é masculino.
(E) grau, uma vez que “caminhozito” é masculino.

Gabarito: B

Em “caminhozito”, palavra não dicionarizada, o sufixo “-zito”


promove a alteração do substantivo “caminho”, que passa
ao grau diminutivo sintético. A ideia de caminho diminuto
pode ser conferida na sequência do texto, quando o
narrador afirma que era “um trilho tão estreito que mesmo
duas serpentes não podiam namorar.”. A flexão de gênero se
relaciona com masculino e feminino, enquanto a flexão de
número se refere a singular e plural.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 08 E 09

Porque um barco volta a ser madeira


e mesmo uma casa volta a ser pedra
porque as coisas tecidas um dia se destecem
porque não é eterno o amor entre as coisas
porque mesmo o vidro mesmo o metal
perecerão
os seus olhos lentos a sua carne violenta
a eletricidade do seu pensamento
seu pequeno sorriso mesmo quando você se esforça
para disfarçar sua alegria
perecerão
restará a cinza dos seus caprichos
as coisas tolas sobre você
de que se lembrarão
seus conhecidos mais jovens
aqueles que nunca foram a sua casa
aqueles que não conheceram seus avós [...]
Ana Martins Marques. Risque esta palavra.

QUESTÃO 08
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A progressão textual do poema é construída por meio de um


encadeamento de ideias introduzido em seus seis primeiros
versos pela

(A) apresentação de fatos universais com base nos quais o


eu lírico desenvolverá sua conclusão na sequência.
(B) alusão a fenômenos da realidade que encontrarão
justificativa na subjetividade dos versos subsequentes.
(C) exposição do senso comum como fundamento para a
ausência de lógica dos acontecimentos citados nos seis
versos finais.
(D) revelação de ideias cujos argumentos de sustentação
serão apresentados posteriormente pelo eu lírico.
(E) enumeração de ideias contrárias para justificar a
inconformidade do eu lírico diante da posição do
interlocutor no conjunto do texto.

Gabarito: A

Nos seis versos iniciais do poema de Ana Martins Marques,


é apresentado o fundamento das constatações posteriores
do eu lírico. A partir do sétimo verso do poema, o eu lírico
trata do que ocorrerá a seu interlocutor – ele perecerá e
sua vida se tornará cinzas –, e o que diz encontra base nos
seis primeiros versos, iniciados pela conjunção “porque”,
que introduz fatos universais que atestam o declínio do que
existe, ou seja, relacionados à finitude.
QUESTÃO 09
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No poema, a menção a elementos como a madeira, a pedra


e a cinza alude à

(A) transcendência metafísica.


(B) prevalência do ideal sobre o sensível.
(C) alternância entre fugacidade e permanência.
(D) estabilidade material.
(E) finitude de tudo.

Gabarito: E

As constatações do eu lírico convergem para a ideia de


que um dia tudo perecerá. Ao afirmar que o barco voltará
a ser madeira, que a casa voltará a ser pedra e que dos
caprichos do interlocutor restarão apenas cinzas, a menção
aos elementos madeira, pedra e cinza aludem à finitude de
tudo.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 10 E 11

Isto é para quando você vier. É preciso estar preparado.


Alguém terá que preveni-lo. Vai entrar numa terra em
que a verdade e a mentira não têm mais os sentidos que
o trouxeram até aqui. Quando vier à procura do que o
passado enterrou, é preciso saber que estará às portas
de uma terra em que a memória não pode ser exumada,
pois o segredo, sendo o único bem que se leva para o
túmulo, é também a única herança que se deixa aos que
ficam, como você e eu, à espera de um sentido, nem que
seja pela suposição do mistério, para acabar morrendo de
curiosidade. Virá escorado em fatos que até então terão lhe
parecido incontestáveis.
Bernardo Carvalho. Nove Noites.

QUESTÃO 10
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O excerto inicial de Nove Noites constitui uma carta


endereçada a alguém cuja identidade é desconhecida e
avisa essa pessoa sobre as dificuldades que ela encontrará
ao procurar compreender o que aconteceu com o etnólogo
Buell Quain em 1939. Esse excerto também pode servir
de alerta ao leitor, uma vez que, no romance de Bernardo
Carvalho, a

(A) narrativa dá lugar à propaganda política.


(B) ficção e os fatos reais se misturam indistintamente.
(C) pesquisa histórica é responsável pela solução do
mistério.
(D) ausência de dados concretos compromete a
verossimilhança.
(E) busca por retratar a vida dos indígenas se sobrepõe à
história de Quain.

Gabarito: B

Embora tenha como base fatos reais, como a morte do


etnólogo Buell Quain em 1939 no Maranhão enquanto
estudava de perto a nação indígena Krahô, Nove Noites é
uma narrativa ficcional, na qual não há separação entre
realidade e ficção ou romance e texto jornalístico. O excerto
inicial do romance de Bernardo Carvalho serve de alerta ao
leitor nesse sentido, ao avisar que ali onde ele está entrando,
ou seja, no território do romance, a verdade e a mentira
se confundem, embora tudo parta de fatos que até então
pareciam incontestáveis. No romance, a propaganda não
toma o lugar da narrativa, o mistério da morte de Quain não
é solucionado, a verossimilhança não se compromete pela
ausência de dados, mas se reforça pela presença destes, e,
por fim, não há sobreposição da busca por retratar a vida
dos indígenas à história do etnólogo.
QUESTÃO 11
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A hipérbole é a “ênfase expressiva resultante do exagero da


significação linguística” (Houaiss, 2001). No excerto de Nove
Noites, ocorre emprego de hipérbole em

(A) “É preciso estar preparado.”.


(B) “a verdade e a mentira não têm mais os sentidos que o
trouxeram até aqui”.
(C) “a memória não pode ser exumada”.
(D) “para acabar morrendo de curiosidade”.
(E) “Virá escorado em fatos”.

Gabarito: D

A hipérbole se constitui pelo exagero retórico, o que se


verifica em “morrendo de curiosidade”, uma vez que a
ideia de morte por curiosidade é exagerada e não encontra
possibilidade literal, sendo usada de modo expressivo.
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 12 A 14
Sabará

A dois passos da cidade importante


a cidadezinha está calada, entrevada.
(Atrás daquele morro, com vergonha do trem.)

Só as igrejas
Só as torres pontudas das igrejas
não brincam de esconder. [...]

Mas tudo é inexoravelmente colonial:


bancos janelas fechaduras lampiões.
O casario alastra-se na cacunda dos morros,
rebanho dócil pastoreado por igrejas:
a do Carmo – que é toda de pedra,
a Matriz – que é toda de ouro.
Sabará veste com orgulho seus andrajos...
Faz muito bem, cidade teimosa!

Nem Siderúrgica nem Central nem roda manhosa de


[forde
sacode a modorra de Sabará-buçu. [...]

O presente vem de mansinho


de repente dá um salto:
cartaz de cinema com fita americana.

E o trem bufando na ponte preta


é um bicho comendo as casas velhas.
Carlos Drummond de Andrade. Alguma Poesia.

QUESTÃO 12
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No poema de Carlos Drummond de Andrade, o processo de


modernização na cidade de Sabará

(A) é festejado pelo poeta, que prefere “a cidade


importante” e ironiza a paisagem provinciana e
atrasada.
(B) predomina na paisagem e encontra no eu lírico um
defensor, como se verifica em “Faz muito bem, cidade
teimosa!”.
(C) é experimentado tanto com vergonha como com
orgulho, conflitos que se inscrevem também na
descrição da paisagem.
(D) corresponde ao projeto nacional-desenvolvimentista,
aberto às influências estrangeiras, a que Drummond
aderiu.
(E) é descrito em repúdio à memória colonial da cidade,
especialmente às igrejas e ao trem, sarcasticamente
personificados.

Gabarito: C

No conjunto do poema, o eu lírico descreve a modernização


da cidade Sabará. Esse processo não é passivo, nem
uniforme; também não ocorre sem conflitos, que se
inscrevem na paisagem. Nota-se, na primeira estrofe, que
Sabará está “calada, entrevada”, quando justaposta a Belo
Horizonte, sua vizinha “importante”, e se envergonha da
presença do trem – acanhamento a que só se contrapõem
as igrejas, na segunda estrofe. A seguir, a paisagem
colonial resiste orgulhosa, com a celebração do eu lírico, às
investidas da modernização. As três últimas estrofes contêm
descrições do conflito entre memória e tradição, de um
lado, e modernização, de outro: a tecnologia da siderúrgica,
do trem, do automóvel e do cinema versus a modorra das
casas velhas de Sabará.
Quanto ao que enunciam os distratores, no poema, o
processo de modernização de Sabará não é festejado pelo
poeta e tampouco pelo eu lírico, que elogia a teimosia
e a resistência dessa cidade à chegada das inovações
tecnológicas, nem há elementos no conjunto do poema
que permitam afirmar que o eu lírico prefere “a cidade
importante”; ele descreve os conflitos que se inscrevem na
paisagem da cidade, com leve preferência pela memória
colonial, sem ironias a ela. O verso “Faz muito bem, cidade
teimosa!” refere-se à resistência de Sabará à modernização,
não representando defesa desse processo por parte do
eu lírico. Não há elementos, no poema ou no conjunto de
Alguma Poesia, que permitam afirmar que Drummond
tenha aderido ao “projeto nacional-desenvolvimentista”
(além disso, o poeta suspeita gravemente das influências
estrangeiras). Por fim, a personificação das igrejas, na
segunda estrofe, não é feita de forma sarcástica: no
contexto, elas resistem, sem se envergonhar, à chegada da
modernização; além disso, o trem não compõe a memória
colonial.
QUESTÃO 13
_22_1FUV_1F_POR_CR_L1_Q03

Quanto aos significados dos vocábulos empregados no


texto, é correto afirmar que a palavra

(A) “entrevada” equivale a “orgulhosa”.


(B) “inexoravelmente” corresponde a “claramente”.
(C) “casario” significa “habitação sobre a água”.
(D) “andrajos” corresponde a “trapos”.
(E) “modorra” quer dizer “vivacidade”.

Gabarito: D

Segundo o Dicionário Houaiss, andrajos são roupas velhas,


trapos, farrapos, o que se pode inferir pelo contexto, no
qual a cidade de Sabará é personificada e, metaforicamente,
os elementos de seu passado são representados como
andrajos dos quais ela se orgulha. Quanto aos demais
vocábulos, “entrevada” é aquela que tem seus movimentos
paralisados, tolhidos; “inexorável” é adjetivo que se refere
ao que é inflexível ou ao que não pode ser subtraído;
“casario” é uma fileira ou aglomeração de casas; “modorra”
é grande desânimo ou prostração; apatia, indolência.
QUESTÃO 14
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q04

Carlos Drummond de Andrade, que pertence à segunda


geração do Modernismo brasileiro, revela sua adesão
a propostas da primeira geração desse movimento ao
construir textos caracterizados pela liberdade temática
e formal. No poema transcrito, são marcas de liberdade
formal

(A) a fusão entre os gêneros épico e lírico e a alusão ao


processo de modernização em “cartaz de cinema com
fita americana.”.
(B) o predomínio de sons consonantais em relação aos
vocálicos e a métrica fixa nos versos da estrofe inicial
e da final.
(C) as menções aos materiais dos quais as edificações das
igrejas são compostas e a assonância em “Só as igrejas”.
(D) a repetição de sons semelhantes no fim de cada verso e
o abrasileiramento em “roda manhosa de forde”.
(E) os versos sem métrica e rima tradicionais e a ausência
de vírgula em “bancos janelas fechaduras lampiões.”.

Gabarito: E

No conjunto do poema, a liberdade formal, característica


da primeira fase do Modernismo brasileiro, inscreve-se
na composição de versos sem métrica ou rima tradicional
(isto é, sem um número fixo de sílabas poéticas nos versos
e sem esquema fixo de repetição de sons semelhantes ao
final dos versos) e na ausência de vírgulas na enumeração
apresentada no verso “bancos janelas fechaduras
lampiões.”.
No poema, não há fusão de gêneros, predomínio de sons
consonantais em relação aos vocálicos, rima ou métrica
fixa.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 15 E 16

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração [...]

Toda gente cabe lá


Palestina, Shangri-lá [...]

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão


Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos [...]
Marisa Monte; Pedro Baby; Carlinhos Brown; Arnaldo Antunes.
“Vilarejo”. In: Marisa Monte. Infinito Particular.
Phonomotor Records/EMI, 2006.

QUESTÃO 15
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O vilarejo descrito na canção é um lugar onírico, onde


as pessoas vivem em harmonia plena, o que destoa
da realidade, na qual problemas como intolerância,
violência e desigualdade atingem a sociedade. No texto, o
distanciamento entre o lugar ideal e o mundo concreto é
marcado pela

(A) utilização dos vocábulos “ali” e “lá”.


(B) afirmação de que o vilarejo fica na Palestina.
(C) menção às flores como elementos decorativos.
(D) pluralização dos substantivos “portas”, “janelas” etc.
(E) referência poética ao horizonte.

Gabarito: A

Os vocábulos “ali” e “lá” servem na canção à demarcação


do vilarejo edênico ao qual o eu lírico alude; ou seja, o uso
dos advérbios de lugar marca o distanciamento entre o
mundo concreto (“aqui”) e o vilarejo dos sonhos (“ali”/“lá”),
permitindo inferir a distância entre real e ideal. A menção
à Palestina ilustra a ideia de que todas as pessoas são
acolhidas no vilarejo utópico; além disso, a alusão a flores
decorativas, a pluralização de substantivos e a referência ao
horizonte não se prestam à separação entre a realidade e a
utopia.
QUESTÃO 16
_22_1FUV_1F_POR_VP_L1_Q01

Quanto à linguagem, no trecho da canção, é correto afirmar


que o uso de

(A) “vilarejo”, termo em desuso, indica a existência do lugar


idílico no passado.
(B) verbos no presente é inadequado, posto que se trata de
um mundo irreal.
(C) “gente”, em vez de “pessoas”, marca o diálogo direto
entre intérprete e interlocutor.
(D) “para”, em sua forma coloquial “pra”, tem valor
semântico de finalidade.
(E) “pão”, empregado no singular, é um desvio de
concordância que caracteriza a oralidade.

Gabarito: D

Nas duas ocorrências, a preposição “pra” tem valor de


finalidade: na primeira, a ideia é que as pessoas assistem
ao pôr do sol na varanda com a finalidade de relaxar; na
segunda, a ideia é que as portas e as janelas das casas são
mantidas abertas com a finalidade de que a sorte (uma
pessoa querida, um animal bem-vindo, alguém com notícias
boas etc.) adentre os lares.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 17 E 18
Mas, então, de repente, Miguilim parou em frente do
doutor. Todo tremia, quase sem coragem de dizer o que
tinha vontade. Por fim, disse. Pediu. O doutor entendeu e
achou graça. Tirou os óculos, pôs na cara de Miguilim.
E Miguilim olhou para todos, com tanta força. Saiu lá
fora. Olhou os matos escuros de cima do morro, aqui a casa,
a cerca de feijão-bravo e são-caetano; o céu, o curral, o
quintal; os olhos redondos e os vidros altos da manhã. Olhou
mais longe, o gado pastando perto do brejo, florido de são-
-josés, como um algodão. O verde dos buritis, na primeira
vereda. O Mutúm era bonito! Agora ele sabia. Olhou
Mãitina, que gostava de o ver de óculos, batia palmas-de-
-mão e gritava: — “Cena, Corinta!...” Olhou o redondo de
pedrinhas, debaixo do jenipapeiro.
Olhava mais era para Mãe. Drelina era bonita, a Chica,
Tomezinho. Sorriu para Tio Terêz: — “Tio Terêz, o senhor
parece com Pai...” Todos choravam. O doutor limpou a goela,
disse: — “Não sei, quando eu tiro esses óculos, tão fortes, até
meus olhos se enchem d’água...” Miguilim entregou a ele os
óculos outra vez. Um soluçozinho veio. Dito e a Cuca-Pingo-
-de-Ouro. E o Pai. Sempre alegre, Miguilim... Sempre alegre,
Miguilim... Nem sabia o que era alegria e tristeza. Mãe o
beijava. A Rosa punha-lhe doces-de-leite nas algibeiras,
para a viagem. Papaco-o-Paco falava, alto, falava.
João Guimarães Rosa. Campo Geral.

QUESTÃO 17
_22_1FUV_1F_POR_CR_L1_Q01

No texto, que corresponde ao trecho final de Campo Geral,


é possível constatar que o narrador onisciente adota a
perspectiva do garoto Miguilim no fragmento

(A) “Mas, então, de repente, Miguilim parou em frente do


doutor.”.
(B) “O doutor entendeu e achou graça. Tirou os óculos, pôs
na cara de Miguilim.”.
(C) “— ‘Cena, Corinta!...’”.
(D) “Dito e a Cuca-Pingo-de-Ouro. E o Pai. Sempre alegre,
Miguilim... Sempre alegre, Miguilim...”.
(E) “A Rosa punha-lhe doces-de-leite nas algibeiras, para a
viagem.”

Gabarito: D

No fragmento final de Campo Geral, antes de partir,


Miguilim pede os óculos ao doutor para conseguir enxergar
o Mutúm. No excerto “Dito e a Cuca-Pingo-de-Ouro. E o Pai.
Sempre alegre, Miguilim... Sempre alegre, Miguilim...”, o
narrador apresenta o que se dá como experiência subjetiva
para o menino Miguilim: a lembrança de seu irmão Dito,
da cachorrinha Pingo-de-Ouro, de seu pai. Os excertos
nas demais alternativas não demarcam a subjetividade de
Miguilim.
QUESTÃO 18
_22_1FUV_1F_GEO_JP_L1_Q06

Ao descrever as descobertas que Miguilim faz ao usar os


óculos emprestados pelo doutor, o narrador utiliza uma
categoria geográfica, que é o(a)

(A) espaço. (D) região.


(B) lugar. (E) território.
(C) paisagem.

Gabarito: C

A paisagem é entendida como a descrição de fenômenos e


processos que são percebidos pelos sentidos, em especial,
pela visão. O conceito trabalhado no texto perpassa o campo
da percepção, remetendo aos planos da paisagem: “Olhou
os matos escuros de cima do morro, aqui a casa, a cerca
de feijão-bravo e são-caetano; o céu, o curral, o quintal;
os olhos redondos e os vidros altos da manhã. Olhou mais
longe, o gado pastando perto do brejo, florido de são-josés,
como um algodão.”.
QUESTÃO 19
_21_1FUV_1F_GEO_BW_L1_Q08

O movimento de placas evidenciado na imagem é


responsável pela formação

(A) dos Montes Urais.


(B) dos Montes Apalaches.
(C) da Cordilheira dos Alpes.
(D) da Cordilheira dos Andes.
(E) da Cordilheira do Himalaia.

Gabarito: D

A imagem refere-se ao movimento convergente de placas,


no caso, a Sul-Americana (A) e a de Nazca (B). Ao se chocar
com a Placa Sul-Americana, a Placa de Nazca, por ser mais
pesada, deslocou-se para baixo da placa Sul-Americana,
resultando no dobramento e na elevação da borda da placa
superior, o que deu origem à Cordilheira dos Andes.
QUESTÃO 20
_21_1FUV_1F_GEO_JP_L1_Q06

A industrialização latino-americana corresponde assim


a uma Nova Divisão Internacional do Trabalho (Nova DIT),
em cujo âmbito se transferem aos países dependentes
etapas inferiores da produção industrial, reservando-se
para os centros imperialistas as etapas mais avançadas e
o monopólio da tecnologia correspondente. O que temos é
uma nova hierarquização da economia capitalista mundial,
cuja base é a redefinição da DIT.
Ruy Mauro Marini. Dialética da dependência.
Rio de Janeiro: Vozes, 2000. p. 145.

Exportação brasileira
Por fatores selecionados — em US$ bilhões
Fator Jan - Fev 20
Básicos 16,21
Semimanufaturados 4,03
Manufaturados 10,56
Total 30,8

Importação brasileira
Por fatores selecionados — em US$ bilhões
Fator Jan - Fev 20
Bens de capital 6,4
Intermediários 15,94
Bens de consumo 4,05
Combust. e lubrificantes 3,04
Total 29,43
Fonte: Secex/ME. *pela média por dia útil

Disponível em: <https://valor.globo.com>.


Acesso em: 21 set. 2021. (Adaptado)

Considerando as informações apresentadas, é correto


afirmar que o Brasil se insere na Nova DIT por meio do(a)

(A) Ciência, pois se destaca na exportação de mão de obra


qualificada.
(B) agronegócio, pois se destaca no fornecimento de
gêneros primários.
(C) ecoturismo, pois se destaca no incentivo ao turismo
sustentável.
(D) indústria, pois se destaca na produção de tecnologia de
ponta.
(E) comércio, pois se destaca na importação de
commodities.

Gabarito: B

Considerando o contexto da Nova Divisão Internacional


do Trabalho (Nova DIT), o Brasil ocupa uma posição de
exportador de commodities, as quais se caracterizam por seu
baixo valor agregado. O setor brasileiro que mais se destaca
na exportação desse tipo de produto é o agronegócio.
QUESTÃO 21
_22_1FUV_1F_GEO_JP_L1_Q01

Círculo Ártico
Trópico de Câncer Equinócio
Equador 21-22 de março
Trópico de Capricórnio Sol vertical no Equador

23,5°

Sol

Solstício Solstício
21-22 de junho 21-22 de dezembro
Sol vertical na Sol vertical na
latitude 23,5° N latitude 23,5° S
Equinócio
22-23 de setembro
Sol vertical no Equador

Antônio Roberto Pereira et al. Agrometeorologia:


fundamentos e aplicações práticas. Guaíba: Agropecuária, 2002.

Com base nas informações contidas na representação


esquemática, analise as seguintes afirmações.
I. As estações do ano existem devido ao eixo de rotação da
Terra, que é levemente inclinado em relação ao plano da
órbita planetária em torno do Sol.
II. Nos equinócios, os hemisférios Norte e Sul recebem
diferentes quantidades de luz solar, marcando as
estações inverno e verão.
III. Nos solstícios, os hemisférios Norte e Sul recebem a
mesma quantidade de luz solar, marcando as estações
primavera e outono.

É correto apenas o que se afirma em

(A) II e III.
(B) I e III.
(C) I e II.
(D) II.
(E) I.

Gabarito: E

Afirmação I: correta. Devido à inclinação do eixo de rotação


da Terra, os raios solares incidem de maneira diferente nos
dois hemisférios terrestres durante a maior parte do ano. Se
o eixo da Terra não fosse inclinado, cada região do planeta
receberia a mesma quantidade de energia solar durante o
ano todo, reforçando as características climáticas de cada
região.
Afirmação II: incorreta. Nos equinócios, os hemisférios
Norte e Sul recebem a mesma quantidade de luz solar,
marcando as estações primavera e outono.
Afirmação III: incorreta. Nos solstícios, os hemisférios
Norte e Sul recebem diferentes quantidades de luz solar,
marcando, respectivamente, as estações inverno e verão.
QUESTÃO 22
_22_1FUV_1F_GEO_JP_L1_Q02

Polo Norte

P
Greenwich

Latitude
r
do
ua
Longitude Eq

Polo Sul
Paulo Roberto Fitz. Cartografia básica.
São Paulo: Oficina de Textos, 2008.

Com base na figura, assinale a alternativa que apresenta a


combinação correta entre o termo e a sua definição.

Termo Definição
Distância entre o paralelo de referência
(A) Greenwich e o ponto P na superfície da Terra, nas
direções norte e sul.
Par formado por um paralelo e um
(B) Coordenadas meridiano para a localização precisa de
pontos na superfície da Terra.
Representa o círculo horizontal de
(C) Longitude
referência, com variação de 0° a 90°.
Distância entre o meridiano de referência
(D) Equador e o ponto P na superfície da Terra, nas
direções leste e oeste.
Representa o semicírculo vertical de
(E) Latitude
referência, com variação de 0° a 180°.

Gabarito: B

As coordenadas geográficas são um sistema de localização


na superfície terrestre que, por meio da combinação de
um paralelo e de um meridiano (par), indicam a exata
localização de pontos na superfície terrestre.
QUESTÃO 23
_22_1FUV_1F_GEO_JP_L1_Q03

Para desenvolver um mapa-múndi, uma estratégia


cartográfica é o uso da projeção afilática, que mostra tanto a
área quanto a forma de maneira satisfatória, ainda que elas
estejam incorretas. Assim, nessa forma de representação,
um esforço é realizado para equilibrar a distorção e produzir
uma “aparência correta”.
James F. Petersen; Dorothy Sack; Robert E. Gabler.
Fundamentos de Geografia Física.
São Paulo: Cengage Learning, 2014. p. 33. (Adaptado)

Assinale a alternativa que apresenta a projeção cartográfica


descrita no texto.

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

Gabarito: D

A projeção cartográfica correspondente à descrição do


texto é a de Robinson, que foi proposta em 1961. Apesar de
alterar as formas e as áreas, ela tem o objetivo de reduzir as
distorções angulares, o que gera uma distorção mínima das
áreas continentais.
QUESTÃO 24
_22_1FUV_1F_GEO_JP_L1_Q07

A história de um Estado só passa a existir a partir


do momento que a sua fixidez e suas possibilidades de
crescimento são asseguradas. Por isso que Ratzel vem a
afirmar que o solo é sempre mais velho que o Estado. O solo
é a pré-condição de existência, que se for potencializado
poderá vir a dar a existir um Estado. Para a compreensão do
futuro do Estado e da exigência principal, que é a necessidade
de crescimento, Ratzel cria um dos conceitos condizentes ao
estudo deste comportamento, que veio a posteriormente
ser o ponto que tornou sua geografia mais reconhecida, e
que veio a ser aplicado nas políticas territoriais do século XX,
principalmente na Segunda Guerra Mundial.
Samir Eid Pessanha; Paulo Fernando Cirino Mourão. “A obra de
Friedrich Ratzel: uma análise crítica acerca da lógica territorialista dos
Estados modernos”. In: Augusto César Pinheiro da Silva (Org.). Anais
do I Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do
Território: racionalidades e práticas em múltiplas escalas. Rio de Janeiro;
Porto Alegre: Editora Letra1; Rio de Janeiro: REBRAGEO, 2014. p. 222.

Conferência de Berlim, 1885.


Disponível em: <https://www.franceculture.fr>.
Acesso em: 10 ago. 2021.

O texto e a figura se referem a uma noção proposta por


Ratzel e adotada por alguns Estados modernos no final do
século XIX e durante as primeiras décadas do século XX para
justificar suas ações imperialistas. Trata-se da noção de

(A) espaço vital.


(B) espaço relativo.
(C) espaço absoluto.
(D) possibilismo geográfico.
(E) determinismo geográfico.

Gabarito: A

O espaço vital se refere à necessidade de o Estado


atuar sobre um território para garantir as condições de
desenvolvimento da sociedade que ali vive. Essa noção foi
apropriada por Estados modernos a partir de fins do século
XIX e fundamentou as ações imperialistas no século XX,
como se observa no texto referenciado e na figura sobre
a Conferência de Berlim de 1885, que reuniu as principais
potências do século XIX para debater a ocupação do
continente africano.
QUESTÃO 25
_22_1FUV_1F_GEO_JP_L1_Q08

Ao longo da história da organização do território


brasileiro, três grandes momentos poderiam, grosso modo,
ser identificados: os meios “naturais”, os meios técnicos e
o meio técnico-científico-informacional. Por intermédio de
suas técnicas diversas no tempo e nos lugares, a sociedade
foi construindo uma história dos usos do território nacional.
Milton Santos; Maria Laura Silveira. O Brasil: território e sociedade
no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 24.

Com base na evolução histórica do espaço geográfico, são


exemplos de processos humanos que correspondem aos
meios citados no excerto, respectivamente:

(A) conurbação; instalação de multinacionais; construção


da malha rodoviária.
(B) êxodo rural; desconcentração industrial; atração de
mão de obra assalariada imigrante.
(C) expansão das telecomunicações; demarcação de terras;
estabelecimento de capitanias.
(D) geração de energia renovável; crescimento de cidades
médias; surgimento de quilombos.
(E) ocupação em aldeias pré-coloniais; implantação de
ferrovias; desenvolvimento do agronegócio.

Gabarito: E

A periodização realizada por Milton Santos e Maria Laura


Silveira divide a história brasileira de acordo com meios
geográficos, remetendo-se a processos socioeconômicos.
No caso do meio natural, observa-se que a presença
humana buscava se adaptar aos sistemas naturais, com
evidente escassez de instrumentos artificiais necessários
ao domínio do mundo natural, tendo como exemplo o
estabelecimento dos grupos indígenas no espaço. A segunda
fase se relaciona ao meio técnico, com a incorporação de
maquinários ao tecido espacial, como o estabelecimento
das linhas férreas, evidenciando a circulação pelo espaço e
o início da produção industrial brasileira. A última fase se
remete à construção e à difusão do meio técnico-científico-
-informacional, agora com o processo de globalização da
economia e a modernização das atividades econômicas por
meio de inovações técnicas e informacionais, com destaque
para o agronegócio.
QUESTÃO 26
_22_1FUV_1F_GEO_JP_L1_Q09

Brasil – Remuneração dos vínculos intermitentes,


em salários mínimos (SM) em dezembro de 2019

17% Menos de 1 SM

De 1 SM a menos
44% de 1,5 SM
13%
De 1,5 SM a menos
de 2 SM

25% 2 SM ou mais

Brasil – Trabalhadores intermitentes admitidos


(2018-2019)
2018

60% trabalhou
em dez/2018

40% não
trabalhou em
dez/2018 11% não
trabalhou
em 2018

2019

48% trabalhou
em dez/2019

52% não
trabalhou em
dez/2019
22% não
trabalhou
em 2019

Fonte: DIEESE. Boletim Emprego em Pauta, n. 17, dez. 2020.


Disponível em: <https://www.dieese.org.br>.
Acesso em: 11 ago. 2021.

Nas últimas décadas, a doutrina neoliberal tem influenciado


o mercado de trabalho em vários países. No Brasil, com a
última reforma trabalhista surgiu uma nova modalidade:
o trabalho intermitente. Considerando os gráficos
apresentados, é correto afirmar que a adoção de trabalho
intermitente é uma medida que dificulta o(a)

(A) redução dos custos com a folha de pagamentos.


(B) geração de renda para a força de trabalho ociosa.
(C) competitividade entre empresas de um segmento.
(D) ampliação da flexibilização das atividades laborais.
(E) aumento da carga horária por parte do empregador.

Gabarito: B

A modalidade de trabalho intermitente foi implementada


com a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) e representa,
do ponto de vista trabalhista, um risco para os trabalhadores
que estão ociosos, pois sua renda passa a ser proporcional
às horas efetivamente trabalhadas. Assim, os indivíduos
nem sempre recebem o equivalente a um mês de trabalho,
o que resulta, muitas vezes, em remunerações abaixo do
valor do salário mínimo.
QUESTÃO 27
_22_1FUV_1F_GEO_JP_L1_Q10

Paralelamente ao surgimento de novas potências buscando um lugar ao sol colonial e à crescente rivalidade entre as
potências coloniais existentes, ocorreu o surgimento de nações industrializadas capazes e dispostas a desafiar a liderança da
Grã-Bretanha na indústria, finanças e comércio mundial. Em meados do século XIX, a economia britânica superou em muito
seus rivais potenciais. Mas, no último quarto daquele século, a Grã-Bretanha foi confrontada por competidores incansáveis que
buscavam uma fatia maior do comércio e das finanças mundiais.
Disponível em: <https://www.britannica.com>.
Acesso em: 12 ago. 2021. (Adaptado)

Capitalismo industrial financeiro (até a Segunda Guerra Mundial)

Consolidação da DIT
Metrópoles Colônias
(Revolução Industrial) (Exploração)

Produtos primários:
agrícolas, minerais e fósseis
Imperialismo

Produtos industrializados

Disponível em: <https://canal.cecierj.edu.br>. Acesso em: 12 ago. 2021.

Os avanços técnicos ocorridos durante a Segunda Revolução Industrial favoreceram o neocolonialismo, pois havia a
necessidade de

(A) buscar novos mercados consumidores para que o excedente de produção fosse absorvido.
(B) consolidar a escravização africana para manter baixos os salários dos trabalhadores europeus.
(C) oferecer condições de financiamento para garantir a propagação de empresas multinacionais.
(D) formar blocos econômicos para defender os interesses dos novos conglomerados empresariais.
(E) globalizar a produção fabril para que os produtos chegassem mais baratos ao consumidor final.

GabariTO: a

Com a concorrência econômica gerada pela produção de bens industrializados, as nações ricas buscaram fontes de matérias-
-primas e novos mercados consumidores para que as mercadorias industrializadas fossem comercializadas.
QUESTÃO 28
_21_1FUV_1F_ING_LZ_L1_Q05

Disponível em: <https://www.instagram.com/hipdict>.


Acesso em: 25 ago. 2021.

O perfil de rede social HipDict cria verbetes bem-humorados


com base em situações cotidianas. No verbete reproduzido,
o humor se deve à

(A) substituição do prefixo “bi-” por “bye” para obter um


efeito de sentido.
(B) utilização de metalinguagem para explicar o significado
de uma palavra.
(C) informalidade na construção do verbete marcada pelo
uso do pronome “you”.
(D) alteração da classe gramatical do substantivo “bilingual”
para a classe dos adjetivos.
(E) grafia incorreta de uma palavra para exemplificar um
erro decorrente de perda linguística.

Gabarito: A

O efeito de humor se deve à substituição do prefixo “bi-”


(que exprime a ideia de dois), presente na palavra “bilingual”
para sinalizar conhecimento de duas línguas, por “bye”,
que significa “adeus” ou “tchau”. Essa mudança tem como
objetivo a formação de uma nova palavra, cujo significado,
segundo o verbete, é: quando você fala duas línguas, mas
começa a perder vocabulário nas duas. Em uma tradução
livre, a palavra significaria algo como “adeus línguas”, pois o
conhecimento sobre elas está indo embora.
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 29 A 31

The pandemic forced us to adapt. We found new ways to


work, transcending borders and time zones through video
conferencing, online broadcasts, and messaging tools. We
eliminated the stigma of working from home and introduced
a new sense of humanity to work. Company leaders
are learning to be more transparent and relatable, and
employees are connecting with colleagues in contexts and
cultures they wouldn’t have otherwise experienced. Human
connection is still the most powerful force in business.
How do we translate scaled human connection
into tangible productivity? We redefine the idea of a
“workplace” and a “meeting” with asynchronous, placeless
communication. And we embrace media like video as a
primary way to share knowledge and information at work.
Technology has reached the point where mass adoption
of video can extend far beyond meetings—such that every
time we send an e-mail, collaborate on a project or host
a training, that interaction is enhanced with engaging,
professional-quality video. Video that is then transcribable
and searchable, so that the content housed within it can be
made accessible across a company.
We can ensure that everyone has access to the same.
We can then build culture and promote collaboration in a
truly global and inclusive way, breaking the limitations of
“where” and “when” to greatly expand the “who” in our
workforce.
Anjali Sud. “How Technology Can Help Foster Inclusivity and
Productivity at Work”. Disponível em: <https://time.com>.
Acesso em: 31 ago. 2021. (Adaptado)

QUESTÃO 29
_20_ENEM_ING_MB_L1_Q2

De acordo com o texto, o acomodamento a uma nova forma


de trabalho na atualidade inclui a

(A) flexibilização das leis que regiam as relações de trabalho.


(B) criação de cargos gerenciais que não faziam sentido no
passado.
(C) busca por empresas que se preocupam com o bem-estar
dos colaboradores.
(D) superação dos limites que predeterminavam os locais e
os horários de trabalho.
(E) extinção de hierarquia na estrutura que diferenciava
atribuições de empregador e empregado.

Gabarito: D

No primeiro parágrafo do texto, Anjali Sud, CEO da


plataforma de vídeo Vimeo, afirma que “The pandemic
forced us to adapt. We found new ways to work,
transcending borders and time zones through video
conferencing, online broadcasts, and messaging tools.”
(A pandemia nos obrigou a nos adaptarmos. Encontramos
novas maneiras de trabalhar, transcendendo fronteiras e
fuso-horários por meio de videoconferências, transmissões
on-line e ferramentas de mensagem.) e segue dizendo que
eliminamos o estigma de trabalhar em casa, ou seja, a
adaptação à nova forma de trabalho forçada pela pandemia
inclui a transcendência dos limites predeterminados
relacionados aos locais e horários de trabalho. No
segundo parágrafo, a menção a “asynchronous, placeless
communication” (comunicação atemporal e sem lugar
determinado) alude à mesma ideia.
QUESTÃO 30
_20_ENEM_ING_SB_L1_Q03

Em seu artigo, Anjali Sud, diretora-executiva de uma


plataforma de vídeo on-line, defende que as empresas
utilizem vídeos para

(A) disponibilizar conteúdo para os funcionários.


(B) anunciar seus produtos à rede de consumidores.
(C) eliminar a necessidade de realização de reuniões.
(D) desenvolver um modo de comunicação de baixo custo.
(E) divulgar ações governamentais em favor da inclusão e
da acessibilidade.

Gabarito: A

Entre o final do segundo e o início do quarto parágrafo, a


autora afirma que “And we embrace media like video as a
primary way to share knowledge and information at work.
Technology has reached the point where mass adoption
of video can extend far beyond meetings—such that every
time we send an e-mail, collaborate on a project or host
a training, that interaction is enhanced with engaging,
professional-quality video. Video that is then transcribable
and searchable, so that the content housed within it can
be made accessible across a company. We can ensure that
everyone has access to the same.” (E nós adotamos as mídias
como o vídeo como uma forma primária de compartilhar
conhecimento e informações no trabalho. A tecnologia
atingiu o ponto em que a adoção em massa de vídeo pode
se estender muito além das reuniões – de modo que, toda
vez que enviamos um e-mail, colaboramos em um projeto
ou realizamos um treinamento, essa interação é aprimorada
com um vídeo envolvente, de qualidade profissional. Vídeo,
então, transcritível e pesquisável, para que seu conteúdo
possa ser disponibilizado a toda a empresa. Podemos
garantir que todos tenham acesso às mesmas informações.).
Ou seja, ela defende que os vídeos sejam utilizados para
disponibilizar conteúdo para os funcionários da empresa.
QUESTÃO 31
_20_ENEM_ING_SB_L1_Q2

Para a autora, a possibilidade de viabilizar um trabalho


colaborativo de modo verdadeiramente inclusivo e irrestrito
depende de

(A) oportunizar atividades de lazer para propiciar interação


social.
(B) garantir que todos os que atuam na empresa tenham
acesso à informação.
(C) permitir que a maioria dos empregados da organização
trabalhe em home office.
(D) assegurar que a totalidade dos trabalhadores participe
das reuniões de equipe de seu setor.
(E) promover oportunidades on-line para troca de
experiências entre funcionários novatos e veteranos.

Gabarito: B

No último parágrafo, a autora do artigo afirma que “We can


ensure that everyone has access to the same. We can then
build culture and promote collaboration in a truly global and
inclusive way” (Podemos garantir que todos tenham acesso
às mesmas informações. Podemos, então, construir cultura
e promover a colaboração de uma forma verdadeiramente
global e inclusiva), ou seja, para ela, a viabilização de um
trabalho colaborativo verdadeiramente irrestrito e inclusivo
depende de garantir que todos tenham acesso à informação.
QUESTÃO 32
_22_1FUV_1F_ING_LZ_L1_Q03

From the very first time I’ve blessed my eyes on you, girl
My heart says: Follow through
But I know now that I’m way down on your line
But the waiting feel is fine […]

I don’t wanna wait in vain for your love


I don’t wanna wait in vain for your love

‘Cause the summer is here


I’m still waiting there
Winter is here
And I’m still waiting there
Bob Marley. “Waiting In Vain”. Exodus. Island Records, 1977.

Na canção, ao se dirigir diretamente à pessoa amada, o eu


lírico se mostra

(A) triste por não conseguir desistir de amá-la.


(B) capaz de esperar pelo amor dela.
(C) frustrado por ter nutrido expectativas inúteis.
(D) incrédulo sobre seu relacionamento.
(E) decidido a abandoná-la ao final da estação.

Gabarito: B

A canção é a declaração de um eu lírico que não quer esperar


em vão por um amor, no entanto ele se mostra capaz de
esperar pelo amor da pessoa a quem se dirige, como no
verso “But the waiting feel is fine” e na última estrofe, na
qual fala que continua esperando conforme a passagem das
estações.
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 33 A 35

The dogs of ancient Europe probably looked a lot like


the mutts roaming Europe today, new DNA discoveries from
dog fossils suggest. In the ongoing debate over how many
times dogs were domesticated from wolves, this new study
suggests it happened just once.
Dogs are the very first species that humans tamed,
but the details surrounding dogs’ origins are a little fuzzy.
Now, ancient DNA extracted from two 7,000-year-old and
4,700-year-old dog fossils discovered in Germany offer
scientists a glimpse at dog evolution. Modern dogs probably
descended from just one population that lived continuously
in Europe for millennia, according to the research led by
Krishna Veeramah at Stony Brook University.
Our furry friends likely evolved from a population of
wolves domesticated sometime between 20,000 and 40,000
years ago. Exactly who domesticated these wolves, when,
and how many times, is still a mystery, and scientists don’t
agree on the answer. Dogs were probably domesticated
by accident, when wolves began trailing ancient hunter-
gatherers to snack on their garbage. Docile wolves may
have been slipped extra food scraps, the theory goes, so
they survived better, and passed on their genes. Eventually,
these friendly wolves evolved into dogs. “People want a
story that someone picked up a wolf cub and made a dog
— but it’s been a much more complex process than that,”
Veeramah says.
Rachel Becker. “Prehistoric fossils suggest modern dogs
evolved from a single population of wolves”. Disponível em:
<https://www.theverge.com>. Acesso em: 13 jul. 2021.

QUESTÃO 33
_22_1FUV_1F_ING_LZ_L1_Q02

Os resultados do estudo mencionado no artigo revelam


a probabilidade de que a espécie moderna de cachorros
remonta

(A) a apenas uma população que viveu fora da Europa


durante cerca de 2 300 anos.
(B) a populações dos lobos que eram mais hábeis e ferozes
na caça.
(C) a uma única população que habitou o continente
europeu por mais de mil anos.
(D) a populações que se alimentavam exclusivamente de
lixo descartado por humanos.
(E) a uma fusão de pequenas populações que viviam na
Alemanha há mais de 4 milênios.

Gabarito: C

No segundo parágrafo do texto, a autora apresenta o


resultado do estudo que analisou fósseis de 7 mil e de
4 700 anos: “Modern dogs probably descended from
just one population that lived continuously in Europe for
millennia”. Nota-se, nesse trecho, a presença de uma série
de palavras cognatas que facilitam a compreensão da ideia,
como “modern”, “probably”, “descended”, “population”,
“Europa”, “millennia”. Assim, é possível compreender
que, de acordo com o texto, os cachorros modernos
provavelmente descenderam de uma única população que
viveu continuamente na Europa por milênios.
QUESTÃO 34
_22_1FUV_1F_ING_LZ_L1_Q01

A citação do comentário da pesquisadora Krishna


Veeramah no último parágrafo do artigo permite inferir
que a expectativa popular em relação ao processo de
domesticação dos lobos que resultou na evolução dos
cachorros é

(A) irreal, pois tem como base um mito da Antiguidade.


(B) simplista, pois desconsidera a complexidade do
processo evolutivo.
(C) científica, pois reconhece a dificuldade de se alcançar
respostas concretas.
(D) coerente, pois considera as evidências científicas que
levam à origem dos cães.
(E) fundamentada, pois pondera sobre o processo básico
que leva à evolução de uma espécie.

Gabarito: B

Na citação da autora, lê-se: “As pessoas querem uma história


de que alguém pegou um filhote de lobo e o transformou
em um cachorro – mas o processo foi muito mais complexo
do que isso”. Considerando a fala da pesquisadora de que
a domesticação dos lobos foi um processo muito mais
complexo do que se imagina, pode-se inferir que a história
que as pessoas querem, é, por oposição, muito simplista
(pegar um filhote de lobo e transformá-lo em um cachorro)
e distante da realidade desse processo biológico.
QUESTÃO 35
_22_1FUV_1F_BIO_GS_L1_Q05

De acordo com as informações contidas no texto, como a


teoria de Darwin explicaria a domesticação dos lobos?

(A) Mutações aleatórias levaram ao surgimento de lobos


mais dóceis.
(B) Para obter alimentos junto aos humanos, os lobos se
tornaram mais dóceis.
(C) Os lobos que eram mais dóceis passaram a receber
alimentos e a viver junto aos humanos.
(D) Os lobos que eram alimentados pelos humanos
passaram a ter um comportamento mais dócil.
(E) Os humanos selecionavam as ninhadas de lobos que se
tornaram dóceis para cruzarem entre si.

Gabarito: C

De acordo com a teoria da evolução das espécies de


Darwin, indivíduos que são mais adaptados naturalmente a
determinada situação e ambiente sobrevivem. Dessa forma,
Darwin considerava que o ambiente seleciona os indivíduos
naturalmente adaptados (seleção natural). O texto indica
que os lobos passaram a viver mais próximos do ser humano
em busca de restos de alimentos, o que acidentalmente
causou o início da domesticação desses animais. Pela teoria
de Darwin, os lobos que eram naturalmente mais dóceis
conseguiram se aproximar dos humanos, recebendo restos
de alimentos, e, assim, passaram a conviver com eles e a ter
maiores chances de sobrevivência e maiores possibilidades
de passar essa característica aos descendentes.
QUESTÃO 36
_22_1FUV_1F_BIO_GS_L1_Q02

Esse tipo celular exibe algumas particularidades, como a


presença de uma parede celular, que envolve a membrana
plasmática, e duas organelas adicionais – os plastídios
(sendo o cloroplasto o principal) e o vacúolo. A parede celular
é uma das principais características que diferencia essa
célula das demais e determina, em grande parte, o tamanho
e a forma celular, limitando a expansão do citoplasma por
variações osmóticas do meio.
Disponível em: <https://midia.atp.usp.br>.
Acesso em: 16 ago. 2021. (Adaptado)

O tipo celular descrito e o principal componente de sua


parede celular são, respectivamente,

(A) célula bacteriana e peptidoglicano.


(B) célula fúngica e hemicelulose.
(C) célula vegetal e celulose.
(D) célula fúngica e pectina.
(E) célula vegetal e quitina.

Gabarito: C

A célula descrita é a célula vegetal. Assim como outras células


eucarióticas, a célula vegetal apresenta núcleo organizado
e diversas organelas membranosas em seu citoplasma.
A presença de parede celular, plastídios (cloroplasto) e
vacúolos é a principal característica da célula vegetal. A
parede celular da célula vegetal é composta principalmente
de celulose, mas pode conter também lignina e suberina,
que se encontram imersas em uma matriz composta de
polissacarídeos.
QUESTÃO 37
_22_1FUV_1F_BIO_CX_L1_Q01

Resultados recentes de estudos com o ácido valproico


(VPA), medicamento usado há décadas para tratar
convulsões, indicam que a droga pode interagir com a
conformação do DNA, além de regular a expressão gênica. A
interação com o DNA foi documentada em artigo publicado
no International Journal of Biological Macromolecules
e é parte de um projeto que estuda os mecanismos de
ação do VPA. “Elucidar os mecanismos de ação da droga
é importante, pois abre caminho para novas pesquisas
farmacológicas”, comenta Maria Luiza Silveira Mello,
coordenadora do projeto.
Chloé Pinheiro. “Droga anticonvulsiva pode modificar o DNA e
interagir com proteínas dos cromossomos”. Disponível em:
<https://agencia.fapesp.br>. Acesso em: 13 ago. 2021. (Adaptado)

De acordo com o texto, o ácido valproico pode interagir


com o(a)

(A) carioteca.
(B) cariolinfa.
(C) centrômero.
(D) nucleossomo.
(E) nucleoplasma.

Gabarito: D

O texto afirma que o ácido valproico interage com a


conformação do DNA. No núcleo, as moléculas de DNA
associam-se às proteínas histonas, formando um conjunto
denominado nucleossomo. As histonas conferem maior
estabilidade à molécula de DNA, e o nível de empacotamento
do DNA é responsável por parte da regulação gênica que
ocorre sobre essa molécula. Dessa forma, para que o ácido
valproico possa interagir e modificar a conformação do
DNA, o medicamento deve interagir com o nucleossomo.
QUESTÃO 38
_22_1FUV_1F_BIO_HJ_L1_Q01

Uma equipe de cientistas internacionais encontrou


um fóssil de um bilhão de anos com dois tipos distintos
de células que pode ser o primeiro animal multicelular já
registrado. O fóssil, denominado Bicellum brasieri, mostra
um organismo que se encontra entre um animal unicelular e
um multicelular. [...] O fóssil foi encontrado em Loch Torridon,
nas Terras Altas do Noroeste da Escócia. Por conta da sua
preservação excepcional, os cientistas conseguiram analisá-
-lo em nível celular e subcelular. A rocha na qual o fóssil foi
encontrado era de um ambiente de água doce, ao contrário
do que era antes observado em ambientes aquáticos ligados
ao surgimento de vida complexa.
Laura Pancini. “Descoberta de fóssil de 1 bilhão de
anos traz nova teoria sobre evolução”. Disponível em:
<https://exame.com>. Acesso em: 16 ago. 2021.

A descoberta do registro fóssil Bicellum brasieri é de grande


relevância para a Ciência porque

(A) evidencia o desenvolvimento da vida multicelular


complexa a partir de água doce.
(B) evidencia que a origem da vida na Terra é anterior ao
que se sabia até o momento.
(C) prova que a evolução da vida na Terra é mais recente do
que se sabia anteriormente.
(D) prova que organismos multicelulares complexos
surgiram primeiramente em água doce.
(E) descarta a possibilidade de desenvolvimento de vida
complexa primeiramente nos oceanos.

Gabarito: A

De acordo com o texto, o fóssil encontrado é uma transição


entre um organismo unicelular e um organismo multicelular
mais complexo. Por ter sido encontrado em rochas que
foram cobertas com água doce, o registro é uma evidência
de que a vida mais complexa pode ter evoluído a partir de
eventos ocorridos nesse tipo de ambiente, e não apenas
nos oceanos, como se imaginava anteriormente. Um fóssil
é uma evidência evolutiva que deve ser considerada em
conjunto com outros registros e que auxilia na definição
– mas que não define por si só – do histórico completo da
biologia evolutiva.
QUESTÃO 39
_21_1FUV_1F_BIO_CX_L1_Q02

Apesar de sua aparente simplicidade estrutural, as


bactérias que habitam a Terra têm alcançado um imenso
sucesso evolutivo. Esse êxito pode ser comprovado pela
antiguidade dessas criaturas surgidas há milhões de anos e
por sua adaptação aos mais diversos ambientes terrestres.
Desse modo, para esses microrganismos, o corpo humano
é apenas mais um local a ser ocupado e colonizado. A
simplicidade celular das bactérias e seu genoma enxuto,
em comparação com o dos eucariontes, podem não
deixar a entrever a eficiência desses componentes da flora
microbiana humana como organismos voltados quase que
unicamente para se multiplicar.
Jerry Carvalho Borges. “Pequenos hunos”. Disponível em:
<http://cienciahoje.org.br>. Acesso em: 12 ago. 2021. (Adaptado)

A simplicidade citada no texto pode ser exemplificada pela


presença de

(A) DNA circular com histonas associadas.


(B) plasmídeos envoltos por uma membrana nuclear.
(C) mesossomos, estruturas responsáveis pela respiração
celular.
(D) parede celular de lignina, estrutura exclusiva desses
organismos.
(E) vacúolo central, estrutura responsável pela
osmorregulação celular.

Gabarito: C

A célula procarionte bacteriana não apresenta organela


específica para a respiração celular, como é o caso da
mitocôndria, presente na célula eucarionte animal. Nas
bactérias, a membrana plasmática apresenta invaginações,
denominadas mesossomos, que são responsáveis pelo
aumento da superfície celular e pela respiração celular.
QUESTÃO 40
_22_1FUV_1F_BIO_CX_L1_Q03

Nas Américas, estima-se que de 6 a 8 milhões de pessoas


estejam infectadas com o parasita Trypanosoma cruzi,
que causa a doença de Chagas. No entanto, a maioria das
pessoas (sete em cada dez) desconhece sua condição devido
à ausência de sintomas clínicos. Mais de 10 mil pessoas
morrem a cada ano em consequência de complicações
clínicas da doença, e cerca de 75 milhões de pessoas na
região correm o risco de contraí-la.
“OPAS: 70% das pessoas com Chagas não sabem que estão infectadas”.
Disponível em: <https://www.paho.org>.
Acesso em: 16 ago. 2021. (Adaptado)

Durante a manifestação da doença citada no texto, a pessoa


infectada pode apresentar

(A) anemia e acessos febris.


(B) acessos febris e cegueira.
(C) anemia e lesões neurológicas.
(D) meningoencefalite e miocardite.
(E) insuficiência cardíaca e cegueira.

Gabarito: D

O texto fala sobre a doença de Chagas, cujas manifestações


podem ser agudas ou crônicas. Na manifestação aguda,
a pessoa infectada pode falecer devido à miocardite ou
à meningoencefalite. Na manifestação crônica, a pessoa
infectada também apresenta problemas neurológicos
(lesões) e cardíacos (insuficiência cardíaca), além de
problemas no trato digestivo (dilatação de algumas partes,
como esôfago e cólon). A manifestação crônica da doença
envolve ainda um período de dez a trinta anos em que não
aparecem sintomas clínicos, e, por isso, muitas pessoas
desconhecem sua condição.
QUESTÃO 41
_22_1FUV_1F_BIO_CX_L1_Q02

As descobertas da genética preencheram um espaço


significante na teoria de Darwin, especialmente ao substituir
o conceito de herança por meio da mistura de sangue para
dar lugar ao funcionamento dos genes. Com a redescoberta
dos trabalhos de Mendel, surge a teoria sintética da
evolução, também conhecida como neodarwinismo. [...]
“A teoria da evolução é consolidada, mas não é imutável.
Ela pode ser acrescida de novos processos, novas ideias
e elementos que venham a explicar fatos que já foram
observados no passado, mas não puderam ser explicados
naquele momento.”.
“Evolução não é melhora, é mudança”. Disponível em:
<https://www2.ufjf.br>. Acesso em: 13 ago. 2021.

Assinale a alternativa cuja frase está de acordo com as


novas ideias evolucionistas surgidas após a redescoberta
dos estudos de Mendel.

(A) Bactérias adquiriram resistência a um antibiótico e se


multiplicaram.
(B) Insetos de uma plantação sofreram mutações para se
adaptar ao inseticida.
(C) Plantas mutantes que são mais resistentes podem
sobreviver ao período seco.
(D) Tentilhões de Galápagos desenvolveram bicos maiores
para comer sementes maiores.
(E) Corais do Mar Mediterrâneo se acostumaram com a
água mais quente e sobreviveram.

Gabarito: C

O neodarwinismo, ou teoria sintética da evolução, utiliza


mecanismos genéticos para explicar a variabilidade das
características dos seres vivos, como as mutações e a
recombinação genética, que geram variabilidade genética e
são processos aleatórios. A variabilidade não é gerada pela
necessidade dos seres vivos, nem é intencional. Os seres
vivos que apresentam as características mais adaptadas
às condições ambientais às quais estão submetidos
são selecionados naturalmente, sobrevivendo e se
multiplicando.
QUESTÃO 42
_22_1FUV_1F_BIO_GS_L1_Q01

Em Biologia evolutiva, o termo “apomorfia” faz referência


a uma novidade evolutiva, ou seja, uma característica recente
derivada de determinada característica primitiva de uma
espécie ancestral. A figura ilustra um cladograma hipotético
indicando três apomorfias (1, 2 e 3) que originaram quatro
grupos diferentes (A, B, C+ e D).
A B C+ D

1
Tempo

Disponível em: <https://midia.atp.usp.br>. Acesso em: 16 ago. 2021.

É correto afirmar que os grupos

(A) C+ e D são parafiléticos, definidos pela apomorfia 1.


(B) B e C+ são parafiléticos quando excluem o grupo D.
(C) B, C+ e D são polifiléticos, definidos pela apomorfia 2.
(D) A, B, C+ e D são polifiléticos, definidos pela apomorfia 3.
(E) A e C+ são monofiléticos quando excluem os grupos B e D.

Gabarito: B

Grupos definidos por determinada apomorfia são


ditos monofiléticos, uma vez que uma única linhagem
ancestral inclui todos os seus descendentes. Assim, na
figura apresentada, a apomorfia 1 determina os grupos
monofiléticos C+ e D; a apomorfia 2 determina os grupos
monofiléticos B, C+ e D; a apomorfia 3 determina os
grupos monofiléticos A, B, C+ e D. Grupos polifiléticos são
determinados pela exclusão de mais de uma linhagem
descendente; por exemplo, A e C+, excluindo B e D, são
polifiléticos. Já os grupos parafiléticos são aqueles que
excluem apenas uma das linhagens descendentes. Dessa
forma, considerando, por exemplo, apenas os grupos B e C+,
há um agrupamento parafilético, pois o grupo D foi excluído
e, assim, não estão incluídos todos os descendentes de um
ancestral (determinado pela apomorfia 2).
QUESTÃO 43
_22_1FUV_1F_BIO_HJ_L1_Q05

Parecem cogumelos gelatinosos – vermelhos, azuis,


verdes, alaranjados, amarelos, até mesmo luminescentes
– que se movem pelo mar como se dançassem. Aprecie,
mas não se aproxime muito: há espécies venenosas, e um
simples esbarrão pode provocar envenenamentos fatais. Eis
os cnidários, grupo de organismos antigamente chamados
de celenterados, representado pelos pólipos, águas-vivas,
hidras e medusas.
Francisco Bicudo. “Testemunhas da terra primitiva”. Disponível em:
<https://revistapesquisa.fapesp.br>. Acesso em: 17 ago. 2021. (Adaptado)

O comparativo entre cogumelos e cnidários feito pelo


autor é

(A) filogeneticamente adequado, já que os cogumelos são


os ancestrais dos demais metazoários.
(B) taxonomicamente apropriado, já que os cogumelos
são representantes de metazoários, assim como os
cnidários.
(C) taxonomicamente inapropriado, pois, embora
pertençam ao mesmo domínio, são representantes de
reinos distintos.
(D) filogeneticamente incorreto, pois, embora tenham
ancestrais comuns, os dois grupos pertencem a
domínios diferentes.
(E) fisiologicamente correto, já que cogumelos e cnidários
são seres unicelulares cuja célula apresenta uma única
função.

Gabarito: C

Ao comparar cogumelos (fungos) e cnidários, o autor faz


referência apenas ao formato do corpo dos organismos que
representam esses dois grupos de seres vivos. No entanto,
eles são distintos taxonomicamente. Embora ambos
pertençam ao domínio Eukarya e sejam eucariontes, os
cogumelos pertencem ao reino Fungi, enquanto os cnidários
são animais invertebrados pertencentes ao reino Metazoa.
QUESTÃO 44
_22_1FUV_1F_BIO_HJ_L1_Q03

Em 2019, o cientista He Jiankui foi condenado por


ter realizado edição genética embrionária em embriões
humanos (antes da diferenciação de todas as células
adultas), resultando no nascimento de Lulu e Nana, crianças
que carregam cópias alteradas de um gene relacionado à
suscetibilidade dos indivíduos ao vírus HIV. Por anos, Lulu,
Nana e outro bebê foram as únicas pessoas com genes
editados no planeta. Mas isso pode estar prestes a mudar.
Entrou em cena a edição de “células somáticas”, uma nova
técnica que está sendo desenvolvida atualmente para
tratar uma série de doenças devastadoras. A tecnologia é
vista como um grande avanço no tratamento de alguns dos
transtornos hereditários mais intratáveis, assim como de
doenças comuns. Esse método, em vez de alterar o genoma
de uma pessoa enquanto ela é um óvulo fertilizado ou um
embrião em uma placa de Petri, visa alterar células comuns,
como aquelas de órgãos específicos, como o olho.
Zaria Gorvett. “As mutações genéticas perigosas ou acidentais
que podem mudar o futuro da humanidade”. Disponível em:
<https://www.bbc.com>. Acesso em: 16 ago. 2021. (Adaptado)

Com relação às edições genéticas descritas no texto, é


esperado que

(A) os descendentes de Lulu e Nana, que passaram pela


edição genética embrionária, possam transmitir o gene
editado para os seus filhos.
(B) a frequência de genes editados pelo método de edição
de células somáticas aumente na população ao longo do
tempo por meio da reprodução.
(C) os descendentes de indivíduos que tenham passado por
edição de células somáticas apresentem a característica
de seu genitor originada pelo gene editado.
(D) as mutações geradas pela edição gênica embrionária
impeçam o surgimento de mutações em células
somáticas na fase adulta.
(E) o gene mutado pela edição de células somáticas seja
extinto da população ao longo das gerações.

Gabarito: A

Segundo o texto, a edição gênica, que compreende a


mutação induzida e direcionada do gene, realizada nas
crianças Lulu e Nana ocorreu na fase embrionária, antes da
diferenciação celular. Dessa maneira, todas as células de seus
corpos carregam a mutação induzida, inclusive as células
germinativas. Com isso, a mutação pode ser transmitida e
permanecer na população ao longo das gerações.
No caso do método de edição de células somáticas, a edição
gênica é realizada em células somáticas (e não em células
germinativas), e, por isso, a característica não é passada de
forma hereditária; consequentemente, não há aumento da
frequência desse gene na população.
QUESTÃO 45
_21_ENEM_HIS_PH_L3_Q02

O mais recente artigo do Centro Nacional Francês de


Pesquisa Científica (CNRS) revelou a descoberta de Kunara,
uma cidade perdida de quatro mil anos na Mesopotâmia
(na atual região federal autônoma do Curdistão iraquiano)
[...]. Pedras raras, como obsidiana, eram usadas para
produzir ferramentas inteiramente comuns, o que mostra
que a cidade deve ter sido bastante próspera. Essa abertura
em relação ao mundo e à riqueza também é ilustrada pela
presença de vários moldes para lâminas de metal.
Alana Sousa. “Missão arqueológica descobre cidade perdida
de 4 mil anos na Mesopotâmia”. Disponível em:
<https://aventurasnahistoria.uol.com.br>.
Acesso em: 17 dez. 2020. (Adaptado)

A região onde se encontra o sítio arqueológico de Kunara


era dominada pelos reis acadianos e retratada nas fontes
históricas até então disponíveis como arcaica, isolada e
pobre. No entanto, o texto indica que essa localidade era
avançada, pois

(A) estava sob o domínio dos egípcios.


(B) dominava técnicas da Idade do Bronze.
(C) objetivava ser um posto avançado da cultura grega.
(D) resistia fortemente armada à dominação babilônica.
(E) funcionava como ancoradouro da frota militar acadiana.

Gabarito: B

O sítio arqueológico de Kunara está situado precisamente


no território da atual região federal autônoma do Curdistão
iraquiano. A região era considerada de fronteira, pois se
situava no limite do controle mesopotâmico. A descoberta
de moldes para lâminas de metal indica o conhecimento de
metalurgia da Idade do Bronze por essa civilização, ou seja,
a região era avançada e próspera.
QUESTÃO 46
_22_1FUV_1F_HIS_PH_L1_Q01

[…] de Sua mão somos isso que somos: e o que temos


não teríamos, se da Sua mão e vontade não o tivêssemos, e
de todo essa terra que te deixo, daqui de Estorga até Leão,
não pereças dela um palmo, que eu ganhei com grande
fadiga e trabalho.”
Duarte Galvão. Crónica de El-Rey D. Afonso Henriques.
José Mattoso (Ed. crítica). Coimbra: Imprensa Nacional
– Casa da Moeda, 1995. p. 21-2. (Adaptado)

A Crónica de El-Rey D. Afonso Henriques é uma compilação


de crônicas escrita por Duarte Galvão em 1505 sobre esse
rei português que governou entre 1143 a 1185. No trecho
selecionado, evidencia-se o(a)

(A) sentido de missão divina ao Reino de Portugal, aspecto


oportuno naquele contexto de guerra religiosa contra
os muçulmanos na Península Ibérica.
(B) caráter econômico liberal da formação do Reino de
Portugal, constituído pela compra de terras junto aos
reinos cristãos e muçulmanos vizinhos.
(C) política de colaboração entre cristãos e muçulmanos
na Península Ibérica, fato resultante da permanência
desses últimos por mais de quatro séculos na região.
(D) resistência dos nativos lusitanos à invasão romana;
assim, ali nascia a identidade cultural, política e nacional
dos portugueses.
(E) conquista do Novo Mundo pelo Reino de Portugal,
elemento presente nas narrativas históricas e
laudatórias desse feito.

Gabarito: A

A Crónica de El-Rey D. Afonso Henriques é uma compilação


de crônicas escrita por Duarte Galvão em 1505. O trecho
reflete o contexto histórico da formação do Reino de
Portugal e da guerra de expulsão dos povos muçulmanos da
Península Ibérica. Dom Afonso Henriques foi o primeiro rei
de Portugal, e o texto é uma narrativa de seu pai, conde D.
Henriques, que em seu leito de morte teria lhe incumbido
de manter o território do reino, atribuindo o fato à vontade
de Deus (como se observa no uso do sujeito oculto no
pronome “Sua”). O destaque divino ao território do reino
marca o ideal expansionista religioso que constituiu a
formação do Reino de Portugal naquele momento histórico.
QUESTÃO 47
_21_1FUV_1F_HIS_PH_L1_Q10

À branda viração tremeu um pouco, e logo,


Inda pálida e tênue, ergueu-se. Mais violento,
Mais rápido soprou por sobre a chama o vento:
E o que era labareda, agora ígnea serpente
Gigantesca, estirando o corpo, de repente
Desenrosca os anéis flamívomos*, abraça
Toda a cidade, estala as pedras, cresce, passa,
Rói os muros, estronda, e, solapando o solo,
Os alicerces broca, e estringe tudo. Um rolo
De plúmbeo e denso fumo enegrecido em torno
Se estende, como um véu, do comburente forno.
Olavo Bilac. “Delenda Carthago!”. Panóplias. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 25 out. 2021.

* que expele chamas.

Nesse trecho do poema “Delenda Carthago!”, Bilac descreve


o final da Terceira Guerra Púnica (150-146 a.C.), que teve
como um de seus efeitos o(a)

(A) aliança entre Cartago e Numídia.


(B) cerco a Roma pelo Exército Cartaginês.
(C) perda do território da Numídia para Roma.
(D) escravização do povo cartaginês por Roma.
(E) avanço cartaginês sobre a Península Ibérica.

Gabarito: D

O texto-base é um excerto do poema “Delenda Carthago!”,


de Olavo Bilac, parte do livro Panóplias. O título faz
referência à ideia fixa de Catão, o velho político romano
que persistentemente propôs ao Senado a necessidade de
reiniciar a guerra contra os cartagineses, dando origem à
locução latina que se tornou célebre: “Carthago delenda
est”, que significa algo como “ainda assim, considero que
Cartago deve ser destruída”. O poema é dividido em três
partes, obedecendo a uma lógica temporal; na primeira,
são retratados os preparativos para a guerra entre Roma e
Cartago; na segunda, faz-se alusão à batalha em si; e, por
fim, na terceira, da qual é extraído o trecho apresentado,
aborda-se a destruição de Cartago. Formado ao todo por
20 versos, a terceira parte do poema descreve o incêndio
de Cartago, ocorrido em 146 a.C. após a cidade ter sido
sitiada pelas tropas romanas, o que interrompeu a chegada
de suprimentos e permitiu o enfraquecimento de suas
defesas e a investida final sobre suas muralhas. A conquista
de Cartago pelos romanos marcou o início da expansão
romana sobre o norte da África e a submissão de diversos
povos ao escravismo romano.
QUESTÃO 48
_22_1FUV_1F_HIS_PH_L1_Q04

Entre 1500 e 1535, a principal atividade econômica foi


a extração do pau-brasil. À medida que a madeira foi se
esgotando no litoral, os europeus passaram a recorrer aos
índios para obtê-la. O trabalho coletivo, especialmente a
derrubada de árvores, era uma tarefa comum na sociedade
Tupinambá e, por isso, podia integrar-se com relativa
facilidade aos padrões tradicionais da vida indígena. Os
índios forneciam a madeira e, em menor escala, farinha de
mandioca, trocadas por peças de tecido, facas, canivetes e
quinquilharias, objetos de pouco valor para os portugueses.
Boris Fausto. História do Brasil.
São Paulo: Edusp, 1996. p. 23. (Adaptado)

No texto, observa-se que a exploração do pau-brasil


realizada nos primeiros trinta anos após a chegada dos
portugueses ao Brasil

(A) aprimorava as técnicas indígenas de corte da madeira.


(B) trocava o trabalho indígena por ensinamentos cristãos.
(C) impedia a criação de reduções jesuíticas.
(D) atrapalhava a rotina de trabalho dos indígenas.
(E) utilizava a mão de obra indígena livre disponível.

Gabarito: E

O texto indica que a atividade de extração de madeira já


fazia parte da rotina dos indígenas, portanto os portugueses
incorporaram a atividade dos indígenas livres à sua
atividade de exploração, por meio do escambo por produtos
europeus.
QUESTÃO 49
_22_1FUV_1F_HIS_PH_L1_Q02

Contrapondo-se ao grande e poderoso Exército


Castelhano que impunha o cerco [a Lisboa], os portugueses
se defendiam com bandeiras de S. Jorge, o santo guerreiro.
[…] Numa resposta divina, uma peste é enviada somente ao
Exército Castelhano, e o fato de Deus estar realmente ao
lado dos portugueses, de acordo com Fernão Lopes, foi que,
apesar da grande “pestellemça” e de serem colocados perto
de castelhanos infectados, os prisioneiros portugueses não
foram acometidos pela moléstia.
Adriana Maria de Souza Zierer. “O papel da guerra na legitimação
simbólica de D. João I, o Messias de Lisboa (1383/1385-1433)”.
Métis: História & Cultura, v. 6, n. 11, jan./jun. 2007. p. 228-9. (Adaptado)

O texto se refere à Batalha de Ajubarrota (1385).


Considerando seus conhecimentos sobre a formação de
Portugal, é correto afirmar que, nessa batalha, a vitória do
Mestre de Avis – depois coroado como João I – foi possível
porque o

(A) Reino de Castela era considerado herege dada a


conversão de seu rei e da Corte ao islã.
(B) bacilo da peste bubônica e as explicações sobrenaturais
foram utilizados como recurso militar.
(C) rei Felipe de Aragão deslocou seus principais soldados
para defender o reino da invasão muçulmana.
(D) papa Fernão Lopes atribuía ao novo rei sentidos místicos
estranhos ao conjunto da sociedade portuguesa.
(E) enriquecido grupo mercantil português o apoiou por
quase dois anos na luta contra Castela e a nobreza.

Gabarito: E

O texto apresenta a maneira como Fernão Lopes, o cronista


de Dom João I de Portugal, relatou um sentimento de
sua época, que atribuía à nova dinastia portuguesa uma
legitimação divina. Apesar de ser filho bastardo, Dom João,
Mestre de Avis, conseguiu ascender ao trono graças às
vitórias militares que obteve e ao apoio financeiro recebido
da camada mercantil de Portugal para manter a luta por
quase dois anos contra Castela.
QUESTÃO 50
_22_1FUV_1F_HIS_PH_L1_Q03

Disponível em: <https://www.dayalstudio.com>.


Acesso em: 21 set. 2021.

Os portugueses foram os primeiros a questionar a visão


que o homem medieval tinha sobre o então desconhecido
Oceano Atlântico, à época conhecido como Mar Tenebroso.
Dentre os motivos que explicam o pioneirismo desse povo,
destaca-se o(a)

(A) conquista da população litorânea africana, que estava


habituada a navegar regiões distantes da costa.
(B) assinatura do Tratado de Toledo, que lhes garantiu a
posse de todas as terras ao norte das Ilhas Canárias.
(C) financiamento do Estado para o desenvolvimento
dos conhecimentos náuticos, que levaram ao
aperfeiçoamento das caravelas.
(D) retorno às técnicas da Antiguidade, como a observação
do Cruzeiro do Sul, que forneceria uma localização
precisa da embarcação.
(E) adoção de remos nas embarcações, o que garantiria o
movimento necessário para realizar o retorno à Portugal
à revelia dos ventos.

Gabarito: C

O aprimoramento técnico das caravelas – que se tornaram


velozes por aproveitarem melhor os ventos – e a utilização
de equipamentos como o astrolábio (invenção grega), o
quadrante, a bússola (invenção chinesa), a balestilha e
as cartas náuticas, que serviam para dar maior precisão
durante a navegação, além do incentivo da Coroa portuguesa
a viagens exploratórias, são fatores que explicam o
pioneirismo português na era das Grandes Navegações.
QUESTÃO 51
_22_1FUV_1F_HIS_PH_L1_Q05

O navegante William Dampier conta que encontrara, na


cidade de Salvador, um “tal senhor Cock, um comerciante
inglês, que parece nunca ter cuidado de nenhum negócio
pela simples razão de que são raríssimos os navios ingleses
que aportam aqui”. Dampier ainda apontava a passagem
de um comerciante holandês e dois franceses, mas explicava
que “todos tiveram as suas mercadorias transmitidas da e
para a Europa em navios portugueses, pois os de outras
nações não são admitidos no comércio daqui.”.
Jean Marcel França. A construção do Brasil na literatura de viagem.
Rio de Janeiro: José Olympio, 2012. p. 460. (Adaptado)

Considerando que o relato retrata uma situação comum ao


Brasil Colônia, identifique a alternativa correta.

(A) O parco comércio internacional dava-se pela política


prioritária de desenvolvimento de manufaturas na
colônia.
(B) O número reduzido de navios estrangeiros no porto de
Salvador indica que as operações comerciais no Brasil
eram regidas pelas regras do Pacto Colonial.
(C) A presença de negociantes estrangeiros em Salvador
demonstra o funcionamento da economia de livre
comércio praticada por Portugal.
(D) A contratação de navios portugueses para o transporte
de mercadorias barateava as operações e aumentava os
lucros para os estrangeiros.
(E) A Revolução Gloriosa na Inglaterra gerou uma crise
econômica que desempregou milhares de comerciantes,
como o senhor Cock.

Gabarito: B

O relato dá conta das observações de um navegador inglês


sobre o movimento do porto de Salvador, Bahia, em sua
passagem por lá. O foco da narrativa está na diminuta
presença de comerciantes estrangeiros e no detalhe de
que estes tinham suas mercadorias transportadas por
embarcações portuguesas, seja para fazer chegarem
produtos, seja para levá-los do Brasil. Tais condições
de comércio faziam parte da política de exclusivismo
metropolitano, cuja centralização gerava altos lucros para
Portugal, não obstante a existência de comércio paralelo.
QUESTÃO 52
_22_1FUV_1F_HIS_PH_L1_Q07

Noé é o primeiro a fazer uma aliança perpétua entre o


povo hebreu e Javé. Além dele, Abraão, Isaac e depois Jacó
foram, nas suas andanças como nômades, atraindo mais
adeptos para o judaísmo. Assim, durante quatro gerações,
esse povo imigrante viveu no meio de vários outros povos,
sempre acreditando e fazendo cumprir a Aliança com Javé,
fazendo dos seus mitos um caminho a seguir. Até que Javé os
levou, guiados por Moisés, para a terra prometida a Abraão.
Jeferson Rodrigues Ornelas. Hebreus: uma perspectiva histórica
do “Povo de Deus”. Monografia (Bacharelado em História) –
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2006. (Adaptado)

O texto indica uma característica do povo hebreu, que é o


fato de sua religião

(A) ter o monoteísmo como seu principal pilar.


(B) atribuir aos patriarcas o governo civil de seu Estado.
(C) considerar o dualismo o princípio básico de sua cultura.
(D) segregar os valores espirituais dos temporais em sua
história.
(E) valorizar o sentido de secularidade adquirido ao longo
do tempo.

Gabarito: A

A história do povo hebreu está intimamente relacionada


à sua religião, ao seu aspecto monoteísta e ao modo
com que esses valores formam a identidade hebraica.
O texto argumenta que a religião exerce um papel de
política identitária, construindo os ideais de nação e
de nacionalidade, que definem o passado coletivo e a
experiência cultural dos indivíduos.
QUESTÃO 53
_22_1FUV_1F_HIS_PH_L1_Q08

Em seguida colocou o Pelida* os prêmios da rapidez de


[pés:
uma bacia de prata, bem trabalhada, que levava seis
[medidas;
pela beleza vencia de longe qualquer outra da terra,
visto que a tinham forjado os sidônios**, excelentes
[artífices,
e homens fenícios a tinham trazido sobre o mar nebuloso.
Homero. Ilíada. Frederico Lourenço (Trad.).
Lisboa: Cotovia, 2005.
*
nome pelo qual Homero se refere a Aquiles.
**
habitantes de Sídon, cidade fenícia.

Nos versos apresentados, Homero elogia o(a)

(A) vitória fenícia sobre os gregos.


(B) personalidade pacifista de Aquiles.
(C) refinamento da arte metálica fenícia.
(D) superioridade estratégica dos fenícios.
(E) desenvolvimento matemático dos fenícios.

Gabarito: C

Entre as características que mais notabilizaram os fenícios


no quadro das civilizações orientais, está um elevado
progresso da navegação e, justamente, o desenvolvimento
da arte em metais preciosos, que são objeto de elogios
por parte de Homero nos versos apresentados. Sidônios e
fenícios são essencialmente o mesmo povo.
QUESTÃO 54
_22_1FUV_1F_HIS_PH_L1_Q06

Um artigo sobre a forma de vida de uma comunidade


que habitou o Vale do Lech (Alemanha) 4 000 anos atrás
revelou que as mulheres que jaziam junto aos aristocratas
e que compartilhavam seu status não tinham nascido ali. A
análise do esmalte dentário continha elementos químicos
que não as vinculavam à composição da água local, como
acontecia no caso dos homens. Elas tinham crescido longe
dali e chegado para se casar. As únicas mulheres locais eram
pobres, enterradas sem objetos ao redor.
Disponível em: <https://brasil.elpais.com>.
Acesso em: 12 ago. 2021. (Adaptado)

O deslocamento das mulheres após o casamento – prática


conhecida como patrilocalidade – indica que os homens
aristocratas do Vale do Lech desejavam perpetuar os seus
laços aristocráticos. Considerando seus conhecimentos, é
correto afirmar que a patrilocalidade pode ter contribuído
para o(a)

(A) desenvolvimento de comunidades matriarcais.


(B) processo social de desigualdade de gênero.
(C) surgimento de uma sociedade nômade.
(D) prática do comunitarismo na Europa Central.
(E) manutenção da proporção entre homens e mulheres.

Gabarito: B

Pesquisas desenvolvidas na Europa têm mostrado que,


juntamente com o quadro de transformações advindas
da vida sedentária neolítica, que incluem a especialização
do trabalho e a diferenciação social, ocorreram também
mudanças de poder entre os gêneros. O fato de mulheres
pertencentes à aristocracia não apresentarem os mesmos
traços isotópicos dentários que seus parceiros sugere
que elas eram nascidas em outras regiões e que foram
incorporadas à comunidade por meio do casamento.
Deslocadas de suas aldeias e regiões de origem, essa
mulheres ficariam descontextualizadas de seu marco
familiar e social primário, tornando-se mais vulneráveis à
opressão por parte dos companheiros e seu grupo.
QUESTÃO 55
_21_1FUV_1F_HIS_PH_L1_Q08

Desenvolvido desde o século VII a.C. na região do


Peloponeso, o estilo dórico é o mais antigo. A coluna, grossa
e sem base, lembra as arcaicas construções de madeira e
denota a rigidez espartana. A estrutura é composta de
blocos cilíndricos, e o capitel (extremidade superior) tem
pouca decoração.
Agência Fronteira. “Como a arte e a arquitetura gregas
moldaram a noção de belo no Ocidente”. Disponível em:
<https://super.abril.com.br>. Acesso em: 1o out. 2021.

O legado arquitetônico grego influenciou a ordem


arquitetônica do mundo ocidental. O estilo de coluna
descrito no texto corresponde à seguinte imagem:

(A) (D)

(B) (E)

(C)

Gabarito: D

Conforme a descrição do texto-base, o estilo dórico tem


pouquíssimos detalhes decorativos em sua junta rente ao
teto (ângulo privilegiado das imagens). Tal estilo reflete
alguma rusticidade e rigidez do estilo de vida espartano,
voltado para a guerra e para o treinamento militar. O
estilo, apesar de sua origem, é presente na arquitetura
neoclássica a partir do século XIX europeu e norte-
-americano – tome-se como exemplo a construção da Casa
Branca, em Washington.
QUESTÃO 56
_22_1FUV_1F_MAT_RR_L1_Q07 RR

Eratóstenes foi um matemático grego nascido em


275  a.C., que desenvolveu um algoritmo bastante simples
para determinar números primos menores do que um
número dado, o qual não utiliza nenhuma fórmula explícita.
Embora o algoritmo vá se tornando mais lento para
números cada vez maiores, o crivo de Eratóstenes, como
ficou conhecido, ainda é bastante útil nos dias de hoje. [...]
Esse algoritmo consiste em listar os números naturais
até determinado valor e, em seguida, eliminar dessa lista os
múltiplos dos números primos já conhecidos.
A seguir, demonstra-se a aplicação do crivo de
Eratóstenes para a obtenção dos números primos existentes
até 30.
• Determine o maior número a ser checado. Ele
corresponde à raiz quadrada do valor-limite
arredondada para baixo (no caso das raízes não
inteiras). Assim, a raiz quadrada de 30 arredondada
para baixo vale 5.
• Crie uma lista de todos os números inteiros de 2 até o
valor-limite 30.
• Encontre o primeiro número da lista. Trata-se de um
número primo (2).
• Na lista, risque todos os múltiplos de 2 (exceto o
próprio) até o valor-limite.
• Como o próximo número da lista (3) também é primo
e, portanto, não foi riscado na etapa anterior, repete-
-se o procedimento de riscar na lista todos os múltiplos
desse número até o valor-limite.
• Como o próximo número da lista (4) já foi riscado por
ser múltiplo de 2, ele não é primo. Assim, deve-se
passar para o próximo número da lista que ainda não
tenha sido riscado.
• O próximo número da lista é o 5, que, além de ser
primo, é o último número não riscado abaixo da raiz
quadrada do valor-limite, ou seja, é o último valor a
ser checado. Assim, com exceção do próprio 5, riscam-
-se todos os seus múltiplos na lista até o valor-limite.
• Após a conclusão do passo anterior, os números da
lista original que permaneceram sem nenhum risco
representam todos os números primos existentes
até 30.
Disponível em: <http://paginapessoal.utfpr.edu.br>.
Acesso em: 5 out. 2021. (Adaptado)

Considere um aluno que aplique o crivo de Eratóstenes


para determinar todos os números primos existentes até
100. Considere ainda que, nesse processo, cada número
composto (não primo) da lista montada seja riscado tantas
vezes quanto for o número de divisores primos que ele
apresenta.

Nessas condições, após a correta aplicação do crivo de


Eratóstenes, quantos seriam os números da lista com a
maior quantidade de riscos possível?

(A) 2
(B) 3
(C) 4
(D) 5
(E) 6

Gabarito: E

De acordo com o enunciado, a fim de se determinar os


números primos existentes até 100, o maior valor a ser
checado na aplicação do crivo de Eratóstenes é igual a
100 = 10.
De 2 até 10, os únicos primos são 2, 3, 5 e 7. Logo, esses são
os números cujos múltiplos (com exceção deles mesmos)
devem ser riscados na lista com os valores de 2 até 100.
Assim, deve-se verificar quais números da lista têm mais
divisores entre os valores primos 2, 3, 5 e 7. Para isso, pode-
-se efetuar o produto combinado desses quatro fatores para
verificar quais resultados pertencem ao conjunto definido
pela lista. Logo:
• 2 ⋅ 3 ⋅ 5 ⋅ 7 = 210 (fora da lista)
• 3 ⋅ 5 ⋅ 7 = 105 (fora da lista)
• 2 ∙ 5 ⋅ 7 = 70 (dentro da lista)
• 2 ⋅ 3 ⋅ 7 = 42 (dentro da lista)
• 2 ⋅ 3 ⋅ 5 = 30 (dentro da lista)
Como não há outros produtos possíveis que envolvam três
desses quatro fatores, conclui-se que, após a conclusão do
crivo de Eratóstenes, os números compostos mais riscados
teriam três riscos no total. Além disso, deve-se notar que
os valores 60 e 90 (múltiplos de 30) e 84 (múltiplo de 42)
também seriam riscados três vezes cada durante o processo.
Portanto, após a correta aplicação do crivo de Eratóstenes,
ao todo seis números (30, 42, 60, 70, 84 e 90) apresentariam
a maior quantidade de riscos possível (3).
QUESTÃO 57
_22_1FUV_1F_MAT_VM_L1_Q04

Na figura a seguir, a circunferência de centro O e diâmetro


AC apresenta raio R. Além disso, a reta que contém
os pontos C e D é tangente a essa circunferência, e
α = med(BÂC) = med(CÂD).

α
A α C
O

O perímetro do quadrilátero ABCD é igual a:

(A) 2R[sen(α) + 2 ⋅ cos(α) + tg(α)]


(B) 2R[sen(α) + cos(α) + tg(α) + sec(α)]
(C) 2R[sen(α) + cos(α) + tg(α) + cossec(α)]
(D) 2R[sen(α) + cos(α) + cotg(α) + sec(α)]
(E) 2R[sen(α) + cos(α) + cotg(α) + cossec(α)]

Gabarito: B

Inicialmente, deve-se observar que os triângulos ABC e


ACD são retângulos, pois a corda AC é diâmetro e a reta
que contém CD é tangente à circunferência em C. Assim, ao
aplicar a trigonometria no triângulo retângulo ABC, têm-se:
AB
cos ( α ) =
2R
BC
sen( α ) =
2R
Logo, AB = 2R ⋅ cos(α) e BC = 2R ⋅ sen(α).
Ao aplicar a trigonometria no triângulo retângulo ACD,
têm-se:
CD
tg ( α ) =
2R
2R
cos ( α ) =
AD
1
Logo, uma vez que sec ( α ) = , AD = 2R ∙ sec(α) e
cos ( α )
CD = 2R ⋅ tg(α).
Portanto, o perímetro do quadrilátero ABCD é igual
AB + BC + CD + AD = 2R[cos(α) + sen(α) + tg(α) + sec(α)].
QUESTÃO 58
_22_1FUV_1F_MAT_RR_L1_Q03

O brigadeiro e a palha italiana de uma doceira são vendidos


em dois tamanhos de caixa: grande, cujo preço é R$ 5,00, e
pequena, cujo preço é R$ 3,00.
Sabe-se que uma caixa grande contém 3 palhas italianas e
8 brigadeiros, e que uma caixa pequena contém 2 palhas
italianas e 4 brigadeiros.
Considere uma produção dessa doceira composta de 20
palhas italianas e 50 brigadeiros. Além disso, sejam x e y,
respectivamente, o número de caixas grandes e pequenas
que ela deve montar e vender para obter a maior receita
possível com essa produção.

Nessas condições, a diferença x – y é igual a

(A) 4. (C) 0. (E) −4.


(B) 3. (D) −3.

Gabarito: C

Como x é o número de caixas grandes vendidas (R$  5,00


por unidade) e y é o número de caixas pequenas vendidas
(R$  3,00 por unidade), a receita obtida com a venda de
ambos os tamanhos de caixa é expressa por 5x + 3y.
Como há 3 palhas italianas em cada caixa grande e 2 palhas
italianas em cada caixa pequena, dado que existem
20 unidades desse doce, os números x e y devem ser tais
que 3x + 2y = 20.
As soluções naturais dessa equação e o valor obtido pela
venda de todas as caixas, para cada caso, estão indicados na
tabela a seguir.

x y 5x + 3y
0 10 5 ⋅ 0 + 3 ⋅ 10 = 30
2 7 5 ⋅ 2 + 3 ⋅ 7 = 31
4 4 5 ⋅ 4 + 3 ⋅ 4 = 32
6 1 5 ⋅ 6 + 3 ⋅ 1 = 33

Até aqui, a melhor opção é a solução x = 6 e y = 1, mas


ainda falta verificar, para a montagem dessas caixas, a
disponibilidade de brigadeiros, que é, no máximo, de
50 unidades.
Como o número de brigadeiros necessários para montar
6 caixas grandes e 1 caixa pequena é igual a 6 ⋅ 8 + 1 ⋅ 4 =
= 52 > 50, a solução x = 6 e y = 1 deve ser descartada.
A próxima opção da tabela que fornece a maior receita é
a solução x = 4 e y = 4. Como o número de brigadeiros
necessário para montar 4 caixas grandes e 4 caixas
pequenas é igual a 4 ⋅ 8 + 4 ⋅ 4 = 48 < 50, conclui-se que essa
é a solução procurada para os valores de x e y. Portanto,
x − y = 4 – 4 = 0.
Vale destacar que a equação que relaciona o número de
brigadeiros em cada tamanho de caixa com a produção
disponível desse doce é dada por 8x + 4y = 50  ⇒
⇒  4x  +  2y  =  25, que não tem soluções naturais, uma vez
que, para x e y naturais, 4x e 2y resultam em valores pares,
cuja soma jamais poderia resultar em um valor ímpar
(25). Em função disso, a análise foi realizada com base na
quantidade de palhas italianas.
QUESTÃO 59
_22_1FUV_1F_MAT_RR_L1_Q01

No estudo da Acústica, os envelopes sonoros são utilizados


para descrever a variação da intensidade do som produzido
por um instrumento musical em função do tempo de duração
do fenômeno sonoro. Assim, a diferença existente entre os
timbres de cada instrumento musical – o que permite que
uma pessoa seja capaz de distingui-los apenas com auxílio
da audição, inclusive quando as notas produzidas são as
mesmas – pode ser facilmente observada ao se comparar
os envelopes sonoros desses instrumentos.
Ao tocar uma nota no piano, por exemplo, a intensidade
do som cresce abruptamente até atingir o pico, mas,
logo depois, sofre uma pequena queda e mantém-se
aproximadamente constante por um tempo razoável para,
enfim, começar a decrescer de maneira gradativa, até o som
desaparecer por completo.
Ao tocar uma nota no violino, a intensidade do som cresce de
maneira mais lenta do que no exemplo anterior e, ao atingir
o pico, mantém-se constante por bastante tempo antes
de começar a decrescer; porém, quando isso acontece, a
queda na intensidade sonora ocorre – em comparação com
o som produzido pelo piano – de maneira bem mais rápida.
Os envelopes sonoros também podem descrever o som
produzido por objetos que não são necessariamente
instrumentos musicais. Ao estalar os dedos, por exemplo, a
intensidade do som cresce abruptamente como no exemplo
do piano, para, em seguida, decrescer também de forma
abrupta até desaparecer, sem a ocorrência do intervalo de
tempo em que a intensidade sonora se mantém constante,
como no caso dos exemplos anteriormente descritos.
As imagens representam os gráficos cartesianos dos
envelopes sonoros dos três exemplos apresentados, não
necessariamente na ordem em que foram abordados no
texto.

Intensidade
sonora Gráfico I
Tempo

Intensidade
Gráfico II
sonora
Tempo

Intensidade
sonora Gráfico III
Tempo

A associação correta entre os gráficos e os exemplos


mencionados é dada por:

(A) I – Violino; II – Piano; III – Estalar de dedos.


(B) I – Violino; II – Estalar de dedos; III – Piano.
(C) I – Estalar de dedos; II – Piano; III – Violino.
(D) I – Estalar de dedos; II – Violino; III – Piano.
(E) I – Piano; II – Violino; III – Estalar de dedos.

Gabarito: B

Em comparação com os outros dois gráficos, o gráfico I


apresenta crescimento da intensidade sonora mais lento
e intervalo de tempo mais longo, com intensidade sonora
constante, além de queda da intensidade sonora mais
acentuada do que a verificada no gráfico III. Assim, de acordo
com o texto, o gráfico I representa o envelope sonoro da
nota tocada no violino.
O gráfico II é o único que não apresenta um trecho em que a
intensidade sonora se mantém constante. Assim, de acordo
com o texto, o gráfico II representa o envelope sonoro do
estalar de dedos.
Por fim, o gráfico III é o único que apresenta ligeira redução
da intensidade sonora antes do trecho em que a intensidade
sonora se mantém constante. Assim, de acordo com o texto,
o gráfico III representa o envelope sonoro da nota tocada
no piano.
QUESTÃO 60
_22_1FUV_1F_MAT_VM_L1_Q03

  =
Seja um octógono regular ABCDEFGH, em que med GAC  

  
 
=  α, med AGF = β e med ACD = γ, conforme a figura
apresentada.
A B
α

H C
γ

β
G D

F E

A soma α + β + γ vale

(A) 135°.
(B) 180°.
(C) 270°.
(D) 315°.
(E) 360°.

Gabarito: D

Inicialmente, deve-se dividir β e γ em dois outros ângulos


cada, de modo que β = β' + β'' e γ = γ' + γ'', conforme a figura
a seguir:
A B

H γ' C
γ ''

β'
G β'' D

F E
Como os ângulos α, β' e γ' são os ângulos internos do
triângulo ACG, α + β' + γ' = 180°. Além disso, como
ABCDEFGH é um octógono regular, a soma dos seus ângulo
internos mede 180° ⋅ (8 − 2) = 6 ⋅ 180° = 1 080° e cada ângulo
1080°
interno mede = 135°. Ademais, os segmentos BC e FG
8
são paralelos, uma vez que são opostos em um polígono
regular com número par de lados. Assim, β'' = med BCG  ,
( )
pois são ângulos alternos internos; assim, β'' + γ'' = 135°.
Portanto, α + β + γ = α + β' + γ' + β'' + γ'' = 180° + 135° = 315°.
QUESTÃO 61
_22_1FUV_1F_MAT_VM_L1_Q01

Seja xyz um número formado por três algarismos não


necessariamente distintos, em que x é o algarismo das
centenas, y, o das dezenas e z, o das unidades. Além disso,
x, y e z são números primos, e xyz é divisível por 4 e por 9
ao mesmo tempo.

O número em questão é igual a

(A) 252.
(B) 270.
(C) 522.
(D) 552.
(E) 720.

Gabarito: A

Como o número xyz é divisível por 4 e z é um número primo,


z deve ser igual a 2, pois os números primos com um único
algarismo são 2, 3, 5 e 7. Como esse número é divisível por
9, x + y + 2 deve ser igual a 9 ou 18, mas como x e y também
são primos formados por um único algarismo, x e y podem
ser, no máximo, iguais a 7. Assim, x + y + 2 = 9; logo, x + y = 7.
Como x e y devem ser diferentes de zero, x = 2 e y = 5 ou
x = 5 e y =2. Como o número 522 não é divisível por 4, uma
vez que 22 também não é divisível por 4, conclui-se que
x = 2 e y = 5, ou seja, o número em questão é igual a 252.
QUESTÃO 62
_22_1FUV_1F_MAT_RR_L1_Q06

Sejam A e B os centros de duas circunferências congruentes


que se intersectam nos pontos C e D e cujos raios têm a
mesma medida do segmento AB.
Em seguida, considere a reta CD e uma circunferência
de centro C que contenha os pontos A e B, de modo que
E e F sejam os pontos de interseção dessa reta com essa
circunferência.

Nessas condições, dado que x é a medida, em grau,


do ângulo AÊB, é correto afirmar que o número x é,
necessariamente, elemento do conjunto:

(A) {10, 60}


(B) {20, 90}
(C) {30, 150}
(D) {60, 240}
(E) {120, 300}

Gabarito: C

De acordo com o enunciado, há duas posições possíveis


tanto para o par de pontos C e D como para o par de pontos
E e F; porém, apenas a troca de posição entre os dois últimos
pontos é capaz de alterar o valor de x, conforme mostram
as figuras 1 e 2.
Figura 1

A B
F

Figura 2

A x B
E

Em ambas as figuras, o triângulo ABC é equilátero, pois AC


e AB são raios da circunferência de centro A, BA e BC são
raios da circunferência de centro B e as duas circunferências
são congruentes. Portanto, em ambas as figuras, os pontos
A e B determinam, na circunferência de centro C, arcos com
medidas iguais a 60° e 360° – 60° = 300°.
 está inscrito na circunferência de
Na figura 1, o ângulo AEB
centro C e contém um arco de 60° dessa circunferência em
sua região convexa. Assim, do teorema do ângulo inscrito,
tem-se:
60°
x= = 30°
2
 está inscrito na circunferência de
Na figura 2, o ângulo AEB
centro C e contém um arco de 300° dessa circunferência em
sua região convexa. Assim, do teorema do ângulo inscrito,
tem-se:
300°
x= = 150°
2
Portanto, o número x é, necessariamente, elemento do
conjunto {30, 150}.
QUESTÃO 63
_22_1FUV_1F_MAT_VM_L1_Q05

Existem números irracionais positivos p e q, tais que


2p  =  3 e 2q = 5. Dessa forma, qualquer número racional
formado apenas pelo produto e/ou quociente de potências
dos números primos 2, 3 e 5 pode ser escrito como uma
potência de base 2 e expoente dependente apenas de p e
q. Por exemplo, o número 15 pode ser escrito na base 2 do
seguinte modo: 15 = 3 ⋅ 5 = 2p + q.

Ao escrever o número 0,72 como uma potência de base 2,


seu expoente será igual a:

(A) 1 + 2p – 2q
(B) 1 + 2p + 2q
(C) 5 + 2p + 2q
(D) 1 + p2 – q2
(E) 5 + p2 + q2

Gabarito: A

Ao escrever o número 0,72 na forma fracionária, decompor


o numerador e o denominador dessa fração em fatores
primos e utilizar as propriedades da potenciação, tem-se:
72 23 ⋅ 32
0, 72 = = = 23 − 2 ⋅ 32 ⋅ 5−2 = 21 ⋅ (2p )2 ⋅ (2q )−2 = 21 + 2p − 2q
100 22 ⋅ 52
Portanto, o expoente solicitado é igual a 1 + 2p – 2q.
QUESTÃO 64
_22_1FUV_1F_MAT_VM_L1_Q06

Dos três gráficos apresentados nas figuras, apenas um


representa uma função com domínio no eixo x e imagem
no eixo y.
y
2

–1 1 x

–2
y

–2 2 x

y
2

–2 2 x

Com base nessas informações, o domínio e a imagem do


gráfico que representa uma função são, respectivamente,

(A) {x  | 2  x  2} e {y  | 0  y  2} .
(B) {x  | 2  x  2} e { y  | 0  y  4}.
(C) {x  | 2  x  2} e {y  | 1  y  1} .
(D) {x  | 1  x  1} e { y  | 2  y  2}.
(E) {x  | 0  x  2} e { y  | 2  y  2}.

Gabarito: B

No gráfico de uma função com domínio no eixo x e imagem


no eixo y, cada valor de x no domínio deve corresponder a
exatamente um valor de y na imagem. Portanto, o gráfico a
seguir é o único que representa uma função:
y

–2 2 x
Logo, seu domínio é {x ∈ | −2 ≤ x ≤ 2}, que são os valores
assumidos por essa função no eixo x, e sua imagem é
{y ∈ | 0 ≤ y ≤ 4} , que são os valores assumidos por essa
função no eixo y.
QUESTÃO 65
_22_1FUV_1F_MAT_RR_L1_Q05

Considere o retângulo ABCD de diagonal BD = 1, em que são


traçados os segmentos AE e CF perpendiculares à diagonal
citada, conforme mostrado na figura.
A B
F x

E
D C

Se x corresponde à medida do ângulo DBC  , tal que


45°  <  x  <  90°, e y corresponde à medida do segmento EF
contido na diagonal do retângulo, é correto afirmar que:

(A) y = 1 − 2cos(x)
(B) y = 1 − sen(x)
(C) y = 1 − 2sen2(x)
(D) y = 1 − cos2(x)
(E) y = 1 − 2cos2(x)

Gabarito: E

Observa-se a figura do enunciado:


A B
F x

E
D C

No triângulo BCD, tem-se:


BC BC
cos ( x ) = = ⇒ BC = cos ( x )
BD 1
No triângulo BCF, tem-se:
BF BF
cos ( x ) = = ⇒ BF = cos2 ( x )
BC cos ( x )
Como os triângulos ADE e BCF são congruentes,
DE = BF = cos2(x).
Assim, como BF + EF + DE = BD, tem-se:
cos2(x) + y + cos2(x) = 1 ⇒ y = 1 – 2cos2(x)
QUESTÃO 66
_22_1FUV_1F_MAT_RR_L1_Q04

Uma superfície plana e quadrada será completamente


revestida com pisos de cerâmica retangulares com
dimensões de 72 cm por 54 cm.
Sabe-se que a instalação dos pisos se dará sem que nenhuma
peça precise ser cortada ou quebrada e que as dimensões
da superfície plana a ser revestida são as menores possíveis.

Após a conclusão desse trabalho, o número exato de pisos


instalados será igual a

(A) 3 888.
(B) 216.
(C) 126.
(D) 12.
(E) 7.

Gabarito: D

Sem cortar ou quebrar nenhuma peça de cerâmica, as


dimensões do quadrado revestido devem ser múltiplas
das dimensões das peças retangulares. Assim, seja x
o comprimento, em centímetro, do lado da superfície
quadrada. Como esse comprimento deve ser o menor
possível, x = mmc(72, 54). Ao decompor os dois valores em
fatores primos, têm-se:
72 2
36 2
18 2
⇒ 72 = 23 ⋅ 32
9 3
3 3
1
54 2
27 3
9 3 ⇒ 54 = 2 ⋅ 33
3 3
1
Logo, o comprimento da lado da superfície quadrada vale
x = mmc(72, 54) = 23 ⋅ 33 = 216 cm.
Assim, a maior dimensão do piso equivale a 216 : 72 = 3
vezes esse comprimento, e a menor dimensão do piso
equivale a 216 : 54 = 4 vezes esse comprimento.
Portanto, o número exato de peças utilizadas no
revestimento será igual a 4 ∙ 3 = 12.
QUESTÃO 67
_22_1FUV_1F_MAT_VM_L1_Q02

Na figura, o triângulo isósceles ABC, com AB = AC, apoia-se


inicialmente com o lado AB sobre uma reta horizontal. Em
seguida, sem deslizar, o triângulo gira no sentido horário em
torno do vértice A, até o vértice C tocar a reta horizontal
no ponto C', o que forma o triângulo AB'C' (congruente ao
triângulo ABC) e o arco BB' (com centro em A). Após esse
movimento, o triângulo AB'C' gira no sentido horário, sem
deslizar, em torno do vértice C', até o vértice B' tocar a reta
horizontal no ponto B'', o que forma o triângulo A''B''C'
(congruente aos dois triângulos anteriormente citados) e o
arco B'B '' (com centro em C').

B'
C
A''

B A C' B''
 e B
Sabe-se que BC = 162 cm e que os arcos BB' 'B ''
representados na figura medem, respectivamente,
18 3π cm e 135π cm.

Nessas condições, a medida, em centímetro, do lado AB é


igual a

(A) 27.
(B) 45.
(C) 27 3.
(D) 54.
(E) 54 3.

Gabarito: E

 ). Assim, med(BAB
Sejam r = AB e θ = med(BAC  ') = 180° − θ.

Como o arco BB' mede 18 3π cm, tem-se:
2πr 360°  2πr (180 − θ )
 18 3π = ⇒ 18 3 =
18 3π (180° − θ) 360
 θ 
= r1 −
 180 
Além disso, os ângulos congruentes do triângulo
180° − θ θ
ABC medem = 90° − cada. Dessa forma,
2 2

( )  θ
med B ' C'B '' = 180° −  90° −  = 90° + .
 2
θ
2
Como o arco B 'B '' mede 135π cm, tem-se:
 θ
2π162 360°  2π162  90 + 
  2
 θ   135π = ⇒
135π  90° +   360
2 
9 θ 9θ 9θ
⇒ 135 =  90 +  ⇒ 135 = 81 + ⇒ = 54 ⇒
10  2 20 20
1080
⇒θ= ⇒ θ = 120°
9
Ao substituir o valor de θ na equação que contém r, tem-se:
 120   2 r
18 3 = r  1 − ⇒ 18 3 = r  1 −  ⇒ 18 3 = ⇒
 180   3  3
⇒ AB = r = 54 3 cm
QUESTÃO 68
_21_1FUV_1F_MAT_GP_L1_Q05

Considere os conjuntos numéricos A  x   4  x  5 e


B  y   0  y  5. O número de subconjuntos não vazios
de A − B é igual a

(A) 5.
(B) 10.
(C) 31.
(D) 32.
(E) 63.

Gabarito: C

De acordo com a representação dos conjuntos A e B, têm-se:


A = {−3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, 5}
B = {1, 2, 3, 4}
Assim, o conjunto A – B é dado por:
A – B = {−3, −2, −1, 0, 5}
Desse modo, n(A – B) = 5. Logo, o número de subconjuntos
de A – B é igual a 25 = 32, dos quais um é, necessariamente, o
conjunto vazio (∅). Portanto, o número de subconjuntos não
vazios de A − B é igual a 32 − 1 = 31.
QUESTÃO 69
_21_2AE_1S_FIS_BB_L1_Q04

Em uma estrada retilínea, o motorista do caminhão A


trafega a 72 km/h quando observa a traseira do caminhão
B, que trafega a 54 km/h. Quando a dianteira do caminhão
A está a 10 m da traseira do caminhão B, o primeiro decide
ultrapassá-lo.

Qual foi o intervalo de tempo necessário para a traseira do


caminhão A passar pela dianteira do caminhão B?

(A) 3 s (D) 10 s
(B) 6 s (E) 12 s
(C) 8 s

Note e adote:
Considere que as velocidades dos caminhões são constantes.
Comprimento total do caminhão A: 20 m.
Comprimento total do caminhão B: 30 m.

Gabarito: E

Nessa situação, o comprimento dos automóveis não


é desprezível. Assim, para analisar a ultrapassagem,
consideram-se a traseira do caminhão A e a dianteira do
caminhão B como referenciais. Considerando as velocidades
dos caminhões (vA = 72 km/h = 20 m/s e vB = 54 km/h  =
= 15  m/s) e seus comprimentos (A = 20 m e B = 30 m),
pode-se ilustrar os instantes inicial e final da ultrapassagem:

Inicial
vA = 20 m/s vB = 15 m/s

Ref. A Ref. B

10 m
20 m 30 m

Final

Ref. B
20 m
30 m
Ref. A

Considerando o referencial adotado para o caminhão A, a


função horária desse ponto é (com unidades no SI):
sA = s0,A + vA ⋅ t
sA = 0 + 20t
sA = 20t
Considerando o referencial adotado para o caminhão B, a
função horária desse ponto é (com unidades no SI):
sB = s0,B + vB ⋅ t
sB = (20 + 10 + 30) + 15t
sB = 60 + 15t

No instante em que a traseira do caminhão A passa pela


dianteira do caminhão B, tem-se sA = sB. Para que isso ocorra,
o tempo t necessário é:
s A = sB
20t = 60 + 15t
60
5t = 60 ⇒ t = = 12 s
5
QUESTÃO 70
_22_1FUV_1F_FIS_FT_L1_Q03

O ano de 2021 registrou temperaturas recordes em todo


o planeta. Por causa de uma onda de calor, as provas para
a seletiva americana do atletismo para os Jogos Olímpicos
de Tóquio precisaram ser adiadas para o período da noite. O
evento ocorreu em Eugene, no Oregon, onde termômetros
marcaram temperatura recorde na cidade, em grau
Fahrenheit, mostrada na imagem.

Disponível em: <https://g1.globo.com>.


Acesso em: 25 ago. 2021. (Adaptado)

Se o termômetro na pista de atletismo estivesse registrando


a temperatura na escala Celsius, o valor medido seria,
aproximadamente,

(A) 42 °C.
(B) 51 °C.
(C) 54 °C.
(D) 60 °C.
(E) 76 °C.

Gabarito: A

A temperatura registrada na pista de atletismo foi 108 °F.


Ao converter esse valor para a escala Celsius, tem-se:
TC TF − 32
=
5 9
TC 108 − 32
=
5 9
76
TC = 5 ⋅ ≅ 42,2 °C
9
QUESTÃO 71
_22_1FUV_1F_FIS_FT_L1_Q01

O eletroscópio de folhas é constituído de uma esfera


metálica ligada por uma haste condutora a duas folhas de
alumínio. Esse conjunto encontra-se isolado por uma rolha
de cortiça (material isolante) presa ao gargalo de uma
garrafa de vidro transparente, como mostra a figura.
Esfera
condutora

Material
isolante

Folhas de
alumínio

“Aula prática: construção de um eletroscópio de folhas”.


Disponível em: <https://educador.brasilescola.uol.com.br>.
Acesso em: 20 ago. 2021.

Inicialmente, o conjunto metálico de um eletroscópio de


folhas encontra-se carregado positivamente, com as folhas
de alumínio afastadas uma da outra. Sobre essa situação,
foram feitas as seguintes afirmações:
I. Ao aproximar um bastão carregado positivamente da
esfera condutora, sem que ocorra contato entre eles, as
folhas se afastam ainda mais.
II. Se uma pessoa tocar a esfera com sua mão, as folhas de
alumínio se aproximam.
III. Se um bastão isolante carregado negativamente for
atritado com a esfera condutora, as folhas se afastam.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e II, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

Note e adote:
Suponha que o ar no entorno do eletroscópio seja um isolante
elétrico perfeito e considere que o corpo humano seja
condutor.

Gabarito: C

Afirmação I: correta. Devido à atração eletrostática, a


aproximação do bastão positivo fará com que mais cargas
negativas migrem das folhas para a esfera. Assim, as folhas
de alumínio ficam mais positivas e, por isso, se afastam
ainda mais.
Afirmação II: correta. Como o corpo humano pode
ser considerado condutor, a pessoa, ao tocar a esfera
carregada positivamente, cede elétrons para o eletroscópio,
diminuindo a concentração de cargas positivas no conjunto
metálico e fazendo com que as folhas de alumínio se
aproximem.
Afirmação III: incorreta. Para ocorrer o atrito, deve existir
um contato. O bastão negativo passará elétrons para o
eletroscópio, diminuindo a concentração de cargas positivas
e fazendo com que as folhas de alumínio se aproximem.
QUESTÃO 72
_22_1FUV_1F_FIS_AM_L1_Q01

A quarta estrela mais próxima da Terra é a Estrela de


Barnard, que faz parte da constelação do Serpentário e
que dista aproximadamente 5,4 ⋅ 1016 m da Terra. Suponha,
hipoteticamente, que, no ponto da Estrela de Barnard mais
próximo da Terra, um astronauta faça uma encomenda em
uma loja terrestre comunicando-se via sinais luminosos.
O entregador mais eficiente dessa loja desloca-se com
velocidade constante de módulo v = c ⋅ 10–4, em que c é a
velocidade da luz no vácuo.

O tempo gasto para o pedido chegar à loja e o tempo de


espera do astronauta, desde que fez seu pedido até receber
a sua encomenda, são, respectivamente,

(A) 6 anos e 60 000 anos. (D) 9 anos e 60 000 anos.


(B) 6 anos e 60 006 anos. (E) 9 anos e 60 009 anos.
(C) 6 anos e 60 012 anos.

Note e adote:
1 ano = 3,0 ⋅ 107 s.
Velocidade da luz no vácuo: c = 3 ⋅ 105 km/s.

Gabarito: B

A distância entre a Estrela de Barnard e a Terra é


d = 5,4 ⋅ 1016 m = 5,4 ⋅ 1013 km. Os sinais luminosos do pedido
têm velocidade c = 3 ⋅ 105 km/s no vácuo. Assim, o tempo
que leva para o pedido chegar à loja na Terra (tpedido) é:
∆s d 5, 4 ⋅ 1013
v= ⇒ tpedido = = = 1, 8 ⋅ 108 s
∆t c 3 ⋅ 105
Como 1 ano = 3,0 ⋅ 107 s, tem-se:
1 ano  3,0 ⋅ 107 s
tpedido  1,8 ⋅ 108 s
1, 8 ⋅ 108
tpedido = = 6 anos
3, 0 ⋅ 107

O entregador percorre a distância d = 5,4 ⋅ 1013 km entre a


Terra e a Estrela de Barnard com velocidade v = c ⋅ 10–4  =
= 3 ⋅ 105 ⋅ 10–4 = 30 km/s. Assim, o tempo que leva para a
encomenda chegar ao astronauta (tentrega) é:
∆s d 5, 4 ⋅ 1013
v= ⇒ tentrega = = = 1, 8 ⋅ 1012 s
∆t v 3 ⋅ 10
1 ano  3,0 ⋅ 107 s
tentrega  1,8 ⋅ 1012 s
1, 8 ⋅ 1012
tentrega = = 6 ⋅ 105 = 60 000 anos
3, 0 ⋅ 107

Então, o tempo de espera do astronauta é t = tpedido + tentrega =


= 6 + 60 000 = 60 006 anos.
QUESTÃO 73
_22_1FUV_1F_FIS_TH_L1_Q02

O líquido de arrefecimento é um fluido utilizado no


sistema de refrigeração de um automóvel para fazer a troca
de calor. Na maioria dos casos, esse líquido é composto de
água e um aditivo, o que dá ao motor uma faixa de variação
de temperatura de funcionamento adequado, em torno de
∆T = 90 °C, além de manter limpo o sistema de galerias e
bomba.
“O que é líquido de arrefecimento?”.
Disponível em: <https://www.noticiasautomotivas.com.br>.
Acesso em: 25 ago. 2021. (Adaptado)

Um mecânico decidiu medir o coeficiente de dilatação real


do líquido de arrefecimento (composto de água e aditivo)
usando um recipiente de alumínio graduado em mL. Para
isso, ele colocou o líquido no recipiente, ambos inicialmente
na mesma temperatura, até atingir a marca de 300 mL.
Aquecendo o conjunto e mantendo a faixa de variação de
temperatura de funcionamento adequado do líquido (∆T),
o mecânico notou um aumento de 0,13% do volume em
relação ao volume inicial indicado na leitura do recipiente.

Com isso, o mecânico concluiu que o coeficiente de


dilatação volumétrica real do líquido de arrefecimento é
aproximadamente igual a

(A) 1,4 ⋅ 10–5 °C–1. (D) 8,0 ⋅ 10–5 °C–1.


(B) 3,6 ⋅ 10–5 °C–1. (E) 8,3 ⋅ 10–5 °C–1.
(C) 6,7 ⋅ 10–5 °C–1.

Note e adote:
Coeficiente de dilatação linear do alumínio: αA = 22 ∙ 10–6 °C–1.

Gabarito: D

O coeficiente de dilatação volumétrica real do líquido de


arrefecimento é dado por:
γreal do líquido = γaparente do líquido + γA
Nesse caso, deve-se considerar a dilatação do recipiente de
alumínio e a dilatação aparente do líquido, que equivale à
dilatação do líquido considerando o recipiente em que está
contido.
O coeficiente de dilatação volumétrica do alumínio (γA) está
relacionado ao coeficiente linear do alumínio (αA) por:
γA = 3 ⋅ αA = 3 ⋅ 22 ⋅ 10–6 = 6,6 ⋅ 10–5 °C–1
O coeficiente de dilatação aparente do líquido
(γaparente do líquido) pode ser obtido por meio da equação de
dilatação volumétrica:
∆Vaparente do líquido = V0 ⋅ γ aparente do líquido ⋅ ∆T
A leitura do mecânico foi feita considerando a dilatação
do recipiente e a do líquido. Como houve um aumento de
0,13% do volume inicial, tem-se:
Vf = V0 + 0,0013V0 = 1,0013V0
∆V = Vf – V0 = 1,0013V0 – V0 = 0,0013V0
Como a faixa de variação de temperatura do líquido foi
mantida adequada, então ∆T = 90 °C.
Assim, o coeficiente de dilatação aparente do líquido é:
∆Vaparente do líquido = V0 ⋅ γ aparente do líquido ⋅ ∆T
∆Vaparente do líquido 0, 0013V0
γ aparente do líquido = = ≅ 1, 4 ⋅ 10 −5 °C −1
V0 ⋅ ∆T V0 ⋅ 90
Logo, o coeficiente de dilatação volumétrica real do líquido
é:
γ real do líquido = γ aparente do líquido + γ A
γ real do líquido = 1, 4 ⋅ 10 −5 + 6, 6 ⋅ 10 −5 = 8, 0 ⋅ 10 −5 °C −1
QUESTÃO 74
_22_1FUV_1F_FIS_AM_L1_Q02

Quatro esferas condutoras idênticas encontram-se


inicialmente eletrizadas. A esfera A tem carga +4Q, a esfera
B tem carga +6Q, a esfera C tem carga –15Q e a esfera D tem
carga –3Q, em que Q é uma constante positiva.
Inicialmente, as esferas A e B são colocadas em contato.
Depois, a esfera A entra em contato com a esfera C,
que, posteriormente, entra em contato com a esfera B.
Finalmente, a esfera D entra em contato com a esfera A e,
depois, entra em contato com a esfera B.

Depois de todos os contatos, a carga elétrica final da


esfera D é

(A) +5Q.
(B) 0.
(C) –4Q.
(D) –3Q.
(E) –2Q.

Gabarito: E

Como os condutores são idênticos, após os contatos, a carga


final das esferas será igual entre si e igual à metade da soma
das cargas iniciais:
Q + Q2
Q '1 = Q'2 = 1
2
Para o primeiro contato entre as esferas A e B, com cargas
iniciais QA = +4Q e QB = +6Q, a carga final delas é:
Q + Q B 4Q + 6Q
Q 'A = Q 'B = A = = +5Q
2 2
Depois, a esfera A, com carga Q 'A = +5Q, entra em contato
com a esfera C, com carga QC = –15Q. A carga final delas é:
Q ' + Q C 5Q − 15Q
Q ''A = Q 'C = A = = −5Q
2 2
Depois, a esfera C, com carga Q 'C = –5Q, entra em contato
com a esfera B, com carga Q 'B = +5Q. A carga final delas é:
Q ' + Q 'C 5Q − 5Q
Q ''B = Q ''C = B = =0
2 2
Posteriormente, a esfera D, com carga QD = –3Q, entra em
contato com a esfera A, com carga Q ''A = –5Q. A carga final
delas é:
Q ''A + Q D −5Q − 3Q
Q '''
A = QD =
' = = −4Q
2 2
Finalmente, a esfera D, com carga Q 'D = –4Q, entra em
contato com a esfera B, com carga Q ''B = 0. Assim, a carga
final da esfera D é:
Q ''B + Q D 0 − 4Q
Q '''
B = QD =
'' = = −2Q
2 2
QUESTÃO 75
_22_1FUV_1F_FIS_BB_L1_Q02

Dois amigos estão praticando exercícios em um parque


localizado em uma região horizontal plana. Realizando
movimentos retilíneos e uniformes, os dois amigos partem
simultaneamente, um do ponto A e o outro do ponto B,
e chegam simultaneamente, após 40 s de sua partida, ao
ponto C. Os amigos vão direto ao ponto C seguindo as
trajetórias indicadas na imagem por linhas cheias.
B

150 m

A C

Tomando o ponto A como origem de um sistema de


referenciais e considerando que o instante inicial t = 0
ocorre quando os amigos iniciam a corrida, a função horária
da posição horizontal s em função do tempo t do amigo que
partiu do ponto A, em unidades do SI, é s = 5t.

O módulo da velocidade média do amigo que partiu do


ponto B até chegar ao ponto C, em m/s, é igual a

(A) 3,30.
(B) 3,75.
(C) 5,00.
(D) 6,25.
(E) 18,39.

Gabarito: D

Considerando a função horária que descreve o movimento do


amigo que parte de A e que ele realiza o movimento em t = 40
s, a distância entre os pontos A e C (dAC) é:
s = 5t
dAC = 5 ⋅ 40 = 200 m
Os pontos A, B e C formam um triângulo retângulo. A distância
entre os pontos B e C é dada pelo teorema de Pitágoras:
2
dBC = d2AB + d2AC
dBC = 1502 + 2002
dBC = 250 m
Logo, a velocidade média do amigo que partiu do ponto B e
realizou um movimento durante 40 s até chegar ao ponto C é:
∆s dBC 250
vm = = = = 6,25 m/s
∆t t 40
QUESTÃO 76
_21_1FUV_1F_FIS_FT_L1_Q01

Dois corpos puntiformes A e B, carregados eletricamente


com cargas +Q e –4Q, respectivamente, são alinhados em
um eixo horizontal conforme a figura.
p A q B r

d d d d d d

Um possível resultado para o campo elétrico gerado


nos pontos p, q e r (apresentados na figura) pode ser
representado por:

p q r
(A)
(B)
(C) Nulo Nulo
(D) Nulo
(E) Nulo

Note e adote:
Considere que Q > 0.

Gabarito: E

O corpo A carregado positivamente cria um campo elétrico


de afastamento (saindo do corpo), e o corpo B carregado
negativamente cria um campo elétrico de aproximação
(entrando no corpo). O campo elétrico criado por um corpo
K⋅ Q
eletricamente carregado é dado por E = 2 , em que d é a
d
distância entre a carga e o ponto onde está sendo exercido
o campo elétrico. Assim, o campo elétrico gerado pelos
corpos A (EA), de carga QA = +Q, e B (EB), de carga QB = –4Q,
em cada ponto é:
Ponto p:
K⋅Q K⋅Q
EA = = , com sentido para a esquerda.
(2d)2 4d2
K ⋅ 4Q K ⋅ 4Q K ⋅ Q
EB = = = 2 , com sentido para a direita.
(4d)2 16d2 4d
Nesse ponto, o campo elétrico resultante é nulo (|EA| = |EB|).

Ponto q:
K⋅Q
EA = 2 , com sentido para a direita.
d
K ⋅ 4Q 4 ⋅ K ⋅ Q
EB = 2 = , com sentido para a direita.
d d2
Nesse ponto, o campo elétrico resultante é para direita
5⋅K ⋅ Q
(|EA| < |EB|) e de módulo ER = .
d2

Ponto r:
K⋅Q K⋅Q
EA = = , com sentido para a direita.
(4d)2 16d2
K ⋅ 4Q 4 ⋅ K ⋅ Q K ⋅ Q
EB = = = 2 , com sentido para a esquerda.
(2d)2 4d2 d
Nesse ponto, o campo elétrico resultante é para esquerda
15 ⋅ K ⋅ Q
(|EA| < |EB|) e de módulo ER = .
16d2

Em um esquema com os vetores fora de escala, tem-se:


→ → → → →
EA p EB QA = +Q q EA QB = –4Q EB r EA


EB
d d d d d d
QUESTÃO 77
_21_1FUV_1F_FIS_BB_L1_Q04

Três cargas elétricas puntiformes de cargas +Q, +2Q e +3Q


foram posicionadas, no vácuo, a uma distância L entre si,
conforme mostra a figura.
+3Q

L L

+Q L +2Q

Sendo K a constante eletrostática no vácuo, o módulo da


força F resultante aplicada pelas outras cargas na carga +3Q
é igual a:
KQ 2
(A) 3 7 ⋅
L2
KQ 2
(B) 9
L2
KQ 2
(C) 3
L2
KQ 2
(D) 3 3 ⋅
L2
KQ 2
(E) 3
L2

Note e adote:
Considere apenas a interação eletrostática entre as cargas
e Q > 0.
cos 60° = 0,5.

Gabarito: A

As cargas +Q e +2Q estão fixas, e, se a carga +3Q também for


mantida fixa, a distância entre elas será igual a L.
A intensidade da força F que a carga +Q aplica em +3Q é:
Q ⋅ q K ⋅ Q ⋅ 3Q 3KQ 2
F=K 2 = = 2
d L2 L
A intensidade da força F' que a carga +2Q aplica em +3Q é:
Q ⋅ q K ⋅ 2Q ⋅ 3Q 6KQ 2
F' = K 2 = = 2 = 2F
d L2 L
A figura a seguir ilustra as forças que as cargas +Q e +2Q
aplicam na carga +3Q:

60°
2F F
+3Q
60°

60° 60°

+Q L +2Q
O módulo da força resultante que as cargas +Q e +2Q
aplicam em +3Q é dado pela lei dos cossenos:
FR = F2 + (2F) + 2 ⋅ F ⋅ 2F ⋅ cos 60°
2 2

2 1
FR = 5F2 + 4F2 ⋅
2
2
FR = 7F2
FR = 7 ⋅ F
3KQ 2 KQ 2
FR = 7 ⋅ = 3 7 ⋅
L2 L2
QUESTÃO 78
_22_1FUV_1F_FIS_BB_L1_Q03

Relógios de pêndulo foram muito utilizados para a medição da


passagem de tempo. O movimento do pêndulo é periódico,
e, em vários modelos, o tempo T necessário para completar
L
uma oscilação, chamado de período, é dado por T  2 ,
g
em que L é o comprimento do pêndulo e g é a aceleração
da gravidade local. Mesmo desconsiderando qualquer perda
de energia mecânica, o período de um pêndulo pode variar
devido a variações de temperatura e à dilatação do pêndulo.

Considere que o pêndulo de um relógio é composto de uma


barra de determinado material de coeficiente de dilatação
linear igual a 1,0 ⋅ 10–5 °C–1. Inicialmente, o pêndulo tem
comprimento igual a L0 e período igual a T0. Qual é a variação
de temperatura necessária para que o período desse pêndulo
aumente 0,2% em relação a T0?
(A) 99,8 °C (D) 400,4 °C
(B) 100,2 °C (E) 500,0 °C
(C) 200,0 °C

Note e adote:
Considere que a variação de outras dimensões da barra (diferentes
da linear) é desprezível.

Gabarito: D

Seja T' o período aumentado e T0 o período inicial.


Considerando a fórmula apresentada no enunciado, tem-se:
L
T0 = 2π 0
g
L'
T ' = 2π
g
Em que L0 é o comprimento inicial do pêndulo e L' é o
comprimento do pêndulo considerando o aumento de
0,2% do período inicial. Então, levando em consideração a
dilatação linear do material do pêndulo, o período T' é igual
a 1,002T0. Sabendo que o comprimento final L' da barra do
pêndulo é dado por L' = L0 ⋅ (1 + α ⋅ ∆θ), em que ∆θ é a
variação da temperatura, tem-se:
L' L'

T' gT' g T' L'
= ⇒ = ⇒ =
T0 L T0 L0 T0 L0
2π 0
g g

1, 002T0 L ⋅ (1 + α ⋅ ∆θ )
= 0
T0 L0
(1, 002)2 = 1 + α ⋅ ∆θ
1, 004004 − 1 = α ⋅ ∆θ
0, 004004 = 1, 0 ⋅ 10 −5 ⋅ ∆θ
∆θ = 400, 4 °C
Portanto, para que o período aumente 0,2% em relação a T0,
a variação de temperatura necessária é 400,4 °C.
QUESTÃO 79
_22_1FUV_1F_FIS_BB_L1_Q01

Uma pessoa parte da cidade A, localizada no quilômetro 30


de uma rodovia retilínea, em direção à cidade B, localizada
no quilômetro 90 da mesma rodovia. Iniciando o movimento
em t = 0, a pessoa percorre a primeira metade do trecho com
velocidade escalar constante de módulo v em um movimento
progressivo durante um intervalo de tempo t1. Depois, a
pessoa trafega com uma velocidade escalar constante de
módulo igual a 1,5v, ainda em um movimento progressivo, e,
após passar um intervalo de tempo t2, ela percebe que perdeu
a entrada da cidade B. Assim, vira o carro e volta, realizando
um movimento retrógrado com velocidade constante de
módulo v até chegar ao seu destino.

Considerando que t1 = t2, a velocidade escalar média da


pessoa, em função de v, do instante em que saiu da cidade
A até chegar à cidade B é:
2 5
(A) v (D) v
3 4
4 3
(B) v (E) v
5 2
6
(C) v
5

Note e adote:
Considere desprezível o tempo que a pessoa leva para virar o carro e
para aumentar sua velocidade.

Gabarito: B

A cidade A está no quilômetro 30 da rodovia; assim,


s0  =  30  km. Como a cidade B está no quilômetro 90 da
rodovia, o ponto médio entre as cidades A e B é no
quilômetro 60; assim, s1 = 60 km. Além disso, tem-se que
t1 = t2 = t.
No primeiro trecho, o qual o automóvel percorre em um
movimento progressivo (v > 0) com velocidade constante de
módulo v durante o tempo t, tem-se:
∆s s1 − s 0
v= =
∆t t
s1 − s 0 = vt
30
60 − 30 = vt ⇒ vt = 30 ⇒ t =
v
Depois, o automóvel trafega em um movimento progressivo
(v > 0) com velocidade constante de módulo 1,5v durante o
tempo t até chegar a uma distância s2. Assim, tem-se:
s2 − s1 = 1, 5vt
s2 − 60 = 1, 5 ⋅ 30
s2 = 105 km
Portanto, o motorista chega até o quilômetro 105 da
rodovia e depois vira o carro e volta para a cidade B. Nesse
trecho, o motorista realiza um movimento retrógrado (v < 0)
com velocidade constante de módulo v de s2 = 105 km até
s3 = 90 km, onde está localizada a cidade B (quilômetro 90
da rodovia). Nesse trecho, o tempo t' decorrido é:
s3 − s2 = vt '
90 − 105 = − vt '
15
−15 = − vt ' ⇒ t ' =
v
O tempo final de viagem equivale à soma dos tempos
decorridos na primeira parte do trecho (t), na segunda
parte do trecho (t) e no retorno (t'): tfinal = t + t + t'. Assim,
a variação de tempo é ∆t = tfinal – tinicial = 2t + t' – 0 = 2t + t'.
O deslocamento total é ∆s = sfinal – sinicial = s3 – s0. Outra
forma de escrever é: ∆s03 = ∆s01 + ∆s12 + ∆s23 = (60 – 30) +
+ (105 – 60) + (90 – 105) = 30 + 45 – 15 = 60 km. Então, a
velocidade média durante o percurso é dada por:
∆s s3 − s 0 90 − 30 60 60 4
vm = = = = = v ⇒ vm = v
∆t t + t + t ' 30 30 15 75 75 5
+ +
v v v v
QUESTÃO 80
_21_ENEM_QUI_AG_L3_Q03

De acordo com a definição mostrada no “Livro de Ouro” da IUPAC, um sistema pode ser definido como uma porção do
universo definida arbitrariamente, independentemente de forma ou tamanho. À luz dessa definição, sistemas físicos e químicos
são escolhidos de forma a possibilitar o estudo de fenômenos.
Disponível em: <https://goldbook.iupac.org>. Acesso em: 25 ago. 2021. (Adaptado)

Tendo em vista a definição de sistema apresentada e utilizando as definições de homogeneidade, considere os seguintes
sistemas:
I. Placa de latão.
II. Placa de isopor.
III. Interior de um copo com água, gelo e sal completamente dissolvido.
IV. Interior de um balão com gás hélio e gás nitrogênio.

Os sistemas apresentados podem ser classificados respectivamente como:

I II III IV
(A) Homogêneo Homogêneo Heterogêneo Heterogêneo
(B) Homogêneo Heterogêneo Homogêneo Heterogêneo
(C) Homogêneo Heterogêneo Heterogêneo Homogêneo
(D) Heterogêneo Homogêneo Heterogêneo Homogêneo
(E) Heterogêneo Homogêneo Homogêneo Heterogêneo

Gabarito: C

I. Placa de latão: por se tratar de uma liga metálica, que apresenta uma única fase, esse sistema é homogêneo.
II. Placa de isopor: uma vez que a placa de isopor apresenta bolhas de ar em seu interior, esse sistema é heterogêneo.
III. Interior de um copo com água, gelo e sal completamente dissolvido: uma vez que a água com sal dissolvido e o gelo compõem
fases distintas (uma líquida e a outra sólida), esse sistema é heterogêneo.
IV. Interior de um balão com gás hélio e gás nitrogênio: uma vez que misturas gasosas são sempre homogêneas, esse sistema
é homogêneo.
QUESTÃO 81
_22_1FUV_1F_QUI_FR_L1_Q02

Mistura é um sistema constituído por duas ou mais


substâncias, simples e/ou compostas. As misturas podem ser
classificadas como: sólido-líquido, líquido-líquido, líquido-
-gás, sólido-sólido, sólido-gás e gás-gás. As misturas
também podem ser classificadas como homogêneas ou
heterogêneas.
A. R. Bastos; J. C. Afonso. “Separação sólido-líquido: centrífugas
e papéis de filtro”. Química Nova, v. 38, n. 5, 2015. (Adaptado)

Um exemplo de mistura homogênea líquido-líquido é

(A) água e sal de cozinha.


(B) etanol hidratado.
(C) ozônio em água.
(D) maionese.
(E) sangue.

Gabarito: B

As misturas homogêneas são formadas por uma única fase,


enquanto as misturas heterogêneas apresentam duas ou
mais fases. Uma mistura homogênea líquido-líquido deve
ser formada somente por componentes que se encontram
no estado de agregação líquida (em condições ambientes
de pressão e temperatura). Dessa forma, entre as misturas
apresentadas nas alternativas, apenas o etanol hidratado
(mistura de etanol e água) corresponde a uma mistura
homogênea líquido-líquido.
QUESTÃO 82
_22_1FUV_1F_QUI_EW_L1_Q06

Para analisar a qualidade do ar, podem ser utilizados túneis


especiais que servem para extrair material particulado
presente no ar. Alguns desses túneis têm formato de funil,
e seu comprimento vai ficando gradualmente mais estreito.

Considere uma massa de gás que foi introduzida em um


túnel em formato de funil de modo que, pouco a pouco,
a sua pressão aumentou, mas o volume se manteve
constante. Esse processo iniciou-se com pressão de 1 atm e
com temperatura de 300 K, atingindo, ao final, uma pressão
de 2,5 atm. No final, a temperatura dessa amostra gasosa
deve chegar a

(A) 120 K.
(B) 300 K.
(C) 450 K.
(D) 750 K.
(E) 833 K.

Gabarito: D

Ao passar pelo túnel, a pressão do gás aumenta a volume


constante. Portanto, ocorre uma transformação isocórica,
na qual o aumento da pressão resulta em um aumento
proporcional de temperatura. Assim, aplicando-se a lei geral
dos gases e considerando que o volume é constante, para
P1 = 1 atm, T1 = 300 K e P2 = 2,5 atm, a temperatura final T2 é:
P1 P2
=
T1 T2
1 2, 5
=
300 T2
T2 = 300 ⋅ 2, 5 = 750 K
QUESTÃO 83
_22_1FUV_1F_QUI_LS_L1_Q03

O ar atmosférico é classificado como uma mistura I de


vários gases, como O2, N2, H2, H2O, CO2, Ar etc. Essa mistura
é composta de substâncias II , como o oxigênio, o
nitrogênio, o hidrogênio e o argônio, que são substâncias
III , e a água e o dióxido de carbono, que são substâncias
IV . Caso o ar atmosférico seja resfriado até ser liquefeito,
durante o aquecimento desse líquido, observa-se que a sua
temperatura de ebulição será V .

As lacunas que correspondem aos números de I a V devem


ser corretamente preenchidas por:

(A) I heterogênea
II simples
III puras
IV compostas
V constante

(B) I saturada
II compostas
III elementares
IV puras
V variável

(C) I homogênea
II puras
III simples
IV compostas
V variável

(D) I insaturada
II puras
III compostas
IV elementares
V variável

(E) I homogênea
II complexas
III puras
IV compostas
V constante

Gabarito: C

O ar atmosférico é classificado como uma mistura


homogênea, pois os gases estão completamente
homogeneizados, apresentando apenas uma fase.
Embora seja uma mistura, o ar atmosférico é composto de
substâncias puras; o oxigênio, o nitrogênio, o hidrogênio e
o argônio são substâncias simples, pois são formados por
átomos do mesmo elemento; a água e o dióxido de carbono
são substâncias compostas, pois são formados por átomos
de diferentes elementos. Ao resfriar essa mistura gasosa,
ela se transformará em uma mistura líquida que, ao ser
reaquecida, deverá apresentar temperatura de ebulição
variável, pois esse é um comportamento característico das
misturas.
QUESTÃO 84
_22_1FUV_1F_QUI_EW_L1_Q05

Recentemente, o consumo de alimentos orgânicos


aumentou consideravelmente no Brasil. Esses alimentos
são assim chamados por serem cultivados sem o uso de
pesticidas. Com isso, a intenção é que o alimento consumido
não contenha moléculas orgânicas que possam ser danosas
ao organismo humano em curto, médio ou longo prazos.
Entretanto, ainda ocorre o uso descontrolado de pesticidas,
como o glifosato, que é um dos mais utilizados no Brasil. Sua
estrutura conta com um grupo fosfato, um grupo carboxílico
e um grupo amino. Para seres humanos, estima-se que a
dose letal do glifosato seja de aproximadamente 6,0 mg/kg
corporal.
O
O
H
P N
HO OH
HO

Em uma situação de intoxicação letal com glifosato, quantos


mols de átomos de fósforo são ingeridos aproximadamente
por uma pessoa de 50 kg?

(A) 3,55 ⋅ 10–5


(B) 1,78 ⋅ 10–3
(C) 3,55 ⋅ 10–2
(D) 5,55 ⋅ 10–2
(E) 1,78 ⋅ 100

Note e adote:
Fórmula molecular do glifosato: C3H8NO5P.
Massa molar (g/mol): C = 12; H = 1; N = 14; O = 16; P = 31.

Gabarito: B

Considerando as massas molares fornecidas, a massa molar


do glifosato é igual a:
MC3H8NO5P = 3 ∙ 12 + 8 ∙ 1 + 14 + 5 ∙ 16 + 31 = 169 g/mol
Para uma pessoa de 50 kg, a quantidade letal ingerida de
glifosato, em massa, deve ser de:
6,0 mg de glifosato  1 kg de massa corporal
m  50 kg de massa corporal
m = 6 ⋅ 50 = 300 mg = 0,3 g de glifosato

Como 1 mol de glifosato (169 g/mol) tem 1 mol de átomos


de fósforo (P), tem-se:
169 g de glifosato  1 mol de átomos de P
0,3 g de glifosato  n
0, 3
n= ≅ 1, 78 ⋅ 10 −3 mol de átomos de P
169
QUESTÃO 85
_22_1FUV_1F_QUI_LS_L1_Q02

Embora as expressões “água dura” e “água pesada” possam


parecer iguais, elas não têm a mesma definição. Água
dura é aquela que apresenta elevada concentração de
íons dissolvidos, especialmente cálcio e magnésio, o que
torna mais difícil a ação de sabões na remoção de sujeira
e gorduras, pois são formados compostos insolúveis.
Água pesada é aquela cuja composição contém deutério
(21H ou D), em vez de hidrogênio comum (11H), e que apresenta
a fórmula molecular D2O.
Sobre os conceitos mencionados, foram feitas as seguintes
afirmações:
I. A fórmula química da água pesada contém um isótopo
do hidrogênio mais pesado, por isso a água recebe essa
denominação.
II. O deutério e o átomo de hélio 42He são isóbaros.
III. A massa molecular da água pesada e a da água dura são
iguais.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

Note e adote:
Massa atômica do oxigênio: 16 u.

Gabarito: A

Afirmação I: correta. A água pesada (D2O) tem dois átomos


de deutério (21 H), que tem número de massa igual a 2 e
número atômico igual a 1, o que significa que eles são o
isótopo do hidrogênio comum mais abundante na natureza
(11 H), que tem número de massa igual a 1. O deutério
apresenta um nêutron a mais que o hidrogênio comum, o
que o torna mais pesado. Por esse motivo, a molécula de
água formada com deutério é denominada “água pesada”.
Afirmação II: incorreta. O deutério (21 H) e o hélio (42 He) não
são isóbaros, uma vez que esses átomos não têm o mesmo
número de massa. Para o deutério, A = 2; para o hélio, A = 4.
Afirmação III: incorreta. Devido à presença do
deutério, a massa molecular da água pesada é 20 u
(MMD2O = 2 ⋅ 2 + 16 = 20 u), pois os átomos de deutério
são mais pesados. Como a água dura tem átomos
de hidrogênio comum, a sua massa molecular é 18 u
(MMH2O = 2 ⋅ 1 + 16 = 18 u). A água dura apresenta a mesma
fórmula molecular que a água “comum” (H2O), embora
apresente diversos íons dissolvidos.
QUESTÃO 86
_22_1FUV_1F_QUI_LS_L1_Q06

Com a retirada dos aditivos antidetonantes de alquil-


-chumbo da gasolina, devido a questões ambientais e
de saúde pública, foi iniciada a utilização de compostos
oxigenados, como o 2-etóxi-2-metilpropano (ETBE). O
principal contaminante do ETBE comercial é o etanol
utilizado como reagente no seu processo de produção.
Durante esse processo, o ETBE e o etanol formam uma
mistura azeotrópica, e a purificação dos produtos de reação
é realizada por meio da destilação extrativa com água para
a separação da mistura.
Vanessa Venturi; Renato Cataluña. “Obtenção do
2-etóxi-2-metilpropano grau analítico a partir do produto
comercial”. Química Nova, v. 33, n. 3, 2010. (Adaptado)

Considerando as informações apresentadas no texto,


a mistura formada entre o ETBE e o etanol apresenta
temperatura de fusão

(A) e de ebulição variáveis.


(B) e de ebulição constantes.
(C) e de ebulição acima de 100 °C.
(D) variável e de ebulição constante.
(E) constante e de ebulição variável e acima de 100 °C.

Gabarito: D

Na curva de aquecimento de uma mistura azeotrópica,


como a formada entre o 2-etóxi-2-metilpropano (ETBE) e o
etanol, observa-se que a temperatura de fusão é variável
(faixa de fusão) e a temperatura de ebulição é constante.
Por esse motivo, as misturas azeotrópicas se comportam
como substâncias puras durante a ebulição.
QUESTÃO 87
_22_1FUV_1F_QUI_LS_L1_Q04

A Coca-Cola® se tornou uma das maiores marcas globais


a publicar dados acerca da emissão de gases do efeito
estufa do seu processo produtivo. O estudo mostrou que a
fabricação de uma lata padrão de 330 mL desse refrigerante
produz o equivalente a 170 g de dióxido de carbono (CO2).
Juliette Jowit. “Questions over ratings as Coke publishes carbon footprint”.
Disponível em: <https://www.theguardian.com>.
Acesso em: 31 ago. 2021. (Adaptado)

A 25 °C e 1 atm, a produção de uma lata de 330 mL


de Coca-Cola® libera na atmosfera um volume de CO2
aproximadamente igual a

(A) 3,3 L.
(B) 7,9 L.
(C) 24,5 L.
(D) 87,4 L.
(E) 95,3 L.

Note e adote:
Considere que o CO2 se comporta como um gás ideal.
Constante universal dos gases: R = 0,082 atm ⋅ L/(mol ⋅ K).
Massa molar (g/mol): CO2 = 44.

Gabarito: E

Como o CO2 se comporta como um gás ideal, é possível


determinar o seu volume por meio da equação de Clapeyron:
P ∙ V = n ⋅ R ⋅ T.
Como a produção de 330 mL de refrigerante libera 170 g de
CO2, o número de mols n de gás liberado é:
1 mol de CO2  44 g de CO2
n  170 g de CO2
170
n= ≅ 3, 9 mols de CO2
44
A T = 25 °C = 25 + 273 = 298 K e P = 1 atm, sabendo que
R = 0,082 atm ⋅ L/(mol ⋅ K), o volume V de CO2 liberado é:
P ⋅ V = n⋅R ⋅ T
n ⋅ R ⋅ T 3, 9 ⋅ 0, 082 ⋅ 298
V= ≅ ≅ 95, 3 L
P 1
Portanto, a produção de uma lata de 330 mL de Coca-Cola®
resulta na liberação de um volume de CO2 equivalente a,
aproximadamente, 95,3 L.
QUESTÃO 88
_22_1FUV_1F_QUI_LS_L1_Q01

O fotômetro de chama é um equipamento utilizado


para analisar a concentração de alguns metais presentes
em água, como o lítio, o sódio, o potássio, o cálcio e o
magnésio. O princípio químico dessa técnica é muito
parecido com o teste da chama: uma certa quantidade de
radiação é fornecida ao metal, excitando seus elétrons e,
consequentemente, modificando a cor da chama. No fim,
quanto maior a quantidade de radiação absorvida pelo
metal, maior a sua concentração na água.

O princípio do fotômetro de chama é um exemplo prático


do modelo atômico proposto primeiramente por

(A) Bohr.
(B) Dalton.
(C) Thomson.
(D) Rutherford.
(E) Heisenberg.

Gabarito: A

O fotômetro de chama e o teste de chama usam o mesmo


princípio químico: a absorção de radiação por metais,
o que causa a excitação dos elétrons do metal. Com essa
absorção de energia, o elétron salta de níveis eletrônicos
mais internos para níveis mais externos. Quando o elétron
volta para seu estado fundamental, ele libera energia, o que
altera a coloração da chama. Tanto o fotômetro de chama
como o teste de chama são exemplos práticos do modelo
atômico proposto por Bohr, que foi o primeiro a sugerir a
absorção de radiação por elétrons presentes nos átomos.
QUESTÃO 89
_21_3FUV_1F_QUI_EW_L1_Q03

Quando uma substância é submetida a mudanças de


temperatura, ela pode se decompor pela ação do calor
(pirólise) e perder parte de sua estrutura. Desse modo,
não se pode determinar ao certo a sua composição, mas
é possível ter uma ideia geral do número e do tipo de
elementos que a constituem.
Considere uma amostra de uma substância pura inicialmente
sólida em condições ambientes que será aquecida em um
forno capaz de atingir temperaturas elevadas. Essa amostra,
ao ser aquecida, passará por todos os estados físicos (sólido,
líquido e gasoso). Ao obter a amostra líquida, observa-se
que ela tem massa menor que a massa original da amostra
sólida, uma vez que, após o aquecimento, a substância se
decompôs, liberando parte de sua estrutura (composição)
em forma de gás.

De acordo com a situação descrita no texto, a amostra que


sofreu decomposição pode ser da substância

(A) Fe.
(B) Na.
(C) O3.
(D) C2.
(E) HgO.

Gabarito: E

Uma substância composta, quando aquecida, pode sofrer


mudanças de estado e também se decompor em substâncias
simples (pirólise), como é o caso do HgO, que libera gás O2 e
forma Hg metálico, o qual pode ser vaporizado, conforme a
reação apresentada a seguir. Por isso, a amostra apresenta
massa menor ao final desse processo.
2 HgO( s ) 

 2 Hg (  )  O2 ( g)
QUESTÃO 90
_22_1FUV_1F_QUI_EW_L1_Q03

A espectroscopia de massas é um método de análise


química muito usado para identificar a composição de
substâncias desconhecidas. Por meio do bombardeamento
com um agente ionizador, as moléculas das amostras
analisadas são quebradas, originando fragmentos iônicos.
Esses fragmentos são detectados por um analisador em
função de sua relação carga/massa.
Sobre esse método, foram feitas as seguintes afirmações:
I. Por vezes, surgem problemas de identificação por causa
da possibilidade de existência de fragmentos isóbaros.
II. A presença de isótopos de um mesmo elemento em
quantidade maior não altera a previsão da análise.
III. Teoricamente, considerando fragmentos de mesma
carga, o analisador deve capturar fragmentos mais
pesados em uma região proporcionalmente distante em
relação à região de captura de fragmentos mais leves.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

Gabarito: C

Afirmação I: correta. Como a análise é feita em relação à


carga e à massa, fragmentos com mesma massa e mesma
carga podem ser computados como um só, o que pode
influenciar as medidas.
Afirmação II: incorreta. A presença de isótopos leva à
formação de fragmentos com massas distintas, o que
impacta a previsibilidade da análise. Como os isótopos de
um elemento químico apresentam abundâncias distintas, a
análise pode ser afetada.
Afirmação III: correta. Como a análise é feita em função da
massa e da carga, fragmentos mais pesados de determinada
carga são capturados em uma região distante daquela onde
são capturados fragmentos mais leves de mesma carga. Se
as regiões de captura de fragmentos de massas diferentes
fossem próximas, a análise ficaria comprometida.

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