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Prova 1 - 2022

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Prova 2 - 2011
Teste das Editoras - Mensagens12 NL teste2 Domínios

PARTE B - Lê o poema da obra pessoana Mensagem.

SEGUNDO: VIRIATO1
Se a alma que sente e faz conhece
Só porque lembra o que esqueceu,
Vivemos, raça, porque houvesse
Memória em nós do instinto teu.

Nação porque reencarnaste,


Povo porque ressuscitou
Ou tu, ou o de que eras a haste —
Assim se Portugal formou.

Teu ser é como aquela fria


Luz que precede a madrugada,
E é já o ir a haver o dia
Na antemanhã, confuso nada.

1. Indica dois aspetos que comprovem a importância de Viriato para os portugueses.

2. Explicita a dimensão mítica de Viriato presente na última estrofe.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completares a afirmação abaixo apresentada.


A expressão «o ir a haver o dia» (v. 11) é um indício _____________, sendo «dia» _________
da nação que viria a ser fundada.
(A) da anulação da ascendência do mito … metáfora
(B) da anulação da ascendência do mito … metonímia
(C) da preparação de algo que está para vir … metáfora
(D) da preparação de algo que está para vir … metonímia
Teste das Editoras - ASA_NovosPercProf_TESTE Mod.8

PARTE C

7. Escreve uma breve exposição sobre a dimensão simbólica dos heróis da Mensagem, de
Fernando Pessoa.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;

• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos comprovativos da dimensão simbó-


lica dos heróis de Mensagem, fundamentando cada um deles com, pelo menos, um exem-
plo pertinente;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Parte A - Fernando Pessoa, Mensagem

Leia o poema.
D. Sebastião
Esperai! Caí no areal e na hora adversa
Que Deus concede aos seus
Para o intervalo em que esteja a alma imersa
Em sonhos que são Deus.

Que importa o areal e a morte e a desventura


Se com Deus me guardei?
É O que eu me sonhei que eterno dura,
É Esse que regressarei.

1. Refira o interlocutor do poema, indicando o tempo/modo em que se encontra a forma verbal


inicial.

2. Explicite a característica de D. Sebastião que se infere da leitura dos três últimos versos.

3. Identifique o recurso expressivo presente no verso 5, explicitando o seu valor.

Grupo II - Leia o seguinte texto.


Portuguesinhos

Há muitas formas de patriotismo em Portugal. A predominante é a dos portuguesinhos. O


Portuguesinho é a versão sofisticada e pseudonacionalista do Portuga.
Ao contrário dos patriotas verdadeiros (aqueles que o são, para mal dos seus pecados,
apesar de tudo), o Portuguesinho vê o mundo como uma luta entre Portugal, por um lado, e o
5 Resto do Mundo, por outro. Não é uma luta emocionada, nem constitui qualquer desafio,
porque Portugal ganha sempre ao primeiro round. Ou melhor, ao primeiro prato. Sentado à
mesa, num daqueles restaurantes muito portuguesinhos onde se diz que o Camembert
português é muito melhor que o francês apesar de não terem francês para servir, cada garfada
que o Portuguesinho dá no espadarte fumado é uma facada fatal num salmão da escócia. Cada
10 ova de sardinha que lhe cai na língua esteriliza duma só bolada um cardume inteiro de esturjões
soviéticos.
Para um Portuguesinho, não basta que Portugal tenha coisas boas – é preciso que os
outros países todos só tenham coisas más. Ele não precisa de “ir ao estrangeiro” para saber
que os Alpes suíços não têm o encanto da nossa serra da Estrela, ou que em nenhuma ilha
15 grega se está como no Algarve. Nem precisa de saber falar outras línguas para ter consciência
que a língua portuguesa é a mais bela de todas (Fernando Pessoa era francês? Camões nasceu
no Tirol? Ah, bem!). O Portuguesinho é um eleito e um privilegiado. A emigração? Que
interessa, se os emigrantes portugueses são os melhores, os mais sérios e os mais impecáveis
trabalhadores do mundo?
20 E não há nenhum país no mundo que tenha uma cultura como a nossa!
Miguel Esteves Cardoso, A causa das coisas, Porto, Porto Editora, 2018 (com supressões).

Para os itens 1 a 7, selecione a opção que completa cada afirmação.

1. Ao longo do texto, com o recurso ao diminutivo no vocábulo “Portuguesinho”, o autor

(A) demonstra aversão relativamente ao grupo de pessoas que caracteriza.

(B) usa um tom irónico ao referir-se a este grupo de pessoas.

(C) revela a opinião que os estrangeiros têm acerca dos portugueses.

(D) faz a apologia do patriotismo demonstrado pelos portugueses em causa.

2. O recurso ao travessão no segmento textual “não basta que Portugal tenha coisas boas – é
preciso que os outros países todos só tenham coisas más” (ll. 12-13) tem um valor

(A) explicativo.

(B) informativo.

(C) emocional.

(D) interpelativo.

3. As frases interrogativas e exclamativas entre parêntesis “(Fernando Pessoa era francês? Ca-
mões nasceu no Tirol? Ah, bem!)” (ll. 16-17)

(A) demonstram o reconhecimento internacional dos autores referidos.

(B) apresentam-se como argumentos em favor da literatura portuguesa.

(C) revelam o caráter culto do povo português.

(D) revelam o caráter multicultural da literatura portuguesa.


4. O vocábulo “pseudonacionalista” (l. 2) é formado por

(A) composição morfológica.

(B) composição morfossintática.

(C) derivação afixal.

(D) derivação não afixal.

5. No segmento “aqueles que o são” (l. 3), o elemento sublinhado desempenha a função sintá-
tica de

(A) predicativo do complemento direto.

(B) sujeito.

(C) complemento direto.

(D) predicativo do sujeito.

6. A oração “nem constitui qualquer desafio” (l. 5) classifica-se como

(A) coordenada explicativa.

(B) coordenada copulativa.

(C) subordinada adverbial concessiva.

(D) subordinada substantiva completiva.

7. O mecanismo de coesão assegurado no segmento textual “os emigrantes portugueses são


os melhores, os mais sérios e os mais impecáveis trabalhadores do mundo” (ll. 18-19) é

(A) gramatical frásica.

(B) gramatical interfrásica.

(C) gramatical referencial.

(D) lexical por substituição.

8. Indique o valor aspetual do segmento “Há muitas formas de patriotismo em Portugal”.

9. Classifique a oração “que o Camembert português é muito melhor que o francês” (ll. 7-8).

10. Refira a função sintática desempenhada pelo segmento sublinhado “os Alpes suíços não têm
o encanto da nossa serra da Estrela” (l. 14).
Teste das Editoras - MSG_12_MKT_[Teste Fernando Pessoa - Mensagem - AE2] - Est. de Exame_V1

PARTE A

Lê o poema, a contextualização e as notas.

Contextualização
Fernão de Magalhães é um navegador português que, em 1519, iniciou a viagem de circum-navegação, ao
serviço do rei de Espanha. Foi assassinado no decurso da viagem por nativos no arquipélago das Filipinas.
VIII – Fernão de Magalhães
No vale clareia uma fogueira.
Uma dança sacode a terra inteira.
E sombras disformes e descompostas
Em clarões negros do vale vão
Subitamente pelas encostas,
Indo perder-se na escuridão.

De quem é a dança que a noite aterra1?


São os Titãs, os filhos da Terra,
Que dançam da morte do marinheiro
Que quis cingir2 o materno vulto —
Cingi-lo, dos homens, o primeiro —,
Na praia ao longe por fim sepulto3.

Dançam, nem sabem que a alma ousada


Do morto ainda comanda a armada,
Pulso sem corpo ao leme a guiar ____________________________________________

As naus no resto do fim do espaço: 1 aterra: aterroriza.


2 cingir:ligar, abraçar.
Que até ausente soube cercar 3 sepulto: sepultado.
A terra inteira com seu abraço.

Violou a Terra. Mas eles não


O sabem, e dançam na solidão;
E sombras disformes e descompostas,
Indo perder-se nos horizontes,
Galgam do vale pelas encostas
Dos mudos montes.
1. Explicita o sentido da metáfora presente na segunda estrofe (vv. 10-11).

2. Evidencia a presença do herói histórico e a presença do herói mítico nas segunda e terceira
estrofes do poema, fundamentando a resposta com a referência a um elemento textual para
cada um dos tipos de herói.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.


Na quarta estrofe, o uso da expressão «mudos montes» (v. 24) destaca a
insurreição da natureza perante a audácia revelada por Fernão de Maga-
A.
lhães.
B. revolta dos «Titãs» que não desejavam que o seu mundo fosse revelado.
C. compaixão da «Terra» ao constatar a morte injusta de Fernão de Magalhães.
ignorância evidenciada nos festejos dos «Titãs», aquando da morte do nave-
D.
gador.
Parte C - 7. O desencanto em relação ao estado da sociedade é uma atitude de Pessoa, em
Mensagem, e de Camões, em Os Lusíadas. Escreve uma breve exposição na qual comproves
a afirmação anterior, baseando-te na tua experiência de leitura dos dois poetas.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites, para cada um dos poetas, um aspeto que
comprove a reflexão sobre o estado da sociedade, fundamentando cada um desses
aspetos em, pelo menos, um exemplo pertinente;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Grupo II - Lê o texto e as notas.

Um jovem Fernando Pessoa panfletário1 e antimonárquico


Richard Zenith e Fernando Cabral Martins, que encontraram e fixaram [os] textos [de Fernando
Pessoa], incluíram cinco inéditos (quatro poemas completos e o início de um poema inacabado)
em Mensagem e outros poemas sobre Portugal.
[…] [E]stes poemas também nos revelam, no seu tom indignado e panfletário, que esse
adolescente criado na cultura inglesa, e que por muito tempo ambicionou ser um poeta inglês,
mantinha ligações sentimentais suficientemente fortes ao seu país natal para não ter
perdoado à monarquia portuguesa a aceitação humilhante do Ultimato britânico de 1890. O
mesmo Pessoa que mais tarde criticará muitos aspetos da Primeira República, e que rejubilará
com a deposição de Afonso Costa pelo ditador Sidónio Pais, mostrava ser, aos 17 anos, um
republicano de veia jacobina2, inimigo jurado da coroa e da Igreja. «Abaixo a guerra, a tirania;
/ Abaixo os reis, morra a Igreja. / Não haja coração que seja / Inimigo da luz do dia!», grita o
poeta no referido poema inacabado. E noutro dos inéditos agora divulgado, lamenta-se: «[…]
Com o governo que temos e o nosso rei / Somos um carro já sem rodas.».
Pelo seu conteúdo, mas também por diversos outros indícios, Zenith e Cabral Martins
estão convencidos de que estes poemas datarão de 1906 e provavelmente do início desse
ano.
[…] Os organizadores de Mensagem e outros poemas sobre Portugal optaram por
organizar os poemas por ordem (tanto quanto possível) cronológica, o que permite
acompanhar a evolução das posições políticas e ideológicas de Pessoa e o modo como este
foi reagindo aos regimes e aos governos que se sucederam no país. Republicano ferrenho nos
anos finais da monarquia constitucional, crítico, depois, dos sucessivos governos da Primeira
República, excetuada a ditadura do «presidente-rei» Sidónio Pais, Pessoa não terá visto com
maus olhos a instauração do Estado Novo, embora viesse a tornar-se, no final da vida, um
opositor feroz de Salazar, a quem trata por «chatazar» num poema de 1935.
Para se situar estes poemas antimonárquicos, convém lembrar que Pessoa começou a
frequentar o Curso Superior de Letras na Universidade de Lisboa logo em outubro de 1905,
duas semanas após o seu regresso a Lisboa. Zenith está convencido de que o contacto com o
meio estudantil universitário pode ajudar a explicar a súbita emergência desse Pessoa
militantemente antimonárquico, que se mostra empenhado em acordar os seus conterrâneos
com poemas panfletários, ao mesmo tempo que, como lembra o prefácio deste livro, continua
e continuará por alguns anos «a escrever poesia quase unicamente em inglês, em consonância
com a sua ambição literária de ombrear3 com Shakespeare, Milton, Shelley e Keats». […]
Mensagem e outros poemas sobre Portugal apresenta ainda textos que, não sendo
literalmente inéditos, são muito pouco conhecidos, e cuja leitura foi, em alguns casos,
bastante melhorada, como acontece com o segundo poema que aqui transcrevemos, que
termina com este significativo dístico final: «Sou todo Fogo, Multiplicidade, / Na névoa da
minha unidade.». Dubitativamente datado de 1913, é um poema francamente relevante, a
demonstrar que, apesar de tudo, vale a pena esgaravatar no espólio pessoano e regressar aos
manuscritos para aperfeiçoar leituras.
1. Os poemas recolhidos por Richard Zenith e Fernando Cabral Martins apresentam Pessoa
como
A. um defensor acérrimo de todos os movimentos revoltosos nacionais.
B. uma figura paradoxal que defende um país cuja língua não usa.
C. um poeta que participou também em vários movimentos estudantis.
D. uma personagem dotada de interesses políticos divergentes.

2. Ao apresentar Pessoa como «um republicano de veia jacobina» (l. 9), destaca-se
A. a sua intolerância.
B. o seu acatamento.
C. a sua insubmissão.
D. a sua austeridade.

3. A transcrição do dístico na linha 35


A. confirma a fiabilidade da investigação poética de Zenith e de Cabral Martins.
B. demonstra a centralidade da poesia antimonárquica no universo pessoano.
C. evidencia a presença da análise da realidade envolvente na poesia de Pessoa.
D. reforça a relevância de uma atitude contestatária da obra poética de Pessoa.

4. A oração «que estes poemas datarão de 1906» (l. 15) é


A. subordinada substantiva relativa, com função de complemento direto.
B. subordinada substantiva relativa, com função de complemento do nome.
subordinada substantiva completiva, com função de complemento do adje-
C.
tivo.
D. subordinada substantiva completiva, com função de complemento oblíquo.

5. No contexto em que ocorrem, os vocábulos «este», na linha 18, e «embora», na linha 22,
contribuem para a coesão
A. lexical e gramatical frásica, respetivamente.
B. gramatical interfrásica e gramatical referencial, respetivamente.
C. gramatical referencial, em ambos os casos.
D. gramatical interfrásica, em ambos os casos.

6. Através das expressões «rejubilará» (l. 8) e «pode ajudar» (l. 27), transmite-se uma ideia de
A. certeza, no primeiro caso, e possibilidade, no segundo caso.
B. possibilidade, no primeiro caso, e certeza, no segundo caso.
C. certeza, em ambos os casos.
D. possibilidade, em ambos os casos.

7. Identifica as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões:


a) «a aceitação humilhante do Ultimato britânico de 1890» (l. 7);
b) «com o meio estudantil universitário» (ll. 26-27).

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