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Teste de Avaliação de Português - 12º ano

Grupo I

Abdicação

Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços


E chama-me teu filho.
Eu sou um rei
Que voluntariamente abandonei
5 O meu trono de sonhos e cansaços.

Minha espada, pesada a braços lassos,


Em mão viris e calmas entreguei;
E meu ceptro e coroa, - eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços.

10 Minha cota de malha, tão inútil,


Minhas esporas, de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.

Despi a realeza, corpo e alma,


E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.

Fernando Pessoa, Cancioneiro

1. Apresenta a sequência dos actos de abdicação do sujeito poético referidos ao longo do texto, explicando o seu
sentido.
2. Explicita a atitude do sujeito poético perante a vida.
3. Justifica a escolha da “noite eterna” para destinatário da invocação, explorando o seu simbolismo no texto.
4. Faz o levantamento dos recursos estilísticos utilizados, explicando o seu valor expressivo.
5. Refere as marcas temáticas e formais características da poesia de Pessoa ortónimo presentes neste poema.

Grupo II
“Pouco importa o que sintamos o que exprimimos; basta que, tendo-o pensado, saibamos fingir bem tê-lo
sentido.”
Fernando Pessoa, in Carta a Francisco Costa
Partindo desta afirmação, redige um texto expositivo-argumentativo bem estruturado, de duzentas a trezentas
palavras, em que reflictas sobre o processo de criação literária em Pessoa.

FIM

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