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Contextualização

literária

Unidade 1.1

Fernando Pessoa
Poesia do Ortónimo
Contextualização literária
Fernando Pessoa – Poesia do Ortónimo

Fernando Pessoa

Pessoa ortónimo distingue-se dos seus heterónimos


por traços peculiares:

avesso ao sentimentalismo;

as suas finas emoções são pensadas, são já


vibrações da inteligência, vivências de estados
imaginários.

«Eu simplesmente sinto


Com a imaginação. Fernando Pessoa na Baixa de Lisboa.
Não uso o coração».
«Isto»
Contextualização literária
Fernando Pessoa – Poesia do Ortónimo

Pessoa ortónimo e a sua poesia

Breves poemas de métrica geralmente curta, com musical suavidade.

Fiel à tradição poética «lusitana» e, por vezes, próximo da quadra popular.

«Ondula como um canto de ave


No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar»

«Ela canta, pobre ceifeira»


Silva Porto, Colheita – Ceifeiras, 1893.
Contextualização literária
Fernando Pessoa – Poesia do Ortónimo

Utilização de símbolos consagrados

a noite a fonte o mar; o rio

as rosas o azul a brisa

Utilização de símbolos com cunho moderno

o cais o andaime
Contextualização literária
Fernando Pessoa – Poesia do Ortónimo

Pessoa exprime ou insinua a solidão interior, a inquietação perante o enigma


indecifrável do mundo, o tédio, a falta de impulsos afetivos de quem, minado pelo
demónio da análise, já nada espera da vida .

Esta constante inquietação resulta


em insatisfação, tristeza e dor.
Contextualização literária
Fernando Pessoa – Poesia do Ortónimo

«Em Fernando Pessoa há a expressão musical e subtil do frio, do tédio e dos


anseios da alma, de estados quase inefáveis em que se vislumbra por instantes
«uma coisa linda», nostalgias de um bem perdido que não se sabe bem qual foi,
oscilações quase impercetíveis de uma inteligência extremamente sensível, e até
vivências tão profundas que não vêm «à flor das frases e dos dias» mas se
insinuam pela eufonia dos versos, pelas reticências de uma linguagem finíssima.»
Jacinto do Prado Coelho, Unidade e Diversidade em Fernando Pessoa,
Lisboa, Editorial Verbo, 1987, pp. 41-42.

Em Pessoa ortónimo a questão permanente centra-se na ânsia de alcançar «esta


vida e a outra que pressentiu».

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