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SINTAXE PARTE 2
SINTAXE 2
COMENTADO
PORTUGUÊS
COMENTADO
GABARITO COMENTADO
1. “Todas as frases abaixo mostram a presença da conjunção OU; aquela frase em que ela tem
valor de adição é:
a) Aquele senhor falava inglês ou francês com facilidade;
b) Comprarei um carro novo: um Fusca ou um BMW;
c) Ou você se conserta ou desaparece daqui!;
d) Rui Barbosa, ou a Águia de Haia, foi famoso jurista;
e) Vamos estudar ou seremos reprovados.
COMENTÁRIO:
A conjunção OU pode ser não exclusiva – de valor aditivo – ou exclusiva – de valor alternativo
propriamente dito.
Note que, na letra A, é possível trocar OU por E, evidenciando a não exclusão.
Nas letras B, C e E, a conjunção OU de fato tem valor exclusivo. Somente uma das duas opções
pode ocorrer.
Na letra D, a conjunção OU introduz um aposto explicativo. Assim sendo, sua ideia não está
associada à exclusão, e sim a esclarecimento.
Resposta: A
2. “Após sucessivos anos de poucas chuvas, os reservatórios das hidrelétricas brasileiras nas
regiões Sudeste e Sul chegaram ao mês de setembro em seu pior nível histórico, abaixo
mesmo do patamar de 2001, quando o país enfrentou um severo racionamento de energia.
Para especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, esse cenário torna elevado o risco de apagões
(interrupções temporárias localizadas de fornecimento), ainda mais em momentos de picos
de consumo, que ficam mais frequentes com a volta do calor."
(BBC News Brasil, 19/09/2021)
A frase abaixo em que o vocábulo “quando” mostra o mesmo valor daquele apresentado
no texto acima é:
a) Não se pode prever quando isso vai ocorrer de novo;
b) Desconhecemos quando esses fatos vão acontecer;
c) Os vulcões entraram em erupção quando o tempo mudou;
d) Esse é o momento quando todos devem tomar precauções;
e) As notícias chegaram quando menos se esperava.
COMENTÁRIO:
O vocábulo “quando” atua como pronome relativo, retomando o antecedente “2001”. Isso
pode ser evidenciado, substituindo-se “quando” por “em que” – “... patamar de 2001, em que
o país enfrentou um severo racionamento de energia”.
Nas letras A e B, “quando” atua como advérbio interrogativo. Note que temos interrogativas
indiretas – “Quando isso vai ocorrer de novo?” e “Quando esses fatos vão acontecer?”.
Nas letras C e E, “quando” atua como conjunção temporal. Note que é possível substituir
“quando” por outra conjunção ou locução conjuntiva temporal, como “assim que” e “no
instante em que” – “... assim que o tempo mudou” e “no instante em que menos se esperava”.
Já na letra D, “quando” retoma “momento”, atuando como pronome relativo. Note que é
possível substituí-lo por “em que” – “... momento em que todos devem tomar precauções”.
Resposta: D
3. “Um homem de 44 anos foi preso na noite desta quinta-feira (16), após tentar furtar uma
residência, localizada na rua Duque de Caxias entre Rafael Vaz e Silva e Guanabara, em Porto
Velho.
A Polícia Militar foi informada que o criminoso, usando um alicate grande, teria cortado o
cadeado do portão da residência, porém, o cachorro da casa começou a latir e o homem fugiu.
Populares seguiram o criminoso, acionaram a Polícia Militar, ele recebeu voz de prisão e foi
encaminhado para a Central de Flagrantes.”
(Rondoniagora, 17/09/2021)
Na frase “o cachorro da casa começou a latir e o homem fugiu”, a conjunção E mostra o
mesmo valor em:
a) O ladrão chegou perto da casa e observou o cenário;
b) O bandido usou o alicate e cortou o cadeado;
c) A Polícia Militar chegou e o bandido ficou com medo;
d) O meliante foi preso e encaminhado para a delegacia;
e) Os assaltos e furtos são comuns nas grandes cidades.
COMENTÁRIO:
No texto original, a conjunção E estabelece uma relação de causa e efeito – o homem fugiu
porque o cachorro da casa começou a latir.
O mesmo ocorre na letra C – o bandido ficou com medo porque a Polícia chegou.
Resposta: C
4. O célebre político e escritor italiano Maquiavel escreveu em sua obra O Príncipe: “Por
conseguinte, um senhor prudente não pode nem deve cumprir a palavra dada, quando tal
observância lhe for prejudicial e quando as razões que levaram à sua promessa deixarem de
existir. E se os homens fossem todos bons, tal preceito não valeria: mas como são pérfidos e
não cumprem a palavra contigo, tu também não és obrigado a cumprir a palavra com eles”.
O termo inicial desse segmento “Por conseguinte” mostra que tudo o que está nele
expresso funciona como uma:
a) explicação;
b) retificação;
c) condição;
d) conclusão;
e) concessão.
COMENTÁRIO:
Questão tranquila, algo raro quando se fala em FGV.
A conjunção “Por conseguinte” expressa a ideia de conclusão.
Resposta: D
5. Texto 4 – A Quadrilha
“A quadrilha, também conhecida como quadrilha junina, quadrilha caipira ou quadrilha matuta
é um estilo de dança folclórica coletiva típica das festas juninas brasileiras. Que acontecem,
geralmente, nos meses de Junho e Julho em todas as regiões do Brasil, principalmente no
Nordeste. Por isso, as apresentações de quadrilha fazem referências a cultura nordestina, por
exemplo, a caracterização do homem do campo, do caipira ou do matuto.
No entanto, a quadrilha é de origem francesa. Dessa forma, a ‘quadrille’ surgiu em Paris, no
século XVIII.
Ademais, era uma dança de salão composta por quatro casais, no entanto, era uma dança da
elite europeia. Antes de chegar à França, a dança pertencia aos ingleses, onde era conhecida
como ‘contredanse’, cuja origem vinha dos camponeses no século XIII. Depois, se difundiu por
toda Europa.
Em suma, foi trazida ao Brasil, para a cidade do Rio de Janeiro durante o período da Regência,
em 1830, logo, se popularizando em todo o país.” (Segredos do Mundo, 01/04/2021.
Adaptado)
No texto 4, o conector sublinhado que está adequadamente empregado é:
COMENTÁRIO:
A letra D já é descartada, haja vista que “onde” não está retomando lugar.
Na letra B, a expressão “Dessa forma” introduz uma conclusão, mas não ocorre essa relação
lógica entre as orações anterior e posterior. Não faz sentido o trecho “... é de origem francesa.
Dessa forma, surgiu em
Paris...”.
Na letra C, a expressão “no entanto” introduz uma oposição, mas não ocorre essa
relação lógica entre as orações anterior e posterior. Não faz sentido o trecho “... era uma dança
de salão composta por quatro casais, no entanto, era uma dança da elite europeia”.
Na letra E, a expressão “Em suma” dá a ideia de “Em síntese”. No entanto, não se faz uma
síntese, e sim uma adição de conteúdo.
A letra A é a única em que o termo destacado confere lógica, pois relaciona informações de
natureza oposta.
Resposta: A
COMENTÁRIO:
Na letra C, é coerente que a oração adjetiva “que foi eleito para presidente” seja restritiva, e
não explicativa, já que se pressupõe que haja outros candidatos não eleitos. Faz-se menção,
portanto, a um candidato específico.
As vírgulas deveriam ser eliminadas.
Resposta: C
COMENTÁRIO:
A oração reduzida é “para se ter mente sã em corpo são”.
Note que se trata de uma oração subordinada não introduzida por conector e com verbo no
infinitivo.
Para desenvolver uma oração reduzida, o primeiro passo é fazer aparecer o conector. Como
dito, a FGV apela frequentemente em suas questões para o QUE. Somente esse filtro já nos
elimina as letras A e E, opções que não apresentam QUE.
Agora vamos analisar as flexões verbais. Note que a locução “Deve-se rezar” apresenta auxiliar
no presente do indicativo. Esse tempo não é compatível com a forma “tivesse”, presente nas
letras C e D.
Resta-nos como resposta a letra B.
Resposta: B
8. “A matemática, vista corretamente, possui não apenas verdade, mas também suprema
beleza – uma beleza fria e austera, como a da escultura.” Bertrand Russell.
Assinale a opção que apresenta a afirmação adequada sobre os componentes desse
pensamento.
a) O segmento “vista corretamente” indica a causa da oração seguinte.
b) Os segmentos “não apenas” e “mas também” indicam oposição de ideias.
c) As palavras “verdade” e “beleza” indicam valores que se contradizem na ciência
matemática.
d) O termo “a” em “a da escultura” engloba a verdade e a beleza da matemática.
e) A comparação “como a da escultura” traz uma valorização artística da matemática.
COMENTÁRIO:
Letra A – ERRADA – Indica uma condição, não uma causa.
Letra B – ERRADA – Indica adição.
Letra C – ERRADA – Não há contradição. Trata-se de duas qualidades positivas da matemática.
Letra D – ERRADA – Há elipse apenas de “beleza”.
Letra E – CERTA
Resposta: E
9. É muito conhecida a frase “O crime não compensa”; se colocarmos a conjunção MAS
após essa frase, uma complementação formalmente adequada será:
a) O crime não compensa, mas a pena pode ser demasiadamente longa;
b) O crime não compensa, mas todos preferem não cometê-lo;
c) O crime não compensa, mas o número de criminosos diminui a cada dia;
d) O crime não compensa, mas felizmente muitos criminosos são presos;
e) O crime não compensa, mas o lucro pode ser transitoriamente grande.
COMENTÁRIO:
O conector MAS é adversativo e, necessariamente, precisa introduzir uma ideia de contraste.
Isso somente ocorre na letra E: a oração anterior apresenta uma desvantagem do crime; já a
segunda, uma vantagem.
Resposta: E
10. Texto 1
“A instituição policial brasileira, segundo documentação existente no Museu Nacional do Rio
de Janeiro, data de 1530, quando da chegada de Martim Afonso de Sousa enviado ao Brasil –
Colônia por D. João III. A pesquisa histórica revela que no dia 20 de novembro de 1530, a
polícia brasileira iniciava as suas ações, promovendo justiça e organizando os serviços de
ordem pública, como melhor entendesse nas terras conquistadas do Brasil. A partir de então a
instituição policial brasileira passou por seguidas reformulações nos anos de 1534, 1538, 1557,
1565, 1566, 1603, e, assim, sucessivamente. Somente em 1808, com a chegada do príncipe
Dom João ao Brasil, a polícia começou a ser estruturada, comandada por um delegado e
composta por escrivães e agentes.”
Os termos sublinhados no texto 1 são conectores, ou seja, ligam partes do texto; a opção
abaixo em que o valor semântico de um desses termos NÃO está corretamente indicado
é:
a) segundo = conformidade;
b) quando = tempo;
c) como = conformidade;
d) assim = modo;
e) com = companhia.
COMENTÁRIO:
Leiamos o trecho "... com a chegada do príncipe Dom João ao Brasil, a polícia começou a ser
estruturada...".
Não temos aqui uma ideia de companhia, mas sim de causa ou tempo.
Resposta: E
11. “A dificuldade de aumentar o Fundo Eleitoral para as eleições municipais do ano que vem
está revivendo entre deputados e senadores a necessidade do financiamento privado das
campanhas eleitorais. Com o aumento do custo pela volta da propaganda no rádio e na
televisão, haverá necessidade de novo tipo de financiamento”.
(Uma questão de dinheiro, Merval Pereira).
Os termos abaixo que mostram, respectivamente, as ideias de causa e consequência são:
a) a dificuldade de aumentar o Fundo Eleitoral / a necessidade do financiamento privado
das campanhas;
b) o aumento de custo das campanhas eleitorais / a volta da propaganda no rádio e na
televisão;
c) a necessidade de novo tipo de financiamento / o aumento de custo das campanhas
eleitorais;
d) a necessidade do financiamento privado das campanhas / a dificuldade de aumentar o
Fundo Eleitoral;
e) o aumento de custo das campanhas eleitorais / a dificuldade de aumentar o Fundo
Eleitoral.
COMENTÁRIO:
A necessidade do financiamento privado de campanha, segundo o texto, se dá devido às
dificuldades em aumentar o Fundo Eleitoral para as eleições municipais. É justamente isso que
está evidenciado na letra A.
Resposta: A
13. “Quanto mais a pena for rápida e próxima do delito, tanto mais justa e útil ela será”.
Nesse pensamento, há uma correlação entre dois termos precedidos por “Quanto mais”
e “tanto mais”, que são:
a) mais rápida e mais próxima do delito;
b) mais justa e mais útil;
c) mais rápida / mais justa;
d) mais rápida e próxima / mais justa e útil;
e) mais próxima / mais útil.
COMENTÁRIO:
Note que “Quanto mais” está associado aos adjetivos “rápida” e “próxima”.
Já “tanto mais” está associado aos adjetivos “justa” e “útil”.
Dessa forma, o primeiro grupo refere-se aos modificados por “Quanto mais” – “rápida e
próxima”. Já o segundo grupo, aos modificados por “tanto mais” – “justa e útil”.
Resposta: D
23. Em artigo publicado no jornal carioca O Globo, 19/3/2018, com o nome Erros do passado,
o articulista Paulo Guedes escreve o seguinte: “Os regimes trabalhista e previdenciário
brasileiros são politicamente anacrônicos, economicamente desastrosos e socialmente
perversos. Arquitetados de início em sistemas políticos fechados (na Alemanha imperial de
Bismarck e na Itália fascista de Mussolini), e desde então cultivados por obsoletos programas
socialdemocratas, são hoje armas de destruição em massa de empregos locais em meio à
competição global. Reduzem a competitividade das empresas, fabricam desigualdades sociais,
dissipam em consumo corrente a poupança compulsória dos encargos recolhidos, derrubam
o crescimento da economia e solapam o valor futuro das aposentadorias”.
(adaptado)
Todos os itens abaixo são períodos compostos por duas orações, separadas por um sinal de
pontuação; o item em que a inclusão de um conectivo entre essas duas orações foi feita de
forma adequada ao sentido original é:
a) Todos julgam segundo a aparência, ninguém julga segundo a essência / Todos julgam
segundo a aparência, embora ninguém julgue segundo a essência;
b) O amor vence tudo, cedamos nós também ao amor / O amor vence tudo, por isso
cedamos nós também ao amor;
c) Deus fez o amor, o homem fez o ato sexual / Deus fez o amor à medida que o homem
fez o ato sexual;
d) O amor é um grande mestre, ensina de uma só vez / O amor é um grande mestre, logo
ensina de uma só vez;
e) O talento sem genialidade é pouca coisa. A genialidade sem talento é nada / O talento
sem genialidade é pouca coisa, mesmo que a genialidade sem talento seja nada.
COMENTÁRIO:
Letra A – ERRADA – A segunda parte se apresenta como uma causa da primeira. Note: Todos
julgam segundo a aparência, PORQUE ninguém julga segundo a essência.
Letra B – CERTA - A segunda parte se apresenta como uma conclusão/consequência da
primeira.
Letra C – ERRADA - A segunda parte estabelece uma ideia de contraste com a primeira. Note:
Deus fez o amor ENQUANTO QUE o homem fez o ato sexual;
Letra D – ERRADA - A segunda parte se apresenta como uma causa da primeira. Note: O amor
é um grande mestre, POIS ensina de uma só vez.
Letra E – ERRADA – A segunda parte se apresenta como uma soma da primeira. Note: O
talento sem genialidade é pouca coisa E a genialidade sem talento é nada.
Resposta: B
24. A frase abaixo em que os dois termos unidos pela conjunção E são equivalentes, fazendo
com que o segundo termo possa ser retirado da frase é:
a) “As novas opiniões são sempre suspeitas E geralmente opostas, pelo fato de não serem
comuns”;
b) “O verdadeiro amor é uma expressão da produtividade interna e compreende
solicitude, respeito, responsabilidade E conhecimento;
c) “Qualquer pessoa é capaz de ficar alegre E de bom humor quando está bem-vestida”;
d) “O amor E a amizade são como o eco: dão tanto quanto recebem”;
e) “O amor não mata a morte E a morte não mata o amor, pois, no fundo, entendem-se
muito bem”.
COMENTÁRIO:
Devemos assinalar aquela opção em que a conjunção E liga dois termos equivalente, ou seja,
não há no termo seguinte qualquer acréscimo de sentido em relação ao primeiro.
Analisemos os itens:
Letra A – ERRADA – Não expressam a mesma ideia os adjetivos “suspeitas” e “opostas”.
Letra B – ERRADA – Não expressam a mesma ideia os substantivos “solicitude”, “respeito”,
“responsabilidade” e “conhecimento”.
Letra C – CERTA – Expressam a mesma ideia “alegre” e “de bom humor”.
Letra D – ERRADA – Não expressam a mesma ideia os substantivos “amor” e “amizade”.
Letra E – ERRADA – As duas orações conectadas pelo E – “O amor mata a morte” e “a morte
mata o amor” não expressam a mesma ideia
Resposta: C
25. “Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem cotidiana,
usamos os dois termos indistintamente”.
Nesse segmento do texto 2, o conector “entretanto” só NÃO pode ser substituído de forma
semanticamente adequada por:
a) contudo;
b) todavia;
c) conquanto;
d) no entanto;
e) porém.
COMENTÁRIO:
O conector “entretanto” é adversativo. A única opção cujo conector não é adversativo é a letra
C.
O conector “conquanto” expressa concessão.
Resposta: C
26. Observação
Vivemos tão apressados que estamos perdendo a habilidade de observar detalhadamente o
que nos cerca. Por outro lado, somos tão bombardeados por imagens e por estímulos visuais
que, para nos proteger do excesso, aprendemos a não perceber o que está em volta,
aprendemos a nos proteger. Por isso, a propaganda fica cada vez mais agressiva. Os produtos
precisam, a qualquer custo, chamar a atenção do possível comprador, até que sejamos capazes
de “ver sem olhar”. Ou seja, mesmo sem estarmos interessados, não podemos escapar de
perceber uma imagem de propaganda.
Isso nos tem levado à autoproteção ou a uma atitude passiva, já que não é preciso fazer
nenhum esforço, pois a propaganda e as imagens se encarregam de nos invadir.
Entretanto, para apreciar a arte e saber ler imagens, uma primeira habilidade que precisamos
renovar, estimular e desenvolver é a observação. Ela deve deixar de ser passiva para tornar-se
ativa, voluntária: observo o que quero, porque quero, como quero, da forma que quero,
quando quero observar.
Se pedirmos a um amigo que descreva alguém, ele pode dizer genericamente: alto, magro, de
meia-idade: ou então ser bem específico: tem aproximadamente 1 metro e oitenta, é magro,
está vestido com uma calça azul, camisa branca, tênis, jaqueta de couro marrom, tem cabelos
escuros, encaracolados, curtos, olhos azuis, usa costeletas, tem um sinal escuro do lado direito do
rosto e cerca de 40 anos.
Essa segunda descrição é mais detalhada e demonstra mais observação. Naturalmente, se eu
estiver procurando tal pessoa, a partir dessa descrição detalhada, posso encontrá-la com mais
facilidade.
OLIVEIRA, J. e GARCEZ, L. Explicando a Arte. Ed. Nova Fronteira. 2001.
Em todas as opções a seguir foram sublinhadas orações. Indique aquela que tem seu valor
semântico corretamente indicado.
a) “Vivemos tão apressados que estamos perdendo a habilidade de observar
detalhadamente o que nos cerca.” / consequência.
b) “Por outro lado, somos tão bombardeados por imagens e por estímulos visuais que,
para nos protegermos do excesso, aprendemos a não perceber muito o que está em volta, ...”
/ explicação.
c) “Por isso a propaganda fica cada vez mais agressiva.” / conclusão.
d) “Os produtos precisam, a qualquer custo, chamar a atenção do possível comprador, até
que sejamos capazes de ´ver sem olhar´.” / proporção.
e) “Ou seja, mesmo sem estarmos interessados, não podemos escapar de perceber uma
imagem de propaganda.” / causa.
COMENTÁRIO:
Letra A – CERTA – De fato! A palavra intensificadora “tão”, presente na oração principal, é o
gatilho para o aparecimento de uma oração subordinada adverbial consecutiva, introduzida
geralmente pela conjunção consecutiva QUE.
Letra B – ERRADA – Tem-se uma ideia de finalidade, não explicação.
Letra C – ERRADA – Cuidado!
Galera, tomem cuidado! Da mesma forma que confundimos causa e explicação, muitas
vezes fazemos confusão entre consequência e conclusão.
A consequência expressa na oração subordinada está associada a uma quantificação ou
intensificação expressas na oração principal. Vocês se lembram da construção típica com
expressões intensificadoras na oração principal - tão, tamanho, de tal forma, etc. - ensejando
o aparecimento do “que” consecutivo?
Já a conclusão expressa na oração coordenada não depende de uma quantificação ou
intensificação da ideia presente na oração coordenada anterior.
Vejamos dois exemplos:
Ele se dedicou de tal forma ao projeto, que foi promovido à chefia.
Note que a promoção está associada ao grau de dedicação ao projeto. A oração em destaque
expressa uma CONSEQUÊNCIA).
Eu e minha esposa vamos mudar de cidade, por isso vamos ter que pedir demissão.
Note que o pedido de demissão NÃO está associado a uma quantificação ou intensificação
expressas na oração anterior. Ora, não é possível graduar “mudar de cidade”. A oração em
destaque expressa uma CONCLUSÃO.
Analisemos o trecho do texto:
Por outro lado, somos tão bombardeados por imagens e por estímulos visuais que, para nos
proteger do excesso, aprendemos a não perceber o que está em volta, aprendemos a nos proteger.
Por isso, a propaganda fica cada vez mais agressiva.
De fato! A palavra intensificadora “tão”, presente na oração principal, é o gatilho para o
aparecimento de uma oração subordinada adverbial consecutiva, introduzida pela conjunção
consecutiva POR ISSO.
Letra D – ERRADA – Tem-se uma ideia de tempo, não de proporção.
Letra E – ERRADA – Tem-se uma ideia de concessão, não causa.
Resposta: A
COMENTÁRIO:
Letra A: A primeira frase deveria ser “Se é possível que existam redes sociais”.
Essa proposição está correta haja vista a formação de plural da forma verbal “existam”, que
concorda diretamente com o termo sujeito redes sociais. Semelhante estrutura ocorre na frase
seguinte em que o verbo também se conjuga no presente do subjuntivo. Está pronta a
correlação.
Letra B: A primeira frase NÃO deveria ser “Se é possível a existência de redes sociais”, uma
vez que não estaria garantido o paralelismo. Somente estaria correta se a reescrita fosse: “Se
hoje é possível QUE EXISTAM redes sociais; se é possível QUE PESSOAS SE ORGANIZEM em
grupos...”
Letra C: A segunda frase NÃO deveria ser “se é possível a organização de pessoas em grupos”,
uma vez que não estaria garantido o paralelismo. Somente estaria correta se a reescrita fosse:
“Se hoje é possível EXISTIR redes sociais; se é possível PESSOAS ORGANIZAREM-SE em
grupos...”
Letra D: A segunda frase NÃO deveria ser “se é possível que pessoas sejam organizadas em
grupos”, uma vez que não estaria garantido o paralelismo. Não seria possível a correlação com
a forma de voz passiva sejam organizadas, uma vez que o verbo existir, por ser intransitivo,
não admite transposição para a voz passiva.
Letra E: A segunda frase NÃO deveria ser “se é possível pessoas organizando-se em grupos”,
uma vez que não estaria garantido o paralelismo. Somente estaria correta se a reescrita fosse:
“Se hoje é possível EXISTINDO redes sociais; se é possível PESSOAS ORGANIZANDO-SE em
grupos...”
Resposta: A
29. Violência: O Valor da vida
Kalina Vanderlei Silva / Maciel Henrique Silva, Dicionário de conceitos históricos. São Paulo:
Contexto, 2006, p. 412
A violência é um fenômeno social presente no cotidiano de todas as sociedades sob várias
formas. Em geral, ao nos referirmos à violência, estamos falando da agressão física. Mas
violência é uma categoria com amplos significados. Hoje, esse termo denota, além da agressão
física, diversos tipos de imposição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar ou de
gênero, ou a censura da fala e do pensamento de determinados indivíduos e, ainda, o desgaste
causado pelas condições de trabalho e condições econômicas. Dessa forma, podemos definir
a violência como qualquer relação de força que um indivíduo impõe a outro. Consideremos o
surgimento das desigualdades econômicas na história: a vida em sociedade sempre foi
violenta, porque, para sobreviver em ambientes hostis, o ser humano precisou produzir
violência em escala inédita no reino animal. Por outro lado, nas sociedades complexas, a
violência deixou de ser uma ferramenta de sobrevivência e passou a ser um instrumento da
organização da vida comunitária. Ou seja, foi usada para criar uma desigualdade social sem a
qual, acreditam alguns teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se complexificaria. Essa
desigualdade social é o fenômeno em que alguns indivíduos ou grupos desfrutam de bens e
valores exclusivos e negados à maioria da população de uma sociedade. Tal desigualdade
aparece em condições históricas específicas, constituindo-se em um tipo de violência
fundamental para a constituição de civilizações.
“Ou seja, foi usada para criar uma desigualdade social...”; se modificarmos a oração
reduzida de infinitivo por uma oração desenvolvida, a forma adequada seria:
a) para a criação de uma desigualdade social;
b) para que se criasse uma desigualdade social;
c) para que se crie uma desigualdade social;
d) para a criatividade de uma desigualdade social;
e) para criarem uma desigualdade social.
COMENTÁRIO:
Letra A: Nesta proposta de reescrita, não existe verbo, portanto não se pode chamar de
oração. Cuidado com a pegadinha!
Letra B: A oração “para que se criasse uma desigualdade social” está correta, haja vista a
manutenção das formas verbais correlatas – “foi” e “criasse”. Construção final: “Ou seja, foi
usada para que se criasse uma desigualdade social...”.
Letra C: A oração “para que se crie uma desigualdade social” não estabelece correlação
adequada com a frase “ foi usada...”. Não há compatibilidade entre as formas verbais “foi” e
“crie”.
Letra D: Nesta proposta de reescrita, não existe verbo, portanto não se pode chamar de
oração. Cuidado com a pegadinha!
Letra E: A oração “criarem uma desigualdade social” conserva o caráter reduzido (criarem –
forma de infinitivo pessoal), portanto não corresponde à solicitação de transformar em oração
desenvolvida. Lembremonos de que a oração reduzida não é introduzida por conector e
apresenta seu verbo numa das três formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. Já a
oração desenvolvida, apresenta sua forma verbal flexionada e é introduzida por conector –
conjunção ou pronome.
Resposta: B
34. A conjunção “Mas”, que introduz o penúltimo parágrafo, estabelece com o restante do
texto uma relação de:
É possível identificar entre as duas frases que o compõem uma relação de: a) adição
b) contraste
c) comparação
d) concessão
e) retificação
COMENTÁRIO:
Cuidado com essa questão!
Sabemos que a conjunção “mas” tem valor adversativo, o que nos direciona instintivamente
para a ideia de contraste, oposição. Devemos, assim, tomar cuidado para não assinalar a letra
No entanto, a leitura global do texto nos dá um entendimento distinto. O início do penúltimo
parágrafo “Mas não se pode descartar o fator psicológico...” não opõe este aos parágrafos
anteriores. Devemos, assim, tomar cuidado para não assinalar a letra B ou E.
Observe que, nos parágrafos anteriores, faz-se menção à influência do acaso nos resultados
das partidas de futebol. E isso não se opõe à necessidade de preparo psicológico apontada no
penúltimo parágrafo.
Na verdade, a relação entre o penúltimo parágrafo e os anteriores é de inclusão. É como se o
texto estivesse dizendo o seguinte: “Não só o acaso influencia o resultado das partidas, mas
(também) o preparo psicológico tem o poder de produzir bons resultados.”
Pode-se subtender o termo “também” após a conjunção “Mas”, o que nos faz concluir que a
relação estabelecida é de ADIÇÃO.
Resposta: A
37. Assinale a opção cujo “se” em destaque exerce a mesma função que em:
“Não checamos se o professor havia lançado as notas no sistema. ”
a) Se fumar faz mal à saúde, deveríamos largar imediatamente esse vício.
b) Muitos anos passaram, mas os dois ex-amigos, egoístas que sempre foram, nunca
estiveram dispostos a se perdoarem.
c) Pedi, encarecidamente, que se definisse nossa função na equipe.
d) Não foi decidido, mesmo sob protestos das partes envolvidas, se o réu deveria iniciar
o cumprimento da pena após a decisão em 2ª instância.
e) Pedirei a gentileza de nos deixar a sós se não for incômodo.
COMENTÁRIO:
Analisemos a frase “Não checamos se o professor havia lançado as notas no sistema.”.
É possível identificar a presença de uma oração subordinada substantiva. Vejamos:
“Não checamos se o professor havia lançado as notas no sistema.”.
= “Não checamos ISTO.”.
Dessa forma, o “se” que introduz a oração substantiva exerce a função de conjunção
subordinativa integrante.
Analisemos as opções:
Na letra A, o “Se” é conjunção subordinativa causal. É possível chegar a essa conclusão,
fazendo a seguinte reescrita:
Se fumar faz mal à saúde, deveríamos largar imediatamente esse vício.
= Deveríamos largar imediatamente o vício do fumo, porque faz mal à saúde.
Na letra B, o “se” é pronome recíproco. É possível chegar a essa conclusão, fazendo a seguinte
reescrita:
Muitos anos passaram, mas os dois ex-amigos, egoístas que sempre foram, nunca estiveram
dispostos a se perdoarem.
= Muitos anos passaram, mas os dois ex-amigos, egoístas que sempre foram, nunca estiveram
dispostos a perdoarem um ao outro.
Na letra C, o “se” é pronome apassivador ou partícula apassivadora. É possível chegar a essa
conclusão, fazendo a seguinte reescrita:
Pedi, encarecidamente, que se definisse nossa função na equipe.
= Pedi, encarecidamente, que fosse definida nossa função na equipe.
Na letra D, o “se” é conjunção subordinativa integrante. É possível chegar a essa conclusão,
fazendo a seguinte reescrita:
Não foi decidido, mesmo sob protestos das partes envolvidas, se o réu deveria iniciar o
cumprimento da pena após a decisão em 2ª instância.
= Não foi decidido, mesmo sob protestos das partes envolvidas, ISTO.
Na letra E, o “se” é conjunção subordinativa condicional. É possível chegar a essa conclusão,
fazendo a seguinte reescrita:
Pedirei a gentileza de nos deixar a sós se não for incômodo.
= Pedirei a gentileza de nos deixar a sós caso não seja incômodo.
Resposta: D
38. O que é o que é?
Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto — como se chama
o que sinto? Uma pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da gente — como
se chama essa mágoa e esse rancor? Estar ocupado, e de repente parar por ter sido tomado
por uma desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se chama o que se sentiu?
O único modo de chamar é perguntar: como se chama? Até hoje só consegui nomear com a
própria pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.
Assinale a alternativa correta.
a) O “se” presente em “Se recebo um presente ....” e em “Uma pessoa de quem não se
gosta mais...” pertencem à mesma classe gramatical.
b) O “o” presente em “como se chama o que se sentiu?” e em “O único modo de chamar
é perguntar” pertencem a mesma classe gramatical.
c) O “mais” presente em “Uma pessoa de quem não se gosta mais” expressa valor
semântico de intensidade.
d) As duas ocorrências da preposição “por” em “Estar ocupado, e de repente parar por ter
sido tomado por uma desocupação” introduzem uma ideia de causa.
e) O “quem” presente em “pessoa de quem não gosto” e o “que” presente em “que não
gosta mais da gente” pertencem à mesma classe gramatical, mas exercem diferentes funções
sintáticas.
COMENTÁRIO:
Letra A – ERRADA – O “se” presente em “Se recebo um presente...” é conjunção subordinativa
condicional. Isso pode ser facilmente identificado, substituindo-se “se” por “caso”.
“Se recebo um presente...”
= “Caso receba um presente...”
Já em “Uma pessoa de quem não se gosta mais...”, o “se” exerce a função de índice de
indeterminação do sujeito, haja vista que está ladeado de um verbo que não pede objeto direto
- gostar.
Letra B – ERRADA - O “o” presente em “como se chama o que se sentiu?” é pronome
demonstrativo. Isso pode ser identificado, substituindo-se “o” por “aquilo”.
“como se chama o que se sentiu?”
= “como se chama aquilo que se sentiu?”
Já em “O único modo de chamar é perguntar”, o “o” exerce a função de artigo, determinando
o substantivo “modo”.
Letra C – ERRADA – Não se trata de intensidade, mas sim de tempo. Observemos que, ao se
afirmar que “não se gosta mais”, dá-se a entender que antes se gostava e agora não mais.
Letra D – ERRADA – O primeiro “por” introduz uma ideia de causa (= ... e de repente parar
porque foi tomado por uma desocupação.).
Já o segundo “por” introduz o agente da ação “tomar” (foi a desocupação que “tomou conta”).
Letra E – CERTA – De fato, trata-se de dois pronomes relativos, o que nos permite dizer que
pertencem à mesma classe gramatical.
Analisemos as funções sintáticas desses pronomes relativos:
Em “pessoa de quem não gosto”, a oração adjetiva é “de quem não gosto” e o pronome relativo
“quem” substitui o elemento anterior “pessoa”.
Analisando a oração, temos que “eu” é o sujeito; “gosto” é verbo transitivo indireto; e “quem”
é objeto indireto.
Eu não gosto da pessoa
“da pessoa” >> OI; quem = “pessoa” >> quem = OI
Em “que não gosta mais da gente”, a oração adjetiva é “que não gosta mais da gente” e o
pronome relativo “que” substitui o elemento anterior “pessoa”.
Analisando a oração, temos que o pronome relativo “que” é o sujeito; “gosta” é verbo transitivo
indireto; e “da gente” é objeto indireto.
A pessoa não gosta mais da gente
“A pessoa” >> Sujeito; que = “pessoa” >> que = Sujeito
Portanto, também é correto se afirmar que os dois termos em destaque exercem funções
sintáticas diferentes.
Resposta: E
39. Assinale a opção cuja reescrita mantém a correção gramatical e preserva o sentido
original do seguinte trecho:
Slater mostra o que de bom essas drogas fizeram pelos pacientes, mas sem esconder os
graves efeitos secundários que elas provocam e o tamanho da nossa ignorância em
relação a seus mecanismos de ação
a) Slater não só mostra o que de bom essas drogas fizeram pelos pacientes, mas explicita
os graves efeitos secundários que elas provocam e o tamanho da nossa ignorância em relação
a seus mecanismos de ação.
b) Embora Slater não esconda os graves efeitos secundários que elas provocam e o
tamanho da nossa ignorância em relação a seus mecanismos de ação, mostra o que de bom
essas drogas fizeram pelos pacientes.
c) Slater mostra o que de bom essas drogas fizeram pelos pacientes, mesmo não
escondendo os graves efeitos secundários que elas provocam e o tamanho da nossa ignorância
em relação a seus mecanismos de ação
d) Apesar de mostrar o que de bom essas drogas fizeram pelos pacientes, não esconde
os graves efeitos secundários que elas provocam e o tamanho da nossa ignorância em relação
a seus mecanismos de ação
e) Slater mostra o que de bom essas drogas fizeram pelos pacientes, à medida que não
esconde os graves efeitos secundários que elas provocam e o tamanho da nossa ignorância
em relação a seus mecanismos de ação
COMENTÁRIO:
Observemos a conjunção “mas”, cujo sentido é adversativo.
Antes de analisarmos as opções, vale a pena ressaltar a diferença entre a oposição adversativa
– o principal representante é o “mas” - e a concessiva - o principal representante é o “embora”.
Vejamos dois exemplos:
João é um bom funcionário, mas chega atrasado todo dia.
João é um bom funcionário, embora chegue atrasado todo dia.
Na primeira, destaca-se, por meio da conjunção “mas”, o fato de João chegar atrasado todo
dia. Já na segunda, a conjunção concessiva “embora” relativiza o fato de João chegar atrasado
todo dia.
Na primeira, enfatiza-se o defeito; na segunda, a qualidade.
Analisemos as opções:
Letra A – ERRADA – Cuidado com essa redação. Nela, empregamos o conector “mas”. No
entanto, ele não está sozinho. Observemos que temos a presença da expressão “não só... mas
(também)”, que tem valor de adição, e não de oposição adversativa. É preciso identificar a
palavra “também” subentendida após a conjunção “mas”.
Letra B – ERRADA – Na redação original, a conjunção adversativa “mas” enfatiza os graves
efeitos secundários e o tamanho da ignorância sobre o tema. Ao mesmo tempo, relativiza-se
(atenua-se) o que de bom os medicamentos trazem para os pacientes.
Na proposta de reescrita, utiliza-se a conjunção concessiva “embora”. Essa conjunção relativiza
os graves efeitos e a ignorância sobre o tema, mudando-se, assim, o sentido original.
Letra C – ERRADA – Ocorre o emprego da conjunção concessiva “mesmo”. Essa conjunção
relativiza os graves efeitos e a ignorância sobre o tema, mudando-se, assim, o sentido original.
Letra D – CERTA - Ocorre o emprego da locução conjuntiva concessiva “Apesar de”. Essa
conjunção relativiza o que de bom os medicamentos trazem para os pacientes e enfatiza os
graves efeitos e a ignorância sobre o tema, mantendo-se, assim, o sentido original.
Letra E – ERRADA – A locução “à medida que” tem sentido de proporção, bem diferente,
portanto, do sentido original de oposição.
Resposta: D
41. Assinale a opção cujo “que” em destaque exerce a mesma função que em: “A cidade em
que moramos passa por uma grave crise na Segurança Pública. ”
a) Os riscos a que nos submetemos no ambiente de trabalho devem ser recompensados
com indenizações justas.
b) Os percalços que aprendemos a superar nos fortalecem como civilização.
c) Pedi a todos os meus alunos que copiassem com atenção a aula.
d) Visitei a escola em que meus pais estudaram durante a adolescência.
e) Li diversos autores que são referência no assunto.
COMENTÁRIO:
Para descobrir a função sintática do pronome relativo “que”, devemos analisar a oração em
que ele está inserido. A função sintática do pronome relativo será a função exercida pelo termo
que ele substitui.
Vejamos um exemplo:
A menina que eu vi parecia-se com você.
> Oração Subordinada Adjetiva: que eu vi.
> Sujeito: eu, VTD: vi, OD: que (= menina)
Analisemos a frase “A cidade em que moramos passa por uma grave crise na Segurança
Pública.”.
> Oração Subordinada Adjetiva: em que moramos.
> Sujeito: nós; VI: moramos; Adjunto Adverbial de Lugar: que (= cidade)
Devemos, assim, procurar a opção que tenha um pronome relativo “que” atuando
sintaticamente como adjunto adverbial.
Vejamos:
Letra A – ERRADA – Observe a frase:
Os riscos a que nos submetemos no ambiente de trabalho devem ser recompensados com
indenizações justas.
> Oração Subordinada Adjetiva: a que nos submetemos.
> Sujeito: nós; VTDI: submetemos; OD: nos; OI: que (= riscos)
A função do pronome relativo “que” é de objeto indireto.
Letra B – ERRADA - Observe a frase:
Os percalços que aprendemos a superar nos fortalecem como civilização.
> Oração Subordinada Adjetiva: que aprendemos a superar.
> Sujeito: nós; Forma Verbal: aprendemos a superar; OD: que (= percalços) A função do
pronome relativo “que” é de objeto direto
Letra C – ERRADA - Observe a frase:
Pedi a todos os meus alunos que copiassem com atenção a aula.
Trata-se aqui não de m pronome relativo, mas sim de uma conjunção subordinativa integrante,
responsável por introduzir uma oração subordinada substantiva.
Pedi a todos os meus alunos que copiassem com atenção a aula.
= Pedi a todos os meus alunos ISTO.
A conjunção integrante não desempenha função sintática, diferentemente do pronome
relativo.
Letra D – CERTA - Observe a frase:
Visitei a escola em que meus pais estudaram durante a adolescência.
> Oração Subordinada Adjetiva: em que meus pais estudaram durante a adolescência.
> Sujeito: meus pais;
> VI: estudaram;
> Adjunto Adverbial de Tempo: durante a adolescência > Adjunto Adverbial de Lugar: que (=
escola).
A função do pronome relativo “que” é de adjunto adverbial.
Letra E – ERRADA - Observe a frase:
Li diversos autores que são referência no assunto.
> Oração Subordinada Adjetiva: que são referência no assunto
> Sujeito: que (= autores);
> VL: são;
> Predicativo do Sujeito: referência
> Complemento Nominal: no assunto.
A função do pronome relativo “que” é de sujeito.
Resposta: D
42. “Como estão familiarizados com o sofrimento e os desfechos das medidas extremas, querem
estar seguros de que, quando a sua hora vier, ninguém vai tentar reanimá-los nem levá-los a
uma UTI para entubá-los e espetá-los com cateteres.”.
No período destacado, a primeira oração expressa em relação à seguinte o valor semântico de:
a) causa
b) consequência
c) finalidade
d) comparação
e) conformidade
COMENTÁRIO:
Questão relativamente simples, que trata do valor semântico dos conectores, em particular a
conjunção "como".
Para resolver esse tipo de questão, uma habilidade que se exige do aluno é reescrever o texto,
identificando as corretas relações lógicas. Vejamos um exemplo:
43. A frase “Conhecia o assunto como poucos, mas cometeu erros bobos e inaceitáveis.” pode
ser reescrita mantendose a correção gramatical e o sentido original da seguinte maneira:
a) Conhecia o assunto como poucos, por isso cometeu erros bobos e inaceitáveis.
b) À medida em que conhecia o assunto como poucos, cometeu erros bobos e
inaceitáveis.
c) Cometeu erros bobos e inaceitáveis, porquanto conhecia o assunto como poucos.
d) Conquanto conhecesse o assunto como poucos, cometeu erros bobos e inaceitáveis.
e) Cometerá erros bobos e inaceitáveis, a menos que conheça o assunto como poucos.
COMENTÁRIO:
Letra A - ERRADA - Ocorre uma alteração do sentido original, uma vez que a locução
conjuntiva "por isso" tem valor conclusivo. Na redação original, a conjunção "mas" estabelece
uma relação de oposição adversativa entre as orações por ela conectadas.
Letra B - ERRADA - A locução conjuntiva "À medida em que" está grafada erradamente.
Simplesmente não existe essa redação. A locução "À medida que" tem valor semântico
proporcional; já a locução "Na medida em que" tem valor semântico causal. Nenhuma dessas
opções, no entanto, atende ao sentido original.
Letra C - ERRADA - A conjunção "porquanto" tem valor semântico causal, equivalendo a "visto
que", "porque". O emprego desse conector contrasta com o sentido de oposição adversativa
presente na redação original.
Letra D - CERTA - A conjunção "conquanto" é concessiva e equivale a "embora", "apesar de".
Na redação original "Conhecia o assunto como poucos, mas cometeu erros bobos e inaceitáveis.",
com o emprego do conector adversativo "mas", destacam-se os erros bobos e inaceitáveis.
Com o emprego do conector concessivo "conquanto", obtém-se o mesmo sentido com a
seguinte construção: " Conquanto conhecesse o assunto como poucos, cometeu erros bobos
e inaceitáveis.". Continua como destaque os erros bobos e inaceitáveis, permanecendo o
sentido original.
Observe a diferença entre oposição concessiva e oposição adversativa
João é um bom funcionário, mas chega atrasado todo dia.
João é um bom funcionário, embora chegue atrasado todo dia.
Na primeira, destaca-se, por meio da conjunção “mas”, o fato de João chegar atrasado todo
dia. Já na segunda, a conjunção concessiva “embora” relativiza o fato de João chegar atrasado
todo dia.
Na primeira, enfatiza-se o defeito; na segunda, a qualidade.
Letra E - ERRADA - A locução "a menos que" tem valor condicional e contrasta com o sentido
original de oposição adversativa.
Resposta: D