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Escola Profissional Agrícola Quinta

da Lageosa

Maneio Alimentar de Equinos


Disciplina: Hipologia
Módulo 5 - 8695

Ana Narciso Ribeiro 2021/2022


Aparelho Digestivo

• Funções:
– Ingerir e triturar os alimentos;
– Digerir e absorver os alimentos;
– Eliminar os resíduos sólidos.
Fisiologia digestiva do cavalo

• Pontos Chave:
– Mastigação eficaz;
– Grande rapidez do trânsito gástrico;
– Ação microbiana
prolongada no intestino grosso.
Fisiologia

• As funções do aparelho digestivo são:


– Digestão
de nutrientes essenciais ao metabolismo.
– Absorção
Fisiologia dos vários compartimentos
gastrointestinais
• Boca
• Permite a preensão do alimento e a transformação
deste num bolo alimentar.
• Os lábios, a língua e os dentes são os principais órgãos
encarregados desta função.
Fisiologia dos vários compartimentos
gastrointestinais
• Esófago
– Transfere o bolo alimentar (lubrificado
previamente pela saliva) da boca para o estômago
através de ondas de peristaltismo (contrações
musculares).
Fisiologia dos vários compartimentos
gastrointestinais
• Estômago
– As sua funções são a mistura e armazenamento
dos alimentos ingerido e o início da digestão das
proteínas e lípidos. O estômago do cavalo tem
uma capacidade reduzida em comparação com o
intestino - cerca de 16 l.
Fisiologia dos vários compartimentos
gastrointestinais
• O cavalo não vomita

Predispõe ao aparecimento de
indigestões e cólicas

Pelo que deve ser respeitada a •Água


seguinte ordem de distribuição: •Forragem
•Cereais ou alimentos
em granulado
Fisiologia dos vários compartimentos
gastrointestinais
• Água
– Deve ser deixada à disposição do cavalo, para uma
ingestão regular, fraccionada e bem dividida ao
longo do dia.
Se não for possível

– Fornecer a água antes da refeição, pois os


alimentos farinhosos, flocolados ou desidratados,
incham quando são embebidos e arriscam-se a
provocar uma dilatação dolorosa do estômago.
Fisiologia dos vários compartimentos
gastrointestinais
• Forragem
– Devem ser fornecidos antes do concentrado, de
forma a retardar a estimulação mecânica e assim
permitir uma retenção gástrica dos alimentos
concentrados.
Fisiologia dos vários compartimentos
gastrointestinais

• Concentrados
– Convém privilegiar a sua retenção estomacal, para
aumentar a digestão.
• Consequências práticas:
– Proporcionar um ambiente calmo e tranquilo, propenso a uma
mastigação completa e a um consumo prolongado, a um trânsito
digestivo regular, assim como a secreções digestivas abundantes.

– As alterações do regime alimentar devem ser sempre progressivas,


durante um período aproximado de 10 dias, de forma a permitir uma
boa adaptação das faculdades digestivas, tanto no plano bioquímico
como microbiano.
– É desejável o fraccionamento da ração diária, fornecendo múltiplas
rações, bem escalonadas e tanto mais numerosas quanto maior a
quantidade de ração atribuída diariamente.

– A regularidade do fornecimento das rações é importante, uma vez que


o “relógio biológico” dos cavalos leva à antecipação das secreções
digestivas e das regulações metabólicas quando se aproxima a hora da
ração.
Fisiologia dos vários compartimentos
gastrointestinais
• Intestino Delgado
– É uma estrutura tubular com cerca de 21 m com
capacidade para cerca de 56 l de ingesta.
– Comunica com o intestino grosso através da
válvula íleo-cecal.
Fisiologia dos vários compartimentos
gastrointestinais
• Secreção Biliar
– Bílis:
• Água
• Sais Biliares
• Pigmentos biliares
• Colesterol

Ajuda na emulsão, digestão e absorção das gorduras e na


absorção das vitaminas lipossolúveis.
Fisiologia dos vários compartimentos
gastrointestinais

• Intestino Grosso
– Também é uma estrutura tubular com cerca de 8
metros de comprimento e que se divide em:
• Ceco
• Cólon
• Recto
Fisiologia dos vários compartimentos
gastrointestinais

• Intestino Grosso

– As principais funções do intestino grosso são a


digestão microbiana e a absorção de água.
Necessidades nutricionais
específicas dos equinos
Nutrição do cavalo de desporto

 A formulação de uma ração para um cavalo adulto


depende de muitos fatores, sendo o mais importante o
nível de atividade.

 O aumento de necessidades de energia devido ao


exercício depende da intensidade e duração do trabalho,
do peso e da capacidade técnica do cavaleiro, do tipo de
piso e das condições meteorológicas.
Nutrição do cavalo de desporto

• Exigências energéticas de diferentes cargas de trabalho:


Nutrição do cavalo de desporto

 O regime alimentar no dia de competição tem um enorme


efeito sobre o desempenho desportivo do cavalo.
 Água sempre disponível à descrição;
 4 horas antes do início da competição, fornecer uma
refeição de forragem e concentrado.
Particularidades de alguns desportos
• Obstáculos, Ensino e Equitação de trabalho
– Ingestão de forragens – máximo de 1,5% do peso
corporal por dia;
– Água sempre disponível.
Particularidades de alguns desportos
• Concurso Completo de Equitação
– No dia da prova de campo – 4 horas antes da prova
fornecer refeição composta por 2 a 3 kg de forragem e
2 kg de concentrado;
– Água sempre disponível.
Particularidades de alguns desportos

• Desportos de velocidade
– Devem alimentar-se com 1 a 1,5% do seu peso
corporal de forragem por dia, em conjunto com a
quantidade de concentrado necessário para a
manutenção da sua condição corporal;
– Em condições de temperatura elevada, será
conveniente suplementar.
Nutrição de cavalos jovens

 Poldros recém-nascidos
 O primeiro leite produzido pela mãe após o parto é
designado por colostro.
 Este leite é vital para o poldro, pois contém anticorpos
maternais que vão transferir imunidade, é responsável pela
sua proteção contra infeções.
Nutrição de cavalos jovens
 Poldros recém-nascidos:
 Absorção do colostro
 O sistema digestivo do recém-nascido possui células
especializadas na absorção do colostro.
 Pico de absorção ocorre nas primeiras 3 horas.
 Reduzido às 6-8 horas.
 Virtualmente desaparece às 12 - 24 horas.
Nutrição de cavalos jovens
 Poldros recém-nascidos
 Todos os poldros precisam do “primeiro leite” para
proteção de doenças. Pode ser necessária uma
suplementação extra de colostro nas seguintes situações:
 Poldro fraco
 Gémeos
 Pré-lactação
 Égua velha
 Morte da égua
Nutrição de cavalos jovens
 Poldros recém-nascidos
 Qualquer criador de cavalos deve manter um
“banco de colostro” ou colostro artificial para
qualquer emergência.
 A colheita de colostro para armazenamento deve
efetuar-se nas 4-6 horas pós-parto.
 Os poldros devem receber cerca de ½ litro de
colostro por cada 50kg de peso vivo, por hora, por
via nasogástrica.
Colheita e armazenamento de Colostro:

 usar um recipiente de plástico e não de metal


 lavar o úbere
 lavar as mãos
 recolher o leite das duas glândulas mamárias
 colher 4-6 h pós-parto
 filtrar o colostro para remover sujidades
 se possível analisar
 identificar com data, volume, nome da égua
 congelar
 descongelar à temperatura ambiente (nunca no micro-ondas!)
 pode ser conservado por dois anos
Nutrição de cavalos jovens

 Poldros Órfãos
 Mãe adotiva têm geralmente sucesso, desde que
disponíveis.
 Criar um poldro à mão:
 Preparados comerciais para substituição de leite
materno;
 Leite de vaca magro;
 Leite em pó desnatado;
 Leite de substituição para vitelos.
Nutrição de cavalos jovens
 Poldros Órfãos
 A maioria dos poldros começa a mordiscar alimentos
concentrados a partir dos 7-10 dias de idade
 Existem no mercado concentrados com 16 a 18% de
proteína que constituem suplementos adequados, à
razão de 1 a 1,5% do peso vivo.
Nutrição de cavalos jovens

 Poldros Lactantes
 O período de crescimento mais rápido do poldro ocorre
durante os primeiros três meses de vida.
 O pico de lactação ocorre entre as 4 e as 10 semanas pós
parto.
 A partir dos 2-3 meses de idade é conveniente
suplementar o leite materno com um concentrado de boa
qualidade. Uma mistura com 16 a 18% de proteína bruta,
1,5% de cálcio, 1,2% de fósforo, sendo cerca de 70%
concentrado e 30% forragem – 1 a 1,5% do peso corporal
por dia.
Nutrição de cavalos jovens

 Poldros ao Desmame
 Por volta dos 6 meses o poldro deve ter
atingido 85% da altura adulta e cerca
de metade do seu peso adulto.
 Ao desmame os poldros devem ter
acesso a pastagem de boa qualidade.
Nutrição de cavalos jovens

 Poldros de 1 ano
 Se o cavalo cresceu de modo adequado, deverá ter
atingido os 90% da altura e os 70% do peso adulto
entre os 12 e os 15 meses de idade.
 É adequada uma mistura com 12 a 14% de PB, a uma
taxa de 1,25% do peso corporal por dia, como
complemento da pastagem.
Avaliação da condição corporal
Avaliação da condição corporal

Costado
Zona transição entre a espádua e
o costado
Avaliação da condição corporal

Pescoço Base da cauda


Avaliação da condição corporal

 Escalas de 1 a 9-10 notas nos EUA

 Escala de 0 a 5 notas em França


Condição Corporal

 Reservas Corporais:
 Reservas lipídicas: maior variação e maior importância
pelas quantidades de energia que providenciam ao
animal.
 Reservas protéicas – Também muito importantes,
sobretudo ao nível do tecido muscular, sofrem também
variações significativas.
Escala EUA
Condição Pescoço Garrote Espádua Costado Dorso Base da cauda

Ossos projetados,
Nota 1
Ossos visíveis Ossos visíveis Ossos projetados Ossos projetados vértebras individuais Coxas projectadas,
(Emaciado)
podem ser vistas.

Coxas projectadas.
Nota 2 Ossos facilmente Ossos facilmente
Ossos projetados Ossos projetados Ossos projetados Grande espaço entre
(Muito Magro) sentidos sentidos
as nádegas

Traseiros e interior das


Pode-se sentir alguma
Nota 3 Ossos não podem ser Ossos não podem ser Costelas podem ser nádegas preenchidos,
Sem gordura gordura nos lados da
(Magro) sentidos sentidos vistas mas nenhuma gordura
coluna.
óbvia

Nota 4
Leve contorno pode Coluna mais alta que Traseiros com alguma
(Moderadamente Não muito magro Não muito magro Não muito magro
ser visto os lados gordura, mas pouca.
Magro)
O pescoço se junta
Nota 5 A frente dos ombros Costelas podem ser
com o corpo Aparência redonda Costas niveladas Traseiros preenchidos,.
(Moderate) tem aparência suave sentidas ao tacto
suavemente
Nota 6
Alguma gordura pode Alguma gordura pode Alguma gordura pode Costelas podem ser Traseiros mais
(Moderadamente Costas niveladas
ser sentida ser sentida ser sentida sentidas ao tato redondos
Carnudo)

Ainda podem ser


Nota 7 Gordura pode ser Gordura pode ser Alguma gordura abaixo Pequena depressão ao Pequeno espaço entre
sentidas, mas têm
(Carnudo) sentida sentida do ombro longo da coluna as nádegas
alguma gordura

Nota 8 A gordura preenche os Abaixo do ombro há Fenda ao longo da Aparência suave para
Crista Difíceis de perceber
(Gordo) dois lados uma aparência suave coluna a coxa

Nota 9 O pescoço tem uma Fenda óbvia ao longo Sem espaço entre as
Gordura protuberante Gordura protuberante Não se pode perceber
(Obeso) crista pronunciada da coluna nádegas
Escala Francesa
Zona de apreciação

Manual Visual

Nota Pescoço Garrote Zona transição entre a Costado Inserção Linha do Garupa
espádua e o costado da cauda dorso

Bastante Zona com forte depressão; Depressão entre as costelas muito As vértebras da base da cauda Linha do dorso bem Emaciada; aspecto
Bordo superior do pescoço emaciado; saliente; pele seca espádua saliente e muito pronunciada; a ligação entre as são bem visíveis; ligamento visível; corpos das pontiagudo; extremidades
0 Estrutura óssea bastante perceptível; e colada aos seca; costelas e os processos transversos sacro-tuberal bem destacado vértebras das ancas e das nádegas
Músculos secos processos costelas bem visíveis é visível; pele seca e colada às individualizados bastante visíveis
espinhosos costelas

Cauda sobressai da garupa


Bordo superior ainda emaciado, mas a Garrote saliente; Zona esvaziada deixando Costelas e processos transversos inserida num vazio acentuado Linha do dorso Contornos côncavos;
1 estrutura óssea apenas é levemente bordo superior da aparecer nitidamente o ainda visíveis; de cada lado da sua base; acentuada; processos extremidades das ancas e
perceptível; espádua visível relevo da espádua pele colada; não há deposição de vértebras e ligamento sacro- espinhosos bem das nádegas bem visíveis
gordura tuberal visiveis marcados

Zona ligeiramente côncava; A inserção da cauda sobressai Linha do dorso


Acumulação de tecido adiposo no bordo Garrote marcado e o relevo da espádua está As costelas adivinham-se sob a pele da garupa; detecta-se um marcada; processos As extremidades das ancas
2 superior já é visível; seco; as faces bem desenhado; palpa-se de forma suave; há um ligeiro ligeiro depósito adiposo em pouco cobertos mas e das nádegas distinguem-
desenha-se um ligeiro sulco ao longo da laterais são planas um ligeiro depósito adiposo depósito adiposo torno da sua base ainda se bem
base individualizáveis

Linha do dorso Aspecto geral ligeiramente


Bordo superior do pescoço ligeiramente Garrote sobressai Zona plana e a espádua Costado uniforme; as costelas não Cauda relativamente aparente; processos arredondado; adivinham-se
3 abaulado e bem desenhado; ligeiramente identifica-se; são visíveis e apenas se detectam destacada, apesar do depósito não individualizáveis, as extremidades das ancas e
linha ou sulco na base do pescoço quase Palpa-se um depósito através de palpação; uma camada de adiposo que envolve a sua cobertos por um das nádegas
inexistente adiposo bem delimitado tecido adiposo reveste a linha dos base; este depósito adiposo é ligeiro depósito
que desliza sob a mão processos transversos firme adiposo

Depósito adiposo ao nível das


Início da acumulação de gordura no bordo Garrote incluso Zona ligeiramente convexa; costelas bem marcado e que desliza Inserção da cauda pouco Linha do dorso Bastante arredondada e
4 superior do pescoço; este apresenta-se Palpa-se um depósito sob a mão; zona do costado destacada da garupa; o inclusa; processos uniforme; extremidades das
abaulado, relativamente espesso, firme e adiposo espesso e mole arredondada; as costelas não se depósito adiposo que a cobertos com um ancas e das nádegas
sem sulco na base; pálpavel com a mão conseguem palpar; palpam-se envolve é espesso e mole depósito adiposo inclusas e dificilmente
acumulações heterogéneas de formando uma localizáveis
gordura “barra” horizontal

Bordo superior do pescoço bastante Garrote incluso Zona claramente abaulada; Zona do costado abaulada; as Inserção da cauda massiva e Linha do dorso Muito redonda; pode
abaulado e incluso na massa muscular; numa massa gorda espádua inclusa; palpa-se costelas estão cobertas de uma inclusa numa “almofada” de inclusa; processos aparecer um sulco médio
5 acumulação de gordura ao longo do pescoço abaulada nas duas uma massa gorda espessa camada que desliza sob a tecido gordo de consistência imersos na gordura entre duas massas
que se palpa com a mão bem aberta; faces laterais considerável que treme à mão; acumulações de gordura esponjosa que cobre as costelas simétricas
tendência à formação de “gato” palpação heterogéneas e visíveis em “garupa dupla”
contraluz
Escala Francesa
Nota Condição Corporal
0 Emaciado
1 Muito Magro
1,5 Magro
2 Insuficiente
2,5
Condição Óptima
3
3,5
4 Gordo
4,5 Muito Gordo
5 Obeso
Condição Corporal

 Nota 1
Condição Corporal

 Nota 2
Condição Corporal

 Nota 3
Condição Corporal

 Nota 4

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