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ENSINO FUNDAMENTAL
MARY SHELLEY
PROMETHEU
O MONSTRO
Ao contrário das adaptações o monstro original, não e burro como um zumbi que anda
cambaleando, o monstro original é sensivel, curioso e amargurado. O que faríamos se
tivéssemos a certeza que um deus que nos criou existe e ainda mais certeza que ele nos
abandonou por nossa aparência, quando ele nos fez assim?
O monstro queria ser amado e quando muito foi rejeitado se revoltou contra seu criador,
disposto a tirar tudo dele. O monstro é a maior vítima, ele não veio ao mundo porque quis, ele
é feito de corpos que já estavam mortos e não deveriam reviver, ele discriminado por ter um
corpo e uma voz que ele não teve escolha e, quando se encontra com seu criador, pede apenas
uma companheira, alguém que retribua seus sentimentos, alguém igual para dividir a vida e
tem seu pedido recusado.
O monstro nasceu fadado a ser sempre um reflexo de erro e vergonha até para quem o
criou. É triste pensarmos que um dos únicos momentos em que o monstro pode ter se sentido
amado foi quando foi quando Frankenstein o perseguiu para matá-lo
Quando Frankenstein morre, o monstro deixa implícito que cometera suicidio, mesmo
tendo sido abandonado, quem o criou era o único que poderia ter algum carinho por ele, se o
criador morreu, o que resta?
VICTOR FRANKENSTEIN
Ao contrário das adaptações, no livro original Victor Frankenstein, não é um louco, ele
é apenas um jovem curioso, amante das ciências naturais e quer descobrir respostas para suas
dúvidas. Frankenstein criou o monstro como experimento, após descobrir o segredo da vida,
mas só percebeu o que fez quando sua criação estava gritando em seu laboratório cegada pela
luz. Frankenstein era um curioso e eufórico jovem, mas sua curiosidade o tornou obsessivo,
passou meses sem comer ou dormir direito, profanando túmulos e estudando, mas será que
podemos julgá-lo tanto?
Qual o limite da ciência? O limite da ciência seria o momento que ultrapassariamos a
moral e o bom senso, nos tornando desumanos e cruéis ou indo contra a ordem natural. Já não
estamos fazendo isso? Ainda a testes de produtos e medicamentos em animais, já clonamos
animais, a ciência está descobrindo como fazer humanos artificialmente e já estudos para
chegarmos perto da vida eterna. Victor Frankenstein não seria mais que um personagem, mas
um arquétipo presente em toda a raça humana? Quantas noites você já não deixou de dormir
para buscar respostas? Quantas teorias já criou? Isso tudo não te deixa próximo a Frankenstein
de alguma forma?
A curiosidade pode levar a lugares bons e ruins, Frankenstein foi levado para o lado
ruim, o quão próximo estamos deste lado?
Frankenstein é o humano com apetite voraz e incontrolável por conhecimento, o ser
disposto a comprovar suas teorias custe o que custar. Você profanaria túmulos para descobrir
o segredo da vida? Provavelmente sua resposta é não, assim como a de Victor Frankenstein
antes de ser tomado pela curiosidade.