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Análise literária de Proibido cometer suicídio na primavera

(Trabalho elaborado pelo Professor Lic. Elvis Ricardo Mora Chaverri)


Autor e nacionalidade
Alejandro Casona (espanhol). Seu nome verdadeiro era Alejandro Rodríguez Álvarez. Ele era filho de pai e mãe
professores, no final ele também era professor. Passou os primeiros cinco anos de vida na cidade asturiana de
Besullo; Mudou-se então com a família para Villaviciosa. Estudou nas universidades de Oviedo e Múrcia, e na
Escola Superior de Docência de Madrid. Começou no mundo teatral dirigindo uma companhia amadora, o
Teatro de las misiones pedagógicas, formada por alunos do instituto Valle de Arán, onde foi professor. O
ensino foi, certamente, uma faceta importante na primeira fase da sua vida, já que foi nomeado inspetor do
Ensino Primário durante a República e publicou a sua primeira peça infantil, “O Pássaro Pinto”.

Gênero literário
Dramático: Escrito para ser interpretado por atores no palco e diante de um público espectador. É
caracterizado por:
1.- O conflito transmite-se através do diálogo, por isso recorre ao parlamento.
2.- Possui notas acrescentadas ao texto principal.
3.- Está dividido em atos e cenas.
4.- Misture elementos trágicos e cômicos.
5.- O resultado pode ser desastroso ou assustador ou feliz e divertido.

Contexto sociocultural
O século 20 foi caracterizado por avanços tecnológicos; medicina e ciências em geral; fim da escravidão nos
países chamados desenvolvidos; a libertação das mulheres na maioria dos países, mas também devido às
crises humanas e ao despotismo, que causaram efeitos como as Guerras Mundiais; genocídio e etnocídio,
políticas de exclusão social e generalização do desemprego e da pobreza.

Localização temporária da obra


A história se passa na Espanha entre as guerras. Um local bastante afastado da cidade, no meio da natureza.
Depois da Primeira Guerra Mundial e antes da Segunda, calculamos que a história se desenrola entre os anos
de 1922, mas não mais do que 1939. É uma obra dramática que nasceu durante o exílio (da Guerra Civil
Espanhola) do escritor espanhol Alejandro Casona no México em 1937.

Organização sequencial
A casa suicida é uma instituição fundada pelo Doutor Ariel. O objetivo da clínica é atender pacientes com
problemas emocionais, como depressão, drogas, solidão e outras causas de suicídio.
O Doutor Ariel dedica sua vida a investigar e cuidar de suicídios para compensar um fato de sua vida pessoal:
os homens de sua família não aceitam perder a juventude e suicidam-se na idade adulta. Porém, quando
chega a sua hora, em vez de cometer suicídio, Ariel fundou a clínica e se dedicou a ajudar seus pares até os
setenta anos. Ariel é o mentor do Dr. Roda. Juntos, eles aplicam um processo de cura ou terapia que possui
várias etapas:
1.- Quebrar o silêncio através do choro: o potencial suicida é permitido ou motivado a chorar. Desta
forma a pessoa expressa seus sentimentos de frustração e desesperança.
2.- Meditação: utilizam-se música (Beethoven), pinturas e cenários naturais para que a pessoa visualize sua
existência sob outra perspectiva. Pode-se dizer que a arteterapia é aplicada.
3.- Interesse pelos outros: incentiva-se a companhia com outros pacientes necessitados, para que a
pessoa reconheça o valor da vida em outros casos, por exemplo, com o pai das outras Alicia e Alicia.
4.- Riso: o riso é incentivado como cura para a depressão, o nervosismo, a solidão e o vício em drogas. A
atitude positiva de Chole é a motivação para que outros personagens optem por defender o direito de viver.
5.- Desejo de serviço: os pacientes buscam ajudar uns aos outros e essa atitude se transforma em
otimismo. É por isso que Fernando e Chole decidem ficar em casa e ajudar. Esse espírito samaritano e
filantrópico é uma qualidade do Dr. Ariel.

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Esse processo de cura é vivenciado por todos os personagens, cada um com suas variações devido à
história pessoal.

Estrutura
A obra está dividida em três atos:
Primeiro ato: Dr. Roda e Hans analisam os registros médicos dos pacientes sob seus cuidados para
determinar os fatores por trás do suicídio. O pessimismo de Hans é evidente porque nenhum paciente decidiu
suicidar-se. É contada a história de Alicia, a Amante Imaginária, Chole, Fernando e Juan. Alicia é uma jovem
triste e solitária que se torna a enfermeira espiritual da clínica. Chole e Fernando são jornalistas em busca de
notícias que chegam de forma errada, mas com um propósito fundamental.
Segundo Ato: Observa-se uma recuperação no meio ambiente e na situação. Chole troca as pinturas dos
suicidas que enfeitavam o primeiro ato, pela Primavera de Botticelli.
Terceiro ato: Acontece no dia seguinte, comemora-se a chegada da primavera e ouve-se o Hino à Natureza
de Beethoven. Tudo representa a felicidade e a fertilidade da natureza. Os personagens são forçados a
enfrentar seus medos e dores:
 Chole: Ela entende que é a causa da rivalidade entre irmãos e decide se sacrificar.
 Fernando e Juan: Eles descobrem a verdadeira fraternidade ou amor entre irmãos.
 Alicia: Assuma sua identidade de mulher positiva e autossuficiente.
 Cora Yako: Descubra sua frivolidade
 O Amante Imaginário: Encontra sua verdadeira vocação como escritor.
 Hans: Ele aceita que seu trabalho é ser um anjo da morte e vai trabalhar em um hospital.
 O Professor de Filosofia : Encontre o amor verdadeiro.
 A senhora triste : Descubra a felicidade e o amor.

Argumento
La acción transcurre en "El Hogar del Suicida" Sanatorio de almas creado por el Doctor Ariel quien desciende
de una familia en la que los hombres se suicidaban en la plenitud de su vida, cuando comenzaban a perder la
juventud, el Doctor creció obsesionado por este hecho y dedico su vida a investigar a los suicidas
(descubriendo algunos hechos curiosos como que los triunfadores se matan más que los fracasados, los
jóvenes más que los viejos, los suicidios ocurren más al amanecer que de noche y en la primavera más que en
el invierno) y retirándose a un lugar en las montañas al acercarse a la edad en que sus familiares se habían
suicidado, donde fallece de muerte noble y serena a la edad de setenta años. É neste local que é construído o
lar suicida, cuja finalidade é justamente prevenir os suicídios, do Doutor Roda, que foi aluno do Doutor Ariel.
Neste peculiar sanatório existem algumas almas desesperadas que querem tirar a própria vida (sem realmente
se atrevem a fazer isso) e chegam neste local pensando que será mais fácil para eles morrerem ali, no início
da peça são 8 pessoas por decepções amorosas, 2 por pelagra, 4 vidas sem direção e alguns por catástrofe
econômica ou cocaína, mas falamos especialmente de três pessoas: “O Amante Imaginário” (que foge de um
desgosto e é um ex-funcionário de banco que se imagina amante de Cora Yako, uma cantora de ópera muito
famosa), "O Professor de Filosofia" (é apenas mencionado, nunca aparece fisicamente e sente preferência pela
água, embora no último minuto saia nadando) e "A Senhora Triste" (que afirma estar desiludida com tudo o
que é material), e um pessoa muito especial: Hans, que é assistente do Doutor Roda e alguém mais morto
espiritualmente que os próprios pacientes; Novos personagens chegam sucessivamente a este lugar, primeiro
Alice (cuja existência tem sido bastante humilde e que foge principalmente da solidão e a quem é oferecido o
cargo de enfermeira ao ver que não quer mais se matar porque a morte é uma solidão absoluta), depois
Aparecem Fernando e Chole, (dois amantes que estão perdidos porque ele a deixou dirigir, então eles são as
únicas duas pessoas felizes lá), os dois últimos são repórteres de um tablóide, então eles veem ela ficar lá.
ótima reportagem, embora depois de conversar com o Doutor Roda decidam não escrevê-la, antes de terminar
o primeiro ato aparece um novo personagem: Juan (que é irmão de Fernando e cresceu à sua sombra, mas o
conflito principal é que Juan ama silenciosamente Chole e quer suicidar-se para não acabar matando o irmão).
No segundo ato aparece outra pessoa desesperada: O Pai da Outra Alice, (um médico que tinha uma filha
paralítica chamada Alicia e que, sentindo-se como se estivesse morrendo, para não deixá-la sozinha, decidiu
matá-la e ao descobrir que ela está se curando, ele quer ser morto, mas recupera a vontade de viver ao ver a
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grande semelhança física de Alicia com sua filha), a última das personagens adicionadas é Cora Yako (cantora
de ópera, que só busca ganhar publicidade e é o amor impossível do Amante Imaginário), Cora Yako e o
amante imaginário se encontram, Chole e Juan conversam, ao descobrirem que ela é o que divide os dois
irmãos, Chole decide se suicidar pulando no lago, Juan a vê e a resgata , mas ela acredita que foi Fernando
quem a resgatou. No terceiro e último ato, o sanatório começa a ser reformado (antes tinha um ar um tanto
triste), Cora Yako e o Amante Imaginário iniciam um relacionamento que morre quando ela a pede em
casamento. para viajar o mundo às custas de um “cavalo branco” (o velho que paga) Cora Yako sai sozinha
para viajar pelo mundo, e El Amante Imaginario aceita um cargo no jornal onde Fernando trabalha, narrando
suas aventuras imaginárias com Cora Yako; O Doutor em Filosofia e A Senhora Triste se apaixonam, vão se
casar e passar a lua de mel na Suíça, isso dá alguma esperança a Hans que por sua vez vai trabalhar em um
Hospital com uma taxa de mortalidade bastante elevada; Chole, Fernando e Juan finalmente se confrontam,
Chole se oferece em casamento a Juan, mas ele agradece e não aceita, quando eles vão embora, Juan pega
uma arma (com a qual havia tentado suicídio quando chegou), mas ainda por cima No momento em que
aparece Alicia, segurando uma placa que diz “O suicídio é proibido na primavera”, pede a arma e sai para
jogá-la no lago acompanhada por Juan.

Conflitos
Os personagens são unidos pelo médico e pela solidão que vivenciam. No sanatório, a vida de cada
personagem está atrelada às demais, a identificação ocorre por meio da dor e do sofrimento.
O pai da outra Alicia complementa Alicia e juntos encontram um novo sentimento. O pai quer morrer por
causa da decisão que tomou em relação à filha, mas ao chegar ao sanatório oferece a paternidade a Alicia,
que é órfã.
O amante imaginário encontra a verdadeira Cora Yako e ela descobre uma razão para viver na mulher
idealizada que criou. Por sua vez, o amante imaginário acredita estar apaixonado por Cora, mas ao conhecê-la
percebe que amou apenas uma ideia e não a mulher real.
Juan revela a Chole a verdade sobre como se sacrificou para fazer Fernando parecer bem-sucedido, atencioso
e gentil. Ao desabafar, Juan inicia sua restauração. Chole, que era uma jovem extrovertida e feliz, fica tão
amargurada com a verdade que tenta suicidar-se.
A senhora triste e o professor de Filosofia são duas pessoas solitárias e românticas que se apaixonam.

Realidade versus confronto de fantasia


Os personagens vivem uma dolorosa realidade enquadrada pelos períodos das duas Guerras Mundiais e da
Guerra Civil Espanhola. São o produto do fracasso, da morte de entes queridos, da destruição, da solidão, da
pobreza, da fome e da dor. Para sobreviver, cada personagem se aliena dessa dolorosa realidade e cria uma
fantasia, uma espécie de universo paralelo.

Dupla personalidade ou divisão


Como consequência do universo paralelo em que vivem os personagens, nesta obra aparecem vários jogos de
opostos que o autor utiliza para dar uma mensagem positiva, um ensinamento em relação às diversas facetas
que um ser humano vivencia. Ou seja, em todo processo existem elementos negativos e positivos que se
misturam.
Segundo Dr. Roda, o equilíbrio da vida é mantido pelo jogo dos opostos, por isso propõe a Chole e Fernando
fazerem parte da equipe de cura.

Jogo de opostos
Paraíso-inferno: O espaço físico parece um lugar de suicídios, um lugar de castigo e sofrimento, mas na
realidade é um sanatório de almas, onde determinadas pessoas encontram amor e solidariedade.
Caim e Abel: A história de ciúme e ódio entre irmãos é representada por Juan e Fernando. Ambos os
personagens têm características completamente opostas.

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Primavera e Inverno: A peça começa no final do inverno, quando os personagens buscam o suicídio como
solução. O inverno é morte, solidão, dor. O terceiro ato começa com a primavera, que simboliza esperança,
vida e amor. Os personagens passam por uma transformação positiva e decidem viver para serem felizes.

registros de fala
Culto: Os personagens são em sua maioria profissionais, bancários, médicos, artistas. Eles usam um
vocabulário culto, às vezes sofisticado.

Espaços
Físico: Os acontecimentos ocorrem na Espanha, no período entre guerras. Um antigo mosteiro, perto da
cidade, rodeado pela natureza. Casa do suicídio, sanatório para almas do Doutor Ariel. Tudo era estranho no
local, tanto os móveis quanto as luzes. A clínica está dividida em vários espaços cada um dedicado a um tipo
de suicídio: por imersão, gás, veneno, arma e outros. É um lugar bem decorado, com conforto e atenção.
Psicológico: É o espaço predominante. É apresentada uma análise psicológica dos personagens.
Os personagens são atormentados por diversas situações: solidão, amor não correspondido, inveja, falta de
amor, tudo isso os leva a pensar em suicídio. Dr. Ariel é um investigador de suicídios e se dedicou a salvar
vidas.
É utilizada a psicologia reversa, que visa dar aos potenciais suicidas todas as facilidades para sua morte.
Ecológico: apresenta-se um contraste entre a cidade como geradora de problemas e morte, e o campo como
paraíso.
A natureza funciona como o elemento curativo que faz os personagens esquecerem suas tristezas, inspirando
neles o desejo de se apaixonar e viver.
A clínica está localizada no campo, em total harmonia com a natureza: Árvores, água, animais e ar puro.
Social: Aponta os problemas que surgem da crise social causada pela guerra e pela cidade moderna e
desumanizada.
Ético: A questão do suicídio, da eutanásia e da morte é tratada de forma ética. São apresentados os dois
lados ou abordagens de cada tema: Ariel e Rhodes representam a vida, defendem a esperança e a felicidade
como um direito. Hans busca a morte, ele quer que o suicídio seja cometido. Porém, todos os personagens
passam por um processo de reconstrução de suas vidas, criando expectativas, planos futuros e uma evidente
melhora nas relações consigo mesmos e com os outros.

Emitir
O Doutor Roda, auxiliado por seus assistentes, Hans e Alicia, dirige uma clínica chamada The Suicide Home,
que abriga personagens entristecidos e com desejo de acabar com suas vidas. No entanto, a chegada de dois
repórteres, Fernando e Chole, espalhou alegria de viver entre pacientes e funcionários. Finalmente, os
doentes conseguem recuperar o desejo de seguir em frente.

Conflito central: “O valor da vida diante da morte”


É o eixo da história. É destacado por meio de intertextualidades: são citadas figuras históricas como Sócrates,
Cleópatra, Sêneca, Larra. A mensagem final do drama de Casona é que só a verdade, a aceitação da
realidade, dá ao ser humano a possibilidade de ser feliz. As obras de Alejandro Casona utilizam referências
artísticas na música (Beethoven), pintura (Botticelli), filosofia, história e literatura que enfatizam o valor da
vida e da esperança.

Personagens
Doutor Ariel: É um personagem nominal, mas o mais importante. Ele é um filantropo e médico dedicado aos
seus pacientes. Ame intensamente a vida e transmita esse sentimento positivo aos outros. Ele é doutor em
biologia e psicologia do suicídio. Autor de “Suicídio considerado uma das Belas Artes”.
Dr. Roda: homem inteligente e confiante. Ele dirige a empresa fundada pelo Dr. Ariel. É médico, pesquisador
e principal apoiador dos pacientes. Ele é um bom homem por tentar salvar da morte pessoas que ele nem
conhece. Ele também é um homem leal e dedicou sua vida ao projeto do Doutor Ariel (personagem que
conhecemos pelas palavras do Doutor Roda e pelas referências que Chole e Fernando fazem ao livro escrito
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por ele antes de morrer) e se sente feliz por ajudar . Doutor Roda é quem aconselha os personagens, os apoia
e os orienta; mas sempre deixando-os aprender as lições por si próprios. Com fé na natureza, gentil, paciente.
Tente salvar os membros da casa do suicídio.
Hans: é um personagem complexo, carrega uma grande carga psicológica devido a situações e experiências
passadas. Ele faz o papel de assistente do Doutor Roda, mas acaba sendo apenas mais um paciente. A única
diferença com os outros pacientes é que ele não quer cometer suicídio, mas gosta da dor dos outros e espera
ansiosamente que alguém tenha coragem suficiente para se matar.
Tem uma personalidade fria e é tão reservado que é o Doutor Roda quem o descreve.
Alicia: Ela é uma jovem pobre e empreendedora. Representa solidão e desesperança. Alicia é produto de uma
cidade desumanizada, uma jovem moderna que trabalhou como modelo e outros trabalhos, mas a única
recompensa que encontrou foi a fome, o frio e o desgosto. Com a ajuda do Dr. Roda ela se torna enfermeira
de almas e encontra o verdadeiro valor do amor. Alicia chega à clínica cansada da vida citadina. Ela entra
desesperada para encontrar uma solução para os problemas de sua vida e ao ver que era a “Casa do Suicídio”
tenta sair às pressas. Ele conhece o Dr. Roda e conta o que viveu. Solidão, fome e excesso de trabalho. Em
resposta às perguntas da Dra. Roda sobre sua solidão, ela expressa: “Nunca conheci amigos, nem irmãos,
nem amor”. E então ela conta sobre seu trabalho como enfermeira e o grande sofrimento que lhe causou ver
pessoas morrerem dia após dia.
A senhora triste:
Ela é uma mulher comum que tenta parecer romântica e elegante. Na verdade, ele está procurando por amor.
Ele é um dos personagens cujo nome não sabemos, o que aumenta a possibilidade de pensarmos em um
estereótipo. Entre os milhares de seres humanos que, deprimidos por não encontrarem em suas vidas o
romantismo necessário para desfrutá-la, decidem suicidar-se.
amante imaginário:
Ele é um jovem banqueiro pobre que se apaixona por uma ideia concretizada por Cora Yako. Ele vive um amor
platônico que o leva à depressão. Seu verdadeiro interesse é escrever.
Por acaso, o personagem de Cora Yako chega à clínica e após um breve e efusivo caso de amor com ela,
percebe que não era bem o que queria e desiste da possibilidade de tornar realidade o que tantas vezes
imaginou. O amante imaginário representa quem se apaixona pelo amor, pelo que imagina sobre uma pessoa.
Juan: Jovem marcado pelo ciúme do irmão. Ele sofre de complexo de inferioridade, na verdade se sacrificou
para que Fernando fosse feliz. Ele ama secretamente Chole e a salva do suicídio. Juan tem inveja de
Fernando, mas sabe que seu irmão nunca quis machucá-lo, por isso prefere o suicídio a não conseguir conter
o desejo de matá-lo. Chole foi, é e será para sempre o amor inatingível de Juan. Ele mesmo reconhece que
seu irmão lhe tirou a única mulher que amou e que poderia tê-lo feito conhecer a felicidade.
Pai da outra Alice:
Doutor, você tem uma filha com deficiência e cuida dela com dedicação. No entanto, quando ele se sente
doente, ele é sacrificado. Essa culpa o leva à clínica do Dr. Ariel.
Professor de Filosofia:
É um personagem nominal, no segundo ato sua transformação começa quando o Danúbio azul começa a
assobiar e ele acaba se apaixonando pela Senhora Triste.
Fernando: Jornalista dinâmico, inteligente, bem-sucedido e cheio de vida. Use o humor para ver sua vida
com otimismo. Ele é um personagem muito feliz; Ele está satisfeito com seu trabalho como jornalista, com seu
namoro com Chole e com a vida que leva.
Fernando chega à clínica com sua querida namorada Chole por acidente, pois eles se perderam enquanto
dirigiam e ao encontrarem um lugar tão estranho como a “Casa do Suicídio” decidem investigar do que se
trata.
Chole: Jovem feliz, cheia de vida, sorrindo. Ela é jornalista e namorada de Fernando. Chole é uma jovem
muito feliz, impulsiva e feliz que decide ajudar o Dr. Roda em seu trabalho humanitário de salvar vidas.
Porém, ela desmaia e tenta praticar o contrário, tentou tirar a própria vida, mas Juan a salva, a verdadeira
causa de sua tentativa de suicídio, pois ela, ao descobrir o amor quase doentio de Juan, decide apoiá-lo para
não seja o instrumento que separa os irmãos. Por isso, ele decide tirar a própria vida para não ser um
obstáculo entre os dois irmãos.

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Cora Yako:
Cantora de ópera, mulher frívola. Ela era casada com um rajá indiano, é materialista e interessada. Ela chega
à clínica como uma mulher fracassada e sem valor e descobre seu verdadeiro eu na opinião do Amante
imaginário.
É a representação do artista apaixonado. Ela se sente tão atraída pela história do amante imaginário que o
assedia e o torna seu.

Suicídio proibido na primavera


Autor: Alejandro Rodríguez Álvarez Pseudônimo literário: Alejandro Casona
Nacionalidade: Espanhola Gênero literário: poesia dramática
Classificação: drama. Consiste em três atos e duas pinturas
Movimento literário: Simbolismo – Idealismo. Pertence ao Segundo Palco do Teatro Espanhol do século XX. Através da
fantasia ele dramatiza valores universais, e nisso os símbolos desempenham um papel muito importante. Através da
evasão, ele descobre, diante do mundo opaco do vulgar, a realidade superior que todos carregamos conosco e que se
expressa através de símbolos poéticos.

Teste de verificação de leitura

Primeiro ato:
1. O que é a Casa do Suicídio?
2. Descrevi as posições do doutor Roda e Hans sobre o suicídio.
3. O Amante e a Senhora são pacientes do Lar, como chegaram lá? O que sabemos sobre sua história?
4. Como o Doutor convence Alice a ficar?
5. Quais são os diferentes sentimentos que Fernando e Chole têm ao aprenderem sobre a função do Lar?
6. Como são Fernando e Chole? Caracterize-os.
7. Que relação existe entre Juan, Chole e Fernando? Que problemas você acha que esse link pode causar?

Segundo ato:
8. Qual é o nome da pintura que Chole pendura? Qual é a mudança que Chole procura produzir no Lar alterando as
pinturas?
9. Neste ato, dois novos personagens entram na Casa, mas o fazem por dois motivos diferentes: quem são eles e
quais são esses motivos?
10. Por que a aparência de Cora é engraçada?
11. Qual é o problema que Juan tem com Fernando e Chole?
12. Por que Chole tenta cometer suicídio?
13. Por que no último parlamento Juan disse “Fernando, sempre Fernando”?

Terceiro Ato:
14. Em que época do ano começa o terceiro ato?
15. Por que Chole quer que o Doutor feche o Lar para sempre?
16. Ao renunciar ao seu cargo no Lar, Hans afirma que “não há futuro aqui”. O que ele quis dizer? oque quer dizer?
17. Neste ato a personagem do Amante Imaginário apresenta uma contradição, em que consiste essa contradição?
18. Como se resolve o triângulo amoroso entre Fernando, Juan e Chole? O que Chole propõe? O que Fernando
pensa? O que Juan decide?

Análise literária da obra


1.- Faça uma lista dos ambientes e respectivos recursos oferecidos aos pacientes do sanatório.Que efeito se espera que
cada um tenha?
2.- Mencione as três etapas pelas quais passam os pacientes que alcançam a cura.
3.- Nas peças, o “conflito” se constitui através de uma oposição entre os objetivos ou desejos dos diferentes personagens
e as possibilidades que encontram para realizá-los. Identifique o(s) elemento(s) oposto(s) que dão origem ao conflito
central de Proibido…
4.- Revise a definição de “antítese”. Observe a presença desse recurso na caracterização dos personagens e forme pares
antitéticos (o Amante Imaginário e Fernando, por exemplo). Transcreva fragmentos de diálogos e/ou didascálias para
justificar o exposto. Com que finalidade o autor utilizou este recurso?
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5.- Compare as figuras de Juan e Fernando com as de Caim e Abel. Levando em conta o relato retrospectivo do primeiro,
seus sentimentos fraternos são justificados? Porque?
6.- O que leva Chole a tentar tirar a vida? Transcreva um pequeno fragmento para justificar sua resposta.
7.- A natureza desempenha um papel importante. Qual? Como é descrito?
8.- A música produz sensações que podem nos levar a diferentes estados de espírito. Ouça o “Hino à Natureza” de
Beethoven, presente no terceiro ato. Que relação ele tem com as ações dos personagens ao final da obra?
9.- Alguns críticos literários notam uma intenção pedagógica na obra. Estão de acordo? Justifique sua posição.
10.- Qual é a finalidade da Clínica do Dr. Ariel? O lugar é realista ou possui elementos fantásticos? Que mensagem este
trabalho nos deixa? Relacione a história com a frase: “Enquanto houver vida, haverá Esperança”.

prova nacional de bacharelado


1.- Considere o seguinte fragmento:
“Pai da outra Alice.- Pobre carne calada! O que seria da sua vida sem mim? Eu não conseguia me resignar com essa
ideia. Eu tinha morfina ao meu alcance. E eu coloquei ela para dormir suavemente..., sem dor... até ela não acordar mais.
Você entende? Ela era minha filha e minha vida. Eu mesmo a matei. E ainda estou aqui! Sinto com horror que minha
doença está retrocedendo, que vou acabar me curando... E não tenho forças para acabar comigo... Covarde! Covarde!".
Suicídio proibido na primavera
Das palavras expressadas pelo Pai da outra Alice, infere-se
a) morte natural.
b) eutanásia.
c) morte sem dor.
d) amor.

2.- Leia o seguinte fragmento:


“Doutor.- Paciência, Hans, nada deve ser atropelado. A Casa do Suicídio baseia-se no respeito absoluto pelos seus
hóspedes e no culto filosófico e ético à morte. Vamos torcer.
Hans.- Vamos esperar (Apontando com um gesto). A Senhora Triste. (A Senhora Triste chega ao Jardim da Meditação.)
Senhora.- Perdoe-me, doutor...
Doutor.- Senhora...
Senhora.- Segui com toda a vontade o seu conselho, chorei a manhã toda, sentei-me debaixo de um salgueiro olhando a
água... . E nada. Sinto-me cada vez mais covarde.
Hans.- (encorajando-a) Você viu nossa última amostra de veneno?”
Suicídio proibido na primavera
O fragmento anterior corresponde ao gênero literário drama porque
a) expõe personagens populares.
b) recorre ao uso da dimensão.
c) apresenta as experiências dos personagens.
d) narra os acontecimentos em detalhes, a história é precisa.

3.- Leia o seguinte fragmento:


“Juan.- Sim, enquanto foi infância e essas coisinhas não significou nada. Mas essa angústia foi crescendo comigo até
envenenar toda a minha vida. Você sabe como amei minha mãe: adorei-a de joelhos; Passei minha infância
contemplando-o em silêncio como uma coisa sagrada. Mas ela não poderia me amar da mesma maneira. Fernando
estava entre os dois, e onde ele estava tudo era por ele. Quando ele ficou grave e os médicos pediram uma transfusão de
sangue, fui o primeiro a oferecer o meu. Mas os médicos a rejeitaram. Não foi útil... Nunca fui útil!
Chole.- Mas Juan...
Juan.- O do Fernando funcionou! Porque? Não éramos irmãos? Por que ele deveria ter sangue melhor que o meu! E
então... eu cuidei dela por semanas e semanas. Ele continuou brincando alegremente nos jardins. Não aconteceu até o
último momento. E mesmo assim minha mãe morreu diante dele!
Suicídio proibido na primavera
De acordo com o mundo dramático da obra, que conflito fica evidente no fragmento anterior?
a) Juan se sacrificou para fazer parecer que Fernando teve sucesso.
b) Juan odeia seu irmão por ser a causa da morte de sua mãe.
c) Fernando tem sido um mau irmão porque não ama Juan.
d) A mãe deles odiava Juan por ser o último filho.

4.- Leia o seguinte fragmento:


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“Doutor.- É aí que começa o segredo. Doutor Ariel não fez apenas uma extravagância. Ele astutamente fundou um
Sanatório para Almas. Aparentemente, esta casa nada mais é do que o Clube do Suicídio Perfeito. Tudo nele está
planejado para uma morte voluntária, estética e confortável; os melhores venenos, banhos de rosas e música... . Temos
um lago lendário, células individuais e coletivas, festas Borgia e toques de harpa. E a paisagem mais linda do mundo. A
primeira reação do desesperado, ao entrar aqui, é de adiamento. Sua heróica sensação de morte está decepcionada.
Tudo é apresentado a vocês aqui com muita naturalidade! É o efeito moral de um banho frio. Naquela noite, alguns
aceitam comida, outros vão dormir e, invariavelmente, todos caem no choro. É a primeira etapa.”
Suicídio proibido na primavera
Segundo o mundo dramático, a que alude o conflito apresentado nas palavras do Doutor?
a) A Casa Suicida é uma clínica para salvar almas.
b) A Casa do Suicídio permite que você escolha o método de suicídio e execute-o.
c) A Casa Suicida foi criada para a morte de doentes.
d) A Casa do Suicídio aplica a eutanásia aos doentes mentais.

5.- Leia o seguinte fragmento:


“Doutor.- O que o fez decidir vir para cá?
Alicia.- Foi ontem à noite. Eu não aguentava mais. Ele estava desempregado há quinze dias. Ele estava com fome: uma
fome dolorosa e suja; uma fome tão cruel que me fez vomitar. Numa rua escura, um homem me atacou; Ele me disse
uma grosseria atroz, me mostrando uma moeda… E foi tão brutal.
Médico: Eu entendo.
Alicia.- Não, você não entende. Aqui, entre as árvores e as montanhas, essas coisas não podem ser compreendidas. A
fome e a verdadeira solidão só existem na cidade.”
Suicídio proibido na primavera
No fragmento anterior, o código apreciativo projetado nas palavras de Alice sugere
a) uma vida plena e satisfatória.
b) a solidão como produto do urbano.
c) a necessidade de encontrar um confidente.
d) o problema alimentar como uma fuga da realidade.

6.- Leia o seguinte fragmento:


“Juan.- Ele é meu irmão... Tudo o que eu queria, ele tirou tudo de mim sem saber. Primeiro ele roubou de mim o carinho
da minha mãe. Ele me roubou a inteligência e a saúde que eu gostaria de ter. Ele roubou de mim a única mulher que
poderia ter me feito feliz. Ele conseguiu sem esforço, rindo, tudo o que desejei dolorosamente, em silêncio e trabalhando.
Ele sempre passou por cima do meu interior sem perceber... e sempre sorriu para mim! Mas não é culpa dele; ele é bom.
Ele também é meu irmão! Liberte-me deste pesadelo, doutor... Não quero matá-lo... não quero matá-lo! (Chole e
Fernando entram correndo). ”
Suicídio proibido na primavera
No fragmento anterior, a partir do código apreciativo projetado nas palavras de Juan, infere-se que ele
a) É um homem que inveja Fernando e sofre de complexo de inferioridade.
b) Ele é um homem que ama seu irmão e é por isso que se afastou.
c) Ele sabe que seu irmão sempre quis machucá-lo muito.
d) Ele odeia seu irmão porque tomou todas as suas propriedades.

7.- Leia o seguinte fragmento:


“Fernando.- O assistente dele é um cara curioso.
Doutor.- Mutilado pela Grande Guerra.
Fernando.- Mutilado?
Doutor.- Sim, de coração. A guerra deixa marcas em todos; para aqueles que caem e para aqueles que são salvos. Esse
homem tinha uma cervejaria numa aldeia em Liège. Ele era um menino feliz, cantava as músicas antigas; Ele tinha
amigos, filhos e uma esposa. Durante a guerra, ele serviu quatro anos em um hospital de sangue. Quatro anos vendo e
sentindo a morte a qualquer hora! Após o armistício, quando regressou à sua terra natal, os seus amigos, a sua mulher e
os seus filhos tinham desaparecido. E a cervejaria também. E o site da cervejaria. Hans era um homem acabado. Não era
mais útil, exceto para assombrar a Morte. Ele procurava trabalho em sanatórios e hospitais e foi assim que veio parar
aqui. Já não sei se o tenho como auxiliar ou como paciente.”
Suicídio proibido na primavera

8
No fragmento anterior, a partir do código apreciativo projetado nas palavras do Doutor, infere-se que Hans é um homem
que
a) Ele tem um complexo de perseguição que o alienou completamente da vida do mundo.
b) Seu coração está ferido pela vida e sua alma está acostumada ao sofrimento.
c) Ele recebeu muitos danos de sua família e amigos no passado.
d) Ele odeia os seres humanos pelo sofrimento que eles lhe causaram durante toda a sua vida.

8.- Leia o seguinte fragmento:


“Doutor.- Por aqui. E não perca sua fé. Nunca peça nada à vida. Espere..., e um dia a vida lhe dará uma surpresa
maravilhosa . (Ele sai com ela. A cena sozinha por um momento).
(Uma risada alegre de uma mulher irrompe lá fora, Chole entra correndo: um jovem impetuoso e saudável. Inclinando-se
sobre a cerca, ela grita com o grito de júbilo dos montanhistas) .
Suicídio proibido na primavera
De acordo com o mundo dramático, no fragmento anterior predomina um espaço
a) social.
b) educacional.
c) econômico.
d) psicológico.

9.- Leia o seguinte fragmento:


“Alicia.- Não, você não entende. Aqui as árvores e as montanhas não conseguem compreender essas coisas. A verdadeira
fome e a solidão estão na cidade. Lá você se sente apenas um entre milhões de seres indiferentes com janelas
iluminadas! Lá você sabe realmente o que é a fome, diante das vitrines e dos restaurantes luxuosos!... Já fui modelo em
uma casa de moda. Eu nunca tinha sabido até então como é triste dormir depois em uma casa fria, despojado de uma
centena de vestidos e com os dedos cheios de lembranças de peles.”
Suicídio proibido na primavera
De acordo com o mundo dramático, no fragmento anterior predomina um espaço
a) social.
b) religioso.
c) político.
d) ético.

10.- Leia o seguinte fragmento:


“Doutor.- Por aqui. E não perca sua fé. Nunca peça nada à vida. Espere..., e um dia a vida lhe dará uma surpresa
maravilhosa . (Ele sai com ela. A cena sozinha por um momento).
(Uma risada alegre de uma mulher irrompe lá fora, Chole entra correndo: um jovem impetuoso e saudável. Inclinando-se
sobre a cerca, ela grita com o grito de júbilo dos montanhistas) .
Suicídio proibido na primavera
De acordo com o mundo dramático, no fragmento anterior predomina um espaço
a) social.
b) educacional.
c) econômico.
d) psicológico.

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