Você está na página 1de 3

BRASIL COLÔNIA E OS POVOS INDÍGENAS

José Josevaldo de SouzaFilho


Kedma Caroline das Mercês Silva
Kedma Franco Honorio
Maicon da Conceição Delfino¹
Gessya Gleycia Barbosa Andrade²

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A presença portuguesa no Brasil a partir do século XVI trouxe marcas severas ao povo
daqui, assim, a problemática de pesquisa busca indagar: Quais as mudanças que os indígenas
sofreram com a colonização?
Em 21 de abril de 1500, em sua carta, Pero Vaz de Caminha relatou: “(...) neste mesmo
dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte,
muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes
arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A terra de
Vera Cruz...” Assim, na faixa de areia citada, na terra litorânea, viviam dois grupos de nativos,
os Tupinambás e os Tupiniquins. Nesta terra viviam aproximadamente 6 milhões de índios com
suas 1.300 línguas indígenas diferentes. Assim, eles iniciaram uma conexão direta com a cultura,
religião e tradições do povo europeu.
Não haviam divisões sociais entre os índios, todos viviam para sustentar a sua tribo,
todos com direitos iguais. A caça, que era responsabilidade dos homens, era compartilhada
coletivamente. Cada índio tinha suas próprias ferramentas de caça que eram arcos, flechas e
machados, além da caça, os índios se dedicavam à pesca, construção de casas, derrubada de
árvores e lutas entre as tribos, enquanto as mulheres cuidavam dos filhos, da agricultura e da
alimentação. Haviam também líderes tribais, a saber, o cacique, que era o comandante-chefe de
atos como a organização e orientação tribal, e o pajé que era um sacerdote religioso.

Os índios viviam em tribos e tinham na figura do cacique o chefe político e


administrativo. O pajé era o responsável pela transmissão da cultura e dos
conhecimentos. Era o pajé que também cuidava da parte religiosa e medicinal, através
da cura com ervas, plantas e rituais religiosos. (GOMES, 2014.)

Se observarmos a Carta de Pero Vaz de Caminha enviada a El rei D. Manuel podemos


verificar a figura indígena detalha por ele, muitos elementos são descritos. Nesse sentido, as
características fenotípicas e culturais ganham notoriedade no texto, especialmente por esse grupo
nativo apresentarem diferenças tão grandes em hábitos tão primários. Conforme Caminha:

1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - História (FLC2857HID) – Prática do Módulo III – 17/05/22
2

A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem
feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de cobri ou deixar de
encobrir suas vergonhas do que mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência.
Ambos traziam o beiço debaixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento
de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um
furado. Meteram-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e o
dente é feita a modo de roque de xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não os
magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e beber (CAMINHA, 2014, p. 21.).

A descrição dos nativos e do espaço assume, portanto, relevância dentro da organização do


texto na medida em que focaliza a exuberância de um espaço recém-descoberto (PEREIRA, 2009).
Assim, são marcas culturais europeias, de associar o indígena como sendo um elemento exótico da
diversidade brasileira.
Com o interesse de conquistar mais e mais, a administração portuguesa lança em 1667, os
bandeirantes a procura de ouro e pedras preciosas. Conforme Arruti (1995, p. 63), com as primeiras
investidas dos bandeirantes tem lugar à “guerra justa” pelo sertão interior, que usa do mesmo
conceito jurídico-teológico medieval criado no contesto da Guerra Santa contra os infiéis mouros,
agora transplantado para a relação com os infiéis do novo mundo.
O Ministro Marquês de Pombal, em 1757, promulgou um diretório que passou a controlar os
índios no Brasil, essa legislação pombalina se baseava na “liberdade dos índios”, determinando que
as aldeias seriam agora Vilas, com a instalação de câmaras dos vereadores, nomeando um diretor
responsável para os indígenas, para assim “civilizar os índios”, incentivaram ao casamento misto e
obrigando os mesmos ao trabalho agrícola e ao comércio.
Com o Diretório de Pombal, proibiram-se aos indígenas seus próprios nomes, determinam
dosarem nomes e sobrenomes de famílias de Portugal, para se evitar que na mesma povoação
existissem muitas pessoas com o mesmo nome. Tornou-se obrigatório o uso unicamente da língua
portuguesa, determinava-se aos diretores persuadir aos índios construir suas casas a imitação dos
brancos, fazendo nelas diversos repartimentos, para evitar os supostos vícios da promiscuidade,
segundo a moral cristã da época. Além disso, deveria ser estimulado nos índios o desejo de usarem
vestidos decorosos e decentes, não sendo permitido de modo algum andarem nus, especialmente as
mulheres.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização deste trabalho, utilizamos o Google Acadêmico para a pesquisa, assim
como foi assistido algumas vídeo aulas no Youtube para melhor compreensão acerca do assunto.
Podemos observar que com a vinda dos portugueses para o território brasileiro, os costumes e
tradições do indígena que aqui estavam, foram modificados pelos portugueses.
3

Figura 1: Famille d’um Chef Camacan, Jean -Baptiste Debr et, 1834

Fonte: https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/3661

Na imagem acima, está demostrado os costumes e característica dos indígenas. É


interessante observarmos alguns costumes, como por exemplo, a nudez, uso de rede para dormir,
alguns objetos, relação com a natureza e os animais, entre outros. Os índios foram, conforme as
circunstâncias expostas, a deixar de lado seus costumes, passando de livres a perseguidos e
escravizados. Seu relacionamento com os europeus e africanos contribuíram para a miscigenação
que ao longo destes 500 anos, deixaria apartada uma identidade com a qual viveram, mas mesmo
assim contribuíram na constituição do povo brasileiro que aqui se formaria, com sua língua e sua
culinária enriqueceria ainda mais a cultura deste povo.

REFERÊNCIAS

ARRUTI, José Maurício Andion. Morte e Vida do Nordeste Indígena: A emergência étnica
como fenômeno histórico regional. Revista Estudos Histórico s. v. 8, n. 15, 1995.

CAMINHA, Pero Vaz. Carta de Pero Vaz de Caminha. Acesso em 15 mai 2022. Disponível em
http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf

GOMES, Mercio Pereira. Os índios e o Brasil - passado, presente e futuro. Disponível em:
https://www.historiadobrasil.net/indiosdobrasil/. Acesso em 14 mai 2022.

PEREIRA, Danglei de Castro. O indígena na construção da identidade nacional. Revista Língua


e Literatura. v. 11, n. 16, 2009.

Você também pode gostar