O destino da vida de Maria acha-se marcado para sempre pela maternidade
para com Jesus Cristo. Este fato fundamental assegurou-lhe sua permanente importância para e na Igreja... Tal importância se desdobra em duas direções: 1. Da Teologia e Magistério: as implicações de Maria com o Filho e a Igreja; 2. Da Espiritualidade: meditação da figura de Maria derivada desta relação e a derivada devoção mariana, bastante matizada; Uma interpretação adequada do significado de MÃE DO SENHOR só pode trazer uma teologia equilibrada e uma sóbria espiritualidade com interpretação objetiva das fontes. 3 2º - DOCUMENTOS BÍBLICOS
O NT dificilmente tem interesse histórico, mas sim claramente
teológico por Maria.
1. Relação: 1ª menção cronológica em Gal 4,4 sobre a justificação,
em contexto de afirmar a humanidade de Jesus e a liga a ele no desígnio da salvação. E em At 1,14 a vemos na cena de Pentecostes como importante membro da comunidade das origens, portanto, em relação com a Igreja. 4 2º - DOCUMENTOS BÍBLICOS
2. Sinóticos: Marcos – 3,31-35 sua mãe é incluída entre os parentes
que o procuram e não entendem sua missão...; Mateus destaca Maria nas narrativas da infância e da árvore genealógica...; Lucas é por excelência mariano: Mãe do Senhor como personalidade viva – Mãe do Messias...; 3. João: 2,1-11 no 1º milagre do Messias; 19,25-27 aos pés da cruz como discípula plenamente realizada. 4. Outros textos do NT: Ap 12-118 a “mulher” refere-se a Israel e à Igreja e não diretamente a Maria...; 5 3º - HISTÓRIA DOS DOGMAS 1. Antes de Éfeso (até 431 d.C.):
Docetismo: negação da humanidade de Jesus. Para combate-lo, entre outros,
usa-se da maternidade de Maria para atestar a humanidade de Jesus;
Mãe do Senhor: o monarquismo contribuiu muito pela sua difusão;
A Maternidade divina virginal: Eva-Maria (Antitipismo); Maria-Igreja
(Paralelismo);
Em Maria há ausência de pecado: afirmação de que em Maria há a
perfeita santidade, ou seja, a ausência total de pecado; 6 3º - HISTÓRIA DOS DOGMAS
2. Concílios antigos: Éfeso em 431: Maria é proclamada MÃE DE DEUS – “THEOTÓKOS”.
Sínodo de Latrão em 629: ilumina e afirma o conteúdo da
virgindade de Maria ao gerar Jesus Cristo e por toda a vida.
A partir do século V se criam as festas de Maria, a estatuária e a
poesia se desenvolvem amplamente. 7 3º - HISTÓRIA DOS DOGMAS 3. Maria na Idade Média: Por volta do 1100 a 1300: aprofunda-se muito a IMACULADA CONCEIÇÃO (ao nascer) e a sua ASSUNÇÃO (ao morrer)- a biografia de Maria; Séc. XII Bernardo de Claraval: Maria torna-se sujeito de inclinação piedosa em medida mais acentuada. Passa ser vista como “Madonna” (Senhora); A Reforma: com Lutero entram em choque frontal sobre a devoção a Maria da Idade Média, acusando a Igreja Católica Romana de “mariolatria”. Somente após o Vaticano II se superará este impasse...; 8 3º - HISTÓRIA DOS DOGMAS
4. Do século XVIII ao século XX:
1854, Pio IX, Proclama o dogma da Imaculada Conceição de
Maria; 1950, Pio XII, Proclama o dogma da Assunção de Maria ao Céu em corpo e alma; Formulação da Mariologia como disciplina da Teologia, amplamente estruturada e fundamentada, tanto bíblica, quanto doutrinal e cientificamente; Expoentes: L. Grignon de Montfort; Afonso M. de Ligório...; 9 3º - HISTÓRIA DOS DOGMAS
5. O Concílio Vaticano II - século XX:
Uma virada decisiva para uma consideração orientada para as FONTES representou a decisão do Vat. II de INTEGRAR A TEMÁTICA MARIANO- MARIOLÓGICA NA ECLESIOLOGIA (LG 52-69) e frisar a Mãe de Jesus como exemplar discípula de Cristo e imagem original de Cristo a partir da graça baseada na fé...;
A consideração subjetiva de Maria não é impedida, mas inserida nos
contexto de Igreja e liturgia...;
Paulo VI - linhas mestras: Maria “Mãe da Igreja”; “espelho das esperanças
dos homens de nosso tempo”; 10 3º - HISTÓRIA DOS DOGMAS 6. A Mariologia depois do Concílio Vaticano II:
Visão universal e eclesiológica: o alcance salvífico da fé da
Mãe de Cristo e seu significado para o sentido de nossa existência;
Expoentes: Maria, símbolo real da Igreja (Von Balthazar);
Maria, forma real assumida pela aliança (Ratzinger); Maria, modelo da “nova mulher” (Teologia Feminista); Maria, imagem original do cristão libertado (Teologia da Libertação); Maria, concretização da transcendência humana (A. Müller); 11 4º - REFLEXÃO/PARTILHA... O que se entende por maternidade divina em Maria? ............................................. O que se entende por virgindade perpétua de Maria? ............................................. O que é a santidade perfeita em Maria? ............................................. O que afirma o Dogma da imaculada conceição de Maria? ............................................. O que afirma o Dogma da assunção de Maria ao céu? ............................................. 12 4º - REFLEXÃO/PARTILHA... O que se entende por maternidade divina em Maria? Razão legitimadora de toda doutrina e veneração de Maria. Assegura a consubstancialidade de Jesus com Deus e com os homens;
O que se entende por virgindade perpétua de Maria?
Símbolo da atitude de fidelidade, onde Deus doa, e Maria responde com radicalidade de atitude espiritual (virgindade);
O que é a santidade perfeita em Maria?
Preservação total para Deus e a ele se doa inteiramente como mãe, unida por inteiro a Deus e portanto santa sem falhas;
O que afirma o Dogma da imaculada conceição de Maria?
Maria é agraciada (salva) por Deus desde a sua concepção: Deus cria para si o sinal de sua graça que volta para o mundo;
O que afirma o Dogma da assunção de Maria ao céu?
A glorificação de Maria em Deus e junto de Deus. À fé total de Maria é doada por Deus a salvação total (cumprimento), o que para nós é na esperança;