Você está na página 1de 40

“Cristo é o único mediador . A missão maternal de Maria não diminiui a mediação única de Cristo, mas mostra a sua potência.

Não se origina de uma necessidade interna, mas do dom de Deus. Nao impede, mas favorece a união dos fiéis com Cristo”.

Constituição Dogmática Lumen Gentium, 60


CULTO E DEVOÇÃO MARIANA
 “Maria é o acorde perfeito maior que ressoa sempre, desde a
criação do mundo”.
 Frase do fundador da Fraternidade da Santíssima Virgem Maria, o Pe. Teodosio Maria da
Cruz.

 “Maria é o santuário, o repouso da Santíssima Trindade”...


 Frase de São Luis Maria Grignion de Montfort, autor do Tratado da Verdadeira Devoção à
Santíssima Virgem Maria em 1712. Fundador da Congregação das Filhas da Sabedoria
(cofundadora Beata Maria Luísa de Jesus em 1715), da Companhia de Maria (Padres
Monfortinos em 1716) e do Instituto dos Irmãos de São Gabriel (Irmãos da Instrução Cristã
de São Gabriel em 1841 pelo Pe. Gabriel Deshayes).
“ Et incarnatus est de Spiritu Sancto ex Maria Virgine” - Na oração do
Credo, onde reafirmamos nossa fé, Deus manifesta sua vontade através da Virgem Maria “E em
Jesus Cristo, seu único Filho Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria (...)”.

 Começamos com o nosso Credo para desenvolvermos o pensamento a respeito de Maria e assim
compreendermos a natureza de seu filho, nosso Salvador. Filha de São Joaquim e Sant´Ana,
esposa de São José, prima de Santa Isabel e São Zacarias e de seu filho São João Batista. Mãe de
Jesus Cristo e ao mesmo tempo é criatura de Deus.
 Não somente, uma figura humana, mas a excelsa figura humana, onde teríamos o inefável e
inexprimível significado do seu Magnificat, ou seja, a mais bela resposta de uma criatura ao seu
Criador, assim podemos definir a vida de Maria.
Nos evangelhos Maria é descrita como a
“Virgem desposa com José” nos evangelhos
de Lucas e Mateus – (Lc 1,27 e Mt 1,18).
Já em Marcos, ela só aparece quando Cristo é
questionado em relação a sua origem e foi
rejeitado – (Mc 6,3).
E João narra a participação dela junto a
Cristo, desde a Bodas de Caná (Jo 2,1-5) e no
final da missão de seu filho na cruz (Jo 19,
25-27).
 Antes de falarmos do culto e devoção à Nossa Senhora, devemos compreender um
pouco mais a respeito das duas formas de prestar homenagem aos santos
intercessores.
 A palavra culto, vem ligado a liturgia, ou seja, a expressão oficial da Igreja que
por meio da devoção ao santo ou a Maria conseguimos dignamente celebrarmos.
Devido a este pequeno desentendimento, nós somos acusados de “idolatria” pelos
outros cristãos que não professam nossa fé e também nos confundimos ao
explicarmos. Pois, os santos passaram pela terra como nós e seguindo os preceitos
de Cristo, eles os colocaram em prática de forma exclusiva e única, e assim:
Conquistaram o Céu.
 Em relação a mediação de Cristo junto dos Santos e de Maria para os:
 Protestantes: a única mediação de Cristo é exclusiva (somente Cristo e mais
nenhuma pessoa);
 Católicos: a única mediação de Cristo é inclusiva (inclui os santos, mártires,
santos confessores, beatos, veneráveis, anjos e cooperadores).
 Não somente desta forma, mas para ser santo há várias etapas, conforme a
Igreja instrui segundo a Congregação para a Causa dos Santos no Vaticano e
também há comprovação da medicina. Digamos que é pelos milagres que estes
homens e mulheres realizaram intercedendo por nós que são levados a
Congregação.
 Na oração Eucarística os Santos são citados, devido estarem intercedendo por
nós sem cessar diante de Deus, fazendo-se assim modelos de santidades para
nós. Devido a isso, é que o culto dos santos é totalmente diferente da adoração
aos deuses que os povos pagãos faziam.
 A Igreja não permite fazer idolatria ou adoração a ídolos. O que se é permitido é
a veneração das imagens dos santos e da Virgem Maria, pois eles são os meios
de comunicação e de os meios de intercessão e não de fim como os deuses
pagãos.
 Já afirmavam os doutores da igreja como São Jerônimo, Santo Hilário de Poitiers
e São Cirilo de Jerusalém a respeito da intercessão dos santos por nós junto a
Deus:
 “Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós:
Patriarcas, Profetas, Apóstolos e Mártires; para que Deus, por
sua intercessão e orações, se digne receber as nossas.”
 O culto mariano caminha junto a devoção. Que na sua essência, é uma prática
devocional da piedade popular, onde a religiosidade é o carro chefe, ou seja, a maneira de
celebrar vem de acordo com a linguagem do povo.

 O Papa Paulo VI em sua Exortação Apostólica “Marialis Cultus” de 02 de fevereiro


de 1974, já sinalizava a preocupação sobre o culto de Maria dentro da liturgia. E tais
preceitos que teriam que ser analisados, somente aconteceram depois da Constituição
Sacrosanctum Concilium, do Vaticano II.

 Como observamos na liturgia que a partir do Concílio de Éfeso,culto do povo à Maria


cresceu admiravelmente na veneração, no amor, na invocação e na imitação, segundo as
suas proféticas palavras no Magnificat:
 “Todas as gerações me proclamarão Bem-Aventurada, porque realizou
em mim grandes coisas aquele que é poderoso” (Lc 1, 48 – 49); e também
citado na Lumen Gentium nº 66.
 Sendo assim, a Igreja sempre olhou com cuidado e com zelo para com as coisas a
respeito de Maria, sejam elas na liturgia, nas piedades populares ou em suas
aparições, sejam elas quais forem. No caso da liturgia, Maria que cumpre um
papel em uma missão providencial na História da Salvação, por meio do seu
Ministério Maternal para com Cristo e por consequência para conosco.
 A restauração do ano litúrgico e do calendário universal trouxe consigo a
supressão de várias memórias da Virgem Maria e a reorientação de algumas
solenidades e festas. Essa transformação, à primeira vista, poderia dar a
aparência de um empobrecimento da presença da Virgem Maria no ano litúrgico.
Na realidade, porém, não foi isso que aconteceu; houve, sim, um
enriquecimento da memória mariana por meio do conteúdo e da qualidade dos
novos textos.
A Igreja, que celebra o mistério da Virgem e assume seus sentimentos na
celebração litúrgica, vive, no nível sacramental e no eclesial, a máxima e mais
autêntica expressão da devoção mariana, enquanto realiza a comunhão com a
Virgem e com seus sentimentos. A liturgia é o centro e o cume de toda devoção
mariana.
 Um outro fator a se valorizar é a religiosidade popular, não se pode esquecer da
centralidade da liturgia, tanto por seus conteúdos como pela exemplaridade de
suas formas. As tradicionais celebrações da piedade popular mariana,
especialmente se pensarmos no mês de maio, de tradição popular, ou no mês de
dezembro, estão mais relacionadas com a tradição litúrgica, nos motivando a
buscar uma relação mais próxima com as celebrações litúrgicas.
 Na memória e veneração de Maria convergem motivos teológicos legítimos: a
cooperação de Maria na obra salvífica de Cristo e do Espírito, como humilde
serva do desígnio do Pai. Também a exemplaridade para a Igreja, que deve
inspirar-se em seus sentimentos no exercício do culto divino; a alegria de
contemplar em Maria o fruto mais excelso da redenção, que é Jesus Cristo.
 A reforma do Vaticano II, Maria é colocada em íntima relação com Cristo e a
Igreja. Assim temos as Solenidades: Maria, mãe de Deus (01 jan); Anunciação (25
mar); Assunção (15 ago); Imaculada (08 dez) – Brasil: Nossa Senhora Aparecida
(12 out). Outras festas: Nossa Sra das: Dores (15 set), de Lourdes (11 fev), de
Fátima (13 maio), do Carmos (16 junho) e Rosário (07 outubro).
O horizonte de compreensão do MISTÉRIO DE PAI
MARIA, no ciclo anual do ANO LITÚRGICO,
apresenta-se do seguinte modo:
FILHO ESPÍRITO SANTO
A HISTÓRIA TRINITÁRIA DA SALVAÇÃO

A NOVA HUMANIDADE
O MISTÉRIO DA IGREJA

DOS REDIMIDOS
O MISTÉRIO PESSOAL DE MARIA
E SUA MISSÃO PROVIDENCIAL

O CRISTO REDENTOR

O HORIZONTE DE COMPREENSÃO DA PRESENÇA DE MARIA NA LITURGIA


O culto à Maria, vem desde os primórdios do cristianismo. Basta olharmos com atenção na bíblia
o relato que após a crucificação, morte e ressurreição de Cristo, onde Maria encontrava-se em
Jerusalém junto aos discípulos no cenáculo na cidade de Jerusalém e ali permaneceram em oração
(Ato 1, 12-14) e em seguida a escolha de Matias como apóstolo e a vinda do Espírito Santo em
Pentecostes.
 Em algumas catacumbas em Roma, já traziam algumas evidências da existência de Maria como
devoção entre os cristãos. No caso, nas catacumbas de Priscila em Roma no século II, onde os
cristãos se reuniam, uma pintura revela uma mulher com uma criança em seu peito, ou seja, a
Virgem Maria com o Menino Jesus.
 Entre alguns relatos, o culto à Maria sofreu algumas alterações no início do cristianismo devido a
forte pressão do paganismo, mas isso se resolveu quando o imperador Constantino se converteu ao
cristianismo e a tornou Religião oficial do seu Império, isso em 312 d.C. O grande culto à Deusa
Mãe pelo paganismo egípcio, grego e romano, torna-se agora o culto à Mãe de
Jesus com o título de τεοτόκος – “aquela que espera o filho de Deus”
 Desde o século IV, alguns padres já iniciavam e seguiam o culto à Virgem Maria, como Epifânio,
Santo Ambrósio. E na patrística com Santo Inácio de Antioquia (bispo entre 68 a 107 d.C que
afirmava: “que Cristo foi concebido em Maria e nascido de Maria", e que a sua virgindade
pertence a "um Mistério escondido no Silêncio de Deus”;
 São Justino em 167 d.C, refletia o paralelo entre Eva e Maria:
"Se por uma mulher, Eva,
entrou no mundo o pecado, por uma mulher, Maria, veio ao mundo o
Salvador”;
 Entre outros como Santo Irineu de Lyon que combatia os gnóticos a respeito da maternidade de
Maria e assim enfatizava a Teologia Mariana já no início do século II e dizia: “Cristo, é da
natureza humana, assumida pelo Filho de Deus no ventre de Maria, que torna possível a
morte redentora de Jesus chegar a toda a humanidade. Também digno de nota é sua
abordagem sobre o papel maternal de Maria em relação ao novo Adão, em cooperação com
o Redentor”.
 Também Tertuliano em 155 d.C. dizia que Maria é a Mãe de Cristo, portanto a Mãe de Deus. E
Orígenes (185 a 254 d.C.) usava o título de Maria como Theotokos (Mãe de Deus) e no
século IV o mesmo título é usado na profissão de fé de Alexandre de Alexandria. E subsequente
os demais padres da Igreja como Efrém, Atanásio, Basílio, Gregório Nazianzeno, Gregório de
Nissa, Ambrósio, Agostinho, Proclo de Constantinopla,utilizavam e ensinavam o povo a respeito
da devoção a Maria, Mãe de Deus passando a ser utilizado como Santíssima Virgem.
 Outro exemplo é a oração do século III, chamada “Sub

Tuum Praesidium” (Sob a Vossa Proteção, de Orígenes.

 “Sub tuum praesidium confugimus, sancta

 E assim,
Dei Genetrix; nostras deprecationes ne "Mãe de Deus" não implica que Maria é
despicias in necessitatibus nostris, sed a "deusa", e sim que Jesus Cristo, seu filho, é a um só

periculis cunctis libera nos semper, Virgo tempo plenamente homem e plenamente Deus. Se
Jesus é Deus, e Maria sua mãe, ela é e será sempre a
gloriosa et benedicta. Amen."
mais agraciada entre todas as mulheres, pois foi – e é,
na perspectiva da eternidade onde se encontra, – a Mãe
Tradução:
de Deus e, portanto, de toda a Igreja de Cristo.

“À vossa proteção recorremos, Santa Mãe  Entre também as grandes festividades solenes de Cristo

de Deus; não desprezeis as nossas súplicas nos primeiros séculos, Maria aparecia já nos primórdios

em nossas necessidades; mas livrai-nos do século III, como a Encarnação (Anunciação), da


Natividade (Natal) e da Epifania (Reis Magos).
sempre de todos os perigos, ó Virgem
gloriosa e bendita. Amém”.
 Para resolver o problema de Maria na vida de Cristo, que é filho de Deus e também Deus, os
primeiros concílios que expressam hoje no nosso Magistério a respeito da Virgem Maria.
 Éfeso (431 d.C) – Aprova a doutrina de São Cirilo de Alexandria, que fala da união da
natureza humana de Cristo com a natureza Divina que viria confirmar a verdade dogmática
da maternidade de Maria.
 Calcedônia (451 d.C.) – Afirmou que Cristo é o único e mesmo Filho, gerado eternamente
pelo Pai (Deus) segundo a sua divindade e foi gerado por nossa causa e nossa salvação pela
virgem Maria, Mãe de Deus, segundo a sua humanidade.
 Constantinopla II (553 d.C) – Traz a tona o dogma da maternidade e afirma o dado da
virgindade perpétua de Maria.
 Constantinopla III (680/81 d.C.) – Define as duas vontades de Cristo e afirma a
maternidade divina de Maria.
 Nicéia II (787 d.C.) – Tornou-se lícito o culto às imagens de Cristo, de
Maria, dos Santos.
 Constantinopla IV (869/70 d.C.) – Renovou a definição do culto às sagradas
imagens.
 Latrão IV (1215) – Reafirmou que Jesus Cristo, filho de Deus, foi concebido
pela obra do Espírito Santo através de Maria, sempre virgem.
 Lião II (1274) – Reafirmou que Jesus Cristo nasceu do Espírito Santo e da
sempre virgem Maria.
 Florença (1438-1445) – Reafirmou que o Filho de Deus assumiu a sua
verdadeira natureza e íntegra de homem no seio imaculado de Maria. *
 Trento (1545 a 1563) – A respeito do pecado original, afirmaram que Maria
não teria essa participação, pois a Igreja isenta a santa e imaculada Virgem
Maria, Mãe de Deus da culpa atual (o pecado orginal de Adão e Eva). E
renova o culto às sagradas imagens.
 Vaticano II (1962 a 1965) - no Capítulo VIII da Constituição
Dogmática Lumen Gentium, esclareceu qual o lugar da Bem-aventurada
Virgem Maria Mãe de Deus no Mistério de Cristo e da Igreja.
 Segundo a Doutrina da Igreja Católica, Maria está associada aos seguintes
dogmas de fé:
 Imaculada Conceição (concepção) de Maria: concebida sem o pecado original. O Papa Pio IX
na bula Innefabilis Deus, definiu oficialmente da Imaculada Conceição no dia 08 de dezembro
de 1854. E o Papa Pio XII, na sua Carta Encíclica Fulgens Corona em 1953 anunciou o Ano
Mariano com as festividades do Primeiro Ano da Definição do Dogma da Imaculada Conceição.
 Maternidade Divina: Maria é mãe de Deus. Porque se Jesus é Deus e Maria é mãe de Jesus,
logo Maria é mãe de Deus.
 Virgindade Perpétua: Virgem antes, durante e depois do parto. O Papa Paulo IV reafirmou

este dogma na Constituição Eclesiástica Cum quorundam, no dia 07 de agosto de 1555


durante o Concílio de Trento.
 E São Tomás de Aquino já dizia em sua Summa Theologiae: “que Maria deu à luz
miraculasamente, sem abertura do útero e sem prejuízo para o hímen”.
 Assunção aos Céus: Refere-se à elevação de Maria em corpo e alma ao Céu. O
Papa Pio XII na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, proclama este
dogma em 1 de Novembro de 1950. Mas, ele deixou em aberto se Maria foi
elevada aos céus após a sua morte ou em vida.

 Outros dogmas e devoções marianas:


 Dormição de Maria (morte): segundo uma tradição cristã, diz que Maria haveria
morrido no ano de 41 d.C. e seu corpo depositado no Getsêmani. Há muitas
correntes dentro da Igreja que defendem que ela não morreu, apenas havia
dormitado (dormido) e São João Paulo II afirma em seus escritos uma frase que
São Francisco de Sales dizia no seu livro Tratado do Amor de Deus: “que a morte
de Maria se produziu como efeito de um ímpeto de amor. Fala de uma morte "no amor, por
causa do amor e por amor" e por isso chega a afirmar que a Mãe de Deus morreu de amor
por seu filho Jesus”.
 Maria, mãe de todos os cristãos: Já dizia e afirmava Santo Ambrósio de Milão
(338 – 397).
 Maria, medianeira: Aquela media (faz intercessão) a Cristo pelos homens. Uma
vez é que Cristo é o nosso mediador para chegarmos ao Pai. A oração Sub tuum
praesidium é o exemplo mais próximo desta mediação.
 Maria, Rainha do Céu: segundo a doutrina, Maria é coroada como Rainha do Céu
remonta desde os primeiros séculos e na sua Carta Encíclica Ad Caeli Reginam
de 1954, o Papa Pio XII descreve a realeza de Maria e a instituição de sua festa.
 Magistério da Igreja Católica com seus respectivos documentos mariológicos da Igreja
promulgados nos últimos cento e cinquenta anos:

 Papa Leão XIII: Encíclicas Magnae Dei Matris, 1892, Adiutricem populi, 1895, Augustissimae Virginis
Mariae, 1897.
 Papa Pio IX: Bula dogmática Ineffabilis Deus, de 8 de dezembro de 1854.
 Papa Pio X: Encíclia Ad diem illum laetissimum, 1904.
 Papa Pio XI: Encíclica Lux veritatis, 1931.
 Papa Pio XII: Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, 1950, encíclicas Fulgens corona, 1953 e Ad
Caeli Reginam, 1954.
 Concílio Vaticano II, Constituição Lumen Gentium, cap. VIII, 1964.
 Papa Paulo VI: Exortações Apostólicas Marialis cultus, 1974 e Signum magnum, 1967.
 Papa João Paulo II: Encíclica Redentoris Mater (1987), Exortação Apostólica Redentoris custos, 1989 e
Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, (2002).
 A récita do santo rosário e a Ladainha de Nossa Senhora, são as práticas devocionais mais antigas da
Igreja Católica. Embora também temos as Novenas marianas, as procissões, o escapulário, o Angelus,
a Salve Rainha, a Ave Maria, o Magnificat na liturgia das horas, a devoção ao Imaculado Coração de
Maria, a Coroação de Nossa Senhora em maio, o Ofício da Imaculada. entre as músicas “Com minha
mãe estarei” cantada nas exéquias, “Maria de Nazaré” em procissões e a consagração à Nossa
Senhora. E o Papa João Paulo II em sua encíclica mariana Redentoris Mater de 1987 abre o ano
Mariano (1987-1988)
 O Papa João Paulo II na sua Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae de 2002, escreve ao
clero e ao povo sobre o Rosário e descreve como deveríamos aprender a seguir Cristo com Maria e
salienta a importância dos mistérios Gozozos, Dolorosos e Gloriosos e insere o mistério Luminoso.
Que continua com as 150 ou 200 Ave Marias, em louvor à Maria. Embora, o Papa Leão XIII havia escrito
a Carta Apostólica Magnae Dei Matris no dia 08 de setembro de 1892 sobre o Rosário de Nossa
Senhora.
 Já a Ladainha Lauretana de Nossa Senhora, vem da palavra grega que significa “súplica”.
Nesta ladainha começamos invocando o Pai Eterno, o Filho e o Espírito Santo, devido que Maria
conduz sempre a Cristo. Depois dizemos três invocações da Virgem (Santa Maria), depois invocamos 13
invocações para honrarmos sua maternidade e outras 6 para honrar sua virgindade. Em seguida mais
13 figuras simbólicas, 4 figuras da misericórdia e finalmente 12 figuras dela gloriosa como Rainha.
 Primeira dor: a profecia de Simeão.
 Segunda dor: a fuga para o Egito.
 Terceira dor: Jesus perdido no Templo.
 Quarta dor: Maria encontra o seu Filho com a cruz a caminho do Calvário.
 Quinta dor: Jesus morre na Cruz.
 Sexta dor: Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe.
 Sétima dor: o corpo de Jesus é sepultado.

 São recordadas na Devoção à Mater Dolorosa, iniciada em 1221 na Alemanha. No Brasil há a


prática do Setenário das Dores de Maria, com 7 missas com a temática das Dores de Maria.
começando no Quinto Domingo da Quaresma com a 1ª Dor e terminando no Sábado, véspera do
Domingo de Ramos, com a 7ª Dor. No Sábado das Dores, realiza-se a Oração das 1000 Ave-Marias,
divididas em 20 Santos Terços (05 Rosários), começando às 07 da manhã e caminhando o dia todo até
às 19 horas, complementando a Celebração das 07 Dores de Nossa Senhora com a Santa Missa.
 Anunciação;
 Nascimento de Jesus;
 Adoração dos Magos;
 Ressurreição de Jesus;
 Ascensão de Jesus;
 Pentecostes (a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e Maria);
 Coroação da Virgem.

 Devoção nascida na Idade Média, principalmente na Inglaterra antes da


Reforma protestante.
 As Filhas de Maria (Pia União das Filhas de Maria): associação religiosa feminina
católica. Pautando os parâmetros da feminilidade, da pureza sexual, da obediência, humildade
e devoção inspirados no modelo de vida de Maria e Inês, padroeiras da associação. As meninas
usavam uma fita azul sobre a veste branca, onde a fita era o símbolo do pertencimento e as
roupas brancas da pureza. Teve início em meados do século XII, quando o Beato Pedro de
Honestis instituiu em Ravena a Itália a Confraria dos Filhos e Filhas de Maria, onde traziam no
pescoço a fita azul e uma medalha. Mas, com o tempo desmembraram e as Filhas de Maria
cresceu como um novo vigor dentro da Igreja.
 A Congregação Mariana: é uma associação pública de leigos católicos. Seguem uma vida
consagrada à Mãe de Deus, sendo a Santidade e o Apostolado as duas coisas importantes para o
trabalho de uma transformação cristã. Teve início em 1563 por um padre jesuíta Pe Jean Leaunis,
no antigo Colégio Romano em Roma.
 E na Bula Áurea Gloriosae Dominae de 1748 o Papa Bento XIV aprova a Congregação com especiais
privilégios e em 1773 com o Breve Commendatissimam do Papa Clemente XIV confirma de fato as
Congregações Marianas e no centenário de da Bula Áurea, o Papa Pio XII pela Constituição
Apostólica Bis Saeculari deu a Congregação Mariana, o que podemos chamar de Carta Magna.
 Estão organizadas nas Federações das Congregações Marianas e seus membros são consagrados e são
chamados de Congregados Marianos e carregam uma fita azul no pescoço (cor litúrgica de Maria).
Alguns santos se consagraram à Nossa Senhora pela Congregação, eis alguns exemplos: São João Paulo
II, Santa Teresinha do Menino Jesus, São Luis Gonzaga, São Carlos Borromeu e São Francisco de Sales
entre outros.
 Legião de Maria (Legio Mariae): é uma associação internacional de fiéis da Igreja Católica, de fiéis
voluntários que contribuem para a ação evangelizadora sob a proteção da Virgem Maria. Os membros
são dividos entre ativos e auxiliares, onde cada grupo possui o seu Presídio (Praesidium – Proteção)
(grupo) e têm como objetivos rezar o Magnificat. Surgiu na Irlanda no dia 07 de setembro de 1921, na
véspera da Natividade de Nossa Senhora por iniciativa de Frank Duff. Somente no dia 27 de março de
2014, Dom José Clemens entrega ao Dicastério do Vaticano o decreto no qual a Legião de Maria é
reconhecida como uma Associação Internacional de Fieis. Eles utilizam o seu próprio estandarte para
as procissões e missas solenes de Maria entre outras.

 Existem também alguns congregações religiosas e institutos dedicados à Virgem Maria. Os mais
conhecidos são:
 Pia Associação dos Padres da Assunção (Assuncionistas); Congregação dos Filhos de Maria Imaculada
(Pavonianos de Bréscia), Congregação do Imaculado Coração de Maria (Missionários de Scheut),
Congregação dos Missionários dos Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos), Filhas de
Maria Auxiliadora (Salesianas), Irmãos Maristas, Congregação dos Missionários de Nossa Senhora da
Salette (Saletinos), Ordem da Anunciação (Anunciadas), Ordem dos Irmãos da Bem-Aventura
Virgem Maria do Monte Carmelo (Carmelitas), Ordem de Nossa Senhora das Mercês (Mercedários)
entre outros.
 Os títulos de Maria (Nossa Senhora) são honoríficos, ou seja, são invocações em
honra a Virgem Maria, mãe de Deus seja na Igreja Romana Católica, na Igreja
Ortodoxa, na Igreja Copta e na Igreja Anglicana.
 Sendo estes os títulos mais antigos: Cheia de Graça (Gratia Plena), Virgem
(Virgo), Mãe de Deus (Mater Dei), Estrela do Mar (Stella Maris), Senhora
(Domina), Santa Maria (Sancta Maria), Rainha do Céu (Regina Coeli ou Caeli).

 Após algumas aparições, Maria ficou conhecida também como:


 Nossa Senhora da Achiropita (não pintada por mãos humanas); Nossa Senhora das
Dores; Nossa Senhora da Ajuda; Nossa Senhora do Brasil; Nossa Senhora do Amparo;
Nossa Senhora do Leite; Nossa Senhora do Bom Parto; Nossa Senhora do Ó; Nossa
Senhora do Desterro; Nossa Senhora Rainha dos Céus; Nossa Senhora da Igreja;
Nossa Senhora Desatodora dos Nós; Nossa Senhora Auxiliadora; Nossa Senhora da
Cabeça; Nossa Conquistadora; Nossa Senhora da Candelária; Nossa Senhora de
Copacabana; Nossas Senhora dos Pobres entre outros.
 Nossa Senhora de Fátima: apareceu em Fátima em Portugal aos três
pastorzinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta no dia 13 de maio de 1917. Também
conhecida como Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
 Nossa Senhora de Lourdes: apareceu em Lourdes na França para a humilde
Bernadete Soubirous, na gruta de Massabielle no dia 11 de fevereiro de 1858.
 Nossa Senhora de Guadalupe: apareceu no México ao índio Juan Diego
Cuauhtlatoatzin, no dia 12 de dezembro de 1754.
 Nossa Senhora Aparecida: apareceu no rio Paraíba, na cidade de Aparecida no
Vale do Paraíba no estado de São Paulo, onde ela apareceu aos pescadores
Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso no ano de 1743.
 Nossa Senhora do Carmo: tem origem no século XII quando apareceu a um grupo
de eremitas no Monte Carmelo em Israel, na Terra Santa. Em Israel faz a alusão
do Monte Carmelo ao profeta Elias que se refugiou. E a mesma entrega a São
Simão Stok o escapulário.
 Nossa Senhora de Loreto: devoção trazida onde a Sagrada Família havia morado
em Nazaré, em Israel e a casa por milagre foi transportada para Loreto na Itália
em 1294.
 Nossa Senhora das Mercês ou Mercedes: apareceu na Espanha para São Pedro
Nolasco em um sonho que dizia para ele e seus companheiros fundarem uma
congregação para ajudar a libertar os cativos em 1218.
 Nossa Senhora de Montserrat: devoção da Espanha. Segundo a tradição foi São
Lucas que a esculpiu e São Pedro a levou para Catalunha em 50 d.C.
 Nossa Senhora de La Salette: devoção nos alpes franceses, na cidade de La
Salete, onde Nossa Senhora aparece a duas crianças Maximin Giraud e Mélanie
Calvat no dia 19 de setembro de 1846.
 Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: é um ícone de estilo bizantino venerado
desde 1865 em Roma.
 Nossa Senhora de Czestochowa: a Virgem Negra, com devoção na Polônia. Que
segundo a tradição, foi a imagem que São Lucas pintou de Maria e o Menino
Jesus . O quadro da Virgem estava em Constantinopla em 326 d.C. e finalmente
foi para a Polônia em 1382.
 Nossa Senhora do Rosário: a sua devoção tem origem pelos monges irlandeses
no século VIII. E por volta do século XIII, São Domingos funda a Ordem dos
Domenicanos, onde Nossa Senhora entrega a ele o Santo Rosário.
 Nossa Senhora das Graças (Paris, França): apareceu a Santa Catarina de
Labouré, noviça das Irmãs da Caridade. Onde Nossa Senhora havia aparecido
para ela entre 18.07 a 27.11 de 1830. Assim, nasce a devoção a Medalha
Milagrosa de Nossa Senhora das Graças após a sua morte e sendo aprovado pela
Santa Sé
 Nossa Senhora de Medjugorjge (Bósnia): também conhecida
como Rainha da Paz, apareceu em 1981 a seis crianças de origem
croata. Apesar de não ser reconhecida oficialmente pela Igreja
Católica, esta devoção é uma das mais expressivas do século XX.

 Nossa Senhora de Garabandal (Espanha): uma devoção mariana


que vem sendo estudada, pois suas aparições aconteceram entre
1961 a 1965, onde 4 meninas haviam tido uma visão de Nossa
Senhora. E a Igreja Católica está bem atenta aos fenômenos e as
profecias das meninas, que uma delas foi chamada por diversas
vezes à Roma para conversar sobre, a jovem Conchita Gonzalez.
 Curiosidades:
 Maria é a Virgem do Apocalipse citada na passagem bíblica do Apocalipse, pois ela aparece
na figura da Imaculada Conceição.
 A anunciação de Maria feita por São Gabriel Arcanjo, aconteceu uma única vez, mas com
cinco momentos distintos: Conturbatio (conturbação), Cogitatio (reflexão), Interrogatio
(pergunta), Humilatio (ato de humildade) e Meritatio (sou digna – Fiat).
 O primeiro a fazer um ícone da Virgem Maria com o menino Jesus, foi São Lucas.
 Os símbolos marianos são: o silêncio, o olhar para baixo, o lírio, a janela aberta, o jardim, o
rouxinol, o livro aberto, a cama arrumada e intacta, as estrelas sobre a cabeça, ela
descalça pisando na cabeça da serpente, o cetro entre outros.
Theotokos – Mãe de Deus (ícones)
Nossa Senhora de Czestochowa – Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
A Virgem Negra
Nossa Senhora de Guadalupe

Nossa Senhora de Lourdes

Nossa Senhora Desatadora dos Nós


Nossa Senhora do
Rosário de Fátima Nossa Senhora do Ó

Nossa Senhora e o Menino Jesus – mosaico da Igreja Santa Sofia


Nossa Senhora da Salette

Imaculada Conceição – Mestre


Nossa Senhora do Carmo Ataíde – Ouro Preto - MG
Nossa Senhora da Conceição Aparecida – Rainha e Padroeira do Brasil
 Academia Marial de Aparecida – Aparecida-SP.
 Canção Nova – Formação – Doutrina.
 O Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, de São Luís Maria de Montfort.
 Consagração a Nossa Senhora, de Dom Antônio Maria Alves de Siqueira.
 Site do Vaticano
 Na escola de Maria, de André Damino.
 Materiais de estudo da Profª Barbara Anielo, Gregoriana de Roma.
 Sites Católicos.
 Trabalho sem finalidade acadêmica, com
embasamento da Doutrina Católica e com finalidade
para palestra para fiéis.

 O meu muito obrigado!!

 Salve Maria !!

 Fernandes (Elias) Junior

 Vocacionado ao Seminário Arquidiocesano do Rio de


Janeiro de São José – Historiador da Igreja formado
pela Universidade Gregoriana de Roma.
 E-mail: stilumbarrocum@gmail.com

Você também pode gostar