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A importância de Maria, Mulher Eucarística, na história da salvação e na

catequese
Diocese de Cametá
Paróquia Nsa Sra do Carmo e São Benedito
Palestrante: Jardel Soares Farias (Bacharel em Teologia pela Faculdade católica
de Belém)

Qual o papel de Maria na história da salvação?


De início e para clarear os nossos horizontes, precisaremos revisitar o texto da
carta de São Paulo aos Gálatas (Gl 4, 4-5) e o número 52 da Lumen Gentium.
É interessante notar que, tanto as escrituras como o magistério da Igreja, não
hesitam em proclamar a grande importância da Santíssima Virgem Maria para a história
da salvação.
A nossa reflexão, terá como ponto de partida a homilia do Papa Paulo VI, em 24
de abril de 1970, em uma peregrinação, no santuário mariano, na Ilha de Sardenha, na
qual, o santo padre, em quatro pontos, exemplifica os motivos pela qual, Maria
Santíssima, participa da história da salvação.
O papel de nossa senhora na história da salvação
Como Cristo veio ao mundo? Veio por si? Veio sem qualquer relação conosco,
sem nenhuma cooperação da humanidade? Pode ele ser conhecido, compreendido,
considerado, prescindido das suas relações reais, históricas e existenciais, que a sua
aparição no mundo necessariamente comporta?
O mistério de cristo está inserido num desígnio divino de participação humana.
Ele veio até nos por meio de geração humana. Quis ter uma mãe, quis encarnar-se,
mediante a participação vital de uma mulher, da mulher bendita entre todas, por meio da
Virgem Maria.
Vejamos, sem a figura humana de Maria, não compreendemos a figura humana de
Jesus. Recordaremos o que o magistério fala na Lumen Gentium 56.
Vejamos o que os padres da Igreja dizem a respeito dessa importância.
É salutar ressaltarmos que, no período antes de Niceia, foi preciso enfrentar o
gnosticismo, que negava a humanidade de Jesus, de modo que era necessário retomar as
escrituras e reforçar a sua humanidade proveniente de Maria. A definição de fé do
Concilio de Niceia em 325 tratou da Divindade do Verbo, desde sempre, portanto, uma
definição trinitária, mas também, cristo como homem proveniente de Maria.
Santo Inácio de Antioquia (morto no início do sec II) foi o primeiro a inserir a
doutrina Mariológica.
São Justino de Roma (Morto por volta do ano 165) defendeu a fé crista dos
pagãos e judeus. Defendeu a virgindade de maria contra os pagãos (que diziam que
Maria era um mito) e contra os hebreus (negavam a profecia de Is 7, 14).
Santo Irineu de Lião foi salutar no desenvolvimento da Cristologia e da
Mariologia. Coloca Maria no interior da soteriologia e nos faz analisar o proto
evangelho, a fim de compreendermos como se da a participação de Maria Santíssima e a
sua importância para a história da Salvação.
Tertuliano lutou também contra as heresias gnósticas, reforçou ele a realidade da
humanidade de cristo através da Virgem Maria e afirmava a virgindade perpetua da mãe
de Deus, antes e depois do parto, que ao mesmo tempo, confrontava os docetistas acerca
da corporeidade de cristo.
Precisamos entender que é por maria que nós temos Jesus em sua primeira relação
conosco.
A forte presença de Maria
Precisamos tomar cuidado quando falamos da contribuição de Maria para não
cairmos no “maximalismo” e nem no “minimalismo”
Relendo a Redemptoris Mater N. 24, 35 e 4, podemos compreender a
grandiosidade da virgem Maria sem cometer exageros de nenhum tipo.
Maria na Eucaristia
Há alguns anos, o Santo Padre, o Papa João Paulo II, hoje Santo, São João Paulo
II, entregou-nos a carta encíclica “Ecclesia de Eucharistia”, que aborda a eucaristia e
sua relação com a Igreja. No capitulo VI da carta, ele reflete sobre maria e a eucaristia.
Segundo a sua reflexão, Nossa Senhora pode guiar os cristãos para o sacramento da
eucaristia porque ela tem uma profunda ligação com ele.
Maria na catequese
Maria é modelo de fé para a Igreja e desde o início, é inegável a sua contribuição
nos ensinamentos dos apóstolos e dos primeiros cristãos. Foi dela que partiu o “Fazei o
que ele vos disser”, ela é o modelo de discípula e instrutora do verdadeiro seguidor de
cristo por amor.
Os Dogmas Marianos
Desde os primórdios do cristianismo, as comunidades dos fiéis preocupavam-se
em situar Maria Nossa Senhora em uma posição correta no plano salvífico de Deus. Em
431, no Concílio de Éfeso, foi confirmado a Maria o título de Theotokos Mãe de Deus
que os cristãos atribuíam-na desde o século III. Como Jesus Cristo possui as duas
naturezas humana e divina numa só Pessoa, não poderia Sua mãe, deixar de ser a mãe
de Deus.
A Virgindade Perpétua antes (Lc 1,34-37), durante (Mt 1,20-23) e depois do parto
(Is 66,7) foi afirmada no ano de 553 durante o Concílio de Constantinopla II. Isaias
havia profetizado (Is 7,14) que uma virgem conceberia e daria à luz um filho que seria
chamado Emanuel Deus conosco.
A Imaculada Conceição de Maria significa que ela foi concebida sem pecado
original, verdade de fé, revelada e definida por Pio IX em 1854 na Bula “Ineffabilis
Deus”. Maria é considerada imune do pecado original no primeiro instante da sua
concepção por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em atenção aos méritos
de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano.
Finalmente, em 1950, após estudos teológicos da Igreja desde o século IV, o papa
Pio XII na Bula “Munificentissimus Deus”, declara a Assunção Corporal de Maria, que
por privilégio singular, venceu o pecado com a sua cooperação imaculada. Por isto, não
esteve sujeita à lei de permanecer na deterioração do sepulcro, nem teve que esperar a
redenção do seu corpo até o fim dos tempos. A fundamentação bíblica pode ser
encontrada em Gn 3,15 (vitória sobre a serpente); Lc 1,28 (cheia de graça); Lc 1,31 (seu
seio é a tenda do Senhor) e Ex 20,12 e Lv 19,13 (honra teu pai e tua mãe).
Assim, por mérito de Jesus Cristo e por tudo que fez por nós, devemos o culto de
veneração a Nossa Senhora, mãe da Igreja e nossa também!

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