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Quatro verdades básicas que todo católico deve saber

sobre a Imaculada e Sempre Virgem Mãe de Deus Assunta


aos Céus
Os dogmas sobre Maria (verdades de fé declaradas por um Concílio ou por um Papa e nas quais o fiel
católico é obrigado a acreditar e professar) foram enunciados em momentos importantes para a história da
Igreja e tocam em pontos sensíveis relativos à doutrina. Santo Agostinho dizia: “Deus não é para ser
entendido, mas adorado”. O Deus verdadeiro não cabe na nossa cabeça; por isso, muitas vezes, não
entendemos os dogmas de fé.
Sobre Nossa Senhora a Igreja ensina quatro dogmas: a Maternidade divina, a Imaculada Conceição, a
Assunção de Nossa Senhora ao céu e a Virgindade Perpétua de Maria.

Maternidade divina

Cristo é pessoa divina e Maria é a Sua mãe. Foi declarado no Concílio de Éfeso, em 431. Na época a
Igreja vivia uma profunda polêmica interna causada pelos nestorianos, corrente muito popular entre as
comunidades cristãs do Oriente. Segundo eles, Jesus tinha duas naturezas, uma humana e outra divina, mas
pouco ligadas. Maria seria mãe apenas de Cristo como homem. Para combater esse pensamento, a Igreja
outorgou-lhe o título de Theotokos (Theotokos), expressão grega que significa “Mãe de Deus”.
A maior glória de Nossa Senhora foi ter sido escolhida para ser a Mãe de Deus, do Verbo Encarnado. É
claro que Ele sempre existiu no seio da Santíssima Trindade, pois o Senhor é eterno. Ao contrário de nós
que fomos criados, Deus sempre existiu. Por isso, no Credo, Niceno-Constantinopolitano diz: “Creio em um
só Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um
só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos verbo criado”.
Jesus nasceu de forma humana, sem deixar de ser divino. Quando o Catecismo fala da escolha de Nossa
Senhora, diz que, desde toda a eternidade, Deus já a havia escolhido para ser a Mãe de Seu filho (CIC 488).
“Deus juntou todas as águas e fez o mar. Deus juntou todas as graças e fez Maria” (São Luís Maria
Grignion de Montfort).
“Deus é um instante que não passa” (Karl Rahner). Podemos nos perguntar: “Porque o Senhor escolheu
Maria?”. Nossa Senhora responde no Magnificat: “Ele olhou para a pequenez de sua serva”. Dizem que
todas as mulheres de Israel tinham o sonho de ser mãe do Salvador, mas Nossa Senhora não tinha essa
pretensão.
“Deus criou o homem para a imortalidade” (Sabedoria 2,23), mas este não quis obedecer a Deus. E o
Senhor, para trazer a salvação ao mundo, trouxe uma nova Mulher para vencer a soberba. Se pela soberba de
Eva o pecado entrou no mundo, pela humildade de Maria entrou a salvação.
Quando Isabel ficou grávida e Maria foi visitá-la, o filho de Isabel estremeceu em seu seio, pois, no
ventre de Maria, estava o Salvador; no de Isabel, o precursor de Jesus. Isabel disse: “A que devo a honra de
receber a visita da Mãe do meu Senhor”. A primeira parte da Ave-Maria, saiu da boca de Isabel e do Anjo
Gabriel.
Desde os primeiros séculos, já se acreditava neste dogma, Maria, a Mãe de Deus. Na biblioteca de
Alexandria há papiros que dizem: “A vossa proteção nos recorremos Santa Mãe de Deus”. Essa oração é do
ano 200. E nessa região houve muitas perseguições e martírios. Quando chegou ao ano 430, surgiu uma
heresia: o Patriarca de Constantinopla dizia que Maria não era a Mãe de Deus. A Igreja precisou fazer o
Concílio, na cidade de Éfeso, na Turquia, e ali a Igreja disse solenemente: “Maria é a Mãe de Deus
(Theotokos).
Nós sabemos que, infelizmente, nossos irmãos separados não dizem a “Mãe de Deus”, mas a “Mãe de
Jesus”. Nós dizemos que Maria é a Mãe de Deus, porque Jesus é Deus. E tudo o que o Filho precisa, Ele
pede a Mãe.
Certa vez, me perguntaram: “Por que não podemos seguir as outras religiões?”. Eu respondi: “Não vou
dizer para você não seguir as outras religiões, porque precisamos respeitar uns aos outros. Mas eu vou lhe
dizer por que eu sou católico. Estou convencido de que a minha religião veio de Deus. Se você me mostrar
outra religião que Deus tenha andado sobre as águas, transformado a água em vinho, feito a multiplicação
dos pães, curado leprosos, expulsado demônios, feito vários milagres e ainda ressuscitado, eu mudo de
religião. Jesus é Deus por causa de Seus milagres. E o primeiro milagre aconteceu por causa de Maria. Por
isso a ladainha diz: “Auxiliadora dos cristãos, refúgio dos pecadores”.
“Maria, a Mãe de Deus toda santa, sempre Virgem, é a obra prima da missão do Filho e do Espírito na
plenitude do tempo pela primeira vez no plano da salvação e porque o seu Espírito a preparou, o Pai
encontra a Morada em, que seu Filho e seu Espírito podem habitar entre os homens. E neste sentido que a
Tradição da Igreja muitas vezes leu, com relação a Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria é
decantada e representada na Liturgia como o “trono da Sabedoria”. Nela começam a manifestar-se as
“maravilhas de Deus” que o Espírito vai realizar em Cristo e na Igreja”. (CIC 721).

Virgindade perpétua

Maria foi virgem antes, durante e depois do parto. Foi declarado no segundo Concílio de Constantinopla,
em 553. A virgindade de Maria é uma ideia tradicional, que remonta às origens do cristianismo, mas gerou
bastante polêmica ao longo da história da Igreja. Foi questionada pelos pagãos, que não compreendiam
como uma virgem poderia dar à luz. Já as tendências gnósticas dentro do cristianismo achavam que Jesus era
filho de José.
Virgindade Perpétua, ensina que Maria permaneceu virgem por toda a sua vida.
“O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e
perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo “não
lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal” de sua mãe. A Liturgia da Igreja celebra Maria como a
“Aeiparthenos” (pronuncia “áeiparthénos”), “sempre virgem” (CIC 499).
“Maria “permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo,
Virgem ao alimentá-lo de seu seio, Virgem sempre”: com todo o seu ser Ela é “a Serva do Senhor” (Lc
1,38). (CIC 510).
O Papa João Paulo II disse: “Não queira entender pela medicina, porque isso é um milagre”. “Eis que
conceberás a luz e dará à luz” (Isaías). “A luz não passa no vidro sem quebrá-lo?”. Por que Deus não poderia
gerar Jesus no ventre de Maria sem rasgar as paredes?”.
“Para Aquele que é extraordinário, todos os fatos são excepcionais” (Santo Agostinho).

Imaculada Conceição

Maria foi totalmente isenta de pecado, inclusive quando concebida por seus pais, Santa Ana e São
Joaquim.
Todo o resto da humanidade, desde os nossos primeiros pais, nasceu com pecado original – daí, aliás, a
necessidade da Salvação. Proclamado pelo Papa Pio IX em 1854, o dogma da Imaculada Conceição teve
como pano de fundo a luta que na época a Igreja travava contra o racionalismo enviesado e exacerbado. Essa
corrente, com ares de “científica”, negava a possibilidade de forças sobrenaturais agirem no mundo. O
dogma da Imaculada realça justamente a intervenção direta de Deus no mundo ao preservar Maria do pecado
original.
Nas aparições de Lourdes, a própria Nossa Senhora confirmou essa verdade de fé. E, em outro caso
impressionante, durante um exorcismo na Itália em 1823, dois sacerdotes dominicanos fizeram o diabo
reconhecer esse mesmo dogma 30 anos antes de que ele fosse promulgado!
A Virgem Maria não teve pecado original. São Agostinho disse: “Nem se deve tocar na palavra “pecado”
ao se tratar de Maria; e isso por respeito Àquele de quem mereceu ser a Mãe, que a preservou de todo
pecado por sua graça.”
Pio IX: “Maria foi concebida sem pecado original”. Não teve pecado original e pessoais. Que coisa
bonita! Quatro anos depois, Nossa Senhora começou a aparecer para Bernadete, na França. Ela era uma
criança, que nem sabia falar francês. Maria lhe disse: “Diga ao padre que quero uma capela”. O padre, não
acreditando naquela pobre menina, disse a Bernadete que perguntasse o nome dela. Maria disse para
Bernadete, no dia 25 de março: “Je suis l’Immaculée Conception” (Eu sou a Imaculada Conceição). Nossa
Senhora ainda deixou um sinal especial, pediu que Bernadete cavasse no chão um buraco, pois ali haveria
uma mina. Nossa Senhora veio trazer um sinal do céu, e este sinal está em Lourdes.
 Imaculada conceição, A própria Maria foi concebida sem pecado e foi redimida na sua conceição.
Estabelecido em 1854.
“Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, “cumulada de graça” por Deus, foi
redimida desde a concepção. E isso que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854
pelo papa Pio IX: A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e
privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano foi
preservada imune de toda mancha do pecado original.,” (CIC 491).
“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original.
Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus:
fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas
almas da morte.” (CIC 966).

Assunção
“Encerrado o curso de vida terrestre, foi assumida” (Papa Pio XII) , Maria subiu ao Céu em corpo e alma.
Depois de Cristo, ela foi a única criatura que teve esta distinção. Foi declarado por Pio XII no pós-guerra,
em 1950. Após a maciça mortandade da Segunda Guerra, o dogma fala da santidade da vida e da dignidade
dos corpos humanos, ao lembrar que eles também estão destinados à Ressurreição.
Mas o Papa Pio XII disse: “A Virgem Maria é Mãe de Deus e Imaculada. Ao término da vida terrena, foi
levada de corpo e alma para o céu”. É a única pessoa que a Igreja proclama que ressuscitou depois de Jesus.
Os santos estão com suas almas no céu e os corpos ainda na terra. Maria, onde aparece, mostra sua feição
conforme o lugar. Só pode fazer isso o corpo que ressuscitou, porque ele não está sujeito ao tempo nem ao
espaço. Como Jesus, que apareceu aos discípulos no caminho de Emaús, e os discípulos não a
reconheceram. Maria foi assunta ao céu para preparar o caminho de seus filhos.
 “Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o
curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse
conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como
Rainha do universo.” A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu
Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos: Em vosso parto, guardastes a virgindade; em
vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que
concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte…. (CIC 966).
No meio do Concílio, o Papa proclamou: “Mater Eclesi” (Mãe da Igreja). Assim como nós precisamos
de uma mãe para nos gerar e criar, para nos dar o alimento, nós também precisamos de Maria como nossa
Mãe no céu.

Oração mais antiga dedicado a Virgem Maria Mãe de Deus.

“À vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus. Não


desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas
livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e
bendita!”.

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