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1. O CONTEXTO HISTÓRICO.
1.1. O CONCILIO VATICANO II
1.2. A ORIGEM REMOTA
1.3. A RENOVAÇÃO LITURGICA NO DECÊNIO 19964 – 1974
1.4. O DECENIO DO SILENCIO MARIOLÓGICO: 1964 – 1974
1.5. A RESPONSABILIDADE DOS PASTORES.
CONCLUSÃO.
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CALABUIG – MARIALIS CULTUS
1. O CONTEXTO HISTÓRICO.
Seja qual for a interpretação que se dê da Marialis Cultus,
não se pode prescindir de uma consideração cuidadosa do
contexto histórico - il vivace decennio postconciliare
(1965-1975) a animada década pós-conciliar (1965-1975) -
na qual a exortação apostólica viu a luz.
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1.1. O CONCILIO VATICANO II
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No que (se refere) diz respeito à piedade mariana, o acordo(a concordância)
entre as constituições Sacrosanctum Concilium (art. 103) e Lumen Gentium,
de um lado, e o MC, de outro, baseia-se numa dupla convicção:
- a veneração da Igreja em relação à Mãe do Senhor deriva do cumprimento
do papel que, segundo o beneplácito de Deus, desempenhou e continua a
desempenhar na história da salvação, na fase histórica como mãe,
companheira (socia) e discípula do Redentor; na fase meta-histórica, como
voz suplicante, mãe dos fiéis na ordem da graça, modelo de virtude, imagem
escatológica da Igreja;
- esta veneração é expressa de maneira natural e eminente (excelente) quando
a Igreja celebra sacramentalmente o mysterium salutis, isto é, na liturgia.
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1.2. A ORIGEM REMOTA
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Tendo em vista precisamente tal dever, nós procuramos secundar e encorajar sempre a
grande obra de reforma litúrgica, promovida pelo Concílio Ecumênico Vaticano II; e até
aconteceu, certamente não sem particular desígnio da divina Providência, que o primeiro
documento conciliar que nós, juntamente com os veneráveis Padres, aprovamos e
assinamos "in Spiritu Sancto", foi a Constituição Sacrosanctum Concilium, a qual se
propunha, exatamente, restaurar e fomentar a Liturgia, tornando mais profícua a
participação dos fiéis nos sagrados mistérios (SC 1-3). E desde então para cá, muitos atos
do nosso Pontificado tiveram como finalidade promover uma melhoria do culto a Deus,
como o demonstra o fato de havermos promulgado, durante estes anos, numerosos livros do
Rito Romano, restaurados em conformidade com os princípios e as normas do mesmo
Concílio. Por isso, agradecemos profundamente ao Senhor, dador de todos os bens, e estamos
reconhecidos também às Conferências episcopais e a cada um dos bispos, por haverem
colaborado conosco, de diversas maneiras, na preparação de tais livros.
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Mas, ao mesmo tempo que assim consideramos, com ânimo
jubiloso e grato, o trabalho já realizado e os primeiros resultados
positivos da renovação no campo litúrgico, destinados a
multiplicar-se à medida que a reforma litúrgica for sendo melhor
compreendida nas suas motivações de fundo e corretamente
aplicada, a nossa solicitude vigilante não cessa de ir seguindo tudo
aquilo que pode dar realização ordenada à restauração do culto
com o qual a Igreja, em espírito e verdade (cf. Jo 4,24), adora o
Pai, o Filho e o Espírito Santo, "venera com particular amor
Maria Santíssima, Mãe de Deus" (SC 103), e honra com religioso
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Cristo.
Quereríamos, pois, deter-nos um pouco: a examinar, antes de
mais, alguns pontos que dizem respeito às relações entre a
sagrada Liturgia e o culto da Virgem Santíssima (I); a apresentar,
em seguida, algumas considerações e diretrizes aptas para
favorecer o legítimo desenvolvimento do mesmo culto (II); a
procurar sugerir, por fim, algumas reflexões, para uma retomada
vigorosa e mais consciente da recitação do santo Rosário, prática
que tanto foi recomendada pelos nossos predecessores e se acha
muito difundida entre o povo cristão (III).”
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1.4. O DECENIO DO SILENCIO MARIOLÓGICO: 1964 – 1974
É inegavel que nos anos 1964-19974 constatamos uma surpeendente e
preocupante crisi mariológica.
Situação paradoxal. Na LUMEN GENTIUM lia-se:
“67. Muito de caso pensado ensina o sagrado Concílio esta doutrina
católica, e ao mesmo tempo recomenda a todos os filhos da Igreja que
fomentem generosamente o culto da Santíssima Virgem, sobretudo o culto
litúrgico, que tenham em grande estima as práticas e exercícios de piedade
para com Ela, aprovados no decorrer dos séculos pelo magistério, e que
mantenham fielmente tudo aquilo que no passado foi decretado acerca do
culto das imagens de Cristo, da Virgem e dos santos “
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10. Não é nossa intenção, nesta Exortação Apostólica, considerar todo o conteúdo do novo
Missal Romano; no entanto, para aquela tentativa de apreciação que nos propusemos fazer,
pelo que se refere aos livros restaurados do Rito romano,(16) desejamos salientar alguns
dos seus aspectos e temas. E apraz-nos realçar, antes de mais nada, como as Preces
Eucarísticas, em convergência admirável com as Liturgias orientais(17) contêm uma
significativa memória da bem-aventurada Virgem Maria. Assim, o vetusto Cânon romano,
que comemora a Mãe do Senhor, em termos densos de doutrina e de fervor cultual: "Unidos
na mesma comunhão, veneramos primeiramente a memória da gloriosa sempre Virgem
Maria, Mãe do Nosso Deus e Senhor, Jesus Cristo"; de igual modo, a recente Prece
Eucarística III, que exprime com intensa súplica o desejo dos que oram, de compartilhar
com a Mãe a herança de filhos: Que Ele "faça de nós uma oferenda perfeita para
alcançarmos a vida eterna, com os vossos santos: a Virgem Maria Mãe de Deus". Uma tal
evocação cotidiana, pelo lugar em que foi colocada, no coração do Sacrifício divino, deve
ser considerada forma particularmente expressiva do culto que a Igreja tributa à
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CONCLUSÃO.
A Marialis Cultus não tem sido objeto de grandes comentários.
Entretanto, mesmo em ambiente protestante, foi bem acolhida.
Contribuiu para isso, a fidelidade da Exortação às linhas
teológico-pastorais das Constituições Sacrosanctum Concilio e
Lumen Gentium, seu tom calmo mas fervoroso, a linguagem
persuasiva, a natureza orgânica do tratamento, a abertura ao
diálogo, o desejo de harmonizar as exigências da tradição com as
exigências do mundo contemporâneo, a originalidade de algumas
intuições. 37
A Marialis Cultus atingiu seu escopo (objetivo):
1. Dissipou as dúvidas que pairavam sobre a piedade mariana, mostrando
os fundamentos bíblicos e teológicos, como também a sua eficácia pastoral;
2. Devolve a dignidade à piedade mariana, notando o lugar que merece no
contexto do culto cristão, mostrando como ela deriva da celebração ritual
do mistério da salvação, afastando-a da suspeita de ser uma forma
marginal e por vezes desviada da piedade litúrgica;
3. Ofereceu diretrizes válidas para a correta ordenação e desenvolvimento
da veneração da Virgem, denunciando peremptoriamente os inadmissíveis
desvios culturais;
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Como um documento contigente, a Marialis Cultus conserva
uma “atualidade surpreendente” .
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A DIMENSÃO ECLESIOLÓGICA. Na reflexão conciliar, a
pneumatologia andou sempre ao lado da eclesiologia, pois
o Espírito é o mesmo: o Espírito que fecundou Maria e o
que anima a Igreja.