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Repita-se no povo cristão o espetáculo dos apóstolos reunidos em Jerusalém, após a ascensão de Jesus
ao céu. (...) Digne-se o Divino Espírito de escutar da forma mais consoladora a oração que ascende a ele
dos confins da terra. Renova no nosso tempo os prodígios como de um novo Pentecostes, e concede que
a santa Igreja, permanecendo unânime na oração, com Maria, a Mãe de Jesus, e sob a condução de
Pedro, faça crescer o Reino do Divino Salvador, Reino de verdade e justiça, Reino de amor e de paz. 1:
De fato, o Concílio foi um novo Pentecostes na vida da Igreja. Mesmo em meio a muitos
desafios, após este inicia-se uma nova primavera na Igreja (cf. NMI 46), com o florescimento de
tantos movimentos e novas comunidades. Grande parte destas novas comunidades é proveniente do
filão dito ‘carismático’ da Igreja Católica, cuja graça comum é a experiência da efusão do Espírito
Santo.
Algumas das principais graças que se constatam na vida daqueles que fazem a experiência
da efusão do Espírito Santo, são o retorno à oração, o amor à Palavra de Deus, a evangelização com
autoridade, a manifestação dos carismas (1 Cor 12), o empenho no seguimento de Cristo, o sentido
de Igreja (sensus ecclesiae), novos laços de espiritualidade, fraternidade e apostolado. Esta efusão
do “Senhor que dá a vida” gerou o nascimento de muitas comunidades carismáticas ao redor do
mundo, que testemunham concretamente a atualidade da mensagem evangélica.
O decreto conciliar Apostolicam Actuositatem, sobre o apostolado dos leigos, já dizia que o
Espírito Santo atua “tornando os leigos cada vez mais conscientes da própria responsabilidade e por
*
Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Shalom, é um consagrado celibatário da Comunidade de Vida.
Desde 2007, quando fora nomeado pelo Santo Padre, é Consultor do Pontifício Conselho para os Leigos. Em 2005 foi
nomeado pelo Papa Bento XVI para participar como auditor do Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, em Roma.
Participou em 2007 da V Conferência Episcopal da América Latina em Aparecida (CELAM), para o qual fora
convidado como membro representante dos movimentos eclesiais e novas comunidades do continente. Em 2008 foi
mais uma vez nomeado pelo Papa Bento XVI para participar do Sínodo da Palavra de Deus, em Roma. Foi Presidente
da Fraternidade Católica de Comunidades de Vida e Aliança do Brasil e Vice-Presidente da Fraternidade Católica
Internacional das Comunidades de Vida e Aliança.
1
Cf. D. JARAMILLO, Los Papas y la Renovación, Colección Iglesia n. 150, Minuto de Dios, Bogotá 2002, p. 27.
toda parte os anima ao serviço de Cristo e da Igreja” (AA 1). Tal apostolado é não somente um
dever, mas um direito, que advém da união com Cristo cabeça. Pelo Batismo os fiéis são inseridos
no Corpo de Cristo e pela Crisma robustecidos com a força do Espírito, que concede aos mesmos
fiéis carismas para o apostolado (cf. AA 3).
Dez anos após a conclusão do Concílio o Papa Paulo VI publicou a Exortação Apostólica
Pós-Sinodal Evangelii Nuntiandi, na qual lançava as bases daquela que alguns anos depois João
Paulo II chamaria nova evangelização. Sem a ação do Espírito Santo, dizia Papa Montini, nunca
será possível a evangelização (cf. EN 75). Ele é a alma da Igreja.
As técnicas da evangelização são boas, obviamente; mas, ainda as mais aperfeiçoadas não
poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do
evangelizador nada faz sem ele. De igual modo, a dialética mais convincente, sem ele,
permanece impotente em relação ao espírito dos homens. E, ainda, os mais bem elaborados
esquemas com base sociológica e psicológica, sem ele, em breve se demonstram desprovidos
de valor (idem).
Vendo a ação do Espírito Santo que trabalhava para renovar a Igreja, o Santo Padre dizia
perceber que a Igreja vivia um momento privilegiado do Espírito:
Procura-se por toda a parte conhecê-lo melhor (...). De bom grado as pessoas se colocam sob
a sua moção. Fazem-se assembleias em torno dele. Aspira-se, enfim, a deixar-se conduzir
por ele. É um fato que o Espírito de Deus tem um lugar eminente em toda a vida da Igreja;
mas, é na missão evangelizadora da mesma Igreja que ele mais age. Não foi por puro acaso
que a grande balada para a evangelização sucedeu na manhã do Pentecostes, sob a inspiração
do Espírito. Pode-se dizer que o Espírito Santo é o agente principal da evangelização: é ele,
efetivamente que impele para anunciar o Evangelho, como é ele que nos mais íntimo das
consciências leva a aceitar a Palavra da salvação. (...) Exortamos os evangelizadores, sejam
eles quem forem, a pedir sem cessar ao Espírito Santo fé e fervor, bem como a deixarem-se
prudentemente guiar por ele, qual inspirador decisivo dos seus planos, das suas iniciativas e
da sua atividade evangelizadora (idem).
Segundo Paulo VI, o zelo evangelizador deve brotar de uma verdadeira santidade de vida,
alimentada pela oração e sobretudo pelo amor à eucaristia.
O mundo, apesar dos inumeráveis sinais de rejeição de Deus, paradoxalmente, o procura (...),
reclama evangelizadores que lhe falem de um Deus que eles conheçam e lhes seja familiar
como se eles vissem o invisível. O mundo reclama e espera de nós simplicidade de vida,
espírito de oração, caridade para com todos, especialmente para com os pequeninos e os
pobres, obediência e humildade, desapego de nós mesmos e renúncia. Sem esta marca de
santidade, dificilmente a nossa palavra fará a sua caminhada até atingir o coração do homem
dos nossos tempos; ela corre o risco de permanecer vã e infecunda (idem).
De fato, “para que o Vaticano II se realizasse, era (e ainda é) necessária uma fileira de santos
e de carismas capazes de colocar em prática algumas de suas grandes intuições proféticas” 2, quais
são: a evangelização, o chamado universal à santidade e a necessidade de fazer florescer o
apostolado dos leigos.
Podemos afirmar que as novas comunidades, nas últimas décadas, têm dado uma
contribuição fundamental para pôr em prática estes grandes ideais conciliares no Brasil, e em
diversos outros lugares onde estão presentes.
Com a exortação apostólica Christifidelis Laici, João Paulo II, cerca de vinte anos após o
Concílio Vaticano II, constatava como o Espírito continuava a rejuvenescer a Igreja, suscitando
novas energias de santidade e de participação nos fiéis leigos. A prova disto, segundo Papa Wojtyla
era “o novo estilo de colaboração entre sacerdotes, religiosos e fiéis leigos; a participação ativa na
liturgia, no anúncio da Palavra de Deus e na catequese; a multiplicidade de serviços e de tarefas
confiadas aos fiéis leigos e por eles assumidas; o radioso florescimento de grupos, associações e
movimentos de espiritualidade e de empenhamento laicais; a participação cada vez maior e
significativa das mulheres na vida da Igreja, e o progresso da sociedade” (CL 2).
Em recente discurso o Papa Bento XVI dizia que “a corresponsabilidade [eclesial] exige
uma mudança de mentalidade no que diz respeito, em particular, ao papel dos leigos na Igreja, que
devem ser considerados não como ‘colaboradores’ do clero, mas como pessoas realmente
‘corresponsáveis’ do ser e do agir da Igreja. É importante, portanto, que se consolide um laicato
maduro e empenhado, capaz de dar a própria e específica contribuição à missão eclesial, no que diz
respeito aos ministérios e às responsabilidades que cada um tem na vida da Igreja e sempre em
cordial comunhão com os Bispos” (Mensagem ao Fórum Internacional da Ação Católica,
22.08.2012).
Os novos carismas surgidos no período pós-conciliar são dons particulares (cfr. 1 Cor 12, 7)
do Espírito Santo, concedidos aos fiéis, para que exerçam o apostolado, a fim de que "cada um
ponha ao serviço dos outros a graça que recebeu", e todos atuem "como bons administradores da
multiforme graça de Deus" (1 Ped 4, 10), para a edificação, no amor, do corpo todo (cfr. Ef 4, 6)».
2
J. CASTELLANO, Carismi per un nuovo millennio, OCD, Roma 2001, p. 239.
nestes tempos mais recentes, o fenômeno da agregação dos leigos entre si assumiu
formas de particular variedade e vivacidade. Se na história da Igreja tal fenômeno
representou sempre uma linha constante, como o provam até aos nossos dias as
várias confrarias, as ordens terceiras e os diversos sodalícios, ele recebeu, todavia,
um notável impulso nos tempos modernos que têm visto o nascer e o irradiar de
múltiplas formas agregativas: associações, grupos, comunidades, movimentos. Pode
falar-se de uma nova era agregativa dos fiéis leigos. Com efeito, « ao lado do
associativismo tradicional e, por vezes, nas suas próprias raízes, brotaram
movimentos e sodalícios novos, com fisionomia e finalidade específicas: tão grande
é a riqueza e a versatilidade de recursos que o Espírito infunde no tecido eclesial e
tamanha é a capacidade de iniciativa e a generosidade do nosso laicado ».
Ainda na mesma exortação apostólica (cf. n. 30) a Igreja diz quais são os critérios para
reconhecer o caráter autenticamente eclesial destes novos carismas: O primado dado à vocação de
cada cristão à santidade, a responsabilidade em professar a fé católica, o testemunho de uma
comunhão sólida e convicta, em relação filial com o Papa e com o Bispo, a conformidade e a
participação na finalidade apostólica da Igreja e o empenho de uma presença na sociedade
humana que, à luz da doutrina social da Igreja, se coloque ao serviço da dignidade integral do
homem.
A verificação dos frutos concretos que acompanham a vida e as obras das diversas formas
associativas, tais como: o gosto renovado pela oração, a contemplação, a vida litúrgica e
sacramental; a animação pelo florescimento de vocações ao matrimónio cristão, ao
sacerdócio ministerial, à vida consagrada; a disponibilidade em participar nos programas e
nas atividades da Igreja, tanto a nível local como nacional ou internacional; o empenhamento
catequético e a capacidade pedagógica de formar os cristãos; o impulso em ordem a uma
presença cristã nos vários ambientes da vida social e a criação e animação de obras
caritativas, culturais e espirituais; o espírito de desapego e de pobreza evangélica em ordem a
uma caridade mais generosa para com todos; as conversões à vida cristã ou o regresso à
comunhão por parte de baptizados « afastados » (CL 30).
Em um recente discurso (18.11.2006) aos bispos alemães, o Papa Bento XVI dizia:
Depois do Concílio o Espírito Santo deu-nos os "movimentos". Por vezes eles podem
parecer um pouco estranhos ao Pároco ou ao Bispo, mas são lugares de fé em que os jovens e
os adultos experimentam um modelo de vida na fé como oportunidades para a vida de hoje.
Por isso peço-vos para irdes ao encontro dos movimentos com muito amor. Em certos
aspectos devem ser corrigidos, inseridos no conjunto da paróquia ou da Diocese. Mas
devemos respeitar o carácter específico dos seus carismas e ser felizes por nascerem formas
comunitárias de fé em que a palavra de Deus se torna vida.
“Resposta providencial do Espírito” (João Paulo II, Vigília de Pentecostes 1998) para este
tempo da história da Igreja e da humanidade, os movimentos e as novas comunidades têm a sua
força no carisma que receberam de Deus para, na Igreja e com a Igreja, propor de forma positiva
aos homens do nosso tempo uma experiência real com a pessoa viva de Jesus Cristo. É esta
experiência que gera a alegria de ser cristãos, a necessidade de pertencer à Igreja e de vivenciar os
Sacramentos. Ela gera comunidades cristãs autênticas, com laços de amor e fraternidade, e faz ainda
descobrir a força da Palavra de Deus e da oração, o amor e o serviço aos pobres e impulsiona a
evangelizar.
De fato, nos carismas das novas comunidades há uma forte descoberta da dimensão
comunitária da vida cristã. O sentido comunitário é visível em seus membros e há um
aprofundamento da caridade recíproca, da partilha dos bens e da espiritualidade 3. “Num mundo
fortemente sociabilizado, mesmo que superficialmente, o fenômeno comunitário é providencial. No
anonimato do urbanismo moderno e da massificação, frequentemente sem relacionamentos
verdadeiros até mesmo na comunidade cristã tradicional (!), a procura do grupo, o desejo de
relacionamentos mais verdadeiros e íntimos têm, efetivamente, favorecido o surgimento e o
crescimento de muitas comunidades”4.
3
Cf. M. VANDELEENE, Io, il fratello, Dio, nel pensiero di Chiara Lubich, Città Nuova, Roma 1999, p.
319.
4
J. CASTELLANO, Carismi per un nuovo millennio, p. 69.
Vejamos agora quais são algumas das principais tarefas que as novas comunidades têm
desempenhado neste tempo, como resposta providencial do Espírito Santo às inspirações do
Concílio Vaticano II.
Um carisma é um dom de Deus, que dever ser acolhido, vivido e exposto para ser discernido
pelas autoridades competentes da Igreja, colocando-o assim a serviço dela. Como nos disse João
Paulo II na Vigília de Pentecostes de 1998, “cada movimento se submeta ao discernimento da
Autoridade competente. Por esta razão, nenhum carisma dispensa da referência e submissão aos
Pastores da Igreja”.
Uma das características de uma nova comunidade é transmitir e cultivar, com características
e métodos próprios de seu carisma, uma experiência atraente e amorosa com a pessoa viva e
vivificante de Jesus Cristo. Esta experiência é contagiante e aglutina pessoas que desejam, a partir
delas, viverem sua pertença à Igreja.
A primazia do anúncio kerigmático, da experiência pessoal com Jesus Cristo, é comum nos
novos carismas surgidos nas novas comunidades. Somente em seguida é proposto um caminho de
seguimento evangélico com todas as conseqüências da moral cristã. É um principio chave a
primazia do anúncio do kerigma.
A presença destas nos variados segmentos da sociedade, desde os mais populares até
aqueles chamados “construtores da sociedade” (Ecclesia in America, 44), são de uma importância
inestimável para responder ao apelo de gerarmos uma rede de discípulos e missionários de Cristo
em todo o tecido da sociedade brasileira.
Como testemunhas da ressurreição de Cristo os discípulos do início deste novo milênio são
impulsionados pelo Espírito a ir ao encontro dos “Tomés” do nosso tempo que estão longe da Igreja
e não acreditam que Jesus está vivo. Estes, ao verem, ouvirem e tocarem o discípulo, vêem, ouvem
e tocam o próprio Cristo Ressuscitado e recebem o choque da sua Ressurreição tornando-se pessoas
de perfeita fé, capazes de exclamar: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20,28).
Outra característica das novas comunidades é oferecer aos seus participantes um caminho ou
itinerário de crescimento e amadurecimento em Cristo, com o objetivo de formar integralmente o
discípulo (no plano espiritual, humano, doutrinal, social e apostólico).
Nas novas comunidades tais processos formativos e educativos têm faces diversas.
Entretanto, o que chama à atenção é o fio comum que os une: o empenho sincero de fidelidade
incondicional ao Magistério da Igreja. Isto é uma resposta providencial a um tempo marcado pelas
ondas do relativismo que também agitaram “a pequena barca do pensamento de muitos
cristãos”(Cardeal Ratzinger, homilia de abertura do Conclave, 2005).
É admirável a contribuição que as novas comunidades têm dado para ajudar a construir na
Igreja aquelas “autênticas « escolas » de oração (NMI 33)”. Sem corações apaixonados por Cristo,
será impossível fazer surgir uma nova geração de discípulos e missionários de Cristo.
Um grande fruto destas novas comunidades é que são celeiros de vocações cristãs maduras.
Nelas vemos surgir matrimônios com forte e concreto testemunho de amor e abertura à vida, serviço
à sociedade e grande disponibilidade na missão da Igreja.
Nas novas comunidades encontramos os diversos estados de vida unidos em uma mesma
vida comunitária. Isto traz um grande enriquecimento do ponto de vista humano, espiritual e
missionário, pois torna mais visível a beleza da complementaridade dos estados de vida no mistério
da Igreja, além de se constituir em um extraordinário impulso para a missão evangelizadora (cf. CL
55).
Uma das características destes novos carismas é irradiar a sua ação na sociedade,
colaborando assim para a construção de um mundo marcado por Cristo.
Conjugado a isto e diante das feridas sociais e morais do nosso país, as novas comunidades
têm dado vida e desenvolvido novas ações no tecido das obras caritativas da Igreja. Os carismas se
encarnam nas realidades onde estão inseridos. Por isto no Brasil, as novas comunidades são
continuamente desafiadas pelas feridas da sociedade a ser cada vez mais criativas para contribuir
ainda mais com a “fantasia da caridade” (cf. NMI 50). Falando dos agentes desta fantasia, Bento
XVI lembrava que deveriam “ser pessoas movidas antes de mais nada pelo amor de Cristo, pessoas
cujo coração Cristo conquistou com seu amor, nele despertando o amor ao próximo” (DCE 35).
CONCLUSÃO
Na iminência do Sínodo dos Bispos que tratará do tema da nova evangelização, e também
do início do Ano da Fé, não podemos deixar de responder com convicção ao apelo de João Paulo II
que, na exortação apostólica Christifidelis Laici dizia: Chegou a hora de nos lançarmos numa
nova evangelização!
Países inteiros e nações, onde a religião e a vida cristã foram em tempos tão prósperas e
capazes de dar origem a comunidades de fé viva e operosa, encontram-se hoje sujeitos a dura
prova, e, por vezes, até são radicalmente transformados pela contínua difusão do
indiferentismo, do secularismo e do ateísmo. É o caso, em especial, dos países e das nações
do chamado Primeiro Mundo, onde o bem-estar económico e o consumismo, embora à
mistura com tremendas situações de pobreza e de miséria, inspiram e permitem viver « como
se Deus não existisse ». Ora, a indiferença religiosa e a total insignificância prática de Deus
nos problemas, mesmo graves, da vida não são menos preocupantes e subversivos do que o
ateísmo declarado. (...) Noutras regiões ou nações, porém, conservam-se bem vivas ainda
tradições de piedade e de religiosidade popular cristã; mas, esse património moral e
espiritual corre hoje o risco de esbater-se sob o impacto de múltiplos processos, entre os
quais sobressaem a secularização e a difusão das seitas. Só uma nova evangelização poderá
garantir o crescimento de uma fé límpida e profunda, capaz de converter tais tradições numa
força de liberdade autêntica. (...) é urgente, sem dúvida, refazer em toda a parte o tecido
cristão da sociedade humana. Mas, a condição é a de se refazer o tecido cristão das próprias
comunidades eclesiais que vivem nesses países e nessas nações. Repito mais uma vez a
todos os homens contemporâneos o grito apaixonado com que iniciei o meu serviço pastoral:
« Não tenhais medo! Abri, ou antes, escancarai as portas a Cristo! (CL 34).
Como dizia o Cardeal Rylko, Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, em um
Seminário de Estudos para Bispos em 2008, “as novas comunidades têm em si um precioso
potencial evangelizador do qual a Igreja tem grande necessidade, representam um recurso não ainda
plenamente conhecido e valorizado”.
Que as novas comunidades possam sempre mais deixar claro que a melhor resposta a ser
dada aos desafios do nosso tempo é renovar a própria fé como adesão a Cristo na Igreja, tornando
esta mesma fé “mais consciente e responsável, enraizada na profunda experiência de Deus,
iluminada por sua Palavra e partilhada na vivência comunitária e sacramental, atenta ao Magistério
da Igreja” (CNBB, Doc. 62, n. 33). Esta é a fé que, na força do seu carisma original, cada nova
comunidade é impulsionada a testemunhar e anunciar na grande tarefa da Nova Evangelização, no
Brasil e até os confins da terra.
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