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Renovação

Carismática
Católica
Movimento católico

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Saiba mais

A Renovação Carismática Católica[1]


(também chamada RCC) é um
movimento surgido na Igreja Católica
dos Estados Unidos em meados da
década de 1960 com a intenção de
incorporar ao Catolicismo alguns
elementos oriundos do Pentecostalismo
(orações em línguas, liturgias animadas,
”encontros pessoais” com Cristo, etc.).
Apesar de suas origens ecumênicas,
alguns de seus adeptos brasileiros
alegam que, no Brasil, o movimento teria
também a intenção de contribuir para
reduzir o ritmo de queda do número de
católicos no país, que se iniciou
principalmente com a Reforma Litúrgica
e o Concílio Vaticano II.[2]
Renovação Carismática Católica
(RCC)

A pomba do Espírito Santo, obra de Gian


Lorenzo Bernini. A pomba como figura do
Espírito Santo constitui o símbolo da
Renovação Carismática Católica.
Tipo Movimento Religioso.
Fundação 17 de fevereiro de
1967
Propósito Ecumenismo e
absorção de algumas
práticas pentecostais
no Catolicismo
Romano.
Sede Vaticano, Roma.
Fundadores William Storey, Ralph
Keifer e Pathi
Mansfield
Sítio oficial www.iccrs.org (http://w
ww.iccrs.org/)
www.charis.international
(https://www.charis.inte
rnational/pt/home-pt/)

A prática da RCC, segundo os membros,


"baseia-se na experiência pessoal com o
amor de Deus, pela força do Espírito
Santo e de seus dons, a fim de que todos
tornem-se discípulos de Cristo e, assim,
vivam a santidade. Segundo o Dicionário
Pastoral, a RCC traz de volta as
experiências de orações espontâneas da
Igreja primitiva, as comunidades dos
Atos dos Apóstolos".

Como os pentecostais, o movimento


supostamente procuraria, segundo seus
membros, “oferecer uma abordagem
querigmática, no intuito de tornar
conhecida a cultura de Pentecostes,
relembrando a Igreja primitiva”.

Hoje o movimento alega “cativar” muitos


jovens. “Cativaria” também, segundo
seus próprios seguidores, as pessoas a
viver uma vida consagrada e religiosa em
diversas novas comunidades de vida e
aliança que saíram do berço da
renovação carismática católica. Hoje o
movimento conta com mais de 200
milhões de adeptos no mundo inteiro.
Características e doutrina
Em termos de doutrina a RCC afirma
seguir a Bíblia, o Catecismo da Igreja
Católica e todas as demais diretrizes da
Igreja Católica, entre ela os dogmas já
fixados no catolicismo romano como,
por exemplo, a crença na intercessão
dos santos e a Honra a Maria, a Mãe de
Jesus.

Nas reuniões chamadas "Grupos de


Oração", nos encontros e retiros há
grande prática de músicas de louvor,
adoração e são realizadas pregações e
palestras.
A RCC, em fidelidade à Igreja, prega que
o pecado — ação contrária à vontade de
Deus — é a fonte de todos os males
existentes na sociedade. Ganância,
egoísmo, soberba, vícios, mau uso da
liberdade etc., seriam consequências do
pecado do homem.

Defende que Jesus tem o poder de


libertar e perdoar pecados e que, para
isso, basta que o homem arrependa-se
diante Dele e busque a prática do
Sacramento da Reconciliação
(Confissão).

A RCC considera como bem maior para a


vida do ser humano a Eucaristia, que é o
Sacramento no qual está a presença real
de Jesus Cristo. Na Santa Missa está a
celebração da Paixão, Morte e
Ressurreição de Jesus Cristo. Há no
movimento também uma forte devoção
à Santíssima Virgem Maria, de quem se
busca a intercessão junto a Jesus e
também como modelo de entrega,
esperança e confiança no Deus Criador.

Os carismáticos e o Espírito
Santo
Segundo à RCC, o "Espírito Santo", que é
a Terceira Pessoa da Santíssima
Trindade, habita dentro de cada ser
humano. Nele estaria o desejo da prática
do bem e da santificação. O Espírito
Santo é descrito como 'conselheiro',
'consolador' ou 'auxiliador'. Também
como defensor Paráclito, guiando os
homens no "caminho da verdade e da
justiça".

Há uma ênfase especial na ação do


"Espírito Santo". O 'Fruto do Espírito' (i.e.
os resultados da sua ação) é: amor,
gozo(ou alegria), paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança" (cf. Gálatas 5:22). Ele
também concede dons (i.e. habilidades)
aos Cristãos tais como os dons de
profecia, línguas, discernimento,
sabedoria, cura, fé, milagres, e ciência.
Embora alguns cristãos acreditem que
tais dons foram concedidos apenas nos
tempos apostólicos, isto é, nos tempos
daqueles que testemunharam
ocularmente Jesus Cristo e viveram no
período logo em seguida de sua Morte e
Ressurreição Novo Testamento, para a
RCC, hoje estes dons ainda são
concedidos.

Desse modo, nas reuniões chamadas


"Grupos de Oração" é muito comum a
prática do "dom de línguas". Acredita-se
também na ocorrência de visões e
profecias de origem sobrenatural, que
transmitiriam mensagens de Jesus, bem
como a realização de curas espirituais
ou físicas e outros milagres.
Batismo no Espírito Santo
Os membros da RCC acreditam na
ocorrência do que chamam de "Batismo
no Espírito Santo". Um fenômeno
sobrenatural de manifestação do Espírito
Santo (Terceira Pessoa da Santíssima
Trindade) na vida daquele que crê.
Normalmente é considerado um
momento de "conversão", de recomeço
de vida de quem o experimenta. O
Batismo no Espírito Santo não é o
Batismo sacramental da Igreja, sendo
este único e indelével, esta experiência,
também conhecida como Efusão do
Espírito Santo é a manifestação ou
profusão do Espírito Santo já recebido no
Batismo sacramental. Para a Doutrina da
Igreja Católica o Batismo sacramental é
o sacramento em que a criança ou o
adulto recebem, na celebração eclesial,
com a oração do celebrante (Padre ou
leigo com provisão especial do Bispo,
após a devida preparação), pais e
padrinhos e com o derramamento da
água por três vezes sobre a cabeça em
nome da Trindade. A fé da Igreja é que o
Batismo é um sacramento que acontece
apenas uma vez na vida de cada pessoa,
tornando-se uma marca indelével
(impossível de ser desfeita) na alma
daquele que crê. O Batismo no Espírito
Santo não é um novo batismo, como dito
anteriormente, este é único; esta
experiência é apenas o mergulho na
graça do Espírito Santo recebido por
meio do Batismo sacramental.

A RCC e a CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), em seu documento de
número 53, oferece recomendações
disciplinando certas práticas místicas no
contexto da RCC. Por exemplo, que se
evite a prática do "Repouso no Espírito"
(na qual as pessoas parecem desmaiar
durante os momentos de oração, mas
permanecem conscientes do que ocorre
em sua volta). E preocupações
exageradas com o demônio:
63 — Orar e falar em línguas: O
destinatário da oração em línguas é o
próprio Deus, por ser uma atitude da
pessoa absorvida em conversa
particular com Deus. E o destinatário do
falar em línguas é a comunidade. Como
é difícil discernir, na prática, entre
inspiração do Espírito Santo e os apelos
do animador do grupo reunido, não se
incentive a chamada oração em línguas
e nunca se fale em línguas sem que
haja intérprete.
65 — Em Assembleias, grupos de
oração, retiros e outras reuniões evite-
se a prática do assim chamado
"repouso no Espírito". Essa prática exige
maior aprofundamento, estudo e
discernimento. (...)
68 — Procure-se, ainda, formar
adequadamente as lideranças e os
membros da RCC para superar uma
preocupação exagerada com o
demônio, que cria ou reforça uma
mentalidade fetichista, infelizmente
presente em muitos ambientes.

O documento também menciona


aspectos positivos do movimento.

Ministérios da RCC
A principal célula de evangelização da
Renovação Carismática Católica é o
Grupo de Oração, que é composto pelos
Ministérios (antigas Secretarias):
Ministério de Música e Artes
Ministério de Comunicação Social
Ministério para as Crianças e
adolecentes
Ministério de Oração por Cura e
Libertação
Ministério para as Famílias
Ministério Fé e Política
Ministério de Formação
Ministério de Intercessão
Ministério Jovem
Ministério de Pregação
Ministério de Promoção Humana
Ministério para as Religiosas e
Consagradas
Ministério Cristo Sacerdote
Ministério para os Seminaristas
Ministério Universidades Renovadas

História

Contexto eclesial
A Beata Elena Guerra é considerada
padroeira e intercessora da RCC, e foi
nomeada pelo Papa João XXIII como a
"Apóstola do Espírito Santo dos tempos
modernos". Tudo começou quando ela,
vendo a necessidade da Igreja e movida
de profunda oração, escreveu diversas
cartas ao Papa Leão XIII, pedindo que o
século XX fosse consagrado ao Divino
Espírito Santo, e que fosse invocado um
Novo Pentecostes sobre a face da Terra.
Isto que resultou em três cartas
apostólicas importantíssimas para a
Igreja Católica: a "Provida Matris Caritate"
(5 de maio de 1895), a "Divinum Illud
Munus" (9 de maio de 1897) e a "Ad
fovendum in Christiano populo" (1902).

Outro evento fundamental para o


surgimento da RCC foi o Concílio
Ecumênico Vaticano II (1962-1965), que
visava uma renovação espiritual da Igreja
no mundo. Este Concílio inaugurou
também um tempo onde os leigos
começavam a trabalhar mais
efetivamente dentro da Igreja, através de
Pastorais sociais, Movimentos e Novas
Comunidades.

Vários Papas apoiaram a RCC. Um


exímio exemplo foi o Papa João Paulo II,
que, aos 30 de maio de 2004, na
Solenidade de Pentecostes, proclamou:
"Longa vida aos carismáticos!".

Também o Papa Francisco manifestou


seu incentivo à RCC, quando disse em
seu discurso na 37ª Convocação
Nacional da Renovação Carismática
Católica: "A Renovação Carismática é
uma grande força no serviço do
Evangelho, na alegria do Espírito Santo"
(1 de junho de 2014). Da mesma forma,
em sua pregação no 3º Retiro Mundial de
Sacerdotes, em Roma, estimulou: "Peço
a todos e a cada um que, como parte
desta corrente de graça da Renovação
Carismática, organizem Seminários de
Vida no Espírito Santo em suas
paróquias, seminários, escolas, a fim de
compartilhar o Batismo no Espírito" (12
de junho de 2015).

Influência dos pentecostais


Especialmente no início, a RCC foi
influenciada pelo movimento pentecostal
protestante. Seguem-se alguns dos
maiores exemplos desse envolvimento.
O livro "A Cruz e o Punhal", influente na
formação do movimento, foi escrito
pelo Pastor David Wilkerson, que
também pregou em um dos primeiros
Congressos da RCC nos Estados
Unidos;
Padre Tomas Forrest, liderança
internacional da RCC no início do
Movimento, teve sua experiência do
'Batismo' no Espírito Santo num retiro
da Renovação Carismática Católica
dos EUA pregado por dois padres, uma
freira e dois Metodistas. (3)
Parte considerável das músicas do
livro "Louvemos ao Senhor" e outras
populares no movimento, têm origem
no protestantismo, tais como “Buscai
primeiro o Reino de Deus” e
“Glorificarei teu nome, oh Deus”, "Pelo
Senhor marchamos sim...”, “A alegria
está no coração...”, “Posso pisar uma
tropa...”,, “Espírito (...) vem controlar
todo o meu ser...”, “Espírito, enche a
minha vida, enche-me com teu
poder...”, “Assim como a corça...”,
“Deus enviou seu filho amado...”, “Se
as águas do mar da vida...”, “Eu sou
feliz por que meu Cristo quer...”. Temos
ainda exemplos mais recentes, como
“Levanta-te, levanta-te Senhor... fujam
diante de ti teus inimigos”, “Venho
Senhor minha vida oferecer", “Meu
pensamento vive em você...”, “Se
acontecer um barulho perto de você...”,
“Celebrai a Cristo, celebrai...”. (3)

Algumas vertentes pentecostais alegam


que a RCC emula alguns de seus ritos e
músicas. Apesar de a RCC também ter
músicas próprias. Para muitos
carismáticos e pentecostais isso é
positivo, pois é oportunidade de uma
prática do ecumenismo pela partilha da
música cristã. O diálogo e aproximação
ecumênica é uma das metas buscadas
pelo Vaticano e pela CNBB e uma
recomendação da Igreja aos fiéis
católicos.
Retiro em Duquesne
A Renovação Carismática, inicialmente
conhecida como "movimento católico
pentecostal", ou católicos pentecostais,
depois por católicos renovados e hoje
como católicos carismáticos, surgiu em
1967, quando Steve Clark, da
Universidade de Duquesne em
Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Unidos,
durante sua participação no Congresso
Nacional de "Cursilhos de Cristandade",
mencionou o livro "A Cruz e o Punhal", do
pastor protestante John Sherril, que
tratava a respeito do trabalho do pastor
David Wilkerson com grupos de pessoas
viciadas em drogas da cidade de Nova
York. Clark dizia que o livro o inquietava
e que todos as pessoas deveriam lê-lo.

Em 1966, estudantes católicos da


Universidade de Duquesne começaram a
reunir-se para a prática de oração e
conversas a respeito da fé. Eram
católicos que se dedicavam a atividades
apostólicas, mas ainda insatisfeitos com
sua experiência religiosa. Em razão
disso, começaram a rezar para que o
Espírito Santo se manifestasse neles. Na
vontade de vivenciar uma experiência
mais profunda com o Espírito, foram ao
encontro de William Lewis, sacerdote da
Igreja Episcopal Anglicana, que os
encaminhou a Betty de Shomaker, uma
senhora que realizava em sua casa
reuniões de oração pentecostal.

Em 13 de janeiro de 1967, Ralph Keiner e


sua esposa Pat, Patrick Bourgeois e
Willian Storey foram à casa de Flo
Dodge, paroquiana episcopal de William
Lewis, para assistir à reunião. Em 20 de
janeiro, assistem a mais uma reunião e
suplicam que se ore para que eles
recebam o que se chama "Batismo no
Espírito Santo". Ralph recebeu assim o
chamado "dom de línguas" (fenômeno
conhecido no meio acadêmico como
glossolalia). Na semana seguinte, em
fevereiro de 1967, Ralph impõe as mãos
para que os quatro recebam esse
mesmo "Batismo no Espírito".

Em janeiro de 1967, Bert Ghezzi


comunica a universitários de Notre
Dame, South Bend, Indiana o que teria
ocorrido em Pittsburgh. Em fevereiro,
antes do retiro de Duquesne, Ralph Keifer
vai a Notre Dame e conta suas
experiências. Em 4 de março, um grupo
de estudantes se reúne na casa de Kevin
e Doroth Ranaghan. Um professor de
Pittsburgh partilha a experiência de
Duquesne e, em 5 de março de 1967, o
grupo pede a imposição de mãos para
receber o Espírito Santo.
Após a Semana Santa, foi realizado um
retiro em Notre Dame para discernir o
que seria a vontade de Deus nessas
manifestações. Participaram
professores, alunos e sacerdotes. Cerca
de 40 pessoas de Notre Dame e 40 da
Universidade de Michigan, entre os quais
Steve Clark e Ralph Martin, que, em 1976,
iriam à Universidade de Michigan, em
Ann Arbor.

Uma expressiva pioneira da RCC é Patti


Mansfield, autora do livro intitulado
"Como um novo Pentecoste", aonde
narra a experiência do Retiro conhecido
como "Final de semana de Duquesne",
1967. Patti Mansfield desde então é
pregadora e viaja por todo o mundo.

RCC no Brasil
No Brasil, a Renovação Carismática
Católica teve origem na cidade de
Campinas, SP, através dos padres
Haroldo Joseph Rahm e Eduardo
Dougherty (2).

Os rumos que a RCC tomou a partir de


Campinas foram diversos, expandindo-se
rapidamente por muitos estados
brasileiros. Dom Cipriano Chagas
registra:

Em 1970 e 71 iniciou-se a Renovação


em Telêmaco Borba, no Paraná, com
Pe. Daniel Kiakarski, que a conhecera
nos Estados Unidos também em 1969.
Em 1972 e 1973 Pe. Eduardo, de novo
no Brasil, promoveu vários retiros e
iniciou grupos de oração com o auxilio
dos casais Walter (Martha) Regina e
Regis (Maisa) Castro. Assim foi, por
exemplo, em Belo Horizonte, em 1972,
com um grupo pequeno de 8 ou 9
pessoas.
Em janeiro de 1973, o Pe. George
Kosicki, CSB, que havia muito
participava ativamente da Renovação
nos Estados Unidos, veio a Goiânia
para um retiro carismático de uma
semana. A ele compareceram D.
Matias Schmidt, atual bispo de Rui
Barbosa, na Bahia, e vários padres e
religiosas, que iriam iniciar grupos de
oração em Anápolis, Brasília,
Santarém, Jataí, etc.
Em 1973, perto de Miranda, no Mato
Grosso do Sul, um pequeno grupo
começou a ler o livro "Sereis Batizados
no Espírito" e a rezar pedindo o dom do
Espírito. Um mês mais tarde veio a
eles o Pe. Clemente Krug, redentorista,
que conhecera a Renovação em
Convent Station, New Jersey; orando
com eles, receberam o denominado
“Batismo no Espírito” e o suposto dom
de línguas.
Em geral, pois, pode-se dizer que os
grupos de oração surgidos em
inúmeras cidades do Brasil tiveram
sua origem seja nas “Experiências de
Oração no Espírito Santo” do Pe.
Haroldo Rahm, SJ, seja nos retiros
promovidos pelos padres Eduardo
Dougherty, SJ e George Kosicki, CSB.
Em vista da extensão que tomava a
RCC no Brasil, Pe. Eduardo Dougherty,
sentindo a necessidade de uma
melhor organização, preparou com o
Pe. Haroldo Rahm e Irmã Juliette
Schuckenbrock, CSC, um encontro de
final de semana em Campinas, que foi
o I Congresso Nacional da Renovação
Carismática no Brasil, em meados de
1973, ao qual compareceram cerca de
50 líderes.
Em janeiro de 1974 foi realizado o II
Congresso Nacional da Renovação
Carismática, comparecendo líderes de
Mato Grosso, Belo Horizonte, Salvador,
Rio de Janeiro, Santos, São Paulo entre
outros (3).

Em outras regiões, a RCC começou a


crescer a partir de 1974: no Norte a
Diocese de Santarém, com Frei Paulo.
Em Anápolis, no Centro Oeste, com Frei
João Batista Vogel. No Sul de Minas,
com Mons. Mauro Tommasini, na
Diocese de Pouso Alegre. Também
colaboraram como divulgadores: Pe.
Schuster, Dr. Jonas e Sra. Imaculada
Petinnatti, Peter e Ingrid Orglmeister, D.
Cipriano Chagas, Pe. Alírio Pedrini, Frei
Antônio, Ir. Tarsila, Maria Lamego, Ir.
Stelita (4). Na Bahia, a RCC difundiu-se
inicialmente pelas dioceses de Vitória da
Conquista, Jequié e Amargosa, com o
apoio e engajamento dos lideres Diva do
Carmo e Marcelo Jovem, através do
Ministério de Formação.

No início, a RCC atingiu líderes já


engajados de movimentos como
Cursilho, Encontros de Juventude, TLC e
outros, e foi se alastrando
gradativamente como uma nova “onda”
de prática religiosa com identidade
própria (5).

Em 1972, Pe. Haroldo escreveu o livro


"Sereis batizados no Espírito" (6), no qual
explica o que vem a ser o
“Pentecostalismo Católico”. Sendo uma
das primeiras obras publicadas no país
sobre o movimento, trazia orientações
para a realização dos retiros de
“Experiência de Oração no Espírito
Santo”, que muito contribuíram para o
surgimento de vários grupos de oração.

Em 1978, é iniciado o movimento da


Comunidade Canção Nova (6) sob a
liderança do então sacerdote religioso
salesiano Pe. Jonas Abib, na cidade de
Cachoeira Paulista — SP.

O sacerdote americano Padre Robert De


Grandis, autor de diversos livros sobre os
Dons do Espírito Santo, é também
responsável pelo fortalecimento da RCC
no Brasil, tendo ministrado retiros para
leigos, sacerdotes e religiosas durante
muitos anos no Brasil.

Antônio F. Pierucci e Reginaldo Prandi,


por ocasião das eleições de 1994,
realizaram um levantamento quantitativo
sobre a RCC no Brasil. O resultado
apresenta cerca de 3.800.000 católicos
carismáticos no conjunto da população
brasileira adulta, sendo 70% mulheres;
com uma quantidade expressiva
formada por donas de casa (24%), a
maior parte dos que estão ocupados são
funcionários públicos (22%).

Tratava-se de um número elevado —


praticamente equivalente ao total de
cristãos que seguem as denominações
protestantes históricas; menos de um
terço dos pentecostais; o dobro dos
católicos das comunidades eclesiais de
base (CEBs); número similar ao de
espíritas kardecistas; e quase três vezes
o total dos adeptos das religiões afro-
brasileiras.
Estudos mais recentes, contrariaram
alguns prognósticos da não expansão da
base social da RCC para além da classe
média, indicando que o movimento
também chegou às camadas
trabalhadoras dos bairros populares,
onde há uma tendência ao crescimento.
Atualmente, a RCC encontra-se presente
em todos os estados brasileiro, incluindo
o Distrito Federal, com 285
coordenações (arqui)diocesanas
organizadas e cadastradas junto ao
chamado "Escritório Nacional'.

Considera-se que há aproximadamente


13.000.000 de católicos carismáticos no
país e que há um número maior que se
autodenominam "carismáticos" no meio
católico brasileiro, de acordo com a
revista "Época em Destaque" de São
Paulo.

Em estimativa feita no final do ano de


2005 junto às coordenações estaduais
da RCC, contabilizou-se como
aproximadamente 20.000 o número de
grupos de oração em todo o Brasil. Isto
sem contar as comunidades de vida, de
aliança, associações e inumeráveis
outras atividades de apostolado, ligadas
à RCC.
Crítica
Os católicos carismáticos e as suas
práticas foram criticados por desviar os
católicos dos ensinamentos e tradições
autênticas da Igreja, especialmente
tornando a experiência de adoração mais
semelhante à do Pentecostalismo.[3] De
acordo com Samuel Rodriguez, os
serviços carismáticos na América mais
não fazem do que aumentar o número de
católicos que se convertem às
denominações pentecostais e
evangélicas: “Se você está actualmente
envolvido num serviço carismático, daqui
a dez anos — inevitavelmente — acabará
numa das minhas igrejas.”[4] Em
particular, alguns tradicionalistas
criticam os católicos carismáticos como
sendo cripto-protestantes.[5]

Os críticos do movimento carismático


argumentam que práticas como a cura
pela fé desviam a atenção da Missa e da
comunhão com Cristo que nela
acontece.[carece de fontes
?

Outros criticam o movimento por


remover ou obscurecer os símbolos
católicos tradicionais (como o crucifixo e
o Sagrado Coração) em favor de
expressões de fé mais
contemporâneas.[6]

Ver também
Espírito Santo
Pentecostes
Carismas
Movimento Carismático
Pentecostalismo
Canção Nova
Jonas Abib
Dunga (cantor)
Gabriel Chalita
Myrian Rios
Felipe Aquino
Fábio de Melo
Padre Marcelo Rossi
Alberto Taveira Corrêa

Referências
1. Agência Ecclesia, 2013/09/02:
Renovamento Carismático Católico
apresenta nova Conferência
Nacional. (http://www.agencia.eccles
ia.pt/noticias/nacional/fatima-renov
amento-carismatico-catolico-apresen
ta-nova-conferencia-nacional/)
2. «Carismáticos católicos se
aproximam de evangélicos nos ritos
e em Bolsonaro» (https://www1.folh
a.uol.com.br/poder/2019/11/carism
aticos-catolicos-se-aproximam-de-ev
angelicos-nos-ritos-e-em-bolsonaro.s
html) . Folha de S.Paulo. 3 de
novembro de 2019. Consultado em
31 de agosto de 2020
3. Charismatics in Context (http://www.
ignitumtoday.com/2014/01/30/chari
smatics-context/) . Ignitum Today.
Published: 30 January 2014.
4. «Pick and mix» (https://www.econom
ist.com/news/special-report/216460
01-even-religion-america-offers-more
-choice-pick-and-mix) . The
Economist. 14 de março de 2015.
Consultado em 24 de janeiro de 2016
5. Christian Millenarianism: From the
Early Church to Waco (https://books.
google.com/books?id=L1kIl2wN61U
C&pg=PA164&lpg=PA164&dq=%22th
e+Army+of+Mary+criticises+any+for
m+of+approval+by+the+hierarchy+o
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sig=ACfU3U3QtWzESmQ_aUbuYZfQ
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20criticises%20any%20form%20of%
20approval%20by%20the%20hierarch
y%20of%22&f=false) By Stephen
Hunt, page 164
6. «Teresa Barrett, "Beware RENEW,"
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p://www.christianorder.com/feature
s/features_2003/features_feb03.htm
l) . Consultado em 8 de março de
2013

Bibliografia
Frederico Alves Mota (2012), «O
Discurso Normalizador da Renovação
Carismática referente à sexualidade de
seus fiéis» (https://periodicos.franca.u
nesp.br/index.php/historiaecultura/arti
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ISSN 2238-6270 (https://www.worldca
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doi:10.18223/HISCULT.V1I1.567 (http
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Frederico Alves Mota; Regina Celia
Lima Caleiro (21 de setembro de
2016), «A "sadia radicalidade" do
pentecostalismo católico: Mídia,
gênero e literatura de massa» (https://
comunicata.ufpi.br/index.php/rbhm/ar
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História da Mídia, ISSN 2238-3913 (http
s://www.worldcat.org/issn/2238-391
3) , 5 (2): 21-37,
doi:10.26664/ISSN.2238-
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10.26664%2FISSN.2238-5126.522016
4597) , Wikidata Q108042844
Oro, Ari Pedro; Daniel (2013).
«Renovação Carismática Católica:
movimento de superação da oposição
entre catolicismo e pentecostalismo?»
(http://www.scielo.br/scielo.php?script
=sci_abstract&pid=S0100-8587201300
0100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=en) .
Religião & Sociedade. 33 (1): 122-144.
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g/10.1590%2FS0100-8587201300010
0007)
Ligações externas
Renovação Carismática Católica -
Brasil (Oficial) (https://www.rccbrasil.o
rg.br)
Serviço Internacional para a
Renovação Carismática Católica
(CHARIS) (https://www.charis.internati
onal/pt/home-pt/)
International Catholic Charismatic
Renewal Service (ICCRS) (http://www.i
ccrs.org/)
Renovação Carismática Católica na
Condição Pós-Moderna e na
Hipermodernidade, por Karine Pagliosa
Scherer, Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, 2013 (https://sa
pientia.pucsp.br/bitstream/handle/191
2/1/Karine%20Pagliosa%20Scherer.pd
f)
Un Dios Misterioso - Normas, pautas y
consejos para la Renovación
Carismática - Padre José A. Fortea -
Google Drive (https://drive.google.co
m/file/d/1uHPX_AXv3vUT42OwIZH9I0
QI52e_4W7L/view)

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