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Teologia Contemporânea
Teologia Contemporânea 2
Teologia Contemporânea 3
Declaração de fé
A expressão “credo” vem da palavra latina, que apresenta a mesma grafia e cujo
significado é “eu creio”, expressão inicial do credo apostólico -, provavelmente, o mais
conhecido de todos os credos: “Creio em Deus Pai todo-poderoso...”. Esta expressão
veio a significar uma referência à declaração de fé, que sintetiza os principais pontos da
fé cristã, os quais são compartilhados por todos os cristãos. Por esse motivo, o termo
“credo” jamais é empregado em relação a declarações de fé que sejam associadas a
denominações específicas. Estas são geralmente chamadas de “confissões” (como a
Confissão Luterana de Augsburg ou a Confissão da Fé Reformada de Westminster). A
“confissão” pertence a uma denominação e inclui dogmas e ênfases especificamente
relacionados a ela; o “credo” pertence a toda a igreja cristã e inclui nada mais, nada
menos do que uma declaração de crenças, as quais todo cristão deveria ser capaz de
aceitar e observar. O “credo” veio a ser considerado como uma declaração concisa,
formal, universalmente aceita e autorizada dos principais pontos da fé cristã.
(g) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas,
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor
Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12).
(i) No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a
intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas,
conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).
(j) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para
sua edificação conforme a sua soberana vontade (1Co 12.1-12).
(l) Que todos os cristãos comparecerão ante ao tribunal de Cristo para receber a
recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo, na terra (2Co 5.10).
(m) No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis, (Ap 20.11-
15).
(n) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento eterno
para os infiéis (Mt 25.46).
Teologia Contemporânea 5
Sumário
Declaração de fé 3
REFERÊNCIAS 153
Teologia Contemporânea 9
Teologia Contemporânea 10
Teologia Contemporânea 11
Capítulo 1
Teologia Contemporânea
Introdução
1.1. Reformadores
1.3. Racionalismo
(a) Poderia duvidar de tudo, menos de que estivesse duvidando. Isto o leva
ao seu famoso cogito ergo sum (Penso, logo existo!);
(b) Deus também existe. Isto Descartes o fez através dos argumentos causal e
ontológico. Se a ideia do finito subentende a existência de um ser
Teologia Contemporânea 17
1.4. Deísmo
(a) tudo que é reconhecido além e acima da razão é crença sem prova;
(c) tudo o que é de valor na revelação já foi dado aos homens na religião
natural racional, daí o cristianismo ser tão antigo quanto a criação;
(e) os milagres não são prova real da revelação, pois, ou são supérfluos,
explicados à luz da razão, ou são um insulto à perfeita obra de um
Criador, que pôs este mundo a girar segundo as mais perfeitas leis
mecânicas e não interfere no seu funcionamento.
1.5. O Iluminismo
Capítulo 2
Kant e sua ideia de autonomia fizeram dessa privação da graça mais que
uma simples moldura teológica: pela primeira vez na história da civilização
ocidental, a natureza foi separada da graça de forma elaborada, consequente e
consciente. No pensamento do homem moderno, a graça foi suplantada pela
ideia de emancipação; o homem tinha que nascer de novo como pessoa
completamente livre e autônoma, emancipada de qualquer pensamento
preconizado. De acordo com essa nova maneira de pensar, até mesmo o conceito
de natureza – conservado da síntese medieval aquiniana – se transformou,
passando a ser uma esfera microcósmica dentro da qual a personalidade humana
podia exercer sua autonomia. A natureza era agora interpretada como um terreno
infinito que o pensamento matemático autônomo devia controlar.
Cristo pode e deve ser aceito. A historicidade da Bíblia parece menos importante
que aquilo que ela diz. Barth fará isso ao ser indagado sobre se a serpente
realmente falou no jardim do Éden, dizendo que isso não tem a menor
importância diante do que a serpente disse. Bultmann fará o mesmo ao rejeitar
os relatos evangélicos como sendo produtos historicamente duvidosos por um
lado, e aceitando-os, por outro lado, por causa da sua compreensão existencial do
“Eu”. Moltmann o utilizará ao burlar-se da noção clássica de escatologia
cumprindo-se na história, e ao mesmo tempo falará sobre a igreja orientada para
o futuro. Também John Robinson, ao mesmo tempo em que rejeita a ideia de
céu como sendo um “lugar lá em cima”, fala de uma nova dimensão de vida
como ser em profundidade, e de Deus como o Fundamento do ser.
Por sua vez, a ciência, com sua inquestionável história de sucesso, foi
considerada capaz de retratar a realidade com profunda exatidão, de maneira
que, onde a Escritura Sagrada conflitava com ela (como na menção de episódios
sobrenaturais, por exemplo), deveria ser terminantemente rejeitada pelo homem
moderno.
Mas foi com Georg Wilhelm Friedrich HEGEL (1770 a 1831) que a
concepção dialética foi retomada, num patamar que resgatava o pensamento
iraquiano. Para Hegel, o que regeria o nosso conhecimento e a nossa razão seria a
existência de um Espírito Universal que se exterioriza na natureza e na cultura.
Esse Espírito seria a razão, o logos e a partir do momento em que ele se move e
opera no universo, ele o descobre e o transforma. Ao transformar o universo, esse
“Espírito” se reconhece em suas obras e adquire um maior conhecimento de si e
do mundo, elevando-se a um estágio superior de entendimento. A História seria
o resultado da ação do “Espírito Absoluto” sobre o mundo, manifestando-se
através de suas obras (artes, ciência, técnicas) e de instituições (religião, filosofia,
leis, etc.),
4.1. O Pensamento
filosofia o véu se rasga, de modo que o homem pode conhecer o infinito e ver
todas às coisas em Deus.
O sistema é monista pelo fato de ter um tema único: o que faz o universo
inteligível é vê-lo como o eterno processo cíclico pelo qual o Espírito Absoluto
vem a conhecer a si próprio como espírito (1) através de seu próprio
pensamento; (2) através da natureza; e (3) através dos espíritos finitos e suas
autoexpressões na história e sua autodescoberta, na arte, na religião, e na
filosofia, como um com o próprio Espírito Absoluto.
4.2. A Dialética
De acordo com Hegel, Deus deve ser como aquele que passa por uma
história e nela se revela. Este é o tema fundamental apresentado em sua obra
filosófica, a Fenomenologia do Espírito. Para ele, em todos os problemas do
homem o do mundo, em último caso se trata do próprio Deus. Fundamenta a
questão de Deus como único fundamento de tudo e o princípio do ser e do
conhecer.
Uma teologia liberal até certo ponto nova e original, a teologia do valor
moral, surgiu em fins do século XIV e nos primeiros anos do século XX, tendo
como divulgadores o teólogo protestante alemão Albrecht Ritschl (1822-1889) e
seus discípulos. Ritschl fora influenciado tanto por Kant como por
Schleiermacher. A influência de Kant se traduz no conceito de religião como o
triunfo do espírito ou do valor moral sobre os males da sociedade, e a de
Schleiermacher, na crença de que Deus não é conhecido como auto-existente,
mas somente até onde ele se autorrevela através de Cristo.
Ritschl foi autor de várias obras, das quais a mais importante é Die
christliche Lehre von der Rechtfertigung und Versöhnung (A Doutrina Cristã da
Justificação e da Reconciliação, 1870-1874). Bengt Hägglund sintetiza o livro da
seguinte forma: Salvação, que Ritschl define como “justificação”
(Rechtfertigung) ou perdão dos pecados, restaura a liberdade ética entravada pelo
pecado. Mediante a fé, a relação entre o homem e Deus, antes perturbada,
transforma-se em confiança e filiação. Disto resulta uma modificação interna na
vontade do homem: o homem chega a reconhecer a vontade de Deus e deste
modo se predispõe a fazer o bem. Tal transformação interna é o que Ritschl
denomina “reconciliação” (Versöhnung). Esta, por sua vez, manifesta-se em boas
obras. Além de rejeitar o conceito jurídico da justificação, defendido por setores
da ortodoxia protestante, a partir de Lutero e Calvino, Ritschl negou ou
reinterpretou as seguintes doutrinas tradicionais: trindade, igreja, reino de Deus,
revelação, pecado original e encarnação. Ritschl não concebia o pecado como
corrupção universal perante Deus e entendia que a divindade de Cristo era
figurada e se caracterizava unicamente pela unidade de sua vontade com Deus,
configurando uma espécie de monotelismo.
6. Harnack
devem seguir o exemplo de Jesus de uma ― retidão superior governada pela lei do
amor, que existe independente do culto religioso.
Capítulo 3
1.1. G. E. Lessing
(a) Todos os textos que não se conciliam com as leis conhecidas e universais que
governam os acontecimentos não são históricos;
(b) Todos os textos nos quais Deus intervém no curso natural dos fatos são
irreconciliáveis com as leis conhecidas e universais que governam os
acontecimentos;
Logo, todos os textos nos quais Deus intervém no curso natural dos fatos
não são históricos. Para Strauss, Jesus existiu, mas o Cristo do Novo Testamento
é essencialmente, em todos os seus característicos sobre-humanos, criação
mitológica e deve ser entendido simbolicamente como a realização da Ideia ou
Espírito Absoluto na raça humana. A vida de Jesus, conforme apresentada nos
Evangelhos, foi uma tentativa de despir o Jesus histórico de sua moldura de mito
criada pela imaginação poética da igreja antiga. No final de sua vida, Strauss
publicou o livro Der alte und der neue Glaube (A Velha Fé e a Nova, 1872), no
qual se propõe a substituir o cristianismo pelo materialismo científico, uma
forma personalizada de darwinismo. Seu conceito de que o homem é a união
entre o finito e o infinito, entre o espírito e a natureza, tem sido copiado por
algumas crenças esotéricas modernas como a Nova Era.
detém uma vasta influência na educação da maior parte das denominações e tem
afetado dramaticamente o ensino “evangélico”.
O Pentateuco não foi escrito por Moisés como ensinou Jesus Cristo
e os apóstolos e como tradicionalmente o povo de Deus acreditava,
mas que foi editado como uma composição de diversos documentos
e tradições. “Esta teoria foi depois estendida e desenvolvida na tese
Graf-Wellhausen, o qual via todo o Pentateuco como o produto de
vários extratos de tradições orais, desenvolvidas com o passar do
tempo e os escritos registrados muito tempo depois que os eventos
ocorreram” (Disponível em: http://www.christis.org.).
2. A Teoria Documentária
(b) a teoria não conseguiu ser provada por causa da ausência de evidências
históricas;
(c) quando a teoria rejeita Moisés como autor, está ao mesmo tempo rejeitando o
testemunho dos escritores bíblicos que afirmam a autoria mosaica.
A teoria das Fontes do Pentateuco (JEDP) tem sido questionada. Ela não
parece subsistir à luz da investigação. Os trabalhos de John Van Seters (1975),
Hans Heinrich Schmid (1976) e Rolf Rendtorff (1977) demonstraram que a
Teoria Documentária da Composição do Pentateuco não se sustenta. Algumas
alternativas estão sendo elaboradas para fugir da forma rígida, mas aparenta ser
uma serpente com a cabeça esmagada que apenas se debate agonizante.
Crítica textual e alta crítica são apenas algumas das muitas formas de
crítica bíblica. Seu objetivo é investigar as Escrituras e fazer decisões quanto à
autoria, historicidade, e data em que certo documento foi escrito. A maioria
desses métodos acaba tentando destruir o texto da Bíblia.
Crítica bíblica pode ser dividida em duas formas principais: alta crítica e
baixa crítica. Baixa crítica é uma tentativa de achar a escrita original do texto, já
que não mais possuímos os manuscritos originais. Alta crítica lida com a
autenticidade do texto. Certas perguntas são feitas, tais como: Quando foi
realmente escrito? Quem realmente escreveu o texto?
Claro que podemos ver nas Escrituras que Moisés escreveu a Lei e os
primeiros cinco livros do Velho Testamento (chamado de Pentateuco). Se esses
livros não foram realmente escritos por Moisés, e não até muitos anos depois da
nação de Israel ter sido fundada, os críticos poderiam clamar falta de precisão do
que foi escrito, e com isso refutar a autoridade da Palavra de Deus. Mas isso não
é verdade.
Teologia Contemporânea 52
Capítulo 4
Teologia Existencialista
1. Conceito
3. Fé cristã e existencialismo
Sua obra trás as marcas dos relacionamentos difíceis que teve com seu pai
e com sua noiva Regina Olsen, com quem rompe um romântico noivado que
durara aproximadamente um ano. Apesar de muito apaixonado afirma estar
fazendo um grande bem à noiva: “... nosso rompimento é um profundo ato de
amor...” Na verdade não havia nenhuma razão aparente para o rompimento.
Entretanto, em suas notas ele menciona um “terrível acontecimento” que
chamou também de o “grande tremor de terra”.
Desde o início, ele deixa claro que se trata de um autor religioso. Neste
sentido, tremor e temor tornam-se um bom exemplo para a introdução ao
mundo religioso de Kierkegaard. Esta obra citada é escrita em um momento de
algum otimismo por parte do autor. Seu objetivo é mostrar através do sacrifício
de Abraão que o estágio ético não é absoluto, pelo contrário fica até ofuscado
diante de exigências superiores do estágio religioso. O autor então argumenta
que Abraão não hesitou em sacrificar Isaac e que este desprendimento foi
exatamente o motivo pelo qual seu filho veio a ser restituído. Será que
semelhante renuncia feita por Kierkegaard em relação à noiva no passado pudesse
a trazer de volta então? A resposta a este questionamento só seria possível se
Kierkegaard se elevasse ao plano da fé como o fez Abraão. Desta forma, percebe-
se que o estágio religioso é marcado pelo subjetivismo.
Muitas de suas frases se tornaram famosas, sendo repetidas nos mais diversos
contextos, gerando muitas distorções e confusões. Algumas delas:
(a) "Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? - Vitória!".
(b) "Há homens que já nascem póstumos."
(c) "O Evangelho morreu na cruz."
Teologia Contemporânea 64
(d) "A diferença fundamental entre as duas religiões da decadência: o budismo não
promete, mas assegura. O cristianismo promete tudo, mas não cumpre nada."
(e) "Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida, mas no "além" -
no nada -, tira-se da vida o seu centro de gravidade."
(f) "Para ler o Novo Testamento é conveniente calçar luvas. Diante de tanta
sujeira, tal atitude é necessária."
(g) "O cristianismo foi, até o momento, a maior desgraça da humanidade, por ter
desprezado o Corpo."
(h) "A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade."
(i) "As convicções são cárceres."
(j) "As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."
(k) "O idealista é incorrigível: se é expulso do seu céu, faz um ideal do seu inferno."
(l) "Em qualquer lugar onde encontro uma criatura viva, encontro desejo de
poder."
(m) "Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e
inimigos."
(n) "Quanto mais me elevo, menor eu pareço aos olhos de quem não sabe voar."
(o) "Se minhas loucuras tivessem explicações, não seriam loucuras."
(p) "O Homem evolui dos macacos? É, existem macacos!"
(q) "Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal."
(r) "O depois de amanhã me pertence"
(s) "Deus está morto, mas o seu cadáver permanece insepulto."
(t) "Acautela-te quando lutares com monstros, para que não te tornes um."
Adorava a França e a Itália, porque acreditava que eram terras de homens com
espíritos-livres. Admirava Voltaire, e considerava como último grande alemão
Goethe, humanista como Voltaire. Naqueles países passou boa parte de sua vida e ali
produziu seus mais memoráveis livros. Detestava a prepotência e o antissemitismo
prussianos, chegando a romper com a irmã e com Richard Wagner, por ver neles a
personificação do que combatia - o rigor germânico, o antissemitismo, o imperativo
categórico, o espírito aprisionado, antípoda de seu espírito-livre. Anteviu o seu país
em caminhos perigosos, o que de fato se confirmou catorze anos após sua morte,
com a primeira grande guerra e a gestação do Nazismo.
Teologia Contemporânea 65
Capítulo 5
Há, sem dúvida, algumas críticas que se pode fazer à obra de Barth. Ele
mesmo reconheceu alguns de seus excessos e poliu boa parte dos argumentos que
enfatizou a princípio, e até certo ponto, pode-se dizer que ele suavizou algumas
ideias mais incisivas. O que passo a expor agora são algumas críticas que se
podem fazer ao pensamento de Barth.
2. Neo-ortodoxia
Brunner foi um teólogo suíço residente nos Estados Unidos que também
teve participação importante no desenvolvimento da teologia neo-ortodoxa.
Nascido em 1889, estudou em Zurich, Berlim e também no Union Theological
Teologia Contemporânea 71
comparar-se com a Bíblia, pois é superior a ela. A Bíblia e suas afirmações são
testemunhas, são sinais indicadores da revelação, mas não é a revelação em si. A
Escritura não é a Palavra de Deus, e nem as afirmações da Escritura são
revelação. Segundo Barth, comparar a Bíblia com a Palavra de Deus é objetivar e
materializar a revelação.
Barth afirma que Cristo, embora haja se humilhado como Deus, foi
exaltado como homem. Ele se nega a admitir a ideia tradicional dos dois estados
de Cristo, humilhação e exaltação, referindo-se à totalidade do Deus-homem em
ordem cronológica. Para Barth, Deus se humilhou a si mesmo e o homem (a
humanidade de Jesus) foi exaltada. Dizer que o estado de exaltação se refere a
Deus também é mera tautologia. Que sentido haveria em falar em um Deus
Teologia Contemporânea 73
Ainda que Barth diz que nem afirma e nem nega a teoria da salvação
universal, sua ideia de “eleição universal em Cristo” parece uma espécie de
neouniversalismo. Além disso, seu repúdio pelas descrições do céu e do inferno
parecem um conceito de salvação bem diferente do que é apresentado nas
Escrituras. O resultado dessa postura “neouniversalista” é a destruição da
gravidade da incredulidade, e deste modo a neo-ortodoxia destrói as advertências
bíblicas contra a apostasia, bem como o chamado ao arrependimento e à fé.
Capítulo 6
Bultmann fez uma palestra em 1941 numa conferência para pastores, que
posteriormente foi publicada, “O Novo Testamento e a Mitologia”. A tese de
Bultmann: a humanidade contemporânea, que se acostumou com os avanços da
ciência, não pode aceitar o conceito mitológico do mundo expresso nos escritos
bíblicos.
Sendo assim, poder-se-ia dizer que Jesus morreu na Historie, mas sua real
ressurreição se deu na Geschichte. Ou seja, ele não nega a existência do Jesus
histórico, como fez a antiga teologia liberal alemã, mas nega a realidade dos
eventos sobrenaturais que o envolveram.
Capítulo 7
Quando nos deparamos pela primeira vez com a obra de Paul Tillich,
temos a impressão de estar diante de um incrível tratado teológico produzido por
uma mente enciclopédica, precisa, sutil e tremendamente criativa. No entanto,
sua teologia não é especificamente cristã, e sim uma “tradução” da linguagem
teológica em termos teosóficos e ontológicos. Às vezes essa tradução nos ajuda
a ver as coisas sob uma luz mais clara e profunda, porém na maioria das vezes,
sua tradução faz violência tanto ao Espírito quanto à letra que ele traduz.
Há várias objeções que se pode fazer à teologia de Tillich, entre elas a sua
rejeição da Bíblia como palavra de Deus. Seguindo os moldes neo-ortodoxos e
liberais, ele argumenta que a Bíblia, interpretada da maneira tradicional, não é
aplicável aos problemas da nossa época. Por esta causa, Tillich utiliza a filosofia
para analisar os problemas mais profundos da existência do homem
contemporâneo. No entanto, a maior falta dele não foi substituir a teologia pela
filosofia. Como escreveu o crítico Kenneth Hamilton, “sua maior falha foi
substituir a Palavra de Deus pela palavra do homem”.
Capítulo 8
Sem dúvida, o mais radical dos teólogos seculares é Paul Van Buren.
Buren, em seus razoamentos teológicos afirma que o próprio Deus deve ser
excluído do cenário teológico. O cristianismo, segundo ele, deve ser reconstruído
sem Deus, e Cristo deve ser visto como o paradigma da existência humana. Na
teologia secular, não há espaço para o Jesus salvador. Ele é, no máximo, um bom
exemplo.
amor”. Ele, assim como Cox e Buren, repudia a ideia de uma expiação
sobrenatural e perdoadora. É uma teologia totalmente naturalista, cujo Deus é
literalmente o Deus deste mundo (2 Coríntios 4.4). Assim também, os teólogos
seculares rejeitaram totalmente o reino sobrenatural e a segunda vinda de Cristo.
O único mundo real é o aqui e agora, e a ideia do céu é chamada por eles de
“escotilha de escape”.
"Deus está morto" ("Gott ist tot" em alemão) é uma frase muito citada
do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900). Aparece pela primeira vez
em A gaia ciência, na seção 108 (Novas lutas), na seção 125 (O louco) e uma
terceira vez na secção 343 (Sentido da nossa alegria). Outra instância da frase, e a
principal responsável pela sua popularidade, aparece na principal obra de
Nietzsche, Assim falava Zaratustra.
Teologia Contemporânea 95
(a) Não crer nas Escrituras como Palavra de Deus inerrante e infalível, inspirada
pelo Espírito Santo.
(c) Rejeitar todo o aspecto sobrenatural do cristianismo por não passar pelo
crivo da razão.
(d) Colocar o reino de Deus como sendo a própria sociedade e trabalhar pelo
aperfeiçoamento ético da humanidade tendo como padrão os ensinamentos
e a vida ética de Jesus com vistas a uma salvação social aqui e agora.
(e) Aceitar toda grande religião como verdade e buscar a convivência religiosa
harmoniosa.
(c) Não nos conformando com este mundo – Rm 12:1,2 Rogo-vos, pois,
irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E
não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação
da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.
o bem que ela tem feito, uma da suas contribuições para a teologia ortodoxa foi
plantar algumas perguntas que os teólogos, encerrados em seus sistemas
dogmáticos, não tinham pensado em fazer, e muitas delas têm repercussão
missionária e verdadeira importância na contextualização da mensagem cristã
para o mundo.
Capítulo 9
Ainda quanto ao futuro, Moltmann diz que o homem não deve olhá-lo
passivamente; ele deve participar ativamente na sociedade. A tarefa da igreja é
não é apenas se informar sobre o passado para mudar o futuro. É também pregar
o Evangelho de tal forma que o futuro se apodere do indivíduo e lhe impulsione
a agir de modo concreto para mudar o seu próprio futuro. O presente em si
mesmo não é importante. O importante é que o futuro se apodere da pessoa no
presente. Para que o futuro se realize na sociedade, as categorias do passado
devem ser descartadas, pois não existem formas ou categorias fixas no mundo. O
futuro significa liberdade e liberdade é relatividade.
Como observou certo escritor: No monte Sinai, Deus disse a Moisés: Eu sou o
que sou, mas Moltmann não permitiu que Deus lhe dissesse o mesmo. A teologia
de Moltmann tem maior dívida com Nietzche, com Overback e com Feurbach
do que com Paulo, Pedro ou João. Ela é mais marxista que bíblica, e mais
filosófica que teológica. Em seu afã de refutar as teologias não-ortodoxas do seu
tempo, Moltmann ultrapassou o limite do bom senso e acabou por propor uma
teologia quase tão nociva quanto aquela a que ele se dedicou a refutar. Essa
teologia do Deus finito e temporal, e que ainda incita a rebeldia e a revolução,
não pode ser teologia bíblica. Ela é antes, um tropeço, um escândalo e uma
nociva ameaça à sã doutrina.
a relaciona com o futuro. Neste sentido, Moltmann está muito mais vinculado a
Bultmann que a Pannenberg. Os dois também falam da ressurreição de cristo
como um tema central da fé cristã, porém, enquanto Moltmann descarta
qualquer interesse pela ressurreição corporal como sendo algo impertinente,
Pannenberg reconhece a realidade histórica da ressurreição como algo crucial
para a compreensão do Novo Testamento. Pannenberg também não compartilha
dos pressupostos marxistas de Moltmann, nem com suas ideias de revolução
social.
Capítulo 10
Embora ele tenha sido um teólogo católico, alguns dos seus comentaristas
mais apaixonados são cientistas e teólogos protestantes. Sua influência pode ser
percebida até mesmo nos países que compõem o nosso terceiro mundo.
Francisco Bravo, estudioso equatoriano, publicou uma obra meticulosa sobre
Teilhard. Suas ideias lograram arrancar elogios até mesmo de Dom Hélder
Câmara, arcebispo do Recife.
A teologia de Chardin não permite que a graça seja graça, e nem permite
que o pecado seja pecado. A proclamação da evolução constante por parte de
Chardin nunca se vê alterada pela realidade bíblica do pecado no homem. Por
Teologia Contemporânea 108
Capítulo 11
Teologia do Processo
De origem norte-americana, essa nova escola teológica tem como seu
maior expositor o professor Dr. Charles Hartshorne, da Universidade de
Chicago. A teologia do processo como escola teológica é uma tentativa de
restabelecer a doutrina de Deus em um mundo extremamente cético. Assim
como as outras teologias radicais surgidas no século vinte, a teologia do processo
também toma por empréstimo alguns pressupostos de uma vertente filosófica
contemporânea, a saber, a filosofia do processo, elaborada pelo famoso
matemático e filósofo, Alfred North Whitehead (1861-1947), que por sua vez,
elaborou sua filosofia em torno de algumas ideias de Charles Darwin.
Capítulo 12
Teologia da Libertação
1. Contextualizando a teologia da libertação
2. Teologia da Libertação
Por fim, é preciso afirmar que sem dúvida a teologia e, portanto, toda a
Igreja deve estar preocupada e empenhada em combater a pobreza,
principalmente a pobreza extrema que causa a morte física do indivíduo. A
sociedade cristã não pode admitir a existência de pobres e de pessoas morrendo
de fome. Entretanto, a luta contra a pobreza deve ser feita por meio da doutrina
social da Igreja e não por meio da ideologia marxista, opressora e totalitária
defendida pela Teologia da Libertação. Os países que a TL apresentam como
modelos (Cuba, Coréia do Norte, Venezuela) não extinguiram a pobreza. Os
modelos de homens propostos pela TL (Marx, Che Chevara, Fidel Castro, etc.)
são pessoas que trouxeram para seus países a morte e a destruição. Quem
realmente deseja combater a pobreza deve ter como modelo Jesus Cristo. Além
disso, deve colocar em prática a doutrina social da Igreja.
Teologia Contemporânea 119
Capítulo 13
Teologia Relacional
As ondas gigantes que provocaram a tremenda catástrofe na Ásia no final
de dezembro de 2004 afetaram também os arraiais evangélicos, levantando
perguntas acerca de Deus, seu caráter, seu poder, seu conhecimento, seus
sentimentos e seu relacionamento com o mundo e as pessoas diante de tragédias
como aquela. Dentre as diferentes respostas a essas perguntas, uma chama a
atenção pela ousadia de suas afirmações: Deus sofreu muito com a tragédia e
certamente não a havia determinado ou previsto; ele simplesmente não pôde
evitá-la, pois Deus não conhece o futuro, não controla ou guia a história, e não
tem poder para fazer aquilo que gostaria. Esta é a concepção de Deus defendida
por um movimento teológico conhecido como teologia relacional, ou ainda,
teísmo aberto ou teologia da abertura de Deus.
3. Deus ignora o futuro, pois ele vive no tempo, e não fora dele.
4. Deus se arrisca
Ao criar seres racionais livres, Deus estava se arriscando, pois não sabia
qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua a se arriscar
diariamente. Deus corre riscos porque ama suas criaturas, respeita a liberdade
delas e deseja relacionar-se com elas de forma significativa.
5. Deus é vulnerável
6. Deus muda
Ele é imutável apenas em sua essência, mas muda de planos e até mesmo
se arrepende de decisões tomadas. Ele muda de acordo com as decisões de suas
criaturas, ao reagir a elas. Os textos bíblicos que falam do arrependimento de
Deus não devem ser interpretados de forma figurada. Eles expressam o que
realmente acontece com Deus.
Teologia Contemporânea 121
Mesmo tendo surgido como uma reação a uma possível ênfase exagerada
na impassividade e transcendência de Deus, a teologia relacional acaba sendo um
problema para a igreja evangélica, especialmente em seu conceito sobre Deus.
Embora os evangélicos tenham divergências profundas em algumas questões,
Teologia Contemporânea 122
Capítulo 14
A Teologia da Prosperidade
Teologia da prosperidade, também conhecida como confissão positiva,
palavra da fé, movimento da fé e evangelho da saúde e da prosperidade, é um
movimento religioso surgido nas primeiras décadas do século XX nos Estados
Unidos da América. Sua doutrina afirma, a partir da interpretação de alguns
textos bíblicos como Gênesis 17.7, Marcos 11.23-24 e Lucas 11.9-10, que os que
são verdadeiramente fiéis a Deus devem desfrutar de uma excelente situação na
área financeira, na saúde, etc.
(b) "Faça a coisa". "Seus atos derrotam-no ou lhe dão vitória. De acordo com
sua ação, você será impedido ou receberá".
(d) "Conte a coisa" a fim de que outros também possam crer". Para fazer a
"confissão positiva", o cristão dever usar as expressões: exijo, decreto,
declaro, determino, reivindico, em lugar de dizer: peço, rogo, suplico; jamais
dizer: "se for da tua vontade", pois isto destrói a fé.
(b) Chāyâ: a prosperidade de uma vida longeva. Outro termo hebraico que
descreve a vida próspera échāyâ. Literalmente a palavra significa "viver" ou
Teologia Contemporânea 126
(c) Śākal: a sabedoria que traz prosperidade. Outro termo muito significativo no
Antigo Testamento é śākal. Textualmente significa "ser sábio", "agir
sabiamente" e, por extensão, "ter sucesso". Esta palavra está relacionada à
vida prudente, ao agir cautelosa e sabiamente em todos os momentos e
circunstâncias. Um exemplo negativo que serve para ilustrar a importância
do que estamos afirmando é o marido de Abigail. Nabal, do hebraico nābāl,
ipsis litteris, "louco", "imprudende", "tolo", demonstrou imprudência, tolice
e loucura ao negar socorrer a Davi em suas necessidades. Embora rico, não
era sábio e prudente (1Sm 25.10-17); sua estultice quase o leva à morte pelas
mãos de Davi, mas não impediu que o mesmo fosse morto pelo Senhor
(1Sm 25.37,38). Nabal não agiu com śēkel, isto é, "sabedoria", "prudência";
não procedeu com prudentemente, portanto, "não teve sucesso", "não foi
próspero". Davi, por outro lado, viveu sabiamente diante de Saul, dos
exércitos de Israel, do povo e diante do próprio Senhor: "E Davi se conduzia
com prudência [śākal] em todos os seus caminhos, e o Senhor era com ele"
(1Sm 18.14 ler vv.12,15).
que a calamidade adentrou nos umbrais de sua frágil vida e seu orgulho e
confiança na riqueza foi abatido. A confiança na estabilidade da prosperidade
cede lugar à confiança inabalável na bondade divina: "Ouve, Senhor, e tem
piedade de mim; Senhor, sê o meu auxílio" (v.10). A prosperidade
anunciada por meio do vocábulo shālâpode produzir, como afirma o teólogo
Victor Hamilton, "despreocupação" (Ez 23.41; Pv 1.32). Portanto, esse
termo afirma o perigo que subjaz na prosperidade. Esta não deve substituir a
confiança em Deus e nas santas promessas das Escrituras.
(e) Dāshēm: a prosperidade abundante. Este termo é mais frequente nos textos
poéticos do que nos prosaicos. Logo, trata-se de um vocábulo poético e
idiomático hebreu. Literalmente significa "engordar", "ser gordo" e,
consequentemente, "ser próspero". Em nossa obra, Hermenêutica Fácil e
Descomplicada (CPAD)
Jesus é o maior exemplo, pois Ele veio a este mundo e viveu como pobre
(Zc 9.9). O barco onde ele ensinava as multidões, não era seu (Lc 5.3); O
jumentinho no qual ele entrou montado em Jerusalém, também não era seu (Lc
19.30-35) e Ele mesmo disse que não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.20).
Quando precisou pagar o imposto, não tinha dinheiro algum, por isso mandou
que Pedro fosse buscar a moeda na boca do peixe (Mt 17.27). Nem por isso, Ele
deixou de ser próspero, pois cumpriu sua missão e foi exaltado por Deus (Ef
1.20,21; Fp 2.9).
vidas para Cristo, fundar dezenas de igrejas, treinar obreiros e, através de suas
epístolas, contribuir para a edificação das igrejas em todo o mundo.
(a) O salmista Asafe, depois que entrou no santuário, disse: “Quem tenho eu
no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti... para
mim, bom é aproximar-me de Deus…“ (Sl 73.25,28);
(c) O apóstolo Paulo disse: “O que para mim era ganho reputei-o perda por
Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela
excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri
a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa
ganhar a Cristo” (Fp 3.7,8).
Teologia Contemporânea 129
(a) O apóstolo Paulo nos exorta a buscar e a pensar nas “coisas que são de
cima” (Cl 3.1,2);
(b) Pedro não tinha prata nem ouro, mas tinham autoridade para curar em
nome de Jesus (At 3.1-6);
(a) Jesus disse: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem
tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai
tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os
ladrões não minam nem roubam” (Mt 6.19,20);
(b) Lázaro era um mendigo que vivia cheio de chagas, mas, depois da morte,
foi levado pelos anjos para o seio de Abraão (Lc 16.19-31);
(c) O apóstolo Paulo disse: “Porque nada trouxemos para este mundo, e
manifesto é que nada podemos levar dele” (1Tm 6.7). E o escritor da
Epístola aos Hebreus, disse: “Porque não temos aqui cidade permanente,
mas buscamos a futura” (Hb 13.14).
Por isso, o apóstolo Paulo diz que nós somos “... como pobres, mas
enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo” (2Co 6.10).
(a) Jesus disse que dificilmente entrará um rico no céu (Lc 18.24);
Teologia Contemporânea 130
(b) O apóstolo Paulo disse os que querem ser ricos, caem em tentação e em
muitas concupiscências; e que o amor do dinheiro é a raiz de toda a
espécie de males (1Tm 6.9,10); A riqueza pode conduzir a avareza,
excluindo-o do reino dos céus (I Co 5.11; 6.10; Ef 5.5; Cl 3.5);
(c) Não devemos colocar a nossa confiança na riqueza (Sl 49.6,7; 52.7;
62.10; Pv 11.28; 1Tm 6.17);
(e) Além disso, a riqueza não garante solução para os maiores problemas do
ser humano (Pv 11.4).
(b)Obedecer a Palavra de Deus (Dt 29.9; 1Cr 22.13; 2Cr 31.21 ; 1Rs 2.3);
Capítulo 15
A Teologia Negra
1. Definição da Teologia Negra
Conforme Prof. Cone, houve três fatores principais que são responsáveis
pelo surgimento da teologia negra: (a) o movimento dos direitos civis, (b) a
publicação do livro de Joseph Washington, Black Religion [A Religião Negra]
em 1964 e (c) o nascimento do movimento “poder negro.” Agora, vamos
considerar estes fatores.
Teologia Contemporânea 133
Este foi um movimento popular dos próprios negros que visou conseguir para si,
exclusivamente por meio de métodos não violentos, os plenos direitos do
cidadão. A organização principal do movimento foi a “Associação Nacional para
o Progresso das Pessoas de Cor,” que desafiou com êxito muitas das leis que
permitiram a discriminação racial. O líder principal foi o pastor negro batista
Martin Luther King, Jr., que se tornou o profeta carismático do movimento e a
consciência ética da nação no que tange às questões sociais, até que ele foi
assassinado em 1968.
Ora, nenhum teólogo negro podia ignorar esta investida contra a Igreja
Negra e a teologia negra foi criada, em parte, para responder a este livro. Os
líderes negros queriam corrigir dois mal-entendidos: (a) que a religião negra é
não cristã e, por isso, não tem nenhuma teologia cristã, e (b) que o Evangelho
Cristão não tem nada a ver com a luta pela justiça na sociedade.
Na década dos 60, muitos dos líderes negros mais jovens ficaram
desiludidos com o “movimento dos direitos civis,” chefiado por Dr. King,
concluindo que era impossível mudar a atitude do homem branco. Usando a
divisa “poder negro,” ativistas como Stokely Carmichael abandonaram tanto o
ideal da integração com os brancos e suas instituições quanto o compromisso de
Dr. King com a nãoviolência.
Capítulo 16
Teologia Africana
A teologia africana reflete sobre Jesus a partir das condições socioculturais
do continente. Diferentes imagens de um mesmo Jesus, encantadoramente
africano.
O canto fala de Jesus como alguém que assume as funções do irmão mais
velho. Este defende os irmãos menores que se metem em apuros, atua como
mediador entre eles e os pais, por exemplo, em assuntos de casamento, e,
inclusive, se sente responsável por suas ações.
passagem, através dos quais o indivíduo se torna uma pessoa com plenos direitos
dentro de sua tribo.
São ritos muito diferentes de uma tribo para outra, ligados aos diversos
momentos da vida: nascimento, puberdade, matrimônio e morte.
Através do batismo, mais tarde, Jesus se solidariza com seu povo. Segue
um período de reclusão e exclusão no deserto, através do qual ele passa a fazer
parte da vida pública como adulto, curando e ensinando a seus irmãos e irmãs.
2. Jesus, o Antepassado
Se, por meio dos ritos de passagem, Jesus se torna membro de pleno
direito da comunidade humana, é por meio da ressurreição que ele passa a fazer
parte da comunidade dos antepassados.
ramos (Jo 15.4-7). Ele é a água da vida (Jo 4.14), o pão da vida (6.51) e a
vida em abundância (10.10).
(c) Em terceiro lugar, os antepassados velam pela comunidade. Como Jesus, que
não abandona os discípulos desolados (Jo 14.18) e lhes promete o Espírito.
Assim, se Jesus quer se tornar salvador para os africanos, tem que oferecer
algo mais que uma vida eterna. Deve controlar as forças de que os africanos
lutam por se libertar, aqui e agora, como a infecundidade e os maus espíritos.
Para as comunidades africanas, uma das figuras que assume essa responsabilidade
salvadora é o chefe da tribo.
(a) Em primeiro lugar, Jesus reconhece a ligação entre corpo e espírito. Junto
com a cura física, ele perdoa a culpa: "Os teus pecados estão perdoados" (Mc
2.5). E elogia a fé dos doentes: "A tua fé te curou" (Mc 10.52).
tem que voltar a cuidar da casa depois de curada (Mc 1.31). Até mesmo as
palavras "vão em paz" contêm o sentido da totalidade social e do
restabelecimento da saúde (Mc 5.34).
5. Jesus, o Libertador
Essa teologia defende que Jesus passou a vida restituindo aos oprimidos e
oprimidas a história e as tradições que lhes estavam sendo negadas.
Capítulo 17
Pentecostalismo
1. Historicidade do Pentecostalismo
(b) Na atualidade dos dons espirituais, tais como cura, profecias, línguas e
interpretação de línguas e operação de milagres;
Capítulo 18
Teologia
Neopentecostalismo
1. Introdução
4. Objeções ao Neopentecostalismo
caber em um discurso político onde a avareza prima sobre o caráter, mas não
cabe nos lábios de Cristo ou dos apóstolos, e nem na verdadeira igreja evangélica.
5. Conclusão
Referências
BRUNNER, Emil. Trad. Deuber de Souza Calaça.
Calaça Dogmática. São Paulo:
Cristã Novo Século, 2004, p. 464.
Existencialismo
Existencialismo.
stencialismo http://pt.wikipedia.org/wiki/ Acesso em: 12.05.2011.
Teologia da Prosperidade.
Prosperidade Disponível em: http://www.espirito.org.br/.html.
Acesso em: 25.05.2011.
Teologia Contemporânea 154