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INTRODUÇÃO À TEOLOGIA
Uma abordagem Fundamental
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E-mail: fatecar.teologia@gmail.com
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ÍNDICE
1. Definição: A palavra Teologia vem de duas palavras gregas: Theós (Deus) e Logos
(palavra, assunto ou Tratado sobre Deus).
A.H. Strong, diz que “Teologia é a ciência que trata de Deus e das relações do
universo”.
O termo ciência, na definição de Strong, não é empregado em sentido restrito, como
quando se refere ás ciências naturais. Ciência, na Teologia, tem sentido mais geral,
querendo indicar conhecimento adquirido mediante os critérios válidos empregados nos
outros ramos do conhecimento cientifico, tal como ocorre com a Sociologia, a Ética, a
História e outros.
A Teologia consiste em fatos relacionados com Deus e suas relações com o universo,
apresentados de maneira lógica, ordenada e consistente. O campo de estudo é bastante
abrangente: Deus e suas relações com o universo. No enfoque teológico o homem está
no centro desse universo. É ele que pode refletir sobre a revelação que Deus dá de si
mesmo, e elaborar uma explicação racional desses fatos, de modo orgânico e
consistente.
Uma outra definição é dizer que Teologia é o estudo e a declaração cuidadosa e
sistemática da doutrina cristã. Por doutrina cristã entende-se “a declaração das crenças
mais fundamentais do cristão”. A Teologia investiga criteriosamente e sistematiza os
princípios, as verdades básicas da religião cristã.
2. A NATUREZA DA TEOLOGIA.
Para alguns leitores, a palavra Doutrina pode parecer um tanto ameaçadora. Ela ecoa
visões de crenças muito técnicas, deficeis e abstratas, talvez apresentadas de forma
dogmática. Doutrina, entre tanto, não é isso. A doutrina cristã é apenas a declaração das
crenças mais fundamentais do cristão: crenças sobre a natureza de Deus; sobre sua ação,
sobre nós, que somos suas criaturas; e sobre o que Deus fez para nos trazer à comunhão
com Ele. Longe de serem áridas ou abstratas, são a espécie mais importante de
verdades. São declarações sobre as questões fundamentais da vida, ou seja: Quem sou
eu? Qual é o sentido último do universo? Para onde vou? A doutrina cristã, portanto,
constitui-se das respostas que o cristão dá àquelas perguntas que todos os seres humanos
fazem.
A Teologia é o estudo de Deus, é o estudo, a análise e a declaração cuidadosa e
sistemática da doutrina cristã. Algumas características irão nos ajudar a entender a
natureza do labor teológica:
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Novo Testamento. Embora seja possível obter informações a partir do estudo da criação
de Deus ou do que às vezes é referido como o livro da obra de Deus é primeiramente a
palavra de Deus que constitui o conteúdo da Teologia.
*A Teologia é Sistemática. Ela não examina cada livro da Bíblia separadamente, mas
procura juntar em um todo.
*A Teologia é Prática. Paulo não expôs a doutrina apenas para informar seus leitores,
de modo que tivessem mais dados. Antes, ele pretendia que a doutrina exposta fosse
aplicada na vida cotidiana. A doutrina da segunda vinda de Cristo pode, é claro, tornar-
se objeto de especulação – pessoas tentando determinar quando isso vai acontecer em
relação a outros eventos.
Paulo, entretanto, em 1 Tes. 4:16-18, insta seus leitores a consolar uns aos outros com
essa verdade. O fato de que o Senhor voltara e ressuscitara todos os que creram Nele é
uma fonte de paz e encorajamento num mundo em que tantas coisas valiosas parecem
estar sendo destruídas.
Para melhor compreensão da teologia, precisamos observar a distinção que há entre ela
e algumas outras disciplinas semelhantes.
A. TEOLOGIA E RELIGIÃO.
A palavra Religião, para alguns, vem do latim religare (ligar de novo) segundo
Agostinho e outros, e significa religar o homem a Deus. Outros entendem que a palavra
vem do Latim relegere (considerar, rever, retornar o caminho).
O termo religião tem sido usado para expressar idéias cristãs e não cristãs. Entre os
cristãos, o conteúdo essencial da religião já foi expresso em termos de conhecimento
intelectual (Hegel), sentimento de dependência (Schleier-macher) ética (Kant). Nenhum
desses conceitos, entretanto É adequado.
Num sentido mais amplo do termo, podemos dizer que religião é a vida do homem nas
suas relações com o poder soberano e sobrenatural do universo. Esse relacionamento
baseia-se em conceitos diferentes da realidade sobrenatural, assume formas diferentes e
materializam a religião na vida prática de cada povo. A religião cristã esta acima de
qualquer outra religião do mundo, porque nela encontra-se a idéia mais esclarecida,
desenvolvida e correta de Deus e suas relações com o mundo e do meio de cultivar uma
relação efetiva e sobrenatural, dada a revelação especial que temos nas Escrituras ( At.
17:24-28). Strong conceitua a religião cristã, dizendo: “Em sua idéia essencial, região é
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uma vida em Deus, em comunhão com Deus, e sob o controle do Espírito Santo
habitando no crente”.
A Teologia se relaciona com religião, mas dela se distingue, tal como a Botânica está
relacionada com a vida das plantas, mas é distinta dela. A Teologia estuda as verdades
que na religião o homem procura vivenciar e expressar em atitudes e ações. Assim
como a religião é
Um fenômeno universal, também a teologia, que surge da necessidade de se explicar o
que se crê na religião, é inevitável e imprescindível para a vida humana.
B. TEOLOGIA E APOLOGÉTICA.
A Ética Cristã investiga as obrigações morais do homem à luz da revelação bíblica. Ela
expõe o significado do cristianismo para a vida moral do homem. Na teologia muitas
vezes observamos o efeito ético de uma doutrina, mas este não é o único objetivo, e nem
sempre o principal interesse imediato ao considerar-se uma doutrina.
Há, de fato, uma necessidade de estudar doutrina? Não basta que eu simplesmente ame
a Jesus? Para algumas pessoas, a doutrina não só é desnecessária, como também
indesejável, podendo ser facciosa. Há, no entanto, algumas razões pela qual tal estudo
não e opcional:
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B. A doutrina é importante por causa da ligação entre a verdade e experiência. Nossa
época atribui altíssimo valor a experiência imediata. Assim, muitos utilizam drogas por
causa da excitação ou do estimulo que elas oferecem. As fantasias proporcionam
experiências gratificantes para alguns. Mas ao longo prazo nossa experiência é afetada
pele realidade, aliás, depende dela. Uma pessoa que caia do último andar de um prédio
alto pode gritar enquanto
Passa pelas janelas, durante a queda: “Estou conseguindo”; mas, por fim, os fatos
alcançarão sua experiência. O simples sentimento agradável em relação a Jesus não
pode ser divorciado da necessidade de saber se ele é genuinamente o Filho de Deus. A
esperança quanto ao futuro depende de saber se Ele ressuscitou e se nós vamos
ressuscitar um dia.
Diz-se que a maneira de lidar com várias alternativas é fazer uma refutação minuciosa e
uma exposição sistemática de suas falhas. Uma abordagem positiva em que se ensinam
os pontos de vista do cristianismo parece, no entanto, preferível. Essa abordagem
fornece uma base para avaliação das posições alternativas. Pense, como, uma analogia,
que, no treinamento de agentes para reconhecer dinheiro falso, o Departamento do
Tesouro dos Estados Unidos não usa inúmeras notas falsificadas, mas, sim, se expõe
continuamente ao dinheiro americano genuíno, até que conheçam seu tato e aparência.
No final, eles são capazes de detectar uma imitação, não meramente pela presença de
elementos estranhos, mas também pela falta de elementos corretos ou alguma variação
neles.
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C. Objetividade no sentido de que o estudo lida com fenômenos esternos à experiência
imediata do pesquisador, sendo, portanto, acessível à investigação de outros;
A teologia, na maneira pela qual estaremos lidando, preenche esses critérios. Ela
também ocupa áreas em comum com outras ciências.
*Ela aceita as mesmas regras da lógica que as outras disciplinas. Surgindo dificuldades,
a teologia não invoca simplesmente um paradoxo ou a incompreensibilidade.
*Até certo ponto ela emprega métodos usados por outras disciplinas especificas,
especialmente a história e a filosofia.
*Ela partilha alguns objetos de estudo com outras disciplinas. Portanto, existe a
possibilidade de pelo menos algumas de suas proposições serem confirmadas ou
refutadas por outras disciplinas, tais como a ciência natural, a ciência do comportamento
ou a história.
Apesar disso, a teologia possui seu próprio lugar sem igual. Alguns de seus tópicos lhe
são exclusivos, por exemplo, Deus. Ela também lida com objetos comuns, mas de forma
única; por exemplo, ela considera as pessoas de acordo o relacionamento que têm com
Deus. Assim, embora a teologia cristã ou estudo da doutrina cristã seja uma ciência, é
uma ciência com uma função peculiar. Ela não pode ser reduzida a nenhuma outra
ciência, seja natural, seja comportamental.
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2. RAZÕES DA IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA
Onde não há uma base doutrinária segura e firme, um lastro teológico bem fundado, a
igreja perde sua capacidade militante. Para se propagar o evangelho na sua inteireza é
necessário ter alguma compreensão inteligente do seu conteúdo e significado e ser capaz
de dar uma explicação inteligível do seu conteúdo e significado e ser capaz de dar uma
explicação inteligível da verdade a outrem. A teologia é uma arma poderosa no
ministério ( Tt. 1:9). Uma das grandes necessidades da igreja, desde os seus primórdios,
é o seu doutrinamento ( Ef. 4:14). Os lideres são responsáveis por essa firmeza
doutrinária.
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crise de verdade fundamental. A teologia cristã pode ajudar na resposta às indagações
mais profundas do ser humano. É nosso dever conhecer toda a verdade e ajudar os que
estão na dúvida.
3. O PONTO DE PARTIDA PARA O ESTUDO DA DOUTRINA CRISTÃ.
Uma das questões que precisam ser imediatamente encaradas quando estudamos a
doutrina cristã é a da fonte que extrairemos nosso conhecimento. Mesmo em círculos
cristãos, várias respostas são dadas:
*Teologia Natural. O universo criado é estudado para determinar certas verdades acerca
de Deus e da natureza humana.
*Tradição. Pesquisa-se o que vem sendo adotado e ensinado por indivíduos e por
organizações que se identificam como cristãos. Assim, o que tem sido crido torna-se
norma para o que deve ser crido.
1. DIVISÃO DA TEOLOGIA.
A. TEOLOGIA BIBLICA.
B. TEOLOGIA HISTÓRICA.
C. TEOLOGIA SISTEMÁTICA.
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Psicologia, a Ciência, na medida em que esses ramos do saber humano podem ajudar no
esclarecimento de verdades tratadas na revelação. A Teologia Sistemática tenta dar uma
exposição coerente, ordeira, e inclusiva da fé cristã. Por isto ela é chamada sistemática.
Se o sistema doutrinário é baseado num credo ou credos adotados por alguns grupos
cristãos, então essa Teologia é normalmente denominada Dogmática. Entretanto, em
toda e qualquer Teologia Sistemática há um caráter dogmático que reflete o modo de
crer do teólogo ou de sua denominação. Por isto que a Teologia Sistemática não é
completamente uniforme e homogênea, diferindo em alguns aspectos das verdades
reveladas, porque há pontos doutrinários que outros teólogos sustentam de modo
diferente, com base na mesma fonte.
D. TEOLOGIA PRÁTICA.
A Teologia Prática cuida da aplicação prática das verdades tratadas noutros ramos da
teologia, especialmente na Teologia Sistemática, objetivamente uma vida espiritual
mais profunda. Ela deve nos orientar como viver, como orar, como pregar, como
evangelizar. A Teologia Prática, portanto, trata da aplicação das doutrinas na vida dos
cristãos e da Igreja. Incluem disciplinas como Evangelismo, Homilética, Ética, etc.
A classificação acima é da Teologia Revelada, isto é, a que se baseia na revelação
especial registrada na Bíblia. Outro ramo da teologia, distinto da Teologia Revelada, é a
Teologia Natural, cuja fonte é a revelação de Deus dada na natureza. Mas esta teologia
baseada na natureza não serve para o cristão que já tem maior e melhor conhecimento
de Deus através das Escrituras.
2. OS MÉTODOS DA TEOLOGIA.
Existem vários métodos que são utilizados no estudo teológico. Cada método determina
a natureza do sistema daquela teologia. Daí a importância de adotar um método que
conduza a uma teologia válida do ponto de vista bíblico.
A. MÉTODO DEDUTIVO.
Este método deduz o sistema de princípios filosóficos aceitos a priori, isto é, leva-se o
sistema teológico a se acomodar a princípios filosóficos previamente aceitos. Tais
como: se o teólogo aceita o deísmo, o panteísmo, o evolucionismo, o racionalismo,
como princípios filosóficos, certamente os temas teológicos estudados serão
substancialmente modificados, naturalmente, por este motivo, a História da Teologia
possui teologias que se afastam da ortodoxia cristã.
B. MÉTODO MISTICO.
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C. MÉTODO INDUTIVO.
D. UM MÉTODO BÁSICO.
Gordon R. Lewis e Bruce A. Demarest apresentam um método básico útil para o estudo
da Teologia. Este método contém seis passos:
3 - Estudar a fonte da Teologia Cristã, a Bíblia, para determinar exatamente o que diz o
texto, e chegar às conclusões preliminares.
É preciso cuidar da metodologia que vamos adotar, porque ela vai determinar aonde
vamos chegar. Por isso, estaremos analisando, à luz das Escrituras, o caminho já
percorrido por alguns dos principais autores, esquematizando as principais idéias,
procurando ouvir a Bíblia para chegarmos à conclusão da verdade.
E. OUTRO MÉTODO.
Dissemos que a Teologia é uma ciência. Isto em parte significa que ela possui um
procedimento definido. Embora os passos que descrevemos não precisem ser seguidos
em rígida seqüência, há um desenvolvimento lógico que leva a eles.
*A Coleta dos Materiais Bíblicos. O primeiro passo será identificar todas as passagens
bíblicas importantes que tratam do tópico que está sendo investigado e, depois,
interpretá-las com muito cuidado. Esse é o processo conhecido como exegese. O
exegeta desejará usar os melhores instrumentos e métodos. Esses instrumentos incluem
Concordâncias, Comentários e, para quem conhece as línguas originais, os textos
bíblicos, gramáticas e léxicos.
Mesmo nessa etapa, é importante pensar cuidadosamente nos materiais que estão sendo
usados. Devemos considerar a posição do autor do comentário, por exemplo. Devemos,
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pelo menos, ter noção da perspectiva teológica do autor, a fim de que pressuposições
incongruentes com nossa orientação geral não sejam importadas inconscientemente. O
possível problema, aqui, é semelhante ao que pode ocorrer quando usamos um
instrumento de navegação. Se viajarmos uma longa distância, um pequeno erro na
bússola, por exemplo, pode nos colocar bem longe da rota. Assim, é importante fazer
uma avaliação cuidadosa de nossos instrumentos de interpretação.
Nesse ponto, a consideração crucial é determinar com precisão o que o autor estava
dizendo à sua audiência especifica. Isso implicará o estudo do contexto histórico da
Bíblia, de modo que compreendamos, por assim dizer, o interlocutor do diálogo. Ler
uma passagem bíblica é um pouco como ouvir metade de uma conversa telefônica.
Paulo, por exemplo, escreveu para grupos específicos, de acordo com posições por eles
adotadas. A não ser que estejamos familiarizados com essas posições, será difícil
determinar o significado do texto de Paulo.
Tal pesquisa bíblica deve envolver o exame de vários tipos de material bíblico. Em
alguns casos, estudaremos palavras; por exemplo, podemos determinar o significado de
“fé” pelo estudo de todas as ocorrências do substantivo grego pistis e do verbo pisteuõ.
*A Análise do Significado dos Ensinos Bíblicos. Depois que o material doutrinário foi
juntado de modo a formar um todo coerente, devemos buscar seu verdadeiro sentido.
Parte do problema aqui é certificar-nos de que não estamos impondo significados
contemporâneos a referências bíblicas. Também é possível, quando a maior parte das
nossas conversas é travada com pessoas que está a muito acostumadas com determinada
interpretação das Escrituras, simplesmente pensar que um conceito, como o novo
nascimento, será compreendido da mesma maneira por todas as pessoas.
Os teólogos, portanto, devem estar sempre repetindo esta pergunta: “Qual é o
verdadeiro sentido disso?”, pois, para que os conceitos bíblicos possam ser traduzidos
com precisão para uma forma contemporânea, é importante que sejam compreendidos
corretamente.
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*A Identificação da Essência da Doutrina. Tendo em mente que os ensinos bíblicos
foram escritos para situações especiais e que nosso cenário cultural de hoje pode ser em
alguns aspectos consideravelmente diferente daquele dos escritores bíblicos, precisamos
nos certificar de que não estamos apenas reexpressando a mensagem bíblica da mesma
forma. Precisamos descobrir a mensagem que existe por trás de todas as suas formas
especificas de expressão. Precisamos averiguar, por exemplo, a verdade comum entre o
que encontramos acerca da Salvação no livro de Deuteronômio e na carta de Paulo aos
Romanos. Se não o fizermos, podemos ter duas conseqüências. Podemos insistir em
conservar uma forma particular de determinado ensino. Podemos, por exemplo, insistir
na manutenção do sistema sacrificial do A.T. O outro perigo é que, no processo de
tentar declarar a mensagem, podemos alterá-la de tal forma que passe a ser, de fato, um
novo gênero, em vez de ser uma espécie diferente do mesmo gênero.
*A Iluminação por meio de Fontes Extra-bíblicas. Já deixamos bem claro que a Bíblia é
a fonte principal de nossa construção doutrinária. Embora ela seja a fonte mais
importante, não é a única. Deus se revelou em um sentido mais geral na sua criação e
na história humana. O exame dessa revelação nos ajudará a compreender mais
plenamente a revelação especial que nos foi preservada na Bíblia.
Um exemplo é a questão da imagem de Deus na raça humana. A Bíblia nos ensina que
Deus criou os homens à sua própria imagem e semelhança. Apesar de existirem algumas
indicações gerais de sua natureza, não somos capazes de determinar pelas Escrituras as
implicações exatas dessa imagem de Deus. As ciências do comportamento, por sua vez,
podem nos dar algumas informações acerca da imagem de Deus, dando-nos condições
de identificar o que faz com que o homem, seja igual em meio a tantos tipos de
criaturas.
Vale notar que, na história da interpretação bíblica, algumas disciplinas não bíblicas têm
de fato, contribuídas para o nosso conhecimento teológico – apesar, muitas vezes, da
relutância de teólogos e exegetas estudiosos da bíblia. Por exemplo, o esforço
acadêmico para determinar os dias mencionados em Gênesis 1 devem ser considerados
dias de 24 horas, períodos mais longos ou, até conceitos não temporais, não se limita á
exegese bíblica. As ciências naturais, em especial a geologia, têm contribuído para o
nosso conhecimento do que Deus fez.
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cada vez maior de que os problemas são muito mais amplos e mais ameaçadores do que
se pensava, e de que os seres humanos são o maior problema para si mesmos. Contra
esse pano de fundo, o poder e providência de Deus ganham uma nova pertinência.
Hoje, é comum falar sobre “contextualização” da mensagem. Esse termo é muitas vezes
usado no campo da missiologia. Quando há necessidade de traduzir conceitos da cultura
ocidental para as culturas do terceiro mundo. Ao que parece há três dimensões no
processo de contextualização.
A primeira pode ser chamada de comprimento. Significa buscar a mensagem nos
tempos bíblicos e trazer para o presente, reexpressando-a.
A segunda dimensão pode ser chamada largura – o cristianismo pode assumir diferentes
formas de expressão em diferentes culturas. Os missionários ocidentais devem se
certificar de que não estão simplesmente carregando a própria cultura a outras partes do
mundo.
A terceira dimensão pode ser chamada de altura. Uma mensagem pode ser expressa em
diferentes níveis de complexidade e refinamento. Talvez isso só dependa da idade dos
ouvintes. Por exemplo, não se pode comunicar da mesma forma, a mensagem cristã para
uma criança e para um professor universitário. Além disso, existe a questão dos
conhecimentos preliminares
De conceitos bíblicos e teológicos. A habilidade de expressar a verdade bíblica em
tempos e lugares diferentes para ouvintes diferentes é vital.
Depois de afirmar isso, no entanto, reconhecemos que ainda existe uma gradação entre
os pontos mais importantes. Por exemplo, a doutrina da Escritura é fundamental porque
nosso entendimento de todas as outras doutrinas deriva dela. Além disso, a doutrina de
Deus é básica porque fornece a própria estrutura dentre da qual são feitas todas as
construções teológicas.
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