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Santo André - SP
2023
DENIS VALÉRIO PINTO
Santo André - SP
2023
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INTRODUÇÃO
pecado faz com que o ser humano não perceba Deus claramente na revelação
geral. O pecado deforma o testemunho da revelação geral e traz cegueira e
escuridão ao entendimento humano. Para observar a teologia natural, é necessário
usar o que Calvino chamou de óculos da fé. Eles ajudarão os pecadores a verem
melhor as obras de Deus. Com base nos dados bíblicos, chega-se a conclusão de
que existe uma revelação geral objetiva, mas que ela não pode ser usada para
construir uma teologia natural. A responsabilidade humana em meio a revelação
geral está na fé. Implicações da revelação geral: todas as pessoas tem um
conhecimento de Deus; existe uma possibilidade de algum conhecimento da
verdade divina à parte da revelação especial; ninguém é privado de oportunidades
de conhecer a Deus; a revelação geral serve para explicar o fenômeno mundial da
religião e das religiões; e o conhecimento genuíno e a moralidade genuína em seres
humanos descrentes ou crentes não são realizações deles mesmos.
e no nosso para que possamos compreender suas verdades. Os meios pelos quais
Deus se revela são: eventos históricos, discurso divino e a encarnação. Os eventos
históricos são todos os acontecimentos destacados na Bíblia pelos quais Deus se
fez conhecer, desde grandes acontecimentos até ocorrências rotineiras. O discurso
divino é o falar propriamente dito de Deus e esse pode assumir várias formas, tais
como a fala audível, o ouvir silenciosos e os sonhos. A encarnação é o meio mais
completo da revelação especial de Deus, pois a vida e o discurso de Jesus
revelavam a Deus, quando Jesus falava, era Deus em pessoa falando. Uma vez que
a revelação inclui tanto a presença pessoal de Deus como a verdade informativa,
temos condições de identificar Deus, de conhecer alguma coisa a respeito dele e de
mostrá-lo a outras pessoas.
limita a agir diretamente para cumprir seus objetivos; Deus pode usar pessoas e
organizações que não sejam declaradamente cristãs; devemos ter apreço por todas
as coisas criadas por Deus; podemos obter algum conhecimento acerca de Deus por
meio da sua criação; e a imanência de Deus significa que há pontos em que o
evangelho pode fazer contato com o descrente. Algumas implicações da
transcendência: existe algo mais elevado que os seres humanos; Deus nunca pode
ser completamente determinado pelos conceitos humanos; nossa salvação não é
conquista nossa; sempre haverá uma diferença entre Deus e os seres humanos; a
reverência é adequada em nosso relacionamento com Deus; e buscaremos a obra
genuinamente transcendente de Deus. Alguns atributos divinos, tais como a
santidade, a eternidade e a onipotência são expressões do caráter transcendente de
Deus. Outros, com a onipresença, são expressões da imanência. Embora Deus
nunca seja totalmente compreendido por nós por estar muito além de nossas ideias
e formas, ele está sempre ao nosso alcance quando nos voltamos para ele. Para
compreendermos a relação entre Deus e a criação, precisamos compreender sua
natureza. Os atributos de Deus são as qualidades que constituem o que ele é. Deve
se pensar nos atributos de Deus como sua natureza, não como uma coleção de
partes fragmentadas nem como algo que se adiciona à sua essência. Os atributos
morais estão relacionados a ser correto e os naturais aos superlativos amorais Deus,
como conhecimento e poder. Ao invés de natural e moral, será utilizado atributos de
grandeza e atributos de bondade.
relaciona conosco por sua escolha e não por necessidade. É para nosso benefício
que ele permite que o conheçamos e o sirvamos, se não fizermos isso, o prejuízo é
nosso. Personalidade: Deus é pessoal, é um ser individual, com autoconsciência e
vontade, capaz de sentir, escolher e ter relacionamentos. Ele possui um nome e se
identifica como o “EU SOU”. Por ser uma pessoa, o relacionamento dos seres
humanos com ele tem uma dimensão de carinho e compreensão. Ele deve ser
tratado como um ser e não como um objeto ou força. Deve ser amado pelo que é e
não pelo que pode fazer. Infinitude: Deus é infinito. Não é apenas ilimitado, mas
ilimitável. Existia antes de haver espaço. Não há lugar em que não possa ser
encontrado. Tempo: o tempo não se aplica a Deus. Ele existia antes de começar o
tempo. Ele está ciente do que está acontecendo, do que aconteceu e do que irá
acontecer e ele distingue todos esses períodos. Conhecimento: seu entendimento é
imensurável. Ele nos vê e nos conhece totalmente, conhece todas as possibilidades
mesmo que pareçam ilimitadas. Deus conhece todas as coisas e sabe o que é bom.
Ele tem acesso a todas as informações. Poder: Deus é onipotente. Ele é capaz de
fazer todas as coisas que sejam dignas de seu poder. Ele criou o universo e controla
o curso da história. Tem poder para mudar a personalidade humana, levando
pecadores a salvação. Seu poder só é restrito para fazer o que é contraditório a sua
essência e as suas promessas. Deus é livre. Constância: ele é imutável. Deus não
muda quantitativamente, pois já é perfeito, e também não muda qualitativamente,
pois sua natureza não sofre modificação. Mas isso não quer dizer que ele seja
estático, mas sim estável. Ele é ativo e dinâmico, mas de uma forma que seja
estável e coerente com a sua natureza.
é atingido pelo mal que há no mundo. A perfeição de Deus é o modelo para o nosso
caráter moral e a motivação para a prática religiosa. Além de ser isento de todo o
mal, Deus também não tolera a presença do mal. Retidão: é a santidade de Deus
aplicada a seu relacionamento com os outros seres. Significa, a cima de tudo, que a
lei de Deus, sendo expressão fiel de sua natureza, é tão perfeita quanto ele. A
retidão também significa que Deus age conforme as leis que ele mesmo
estabeleceu. Justiça: é sua retidão oficial, sua exigência de que os outros agentes
morais obedeçam igualmente os mesmos padrões. Deus aplica de forma justa sua
lei sem favoritismo ou parcialidade. Integridade: está relacionada com a verdade e
se manifesta em três dimensões: genuinidade, veracidade e fidelidade. Genuinidade:
é a dimensão básica da integridade divina. O Senhor de Israel é o Deus verdadeiro.
Ele é real, não é fabricado nem construído. Veracidade: apresenta as coisas como
de fato são. Não pode mentir, pois a mentira é contra sua natureza. Fidelidade: Deus
mantém todas as suas promessas. Ele nunca precisa revisar sua palavra ou renegar
uma promessa. Amor: muitos consideram a própria natureza de Deus. Pode ser
entendido como sua doação ou seu partilhar eterno de si mesmo. A principal
demonstração do amor de Deus foi enviar seu filho para morrer por nós, que não foi
motivado por algum amor anterior por nossa parte. A amor de Deus abrange não
somente os crentes, mas toda a humanidade. Graça: Deus, ao lidar com as pessoas,
não se baseia em méritos, valor ou merecimento, mas em suas necessidades. Ele
age com bondade e generosidade. Deus nos supre de favores imerecidos e não
cobra nada de nós. Se Deus dessem a todos o que merecem, ninguém seria salvo.
Misericórdia: é a compaixão terna e amorosa pro seu povo. Se a graça vê os
homens pecadores, culpados e condenados, a misericórdia os vê miseráveis e
necessitados. Persistência: oferecer salvação e graça por longos períodos. Sua
longanimidade pode ser vista em não abandonar os seus servos que o pecaram e o
desapontaram. O ponto possível de tenção que se destaca entre os atributos de
Deus é a relação entre o amor de Deus e sua justiça. Porém, a justiça de Deus é
uma justiça de amor e o amor, um amor justo. Não pode haver uma compreensão
plena do amor, a não ser que se veja que ele inclui a justiça. Se o amor não inclui a
justiça, é mero sentimentalismo. A oferta de Jesus Cristo como expiação pelo
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pecado significa que tanto a justiça como o amor de Deus são mantidos. Deus é
justo e amoroso, ele mesmo deu o que exige.
divididas. Por Deus ser simples e não composto, cada uma das pessoas é distinta e
não podem ser somadas para formar três entidades. Há alguns elementos
essenciais sobre a doutrina da trindade: Deus é um, não vários; Pai, Filhos e Espírito
Santo são Deus, no que se refere a qualidade, todos são iguais; a triplicidade e a
unidade de Deus não dizem respeito ao mesmo pormenor; a Trinidade é eterna; a
função de um membro da Trindade pode, por vezes, subordinar-se a um ou aos dois
membros, mas isso não significa que algum deles possa ser inferior em essência; e
a Trindade é incompreensível. Várias analogias foram buscadas para entender
melhor a doutrina da Trindade, algumas explicam melhor ou trazem empecilhos para
o entendimento. Mas a doutrina da Trindade é um ingrediente crucial da fé cristã.
que Deus mesmo faz quanto à criação, preservação, direção e redenção; 8. O plano
de Deus também incluí os atos humanos; e 9. O plano de Deus em seus aspectos
específicos é imutável. Pela lógica, deve se considerar se o plano de Deus ou a
ação humana tem prioridade. Segundo os calvinistas, o plano de Deus é
logicamente anterior e as decisões humanas são consequência. Já segundo os
arminianos, a liberdade humana é mais valorizada e Deus permite e espera que os
seres humanos exerçam a vontade que receberam. Isso eles chamam de
presciência de Deus. Apesar dessas dificuldades em relacionar a soberania divina
com a liberdade humana, a Bíblia apresenta que o plano de Deus é incondicional.
Ainda é preciso discutir se Deus pode criar seres livres e ainda assim assegurar que
tudo aconteça conforme os seus planos. Deus garante que uma pessoa que poderia
agir de outro jeito age, de fato, de um jeito específico. O ser humano é livre para
escolher entre várias opções, mas sua escolha será influenciada por aquilo que ele
é, pois ele é uma consequência da decisão e da atividade de Deus. Garantir as
decisões é compatível com a liberdade humana, pois o indivíduo poderia ter tomado
outra decisão, mesmo não a tendo tomado. É necessário fazer distinção entre dois
sentidos diferentes da vontade de Deus: anseio e vontade de Deus. Anseio é a
intenção geral de Deus, os valores com que se agrada. O segundo é a intenção
específica em dada situação, o que ele decide que deve de fato acontecer. O plano
de Deus não remove a ação dos indivíduos, como no caso de alcançar os perdidos.
Deus preordenou que deve se testemunhar a todos, não sabemos quem será salvo
ou não, mas a vontade conhecida de Deus é que todos devem ouvir as boas novas
do evangelho. Há opiniões negativas e positivas sobre o caminhar da história. As
religiões ocidentais, filósofos da catástrofe e o existencialismo caminham para a
deterioração do planeta. Já o darwinismo e o comunismo apregoam um futuro
melhor. A doutrina cristã do plano divino afirma que um Deus totalmente sábio,
poderoso e bom, planejou, desde a eternidade, tudo o que deve ocorrer e que a
história está cumprindo seu propósito.
dirigir o pecado; e (4) Deus pode limitar o pecado. Aspectos mais importantes e
implicações da doutrina da atividade governamental de Deus: (1) é universal; (2) não
se estende apenas ao seu povo; (3) Deus é bom em seu governo; (4) Deus está
pessoalmente interessado nos seus; (5) atividade humana e divina são se excluem
mutuamente; (6) Deus é soberano em seu governo; e (7) deve-se ter cuidado com
relação a o que é identificado como providência de Deus. Um problema que tem
ocupado cristãos sérios quando consideram a natureza da providência é o papel da
oração. A oração não muda o que Deus se propôs a fazer, mas ela é o meio pelo
qual ele atinge seu alvo. Orar é criar no ser humano a atitude correta com relação a
vontade de Deus. Não é conseguir fazer com que Deus atenda um desejo pessoal,
mas demonstrar que o ser humano está interessado tanto quanto Deus na
concretização de sua vontade. Os milagres são obras admiráveis e incomuns de
Deus que são claramente sobrenaturais, obras que não podem ser explicadas
segundo os padrões normais da natureza. Há pelo menos três opiniões quanto à
relação entre os milagres e as leis naturais: (1) os milagres são manifestações de
leis naturais poucos conhecidas ou desconhecidas; (2) os milagres quebram as leis
da natureza; e (3) quando os milagres ocorrem, as forças naturais são contidas pela
força sobrenatural. Os propósitos dos milagres são: glorificar a Deus, estabelecer
base sobrenatural das revelações divinas e satisfazer necessidades humanas.
importante quanto o ato em si. O pecado também era retratado como uma doença
espiritual que aflige o coração. No Novo Testamento, Jesus falou que a disposição
interior é má e o pecado é muito mais um problema de pensamentos e intenções.
Em todo o ser humano existe uma forte inclinação para o mal, uma inclinação com
efeitos definidos. A depravação total pressupõe que o pecado afeta cada aspecto de
nossa pessoa, que nossos bons atos não são feitos inteiramente em razão de um
perfeito amor por Deus e que somos completamente incapazes de nos deslindar
dessa condição pecaminosa. Há algumas teorias sobre o pecado original, sobre a
influência adâmica no pecado dos homens. O pelagianismo afirmava que a alma,
criada por Deus especialmente para cada pessoa, não é maculada por nenhuma
suporta corrupção ou culpa. A influência, caso exista, do pecado de Adão sobre os
seus descendentes é apenas o de um mal exemplo. Assim, por meio das realizações
próprias, os homens poderiam evitar cair numa condição pecaminosa. O
Arminianismo diz que o homem recebeu de Adão um natureza corrompida e que
todos os seres humanos são incapazes de cumprir os mandamentos espirituais de
Deus. A graça preveniente de Cristo removeu toda a culpa do pecado de Adão de
sobre os homens. O calvinismo defende que existe uma ligação definida entre o
pecado de Adão e todas as pessoas de todos os tempos. Por meio do pecado de um
homem, todos tornaram-se pecadores. Toda a natureza humana, tanto a parte física
quanto a espiritual, foi recebida dos ancestrais por meio da descendência do
primeiro casal de seres humanos. Dessa forma, todos participaram do pecado de
Adão. Recém-nascidos e crianças não são considerados pecadores e culpados. O
ser humano se torna responsável e culpável pelo pecado de Adão quando aceita ou
aprova sua natureza corrompida.
fosse Deus. Jesus alegou: perdoar pecados, julgar a terra, redefinir o valor do
sábado, ser um com o Pai e existir antes de Abraão. Jesus se considerava igual ao
Pai e possuidor do direito de fazer coisas que apenas Deus tem o direito de fazer. O
Evangelho de João, a Carta aos Hebreus e os escritos de Paulo também
reconhecem a divindade de Jesus. O termo “Senhor” utilizado no Novo Testamento
significa a divindade aplicada a Jesus. A prova da ressurreição de Cristo, baseada
na sua historicidade, também prova a divindade de Jesus. Paralelamente a
compreensão da igreja sobre Jesus, surgiram também crenças e concepções
heréticas sobre Cristo. O Ebionismo negava a divindade de Jesus. O Arianismo
defendia que Jesus era criado por Deus. E a cristologia funcional dava ênfase
apenas nas ações de Jesus e não no que ele é. Implicações da divindade de Cristo:
1. Pode se ter um conhecimento real de Deus; 2. A redenção está à disposição de
todos; 3. Deus e a humanidade foram religados; e 4. É correto adorar a Cristo.
que trata com maior clareza o objetivo e efeito principal da morte de Cristo, pois Ele
morreu para satisfazer um princípio na própria natureza de Deus Pai.
divindade, pois o Espírito Santo é Deus nos mesmos moldes e no mesmo grau do
Pai e do Filho; e na sua personalidade, pois Ele é uma pessoa e possui todas as
qualidades inerentes a isso. Implicações da doutrina do Espírito Santo: 1. O Espírito
Santo é uma pessoa, não uma força vaga; 2. O Espírito Santo, sendo plenamente
divino, deve receber a mesma honra e respeito que é dispensada ao Pai e ao Filho;
3. O Espírito Santo é um com o Pai e o Filho; e 4. Deus não está distante pois, no
Espírito Santo, o Deus Triúno chega perto do ser humano.
Justificação é o ato de Deus declarar que, aos seus olhos, os pecadores são justos.
A justificação é uma restauração do indivíduo ao estado de justiça. Ela é uma ação
forense ou declarativa de Deus, como a de um juiz absolvendo o acusado. A
genuinidade da fé leva à justificação e evidencia-se nos resultados que dela brotam.
Se não há boas obras, não houve fé verdadeira nem justificação. A adoção é a
transferência do estado de alienação e hostilidade para um estado de aceitação e
favor de Deus. Ela ocorre ao mesmo tempo que a conversão, regeneração,
justificação e união com Cristo. Através da adoção, o ser humano é restaurado ao
relacionamento que o homem já teve com Deus mas perdeu. Os benefícios da
adoção são: perdão, reconciliação, cuidado paterno de Deus e boa vontade do Pai.
Não pode-se esquecer que a disciplina também é dos aspectos da adoção.
praticamente não haverá mal na terra. Já o amilenismo é a ideia de que não haverá
milênio. Segundo o autor, a concepção mais adequada as passagens bíblicas é a
Pré-milenista. As concepções tribulacionistas buscam responder se a igreja passará
ou não pela tribulação e são divididas principalmente em pré-tibulacionismo e pós-
tribulacionismos. O pré-tribulacionismo defende que Cristo virá no início da grande
tribulação e arrebatará sua igreja. O pós-tribulacionismo defende que a vinda de
Cristo não ocorrerá até a conclusão da grande tribulação. Há também posições
intermediárias, como a que defende que Cristo voltará no meio da grande tribulação
para buscar sua igreja. Segundo o autor, a concepção que melhor interpreta as
passagens escatológicas da Bíblia é a pós-tribulacionisma.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS