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Disciplina: Introdução à Teologia

Prof.: Pe. Junior Aquino


Aluno: Pedro Vitor de Souza Silva
Curso: Teologia

AP1: Resumo do verbete “epistemologia teológica” de Olvani F. Sánchez Hernádez

1. Introdução.
É um problema da modernidade a questão teológica que da indagação
epistemológica sobre a teologia. Isso se deve às novas configurações seculares da
filosofia, ciências e sociedade, que tornaram legítimos as indagações sobre a utilidade
da teologia. Assim, tornou-se imprescindível ao teólogo determinar e especificar o
conhecimento teológico. E de grande valia e importância a reflexão sobre a
epistemologia teológica.
2. Teologia, revelação e fé.
O estudo da teologia é concebido sob uma reflexão tríplice: sistemática, crítica
e propositiva. Sistemática porque vai além da opinião ao implementar procedimentos
acadêmicos. Crítica porque está em constante análise de seus fundamentos.
Propositiva porque recuperando o seu passado, olha para o atual buscando a melhor
forma de caminhar. Essas são notas qualificadoras da reflexão teológica.
A Teologia age a partir de uma experiência onde o próprio Deus se revela.
Essa revelação acontece na história, através dos acontecimentos e das palavras. “Sem
a palavra, o fato seria mergulhado na escuridão do sentido; sem o fato, a palavra
sucumbiria ao vazio do referente.” (p. 2)
A Revelação e a Fé estão interligados. Um é a doação de Deus e o outro é a
doação do homem. Nesse mistério da revelação-fé é que está o objeto e o modo de
proceder da epistemologia teológica.
3. O conhecimento teológico. 3.1 Historicidade.
Entre as características ou notas do conhecimento teológico, destacam-se
cinco, que foram enfatizadas dentro das teologias latino-americanas.
A primeira característica é que o conhecimento teológico se funda na história,
pois é nela que se realiza. Implicando que esse conhecimento é dinâmico, mas não
numa dinâmica de verdadeiro-falso, mas sim numa dinâmica de
suficiente-insuficiente. Entendendo assim que os conhecimentos não se cancelam,
mas que um novo conhecimento pode surgir dando base mais sólida para outro.
3.2 Eclesialidade.
A segunda característica consiste na eclesialidade, em seu caráter comunitário.
Dentro desta característica estão os lugares teológicos que são: a Sagrada Escritura
que é o lugar constitutivo; a Sagrada Tradição que é o lugar enunciativo; o Sagrado
Magistério que é o lugar regulador. Eles devem ser entendidos em constante relação.
3.3 Contextualidade.
A terceira característica é a contextualidade. Ela sempre se fez presente,
porém a novidade está no contexto da teologia latino-americana com a maior
aceitação dessa contextualidade na interpretação teológica. Faz-se necessário entender
que fatores internos e externos são determinantes nessa elaboração. Deve se levar em
conta 1) a situação sociocultural e 2)os esquemas interpretativos da realidade.
Assim sendo, a questão do caráter contextual da epistemologia teológica é
“um imperativo para todo pensamento que se pretenda realmente fundado na fé que
proclama Jesus Cristo como Deus encarnado, a realidade como um sacramento e a
história como um cenário de revelação-fé.”(p.5)
3.4 Interdisciplinaridade.
A quarta característica é a interdisciplinaridade. Consiste na integração da
teologia com as demais disciplinas, diante de um problema relevante. Sua maior
dificuldade consiste em encontrar formas que permitam ao teólogo trabalhar com
essas demais disciplinas sem perder a sua própria área do saber. A troca orgânica
parte da unidade e tem duas implicações: 1) acolher as esferas da realidade que são
dadas de forma sintética; 2) a teologia não busca ser uma estranha no meio das demais
ciências, mas sim, explicar a teologia presente na natureza, sociedade e cultura.
3.5 Primazia epistemológica da práxis.
A quinta característica está na relação entre teoria e práxis. Há entre elas uma
um profundo e intrínseco relacionamento onde uma não pode existir sem a outra. È
importante salientar a primazia da práxis dentro da epistemologia teológica. o autor
nos explica: “Este é o significado profundo do primado da práxis na teologia
latino-americana: não se despreza o valor dos textos e das doutrinas, mas se assume a
vida concreta como o solo nutrício e destino destas e daqueles” (p.7). Assim vemos
que estudar teologia vai além de interpretações, mas é atualizar as experiências que
são estudadas proporcionando a vivência no povo de Deus.
5. Balanço
Por fim, é possível entender que o teólogo tem por missão e trabalho a
integração de sua fé, dogmas e estudos junto ao conhecimento gerado na realidade
secular, para assim construir uma teologia atenta a realidade em que está inserida.

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