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Introdução à Teologia
“Se não sois teólogos, nada sois!”
I – ETIMOLOGIA DO TERMO
II – CONCEITOS DE TEOLOGIA
2. Uma exposição bíblica, ou seja, tudo aquilo que a Bíblia diz sobre Deus e suas
ações (Pais da Igreja);
3. Um estudo acadêmico da Bíblia e acerca de Deus, e de disciplinas como Teologia
Sistemática, Dogmática, Pastoral e outras (Idade Média e Moderna/Teologia como
ciência);
4. É o estudo, análise e a declaração sistemática da doutrina (Millard J. Erickson);
5. É a ciência de Deus e suas relações com o universo (Henry C. Thiessen);
6. É a explanação e explicação consciente e metodológica da Revelação divina,
recebida e aprendida na fé (Karl Rahner);
7. É a ciência da religião evangélica, como se acha ela revelada na Bíblia,
desenvolvida na História, e continuada na vida progressiva da Igreja Cristã
(Dicionário Bíblico Universal);
8. É simplesmente a Igreja buscando entender a fé que uma vez foi dada aos santos
(Jd v.3) e o fato de sua existência como Igreja de Deus.
1. Doutrinária
2. Científica (experimental)
3. Confessional
3.1. A Comunidade da fé é depositária de uma Revelação, a qual deve ser tida como
uma profissão (ou confissão) a fazer continuamente (Jd 3);
3.2. Historicamente, esta fé confessional tem-se desenvolvida através de credos ou
dogmas universais e denominacionais;
3.3. Este “confessionalismo” teológico da fé se pluraliza através de várias
confessionalidades como católica, ortodoxa, protestante, sectária e outras.
4. Pluralista
1. Fundamentos da Teologia:
1.1. A existência de Deus: é a grande razão do estudo teológico, pois sem ela não
haveria como conhecer a Deus.
2. Fontes da Teologia
V – HISTÓRIA DA TEOLOGIA
1.1. A Teologia vista como ciência histórica está situada num período de tempo
bastante remoto (ou eterno), visto que sua base de existência é o próprio Deus, que
é o seu objeto de estudo, o que a qualifica como Primeira ciência, independente de
uma sistematização humana;
1.2. Sua presença na história humana inicia-se a partir da Revelação que se deu
através de vários meios, tendo sido sistematizada ao longo da história anterior a
Cristo em contextos tanto judaicos (Esdras, Filo de Alexandria e Apócrifos) como
pagãos (Platão, Aristóteles, Varrão e outros). A sistematização da Teologia como
ciência começou primariamente no mundo greco-romano sendo, portanto, uma
ciência de origem pagã;
1.3. Neste mundo temporal, a Teologia que se caracterizava como sendo pagã, era
dividida em três classes ou gêneros:
a) Mitológica: era feita por teólogos-poetas, como Hesíodo, Homero, Orfeu etc., na
qual explicavam o mundo como atividade dos deuses, fornecendo material
abundante para os prosadores das praças e montadores de peças de teatro
(teogonias);
b) Física: era manuseada pelos filósofos e era oposta à mítica por ter um caráter
meteorológico ao tratar de forma mais científica os corpos celestes, visto que os
deuses já não são os do Olimpo, e sim, o próprio cosmo. Nela se destaca o grande
Aristóteles que via a Teologia como parte da metafísica (após a física) que trata da
causa primeira ou da Divindade, pois dividia a ciência em três partes, em física,
matemática e teologia, dando a esta última um novo campo de aplicação,
identificando-a com a filosofia primeira, pois ele a conceituava como a consideração
das causas supremas do mundo astral divino e visível;
c) Civil: esta era desenvolvida religiosamente pelo povo através de homenagens
com cantos de louvor em honra ao deus da cidade, aos deuses da nação, prestando-
lhes também reverência e recusando desacata-los quanto aos seus desígnios. Fazer
Teologia, portanto, significava atribuir qualidades divinas aos imperadores e
reconhecê-los como deuses, o que para judeus e cristãos em contrapartida,
significava não fazer teologia.
1.4. Não devemos deixar de falar que paralelo ao mundo pagão, o mundo judaico já
de muito tempo atrás tinha sua própria teologia definida (expressa no cânon
judaico), e em tempos greco-romanos, em razão da cultura grega (língua, filosofia
etc.) ter sido incrementada em várias nações, passava por uma progressão de novas
idéias muitas das quais motivadas pela influência da filosofia grega platônica como
bem se nota nas conclusões teológico-filosóficas feitas pelo judeu Filo de Alexandria;
1.5. Muitas idéias favoráveis à sistematização da Teologia são também oriundas do
período interbíblico que antecede a Era Cristã, difundidas profusamente pelos
conhecidos livros apócrifos e pseudepígrafos nos quais há muitos elementos que
motivaram a formação da Teologia desenvolvida no NT (Epístola de Judas). Isto nos
mostra que entre o AT e o NT, não há um vácuo teológico, e sim, um expressivo
vínculo de pensamentos e posicionamentos teológicos que influenciam até hoje a
Teologia cristã.
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a) No período da Idade Média que seguiu a era patrística, ocorreram fatos que
vieram caracterizar o progresso da reflexão teológica de modo bastante distorcido,
ou seja, sua progressão histórica sofreu uma descontinuidade intelectual (queda do
império romano/instabilidade política/avanço do Islamismo), tendo poucos e isolados
teólogos que pouco fizeram avançar o estudo teológico, o qual em contra partida
séculos mais tarde, veio passar por um despertamento religioso - teológico que
despontou a partir do séc. XIII através de vários fatores como:
• O Escolasticismo
• O Monasticismo
• O Humanismo
• O surgimento das universidades
• E a expressão intelectual de alguns teólogos-filósofos (escolásticos) que se
tornaram os principais agentes da educação na época, fazendo da Teologia, a
rainha de todas as ciências, a qual era muito relacionada às filosofias platônica
e aristotélica em suas reflexões feitas por teólogos como Abelardo, Anselmo
(argumento ontológico), Alberto Magno, Pedro Lombardo, Tomás de Aquino e
outros que chegaram a produzir várias obras (e.g., Summa Teológica,
Sentenças etc.) e definir muitas doutrinas, sendo muitas delas tipicamente
católicas romanas (veneração de Maria, purgatório etc.).
c) Um dos grandes vultos do final deste período foi Erasmo de Roterdã (1469-1536)
que impactou profundamente a Teologia com seus escritos, principalmente através
do seu texto crítico do NT grego (Textus Receptus ou Texto Recebido);
VI – DIVISÕES DA TEOLOGIA
1. Teologias Tradicionais
1.4. Teologia Dogmática: tem haver com dogmas, que são verdades tidas como
indiscutíveis por algum círculo religioso. É a análise e sistematização das crenças
fundamentais expressas nos credos da Igreja. É tradicionalmente identificada com a
Teologia Sistemática;
2.2. Teologia do Novo Testamento: assim como no AT, esta busca descobrir e
conhecer os ensinos que lhes são inerentes (teologia joanina, paulina, petrina etc.);
2.3. Teologia do Pacto ou das Alianças: é aquele estudo que se concentra num
grande pacto entre Deus e os homens, ou seja, o pacto da graça. Este estudo
considera todas as ações de Deus para com a humanidade ora desenvolvidas por
vários pactos ou alianças, tendo cada um seus aspectos próprios e relacionáveis uns
com os outros;
2.4. Teologia Dispensacional: é aquela teologia que extrai seu conteúdo a partir
da visão que se tem do mundo e da história da humanidade como esferas da
realização dos propósitos e vontade divinos através de diversos períodos conhecidos
como dispensações.
3.1. Teologia Joanina: ensinos expostos pelo apóstolo João nos livros de sua
autoria (Evangelho de João; 1ª, 2ª e 3ª epístolas; Apocalipse);
3.3. Teologia Petrina: ensinos do apóstolo Pedro centrados nas suas duas
epístolas nas quais se destacam idéias relacionadas à santidade de vida do cristão e
sua esperança escatológica;
3.7. Teologia Calvinista: expressão referente aos ensinos sistematizados por João
Calvino e outros que os adotam com certas diferenças (e.g., calvinismo moderado x
calvinismo extremado). Enfatiza assuntos como a soberania de Deus, predestinação
e outros mais, particularmente voltados para a salvação. É reconhecida como
teologia reformada;
3.8. Teologia Arminiana: sistema doutrinário desenvolvido por James Armínio que
contraria a posição calvinista, ou seja, o homem é salvo mediante o conhecimento
prévio que Deus tem de que aquele irá crer, regenerados podem perder a salvação
etc.;
próprios que incorporam os resultados mais propícios que decorrem das outras
teologias citadas acima.
NOTA: Para uma boa escuta, experiência e aplicação da fé, observe o “decálogo
hermenêutico” proposto pelo teólogo católico Clodovis Boff, no seu livro “Teoria do
Método Teológico/Vozes”:
(OBS: Nesta nota alguns grifos nossos foram feitos para medidas de uma melhor
compreensão e de adaptação dos postulados à teologia protestante).
como professor que usa uma “linguagem infantil” para falar com seus alunos, ou
como pai que cuida de seus filhos e que se adapta a seu modo de ser”.
Estudar e fazer Teologia exige o uso de uma metodologia de trabalho científico que
venha favorecer com precisão e flexibilidade, a produção do discurso teológico da fé.
Baseado nisto, vejamos algumas propostas de estudo:
a) Escolher o assunto;
b) Delimitar o assunto a ser investigado ou não:
c) Coletar o material de apoio à pesquisa (livros, pesquisa de campo etc.);
d) Fazer leitura geral acompanhada de esquemas e resumos;
e) Organizar o conteúdo investigado e coletado dentro de suas divisões principais
(introdução, desenvolvimento e conclusão);
f) Desenvolver as idéias pesquisadas e elaboradas numa primeira redação, para
progressivamente, torná-las mais sólidas numa redação definitiva e final;
g) Elaborar conteúdos complementares para fins de uma melhor conclusão científica
(anexos, apêndices, notas e referências bibliográficas, índices etc.).
1. Na Escola Pública
Para atuar nas escolas sejam elas públicas ou privadas, é necessário que o
profissional em Teologia preencha os critérios referentes à sua ação educacional à
luz da nova LDB n° 9394/96, que estabelece os seguintes termos:
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a) Quanto ao ensino superior, é preciso que o teólogo esteja qualificado para exercer
profissionalmente seu magistério, tendo no mínimo curso de especialização, e no
máximo, mestrado ou doutorado para cursos mais avançados como pós-graduação;
a) Nos seminários e institutos teológicos requer-se do professor de teologia que
venha reconhecer os seguintes aspectos:
b) Fundamentos técnicos
Bases de atuação:
Condições metodológicas:
1. “Não estou vendo hoje entre jovens evangélicos qualquer número grande de
mentes brilhantes articulando e defendendo a fé na arena da Teologia bíblica e
sistemática. (...) gostaria muito ver um Lutero, um Calvino, um Knox ou um Edwards
surgir entre vocês para fazer em prol da sua era aquilo que algumas das mentes
mais brilhantes que conheço fizeram em prol da minha”. (Dr. Harold Lindsell);
2. “É possível que a Teologia não seja a coisa mais importante nem a primeira que
deve ocupar-nos, porém ela certamente é indispensável. A Igreja não pode existir
sem interrogar-se constantemente, à luz das Escrituras, acerca da fidelidade do seu
testemunho e da coerência entre sua mensagem, sua vida e seu culto”. (José Míguez
Bonino);