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Faculdade de Teologia
Mariologia – 2014/1
Con. Dr. Manuel Quitério de Azevedo
Álisson Alves de Almeida
20/03/2014
Maria e a Liturgia
Maria ocupa lugar de destaque na liturgia, tanto a romana quanto a oriental. As origens
do culto à Maria colocam em relevância a hinografia. Este já era um costume do povo hebreu
nas suas assembleias cultuais, o que conservou também Lucas em seu evangelho, por
se ainda esta pratica no corpus paulinus, nas epístolas católicas e na revelação de João (Ap).
Uma primeira referência dos hinos compostos para celebrar Maria se faz às “Odes de
virginal de Maria e ausência de dor no parto, diferente de Eva, bem como sua participação
ativa na encarnação do Verbo. Outra referência são os “Oráculos sibilinos”, uma paráfrase
livre e suave do anúncio de Gabriel a Maria (cf. Lc 1,26-38), com grande senso de veneração
para com a mãe de Jesus que, favorecida pela graça divina, conserva sua pureza e é capaz de
Maria. Um deles é a “Homilia sobre a Páscoa” de Melitão que, segundo a tradição foi lida na
noite de 14 Nisã, quando se refletia sobre Ex 12 (instituição da páscoa judaica). Ele afirma de
Cristo que “se encarnou em uma virgem” para esclarecer o fato da encarnação sem a
intervenção viril. Este termo, no século II, toma, como especificidade, Maria, “a Virgem”,
por duas vezes na “anáfora eucarística”, mencionando o fato da encarnação de Cristo no seio
de uma virgem, tendo assim nascido do Espírito Santo e da Virgem. Este aspecto não tem
caráter apenas cultual, mas doutrinal, uma vez que Maria desempenha papel essencial na
batismo”, Hipólito também refere-se ao nascimento de Cristo pelo Espírito e pela Virgem
Maria. Aqui podemos perceber que Maria não é inserida como mera referência, mas quer
indicar que a liturgia dominical e batismal são o espaço antigo e natural para a memória da
Maria” que, no seu todo, é uma resposta às calúnias sobre a concepção virginal de Jesus.
Também o Saltério em que, a igreja pré-nicena, lia alguns trecho sálmicos atribuindo-os à
virgem”, “Tálamo nupcial”, “Arca”, “Ramo de Jessé”, dentre outras. A arqueologia é, neste
sentido, outro fator para se entender o florescimento da piedade mariana; com suas
perceber o conhecimento que os antigos tinham do papel de Maria na salvação. Enfim, a mais
antiga oração à Maria, “Sub tuum praesidium”. De grande relevância, mostra a maturidade da
Virgem Maria é dado incontestável. Contudo, não era intenção dos fiéis fazer dela uma deusa,
para eles, Maria de Nazaré, embora objeto dos favores divinos, é pura criatura, filha de
Abraão, simples mulher judia. Por isso, o culto cristão a ela é diferente do que se prestava às
deusas egípcias, porque as raízes são diferentes. É o Magnificat que nos mostra esta distinção,