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Lição 2: 

A predileção dos pais por um dos filhos


 
TEXTO ÁUREO
 
“E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto, mas
Rebeca amava a Jacó.” (Gn 25.28).
 
VERDADE PRÁTICA
 
A preferência de filhos dentro do lar gera divisão e promove o
egoísmo na formação deles.
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 
Gênesis 25.19-28.
 
19 — E estas são as gerações de Isaque, filho de Abraão: Abraão
gerou a Isaque;
20 — e era Isaque da idade de quarenta anos, quando tomou a
Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, irmã de Labão,
arameu, por sua mulher.
21 — E Isaque orou instantemente ao Senhor por sua mulher,
porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca,
sua mulher, concebeu.
22 — E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por
que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao Senhor.
23 — E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois
povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do
que o outro povo, e o maior servirá ao menor.
24 — E, cumprindo-se os seus dias para dar à luz, eis gêmeos no seu
ventre.
25 — E saiu o primeiro, ruivo e todo como uma veste cabeluda; por
isso, chamaram o seu nome Esaú.
26 — E, depois, saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar
de Esaú; por isso, se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade
de sessenta anos quando os gerou.
27 — E cresceram os meninos. E Esaú foi varão perito na caça,
varão do campo; mas Jacó era varão simples, habitando em tendas.
28 — E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto; mas
Rebeca amava a Jacó.
 
COMENTÁRIO
 
INTRODUÇÃO
 
A história de Isaque e Rebeca parece uma infeliz repetição da de
Abraão e Sara. Por algumas vezes, Abraão não soube lidar com os
sentimentos de sua esposa, cometendo erros pelos quais pagou um
alto preço. Nesta lição, estudaremos a respeito da predileção de filhos
pelo casal Isaque e Rebeca. Veremos que quando isso acontece na
família, os resultados são conflitos intermináveis que fazem do lar um
ambiente hostil para a criação de filhos. Obviamente, essa não é a
vontade de Deus para a família cristã.
 

 
Palavra-Chave:
 
PREDILEÇÃO
 

 
I. O PLANO DE DEUS PARA A FAMÍLIA E SUA
PRESCIÊNCIA
 
1. O plano divino para a família de Isaque e
Rebeca. Isaque e Rebeca faziam parte de um plano maior de Deus.
Ao conhecer Rebeca e tomá-la por esposa, Isaque não esperava o que
viria pela frente. Quando ele descobre a esterilidade de Rebeca, a
Bíblia diz que o patriarca orou ao Senhor para que a madre de sua
esposa fosse aberta (Gn 25.21). Somente 20 anos depois dessa
oração, com 60 anos de idade, Isaque recebe a notícia de que Rebeca
estava grávida (Gn 25.26; cf. 25.20). Portanto, nada pode impedir o
plano de Deus, pois quando Ele opera, seus desígnios se cumprem no
tempo certo. Assim, no tempo perfeito de Deus, Rebeca gerou dois
meninos.
2. O propósito presciente de Deus. Deus sabia
antecipadamente do futuro de Esaú e de Jacó. Ele sabia de antemão o
que haveria de acontecer com os filhos gêmeos de Isaque e Rebeca
(Gn 25.23). Isso independia das circunstâncias que envolvessem essa
história. Por isso, o Senhor atendeu à oração de Isaque e Rebeca
concebeu filhos gêmeos (Gn 25.21). Entretanto, conforme as crianças
se desenvolviam, alguns meses depois os gêmeos já lutavam entre si
no ventre da esposa de Isaque (Gn 25.22). No caso dos gêmeos, Esaú
e Jacó, Deus sabia que, criados como agentes livres, eles seriam
rivais. Aqui, estamos abordando a presciência de Deus, um atributo
divino que indica o pré-conhecimento de todas as coisas. Devemos
ressaltar que esse atributo não é causativo, isto é, ele não implica
determinismo na vida do ser humano. Contudo, o Senhor tem um
propósito para a vida de cada pessoa; muitas vezes não o
compreendemos, mas sabemos que a vontade dEle é perfeita (Rm
12.2).
 

 
SINOPSE I
Os desígnios de Deus se cumprem no tempo certo.
 
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“ENTENDA COMO SEUS FILHOS SE SENTEM
 
Para estabelecer os seus filhos numa identidade forte e positiva,
em primeiro lugar você precisa entender como eles se sentem.
Sempre que um filho diz ao seu pai: ‘Você não entende’, sinais de
alarme deveriam disparar na mente desse pai. Isso não quer dizer
que seus filhos sempre tenham razão quanto ao que sentem. No
entanto, o passo essencial para ajudar uma pessoa é lidar com as suas
percepções. A criança que diz que o seu pai não a compreende pode
estar desejando que a escutem — e ouçam. Sempre que os nossos
filhos nos dizem isso, a maioria de nós faz a coisa mais fácil — fica
zangado e se afasta. Afinal, sempre é mais fácil reagir do que
compreender. […] Tiago deu o seguinte conselho: ‘Todo o homem
seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar’ (Tg 1.19).
Acho que isso é particularmente necessário para os pais. As crianças
irão romper as suas regras e o seu coração, mas quando você se
comunicar com os sentimentos delas, estabelecerá uma conexão que
tornará a cura muito mais fácil” (YOUNG, Ed. Os 10
Mandamentos da Criação dos Filhos: O que fazer e o que não
fazer para criar ótimos filhos? Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.44).
 

 
II. O CONFLITO FAMILIAR
 
1. A esterilidade de Rebeca. Na antiguidade, uma mulher
estéril era vista como uma pessoa amaldiçoada. Por serem impedidas
de procriar, mulheres inférteis eram consideradas inferiores, a ponto
de, num casamento, os maridos terem o direito de repudiá-las. No
caso de Isaque, ao perceber que Rebeca não podia dar-lhe filhos, orou
ao Senhor para que a esterilidade de Rebeca fosse desfeita e ela
pudesse gerar. Como vimos, Deus ouviu o clamor de Isaque (Gn
25.21).
2. O conflito: “E os filhos lutavam no ventre dela” (Gn
25.22). Naquele tempo, do ponto de vista social, a geração de filhos
herdeiros era importante para as famílias (Sl 127.3-5). Por isso,
Abraão e Sara precipitaram-se na promessa de Deus com uma
substituta, a serva Agar, para gerar o filho desejado, e pagaram um
preço alto. Diferentemente de seu pai, Isaque buscou ajuda do alto
para superar o problema da esterilidade de Rebeca. Entretanto, uma
vez grávida, para a felicidade do casal, Rebeca começou a afligir-se
por causa de um movimento excessivo dentro do seu ventre. A esposa
de Isaque orou ao Senhor a respeito da questão e ouviu de Deus que
havia dois povos no seu ventre, e que o menor dominaria sobre o
maior (Gn 25.23).
3. O favoritismo do casal pelos filhos. Em termos de
personalidade e de temperamento, Esaú e Jacó cresceram como
pessoas diferentes. Em Gênesis 25.25-28, Deus revela a Rebeca as
diferenças entre os gêmeos. O “menor” (Jacó) teria uma
descendência forte e o “maior” (o mais velho e, por isso, primogênito,
Esaú) serviria ao menor. No capítulo 27, já idoso e cego, Isaque
achava que logo morreria. Por isso, preocupava-se em abençoar a
Esaú com a benção patriarcal do “direito da primogenitura”.
Alicerçado nos padrões legais do direito daquele tempo, dedicava-se a
Esaú, pois este o satisfazia com o prazer das caças que levava para o
patriarca. Entretanto, sabendo que havia um plano especial de Deus
para o filho mais novo, Rebeca favorecia Jacó. Essa predileção
praticada pelos pais de Esaú e Jacó produziria um grande conflito na
família.
 

 
SINOPSE II
A predileção dos filhos é uma das causas de conflito na família.
 
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“AMANDO UNS AOS OUTROS
 
Maridos e esposas devem se amar mutuamente. As Escrituras não
deixam nenhuma dúvida sobre isso, e os filhos sabem
instintivamente que é a verdade (Ef 5-6). Portanto, se uma família
deseja desenvolver seus laços afetivos, é essencial que os filhos
tenham a certeza do amor recíproco de seus pais. Elton Trueblood se
expressa dessa maneira: ‘É responsabilidade de todo pai fazer com
que o filho saiba que ele ama profundamente a sua mãe. Não existe
nenhuma boa razão para que todo afeto seja escondido ou praticado
em segredo. Um filho que cresce entendendo que seus pais se amam
dispõe de uma maravilhosa base de estabilidade’.
O verdadeiro amor entre os pais não pode ficar escondido. Os
filhos ouvirão o amor através das ternas palavras pronunciadas
quando eles se separam ou mesmo naquele tom de voz reprimido
usado quando alguém está zangado. Eles verão o amor em um toque
gentil, no amoroso encontro das mãos quando caminham pelo
parque ou em uma sub-reptícia troca de sorrisos.
Os filhos precisam ver que os pais sentem afeto um pelo outro. […]
Observar uma terna afeição física entre os pais irá aumentar a
segurança dos filhos e sutilmente os encorajar à prática do amor. […]
Se desejarmos construir o amor na família, a disciplina do afeto
familiar exige começar com o óbvio: o amor a Deus e o amor ao
próximo. Se isso não existir, ou estiver em falta, vai ser muito difícil
construir o amor na família” (HUGHES, Kent &
Barbara. Disciplinas da Família Cristã. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006, pp.34,35).
 

 
III. O PROBLEMA DA PREDILEÇÃO POR FILHOS
NA FAMÍLIA
 
1. Esaú, o filho predileto de Isaque. Isaque demonstrou
fraqueza ao receber o agrado de Esaú, que lhe trazia a carne de caça
do campo, ignorando, dessa forma, a profecia divina de Gênesis
25.23. Por força dos padrões sociais da época, o primogênito tinha a
primazia no futuro da família (Gn 49.3; cf. Sl 78.51). Por isso, Isaque
pensava que deveria ministrar a benção patriarcal com direito de
primogenitura a Esaú, o mais velho. Entretanto, ele não
compreendeu o propósito de Deus para seus filhos. Isaque não
percebeu que havia algo superior em relação aos dois filhos e que o
Senhor agiria para que nenhum dos dois filhos se sentissem
prejudicados.
2. Jacó, o filho predileto de Rebeca. Percebendo que a
bênção patriarcal poderia ser conferida a Esaú, o filho mais velho,
Rebeca resolveu interferir na ordem dos fatos e, sem consultar a
Deus, antecipou a bênção patriarcal para o mais novo. Embora
soubesse que a bênção pertencia a Jacó, conforme Deus havia
revelado anteriormente, Rebeca colocou-se acima do plano divino e
interferiu nos acontecimentos com uma atitude mentirosa. Sabedora
de que Esaú quebrou princípios da obediência e do respeito aos pais,
casando-se com mulher estrangeira (Gn 26.34,35), Rebeca arquitetou
um plano para que Isaque abençoasse a Jacó com a bênção da
primogenitura. Assim, deu instruções precisas a Jacó. O plano de
Rebeca consistia em preparar um cabrito assado, pegar um couro
peludo de um bode e vesti-lo em Jacó. Este deveria levar o assado ao
pai e imitar a voz de seu irmão. Toda essa trapaça revelava a fraqueza
do caráter de Rebeca.
3. O problema da predileção pelos filhos. Além do
conhecimento que os pais tinham acerca do conflito entre os dois
filhos, faltou a Isaque, como 0 líder da família, a habilidade e a
sabedoria para contornar o embate existente. Por outro lado, Rebeca
não avaliou os danos morais e espirituais nos seus filhos. O presente
relato bíblico nos ensina que é uma tragédia moral e espiritual
quando os pais preferem qualquer um dos filhos. Estes são herança
do Senhor (Sl 127.3) e Deus concedeu esse privilégio para que os pais
sejam uma bênção para a vida de seus filhos. Portanto, quando os
pais não fazem a predileção pelos filhos, eles evitam um futuro de
traumas e problemas emocionais. Nesse sentido, os pais têm
responsabilidades no desenvolvimento saudável e equilibrado do
ponto de vista físico, emocional e espiritual dos filhos (Ef 6.4).
 

 
SINOPSE III
Os pais têm responsabilidades no desenvolvimento saudável e
equilibrado dos filhos. 
 
CONCLUSÃO
 
Na Palavra de Deus, encontramos normas que servem de
convivência saudável e cristã para a vida familiar. No Novo
Testamento, o apóstolo Paulo admoesta aos pais quanto à criação dos
filhos (Ef 6.1-4). Nessa orientação, os filhos devem ser obedientes a
eles (Ef 6.1-3) e os pais não devem provocar a ira aos filhos (Ef 6.4).
Assim, quando o casal não respeita a personalidade dos infelizmente,
o resultado é o conflito filhos, tratando-os com predileção, entre os
membros da família.

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