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2 LIÇÃO 2 TRI 23 – A PREDILEÇÃO

DOS PAIS POR UM DOS FILHOS


TEXTO ÁUREO
E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto, mas Rebeca
amava a Jacó. (Gn 25.28)

VERDADE PRÁTICA
A preferência de filhos dentro do lar gera divisão e promove o egoísmo na
formação deles.

PALAVRA CHAVE: PREDILEÇÃO

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Gênesis 25.19-28

PLANO AULA

1- INTROITO
Quando desviamos das normas de convivência saudável que Deus
estabeleceu em sua Palavra, o relacionamento familiar é profundamente
prejudicado. O relato bíblico relacionado a vida familiar de Isac e Rebeca,
nos ensina que é uma tragédia moral e espiritual quando os pais preferem
qualquer um dos filhos. Estes são herança do Senhor (SL 127.3) e cabe aos
pais a responsabilidade com o desenvolvimento saudável e equilibrado do
ponto de vista físico, emocional e espiritual dos filhos (Ef 6.4). Vale
destacar que a formação do caráter dos filhos tem como referência o
relacionamento sadio entre os pais, o qual é a principal referência para os
filhos.

Objetivos da Lição:

I) Apresentar o plano de Deus para a família de Isaque e Rebeca;

II) Apontar a predileção dos filhos como uma das principais causas de
conflito familiar;

III) Explicar os malefícios da predileção na formação e desenvolvimento


físico, emocional e espiritual dos filhos.
B) Ponto a ser observado: Isaque e Rebeca foram infelizes na criação
dos filhos porque não souberam esperar o cumprimento das promessas
divinas e não atentaram para os malefícios emocionais que a predileção
pode trazer para as relações familiares. Para que os filhos cresçam de
maneira saudável é fundamental que os pais entendam que o amor de Deus
não faz acepção de pessoas (Rm 2.11). Cada ser humano tem as suas
características peculiares e é relevante no plano de Deus para alcançar as
famílias.

C) Sugestão de Método: Realize um painel com seus alunos. Convide


pastores e ministros que fazem parte do ministério da igreja para um

diálogo sobre a criação dos filhos. É importante que você, professor(a), seja
o(a) mediador(a). Peça que cada um deles expresse um conselho sobre a
predileção em relação aos filhos. Em seguida, abra espaço para os alunos
perguntarem sobre o tema. Ao final, ore ao Senhor para que haja cura das
possíveis decepções causadas em razão da predileção. Reforce que
devemos pedir a Deus sabedoria para não cometermos injustiça no
cumprimento de nossos papéis familiares.

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Depois de apontar os malefícios da predileção para a
formação do caráter dos filhos, faz a seguinte pergunta: Como a predileção
tem afetado a relação entre pais e filhos no seio familiar atual? Que
exercícios devem ser praticados para evitar esse tipo de conflito entre
irmãos?

4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
1) Para aprofundar o primeiro tópico, o texto “Entenda como seus filhos se
sentem” ressalta que ouvir os filhos é o primeiro passo para lidar com as
suas percepções e administrar conflitos entre irmãos;

2) ‘’Amando uns aos outros’’ Os Pais deve reconhece a importância do afeto


familiar. Se uma família deseja desenvolver seus laços afetivos é essencial
que os filhos tenham a certeza do amor recíproco de seus pais.

INTRODUÇÃO COMENTÁRIOS
A história de Isaque e Rebeca parece uma infeliz repetição da de Abraão e
Sara. Por algumas vezes, Abraão não soube lidar com os sentimentos de
sua esposa, cometendo erros pelos quais pagou um alto preço. Nesta lição,
estudaremos a respeito da predileção de filhos pelo casal Isaque e Rebeca.
Veremos que quando isso acontece na família, os resultados são conflitos
intermináveis que fazem do lar um ambiente hostil para a criação dos filhos.
Obviamente, essa não é a vontade de Deus para a família cristã.
COMENTÁRIOS

A história de Isaque e Rebeca parece uma repetição da história de Abraão e


Sara. Por algumas vezes, Abraão não soube administrar sua liderança sobre
os sentimentos de sua mulher Sara e acabou por cometer erros pelos quais
pagou um preço muito caro. Isaque não soube como agir no tratamento com
seus filhos gêmeos, Esaú e Jacó. Em Gênesis 25.28, o texto revela a atitude
de preferência de cada um dos cônjuges, Isaque e Rebeca.

O velho Isaque amava mais a Esaú, e Rebeca amava mais a Jacó. Esse
preferencialismo no meio da família por parte dos pais produziu um conflito
interminável, não só entre Esaú e Jacó, mas também entre os pais, Isaque e
Rebeca. Os filhos perceberam a distinção que cada um dos pais fazia em
relação a eles e, naturalmente, os dois procuravam agradar aquele que o
atendia diferentemente.

Ora, o lar existe para que o pai exerça sua liderança e autoridade sobre
todos. Quando há comunicação saudável e amorosa entre pais e filhos,
quando há respeito, afeto e amor, os filhos têm seus referenciais nos pais e
o relacionamento familiar se torna agradável e estimulante. Mas quando os
pais agem com escolha preferencial por um dos filhos, o ambiente se torna
hostil.

I – O PLANO DE DEUS PARA A FAMÍLIA E SUA


PRESCIÊNCIA

1- O Plano divino para a família de Isaque e Rebeca.


Isaque e Rebeca faziam parte de um plano maior de Deus. Ao conhecer
Rebeca e tomá-la por esposa, Isaque não esperava o que viria pela frente.
Quando ele descobre a esterilidade de Rebeca, a Bíblia diz que o patriarca
orou ao Senhor para que a madre de sua esposa fosse aberta (Gn 25.21).
Somente 20 anos depois dessa oração, com 60 anos de idade, Isaque
recebeu a notícia de que Rebeca estava grávida (Gn 25.26; cf. 25.20).
Portanto, nada pode impedir o plano de Deus, pois quando Ele opera, seus
desígnios se cumprem no tempo certo. Assim, no tempo perfeito de Deus,
Rebeca gerou dois meninos.

COMENTÁRIOS

Mais uma vez destacamos a presciência de Deus. Na história desse casal,


não há dúvidas de que os desígnios de Deus seriam realizados na vida de
Isaque e Rebeca. Eles faziam parte da promessa feita a Abraão. Os dois,
certamente, não podiam imaginar que faziam parte de um plano muito maior
para as suas vidas.
Strong, em sua Teologia Sistemática, diz que “Deus conhece perfeita e
eternamente todas as coisas que são objeto do seu conhecimento quer
reais ou possíveis, passadas, presentes ou futuras”.1 Ora, a presciência
divina não deve ser confundida com a vontade pré-determinante de Deus.
Strong diz: “Em virtude da sua sabedoria Deus escolhe os mais elevados
fins e usa os mais adequados meios para cumpri-los”.

Ao conhecer Rebeca por esposa, Isaque ficou deslumbrado pela beleza dela
e não podia imaginar o plano de Deus com essa mulher e o que viria à
frente. De repente, ambos descobrem que Rebeca era estéril.

[…] a oração de Isaque por Rebeca (25.19-21). Isaque casou-se com Rebeca
quando tinha quarenta anos de idade e orou por ela vinte anos até que ela
concebesse.

Nosso tempo está nas mãos de Deus, como diz o salmista: Nas tuas mãos,
estão os meus dias… (Sl 31.15).

2- O propósito presciente de Deus.


Deus sabia antecipadamente o futuro de Esaú e de Jacó. Ele sabia de
antemão o que haveria de acontecer com os filhos gêmeos de Isaque e
Rebeca (Gn 25.23). Isso independia das circunstâncias que envolvessem
essa história. Por isso, o Senhor atendeu a oração de Isaque e Rebeca
concebeu filhos gêmeos (Gn 25.21). Entretanto, conforme as crianças se
desenvolviam, alguns meses depois os gêmeos já lutavam entre si no ventre
da esposa de Isaque (Gn 25.22). No caso dos gêmeos, Esaú e Jacó, Deus
sabia que, criados como agentes livres, eles seriam rivais. Aqui, estamos
abordando a presciência de Deus, um atributo divino que indica o pré-
conhecimento de todas as coisas. Devemos ressaltar que esse atributo não
é causativo, isto é, ele não implica determinismo na vida do ser humano.
Contudo, o Senhor tem um propósito para a vida de cada pessoa; muitas
vezes não o compreendemos, mas sabemos que a vontade dEle é perfeita
(Rm 12.2).

COMENTÁRIOS

A presciência divina é uma qualidade da onisciência de Deus que se refere


ao fato de que o Senhor conhece de antemão tudo o que ainda está por
acontecer. Deus conhece todas as coisas, incluindo o futuro. O sábio
Salomão declarou que “os olhos do Senhor estão em toda parte” e conclui
que Ele está “observando atentamente os maus e os bons” (Pv 15.3, NVI). O
rei Davi, em Salmos 139.1,2, diz: “Senhor, tu me sondaste e me conheces.
Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu
pensamento”.

Deus sabia por antecedência o futuro de Isaque e Jacó. O plano estava feito
e estabelecido. Isso não significa determinismo, mas significa que Deus
sabia o que haveria de acontecer com os gêmeos de Isaque e Rebeca,
independentemente dos elementos circunstanciais que envolveram essa
história.

Mesmo que não compreendamos os desígnios de Deus, sabemos que a


vontade do Senhor é perfeita. Quando Rebeca percebeu que estava grávida,
houve grande alegria entre o casal.

[…] a eleição da graça (25.23). Essa trama familiar, portanto, longe de


frustrar o propósito divino, apenas a confirma. A eleição divina é
incondicional. Deus amou a Jacó e aborreceu a Esaú (Ml 1.2,3). O apóstolo
Paulo deixa isso claro:

E não ela [Sara] somente, mas também Rebeca, ao conceber de um só,


Isaque, nosso pai. E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham
praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição,
prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela:
O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó,
porém me aborreci de Esaú (Rm 9.10-13).

SINOPSE l: Os desígnios de Deus se cumprem no tempo certo.

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ

“ENTENDA COMO SEUS FILHOS SE SENTEM

Para estabelecer os seus filhos numa identidade forte e positiva, em


primeiro lugar você precisa entender como eles se sentem. Sempre que um
filho diz ao seu pai: ‘Você não entende’, sinais de alarme deveriam disparar
na mente desse pai. Isso não quer dizer que seus filhos tenham razão
quanto ao que sentem. No entanto, o passo essencial para ajudar uma
pessoa a lidar com as suas percepções. A criança que diz que o seu pai não
a compreende pode estar desejando que a escutem – e ouçam. Sempre que
os nossos filhos nos dizem isso, a maioria de nós faz a coisa mais fácil –
fica zangado se afasta. Afinal, sempre é mais fácil reagir do que
compreender.

[…] Tiago deu o seguinte conselho: ‘Todo o homem seja pronto para ouvir,
tardio para falar, tardio para se irar’ (Tg 1.19). Acho que isso é
particularmente necessário para os pais. As crianças irão romper as suas
regras e o seu coração, mas quando você se comunicar com os sentimentos
delas, estabelecerá uma conexão que tornará a cura muito mais fácil”

II – O CONFLITO FAMILIAR
1- A esterilidade de Rebeca.
Na antiguidade, uma mulher estéril era vista como uma pessoa
amaldiçoada. Por serem impedidas de procriar, mulheres inférteis eram
consideradas inferiores a ponto de, num casamento, os maridos terem o
direito de repudiá-las. No caso de Isaque, ao perceber que Rebeca não
podia dar-lhe filhos, orou ao Senhor para que a esterilidade de Rebeca fosse
desfeita e ela pudesse gerar. Como vimos, Deus ouviu o clamor de Isaque
(Gn 25.21).

COMENTÁRIOS

É interessante notar nessa história que a esterilidade de Rebeca e outros


fatos relacionados com Isaque são similares à história de Abraão e Sara, e,
não por mera coincidência, as experiências de ambas as famílias tinham um
mesmo propósito disciplinar da fé. No propósito divino estava inserido em
seu contexto o modo de Deus trabalhar com as circunstâncias.

Mas o que é esterilidade feminina, especialmente, nesse caso? É a


dificuldade de conseguir gravidez e é chamada, também, “infertilidade”. Os
médicos associam a esterilidade feminina a diversos fatores, como doenças
hormonais, anatômicas, que podem ser alterações no útero, ovários e fator
tubário. Também denominados problemas de autoimunes, genéticos e
infecciosos. No caso de Rebeca, tudo indica que ela não apresentava
problemas físicos, senão o problema da infertilidade.

Naquela época não havia os recursos médicos que a vida moderna oferece.
Portanto, o que prevalecia era a busca de solução da parte do Criador.
Isaque e Rebeca oraram a Deus e tiveram a resposta positiva conforme diz
o texto de Gênesis 25.21: “E Isaque orou instantemente ao Senhor por sua
mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca,
sua mulher, concebeu”. Entretanto, tudo quanto aconteceu com Isaque e
Rebeca objetivava ensinar-lhes a confiar em Deus e na dependência dEle.

Na antiguidade, a esterilidade de uma mulher era vista como maldição


divina. Mulheres inférteis eram consideradas inferiores como mulheres
porque não podiam procriar. Se, depois do casamento, o marido descobrisse
que a mulher com quem se casara era estéril, podia repudiá-la. Sem dúvida,
um modo injusto para com as mulheres. No caso de Isaque e Rebeca,
quando o patriarca percebeu que sua mulher não podia lhe dar filhos, orou a
Deus para que a esterilidade de Rebeca fosse desfeita e ela pudesse gerar,
e Deus ouviu a oração de Isaque. Não é o único caso da intervenção de
Deus na vida de uma mulher; há vários exemplos não só no Antigo
Testamento, mas também no Novo Testamento e nos tempos atuais.

Subtópico 2 - O conflito: “E os filhos lutavam no ventre dela” (Gn


25.22).
Naquele tempo, do ponto de vista social, a geração de filhos herdeiros era
importante para as famílias (Sl 127.3-5). Por isso, Abraão e Sara
precipitaram-se na promessa de Deus com uma substituta, a serva Agar,
para gerar o filho desejado, e pagaram um preço alto.

Diferentemente de seu pai, Isaque buscou ajuda do alto para superar o


problema da esterilidade de Rebeca. Entretanto, uma vez grávida, para a
felicidade do casal, Rebeca começou a afligir-se por causa de um
movimento excessivo dentro do seu ventre. A esposa de Isaque orou ao
Senhor a respeito da questão e ouviu de Deus que havia dois povos no seu
ventre, e que o menor dominaria sobre o maior (Gn 25.23)..

COMENTÁRIOS

“Rebeca não apenas ficou grávida, mas grávida de gêmeos. Os filhos


lutavam dentro do seu ventre, a ponto de angustiá-la e levá-la a desesperar-
se da própria vida. Nesse caudal de dor, Rebeca consulta o Senhor,
buscando discernimento por intermédio da oração.

” Deus lhe responde, dizendo que havia duas nações no seu ventre, dois
povos nascidos dela, que haveriam de se dividir. Deus disse ainda que um
povo seria mais forte que o outro e que o mais velho serviria ao mais moço.
Essa revelação expressa a soberana escolha de Deus, como esclarece o
apóstolo Paulo em Romanos 9.11,12.

O Conflito Eterno. Sempre haverá conflito. O conflito árabe-israelense tem


tido várias manifestações. Houve a luta entre Sara e Hagar, transferida para
Isaque e Ismael. Hoje temos a luta entre os israelenses e os árabes,
descendentes de Isaque e Ismael. Neste versículo o conflito dava-se no
ventre de Rebeca, entre os gêmeos, Jacó e Esaú. O propósito divino sempre
foi o de separar e desenvolver

Porém, ainda antes de nascerem, Rebeca percebeu que as duas crianças se


movimentavam de forma quase que assustadora dentro do seu ventre. Na
realidade, iniciou-se dentro de Rebeca uma luta de proeminência que ela
não sabia explicar. Literalmente, o texto diz que “os filhos lutavam dentro
dela” (Gn 25.22).

Até que os dois nasceram e a busca pela proeminência familiar continuou.


Os dois cresceram e tornaram-se homens, cada qual com o seu estilo de
vida completamente distinto um do outro.

Lutavam no hebraico: Esmagavam. A violência pré-dizia mais violência


futura.

3- O favoritismo do casal pelos filhos.


Em termos de personalidade e de temperamento, Esaú e Jacó cresceram
como pessoas diferentes. Em Gênesis 25.25-28, Deus revela a Rebeca as
diferenças entre os gêmeos. O ‘’menor’’ (Jacó) teria uma descendência forte
e o ‘’maior’’ (o mais velho e, por isso, primogênito, Esaú) servirá ao menor.
No capitulo 27, já idoso e cego, Isaque achava que logo morreria. Por isso,
preocupava-se em abençoar a Esaú com a bênção patriarcal do ‘’direito da
primogenitura’’. Alicerçado nos padrões legais do direito daquele tempo,
dedicava-se a Esaú, pois este o satisfazia com o prazer das caças que
levava para o patriarca. Entretanto, sabendo que havia um plano especial
de Deus para o filho mais novo, Rebeca favorecia Jacó. Essa predileção
praticada pelos pais de Esaú e Jacó produziria um grande conflito na
família.

COMENTÁRIOS

O princípio básico estabelecido pelo Criador da família é a união de todos


os seus membros, mesmo sendo cada um distinto em termos de
personalidade e temperamento. Esaú e Jacó cresceram como pessoas
distintas em termos de personalidade e temperamento. No texto de Gênesis
25.25-28, está relatado que Deus havia revelado a Rebeca as diferenças
entre os gêmeos. O “menor” (Jacó) teria uma descendência forte e o
“maior” (o mais velho, Esaú) haveria de servir ao menor.

[…] o erro de Isaque e Rebeca na criação de Esaú e Jacó (25.28).

Isaque e Rebeca cometeram um erro primário na educação de seus filhos,


isto é, tiveram predileção por um filho em detrimento do outro, e, assim,
jogaram um filho contra o outro. Colocaram uma cunha no relacionamento
deles e abriram uma fenda de animosidade entre os filhos, dividindo, assim,
seu próprio lar.

SINOPSE II
A predileção dos filhos é uma das causas de conflito na família.

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ


“AMANDO UNS AOS OUTROS
Maridos e esposas devem se amar mutuamente. As Escrituras não deixam
nenhuma dúvida sobre isso, e os filhos sabem instintivamente que é a
verdade (Ef 5-6). Portanto, se uma família deseja desenvolver seus laços
afetivos, é essencial que os filhos tenham a certeza do amor recíproco de
seus pais. Elton Trueblood se expressa dessa maneira: ‘É Responsabilidade
De todo pai fazer com que filho saiba que ele ama profundamente a sua
mãe.
Não existe nenhuma boa razão para que todo afeto seja escondido ou
praticado em segredo. Um filho que cresce entendendo que seus pais se
amam dispõe de uma maravilhosa base de estabilidade. O verdadeiro amor
entre os pais não pode ficar escondido. Os filhos ouvirão o amor através das
ternas palavras pronunciadas quando eles se separam ou mesmo naquele
tom de voz reprimido usado quando alguém está zangado.

Eles verão o amor em um toque gentil, no amoroso encontro das mãos


quando caminham pelo parque ou em uma sub-reptícia troca de sorrisos. Os
filhos precisam ver que os pais sentem afeto um pelo outro. […] Observar
uma terna afeição física entre os pais irá aumentar a segurança dos filhos e
sutilmente os encorajar a prática do amor.

[…] Se desejarmos construir o amor na família, a disciplina do afeto familiar


exige começar com o óbvio: o amor a Deus e o amor ao próximo. Se isso
não existir, ou estiver em falta, vai ser muito difícil construir o amor na
família”

III – O PROBLEMA DA PREDILEÇÃO POR FILHOS


NA FAMÍLIA.
1- Esaú, o filho predileto de Isaque.
Isaque demonstrou fraqueza ao receber o agrado de Esaú, que lhe trazia a
carne de caça do campo, ignorando, dessa forma, a profecia divina de
Gênesis 25.23. Por força dos padrões sociais da época, o primogênito tinha
a primazia no futuro da família (Gn 49-3; cf. Sl 78-51). Por isso, Isaque
pensava que deveria ministrar a bênção patriarcal com direito de
primogenitura a Esaú, o mais velho. Entretanto, ele não compreendeu o
propósito de Deus para seus filhos. Isaque não percebeu que havia algo
superior em relação aos dois filhos e que o Senhor agiria para que nenhum
dos dois filhos se sentissem prejudicados.

COMENTÁRIOS

Esaú, o filho primogênito, tinha a preferência do pai, Isaque Nenhuma


desculpa cabe para que um pai ou mãe escolha um dos filhos para desfrutar
de sua preferência. Quando interesses materiais ou emocionais prevalecem
acima dos princípios que devem nortear a educação dos filhos, envolvendo
amor e disciplina, produzirá, indiscutivelmente, mágoas, conflitos e divisão
dentro do lar. Isaque demonstrou sua fraqueza egoísta e carnal porque seu
primogênito, Esaú, o agradava trazendo-lhe a carne de caça do campo que
satisfazia, tão somente, pois não conseguia pensar no futuro da família.
Isaque ignorou a profecia divina de Gênesis 25.23.

STco -2 - Jacó, o filho predileto de Rebeca.


Percebendo que a bênção patriarcal poderia ser conferida a Esaú, o filho
mais velho, Rebeca resolveu interferir na ordem dos fatos e, sem consultar
a Deus, antecipou a bênção patriarcal para o mais novo. Embora soubesse
que a bênção pertencia a Jacó, conforme Deus havia revelado
anteriormente, Rebeca colocou-se acima do plano divino e interferiu nos
acontecimentos com uma atitude mentirosa. Sabedora de que Esaú quebrou
princípios da obediência e do respeito aos pais, casando-se com uma
mulher estrangeira (Gn 26.34,35), Rebeca arquitetou um plano para que
Isaque abençoasse a Jacó com a benção da primogenitura. Assim, deu
instruções precisas a Jacó. O plano de Rebeca consistia em preparar um
cabrito assado, pegar um couro peludo de um bode e vesti-lo em Jacó. Este
deveria levar o assado ao pai e imitar a voz de seu irmão. Toda essa
trapaça revelava a fraqueza do caráter de Rebeca.

COMENTÁRIOS

Jacó, o filho menor tinha a preferência da mãe, Rebeca, percebeu que a


bênção patriarcal poderia ser conferida a Esaú, o filho mais velho, o qual
não se preocupava com a liderança espiritual da família. Rebeca não foi
sábia nem temente a Deus, nesse episódio; mas foi astuta o suficiente para
interferir na ordem dos fatos e, sem consultar a Deus, preferiu antecipar a
bênção do velho pai para Jacó. Ela sabia que a bênção deveria pertencer a
Jacó, conforme Deus lhe havia revelado anteriormente. Porém, ela se
colocou acima do plano divino e interferiu no projeto de Deus com uma
atitude de engano e mentira.

Sem medir consequências, Rebeca instruiu cuidadosamente Jacó naquilo


que ele deveria fazer. Sua ideia era aquela que se dissemina hoje de que “os
fins justificam os meios”. Sabendo que Esaú havia saído para o campo para
encontrar alguma caça e prepará-la para satisfazer seu pai, Rebeca
arquitetou seu plano astucioso para enganar o velho Isaque. Rebeca…
amava a Jacó. Pois este estava sempre em casa, dando atenção às
necessidades dela, sempre presente para dar e receber afeto. Divisões
afetivas como essa sempre criam problemas nas famílias, e aquele que é
mais amado nem sempre é 0 que mais merece amor. As crianças sentem-se
preteridas quando não há demonstrações adequadas de amor por parte de
seus pais, ou quando veem que são amadas menos do que outras crianças
da mesma família. Alguma competição doméstica tem vantagens. Mas esse
tipo de competição é prejudicial.

“Temos aí uma antiga prova de apego paterno sem base a um filho, em


detrimento de outros… os interesses da família ficavam divididos, e a casa
se punha em oposição a si mesma. Os frutos desse apego tolo sem base
puderam ser vistos no futuro, no longo catálogo de males naturais e morais
entre os descendentes de ambas as famílias” (Adam Clarke, in loc.). Rebeca
tinha em mente o oráculo de Deus, que tinha dado a preferência a Jacó, e
por isto ela o preferia, no seu amor. Se é lícito que os pais façam uma
diferença entre seus filhos, por qualquer motivo, sem dúvida Rebeca estava
certa, pois ela amava aquele a quem Deus amava.

3- O problema da predileção pelos filhos.


Além do conhecimento que os pais tinham acerca do conflito entre os dois
filhos, faltou a Isaque, como o líder da família, a habilidade e a sabedoria
para contornar o embate existente. Por outro lado, Rebeca não avaliou os
danos morais e espirituais nos seus filhos. O presente relato bíblico nos
ensina que é uma tragédia moral e espiritual quando os pais preferem
qualquer um dos filhos. Estes são herança do Senhor (Sl 127.3) e Deus
concedeu esse privilégio para que os pais sejam uma bênção para a vida de
seus filhos. Portanto, quando os pais não fazem a predileção pelos filhos,
eles evitam um futuro de traumas e problemas emocionais. Nesse sentido,
os pais têm responsabilidades no desenvolvimento saudável e equilibrado
do ponto de vista físico, emocional e espiritual dos filhos (Ef 6.4).

COMENTÁRIOS

Existe uma palavra de exortação do apóstolo Paulo para os pais que diz o
seguinte: “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos” (Ef 6.4). À
primeira vista, parece que o texto nada tem a ver com a questão de
preferencialismo dentro de casa. Já dissemos que no sistema da cultura
patriarcal na antiguidade, o pai tinha autoridade absoluta sobre a família e
especialmente sobre os filhos (Êx 21.7; Dt 21.18-21). O pai era o
responsável pela educação dos filhos e pelo bem-estar deles,
especialmente com os meninos, que deviam ser educados para o futuro.

Isaque e Rebeca não souberam amar seus filhos pelo que eles eram como
indivíduos, suas personalidades e sentimentos.

[…] A cega parcialidade de Isaque por seu primogênito, sem levar em conta
as qualificações de caráter do filho para a liderança familiar, trouxe divisão
à família. Como resultado, afrontas, miséria e injustiça marcaram a relação
entre os dois irmãos e seus descendentes durante séculos.

A preferência de Isaque por Esaú parece ter se baseado, pelo menos em


parte, em sua paixão pela carne de caça. A dimensão em que o patriarca
deixou seu amor e seu senso de justiça e piedade serem controlados por
seu apetite é surpreendente e desapontadora. Além disso, sua experiência
se tornou uma advertência.

Mostrar preferência a um filho sobre o outro inevitavelmente gera ciúmes,


divisão, amargura e inimizade.

CONCLUSÃO
Na Palavra de Deus, encontramos normas que servem de convivência
saudável e cristã para a vida familiar. No Novo Testamento, o apóstolo
Paulo admoesta aos pais quanto a criação dos filhos (Ef 6.1-4). Nessa
orientação, os filhos devem ser obedientes a eles (Ef 6.1-3) e os pais não
devem provocar a ira aos filhos (Ef 6.4). Assim, quando o casal não respeita
a personalidade dos filhos, tratando-os com predileção, infelizmente, o
resultado é o conflito entre os membros da família.

REVISANDO O CONTEÚDO
P1- O que Isaque não esperava que viria pela frente?

R1- A esterilidade de Rebeca

P2- O que a presciência de Deus indica?

R2- Indica o pré-conhecimento de todas as coisas.

P3- O que a predileção praticada pelos pais de Esaú e Jacó produziu?

R3- Produziu um grande conflito familiar.

P4- O que Isaque ignorou? E que plano Rebeca arquitetou? Isaque ignorou a
profecia divina de Gênesis 25.23.

R4- Rebeca arquitetou um plano para que Isaque abençoasse a Jacó com a
benção da primogenitura ao se passar pelo irmão.

P5- Segundo a lição, o que o relato bíblico da família de Isaque e Rebeca


nos ensina?

R5- O presente relato bíblico nos ensina que é uma tragédia moral e
espiritual quando os pais preferem qualquer um dos filhos.

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