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Anne Gracie
Chance Sisters 3
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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Prologo
A felicidade no casamento é inteiramente uma questão de sorte.
JANE AUSTEN, PRIDE AND PREJUDICE
London, 1805
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
já tivesse visto qualquer tipo de joia, exceto a aliança de ouro da mamãe, mas todo
mundo sabia que uma princesa usava diamantes.
— Sim, pequena tirana, e todo mundo se virou para olhar para mim em meu
lindo vestido rosa brilhante. — Mamãe riu, mas a risada se transformou em um
ataque de tosse que terminou com ela deitada na cama, o lenço pressionado contra
a boca, exausta.
Abby foi buscar um pouco de água e um lenço limpo para mamãe,
colocando-o nas mãos de mamãe para que papai não notasse o sangue no
lenço. Abby estava sempre lavando secretamente o sangue dos lenços de mamãe.
Depois de um tempo, Jane perguntou: — Mamãe, por que você não é uma
princesa agora?
— Oh, ainda sou uma princesa, minha querida. — Mama abriu os olhos e
olhou por cima da cabeça de Jane para papai, que estava parado atrás dela,
silencioso e sério. — Naquela noite eu conheci e me apaixonei pelo seu papai. Ele
é meu príncipe e sempre será. — E ela sorriu para papai.
E Jane pôde ver por si mesma que mamãe realmente tinha sido uma
princesa, porque o sorriso a tornava linda de novo, tão linda, como se alguém
tivesse acendido uma vela dentro dela.
— Você sempre será minha princesa, — papai disse com a voz embargada,
alisando o cabelo de mamãe e beijando-a na testa.
Jane amava muito papai, mas sabia que ele não era um príncipe. Um
príncipe vivia em um castelo, não um quartinho pequeno em um prédio velho e
fedorento.
Mamãe deveria ter se casado com outra pessoa, um homem rico que morava
em um castelo. Papai também deveria se casar com outra senhora, mas então eles
se conheceram e se apaixonaram. E porque se apaixonaram, eles tiveram que fugir
e se casar, porque seus pais queriam que eles se casassem com outras pessoas. As
outras pessoas ricas.
Foi por isso que Jane e Abby nunca conheceram seus avós, embora Abby
tivesse quase doze anos e Jane quase seis. Porque eles ainda estavam com
raiva. Papai e mamãe foram expulsos, isolados sem um centavo. É por isso que
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eles não tinham dinheiro. Papai fez o melhor que pôde, mas nunca foi o
suficiente...
Se mamãe fosse uma princesa agora, ela não seria uma sombra tênue de si
mesma, desbotada, triste e doente. E papai não ficaria tão tenso, zangado e
triste. Jane e Abby também seriam princesas, e todas viveriam em um castelo, não
em um quartinho escuro e frio, onde ratos se agarravam atrás das paredes. E
nenhum deles jamais sentiria frio, fome ou medo.
— Vou ser princesa também, quando crescer, — declarou Jane. — E terei
um vestido rosa brilhante e usarei diamantes e...
— Janey querida, é só faz de conta, — Abby começou.
— Não vou!
— Ah, querida, não importa o que você vista, você sempre será a princesinha
do papai, — papai disse, pegando Jane e girando-a ao redor. E todos riram.
Mas Jane não tinha dúvidas disso. Girando alto nos braços de papai, ela
olhou para o quartinho sujo que girava ao seu redor, mamãe deitada fraca e magra
em sua cama, e Abby agachada ao lado dela com um pano limpo. Nem sempre seria
assim. Todo mundo dizia que Jane era a imagem de sua mãe, e isso significava que
ela também poderia ser uma princesa. Ela apenas tinha que encontrar um príncipe
com um castelo.
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Capítulo Um
Mas certamente não há tantos homens de grande fortuna no mundo quanto há
mulheres bonitas que as merecem.
JANE AUSTEN, MANSFIELD PARK
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— Nós temos sorte, — Abby disse, ficando um pouco sóbria. — Todas nós. Se
não fosse por Lady Beatrice...
— Eu sei. Mas ela insiste que a salvamos, o que também é verdade, de certa
forma. E, de verdade, Abby, ela está gostando disso tanto quanto qualquer uma de
nós. Ela não poderia estar mais feliz se fôssemos suas verdadeiras sobrinhas.
Abby riu. — Ainda bem que me casei com o sobrinho dela, o que torna isso
quase verdade.
— Bobagem! Seu casamento com Max não tem nada a ver com isso. Se eu
quiser sobrinhas, corro bem com elas! — Jane declarou em uma excelente imitação
de Lady Beatrice, e as duas riram.
Abby deu o braço a Jane novamente e elas voltaram a andar. — Oh, Jane,
estou tão feliz. Mais feliz do que jamais sonhei ser possível. Você não tem ideia. O
casamento é.…— Ela deu um suspiro alegre e depois corou. — Mas você descobrirá
em breve. Você vai conhecer um jovem bonito, talvez até na próxima semana no
baile, e você vai se apaixonar loucamente...
— Você acha que Damaris e Freddy já chegaram na cidade?
Abby deu a ela um olhar penetrante, mas aceitou a mudança de assunto. —
A última carta de Damaris dizia que eles esperavam chegar a London hoje ou
amanhã, então podem ter chegado, sim.
— Oh, bom. Mal posso esperar para vê-la. Suas cartas de Veneza continham
alguns belos esboços, parecia um lugar mágico. Eu me pergunto se algum dia vou
conseguir ver isso.
— Jane...
Mas Jane não queria falar sobre se apaixonar, que era tudo o que Abby falava
ultimamente. — Cuidado, — ela disse, puxando Abby de volta quando uma
carruagem passou zunindo por elas. — Você não está no interior agora, Abby,
temos tráfego em London, lembre-se. — Elas atravessaram a rua e subiram os
degraus da frente da casa de Lady Beatrice, onde Jane e Daisy ainda moravam.
Max, em seu casamento com Abby, alugou uma casa na cidade na
esquina. Ele se ofereceu para abrigar Daisy e Jane lá também, mas Lady Beatrice
se opôs veementemente. — Roubando minhas meninas? Perder Abby e Damaris
para você e Freddy já é ruim o suficiente. O que há de errado com os recém-casados
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É um par de óculos com um longo cabo fino lateral usado para posicioná-lo à frente dos olhos, em
vez de se ajustar às orelhas ou nariz. Era geralmente usado como uma joia, ao invés de melhorar a
visão, por senhoras elegantes que os preferiam aos óculos
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Lady Beatrice assentiu. — E algo mais forte para mim. — Featherby fez uma
reverência e se retirou. Lady Beatrice tirou seu óculo e olhou para Jane através
dele. — Bem, agora você está cheia de surpresas, senhorita.
O queixo de Jane caiu. — Eu estou?
Lady Beatrice franziu a testa. — Você não esperava isso?
— Não tenho certeza do que é 'isso’. — Ela olhou para Daisy. — Daisy disse
que Lorde Cambury estava fazendo uma oferta. De casamento. Para mim.
Lady Beatrice assentiu. — Nada de errado com as orelhas na porta. Não que
alguma de vocês deva estar ouvindo às portas.
Daisy deu um sorriso impenitente. — Melhor maneira de ficar por dentro de
todas as novidades.
— Sirigaita. — A velha senhora balançou a cabeça, enviando seus cachos
ruivos vívidos. — Mas você está certa. — Ela se virou para Jane. — Lorde Cambury
fez uma oferta formal pela sua mão.
Então era verdade. Jane olhou para ela, atordoada. — Mas... ele mal me
conhece. — Tentou se lembrar dos tempos em que falara com Lorde Cambury e só
conseguia recordar as trocas mais comuns, um comentário sobre o tempo em uma
ocasião e sua preferência por bolos de creme em outra.
— E pelo que parece, você também não o conhece, — Abby apontou.
— No entanto, é uma oferta excelente, — Lady Beatrice disse. — Ele é rico,
tão rico quanto a Bola de Ouro, dizem, só que sem a vulgaridade. Lorde Cambury
se orgulha de seu excelente gosto.
William, seu lacaio, trouxe a bandeja de chá com um grande bule de chá e
um prato de bolos e outras iguarias. Featherby o seguiu, trazendo a garrafa de
conhaque. Sob a supervisão de Lady Beatrice, ele serviu chá para ela, mais
conhaque do que chá.
Abby serviu para o resto delas, apenas chá com um pouco de leite. Por alguns
instantes, o silêncio foi quebrado apenas pelo barulho de xícaras e colheres.
— O que você disse para ele? — Jane deixou escapar assim que William e
Featherby partiram.
— Que era sua decisão, é claro.
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uma mulher de sua cor alta, e poderia tirar as pernas de um pote de ferro. Possui
um rebanho de cachorrinhos barulhentos.
— Oh, sim, eu sei de quem você está falando, — Jane disse. Ela tinha visto
e até acariciado os cães no parque.
Lady Beatrice continuou: — De acordo com Dora, seu amado Edwin,
Cambury, é um modelo perfeito, um sobrinho zeloso, seus pais morreram há
alguns anos, visita Dora com frequência, o suficiente para mantê-la feliz, mas não
parece estar ligado a ela com fitas de avental. Ocasionalmente, até passeia com
aqueles cachorrinhos malditos para ela. Ela balançou a cabeça. — Quanto ao que
faz consigo mesmo, pelo que disse, sua paixão na vida parece ser colecionar coisas
bonitas. Ele me disse que se considera 'um conhecedor da beleza'.
Ela bufou. — Na verdade, é mais ou menos como ele se referiu a você, Jane,
disse que deseja adquirir uma bela esposa para completar sua casa cheia de belos
objetos. Casas, — ela se corrigiu. — Ele tem três que eu conheço. Uma em London,
outra em sua casa de campo, Cambury Castle...
— Um castelo? — Jane repetiu.
— Sim, uma propriedade magnífica, e um lugar em Brighton, ele é um
membro do grupo do Príncipe Regente.
— Porrete! Eu não me importo de quem ele faz parte ou quantas casas ele
possui, ou o quanto sua tia o idolatra, — Abby disse calorosamente. — Jane merece
coisa melhor do que um homem que nem se preocupa em conhecê-la antes de
oferecer sua mão, um homem que quer adicioná-la à sua coleção de coisas lindas,
nunca ouvi falar de nada tão ultrajante, e eu espero que você tenha dito isso a ele,
Lady Beatrice.
A velha fez um gesto vago. — Não cabe a mim dizer com quem Jane vai ou
não vai se casar. Ela deve decidir por si mesma. Cambury volta amanhã às três
para falar com ela.
— Bom. Jane pode dizer a ele ela mesma, então. — Abby se virou para Jane.
— E espero que você o mande embora com uma pulga na orelha. A arrogância do
homem!
Jane não respondeu. Ela não conseguia pensar direito. Ela esperava, bem,
esperava, uma oferta de casamento de algum cavalheiro elegível, mas não antes
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mesmo de a temporada começar. E certamente não de alguém com quem ela mal
trocou uma palavra. Ou qualquer um... rico. Com um castelo.
— Jane? — Abby disse, franzindo a testa. — Você vai mandá-lo embora, não
é?
Mesmo assim, Jane não disse nada. Ela não tinha ideia do que faria. Ela
podia sentir os olhos de todas sobre ela.
— É o que você sempre disse que queria, não é, minha querida? — Lady
Beatrice perguntou depois de um momento. — Fazer um bom casamento com
um homem rico?
— Oh, mas isso foi antes, — Abby disse. — Naquela época, quando éramos
destituídas e terrivelmente desesperadas. Eu diria que qualquer uma de nós teria
concordado em se casar com um estranho na época, apenas para ter um teto sobre
nossas cabeças e saber de onde viria nossa próxima refeição.
— E por segurança, — Jane acrescentou.
— Exatamente. Mas agora estamos em uma situação completamente
diferente. Não precisamos de nada. E Damaris e eu somos casados e muito, muito
felizes, mais do que qualquer uma de nós ousamos sonhar. — Havia um tom
de gato em sua voz quando ela disse isso.
Jane não tinha dúvidas sobre a felicidade de suas irmãs. Abby brilhava de
amor e alegria, assim como Damaris quando ela saiu com Freddy depois do Natal
em sua viagem de lua de mel para Veneza.
Abby continuou: — Portanto, não há necessidade de ninguém fazer um
casamento de conveniência agora. Está tudo preparado para que Jane a faça
aparecer e, nos próximos meses, ela conhecerá dezenas de jovens bonitos e
elegíveis, e eu sei que ela vai se apaixonar por um deles e ser mais feliz do que ela
sempre sonhou.
Jane sorriu. Ela sabia o que sua irmã queria para ela. Abby queria que Jane
tivesse o que Abby tinha, tudo que seu coração desejava. Mas Jane era diferente
de Abby.
— Ele é um homem bom, você acha? — Jane perguntou a Lady Beatrice.
Parecia que sim, visto que levava os cachorros de sua tia para ela. Gostar de cães
era promissor.
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— Jane, você não pode estar levando esta oferta a sério, — Abby explodiu.
— Por que não? Foi feito a sério, não foi?
— Mas...— Abby começou.
— Agora, Abby, — Lady Beatrice disse em advertência.
— Mas ela está pensando em aceitá-lo, você não vê? — Abby se voltou para
sua irmã. — E quanto ao amor, Jane? Você não pode se casar sem amor. Você
simplesmente não pode. Você não pode imaginar como é maravilhoso, Jane, estar
apaixonada e saber que também é amada.
Jane engoliu em seco e desviou o olhar.
Abby deu a ela um olhar estreito, então seu tom mudou. — Olha, você não
precisa decidir agora, há muito tempo para encontrar o homem certo, para se
apaixonar. Você terá dezenas de ofertas elegíveis, apenas espere e veja. Não é
verdade, Lady Beatrice? Assim que a temporada começar, ela estará afundada em
pretendentes, todos clamando por sua atenção.
Jane não disse nada. Ela não queria estar afundada em pretendentes. A
própria ideia a deixava desconfortável. Os homens sempre pareciam querer algo
dela, ela nunca tinha entendido bem o quê. Eles pareciam imaginar que ela era
alguém diferente, alguém que combinava com seu rosto.
Ela não queria dezenas de homens clamando por sua atenção, ela só queria
estar... segura. E confortável.
Ela estava tão ansiosa por sua temporada, usando vestidos bonitos e indo a
bailes, festas e shows, depois de doze anos na Casa Pillbury, vestindo roupas
usadas e de segunda mão das garotas mais velhas, que garota não quereria? Ela
estava ansiosa para dançar com uma sucessão de jovens bonitos também. Ela não
tinha pensado muito além disso.
Oh, ela sabia que o casamento era o objetivo de tudo, e ela queria se casar,
é claro que queria, você tinha que ser casada para ter filhos, e Jane queria filhos
mais do que qualquer coisa.
Mas tudo tinha estado um pouco vago em sua mente. Ela vagamente
imaginou que encontraria um bom cavalheiro elegível e iria propor, e ela aceitaria
e então, no final da temporada, ela se casaria.
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E então sua vida, sua vida real, estragaria. Ela teria um marido e uma casa
e em breve, ela esperava, seria abençoada com seu próprio bebê. Era tudo o que
ela sempre quis, uma casa própria e filhos. E, claro, um marido tornava tudo isso
possível.
Mas dezenas de pretendentes... olhando... um clamor...
— Jane...— Abby começou novamente, mas Lady Beatrice ergueu uma mão
magistral.
— Calma, Abby! Eu sei que você quer o melhor para sua irmã, todas nós
queremos, mas a decisão é de Jane e ela precisa de tempo agora, para pensar sobre
isso. Em paz.
Abby deu um sorriso triste. — Claro. Desculpe-me amor. — Ela se levantou
e deu um abraço em Jane. — Eu não queria dizer a você o que fazer. É um péssimo
hábito da irmã mais velha, às vezes esqueço que você tem dezoito anos e está
crescida agora. Você fará a coisa certa, eu sei que vai.
Jane a abraçou de volta, grata por não ter que se explicar enquanto seus
pensamentos ainda estavam turbulentos.
— É melhor eu ir, — Abby disse. — Eu disse que encontraria Max às quatro,
e já estou atrasada. — Ela beijou Jane. — Não faça nada precipitado, irmãzinha.
— Eu não vou.
Daisy também se levantou. — Tenho trabalho a fazer, então eu vou também.
Vejo você lá em cima, Jane?
Jane concordou. — Em alguns minutos. — Ela queria falar com Lady
Beatrice sozinha.
Abby despediu-se com uma rodada de abraços e Daisy subiu correndo. Jane
sentou-se novamente, de frente para Lady Beatrice. Houve um breve silêncio
enquanto organizava seus pensamentos caóticos. Lady Beatrice deu um gole em
seu ‘chá’ e mordiscou um bolo amendoado.
— Eu nunca recebi uma proposta de casamento antes, — Jane disse
finalmente. — É um pouco assustador. Então, tenho até amanhã para me decidir?
— De modo nenhum. Ele pode pressioná-la por uma resposta, mas se ele o
fizer e você ficar desconfortável, encaminhe-o para mim. Não tenho intenção de
deixar ninguém apressar você em uma decisão. O casamento é um assunto sério,
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minha querida, e essa decisão afetará toda a sua vida. Portanto, demore o tempo
que precisar.
— Mas se ele voltar amanhã...
— Você pode dizer a ele que precisa de mais tempo para pensar sobre isso.
Faz bem aos homens ficarem esperando, com que frequência tenho que dizer isso
a você? Os homens querem o que não podem ter. Eles são caçadores por natureza,
e quanto mais difícil é a coisa de pegar, mais eles valorizam. Mantê-los esperando
e adivinhando faz parte do jogo.
Jane deu a ela um olhar preocupado. — Não é um jogo para mim.
Lady Beatrice estendeu o braço e deu um tapinha na mão de Jane. — Eu sei
que não é, minha querida. É tudo muito sério, não é? E você está certa em tomar
seu tempo e pensar nisso com muito cuidado. E mesmo se você decidir recusar
Cambury, não prejudicará sua reputação quando for divulgado que você foi
proposta.
— Oh, mas eu nunca contaria a ninguém...
— Besteira, quem está falando sobre contar? — A velha deu de ombros
levemente. — Mas muitas vezes essas coisas acontecem de vazar, não consigo
imaginar como, mas garanto a você, não vai prejudicar suas chances de saber que
Cambury fez uma oferta por você antes mesmo de a temporada começar. — Lady
Beatrice sorriu. — Cada senhorita elegível, e sua mãe, estará pronta para arrancar
seus olhos. Perdi a conta do número de belezas deslumbrantes que colocaram seus
chapéus em Cambury, e falhei. Então, quer você o aceite ou não, de qualquer
forma, é um triunfo!
Ela riu alegremente, então viu o olhar preocupado de Jane e assumiu uma
expressão solene. — Mas aí, eu não quero colocar nenhuma pressão sobre você,
minha querida. Depende inteiramente de você. Se você não o quiser, diga a ele, e
se não tiver certeza, simplesmente diga a ele que precisa de mais tempo.
— Mas se eu o fizer esperar, ele pode mudar de ideia.
A velha olhou para ela astutamente. — Ele pode. Isso te incomodaria?
Jane mordeu o lábio. Esse era o problema, ela não sabia.
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Capítulo Dois
Eu estabeleço como regra geral, Harriet, que se uma mulher dúvida se ela deve
aceitar um homem ou não, ela certamente deve recusá-lo.
JANE AUSTEN, EMMA
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durante uma temporada inteira. Claro, Jane e Polly fizeram todas as costuras e
bainhas e Ginny, que era hábil em bordados finos, fez alguns dos trabalhos
extravagantes enquanto Daisy desenhava, cortava, ajustava e fez o resto do
trabalho extravagante. E Abby ajudava quando pôde.
Ainda assim, foi um exagero.
Todas elas subestimaram a quantidade de trabalho que seria. E o espaço que
isso ocuparia.
É por isso que as duas meninas estavam compartilhando um quarto, o
quarto de Daisy estava tão tomado por roupas em vários estágios de fabricação,
um manequim com um vestido meio feito preso no lugar, rolos de tecido, padrões,
alfinetes, resmas de tranças, contas, rendas, franjas e outros enfeites. — Minha
caverna de beleza, — Daisy a chamou, mas sua cama estava tão enterrada sob os
materiais de costura que ela finalmente mudou a cama e seus pertences para o
quarto de Jane.
Era mais aconchegante assim, pensou Jane. Durante a maior parte de sua
vida, ela compartilhou um dormitório com outras garotas e, embora tivesse gostado
do luxo de ter seu próprio quarto quando elas vieram morar com Lady Beatrice, ela
tinha que admitir que gostava de compartilhar com Daisy e conversar sobre os
eventos do dia enquanto adormeciam. Sem falar na comodidade de ter alguém para
te ajudar a se vestir e despir sem ter que chamar uma empregada.
— Mas chega de falar de mim, — disse Daisy. — Você já decidiu o que vai
fazer a respeito de Lorde Combitup?
Jane puxou o vestido pela cabeça. — Não, ainda não decidi.
Daisy franziu a testa. — Você não vai se casar com ele, certo? Você nem
mesmo o conhece.
Jane suspirou. — Provavelmente não. — Ela não o estava dispensando
imediatamente. Um homem rico, de boa família, sem nada conhecido em seu
detrimento, um sobrinho zeloso e bondoso com os animais. Não havia nada de
alarmante nisso.
E ele possuía um castelo. Oh, ela superou aquela fantasia de infância, mas
ainda assim... se ela dissesse sim para ele amanhã...
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— O prédio ia ser demolido, eles teriam morrido. E nós nos livramos do...
— E nós duas sabemos o que você faz com alguns centavos...
— Isso é dif...
— Encare isso, você é tão compassiva quanto elas, garota Janey. E sabendo,
você vai encontrar o cara mais impossível, impróprios e se apaixonará por ele como
uma tonelada de tijolos.
— Eu não vou. Absolutamente não farei nada tão tolo! — Ela se sentiu
estranhamente em pânico com o pensamento.
— Puxa, você não terá escolha nisso, assim como Abby e Damaris não
tiveram. E se alguém é feito para amar, é você. Você pode dizer o que quiser, Janey,
o amor vai te encontrar de qualquer maneira. Agora vá dormir. Temos muito
trabalho pela manhã. Sua vez de apagar a vela.
Jane saiu da cama e apagou. Ela voltou para a cama. Você encontrará o cara
mais impossível e improprio e se apaixonará por ele como uma tonelada de tijolos.
Ela não iria. Ela absolutamente não faria.
* * *
— Jane! Jane, acorde! — Uma mão estava sacudindo seu ombro com força.
— O qu... — Jane sentou-se abruptamente, olhando ao redor loucamente.
Seu coração batia forte.
— Você estava sonhando de novo. — Daisy estava sentada na cama de
Jane. — Mais um pesadelo.
Jane piscou e seus pensamentos confusos lentamente entraram em foco. Ela
olhou para a janela. As cortinas se mexeram um pouco, deixando entrar alguns
raios de luz cinza antes do amanhecer.
— Você está bem agora? — Daisy perguntou.
Jane concordou. — Obrigada, Daisy. — Foi o mesmo sonho de sempre.
Daisy não se mexeu. — Você tem sonhado muito ultimamente. Chorando e
gritando.
— Desculpa. Eu não quero te acordar. — Ela hesitou, então, — O que eu
digo?
— Não consigo decifrar as palavras, apenas murmurações, brigas e gritos,
mas esse não é o ponto. Eu continuo dizendo a você, é o ar da noite. Todo mundo
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sabe que o ar noturno é ruim para você, mas você vai insistir em dormir com a
janela aberta.
— Não gosto que fique fechada, — disse Jane.
Daisy saiu da cama e foi cambaleando até a janela. — Sim, bem, que pena,
porque eu estou fechando isto agora. Está muito frio lá fora e temos pelo menos
mais uma hora antes de clarear o suficiente para começar a costurar, então vou
dormir um pouco. Ela puxou as cortinas e cheirou apreciativamente. — Mmm,
deve ser um vento leste. Sente o cheiro? Você sempre pode sentir o cheiro do pão
da padaria quando sopra o vento leste. Melhor cheiro do mundo, quero dizer.
Jane reprimiu um estremecimento.
— Mmm, é adorável. Me dá fome. — Daisy respirou fundo outra vez, fechou
a janela e fechou as cortinas. — Engraçado, — ela disse enquanto subia de volta
em sua cama.
— O que é?
— Você costuma ter pesadelos quando sopra o vento leste. Noite. — Ela riu.
— Ou o que quer que você diga quando voltar a dormir de manhã.
— Noite. E obrigada, Daisy. — Jane aninhou-se de volta na roupa de cama
quente. Ela não dormiria mais, sabia. Ela nunca o fez depois que ela teve o sonho.
Daisy nunca perguntou sobre o que eram os pesadelos de Jane. Ela tinha
como certo que todas tinham as memórias terríveis de antes. — É normal, não é?
— Ela disse uma vez. — Mas nós somos as sobreviventes, e sonhos ruins é o que
pagamos para sermos sobreviventes. — Era uma filosofia reconfortante. Os sonhos
eram assustadores enquanto você os tinha, mas eles não podiam te machucar,
afinal.
E Jane era uma sobrevivente.
London, 1804
Um punho bateu na porta. Forte. Três batidas fortes. A cada batida, a porta
sacudia. — Vamos, garotinha, abra a porta!
Silêncio. Jane não se mexeu. Além disso, ela não era mais uma menina. Ela
tinha seis anos.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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A batida na porta veio de novo, mais suave desta vez, e o Sr. Morrison disse,
tentando soar amigável, mas ela percebeu que ele estava zangado: — Agora não
seja tola, garota. Você me conhece. Ninguém vai te machucar.
Uma chave raspou na fechadura e a maçaneta girou. Tremendo, Jane
observou como uma cobra. No mês passado, mamãe fez Abby colocar um ferrolho
na porta. O Sr. Morrison não sabia sobre o parafuso. Mas foi forte o suficiente para
mantê-lo afastado e ao Homem?
A porta sacudiu, mas se fechou. O Sr. Morrison praguejou.
O Homem viera aqui uma vez, quando mamãe estava viva. Mamãe estava
esperando o Sr. Morrison, veio sobre o aluguel, e disse a ela para se esconder no
guarda-roupa como um ratinho e manter a porta fechada e não se mover ou sair,
não importa o que ela ouvisse, até que mamãe a chamasse.
Era o Sr. Morrison, mas ele trouxe o Homem com ele. Jane o vira por uma
fresta na porta do guarda-roupa. Ela ouviu quando ele disse à mamãe que poderia
dar a Jane um bom emprego, uma boa casa e bastante comida e pagaria dez libras
por ela, dez libras! Mas mamãe ficou com raiva e começou a tossir e dizer ao
Homem para sair e que ele não deveria encostar um dedo em nenhuma de suas
filhas, mas o Homem disse que não queria a outra, apenas Jane.
Ele disse a mamãe que ela não tinha muito tempo neste mundo e que, mais
cedo ou mais tarde, ele pegaria Jane. E se não fosse ele, que outra pessoa a pegaria,
que Jane valia um bom dinheiro nas mãos certas, e se mamãe a vendesse para ele
agora, ela poderia comprar remédios para si mesma e comprar para sua outra filha.
Mamãe o chamou de alguma coisa nojenta e disse-lhe para sair! Saia! E para
ficar longe das suas filhas! Quanto mais brava e chateada mamãe ficava, mais ela
tossia, e o homem ria porque no final ela mal conseguia falar por tossir.
Ele parou de rir quando mamãe tossiu sangue nele. Ele xingou e recuou.
As pessoas se assustaram quando mamãe tossiu sangue. Jane e Abby
estavam acostumadas com isso. Depois que o homem se foi, Jane foi buscar o pano
e a tigela de água e deu à mamãe algumas gotas do garrafão azul e logo mamãe
ficou quieta de novo.
Foi quando Jane perguntou a mamãe por que o Homem queria Jane e não
Abby. Abby era mais forte, mais rápida e muito mais inteligente do que Jane. Abby
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
tinha doze anos e sabia ler e escrever e fazer de tudo. Ela até já tinha um emprego,
na padaria. Jane tinha apenas seis anos e não era muito boa em nada.
— Então, por que, mamãe? — Ela perguntou. — Por que ele me queria, e não
Abby?
Mamãe segurou a bochecha de Jane com sua mão fina e branca e disse
em voz muito triste: — Porque você é linda, minha querida. Porque você é linda.
Ela disse a Jane então que O Homem era um homem muito mal, um homem
perverso. E que ela deveria ficar longe dele, que quando mamãe fosse embora, Jane
deveria ficar com Abby o tempo todo e não se perder.
Mamãe havia morrido na semana passada, mas Jane não tinha permissão
para trabalhar com a irmã. O chefe de Abby disse que não permitiria que uma
criança da idade de Jane entrasse na padaria, que ela seria um estorvo e ficaria
sob os pés, não importava que Abby o prometesse, Jane não o faria. Então,
enquanto Abby estava no trabalho, Jane teve que ficar aqui, sozinha, no pequeno
quarto que era sua casa. Abby disse que era mais seguro aqui do que brincar nas
ruas.
Jane não se sentia absolutamente segura. Pelo menos na rua estavam as
outras crianças.
A porta bateu novamente. — Abra está porta imediatamente! — Sr. Morrison
gritou.
— Oh, pelo amor de Deus, apenas arrebente, — ela ouviu O Homem dizer. —
Eu pagarei pelo dano.
Jane olhou freneticamente ao redor da sala. Não havia nenhum lugar para
se esconder. Eles com certeza olhariam no guarda-roupa. Não havia saída, exceto
pela porta. Até a janela estava fechada com tábuas de quando fora quebrada há
muito tempo.
A janela! No verão, Abby afrouxou alguns dos pregos para que pudessem
entrar um pouco de ar fresco no quarto. Crash! A porta tremeu. Uma rachadura
apareceu no meio.
Jane voou para a janela. Com dedos trêmulos e desajeitados, ela tirou o
prego solto. Uma das tábuas caiu, deixando uma abertura estreita. Ela podia ver
lá fora, à luz do dia.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Crash! Era o som de madeira rachando, mas Jane não esperou para ver. Em
um flash, ela estava se contorcendo pela abertura entre as tábuas. Foi um aperto
muito forte.
Atrás dela, ela ouviu a porta estilhaçar. Ela ouviu um grito e passos.
Ela se contorceu freneticamente, ouviu algo se rasgar, sentiu alguém agarrar
seu pé, mas ela chutou para trás e caiu no chão, sem um sapato.
— Volte aqui, sua vadia! — O Sr. Morrison gritou, mas Jane não esperou.
Ela se levantou e correu, correu e correu, sem parar para respirar, não se
importando que ela tinha apenas um sapato, não se importando que houvesse um
arranhão em seu lado, não parou até que ela alcançou a padaria e correu pelos
fundos e lá estava Abby com um avental grande demais para ela e coberto de
farinha. Ela atirou-se contra a irmã mais velha. — Oh, Abby, Abby, Abby!
E os braços de Abby a envolveram. — O que aconteceu, Janey? O que você
está fazendo aqui? E onde está seu sapato?
Tremendo e ofegando, ela conseguiu, — Ele veio, Abby - o homem - com o Sr.
Morrison e eu não abri a porta para eles como você disse, mas ele bateu tão alto e,
então, o homem disse para arrombar a porta e, e... — Ela parou, soluçando.
— Calma, amor, você está bem, — Abby acalmou. — Você está aqui comigo
agora, você está segura.
— Eu saí pela janela. — Ela olhou para o sapato que restava e estremeceu.
— Alguém agarrou meu pé quando eu estava saindo. Ele pegou meu sapato,
Abby. O homem pegou meu sapato.
— Sim, mas ele não te pegou, — Abby disse com firmeza. — E isso é tudo
que importa.
— Não podemos voltar lá, Abby. Ele pagou ao Sr. Morrison para deixá-lo
entrar.
— O que essa criança está fazendo aqui? — Uma voz profunda explodiu. —
Eu te disse, sem filhos! — Era o padeiro, gordo e ruivo com uma grande barba.
— Espere aqui. — Abby sentou Jane em um balde virado para cima e saiu
correndo para falar com o padeiro. Jane não conseguiu ouvir o que diziam, mas
várias vezes o padeiro se virou para olhar para ela. Ele estava carrancudo.
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No minuto em que Abby voltou, Jane disse: — Eu não vou voltar, Abby.
Inferno...
— Silêncio. Eu irei quando terminar o trabalho, mas apenas para
recolher nossas coisas.
— E quanto a mim? — Jane lançou um olhar nervoso para o padeiro.
— Ele disse que você pode ficar no quintal durante o dia, — Abby disse.
— Você me disse que havia ratos no quintal. — Jane tinha medo de ratos. Ela
foi mordida por um rato quando era pequena. Ela ainda tinha a cicatriz.
— Há dois gatos e um cachorrinho para manter os ratos longe, — Abby disse
a ela. — Você vai gostar disso, não é?
Jane concordou. Ela amava animais, exceto ratos.
— Está com fome?
Jane concordou. Ela estava sempre com fome.
— Vou trazer um pão quentinho para você comer. — Abby pegou o pãozinho
e deu a Jane. Era a melhor coisa de trabalhar em uma padaria, sempre havia pão
amanhecido para Abby levar para casa. Na maioria dos dias, era tudo o que
comiam.
— Abby, onde vamos morar agora?
Houve um curto silêncio. Abby olhou para o padeiro, que estava tirando
bandejas de pão de um forno ardente.
— Ele disse que podemos dormir no galpão por uma ou duas noites, nos
sacos de farinha, só até encontrarmos outro lugar. Não se preocupe, vamos dar um
jeito. Vou escrever algumas cartas. Não podemos continuar assim, — disse Abby.
— Cartas como mamãe costumava escrever? — Mamãe escrevia cartas, mas
nunca obteve resposta.
Abby suspirou. — Eu sei. Mas o que mais podemos fazer?
* * *
Jane jazia enrolada na cama, pensando sobre o passado.
Não faça nada precipitado, Abby havia dito.
Mas a ideia de Abby de precipitado não era Jane. Abby pensou que seria
precipitado Jane aceitar um homem de boa reputação, boa família e boa sorte, só
porque ela não o conhecia muito bem. Não o amava.
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Mas Abby tinha 12 anos quando mamãe e papai morreram. Abby tinha
memórias de quando eles eram felizes. Abby confiava no amor. E ela teve sorte.
Jane tinha apenas algumas lembranças daqueles dias. Ela se lembrava
principalmente da fome, do frio e do desconforto. E assustada. Durante a maior
parte de sua vida ela esteve sozinha, sem família.
Confiar no amor? Esperar ter sorte no amor?
Mamãe e papai tinham, e veja onde isso havia acabou, papai em seu
desespero baleado como um ladrão de estrada, mamãe tossindo seus pulmões com
tuberculose e suas filhas abandonados na miséria e sozinhas, de doze e seis anos.
Foi apenas por pura sorte que ela e Abby não estavam ainda vivendo na
pobreza.
Sorte e Daisy... e Lady Beatrice... e uma cadeia de eventos de sorte
aleatórios..., mas você não poderia confiar na sorte para sempre.
A luz rosada do amanhecer passou pela fresta das cortinas. Jane
aconchegou-se à roupa de cama quente ao seu redor. Não, ela não faria nada
precipitado.
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Capítulo Três
Oh, Lizzy! Faça qualquer coisa em vez de se casar sem afeto.
JANE AUSTEN, PRIDE AND PREJUDICE
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— Confessar?
— Já sabia quase tudo, o marquês italiano, para começar. — Ele viu sua
surpresa e explicou: — Eu tinha investigado. Sabia que era mentira. Também
sabia que você não era parente de Lady Beatrice e de suas chamadas irmãs.
Também sabia sobre os Chantrys e os Dalrymples. — Ele franziu a testa. — Mas
não sabia sobre o bordel. É um choque terrível, para ser franco.
— Foi um choque terrível para mim também, — ela disse fracamente.
Houve um longo silêncio enquanto ele pensava no assunto. — Ainda virgem,
nenhum malfeito. E bonita. E você vem de um bom estoque, não teria oferecido por
você, caso contrário, os Chantrys e os Dalrymples são famílias muito respeitadas.
Não por ela, pensou Jane. Qualquer pessoa que pudesse abandonar duas
pequenas órfãs à própria sorte, só porque os pais fugiram, não merecia o respeito
dela, nem mesmo ser chamada de família. Mas ela não discutiu.
— Você está dizendo que sua oferta ainda está de pé? — Ela perguntou com
cautela.
— A razão pela qual decidi por você é sua boa linhagem e rosto perfeito. Isso
não mudou. Tenho que confessar que sua franqueza também me agrada, nunca
esperei honestidade de uma mulher bonita. Surpresa agradável. — Terminou seu
conhaque e baixou o copo com um estalo. — Então, sim, a oferta ainda está de pé.
De seu bolso ele tirou uma pequena caixa contendo um anel. Era um
diamante, grande e mais ornamentado do que Jane teria escolhido. Ele deslizou
em seu dedo e ela agradeceu lindamente. Parecia muito pesado em sua mão.
Porque ela ainda não estava acostumada, ela disse a si mesma.
* * *
Jane deu a notícia a Lady Beatrice depois que Lorde Cambury partiu. A velha
franziu a testa. — Você já o aceitou? Maldições! Eu queria dizer para você mandar
me chamar antes que ele partisse. Queria falar com ele sobre assentamentos. Puta
merda!
— Eu mencionei acordos, — disse Jane. Os assentamentos eram vitais para
sua segurança futura, eles diziam respeito aos arranjos financeiros e outros feitos
para ela e seus filhos se ela ficasse viúva. Sem assentamentos, eles poderiam ficar
sem nada.
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Lady Beatrice se iluminou. — Você fez? — Então seu rosto caiu. —E suponho
que ele lhe disse para não preocupar sua linda cabeça com essas coisas. Os
homens vão persistir em pensar que nós, mulheres, somos idiotas sem cérebro.
Jane sorriu. Ela esperava que ele dissesse algo do tipo, mas ela pensou tudo
de antemão. — Eu disse a ele que meu acordo estava condicionado a ele chegar a
um acordo satisfatório com Max, espero que esteja tudo bem. Afinal, Max é meu
cunhado.
— E um tubarão absoluto nos negócios. — Lady Beatrice sorriu para ela. —
Garota esperta. Você lidou com isso de maneira brilhante. Max ficará encantado
em cuidar disso e garantirá que você seja bem servida, disso você pode ter certeza.
Devo confessar que estou surpreso ao descobrir que você é assim...
— Mercenária?
— De jeito nenhum, — a velha senhora disse indignada. — Prática era a
palavra que procurava. Não é mercenário querer garantir o seu futuro e o de
qualquer criança. Muitas garotas só pensam no amor e nunca consideram seu
futuro.
— Eu sei. Minha mãe e meu pai fizeram exatamente isso.
Houve um breve silêncio, então Lady Beatrice deu um tapinha em sua mão.
— Então eles fizeram, meu amor, eles fizeram. Eu entendo agora — Ela se
iluminou. — Então, quando vamos anunciar isso?
— Concordei em deixar Lorde Cambury anunciar isso assim que os acordos
fossem assinados. Ele deseja que nos casemos no final da temporada.
— Uma noiva na primavera? — As sobrancelhas delicadamente depiladas de
Lady Beatrice se ergueram. — Deus do céu. O homem deve estar obcecado.
— Não, acho que não, — disse Jane. O caso todo foi notavelmente calmo e
direto. Profissional. De alguma forma, isso a tranquilizou mais do que tudo.
Ela mostrou o anel a Lady Beatrice.
Lady Beatrice o examinou e assentiu. — Bem, bem, bem, você parece ter tudo
sob controle. Devo dizer, minha querida, nunca suspeitei que por trás desse seu
rosto adorável houvesse um cérebro tão maravilhosamente sensível. Ela puxou
Jane para um abraço. — Estou tão orgulhosa de você, Jane. Cambury, e antes
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
mesmo de a temporada começar! Oh, os gatos vão sair com força quando ouvirem
isso, guarde minhas palavras! — Ela riu em antecipação.
* * *
Jane disse a Daisy imediatamente, e informou o resto de sua família naquela
noite no jantar. Damaris e Freddy chegaram para uma alegre reunião, e toda a
família, incluindo o Sr. Patrick Flynn, que era um amigo íntimo da família, estava
reunida ao redor da mesa de jantar.
Como ela esperava, houve um clamor, principalmente de Abby, mas Jane
estava preparada para isso. Ela permaneceu firme e se recusou a se explicar, ela
sabia que seus motivos iriam aborrecer Abby mais do que qualquer coisa, Abby se
culparia, e ela não queria isso.
E Lady Beatrice e, inesperadamente, Flynn, Max e Daisy a apoiaram,
lembrando Abby que era a vida de Jane e sua decisão. Damaris não discutiu de
uma forma ou de outra, ela simplesmente abraçou Jane com força e desejou sua
felicidade. Freddy a parabenizou, disse que Cambury era um cachorro enfadonho,
mas provavelmente seria um marido bastante decente. E finalmente, Abby decidiu
que discutir mais iria apenas alienar sua irmã, e desistiu e a abraçou e, com
lágrimas nos olhos, desejou-lhe toda a felicidade do mundo.
Naquela noite, Jane deitou-se na cama e cobriu-se com a roupa de cama. Ela
tinha feito isso. Ela estava tão bem quanto prometida em casamento com um
homem rico de bom caráter e boa família.
Ela estaria segura agora, do risco de se apaixonar.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Capítulo Quatro
Posso perguntar se essas atenções agradáveis procedem do impulso do momento
ou são o resultado de um estudo anterior?
JANE AUSTEN, PRIDE AND PREJUDICE
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apenas piscou e pegou um biscoito, e Evans foi embora, sua curiosidade crescente,
mas insatisfeita.
Zach serviu o chá, acrescentou dois torrões de açúcar e deu um gole
lentamente, saboreando-o. Chá inglês. Há quanto tempo? Ele estava em sua
segunda xícara e seu quarto biscoito de gengibre antes que Gil finalmente erguesse
os olhos. — Excelente. É exatamente como suspeitamos. E agora temos a prova.
Não vou perguntar como você obteve estes...
— Bom, porque eu não vou te dizer. Agora, diga-me, Gil, por que diabos você
insistiu que eu os trouxesse? Eu poderia facilmente ter enviado aqueles papéis da
maneira usual. Meu pessoal é tão confiável como sempre foi. Não havia
necessidade de voltar para a Inglaterra.
Gil pegou a panela e serviu-se de uma xícara. — Na verdade, existe.
— Por que meu pai está morto? Eu sabia disso meses atrás, e não faz
diferença...
— Sim, se você quiser viver na Inglaterra de novo.
Zach franziu a testa. — O que você quer dizer? — Ele não tinha certeza se
queria viver na Inglaterra.
Gil acrescentou leite e misturou açúcar ao chá. — Eu ouvi um sussurro.
— Você sempre ouve, eles são sua marca registrada.
— A questão é que eu não sei todos os detalhes, e não, você me conhece
melhor do que esperar que eu lhe forneça rumores infundados, mas é melhor você
se comunicar com Smith, Entwhistle e Crombie...
Zach franziu a testa. — Meus advogados de família?
Gil concordou. — Não tenho dúvidas de que eles serão capazes de explicar. E
você pode precisar deles. — Ele puxou um grande envelope desbotado de uma
gaveta e o passou para Zach. — E Ad... Zach, eu não perderia tempo, se eu fosse
você.
Franzindo a testa, Zach pegou o envelope. Ele o havia deixado com Gil doze
anos antes, contra... ele não tinha certeza do quê. Ele o virou. O selo ainda
estava intacto. — Assim, não é?
Gil concordou. — Você tem um lugar para ficar?
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Você acha que o Pulteney vai me aceitar vestido assim? — Ele riu da
expressão de Gil. O Pulteney Hotel era o hotel mais elegante de London. — É tudo
o que tenho comigo. Eu não planejo ficar na Inglaterra mais de um dia ou dois.
Gil suspirou. — Suponho que seja melhor você ficar comigo, então. Aqui está
o endereço do meu alojamento. — Ele rabiscou algo em um cartão e entregou a
Zach. — Mostre isso para o meu homem. Ele vai te emprestar meu barbeador e
encontrar algo respeitável para você vestir. — Ele estreitou os olhos para o velho
amigo. — Esse casaco horrível e especialmente esse... — Ele olhou para o colete de
pele de gato e estremeceu —... abominação não pode ser vista nas minhas
proximidades, entendeu?
Zach balançou a cabeça tristemente. — Gilbert, Gilbert e eu pensamos que
você gostava de gatos.
— Eu gosto. Esse é o problema.
Zach riu.
* * *
O secretário-chefe da Smith, Entwhistle & Crombie, advogados, ficou tão
impressionado com a aparência de Zach quanto Evans. Um cliente adequado teria
entregado ao balconista um cartão, mas nos últimos seis anos Zach não carregava
nenhum tipo de identificação, muito menos um cartão de cavalheiro. Os ciganos
não. Nem espiões. E até que soubesse do que se tratava, não tinha intenção
de explicar e certamente não a um pequeno escriturário pomposo.
— Smith está dentro, eu presumo.
O olhar do funcionário cintilou brevemente para uma das portas que davam
para sua sala. — Não para gente como você, ele não está.
— Lá dentro, não é? Certo. — Antes que o balconista pudesse reagir, Zach
o contornou e entrou no escritório à direita. Ele fechou a porta atrás de si e fechou-
a com firmeza.
Um homem esguio de cerca de trinta anos, com o cabelo já ficando grisalho,
levantou-se de trás de sua mesa, carrancudo. — Qual é o significado desta
intrusão?
— Desculpe, Sr. Smith, — o balconista chamou do outro lado da porta. —
Eu não pude pará-lo.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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— Bem, é claro que eu não, quero dizer, bom Deus! Eu deveria ter
reconhecido você apenas por esses olhos! — Smith se sentou em sua cadeira com
um plop. — Um pouco atrasado, não é? A audiência é em duas semanas.
— A audiência?
— Para declarar você legalmente morto. — Ele franziu a testa com a
expressão de Zach. — Você não sabia? Seu primo Gerald tem, desde a morte de
seu pai ele...
— Ah, Gerald. Ele sempre quis o que era meu. — Então era isso.
— Sim, mas, oh, querido, você não entende. Além de seu primo, existem
outras... complicações. — Smith puxou um lenço e enxugou a testa, embora a sala
estivesse longe de estar quente. Ele respirou fundo, o que pareceu acalmá-lo um
pouco. — Estou tão ansioso, você me pegou de surpresa. Agora, as primeiras coisas
primeiro. Você pode provar isso?
— Provar o quê? Que estou vivo?
— Que você é Adam...
— Eu não me chamo mais assim. Não uso o nome há doze anos, desde que
saí de Wainfleet. Zachary Black, é quem eu tenho sido.
Smith se inclinou para frente sobre sua mesa. — Mas você pode provar que
é filho do seu pai?
— Tanto quanto qualquer filho pode provar seu pai. — Zach tirou o envelope
que Gil lhe dera e o jogou na mesa de Smith. — Está tudo aí.
Smith abriu o envelope e examinou os papéis dentro. Ele tomou seu tempo,
examinando cada documento cuidadosamente. Zach recostou-se. Então ele foi
declarado morto, certo? Seria quase divertido, exceto que o primo Gerald receberia
tudo, e ele não gostava do primo Gerald. Nunca gostou.
Ele observou o advogado verificar os papéis, em busca de uma falha nas
evidências. Finalmente ele ergueu os olhos. — Alguém pode atestar isso?
— Você quer dizer que há alguém que irá atestar que eu sou quem aqueles
documentos dizem que eu sou? Sim, claro. — Zach listou meia dúzia de nomes, a
maioria ex-colegas de escola, acrescentando: — E Gil Radcliffe, da Horse Guards,
pode atestar minhas atividades durante a última guerra.
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Capítulo Cinco
Surpresas são coisas tolas. O prazer não é intensificado e a inconveniência
costuma ser considerável.
JANE AUSTEN, MANSFIELD PARK
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todo esse tempo você esteve ausente deste país. Vai ser muito difícil contestar. —
A julgar pela expressão em seu rosto, o advogado achou que era mais impossível.
Zach não estava nem um pouco preocupado. Ele sabia que Cecily estava viva
e bem e morando no País de Gales. Era quase divertido. Ou seria, se não fosse tão
inconveniente. Ele planejou deixar a Inglaterra quase imediatamente. Depois de
ver Gil, ele percebeu que demoraria a provar sua identidade e lidar com os diversos
assuntos decorrentes da morte de seu pai. Mas isso... uma acusação de homicídio
poderia atrasar as coisas por um tempo ridiculamente longo.
— Então, no instante em que eu provar minha identidade, serei amarrado a
ferros e levado para a prisão?
— Não há ferrado. — Smith parecia horrorizado com a sugestão. — Você
é um cavalheiro, afinal. Mas prisão, certamente.
— Você alivia minha mente, — Zach disse secamente. Ele deu uma risada
curta. — Portanto, minha escolha é reivindicar minha herança e correr o risco de
ser enforcado por assassinato, a menos que eu produza, viva e bem, a madrasta
que não vejo há doze anos, ou permanecer Zachary Black e viver de acordo com
minha inteligência, como fiz nos últimos doze anos.
Smith concordou. — Em poucas palavras. E até localizarmos sua madrasta,
seria melhor se você continuasse com seu nome atual. Se você me der seu último
endereço conhecido, vou mandar rastreá-la e obter uma declaração de testemunha
certificada.
Zach acenou com a cabeça. Ele dera a Cecily sua palavra de não divulgar seu
paradeiro a seu pai, mas seu pai estava morto, e Cecily agora não tinha nada a
temer. Ele deu.
— No País de Gales? — Smith exclamou surpreso. Pelo que ele disse, pode
ter sido a Mongólia Exterior.
— Sim, com uma velha amiga de escola que ficou viúva. E as cartas dela
vieram da mesma aldeia, então você deve ser capaz de localizá-la facilmente.
— Espero que sim, senhor. Se não formos capazes de encontrá-la...
— Eu mesmo irei ao País de Gales e a encontrarei e a trarei de volta aqui. —
Ela provavelmente gostaria de uma visita a London depois de todo esse tempo.
Cecily gostava de fazer compras.
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— Você acha? — Ele abriu a porta. — Mas sempre gostei de desafios. — Ele
piscou para o balconista carrancudo e se dirigiu para a saída.
Parecia que ele ficaria na Inglaterra por algum tempo, droga. Ele não tinha
planejado ficar mais do que alguns dias, mas agora ele descobriu que havia uma
trama em andamento para negar a ele sua casa e direito de primogenitura, por
primo Gerald, o pequeno doninha, ele estava condenado se a entregasse
mansamente.
Nesse ínterim, ele apenas tinha que ficar invisível. Nenhuma dificuldade com
isso. Ficar invisível era o que ele fazia de melhor.
* * *
Zach caminhava, mastigando uma torta, uma boa e sólida torta de carne
inglesa, e revirando as revelações do advogado repetidamente em sua mente. Não
fazia sentido.
Quem era a morta?
Doze anos atrás, ele acompanhou Cecily até sua amiga viúva no País de
Gales, viajou de volta para London, vendeu as joias e depois voltou para o País de
Gales para dar a Cecily sua parte do dinheiro.
Não poderia ser Cecily.
A menos que ela tivesse voltado para Wainfleet depois que ele a deixou pela
segunda vez, e ele teria jurado que cavalos selvagens não a teriam arrastado de
volta para lá.
Seu pai teria se a tivesse encontrado, mas como poderia? Zach não tinha
contado a ninguém e Cecily só queria desaparecer para sempre - em algum lugar
que seu pai nunca a encontrasse.
Além disso, Smith havia dito que a mulher devia ter morrido na noite em que
ele e Cecily fugiram de Wainfleet, o que era um absurdo. E, de qualquer forma,
havia suas cartas de Cecily.
Então, por que seu pai identificou a mulher morta como Cecily? Seu
pai e três servos. Droga. Ele deveria ter perguntado a Smith quais servos.
Seu pai foi um bruto e valentão, mas também tinha muito orgulho da família
e não era típico dele mentir, não esse tipo de mentira a sangue-frio, o tipo que faria
de seu único filho um homem procurado. Enegrecendo o nome da família.
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A menos que ele estivesse com raiva... furioso, especialmente quando estava
bêbado, não havia nada que seu pai não fizesse, até e incluindo espancar sua jovem
esposa frágil e seu único filho sem sentido.
Seu pai teria identificado a mulher morta como Cecily para esconder o fato
humilhante de que ela o deixou, fugiu de sua casa com seu enteado de dezesseis
anos? Ele tinha imaginado, em alguma raiva cega, bêbada, idiota, que eles
fugiram? E culpou seu filho pelo assassinato?
Era possível.
Ou ele bateu em alguma outra mulher de raiva e eu a identifiquei como Cecily
para encobrir seu crime? Isso também era possível.
Mas isso não explicava os criados que também identificaram a mulher morta
como Cecily. Zach chutou uma pedra na calçada. Simplesmente não fazia sentido.
Não era como se ele pudesse simplesmente caminhar até Bow Street e buscar
respostas para suas perguntas. Se Smith estivesse certo, a única resposta que
Zach receberia seria detenção e prisão, seguidas por uma longa espera na prisão
até que o caso fosse a julgamento e sua inocência fosse provada, e isso seria
terrivelmente inconveniente.
Não, caramba, ele apenas teria que se esconder até que eles pudessem provar
que Cecily estava viva e bem. Era irritante, mas isso era tudo.
Nesse ínterim, ele estava aqui, na Inglaterra. Ele terminou sua torta e tirou
o resto das migalhas de massa de seus dedos. Uma Inglaterra em que seu pai
estava morto. Ele não tinha certeza de como se sentia sobre isso.
Atravessou a rua, parando para deixar uma carroça passar ruidosamente.
Estava chegando a uma parte mais elegante da cidade, onde lojas elegantes
exibiam o tipo de mercadoria que a maioria das pessoas não poderia sonhar em
ter. Por que vagou naquela direção, não tinha certeza, talvez fosse apenas desejo
de se familiarizar novamente com uma área de que se lembrava de sua juventude.
Não que alguém que o conhecesse olhasse duas vezes para ele no momento.
Ainda havia gente malvestida o suficiente, mesmo nesta área, para não se destacar.
Com um leve choque de surpresa, ele percebeu que estava se divertindo. Ele
sentira falta de London, sentia falta do som do inglês, em todas as suas variações,
ao seu redor, o chamado dos vendedores ambulantes, os gritos dos meninos de
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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— Então saia daqui e leve esse lixo com você. — Zach sacudiu a cabeça para
o jovem se mexendo meio grogue nas pedras imundas da calçada e aquele ainda
segurando sua garganta.
Apressadamente, os três reuniram seus companheiros e correram para o
beco.
Zach esperou até que eles fossem embora, então se virou para a jovem. —
Vocês são todas t... — As palavras secaram em sua língua. Os sons da cidade
desapareceram. Ele ficou parado, sem saber nem se importar onde estava,
afogando-se em um par de grandes olhos azuis, azuis como o céu em um dia de
verão grego...
Ela olhou para trás, sem se mover ou dizer uma palavra.
O momento se estendeu. Então seus cílios vibraram. Quebrando seu olhar,
ela desviou o olhar e deu um longo suspiro que parecia trêmulo.
Os sons e cheiros da cidade voltaram. Zach piscou. O que diabos ele estava
fazendo? Ele nunca perdeu a concentração. Ele olhou de volta para o beco, mas os
jovens realmente se foram. Seu olhar voltou para a jovem. Ela estava olhando para
ele novamente, e novamente ele foi pego por aquele olhar azul, azul.
Dominando a si mesmo, ele respirou fundo e disse: — Você está bem? — Sua
voz soou rouca.
Ela estava tremendo, e não é de admirar, mas mesmo quando as mãos dele
foram estendidas para segurá-la, ela pareceu se recompor e se afastar dele.
Droga, ele tinha esquecido como estava vestido. — Senhorita? — Ele disse,
lembrando-se finalmente de seu papel.
Na hora de se afogar novamente naquele olhar azul e perder a capacidade de
pensar, ele baixou os olhos e se viu focando na boca dela.
Péssima ideia. Boca acetinada, cheia e eminentemente beijável. Rosas
selvagens e morangos.
— S-sim. — Estava hesitante e mordeu o lábio inferior com dentes pequenos
e regulares. Ele sentiu seu corpo se mexer.
Ele tirou os olhos de sua boca e baixou o olhar.
Um rubor lento se espalhou pela gola do vestido e Zach de repente percebeu
para onde estava olhando. Droga.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ele afastou o olhar de seu peito, notando de passagem que o rubor havia
transformado suas bochechas em rosas selvagens desabrochando. Isso o fez querer
olhar para os lábios dela novamente, então em pura autodefesa ele se concentrou
em seu chapéu, um ridículo confeito azul e dourado empoleirado em cima de uma
cabeça de cachos dourados-guiné.
— Você tem certeza? — Ele disse, sua voz irritantemente rouca.
Sob o pretexto de endireitar o chapéu, ela respirou fundo mais algumas
vezes, trêmula, antes de responder com uma voz que tremia apenas um pouco: —
Desculpe. Sim, estou perfeitamente bem, obrigada. E estou muita grata por sua
ajuda. — E então ela sorriu para ele, um sorriso deslumbrante que o fez recuperar
o fôlego.
Ele deveria estar aliviado por sua recuperação rápida, mas algo sobre aquele
sorriso, tão brilhante... e composto, e com todo o seu brilho, era falso, porque ela
ainda estava tremendo. Isso alimentou uma pequena centelha de raiva dentro
dele. Ela não tinha nada para sorrir, caramba.
Ela deve ter visto algo em sua expressão, pois deu um passo para trás e
tropeçou. Ele a agarrou pelos braços e pôde sentir seu pulso rápido e vibrando. Ela
não estava bem. De modo nenhum. Ela foi se afastar. Isso abanou ainda mais seu
temperamento.
— O que diabos você pensou que estava fazendo?
O sorriso sumiu. Ela abriu a boca para responder, mas ele continuou: —
Você achou que poderia simplesmente se chocar contra um bando de valentões de
rua e interferir com o que quer que eles estivessem tramando? Você imaginou que
eles iriam ouvir...
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Capítulo Seis
Na época, eu não sabia o que era amar.
JANE AUSTEN, SENSE AND SENSIBILITY
Suas palavras caíram sobre ela. Jane tentou reunir sua inteligência
dispersa. Ela nunca tinha visto olhos assim, cinzentos, mas com um leve toque de
verde, como uma folha de salva enterrada em estanho ou aço polido. E se ela não
estivesse olhando para ele, vendo por si mesma a pele bronzeada e mal barbeada,
o emaranhado excessivamente longo de cabelos grossos e escuros, o desenho
ousado de um nariz e o casaco de pele de carneiro desbotado e berrante bordado,
ela teria pensado que ele foi... alguém. Um tipo diferente de homem.
Mas ele era um cigano e um estranho, e embora estivesse grata por sua
ajuda, muito grata, enrijeceu quando suas palavras finalmente chegaram até ela.
— Por que diabos você pensaria que eles ouviriam você? Porque você é uma
jovem rica e eles são apenas escória das ruas?
Ele não tinha o direito de falar com ela dessa maneira. Falar? Ele estava
gritando com ela. Ela franziu o cenho. O homem, o cigano bonito, corajoso e nobre,
o homem que a salvou de um encontro desagradável com aqueles meninos
horríveis, como um herói em um romance, e então roubou seu fôlego e sua
compostura, sabe Deus por quanto tempo, estava gritando com ela.
Oh, não alto, pois sua voz era baixa e veemente. Mas aqueles olhos cinzentos
de aço estavam brilhando e suas mãos agarraram seus antebraços com força, como
se ele quisesse sacudi-la.
O fato de que o que ele estava dizendo era vergonhosamente verdade, oh, não
que ela achasse que aqueles meninos mostrariam qualquer respeito por uma
senhora, longe disso, que ela simplesmente não tinha pensado antes de agir, só
piorava as coisas.
Ele olhou para a bolsa pendurada em seu pulso. — E como você pode
imaginar que esse pedaço de penugem frívolo seria qualquer tipo de arma?
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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Atrás dela, o homem alto olhou para o cachorro e soltou uma pequena
exclamação sob sua respiração. — Eu deveria ter dado uma boa surra em cada um
daqueles jovens bandidos.
Jane concordou, mas toda sua atenção estava voltada para o cachorro. Ela
tirou as luvas e as enfiou na bolsa. Ela ainda não havia tocado no cachorro, estava
apenas deixando ele se acostumar com seu cheiro. E ao som de sua voz. — Calma,
calma, querido, tudo vai ficar bem agora, — ela murmurou. — Estou aqui
agora. Ninguém deve prejudicá-lo novamente. Agora, não tenha medo, eu só
preciso ver o quanto aquelas bestas horríveis fizeram... — Julgando o momento
certo, ela estendeu a mão para tocar o cachorro.
Mais uma vez, o cigano a agarrou, desta vez pelo pulso.
Jane deu um pulo. O cachorro recuou e rosnou novamente.
Ela congelou por um momento, olhando para a grande mão segurando seu
pulso com tanta firmeza. Dedos quentes, marrons e masculinos se enrolaram em
sua pele nua. Ela teria imaginado que as mãos de um cigano seriam ásperas, mas
as dele não. Ela tentou se lembrar de como aquelas mãos se chocaram contra
aqueles jovens bandidos. Seu aperto era forte, mas ele não a estava machucando.
Com dignidade, ela virou a cabeça para encará-lo. Um tipo de clarão sem
mãos. Uma espécie de clarão de mulher da sociedade para cigano.
Deveria tê-lo colocado em seu lugar.
Não colocou.
Seus olhares se encontraram por um momento sem fim. Olhos verde-
acinzentados cravaram-se sem desculpas nos dela, dedos quentes e duros a
agarraram com firmeza. O barulho da cidade, o fedor sombrio do beco, até mesmo
o cachorro sumiu novamente de sua consciência. Olhos tão certos, duros e
inquietantes. Olhos que roubam almas. Engoliu em seco e lutou para manter a
compostura.
Ele era um estranho, um cigano, e um zangado, a julgar pelo brilho em seus
olhos, e esta era a segunda ou terceira vez que ele a tocava, mas ela não sentia
nenhuma ameaça. Bem, não fisicamente.
Era um tipo diferente de perigo.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ele estava tão perto que ela podia sentir o calor de seu grande corpo, podia
ver cada cerda escura em sua pele, a escuridão áspera de sua mandíbula, a
fascinação móvel de sua boca.
Fascinação? O que ela estava pensando?
Um cigano encontrado por acaso em um pequeno beco lateral.
Rude. Forte. Intimidante. Ele lidou com aqueles meninos com uma violência casual
que deveria tê-la horrorizado.
Em vez disso, isso a emocionou.
Deveria ser repelida por ele.
Ela não estava. Longe disso. Algo nele a atraía de uma forma estranha. O
pensamento acendeu um aviso profundo dentro dela.
— O que você pensa que está fazendo? — Desviou o olhar de seu rosto e
olhou incisivamente para a mão. Uma mão surpreendentemente limpa, bronzeada,
mas com unhas limpas e bem aparadas. Ele não cheirava sujo também. Havia um
cheiro de fumaça e lã úmida e folhas velhas e por baixo de tudo um cheiro de... ela
não sabia o quê, mas era escuro e masculino, e de alguma forma... atraente.
Ele se moveu, e uma outra lasca de consciência nítida ondulou por ela.
— Não toque nele, ele está assustado e ferido, ele pode ser selvagem. — Sua
voz era suave, mas seu olhar duro e prateado a despiu de suas defesas.
— Ele não é selvagem e não vai me morder. — Ela cuidadosamente soltou o
braço de sua mão. — Obrigada, mas eu sei o que estou fazendo. — Ela se inclinou
sobre o cachorro, mas o tempo todo ela podia sentir os olhos do homem sobre ela,
seu olhar deslizando sobre ela.
Estava acostumada com os homens olhando para ela. Durante toda a sua
vida isso acontecia, mesmo quando ela era uma criança. Normalmente odiava,
odiava o jeito que olhavam, seus olhos correndo sobre ela, quentes e pesados,
carregados de expectativas que a faziam sentir... ansiosa. Desconfortável. E às
vezes com medo.
Mas isso... ela não sabia exatamente o que sentia.
A intensidade daquele olhar duro e prateado a dominou... não exatamente
desconfortável, mas consciente. Vivo. Sem fôlego. No limite.
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Absurdo. Era apenas uma reação da briga com aqueles meninos horríveis,
disse a si mesma. Não estava mais acostumada a testemunhar violência. Apenas
ocasionalmente, em seus sonhos.
Ao lado dela, ele moveu, e novamente, ela absorveu aquele cheiro exótico,
viril, ao ar livre. O proibido. Escuro, excitante. Perigoso. Ela estremeceu.
Quanto mais cedo ela se afastasse dele, melhor.
Passos soaram atrás deles, e ele a soltou e girou, com os punhos prontos.
— Oh, aí está você, William — disse Jane rapidamente, sem saber se se sentia
aliviada ou desapontada. — Eu sabia que você chegaria aqui eventualmente. Eu
disse a este senhor que você estava por perto. — Lá foi ela novamente, chamando
o cigano de cavalheiro.
A expressão no rosto de William mostrou como ele também achava o apelido
ridículo. — Esse cara está incomodando você, Srta. Jane?
— De modo nenhum. Na verdade, ele me salvou das atenções indesejadas de
alguns jovens extremamente desagradáveis. — Ela se voltou para o cachorro.
William olhou por cima do ombro e grunhiu. — Um cachorro. Eu devia saber
disso.
— O pobrezinho foi cruelmente ferido. — Ela estendeu a mão para o cachorro
novamente.
— Não! Se estiver doendo, vai...
— A Srta. Jane sabe o que está fazendo, — disse William ao cigano,
acrescentando de forma pontuda para Jane: — Embora o que ela está fazendo em
um beco sujo com um cigano sujo e um vadio sujo, quando ela deveria estar
sentada na carruagem junto com as outras senhoras, é algo que eu gostaria de
saber o motivo.
— Silêncio. — Ela deixou o cachorro cheirar seus dedos, então o acariciou
suavemente. Quando ele relaxou um pouco, ela passou as mãos suavemente pelo
corpo do animal. Ele estremeceu sob seu toque, endureceu algumas vezes e
choramingou uma vez, mas por outro lado aceitou suas atenções com um ar
paciente. E quando ela terminou seu exame, ele tentou lamber sua mão.
Ela virou a cabeça e disse para o cigano. — Veja, eu disse a você, ele não é
selvagem. Ele tem alguns cortes e escoriações desagradáveis, até mesmo algumas
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queimaduras, as bestas..., mas não acho que nada esteja quebrado. Talvez uma ou
duas costelas quebradas, ainda não sei, mas ele vai ficar bem, tenho certeza.
Ela se levantou. O cigano e William estenderam a mão para ajudá-la ao
mesmo tempo. O cigano venceu. Foi a quarta vez que ele a tocou. Seu aperto era
seguro e forte na pele nua de sua mão. Sua pulsação saltou com o contato.
William se eriçou, mas antes que pudesse se ofender com a familiaridade, o
homem a soltou.
— Quer que eu me livre deste conflito, Srta. Jane? — William perguntou.
— De modo nenhum. — Para encobrir sua reação agitada ao toque do cigano,
Jane tirou a saia, franzindo a testa ao notar uma mancha de lama. — Como eu
disse antes, ele tem sido muito útil.
William bufou, nada impressionado.
— Sim, William, — disse o cigano, — fui muito prestativo. Ainda bem, vendo
que você estava muito ocupado com os pacotes para perceber que sua patroa
estava em apuros.
William enrijeceu. Seu brilho se intensificou.
Com um sorriso de pura insolência estudada, o cigano ajeitou as algemas
inexistentes.
Honestamente, homens, eles poderiam muito bem ser dois cães, circulando
com as pernas rígidas em volta um do outro, pelos eriçados, procurando briga.
Jane decidiu neutralizar o momento. — Dê ao homem um xelim pelo problema, por
favor, William.
O sorriso presunçoso do cigano desapareceu. — Um xelim? — As
sobrancelhas negras se juntaram e ele olhou para Jane primeiro com surpresa e
depois... isso foi diversão? Os olhos cinzas brilharam, o tom de verde mais em
evidência agora.
Um xelim não era suficiente? Ou talvez ela o tenha oferecido muito? Ela não
tinha muita experiência em gorjetas. Era uma preocupação masculina. Ela olhou
para William, mas ele não parecia surpreso, apenas infeliz por ter que pagar
qualquer coisa ao homem, embora soubesse que ela o pagaria quando chegassem
em casa. Ele franziu o cenho para ela com uma expressão obstinada, transmitindo
uma mensagem silenciosa que ela entendeu perfeitamente bem.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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é bonito? Sua aparência não é culpa dele. E a paciência com que ele suportou meu
exame diz mais sobre ele do que sua aparência. Em todo caso, ele está meio
faminto, veja aquelas costelas, e machucado. Eu não deixaria nenhum animal em
tal condição. É óbvio que ninguém se importa com o pobrezinho. Então você vai
voltar para casa comigo, não é, querido? — Ela terminou de amarrar a fita de cetim
azul ao redor do pescoço do cachorro e se endireitou.
O cachorro se sacudiu, balançou sua desculpa esfarrapada de cauda, que
envolvia sacudir todo o corpo, e sentou-se no pé dela com ar de dono. Ela riu e
acariciou sua cabeça. — Bravo companheiro.
Zach observou, meditou. Fale sobre a bela e a fera.
— Senhorita Jane, você não pode. — As palavras explodiram do grande
lacaio. — Essa não... criatura. Nunca vi tal... — As sobrancelhas sedosas da Srta.
Jane se ergueram e o homenzarrão se interrompeu, falando de maneira suplicante.
— Por favor, senhorita. Lady Bea nunca vai tolerar isso.
— Nós vamos mantê-lo, William, — Srta. Jane disse com firmeza. — Lady
Beatrice precisa de um cão de guarda.
William olhou para o cachorro e fez um barulho sufocado.
Zach sorriu.
— Os gatos não vão gostar, — William persistiu fracamente.
— Eles vão se acostumar um com o outro, — ela disse. O cachorro se coçou
vigorosamente.
— Tem pulgas, — disse William, na maneira de um homem que já enfrentou
a derrota antes.
— Nós o daremos banho. Você verá, ele fará uma adição maravilhosa à casa.
— Como você vai chamá-lo? — Zach perguntou. — Brutus?
— Você ainda não foi? — O lacaio rosnou.
— Aparentemente não, — Zach disse a ele.
— Brutus? Não, — ela disse seriamente. — Um nome como esse faria com
que as pessoas esperassem o pior dele. Mas ele tem uma natureza adorável, estou
convencida. As pessoas dão muita ênfase à aparência. — Foi uma declaração
interessante de uma beleza mimada da sociedade, Zach pensou.
— Como William, — ela acrescentou.
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o nome de uma senhora, ele estava atualmente sendo ralé, então ele acrescentou:
— E você é...
— Gente como você não precisa saber seu nome, — o lacaio rosnou antes
que ela pudesse dizer qualquer coisa.
Ela deu a Zach um daqueles sorrisos impessoais brilhantes que ela parecia
pensar que o colocaria em seu lugar. Novamente. Ele sorriu com conhecimento de
causa.
O sorriso vacilou. Ela desviou o olhar, um leve franzido entre as
sobrancelhas. — Cuidará bem do meu cachorro, não é, Sr. Black?
— Eu vou, de fato, — Zach assegurou a ela, segurando a fita de cetim azul
que estava presa ao cachorro mais feio de London.
Ele a observou caminhar pela alameda em direção a carruagem que esperava
e, então, com a ajuda do lacaio grande, entrar com cuidado. Zach e o cachorro
avançaram mais devagar, alcançando a rua principal no momento em que a
carruagem se afastou do meio-fio. Ela estava olhando para o outro lado, mas virou
a cabeça e olhou para ele. Ele não conseguia ler sua expressão.
A carruagem dobrou uma esquina e ele parou por um momento, olhando
para o nada, apenas para a rua movimentada, e se pegou pensando em pequenas
flores roxas escondidas entre folhas verdes escuras em forma de coração. Violetas?
Por que diabos estava pensando em florestas e violetas? Em uma rua movimentada
de London?
E então ele se lembrou. Seu perfume. O cheiro de violetas.
Então um cheiro subiu que não cheirava nada a violeta. Ele olhou para o
cachorro. — Eca! E estou supondo que a flatulência também não é o pior dos seus
hábitos, não é? A garota está claramente um pouco perturbada por querer trazer
uma criatura tão pouco refinada para sua casa, mas quem sou eu para reclamar,
já que isso me dá uma desculpa para vê-la novamente? Venha então, Pétala de
Rosa, vamos levá-la à Berkeley Square.
Capítulo Sete
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Aonde diabos você esteve, querida? — Lady Beatrice exigiu enquanto Jane
subia na carruagem. Ela estava suja de pelos até as orelhas. — Está muito frio
sentada aqui, e o barulho é atroz. — A rua estava cheia, de fato, com o tráfego
bloqueado pela carruagem de sua senhoria, e o barulho eram as reclamações em
voz alta vindas dos outros condutores. O condutor de Lady Beatrice aguardava as
instruções de sua senhoria, sublimemente inconsciente dos insultos lançados em
seu caminho.
— Bem, querida, você esqueceu de algo?
— Hum... — Jane começou tentando pensar na melhor forma de dar a notícia
de seu novo animal de estimação. Ela lançou a William, que estava sentado atrás
do landau, um olhar de advertência, caso ele planejasse se encarregar de explicar
por ela. No caminho de volta para a carruagem, ele não escondeu que desaprovava
o comportamento dela. Ou a companhia que ela manteve.
— Oi! O que aconteceu com sua peliça? — Daisy exigiu. — Tem uma marca
suja aí. E você perdeu aquela fita de cetim azul, e levei séculos para encontrar o
tom certo de azul, e foi o fim do rolo.
— Desculpe, Daisy. — Jane não tinha pensado duas vezes antes de usar a
fita como guia, mas agora ela sentia uma pontada de culpa. Não havia ocorrido a
Jane que a fita seria difícil de substituir.
— Bem, vamos logo, homem, não demore. — Lady Beatrice se inclinou para
frente e cutucou o condutor com sua bengala. — Você está segurando o tráfego.
Jane não pretendia olhar para trás, mas quando a carruagem se afastou, ela
virou a cabeça, no momento em que o cigano alto emergia do beco com o
cachorro. Ele ficou olhando, imóvel e em silêncio. Aqueles olhos, como aço polido,
a seguiram.
Daisy, com os olhos afiados como sempre, seguiu seu olhar. — Agora é um
cara bonito, — ela disse com aprovação em sua voz. — Pena sobre as roupas dele.
— Conseguimos tudo o que precisávamos? — Jane perguntou, tentando
mudar de assunto. — Estou ansiosa para a aula de dança esta tarde. Nunca
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
aprendemos a valsa com a pílula. — Pelo menos ela não foi a única que encontrou
o homem alto... bonito.
Lady Beatrice girou no banco e olhou para o cigano através de seus óculos. —
Hmm. — Ela assentiu. — Faça a barba e um banho e coloque-o em um casaco e
calças decentes e ele dará uma bela vista.
— Deixe-o sem nada, recém-saído do banho, e aposto que ele ficará ainda
melhor, — disse Daisy, e Lady Beatrice deu uma risadinha terrena.
Jane tentou pensar em cachorros, sorvete, fitas de cetim, qualquer coisa,
exceto o cigano alto vestido com nada.
Foi um fracasso miserável. Ela podia sentir seu rosto esquentar. E não
apenas seu rosto.
A carruagem puxava devagar, dolorosamente devagar, ela ainda podia sentir
o olhar dele sobre ela, na rua, enquanto Daisy e Lady Beatrice continuavam suas
observações obscenas sobre o apelo dos homens altos e morenos em geral e dos
ciganos em particular. Jane olhou para frente e tentou não as ouvir, tentou não
pensar na maneira como aqueles dedos longos e bronzeados agarraram seu pulso,
na maneira como aquela voz profunda estremeceu em sua consciência.
Havia algo naquela voz... ela franziu a testa, tentando colocar uma impressão
indescritível. Quando ele falou com aqueles meninos, ele soou assim... como algum
tipo bruto... e, no entanto, do jeito que ele falou com ela quando ela estava curvada
sobre o cachorro, se ela não o tivesse visto, ela poderia ter pensado que estava
falando... exceto...
A carruagem deu uma guinada e ela perdeu a linha de pensamento.
— Ombros bons e de aparência forte, — Lady Beatrice estava dizendo. — Eu
gosto que um homem seja um homem, não como alguns dos pequenos pratos da
moda que você vê circulando no Almack hoje em dia.
Jane desejou que elas parassem. Não era apropriado falar dessa maneira
sobre um vagabundo encontrado por acaso. Especialmente um com olhos tão
estranhos e atraentes. Não que elas pudessem ver a cor de seus olhos. E ela sabia
muito bem, por experiência pessoal, experiência pessoal próxima, o quão forte ele
era. Um arrepio passou por ela, o que foi estranho, porque ela não estava com nem
um pouco de frio. Pelo contrário.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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— Então você deu a ele minha fita de cetim azul? — Daisy disse incrédula. —
De seu novo peliça? Que sem aquela fita agora parece um saco florido.
— Sinto muito, Daisy, não sabia que aquela fita seria difícil de substituir,
mas afinal, um cachorro é mais importante do que uma peliça.
Daisy e Lady Beatrice olharam para ela em total descrença. — Isso, isso é
heresia! — Daisy gaguejou.
— Muito bem, — Lady Beatrice disse secamente. — Os cães estão
todos muito bem em seus lugares, mas nada é mais importante do que o ajuste de
uma peliça.
— Mas eu tive que dar a ele. Ele estava ferido e pode ter fugido.
— Quem? O cigano? — Lady Beatrice perguntou.
— Não, o cachorro. — Ela respirou fundo. — Você não acha que seria bom
ter um cachorro?
Lady Beatrice ficou olhando. — Um cachorro? Por que diabos eu iria querer
um cachorro? — Ela disse ‘cachorro’ do jeito que algumas pessoas diriam ‘elefante’,
como se a ideia fosse ultrajante demais para palavras.
Jane procurou por um motivo que pudesse apelar. — Eu acredito que está
tremendamente na moda no momento.
Daisy, que era assídua em acompanhar todas as novidades da moda, lançou
um olhar estreito para Jane, mas não disse nada.
Lady Beatrice franziu os lábios, ergueu o lornhão e olhou pensativamente
para Jane. — Em que tipo de cachorro você estava pensando? Um poodle? Um
pug? Um elegante galgo italiano, talvez?
— N-não, eu estava pensando em algo... mais resistente. Um cão com, com
personalidade, em vez de qualquer aparência particular.
— Personalidade? — Lady Beatrice pronunciou a palavra com desgosto e
sacudiu a cabeça. — Não, não, minha querida, isso não pode estar certo. Se os
cachorros estão na moda nesta temporada, eles devem ser um acessório e,
portanto, escolhidos com tanto cuidado quanto um chapéu ou um par de sapatos.
— Um acessório? — Jane ficou enojada. — Um cão não é um acessório. É
uma criatura com sentimentos e...
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Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
roupas de rua, garotas. Damaris e Abby se juntarão a nós para o almoço. Elas
devem estar aqui em breve.
— Apenas Damaris e Abby? — Jane perguntou. — Não os homens?
— Max não almoça, diz que é uma refeição para mulheres, e ouso dizer que
Freddy é o mesmo. — Ela acrescentou irritada: — Ter uma cerveja com pão e queijo
ao meio-dia, ou uma torta de carne comprada na rua, não é almoço,
aparentemente. Porque os homens não precisam do almoço. — Ela bufou.
* * *
Jane e Daisy trocaram suas roupas de rua, Jane explicou o que tinha
acontecido no beco. — Não sei o que teria acontecido se ele não estivesse lá,
Daisy...
— Eu sabia, — disse Daisy. — Aquele cigano bonito te deixou toda nervosa,
não é?
Jane piscou. Essa não foi a impressão que ela tentou dar. Na verdade, ela
havia minimizado absolutamente o envolvimento do cigano na narração da
história. — Ele não deixou. E eu não estava toda nervosa.
— Mmh-hmm, — disse Daisy de uma forma não-acredito-uma-palavra-
sobre-isso.
— Ele era bonito? — Jane acrescentou alegremente, embora tardiamente. —
Eu não percebi.
Daisy fez um som rude.
— Pelo que me lembro, — Jane se virou indignada, — foi você se tornando
lírica sobre a aparência dele ‘nu do banho’, você disse, você e Lady Beatrice,
bastante foram desavergonhadas. Eu não estava nem um pouco interessada.
Daisy não disse nada. Ela não precisava, seu olhar disse tudo.
— E se eu estivesse nervosa, o que não estava, sem dúvida era por causa
daqueles meninos horríveis e malvados, de quem ele me salvou...
— Bonito e heroico, ele fica cada vez melhor. Parece que você teve uma
escapada de sorte. É meio bobo enfrentar aqueles caras sozinho. Ainda bem que
ele veio quando veio.
— Eu sei. — Jane suspirou. — Eu sou sempre a donzela, nunca o cavaleiro.
Daisy se virou para olhar para ela. — Nunca a noite? Não estava escuro.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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são Abby e Damaris. Mal posso esperar para vê-las, já faz muito tempo que não
conversamos com o direito, só nós, meninas, sem os homens. Além disso, estou
morrendo de fome, então vá, Senhorita Eu-Nunca-Notei-Que-Ele-Era-Bonito. —
Ela correu em direção às escadas, assobiando uma melodia alegre.
Jane, em seguida, apertou os lábios ao reconhecer a melodia, Fora com o
cigano esfarrapado.
Ela não estava, absolutamente não, prestes a ter sua cabeça virada por um
cigano. A própria ideia era ridícula. Ridícula. Impossível.
Ela era uma mulher prometida.
Zachary Black estava apenas entregando um cachorro para ela.
* * *
Demorou muito para chegar à Berkeley Square, em parte por causa da
determinação de Pétala de Rosa para investigar cheiros e batizar postes de
iluminação interessante, e em parte porque Zach tinha visto um mercado, onde ele
tinha comprado algumas ervas curativas e um pote de pomada de uma mulher
cigana, e uma coleira de couro vermelha e uma trela, uma corrente, porque ele não
confiava no cachorro para não roer uma de couro.
— Você fez de mim um belo motivo de piada com sua fita de cetim azul, —
ele disse severamente ao cachorro, enquanto prendia a coleira. — O cachorro mais
feio de London na faixa mais bonita. Além disso, não confio em você um centímetro.
Se você visse um gato ou algum outro inimigo mortal, você respeitaria os poderes
restritivos de uma fita de cetim azul?
O cachorro ergueu os olhos, ofegando suavemente com aquele sorriso atroz,
mas cativante, de dentes tortos.
— Eu não penso assim. Sem honra nenhuma. E esta coleira é muito difícil
para você, eu sei, mas você está surgindo no mundo, Pétala de Rosa. Basta pensar
nisso, ela me ofereceu dois xelins, dois! Você não está impressionado? Eu não teria
dado dois centavos por você. — Ele prendeu a corrente. — Não tenha nenhuma
ideia sobre isso mudar seu status na vida, no entanto, ela provavelmente já se
esqueceu de você. Ou mudou de ideia sobre ficar com você. Garotas assim são
impulsivas. Elas não pensam sobre as coisas. Veja a maneira como ela atacou
aquele bando de valentões.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ainda o surpreendia, a maneira como ela não hesitou. Tola e impulsiva, sim,
burra também. Mas inegavelmente corajosa. E tudo para resgatar um vira-lata de
rua, e um cara feio. Na experiência de Zach, as mulheres geralmente arrulhavam
e alvoroçavam criaturinhas bonitas, bolas de pelúcia ou cachorrinhos, animais de
aparência atraente.
— Você não, — disse ao cachorro. — Não é um osso atraente em seu corpo,
não é?
O cachorro ergueu os olhos para ele, sacudiu o traseiro inteiro para Zach e
sorriu aquele sorriso torto, torto e horrível. Zach riu. — Seu apelo, embora não
seja imediatamente óbvio, é um gosto adquirido. Mas ela não sabia disso quando
arriscou sua pele por você, não é? Aqueles idiotas poderiam tê-la machucado
muito.
Ela era uma mistura intrigante. Ela era claramente uma jovem protegida da
alta sociedade. Não havia nenhum indício de vulgaridade em sua voz ou
comportamento, e suas roupas eram dos melhores materiais e o que ele considerou
ser a última moda, embora ele fosse mais a favor da moda feminina no continente.
E havia uma inocência definitiva sobre ela. Esses rubores não podiam ser
fingidos.
No entanto, ela sabia o que era as bolas e como usá-las. E então havia a
maneira instintiva que ela usou seu joelho para incapacitar seu líder. Onde ela
aprendeu esse pequeno truque? Não era o tipo de coisa que as senhoras da
alta sociedade aprendiam. Um irmão, talvez? Foi intrigante.
Não, ela era intrigante.
Sem mencionar que é atraente. Aquela boca, tão macia e exuberante, como
cerejas de pele sedosa. Teria um gosto tão doce? Ele sorriu para si mesmo. Ela
provavelmente prefere morrer do que beijar um cigano.
Embora ela não tivesse mostrado nenhum sinal do desprezo que as pessoas
respeitáveis, particularmente as mulheres respeitáveis, mostravam aos ciganos. O
grande lacaio agora, ele mostrou a Zach o tipo de recepção que a maioria dos
ciganos recebe.
Não Srta. Jane, ela tratou Zach quase tão educadamente como se ele fosse
um cavalheiro. Até o chamou uma vez. Por quê? Porque ele salvou sua bela pele de
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
uma agressão por aqueles bandidos? Ou porque seu ato havia escorregado? Ele
havia se esquecido de si mesmo por um momento, e isso o perturbou. Ele nunca
se esqueceu de quem ou onde estava, sua vida dependia disso.
Por que ele perderia a concentração hoje? Porque ele estava de volta à
Inglaterra depois de todos esses anos? Porque ele estava, apesar do que disse a Gil,
ficando cansado da vida que levava? Seja qual for o motivo, foi um aviso.
Zach enrolou a fita de estanho azul e enfiou-a no bolso. Ela não iria querer
de volta, não depois de estar em volta do pescoço sujo do cachorro. Ele o devolveria
se ela pedisse. Claro.
Ele continuou seu caminho, ruminando sobre o enigma da Srta. Jane. Ela
era cheia de contradições. Uma senhora com um lacaio, que alegremente disse ao
lacaio para pagar o cigano e ainda assim não o rebaixou, ou tentou congelá-lo,
como a maioria das mulheres faria. Ela também falou com o lacaio como se ele
fosse alguém que ela gostasse e respeitasse. William não era apenas um servo para
ela, ele era uma pessoa, com sentimentos.
Talvez ela não o soubesse melhor. Ela era jovem, apenas dezoito ou
dezenove. Talvez fosse isso. Ela provavelmente tratava a todos com educação. Bem
lembrado. Ou talvez ela tenha sido criada por não, conformistas ou radicais.
Mas será que os não-conformistas ou radicais manteriam os criados vestidos
de libré? E quem era essa Lady Beatrice com a carruagem nova que não gostaria
de ter um cachorro com ela? Uma parente? A avó dela?
Ele ponderou a reação de William ao cachorro. Certamente não era a
primeira vez que a Srta. Jane trazia para casa um extraviado.
— Ela pode querer você, — ele disse ao cachorro quando dobraram a esquina
na Berkeley Square. — Mas aquela velha senhora sentirá o mesmo? Eu
duvido. Você não é a visão da maioria das mulheres de um animal de estimação
ideal. E quem poderia culpá-las? — Ele acrescentou quando o cachorro parou para
coçar vigorosamente atrás de uma orelha. — Você tem hábitos tão atraentes.
Duas senhoras elegantes o olhavam de esguelha. Ele ergueu o chapéu
surrado para elas e fez uma meia reverência floreada, que os fez se virar
apressadamente. Sorrindo para si mesmo, ele gostava de bancar o vagabundo de
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
má reputação, ele conduziu o cachorro pelo parque em direção ao endereço que ela
lhe dera e tocou a campainha.
Um mordomo muito digno respondeu, deu uma olhada em Zach e
no cachorro e disse: — Você encontrará a entrada dos comerciantes ao lado, —
indicando a direção com um gesto majestoso de sua mão enluvada de branco.
Claramente ele os esperava.
Ele foi fechar a porta, mas Zach enfiou o pé e disse agradavelmente: — Não
sou um comerciante, estou fazendo um favor para a Srta. Jane.
O mordomo estreitou os olhos e submeteu Zach a um rápido, embora
minucioso escrutínio. — No entanto, o animal deve ser entregue pela entrada do
comerciante.
Zach não se moveu. O mordomo olhou para o pé de Zach. — Eu odiaria ter
que chamar William. Srta. Jane, ficaria muito envergonhada por uma briga na
porta da frente de sua tia.
Zach franziu a testa. O mordomo acrescentou suavemente: — Tal incidente
dificilmente favorecia o caso da jovem para ficar com o animal.
O sujeito o tinha ali. Com um sorriso, Zach retirou o pé. — Me enrolou, por
George, a pé e armas, sem nem mesmo uma troca de tiros. Companheiro
inteligente. Venha então, Pétala de Rosa, fomos colocados firmemente em nosso
lugar. — Para o mordomo, ele disse: — Diga à Srta. Jane que o cachorro e eu
esperaremos por ela na praça.
O mordomo franziu a testa. — Mas a entrada lateral...
Zach sorriu. — Você esqueceu? Nem o cachorro nem eu somos comerciantes.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Capítulo Oito
Não tenho o prazer de te compreender.
JANE AUSTEN, PRIDE AND PREJUDICE
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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— Quem, o cigano?
— Não, o cachorro. O cigano me ajudou a me livrar dos meninos. Ele está
trazendo o cachorro aqui. Eu pedi porque ele estava sujo demais para andar na
carruagem.
— Quem, o cigano? — Lady Beatrice perguntou.
— Não, o cachorro. Ele estava todo enlameado. O cigano é bastante limpo.
Lady Beatrice bufou. — Acredito nisso quando eu vir.
Jane se levantou. — A campainha da porta tocou um momento atrás.
Provavelmente é ele.
Lady Beatrice ergueu uma mão magistral. — Fique onde está, garota. Moças
bem-educadas não atendem a porta, principalmente para os ciganos. Além disso,
os ciganos sabem melhor do que se aproximar da porta da frente da
residência de um cavalheiro.
— Mas...
— Em qualquer caso, não há necessidade de você falar com o sujeito. De que
adianta ter criados se eles não podem lidar com assuntos tão triviais? Featherby
ou William lhe darão uma moeda por seu trabalho e isso encerrará o assunto.
Termine seu almoço e ouça as novidades de suas irmãs. Agora, diga-me, Damaris,
você conheceu o Doge em Veneza?
Jane, frustrada, recostou-se na cadeira enquanto Damaris respondia que
não, eles não tinham conhecido o Doge, mas tinham conhecido vários outros
nobres e senhoras venezianos. Ela descreveu algumas das ocasiões.
Jane fez o possível para se concentrar. Claro que ela queria ouvir as
novidades da irmã, ela estava interessada, realmente estava, mas Veneza era muito
longe, e ela nunca tinha ouvido falar de nenhuma dessas pessoas, e seu cachorro
e Zachary Black estariam aqui a qualquer minuto, se ainda não estiver aqui.
Era apenas educado agradecê-lo pessoalmente, certo? Ela sentiu o olhar
astuto de Daisy sobre ela e estampou uma expressão de interesse no rosto.
Ela tentou não se importar, tentou não pensar em um par de olhos verde-
prata brilhando em um rosto bronzeado. E a maneira como seu pulso disparou
quando ele a tocou.
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verdade, e os sotaques de mamãe e papai, que soavam mais como Lady Beatrice.
Mamãe e papai sempre corrigiam Abby ou Jane sempre que as ouviam falando
como crianças de rua.
Abby era melhor do que Jane no sotaque da rua, Jane mal conseguia se
lembrar daqueles primeiros dias. Ela entrou no orfanato aos seis anos, e todos lá
tinham que falar como uma dama ou sofrer as consequências.
Mas às vezes, quando estava com Daisy, ela encontrava a si mesma fazendo
eco ao sotaque londrino de Daisy. Talvez o cigano fosse assim, assumindo o
sotaque de quem estava com ele. Uma espécie de coloração protetora. Como um
camaleão.
— É apenas um sentimento, — disse Featherby. — Mesmo assim, é melhor
você ir com a Srta. Jane quando ela for para a praça.
— Você acha que ele ainda estará esperando?
O coração de Jane deu um salto. Ele ainda estava aqui? Esperando por
ela? Ela se sentiu repentinamente sem fôlego.
— Eu apostaria meu último guinéu nisso. Ele me pareceu um homem que
não desiste facilmente.
William bufou. — Você devia ter me deixado bater nele, Hewitt. Eu o faria
desistir.
— Uma briga vulgar na residência de uma dama, William? Não enquanto eu
estiver no comando.
— Como se eu não soubesse melhor do que isso, — disse William, ofendido.
— Eu teria feito isso lá fora, claro. Em torno do coro.
— Você não deve bater em ninguém. — Jane deu um passo à frente. — Agora,
onde está meu cachorro, por favor?
— O cigano não desistiria sem você estar lá para entregá-lo, senhorita. Diz
que tem instruções para você. — William bufou. — Instruções! A bochecha dele.
Vou dar-lhe instruções...
Featherby interrompeu suavemente. — O sujeito está esperando do outro
lado da rua, na praça, com o animal, Srta. Jane.
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— Oh. — Ela olhou para o cachorro e tentou não sorrir. — Então, obrigada.
Ele é muito grato, tenho certeza. É uma coleira muito bonita. O vermelho combina
com ele.
— Vermelho combina com você, — ele disse calmamente.
Ela não respondeu. Ela gentilmente esfregou o cachorro atrás das orelhas.
— Olhe para você, tão sujo. Eu vou te dar um banho quando chegarmos em casa,
você vai gostar?
— O que me lembra, eu comprei isso para você. — Zach tirou do bolso o feixe
de ervas secas embrulhado em jornal e a pequena lata com rolha que comprou no
mercado.
Ela não fez nenhum movimento para aceitá-los. — O que são?
— O pacote contém algumas ervas que são boas para a cura. Mergulhe-os
em água quente e use-a para enxaguar o cão após o banho. Em seguida, aplique a
pomada em seus ferimentos. Isso vai acelerar o processo de cura.
Mesmo assim ela hesitou.
— São remédios ciganos antigos. Muito confiável.
Ela pegou o pacote de jornal e cheirou-o com cautela. — Isso é lavanda que
eu posso sentir?
— Sim, a lavanda é purificadora. E calêndula, confrei e várias outras
ervas. Nada prejudicial, garanto a você.
— Minha irmã Damaris também sabe sobre ervas. — Ela tirou a rolha do
pequeno pote e cheirou a pomada dentro. — Um pouco pungente, mas bastante
agradável. Há lavanda nisso também, eu acho.
— Sim, um pouco mais na pomada. Achei que você gostaria de um cheiro
mais doce — ele olhou para o cachorro — para neutralizar o poderoso eau-de-dog.
Ela riu então, e o som foi como a luz do sol sobre diamantes. Os olhos dela
brilharam e Zach sentiu sua respiração travar. Ele ficou ali, olhando para ela,
incapaz de pensar em nada. Ela olhou para ele. O silêncio se estendeu.
— Senhorita Jane? — Era o lacaio.
Ela começou, corou e se virou. — Sim, William?
— É hora de você voltar. — Ele olhou Zach um olhar penetrante.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Oh, isso mesmo, minha lição, quase esqueci. — Ainda corando, ela se
virou para Zach. — Estamos praticando a valsa, — ela confidenciou. — É melhor
eu ir. Muito obrigada por trazer meu cachorro, Sr. Black.
— Meu prazer absoluto, — Zach murmurou. Ela deu a ele um olhar caloroso,
seu rubor aumentou e o cérebro de Zach paralisou novamente.
— Aqui está, cigano. — William se colocou entre eles, jogando uma moeda
para Zach. — Eu acredito que essa será a última vez que veremos você.
Zach havia esquecido sua promessa de pagamento quando entregou o
cachorro. Ele aceitou o xelim com um sorriso. — Você nunca sabe, William, o
destino é uma amante imprevisível, não é? — William fez uma careta.
Ele se virou para Jane e fez uma reverência rude. — Eu não vou dizer adeus,
Srta. Chance, mas adeus. Talvez, se você levar o cachorro para passear de manhã,
digamos por volta das dez, talvez possamos nos encontrar.
Ela hesitou, então balançou a cabeça. — Eu sinto muito. Adeus, Sr. Black, e
obrigado novamente por sua ajuda. — Ela se virou, levando o cachorro, o lacaio e
a empregada fechando a retaguarda.
Zach a observou cruzando a praça e sorriu para si mesmo. Uma senhora
virtuosa, de fato. Ela deu o dispensou, sem dúvida sobre isso.
O problema era que ele nunca gostou muito de ser dispensado.
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Capítulo Nove
Onde há um desejo de agradar, deve-se ignorar, e muito se esquece.
JANE AUSTEN, EMMA
— Bem, — Lady Beatrice disse depois do jantar. — Vamos ver este cachorro,
então. — Eles estavam todos reunidos, Abby e Max, Damaris e Freddy, Daisy e
Jane, na sala de estar menor e mais aconchegante. Lady Beatrice tinha até
convidado Flynn para o primeiro jantar em família ‘em casa’ desde que Freddy e
Damaris haviam voltado da Itália, o que dizia muito sobre sua afeição por ele, mas
Flynn já havia começado sua busca pela ‘melhor jovem de London’ e tinha
compromisso durante a noite.
— Agora? Mas o cachorro ainda não teve tempo de se acomodar, — disse
Jane. Era muito cedo. Ela o banhou e ungiu seus ferimentos, mas ele ainda parecia
muito desgastado. Além disso, ela ainda não tinha descoberto a extensão de seu
treinamento em casa, se houver, e mais precisamente, sua atitude para com os
gatos.
Todos os três gatos crescidos estavam presentes: Snowflake estava deitado,
como sempre, enrolado no colo de Lady Beatrice, Marmaduke estava esticado ao
longo do encosto do sofá, enquanto Max-o-gato estava sobre os joelhos de seu
homônimo, Max-o-homem.
— O animal está limpo? — A velha senhora perguntou.
— Sim. — Ela o banhou três vezes, usando sabonete de lavanda, lavanda
com propriedades curativas e também com um cheiro adorável, e na última
lavagem ela usou uma decocção que Damaris havia feito com as ervas que o Sr.
Black lhe dera. O cachorro estava tão limpo quanto ela poderia deixá-lo, e cheirava
agradavelmente a ervas, embora ainda um pouco canino por baixo. O que era de
se esperar.
— Bem, traga isso à tona, então. Nenhum momento como o presente,
especialmente porque toda a família está aqui. Veremos como essa criatura das
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Quando terminou, Gil sinalizou para seu criado tirar a mesa e serviu
conhaque para os dois. — Então, uma acusação de assassinato. Isso complica as
coisas.
— Bobagem, é apenas um mal-entendido. Cecily está viva e mora no País de
Gales, como você bem sabe, tendo enviado suas cartas ao longo dos anos.
Gil concordou. — Ainda assim, já que seu primo moveu para que você fosse
declarado morto, isso poderia agitar a coisa do assassinato. Portanto, é sábio fazer
o que o advogado diz e ficar quieto.
Zach revirou os olhos. — O sujeito é ridiculamente excessivo. Eu poderia
facilmente buscar Cecily eu mesmo em Gales, mas ele insiste em mandar seu
próprio homem. Teve a ideia maluca de que seria acusado de treinar uma mulher
para se passar por ela.
— Ah, ele estaria pensando no caso Breckenridge.
— O quê?
— Um caso ano passado. O herdeiro há muito perdido do duque de
Breckenridge apareceu após estar desaparecido por vinte anos. Velho em lágrimas
de alegria, bezerro cevado morto, você pode imaginar a confusão. — Ele deu a Zach
um olhar astuto. — Acabou sendo uma fraude. Deixou um gosto desagradável na
boca de todos. Também jogar do lado cauteloso.
— É ridículo. Cecily está viva, ela não é uma fraude, então não há caso. Eu
pretendia ir buscá-la de qualquer maneira, malditamente mais eficiente fazer isso
sozinho, em vez de ficar por aqui chutando meus calcanhares e agachado. — Zach
bufou. — Se esgueirando, se escondendo, mais parecido.
— Que chocante, — disse Gil. — Como alguém poderia esperar que você se
esgueirasse ou se escondesse? Tsk tsk!
Suas palavras forçaram um sorriso relutante de Zach. — Aquilo foi
diferente. Era meu trabalho. Havia um propósito válido para isso.
— E evitar que seu pescoço seja esticado não é um propósito válido?
— Não há dúvida de que meu pescoço vai ficar esticado, — Zach disse
irritado. — Cecily está viva.
Eles mergulharam em um silêncio amigável.
Depois de um tempo, Gil disse: — Então você vai ficar para a audiência?
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Ele tinha servido bem ao seu país, mas agora, estando aqui na Inglaterra
depois de doze anos no exterior, tinha... em casa. Contra todas as suas
expectativas, parecia quase como, não, isso era ridículo. Ele nunca se sentiu em
casa na Inglaterra. Ou em qualquer outro lugar. Certamente não no Wainfleet.
O que fazer com o resto da vida dele? Ele não tinha ideia.
Ele esvaziou o copo. — Eu odeio fazer planos. Eles inevitavelmente falham.
— Era mais fácil ir para onde o acaso o levasse.
— Não é inevitável, — Gil o reprovou. Gil se orgulhava de sua habilidade de
planejar. — Ainda assim, se você está planejando ficar e frustrar a reclamação de
seu primo, sem mencionar resolver a acusação de assassinato, haverá muito tempo
para você se decidir. Você pode ficar aqui o tempo que precisar. Os quartos de
hóspedes são um pouco apertados, mas...
Zach riu. — Dormi em porões de carvão e palheiros. Seu quarto é palaciano
em comparação.
O silêncio caiu. Eles beberam seu conhaque. O fogo assobiou e crepitou
suavemente. Lá fora, o tamborilar da chuva nas janelas e o barulho incessante da
cidade que nunca dormia.
— Diga-me, Gil, o que você sabe sobre a família Chance?
Gil franziu a testa. — Família Chance?
— Em particular, uma Srta. Jane Chance, vive com uma Lady Beatrice,
alguém na Berkeley Square.
Gil concordou. — Freddy Monkton-Coombes, que acabei de mencionar, cara
que costumava viver na miséria...
— Chance, eu disse, não Monkton...
— Estou chegando lá. Freddy casou-se com a senhorita Damaris Chance,
irmã da senhorita Jane. Lady Beatrice, bem, estritamente falando, ela é a viúva
Lady Davenham, mas ela é uma lei em si mesma, a velha, e prefere ser chamada
de Lady Beatrice, filha de um conde, você sabe. Ela disse ser a tia das meninas.
— Disse-se ser? — Zach franziu a testa.
Gil fez um gesto vago com sua taça de vinho. — Tudo um pouco duvidoso, se
você me perguntar.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
mais nova, Jane, não perguntou? Ela ainda não foi apresentada, nenhuma delas
foi, mas ela tem a fama de ser uma beleza, um diamante de primeira qualidade.
— Ela é.
Gil ergueu os olhos bruscamente. — Como diabos você sabe disso?
Zach encolheu os ombros. — Encontrei-a em um beco escuro.
Gil lançou-lhe um olhar cético. — Planejando topar com ela de novo?
Zach não respondeu.
— Mesmo que você tenha dito que o advogado o aconselhou a se esconder?
— Eu também disse a você, a coisa toda é um erro.
Gil esvaziou seu copo. — Você nunca gostou de seguir ordens, não é?
Zach deu a ele um sorriso preguiçoso. — Eu segui a sua, não foi?
— Não, você obteve os resultados que eu pedi, — corrigiu Gil. — Há uma
diferença significativa.
* * *
Zach se jogou e girou em sua cama. Era ridículo ele não conseguir
dormir. Ele poderia dormir em qualquer lugar, ele se orgulhava disso, uma
carruagem em movimento, um palheiro, um porão frio, mesmo com inimigos por
perto que planejavam matá-lo. Qualquer lugar. A qualquer momento. Era uma
habilidade que ele aperfeiçoou ao longo dos anos. Durma quando a oportunidade
se apresentar.
E ainda aqui, na cama extra muito confortável de Gil Radcliffe, com seu
colchão de penas, lençóis de linho finos, cobertores quentes, e em perfeita
segurança, ele não conseguia dormir. Ele se virou novamente, colocando seu
travesseiro em uma forma melhor, e contemplou seu estado de insônia. Ele estava
tenso, inquieto.
Já fazia muito tempo que ele não tinha uma mulher. Talvez seja esse o
problema. Sem dúvida, Gil poderia encaminhá-lo a algum estabelecimento onde
pudesse ter suas necessidades atendidas...
Ele considerou. A ideia não apelou. Zach era exigente com as mulheres que
levava para a cama.
Muito exigente.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Maldito seja. Ele socou o travesseiro novamente. Ele sabia qual era o
problema e não havia solução possível para ele. A última mulher em quem ele
deveria estar pensando era a Srta. Jane Chance. Ela era inocente, uma senhorita
doce, jovem e protegida, a última pessoa em quem um sujeito cansado como ele
deveria ter pensamentos lascivos.
Um cigano, se não na verdade, no estilo de vida.
Mas Gil estava certo, ele não era bom em fazer o que deveria.
Ele não deveria estar pensando em Jane Chance, mas estava. Ele não deveria
estar pensando em voltar para Berkeley Square pela manhã também, mas estava.
Ele passou anos confiando em seus instintos, e agora eles estavam em
guerra, e tudo por causa daquela garota.
Reconhecidamente, ela era extremamente bonita.
Mas ele conheceu muitas mulheres bonitas em sua vida, e embora admirasse
a beleza em uma mulher, isso não o chamava necessariamente, não o obrigava a
possuir uma mulher, ou mesmo a querer conhecê-la melhor. Certamente não
costumava mantê-lo acordado à noite.
Mas aqueles grandes olhos azuis, azuis como o Mediterrâneo em um dia de
verão, e tão fáceis de se afogar... e aquela tez, pêssegos ingleses sedosos e creme. E
a boca mais suave e beijável que ele já tinha visto em muito tempo...
Ele gemeu e se virou. Ele deixaria a Inglaterra assim que possível. Ele não
deveria estar pensando em nenhuma mulher, exceto em alguma mulher temporária
que não queria nada mais do que uma ou duas noites de esportes na cama.
Mas ele não conseguia tirar a Srta. Jane Chance da cabeça.
Há quanto tempo ele não sentia isso... conexão instantânea com uma
mulher? Ele já tinha? Não luxúria, bem, não apenas luxúria, mas algo... outro.
Fosse o que fosse, o abalou. Quando ele já perdeu a concentração assim?
Não desde que ele era um menino.
Ele viveu com perigo e decepção por tanto tempo que era como uma segunda
pele para ele agora. Nunca se esqueceu de quem deveria ser e que o perigo estava
sempre presente.
Mas hoje... seu sotaque havia escorregado, várias vezes, e ele havia se
esquecido pelo amor de Deus, na verdade esquecido, daqueles jovens bandidos.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ele tinha visto isso na jovem segunda esposa de seu pai, Cecily, a conheceu
como uma jovem noiva orvalhada, deslumbrada e apaixonada por seu belo marido
mais velho.
Seu pai estava certamente satisfeito com sua noiva linda e jovem.
Zach aos dezesseis anos pode ter desenvolvido um pouco de queda por ela.
Ela era bonita, gentil e indefesa de um jeito que poderia ter agradado a um rapaz,
exceto que ele tinha acabado de descobrir as alegrias dos esportes na cama com
uma viúva local atraente cinco anos mais velha, e ele só tinha olhos para ela.
Zach estava aliviado por seu pai estar muito ocupado com sua nova noiva
para se preocupar em tornar a vida de Zach uma miséria. Isso deu a ele uma nova
sensação de liberdade. Ele poderia ficar longe de casa o tempo que quisesse, seu
pai nunca se importou. Então Zach se manteve fora do caminho dos recém-
casados.
Quando ele finalmente percebeu a jovem noiva de seu pai, foi porque ela se
movia com uma rigidez que ele reconheceu. E quando ele olhou para ela, realmente
olhou, ele viu que o brilho feliz da sua noiva havia desaparecido e que ela tinha
ficado quieta e não era mais tão bonita, mas estava de alguma forma com uma
aparência comprimida.
Ela se sentava silenciosamente à mesa de jantar naquela noite enquanto seu
pai pegava sua segunda garrafa de vinho para a noite, ela dobrando e mexendo seu
guardanapo com dedos nervosos, observando seu marido com olhares rápidos e
furtivos e uma expressão que Zach reconheceu com uma certeza interior doentia.
Pavor.
E ele percebeu por que seu pai o havia aliviado recentemente. Ele encontrou
uma nova vítima.
A situação de Cecily, seu desamparo diante dos modos agressivos de seu pai,
havia despertado os instintos protetores de Zach. E veja onde isso o levou.
Ele não tinha planos de ficar na Inglaterra. Ele não tinha planos, e as
garotas, moças respeitáveis, jovens e solteiras, principalmente moças solteiras com
origens exóticas inventadas, eram tudo sobre planos.
Portanto, seria inútil, inútil e estúpido, tentar vê-la novamente. Muito mais
sensato ir ao País de Gales buscar Cecily.
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Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Capítulo Dez
Uma mulher comprometida é sempre mais agradável do que uma desligada. Ela
está satisfeita consigo mesma. Suas preocupações acabaram e ela sente que pode
exercer todos os seus poderes de agradar sem suspeitar. Tudo está seguro com
uma dama comprometida: nenhum mal pode ser feito.
JANE AUSTEN, MANSFIELD PARK
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
foi uma alegria vê-lo. — Ela deu a Jane um osso de escolha para o cachorro,
acrescentando: — Eu nunca pensei muito em cachorros, para ser honesta, mas ele
é melhor do que aqueles gatos inúteis e estragados de sua senhoria, qualquer dia.
Era um bom sinal, pensou Jane. Cook era muito influente com os outros
criados e, se ela aprovasse Caeser, ele seria bem tratado na ausência de Jane.
* * *
Depois do café da manhã, repleto de impaciência reprimida, ela se sentou
com Daisy, costurando os vestidos que iria usar durante a temporada, Daisy não
confiava nela com qualquer coisa visível. Elas costuraram até o relógio bater dez e
meia, então Jane deixou a costura de lado, desceu e prendeu a guia de Caeser.
Ela estava determinada a não se apressar. Ela não tinha um encontro
marcado. Ela deixou bem claro que não o encontraria às dez. Então.
Na praça, ela casualmente olhou ao redor. Havia babás conversando em
pequenos grupos enquanto as crianças brincavam ao seu redor, boliche e
amarelinha. Ela viu uma ou duas pessoas passeando com cachorros e respirando,
mas não havia sinal de um cigano alto e moreno.
Ela tentou não se sentir desapontada. Claro que ele não tinha vindo. Ela
deixou bem claro que não tinha intenção de encontrá-lo. Então.
Ela sentiu William olhar de soslaio para ela e imediatamente começou a
caminhar rapidamente por um dos caminhos, conduzindo Caeser, fingindo uma
despreocupação aérea como se não tivesse ocorrido a ela procurar por ninguém.
Se o Sr. Black não se importou o suficiente para esperar, não valia a pena
procurá-lo.
Caeser repentinamente puxou a corrente, afastando-se com força do
caminho. Um rato? Um esquilo? — Caeser! — Ela o repreendeu. Mas o cachorro
não percebeu. Ele puxou ansiosamente a guia.
Ela olhou para cima e viu o que o cachorro já havia notado: Zachary Black,
do outro lado da praça, levantando-se de um banco. Seu pulso disparou. Ela
tentou não parecer afetada. Não seria bom parecer muito interessada.
Caeser não tinha esse escrúpulo. Ofegante, abanando o rabo e soltando
pequenos latidos de prazer, ele rebocou Jane com firmeza na direção do homem
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Jane olhou para William, e com uma carranca, ele caminhou em direção ao
banco.
— Oh, você gosta disso, não é, Pétala de Rosa? — Zachary Black disse. —
Você caiu de pé, não é? Já está estragado, aposto.
Suas mãos estavam nuas, grandes e elegantes, com dedos longos e
fortes. Seus nós dos dedos estavam arranhados. Feridos.
— Ele se chama Caeser agora, — Jane disse a ele. Suas palavras saíram um
pouco guturais.
Zachary Black riu enquanto se endireitava, mas não de uma forma cruel. —
Ele sempre será Pétala de Rosa para mim. Embora talvez eu devesse começar a
chamá-lo de Lilá agora. Ele cheira bem melhor, e aquela pomada parece já estar
funcionando.
— Está. Nós o banhamos com as ervas que você me deu também. Muito
obrigada por elas.
William voltou carregando uma cesta de salgueiro grande e rasa.
— Oh, — Jane exclamou. — Uma cama para Caeser, obrigada, é exatamente
o que eu precisava.
— Achei que sim, quando a vi no mercado.
Ele estava gastando uma boa quantia de dinheiro com ela, seu cachorro,
Jane pensou. — Posso te pagar por...
Ele ergueu a mão. — De modo nenhum. O prazer é meu. Como eu disse, é
um presente. Para o cachorro. — Ele sorriu para ela, uma rápida pincelada de
branco no rosto bronzeado. Ela sentiu suas bochechas aquecerem. Quando ele
sorria para ela assim...
— Vamos caminhar? Esse cachorro precisa de exercício, — ele disse, e Jane
concordou.
— Então me diga, — ele perguntou enquanto caminhavam ao longo do
caminho, — como ele se estabeleceu? Espero que ele não tenha se desonrado na
primeira noite.
— Nem um pouco, — Jane disse a ele, combinando seus passos com os
dele. Caminhar tornava as coisas mais fáceis, se ela não tivesse que olhar para ele,
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seu cérebro não ficaria tão confuso. — Na verdade, ele tem se saído incrivelmente
bem, muito melhor do que eu esperava para um cachorro criado na rua.
As sobrancelhas escuras se ergueram. — Domesticado?
Jane riu e cruzou os dedos. — Ainda é cedo, mas até agora tudo bem. Ele
também impressionou Cook matando um rato.
— Oh, esse é o tipo de criatura insinuante que você é, não é, Pétala de Rosa?
— Zachary Black disse. — Muito inteligente, fazer amizade com a cozinheira. E vejo
que alguém deu banho em você, aposto que foi um choque.
Jane riu. — Sim, de fato, mas ele foi um cavalheiro sobre isso, no final das
contas, quero dizer. Ele lutou no começo, eu fiquei muito encharcada...
— Você deu banho nele? — Ele disse, surpreso.
— Claro. Afinal, ele é meu cachorro, e é importante que ele saiba disso. E,
como eu disse, ele criou uma grande confusão no início, ele estava com medo de
se afogar, pobrezinho, mas acabou aceitando seu destino e simplesmente suportou.
— Ela sorriu e acrescentou: — Você deveria ter visto a profunda expressão de
martírio em sua cara. É uma pena que os cães não possam ser atores, porque
tenho certeza de que ele interpretou o mártir melhor do que qualquer ator que já
vi no palco.
Ele deu uma risadinha.
— Claro, os cortes e escoriações devem ter doído, mas ele nunca estalou ou
rosnou ou me ameaçou de forma alguma. Realmente é uma criatura muito gentil.
— Pode ser por isso que aqueles rapazes o estavam chutando. Provavelmente
esperavam fazer dele um cão de briga, e ele não tinha temperamento para isso.
Ela estremeceu. — É perverso a maneira como os homens colocam criaturas
inocentes para lutar umas contra as outras, simplesmente para seu próprio
entretenimento.
Eles caminharam um pouco, então ele disse: — Você não disse que também
tinha gatos? Como foi?
— Para dizer a verdade, eu estava com medo de que ele os atacasse, nós
temos três, você vê, todos meio crescidos, todos da mesma ninhada, e...
— Não me diga, você os resgatou também.
Ela olhou para ele. — Bem, sim, eu resgatei. Como você poderia saber disso?
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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fechando em punho. Ela desejava acariciar aquele queixo, sentir a aspereza sob
suas palmas, sentir a linha dura de sua mandíbula abaixo.
Quanto à boca, emoldurada por aquela aspereza escura, o jeito como sorria
era um puro convite ao pecado... ele poderia ter sido criado por Michelangelo ou
Maquiavel ou algum outro italiano brilhante e escandaloso. E ela precisava se
lembrar disso.
Ele era perigoso. Associar-se a ele era como brincar com fogo.
Um alívio tão grande que ele era totalmente impossível. E que ela estava
prometida em segurança.
Seu olhar cintilante e brilhante pousou em sua boca e foi tão tangível quanto
um toque. Seus lábios formigaram. Ela sentiu seu rosto esquentar.
William pigarreou de maneira significativa, e Jane olhou para ele e percebeu
que haviam feito duas voltas completas na praça. — É melhor eu ir agora, — ela
disse Zachary Black. — Tenho uma aula para assistir.
Uma sobrancelha escura se ergueu. — Mais aulas?
Ela assentiu. — Você não tem ideia de quantas coisas há para aprender para
a minha temporada. Muito obrigada pela cesta de Caeser. Tenho certeza de que ele
está muito grato, ou ficará esta noite quando dormir nela.
Ele se abaixou e deu um tapinha no cachorro. — Não tenho certeza se a
gratidão está mesmo em seu vocabulário, embora devesse estar. Mas a alegria
certamente está, não é, seu patife? — Ele acrescentou enquanto Caeser sorria seu
sorriso torto e desleixado e abanava o corpo inteiro de alegria.
Eles se despediram. Ele não fez mais nenhuma sugestão sobre qualquer
encontro futuro, e Jane, é claro, não foi tão impropria a ponto de sugerir um.
Além disso, ela não tinha flertado com ele. Além de alguns pensamentos
indisciplinados e bastante inadequados, ela apenas conversou com ele, como se o
conhecesse desde sempre.
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Capítulo Onze
O mero hábito de aprender a amar é o que importa, e a disposição para o ensino
em uma jovem é uma grande bênção.
JANE AUSTEN, NORTHANGER ABBEY
— Não, não, não! — Lady Beatrice bateu com seu bastão de ébano no
chão. — Não balance para cima e para baixo como uma serva maldita! Você não
está se concentrando. Lenta e graciosa, Jane, quantas vezes devo lembrá-la?
Jane, Damaris e Abby estavam reunidas na sala da frente da casa de Lady
Beatrice, praticando suas reverências. Daisy sentou-se à margem costurando
ostensivamente.
Agora que Abby e Damaris estavam de volta a London, quase todas as
manhãs eram dedicadas a aulas de comportamento, aulas de como se comportar
em todas as situações imagináveis, e depois disso, aulas de dança. Embora Jane,
Abby e Damaris tivessem nascido gentilmente e falassem e se comportassem como
as damas deveriam, nenhuma delas cresceu na residência de um cavalheiro ou
teve o que Lady Beatrice considerava uma criação aceitável.
E nenhuma delas estava em dia com a dança, embora Abby e Jane
conhecessem algumas das danças country.
Quanto a Daisy, por motivos próprios, Lady Beatrice insistia que ela também
assistisse às aulas, embora Daisy declarasse em voz alta e com frequência que era
uma perda de seu precioso tempo, ela não faria uma apresentação maldita e ela
tinha costura para fazer.
Tendo desejado filhas durante toda a vida, Lady Beatrice estava determinada
a que ninguém, nem o mais obstinado da terra, tivesse qualquer desculpa, mesmo
para olhar de soslaio para suas queridas sobrinhas. Elas iriam, cada uma delas,
brilhar. Até Daisy. Então ela treinava todas elas como soldados.
— Veja suas irmãs. Abby! Damaris! — Ela bateu com o taco no chão e
primeiro Abby, depois Damaris caminhou até o meio da sala e se afundou em uma
reverência lenta e graciosa.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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Daisy se virou. — Por que eu tenho que aprender a dançar? — Ela disse,
exasperada. — Não vou a nenhum daqueles bailes de primeira, não quero ir, e
tenho trabalho a fazer!
— Você ainda precisa aprender, — Lady Beatrice insistiu. — Toda mulher
deveria ser capaz de dançar.
— Sim, mas eu não...— Daisy parou, lembrando-se da ameaça anterior da
velha senhora. — Com uma perna manca como a minha, não adianta nem tentar
dançar.
— Há uma razão, mesmo que você não veja, — a velha senhora disse
austeramente. — Você vai me agradar, Daisy. Trinta minutos. E se você 'esquecer',
Featherby enviará William para buscá-la. — Ela olhou para Featherby, que se
curvou ligeiramente em reconhecimento ao que todos reconheceram como uma
ordem.
— Tudo bem, mas é uma perda do meu precioso tempo, — Daisy resmungou
e saiu cambaleando. Ela correu para o quarto que dividia com Jane e a encontrou
lutando para tirar o vestido.
— Ei, deixe-me. — Ela começou a desfazer os ganchos nas costas. — A velha
ainda quer que eu vá às malditas aulas de dança. Fale com ela sobre isso, não
posso, Jane? Para que eu quero dançar? Ela sabe que não quero ser uma senhora
elegante da sociedade, só quero fazer vestidos para elas.
Jane tirou o vestido e o sacudiu. Realmente era muito bonito. — Abby já
tentou ontem depois que você discutiu da última vez, e se Abby não pode fazê-la
mudar de ideia... ela não vai se mexer nisso, eu temo.
Daisy murmurou algo rude em voz baixa. Ela jogou o vestido pela cabeça de
Jane e agilmente o fechou. Ela puxou-o em linha reta, olhou para Jane no espelho
e disse astutamente: — Aquele cigano grande e bonito, você o encontrou esta
manhã, não foi?
— Quem? — Sentindo o olhar astuto de Daisy sobre ela, acrescentou
alegremente: — Oh, ele. Acontece que esbarrei com ele no parque. Pura
coincidência.
Daisy riu. — Coincidência, meu pé. É por isso que você estava toda animada
e divertida, nada a ver com ser Cinderela.
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Jane se sentiu corar. — Foi. E eu não estava. Foi... nada. — Ela tentou
parecer o mais desinteressada possível.
Daisy ergueu uma sobrancelha cética. — Então você nunca falou com ele.
Acabou de vê-lo à distância, hein?
— Ele trouxe... trouxe uma cesta para Caeser dormir. Foi apenas educado
agradecê-lo.
— Educado de novo, não é?
— Bem, é...
Daisy deu uma risadinha. — Admita, querida, você gosta dele.
— Oh, muito bem, sim, talvez eu goste. Um pouco. Mas foi você quem disse
que era natural admirar um homem bem-feito. E é só isso. — Era tudo o que podia
ser, e uma coisa muito boa. Um homem como Zachary Black nunca se encaixaria
em seus planos.
Daisy ergueu as mãos. — Não se preocupe comigo. Eu não culpo você, ele é
um cara bonito, sim. Mas você não sabe nada sobre ele, Jane, então você precisa
ter um pouco de cuidado. Você vai encontrá-lo de novo?
— Não, claro que não. Duvido que o veja novamente. — O que era, Jane
admitiu em particular, uma coisa muito boa. Provavelmente. — Agora, realmente
preciso verificar Caeser.
* * *
— Então, o que você fez hoje? — Gil perguntou, mas um momento depois
seu criado trouxe o jantar, rosbife, purê de batatas e molho da pousada da esquina
novamente, e a conversa parou por um tempo.
Gil decidiu que tirando as roupas surradas, não seria sensato Zach jantar
em seu clube. Havia homens lá que poderiam reconhecê-lo, homens com quem eles
haviam estudado. E se seu primo soubesse da chegada de Zach, ele sem dúvida
causaria problemas.
— E seria sensato, — acrescentou Gil, conhecendo Zach há muito tempo, —
não hostilizar Gerald até que a acusação de assassinato seja resolvida.
Zach riu da expressão minatória de seu amigo. — Não se preocupe, — ele o
assegurou. — Não tenho nenhum desejo de ver Gerald ou qualquer um dos colegas
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
com quem fomos para a escola. Essa carne é muito boa. Já faz muito tempo que
não aprecio comida inglesa boa e simples. — Zach se dirigiu ao jantar novamente.
— Então, você visitou meu alfaiate hoje? — Gil perguntou depois de um
tempo.
— Não, vou amanhã. Pode encomendar algumas coisas.
— Algumas? — Gil lançou-lhe um olhar surpreso. — Mas eu pensei...
Zach deu um gole em seu vinho. — Já faz um tempo que não tenho nada
novo. Boa coisa, este vinho. Muito suave.
Houve uma longa pausa. Ele podia sentir o olhar de Gil se estreitando sobre
ele. — É aquela garota, não é? A garota Chance.
Zach deu a ele um olhar inocente e gesticulou para suas roupas surradas. —
Você não concorda que eu preciso de roupas melhores? Seu criado certamente
concorda.
Gil não mordeu a isca. — Você voltou para Berkeley Square, não foi?
— Resumidamente. Só queria verificar se ela conseguiu ficar com o cachorro.
— Diante da expressão de Gil, ele acrescentou: — Eu me senti responsável. Você
sabe que sempre gostei de animais.
— E ela?
— Ela é o quê?
— Manteve.
— Sim.
— Ótimo, então você não terá mais razão para voltar para uma área onde, de
toda London fora do meu clube, você provavelmente será reconhecido.
— Mais deste excelente purê de batata? — Zach passou o prato a Gil.
O silêncio caiu quando eles terminaram a refeição. O criado de Gil tirou os
pratos e Gil trouxe uma garrafa de porto. — Então você mudou de ideia sobre ir
para o País de Gales?
— Mmm. Decidi deixar para o advogado, — disse Zach.
— Decidiu por um namorico feminino, mais parecido, — disse Gil secamente.
— Embora vestido assim, é uma maneira estranha de cortejar uma garota. As
garotas da alta sociedade esperam que um homem esteja vestido com esmero.
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— Não estou cortejando ninguém, — disse Zach. — Além disso, ela acha que
eu sou um cigano.
As sobrancelhas de Gil se ergueram. — E ainda assim ela fala com você?
— Ela não é a típica senhorita jovem da sociedade. Além disso — Zach sorriu
— Acho que ela gosta de mim. — Embora ela persistisse em não o encorajar. De
qualquer forma, nenhum incentivo aberto. A maneira como seus olhos se
iluminaram hoje quando o viu foi encorajamento suficiente para ele.
— E se alguém te reconhecer?
Zach encolheu os ombros. — Por que eles fariam isso? Faz doze anos que
estive na Inglaterra pela última vez e, de acordo com meu primo, todos pensam que
estou morto. E mesmo que eles não pensassem, eu não sou o mesmo. Eu era um
mero estudante raquítico quando saí, e não era conhecido da sociedade. Pare de se
preocupar, ninguém vai me reconhecer.
Houve uma breve pausa, então Gil balançou a cabeça. — Você é incorrigível.
O número de vezes no passado que você recebeu ordens de ficar longe de algo, que
era muito perigoso, e ainda assim você...
— O que é a vida sem um pequeno risco?
— Há uma diferença entre riscos calculados e cortejar a morte.
Zach forçou uma risada. — Sério, Gil, talvez seja hora de você namorar
também. Primeiro você assume, apesar da minha aparência que estou cortejando
uma jovem senhora da sociedade, e agora você tem me cortejando a morte. O que
é obviamente ridículo. Um passeio com uma garota bonita, só isso, nada sério.
* * *
Na manhã seguinte, Zach se viu sustentando um plátano em Berkeley
Square, esperando a visão da Srta. Jane Chance e seu cão atroz. Ele não tinha
certeza de como havia chegado lá: em um momento ele estava passeando, indo em
direção ao alfaiate de Gil na Old Bond Street, e a próxima coisa que ele percebeu
que estava aqui, em Berkeley Square.
Ele não tinha intenção de vir. Na noite anterior, na calada da noite, ele
resolveu ficar longe da senhorita Jane Chance dos insondáveis olhos azuis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ele pensou sobre as preocupações de Gil e decidiu que estava certo. Era um
ajuste impossível, ela era um ser de sol e risos, enquanto Zach era uma criatura
das sombras.
Talvez, se ele não tivesse fugido de sua casa com Cecily quando tinha
dezesseis anos, se ele não tivesse vagado pelo mundo desde então e não tivesse
encontrado uma vocação como espião...
Um negócio sujo, espionagem. Nada limpo ou honrado nisso, embora a causa
fosse apenas o suficiente. Ou foi enquanto a Inglaterra estava em guerra...
Mesmo assim, ele teve o dia todo para visitar o alfaiate. Não era como se ele
tivesse mais alguma coisa para fazer e, afinal, era apenas mais um passeio no
parque.
Fisicamente ela o encantava, a seda macia de sua tez, seu sorriso rápido e
brilhante, não aquela que ela costumava esconder atrás, a genuína, espontânea e
inesperada que era cheia de calor e... um convite ao deleite.
Isso o atraiu, a atração daquele sorriso.
A manhã estava fria com uma brisa forte, mas o céu estava claro e o sol fraco
aquecia a terra fria, assim como Zach. Aglomerados verdes de bulbos ainda não
floridos buscavam seu calor pálido. Uma primavera inglesa.
Ele olhou para cima e sorriu. Lá vem ela, sendo rebocada pela ponta de uma
corrente por uma bola de canhão de quatro patas, ofegante e esticado. Ela estava
rindo e repreendendo o cão de uma só vez, e quando a criatura finalmente parou
aos pés dele, ela olhou para cima e viu quem era, o olhar em seus olhos...
Calor. E bem-vindo.
Isso causou um aperto desconhecido em seu peito.
— Bom dia, Srta. Chance, vejo que foi arrastada desordenadamente pela
praça por este sujeito de má reputação. — Ele se abaixou para dar uma massagem
vigorosa no cachorro. — Isso é jeito de tratar uma senhora, senhor, é? — Pétala de
Rosa sorriu e se contorceu feliz, concordando que sim.
Zach se endireitou. — Vamos passear um pouco pela praça? Está um pouco
frio ficar parado com esta brisa.
E sem pensar, ele ofereceu seu braço.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ela hesitou, e ele retirou o membro ofensivo imediatamente. Idiota! Ele tinha
esquecido por um momento quem ele deveria ser. Ela era uma jovem
respeitável. Não era apropriado que ela segurasse seu braço.
Mas ela o surpreendeu ao pisar no caminho com um sinal que indicava que
ela poderia não pegar o braço dele, mas caminharia com ele. Zach ficou
impressionado. Poucas damas conhecidas, na verdade, nenhuma em que ele
pudesse pensar, andariam em público com um sujeito de aparência desonrosa
como ele. Principalmente em um bairro da moda, com meia tonelada para
testemunhar. Essa garota tinha um caráter inesperado.
Eles caminharam ao longo do caminho, Zach combinando seu passo mais
longo com o menor dela, seguido por seu lacaio e criada. Hoje ela usava um par de
minúsculos brincos azuis que balançavam e balançavam conforme ela se movia,
azuis como seus olhos, azuis como um céu de verão grego. Eles estavam meio
escondidos por mechas de cabelo encaracolado. Ele desejava alisar aqueles cachos
finos, traçar as delicadas espirais de suas pequenas e elegantes orelhas.
Ó deuses, fascinado pelas orelhas de uma mulher?
No entanto, ele estava, inegavelmente, embora suas orelhas fossem o menos
importante.
Por que ela o fascinava tanto, para atraí-lo de volta aqui, dia após dia, para
caminhar castamente sob os olhares de sua criada e lacaio à vista de metade da
elegante London? Ele deveria estar a caminho de Gales para buscar Cecily, para
que pudesse resolver a bobagem do assassinato e voltar para a Europa.
Ele podia sentir o brilho do lacaio perfurando suas costas. Um bom sujeito,
William. Protetor.
Ela precisava de proteção, associando-se tão facilmente com um sujeito
como ele.
— Então você é realmente um cigano, Sr. Black? — Ela perguntou depois
que eles caminharam por um minuto ou dois. Não havia nenhum indício em sua
voz do desprezo pelas pessoas respeitáveis normalmente reservadas aos ciganos,
apenas cordialidade e interesse sincero. E não tem dúvidas. Ele deixou seu ato
escorregar mais de uma vez com essa garota.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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Então ele contou a ela algumas histórias sobre a Hungria, e ela queria mais,
ela parecia ansiosa por detalhes, e não parecia mera polidez, então ele se viu
contando a ela sobre alguns outros lugares que viveu nos últimos doze anos —
Vienna, Paris, Roma, São Petersburgo, Copenhague.
— Tudo parece tão exótico e fascinante, — ela disse. — Nunca estive em
nenhum lugar interessante.
— Lugar algum? — Ele perguntou, pensando sobre sua suposta origem
veneziana.
— Apenas Cheltenham e London. E eu quase fui para Hereford uma vez. —
Zach ficou intrigado. — Quase? O que aconteceu?
Ela balançou a cabeça, como se estivesse banindo uma lembrança
desagradável. — Não importa, — ela disse em um tom falso e brilhante. — Conte-
me sobre São Petersburgo. Eu ouvi um pouco sobre isso, eles chamam de Veneza
do Norte, não é?
— Sim, embora quando cheguei lá pela primeira vez, era inverno e a cidade
era um país das maravilhas congelado.
— Parece lindo. Como é a Rússia?
Ele procurou palavras para explicar. — É... complexa. Estive apenas em São
Petersburgo, e isso é gloriosamente lindo, primitivo e sofisticado. E cruel. Dezenas
de milhares de camponeses morreram na construção da cidade. Eles foram
recrutados, não tinham escolha. Eles eram propriedade, corpo e alma.
— Você achou isso perturbador. — Seus olhos estavam arregalados e
sombrios.
Ele assentiu. — Embora tudo isso tenha sido no século passado. — Senhor,
isso não era maneira de entreter uma jovem. Ele iluminou seu tom. — Então, para
responder à sua pergunta, Srta. Chance, São Petersburgo é como um agrupamento
de orquídeas douradas metálicas requintadas crescendo em um carvalho antigo
cujas raízes estão profundamente enterradas na lama primitiva. — E se alimentou
de sangue.
— Você já esteve lá mais de uma vez, então?
Ele assentiu.
— Por que você foi lá?
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Ele olhou para ela, com os olhos arregalados e ansiosos, e decidiu contar a
verdade, embora de uma maneira que sabia que ela não acreditaria. Ele olhou ao
redor com cautela exagerada e sussurrou: — Eu era um espião.
Como previsto, ela riu, considerando isso uma piada. Sua risada era como o
borbulhar de uma montanha no riacho, claro e alegre.
— Na segunda vez que fui à Rússia, me deparei com um bando de cossacos,
você já ouviu falar de cossacos?
Ela balançou a cabeça, então ele começou a entretê-la com uma história de
cossacos selvagens na corte russa.
No final, ela disse: — Então você viaja o tempo todo?
— Eu tenho nos últimos doze anos. — De repente, pareceu muito tempo.
— E você não tem uma casa?
— Não. — Isso não era mais verdade, ele pensou. Ele era dono da casa de
seu pai agora. Embora nunca tivesse sido um tipo de lar para ele. Ou para Cecily.
— Isso é triste.
— Por quê?
— Todo mundo precisa de uma casa.
— Casa é onde quer que eu coloque minha cabeça, — ele disse levemente.
Ela deu a ele um olhar pensativo. Eles seguiram em frente. — Eu não poderia
viver assim, — ela disse finalmente. — Ter uma casa é muito importante para
mim. Um dia terei minha própria casa.
Ele olhou para a alta casa branca do outro lado da praça. — Essa não é a
sua casa?
— N... bem, sim, claro que é. De certa forma.
Ele lançou-lhe um olhar interrogativo e ela acrescentou: — Vivemos lá
pela bondade e generosidade de Lady Beatrice.
Ele não gostou do som disso. — E em troca, ela exige certas coisas de você?
— Oh, não, de forma alguma, bem, de certa forma, mas apenas, oh, é difícil
de explicar, mas, na verdade, não há necessidade de parecer tão preocupado. Ela é
a alma mais gentil e generosa, e eu a amo muito. — Parecendo pensar que precisava
ser mais convincente, o que precisava, ela acrescentou: — Ela está patrocinando
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
minha entrada na sociedade. Ela estava preparada para fazer isso por minhas
irmãs também, apenas...
— Você tem irmãs?
— Sim, mas duas delas estão casadas agora, e a terceira, bem, Daisy tem
outros planos.
— Quaisquer irmãos? — Ele perguntou, pensando naquele truque do joelho
na virilha que ela havia demonstrado no beco.
— Não, irmãos, apenas meus dois cunhados.
— Senhorita Jane, é hora de ir, — o grande lacaio rosnou por trás. E a Srta.
Jane obedientemente deu a Zach um adeus ensolarado e saiu correndo pela praça,
seu cachorro puxando a coleira e olhando para Zach como um mártir. Ele queria
ficar com Zach.
Animal tolo por não apreciar um lar com uma mulher afetuosa, não haveria
futuro com um homem como Zach.
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Capítulo Doze
É claro que ela era boa demais para ele, mas como ninguém se importa em ter o
que é bom demais para eles, ele foi muito sério na busca pela bênção ...
JANE AUSTEN, MANSFIELD PARK
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
A sociedade era organizada em estratos por uma razão, ela aprendera isso
durante toda a vida, na sala de aula no orfanato e por experiência própria. Mamãe
e papai foram isolados porque fugiram, não apenas rejeitados por seus pais, mas
isolados do resto da sociedade também. E sem dinheiro, papai não poderia viver
como um cavalheiro.
Ela soube por Abby que Papai havia tentado e tentado e tentado encontrar
trabalho. Ele até comprou roupas especiais para ter uma aparência adequada.
Mas no minuto em que ele abriu a boca, todos sabiam que ele era um cavalheiro e
o trataram de acordo, ou não conseguiu o emprego, foi despedido ou, por um
motivo ou outro, considerado inadequado.
A maioria das pessoas simplesmente não se sentia confortável dando ordens
a alguém que instintivamente sentiam ser seu superior social. E quem gostava
eram os valentões que tentavam fazer o pobre e gentil papai pagar por cada
desprezo que recebiam. Daí o último ato de desespero de Papai.
E porque eles eram tão pobres e sem amigos e não pertenciam a lugar
nenhum, Abby e ela estavam em apuros quando seus pais morreram. Se não fosse
pelo orfanato...
Elas aprenderam a lição lá também. O Pill estava cheia de meninas cujas
mães nasceram delicadamente, mas que haviam surgido no mundo por um motivo
ou outro.
Jane e Abby tiveram uma chance milagrosa de retornar à sociedade em que
seus pais entraram por direito de primogenitura, e perderam. Sim, Jane estava
muito ciente da importância de se comportar de acordo com sua posição na vida.
Ela sabia que não deveria sair diariamente com um cigano, mesmo que ele
estivesse vestido de maneira mais respeitosa atualmente, e que ela sempre
estivesse acompanhada por sua criada e William, por insistência de Featherby.
Featherby, que era o tipo de mordomo que parecia saber tudo, não aprovava.
Jane tinha certeza de que, se Lady Beatrice soubesse, ela a impediria rapidamente.
Até Daisy não aprovava.
Ninguém mais sabia sobre suas reuniões diárias com Zachary Black, nem
mesmo Abby, e se soubesse, também não aprovaria, Jane sabia.
Então, por que ela continuava a encontrá-lo?
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
E mais especificamente, por que ele sempre voltava? Ele sabia tão bem
quanto ela que não poderia haver futuro para nenhum dos dois. Ele não tinha mais
nada a fazer com seu tempo?
— Não no momento, — ele disse quando ela lhe perguntou um dia. — Estou
meio perdido.
— Mas você não tem trabalho a fazer? — Ela perguntou a ele em outra
ocasião.
— Não no momento, — ele disse, aparentemente bastante despreocupado,
embora seus olhos brilhassem como se ele estivesse se divertindo com a ansiedade
dela em seu nome. Mas então ele mudou de assunto e, enquanto caminhavam, no
fascínio de caminhar e conversar com Zachary Black, Jane se esqueceu de pensar
ou se preocupar.
Depois, principalmente à noite, quando estava deitada acordada e sem
conseguir dormir, ela se perguntava muito sobre Zachary Black. E nem um pouco
preocupante.
Quem era ele? Muitas coisas não batiam. Ele estava cheio de contos
divertidos, e ela podia ouvir aquela voz profunda para sempre, mas várias vezes
quando eles estavam apenas caminhando em silêncio, e não silêncios estranhos
como ela às vezes se sentia com Lorde Cambury, ela olhou para Zachary Black e
viu uma expressão em seus olhos quando ele olhou para o nada...
Foi uma expressão que tocou seu coração. Ele parecia tão sozinho, tão
solitário.
E então, quando ela sentiu que tinha que estender a mão e tocá-lo, para
tranquilizá-lo de que ele não estava sozinho, ele viraria a cabeça, e aquele olhar
fechado e desolado desapareceria e ele diria algo divertido, ou contava alguma
história animada e divertida e ela ficava se perguntando se ela tinha imaginado a
tristeza nele.
Aquilo falou com ela, aquela tristeza. À noite, quando ela ficava deitada sem
dormir, tentando tirar todos os pensamentos sobre um cigano alto da cabeça, ela
não conseguia afastar o pensamento de que, apesar de sua chamada tribo cigana,
ele era um homem que andava muito sozinho.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
enfadonha às vezes, bem, isso era totalmente sua própria culpa, ela precisava
aprender mais sobre as coisas nas quais ele estava interessado, isso era tudo.
Além disso, seria diferente quando eles se casassem. Ela estaria ocupada
com a casa e... e coisas assim. E ele pararia de se referir à aparência dela com
tanta frequência. Essa foi a coisa que ela achou menos confortável. Mas isso
passaria, ela tinha certeza, quando ele se acostumasse mais com ela.
— Caramba, ele continua, não é? — Daisy comentou uma vez depois que
Lorde Cambury se juntou a eles em parte do passeio e deu-lhes uma palestra sobre
várias obras de arte que ele possuía e como Jane se parecia e complementava
com elas.
— Ele tem boas intenções, — disse Jane. Daisy não saía com muita
frequência ultimamente, valorizava seus passeios no parque e se ressentia de quem
os interrompia. E Lorde Cambury tendia a se comportar como se Daisy não
existisse.
— Foi toda aquela conversa sobre você ser um lindo ornamento que me
conquistou, — disse Daisy. — Você quer tomar cuidado, Jane, depois que você se
casar, provavelmente vá colocá-la em uma prateleira ou em uma caixa de vidro ou
algo assim.
Jane riu. — Bem, se ele fizer isso, querida Daisy, vou contar com você para
aparecer regularmente para me limpar.
— Eu? — Daisy bufou com falsa indignação. — Eu tenho o suficiente para
fazer. Limpe-se, sua vaca preguiçosa!
As duas riram, mas então Jane disse: — Você gosta dele, não é, Daisy?
Daisy encolheu os ombros. — Eu não diria 'gosto', mas não me importo com
isso. Ele parece um cavalheiro fácil de lidar. Ele apenas fala muito sobre coisas que
eu não poderia me importar menos, só isso. Mas não vou culpar você por agarrá-
lo. — Ela sorriu. — Quando você for uma senhora rica e boa, poderei fazer para
você muitas roupas caras e adoráveis, não é?
Jane riu. — E se eu fosse pobre?
— Oh, eu ainda faria para você muitas roupas lindas, mas meus lucros
seriam terríveis!
* * *
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Ou ele tinha? Certamente seu pai era um bruto e imprevisível na melhor das
hipóteses.
Zach foi mandado embora para a escola quando tinha sete anos, mas antes
disso, deve ter havido pessoas que cuidavam dele. Servos, pelo menos, e
certamente um ou dois deles tinham se importado com ele mais do que apenas
porque foram pagos? Ele tinha bloqueado sua memória, o modo que ele tentou
bloquear todos os pensamentos de sua casa de infância?
Ele era o responsável por aquelas pessoas agora. O pensamento picou sua
consciência. Ele não queria ser responsável por ninguém.
A babá recolheu as crianças e Zach e Jane retomaram a caminhada. Ele
pensou em sua expressão enquanto observava as crianças. E ele se perguntou.
— Diga-me uma coisa, — ele disse, recuando para que ela pudesse dar a
volta e evitar uma poça. — Quando nos conhecemos, você estava usando sua
retícula como um cosh.
Ela ficou tensa e lançou-lhe um olhar cauteloso de lado. Zach fingiu não
notar. — Eu estava? — Ela disse em uma voz descuidada. — Não me lembro. — E
um momento depois, ela acrescentou: — O que é um cosh, afinal?
Zach escondeu um sorriso. Para uma garota com antecedentes venezianos
inventados, ela era uma péssima mentirosa. Ele não se incomodou em explicar. Ela
sabia muito bem o que era um cosh. Mas sua afetação de ignorância aumentou
sua curiosidade. — Você disse que normalmente carregava uma pilha de moedas
em uma bolsa de moedas. Por que centavos?
— Oh, eu provavelmente só quis dizer troco, troco solto. Oh, olhe, aquilo é
um esquilo?
Não, uma pista falsa, Zach pensou. — Você foi bem específico na época, você
disse centavos.
Ela encolheu os ombros e desviou o olhar.
— Só você disse que deu todos eles.
— Eu não. Eu não disse isso.
Isso tocou um nervo, ele pensou. — Não, você está certa. Você parou no meio
da frase, como se fosse um segredo culpado.
— Que absurdo.
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2Uma antiga unidade monetária e moeda do Reino Unido, retirada em 1961, equivalente a um
quarto de centavo velho.
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não faziam ideia da realidade da vida nas ruas. A maioria simplesmente pensava
nas crianças de rua como um incômodo a ser evitado. Mas a senhorita Jane
Chance claramente havia pensado muito na situação deles. E respondeu de uma
forma surpreendentemente prática.
Eles seguiram em frente, e enquanto caminhavam de volta na direção da
casa de sua tia, uma mulher grande e bem estofada em uma peliça roxa abotoada
veio na direção deles. Na frente dela, preso a cordas de couro branco, correriam
duas bolas brancas de penugem.
Ao vê-los, a mulher parou no meio do caminho. Ela olhou para Jane com
aparente indignação. As bolas de pelo latiam e rosnavam histericamente,
aparentemente tão indignadas em ver Pétala de Rosa em seu parque quanto a
mulher em ver Jane no dela.
— Lady Embury. — Jane sorriu calorosamente para a mulher. — Que bom
ver você. Não ligue para Caeser, ele não machucará uma mosca.
Caeser latiu algumas vezes para as bolas de penugem latentes, não
enganando ninguém, pois seu rabo não parava de balançar. Ele era, Zach teve que
admitir, uma visão assustadora, entretanto, até mesmo em boas-vindas.
A mulher ignorou completamente a saudação de Jane. Seu olhar varreu Zach
da cabeça aos pés, olhando-o com magnífico desdém. Ele imediatamente tirou o
chapéu e fez uma reverência rude.
Ela enrijeceu, olhou para Jane e depois passou por eles com a cabeça virada
para o lado. Ela marchou para longe, arrastando as bolas fofo com ela.
Jane olhou para ela surpresa. E perturbada.
— Quem era aquela velha tártaro? — Zach perguntou.
— Uma vizinha. Um amigo da minha tia. Ela é tia de... — Ela se interrompeu.
— Tia de quem?
Jane apenas balançou a cabeça. Ela ficou pálida. O incidente obviamente a
aborreceu. — Ela frequenta a sociedade literária da minha tia às vezes. Eu... eu
não consigo imaginar por que ela me daria uma repreenda. Eu... eu tenho que ir
para casa agora. — Ela correu pela praça em direção à casa de sua tia.
Zach a seguiu. — Fui eu, não foi? A maldita megera cortou você por minha
causa. — Droga. Ele sabia que não seria precisamente aprovado que Jane fosse
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
vista caminhando com um sujeito pouco atraente como ele, mas que uma amiga
de sua tia lhe daria uma repreenda, em uma praça pública... a visão da angústia
mal disfarçada de Jane o enfureceu.
— Você não vai deixar aquela mulher te chatear, vai?
Ela não respondeu.
— Você dificilmente estava se comportando de maneira inadequada. Admito
que eu não sou a companhia ideal para um passeio, mas estávamos bem sob os
olhos do público, pelo amor de Deus, dificilmente o encontro ilícito com a atitude
dela implicava. E você estava acompanhada por sua empregada e lacaio. — Ele
gesticulou para William e Polly caminhando impassivelmente atrás deles.
Jane não deu atenção. — Sinto muito, Sr. Black. Preciso ir agora. — Ela
estava prestes a atravessar a rua quando parou de repente, se virou e o encarou.
Seu rosto estava pálido, a postura de sua mandíbula decidida. — E eu sinto muito,
mas devo pedir-lhe para não voltar. Não posso te encontrar de novo. Muito mais
está em jogo. — Seus olhos estavam apologéticos, mas suas palavras eram claras.
— Adeus, Sr. Black.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Capítulo Treze
As pessoas ngry nem sempre são sábias.
JANE AUSTEN, PRIDE E PREJUDICE
Jane correu para casa, sentindo-se um pouco doente. Lady Embury não era
amiga íntima de Lady Beatrice, mas ia regularmente à sociedade literária e sempre
fora bastante agradável. E desde o noivado, ela se tornou bastante afetuosa com
Jane.
Mas agora Lady Embury lhe dera uma repreenda. Em público.
Só poderia ser porque ela foi vista com Zachary Black.
Mas o que havia de errado nisso? Era uma praça pública, ela só andava e
falava com ele e estava acompanhada por sua criada e lacaio.
Não era como se ela o tivesse encorajado.
Bem, talvez ela tivesse. Um pouco. Mas o que havia de errado em andar e
falar? E ser amigável?
Zachary Black era um homem fascinante e também parecia interessado no
que ela tinha a dizer. E se ela pensava nele com muita frequência para sua própria
paz de espírito, bem, ninguém poderia ser culpado por isso, certo? Não se podia
evitar os pensamentos.
Seus pensamentos eram privados, secretos, suas pequenas... fantasias.
As ações de uma pessoa eram o que contava, ela lembrou a si mesma, e ela
não havia feito nada dissimulado ou ilícito. Certamente ela não tinha feito nada
para prejudicar seu noivado.
Ela tomou uma xícara de chá, o que ajudou um pouco a acalmar a sensação
de vazio na boca do estômago, depois subiu para se juntar a Daisy. Costurar era
sempre muito calmante. Não havia nada com que se preocupar. Ela exagerou. Lady
Embury provavelmente não quis dizer tal coisa, ela estava apenas distraída.
Duas horas depois, Featherby atendeu a porta. — Lorde Cambury está lá
embaixo, Srta. Jane, pedindo para falar com você.
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— Não pode? Não pode? Não vai, como certo! — Seus olhos se arregalaram
de indignação. — Garota obstinada. Eu estava prestes a enviar a notícia do nosso
noivado para o Morning Post, mas sempre posso mudar de ideia, você sabe. Nada
foi tornado público ainda.
— M-mudar de ideia? — Jane vacilou, chocada por sua própria imprudência
em desafiá-lo. Ela não teve o sonho uma vez desde que ela aceitou a proposta de
Lorde Cambury. Ela não podia perder tudo agora, não por causa de algumas horas
de conversa agradável com um homem que poderia fasciná-la a um grau
assustador, mas que nunca poderia lhe oferecer nada mais. — Não, por favor, você
não entende. Nunca incentivei esse homem a me encontrar, nunca fiz nenhum
acordo. Para mim, estou feliz em prometer, mas se ele vai tomar conhecimento...
Lorde Cambury se inclinou para a frente. — Hah! O sujeito está te
incomodando? Vou lidar com o ladino se ele for.
— Lidar com o ladino? O que você quer dizer?
— Poderia dar uma boa surra nele, ensinar-lhe uma lição.
— Você? — Ela não conseguia imaginar. O baixo e atarracado Lorde
Cambury nunca levaria a melhor sobre um homem de constituição poderosa como
Zachary Black.
— Claro que não eu! Eu não me rebaixaria tanto. Enviaria homens para fazer
isso, é claro.
— Eu imploro que você não vá, — ela disse, horrorizada.
— Implora? — Ele franziu a testa. — O que esse sujeito é para você que
você imploraria?
— Nada, — ela mentiu. — Mas uma vez ele prestou um serviço notável para
mim, e na decência comum você não pode deixar que ele seja prejudicado.
— Que tipo de serviço notável?
— Ele resgatou meu cachorro de uma gangue de bandidos que o estava
torturando e todos prontos para matá-lo.
Ele fungou. — Aquela criatura feia? Melhor ter deixado morrer.
O queixo de Jane caiu. — Achei que você gostasse de cachorros.
— Eu gosto, uns criados apropriadamente, não vira-latas feios e malcriados.
Queria falar com você sobre isso, na verdade. Planejado te dar um cachorro
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adequado assim que nos casarmos. Se nos casarmos. — Ele lançou-lhe um olhar
demorado e pensativo, o que indicava que ele não tinha certeza de que eles iriam
se casar.
A sensação de vazio e enjoo cresceu no estômago de Jane. Ela se forçou a se
concentrar no assunto em questão. —Ele, o cavalheiro do parque, também me
resgatou das atenções indesejadas daqueles mesmos bandidos de rua.
— Ele fez? Hmph.
— Sim, eles foram muito rudes e desagradáveis e eu, eu temia por minha
vida. Mas ele os expulsou e me salvou. É por isso que sou educada com ele quando
nos encontramos no parque. — Ela examinou seu rosto, mas não tinha ideia do
que ele estava pensando. — Então, sim, eu imploro que você não envie homens
para espancá-lo. Não seria honrado, ou justo. — Acrescentou desesperadamente:
— E eu sei que você é um cavalheiro honrado.
Ele deu a ela um olhar longo e pensativo. — Eu protejo o que é meu,
senhorita.
Jane concordou. — Sim, claro, e... e eu agradeço. — Ela estava tremendo.
Ele se levantou e pegou as luvas, pronto para partir.
Ela se levantou. — Lorde Cambury?
— Sim?
— O noivado...
Ele deu a ela um longo olhar, então deu um aceno grosseiro. — Vou enviar o
aviso hoje.
O alívio inundou Jane, tanto que ela teve que se sentar novamente.
Ele calçou as luvas. — Espere que mulheres bonitas sejam difíceis. Parte de
seu charme, segundo me disseram. Mas você está patinando em gelo fino,
mocinha, gelo muito fino. Tenho um título e uma reputação e farei o que for preciso
para protegê-los, entendeu?
Ela assentiu.
— Você comparecerá ao baile da Duquesa de Rothermere no lançamento da
temporada?
Ela olhou para ele surpresa com a mudança abrupta de assunto. — Sim,
claro, mas...
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— Vejo você lá, então. Reserve-me duas danças, sim? Ceia dançante e valsa.
— Seu olhar se aguçou e ele bateu em seu braço com dois dedos. — Tsk, tsk. Sem
carranca, agora. Não quero rugas.
Ele partiu, deixando Jane sentada inerte, abalada, mas aliviada. Ela quase
jogou fora sua chance de um futuro, uma casa e um belo assentamento para ela e
seus filhos. Tudo por causa de sua fantasia, sua fantasia estúpida e irresponsável!
Com um cigano bonito.
* * *
— Que diabo está acontecendo com você? — Gil exigiu mais tarde naquela
noite. — Você ficou olhando furioso para o seu copo a noite toda.
— Nada. — Zach queria apenas estrangular algo ou alguém. De preferência,
uma cadela velha de cara roxa com duas bolas de sopro latindo. Aquela maldita
harpia irritou Jane sem um bom motivo.
Nenhuma boa razão que ele pudesse ver.
Não posso te encontrar de novo. Muito mais está em jogo.
O que diabos isso significa? O que estava em jogo?
— Não são más notícias do advogado, são? — Gil persistiu.
— Não. Diga-me, Gil, o que há de errado em um sujeito passear em um
parque público com uma garota?
Gil franziu a testa. — Que garota? Você quer dizer a garota Chance?
— Não importa quem. É escandaloso em London hoje em dia uma garota
andar com um homem, sem se tocar, a meio metro de distância, em um parque
público, com uma empregada e lacaio a reboque?
— Não, claro que não.
— Hah! — Zach socou o punho na mão. — Eu sabia! Então, por que aquela
megera lhe daria uma repreenda?
— Que megera?
— Senhora... Senhora alguém. — Ele bufou. — Harpia, mais parecido. Lady
Elbury, Endbury, não, Embury, era isso, Lady Embury.
— Lady Embury? Oh, então isso é interessante.
Zach se sentou. — Você sabe algo. O quê?
— Bem, é apenas um sussurro...
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zeloso, frequentador assíduo da igreja, bebidas, mas com moderação, tudo com
moderação, na verdade, exceto as enormes somas que gasta em suas obras de
arte. Ele é um colecionador de arte e coisas belas, tem uma paixão por isso e
continua indefinidamente sobre isso, ad infinitum, ad nauseam...
— Tudo bem, chega de latim. Então ele gasta demais?
Gil balançou a cabeça. — Então, bem-estar, isso não pode significar.
Desculpe, meu amigo, mas o sujeito é perfeitamente inofensivo.
— Inofensivo? — De alguma forma, a inofensividade de Cambury era
ofensiva.
Gil concordou. — Considerando todas as coisas, uma combinação excelente
para a sua garota.
— Ela não pode se casar com ele!
— Por que não?
A pergunta pairou no ar por um minuto inteiro.
— Porque...— Zach olhou para seu copo e procurou por uma razão. — Porque
ela não pode, é por isso.
— Oh, bem, nesse caso... — Com um leve sorriso, Gil se acomodou
confortavelmente em sua poltrona.
Zach olhou vermelho para ele. — Uma garota animada e afetuosa como
aquela, você não pode prendê-la a um sujeito que é criminosamente chato!
— Melhor do que aquele que é criminalmente procurado por assassinato.
— Eu continuo dizendo a você, isso é apenas uma confusão estúpida! — Zach
agarrou o atiçador e mexeu as brasas no fogo com violência. Faíscas voaram por
toda parte.
— Alguma notícia do homem do advogado? — Disse Gil.
Zach balançou a cabeça. — Cedo demais. Ainda não voltou do País de Gales.
— Ele olhou para o fogo, pensativo. — Droga, Gil, o que diabos eu vou fazer?
— Sobre Cecily?
— Não, Cecily, isso é bastante certo. No momento em que trazer Cecily, o
problema desaparece. O que vou fazer sobre a Srta. Chance?
Gil ficou em silêncio por um momento. — Diga a ela quem você é. Se você
disser, ela está procurando um marido rico...
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— Não posso negar que ela jogue fora uma coisa certa como Cambury
enquanto meus próprios negócios estão uma bagunça. Não enquanto eu for,
tecnicamente, pelo menos, um homem procurado. — Além disso, ele não queria ser
apenas mais um marido rico em potencial para ela.
Gil fez uma careta. — Vejo seu ponto. — Ele lançou a Zach um olhar
pensativo e disse: — Você acha que Cambury sabe que o passado da garota é uma
invenção?
— Eu duvido.
— Seria uma maneira de cancelar o noivado...
Zach considerou a sugestão. Era tentador, muito tentador. Cambury soava
exatamente como o tipo de sujeito enfadonho que recuaria de qualquer cheiro de
passado sombrio em sua futura noiva.
Mas ele não conseguiu. Se Cambury fosse quem ela realmente queria, Zach
não arruinaria as coisas para ela. Por mais que gostaria. Ele não poderia trai-la
assim. Nem mesmo para seu próprio bem.
Ele bebeu o conhaque e se serviu de outro. E um pensamento lhe ocorreu.
— E se Cambury não for a escolha dela? — Ele disse a Gil.
— O que você quer dizer?
— E se aquela mulher com quem ela mora, Lady Whosit...
— Lady Beatrice.
— Sim, sua suposta guardiã. E se a velha senhora, ou a irmã, a estiver
forçando a aceitar o sujeito por causa de sua riqueza? Isso faz mais sentido para
mim.
Era óbvio, agora ele veio ver. Ela era a mais nova das irmãs. O objetivo
deles ao vir para London era arranjar maridos ricos para si mesmas. Duas das
irmãs já o tinham feito - Davenham e Monkton-Coombes deviam ter sido facilmente
enganados. E agora as irmãs mais velhas estavam forçando Jane a se casar com
um chato horrível por causa de seu dinheiro, malditos sejam os olhos delas.
Gil considerou isso, então balançou a cabeça. — Eu mesmo não vejo. Não
soa como a velha senhora.
Zach não discutiu. Tudo fazia sentido para ele agora. Ela estava sendo
pressionada a isso.
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Capítulo Quatorze
Oh, que me importa minha casa e minha terra?
Que me importa meu dinheiro, oh?
Que me importa, meu novo senhor casado?
Estou fora com o cigano esfarrapado, oh.
CANÇÃO FOLCLÓRICA TRADICIONAL
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emprego se ela pedisse, ela não tinha certeza se Zachary Black o aceitaria. Ficou
claro pelas histórias que ele contou que gostava de sua vida errante.
Ele era, como Daisy havia dito, apenas uma fantasia passageira e ela seria
uma tola se pensasse em outra coisa.
Seu futuro estava em outro lugar, com Lorde Cambury. E ela tinha outras
coisas em que pensar, como o baile desta noite, seu primeiro baile.
Jane levou Caeser ao parque mais tarde naquela manhã. William a seguiu
como uma sombra grande e silenciosa três passos atrás dela. Ela não esperava ver
o Sr. Black. Foi Caeser fungando e se arrastando na liderança que a alertou.
Ela parou de repente.
Como Zachary Black se atreveu a colocá-la nesta posição novamente? Ela
disse a ele em termos inequívocos que ela não poderia, não iria vê-lo novamente.
Que era um risco muito grande. No entanto, lá estava ele, sua figura alta e ágil
passeando pelo parque com aquele andar autoconfiante que parecia fazer parte
dele.
Ela deveria dar meia-volta, marchar de volta para o outro lado da rua
e desaparecer na casa de Lady Beatrice.
Mas seus pés traidores, para não falar do cachorro, recusaram-se a ceder.
Mais uma vez, uma vozinha dentro dela disse. Mais uma vez.
Uma cacofonia de latidos à sua esquerda chamou a atenção de Jane. Uma
mulher grande com uma peliça roxa debruada de pele estava olhando para
Jane. Lady Embury. Perfeito.
Seus cachorros extremamente excitados ficaram todos presos em suas
coleiras, mas Lady Embury não deu atenção. Seus olhos se estreitaram e seu
grande seio se inchou de indignação.
A coluna de Jane endureceu. Ela não seria acusada, silenciosamente ou não,
por aquela mulher. Ela não viveria sua vida sob o controle de Lady Embury, agora
ou no futuro.
Ela se forçou a se curvar educadamente.
Ela quase podia ouvir a fungada de indignação da mulher em resposta. O
que ela deveria fazer? Pedir desculpas por estar em praça pública? Por ter sido
abordada por um homem que ela não pediu para se aproximar dela? Ela não faria.
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Um ruído firme de cascalho atrás dela disse que o Sr. Black tinha
chegado. Ela se virou para cumprimentá-lo com calma. — Senhor. Black, não
esperava vê-lo de novo.
Ele ignorou o cachorro fungando feliz em suas botas. — Você está prometida!
— Soou como uma acusação.
Sua coluna endureceu ainda mais. Ela não tinha a intenção de discutir isso,
mas ela supôs que se ele soubesse por que ela disse que não podia mais vê-lo, isso
ajudaria. — Sim, mas como você sabia? Ainda não foi anunciado formalmente.
Ele rejeitou a pergunta dela com um gesto curto. — Eles estão forçando você,
não estão?
Suas sobrancelhas se juntaram. — De quem você está falando? Forçando-
me a fazer o quê?
— Lady Thingummy, sua tutora ou tia ou o que quer que você a chame. É a
dona da casa em que você mora. — Ele indicou com um movimento de cabeça. —
Ela está forçando você a se casar com aquele sujeito, não é?
— Não. Lady Beatrice me ama. Ela nunca me forçaria a fazer nada...
— Pressionando você, então, para o seu próprio bem.
— Não, eu te disse...
— Sua irmã então, aquela que é casada com seu sobrinho.
— Não, claro que não. Ninguém está me forçando, ou pressionando, a me
casar com Lorde Cambury. Muito pelo contrário, de fato.
— Pelo contrário? — Ele franziu a testa. — Você quer dizer que elas não
querem que você se case com o sujeito?
Tardiamente, ela percebeu que era totalmente inapropriado estar no parque
discutindo seu noivado com ele. — Eu não desejo discutir isso.
— Você quer dizer que vai se casar com o sujeito por sua própria vontade?
Ela não respondeu.
— Por que, pelo amor de Deus?
Ela o contornou e continuou andando arrastando um Caeser relutante atrás
dela.
— Por que diabos você escolheria se casar com um homem assim?
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Ele parecia tão chocado com a ideia que a fez parar. Ela parou e se virou
para ele. — Existe algum motivo pelo qual você sabe por que eu não deveria?
Houve um silêncio curto e tenso, então as palavras explodiram dele. — Ele é
totalmente errado para você.
— Eu perguntei por um motivo, não uma opinião não solicitada. Você tem
um? — Ela esperou que ele explicasse mais.
— Nada que eu saiba, — ele disse mal-humorado, — mas...
Ela caminhou, seu temperamento crescendo. Ela estava farta de gente
dizendo o que ela podia ou não fazer. Que assunto ele tinha com quem ela escolheu
se casar? Como ele ousa questionar suas escolhas? Não era como se ele estivesse
planejando oferecer a ela qualquer alternativa, não é? Não era como se ele pudesse.
E agora, confrontá-la desta maneira, desta maneira acusatória!
Zachary Black a alcançou com um punhado de passos. — Você não pode se
casar com ele.
Ela estava andando o mais rápido que podia sem correr, ele parecia passear,
maldito seja. — Por que não? Ele é um cavalheiro respeitável da alta sociedade,
com uma boa reputação, um homem de família obediente que...
— Meu pai era um cavalheiro da sociedade com uma reputação, um homem
de família obediente, mas ele era um animal quando ele bebia, e ele me batia
violentamente e em sua esposa, possivelmente ambas as esposas, apenas a minha
mãe morreu antes que eu a conhecesse. — Zach se interrompeu, chocado. Ele
nunca disse isso a ninguém antes.
Ela se virou e olhou para ele com os olhos arregalados. — Seu pai bateu em
você? Isso é terrível.
Zach não disse nada. Ele não quis dizer isso.
Então sua testa franziu em perplexidade. — Um cavalheiro da alta
sociedade? Achei que seu pai fosse um cigano.
— Meu pai verdadeiro. — Não era mentira, mas ele sabia como ela
interpretaria, que seu pai o havia gerado em uma cigana.
— Ah eu vejo.
— Você não pode confiar em Cambury, confiar em qualquer suposto
cavalheiro, apenas na reputação.
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Sua testa franzida de preocupação. — Você sabe algo mal dele? Você ouviu
boatos ou algo assim? — Ele não respondeu, então ela acrescentou: — Sr. Black,
você está tentando me dizer que Lorde Cambury bate em mulheres também, é isso
que você está dizendo?
Zach ficou tentado a mentir e dizer sim, mas com aqueles grandes olhos
azuis fitando-os ansiosamente, ele não conseguia mentir para ela. Ele suspirou. —
Não, não ouvi nada que o desacreditasse.
Seus lábios se apertaram. Seus olhos brilharam com alguma emoção que ele
não conseguia ler.
— Mas ele é totalmente errado para você. Ele vai te aborrecer até a morte em
uma semana. Você não pode se casar com ele, só porque ele é rico, há coisas mais
importantes do que riqueza, você sabe.
Ela não respondeu, ela simplesmente caminhou para longe, com a cabeça
erguida. Suas bochechas estavam um pouco coradas.
Zach o seguiu. — Ouça, eu tenho... sentimentos por você, e eu suspeito que
você tem sentimentos por mim. Mas não vou perseguir uma garota relutante. Se
você me disser agora, e na minha cara, que não nutre nenhum sentimento de
ternura por mim, que estou enganado, vou deixá-la em paz.
Ela hesitou, como se fosse dizer algo, mas no final continuou andando, sem
dizer nada.
As palavras explodiram dele não ensaiadas e não planejadas. — Seja clara
sobre isso, é do casamento que estou falando. — Ele não quis dizer isso também,
mas uma vez que as palavras foram ditas, elas pareciam certas.
Ela parou e por um momento ele pensou que ela iria ignorá-lo. Mas ela
endireitou os ombros e se virou para ele. — Estou lisonjeada com o seu interesse,
mas não posso encorajá-lo. Já estou prometida. Antes de ficar noiva, eu considerei
o casamento com muito cuidado e racionalidade, não foi uma decisão leve ou frívola
que tomei para aceitar a oferta de Lorde Cambury. — Seu rosto estava sério, mas
seus olhos estavam preocupados.
— Com cuidado e racionalmente, hein? — Ele lançou a ela um olhar ardente.
— Então, o amor não entra nisso?
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quanto eu possa... — Ela parou, balançando a cabeça. — Oh, por favor, apenas
vá. E não volte. Não desejo vê-lo nunca mais.
— Jane...
— Você não tem permissão para usar meu nome!
Ele segurou seu pulso. — Você está errada, você sabe, completamente
errado.
— Solte-me! — Ela puxou com raiva seu braço e ele a soltou.
— Você tem muito mais a oferecer a um homem do que seu rosto e sua figura,
— ele disse com urgência.
Ela o encarou por um momento, então balançou a cabeça. — Por favor, me
deixe em paz. Eu não posso....
— Não se venda mal.
Ela ficou rígida. — Vender-me? — Ela engoliu em seco e disse amargamente:
— E se eu fizer isso? Não é da sua conta, é?
Tardiamente ele percebeu como ela interpretou suas palavras. — Eu não quis
dizer isso...— Mas era tarde demais. Ela se virou e foi embora andando com raiva.
Sua mão está cerrada em dois punhos duros.
William pisou no caminho de frente para Zach, sua postura indicando que
se Zach quisesse fazer uma questão, ele ficaria encantado em obedecer.
Zach não. Seria um alívio dar um ou dois socos, mas cresça, ela disse.
* * *
Jane voltou a casa de Lady Beatrice abalada por sua explosão, mas também,
estranhamente, sentindo-se melhor. Bem-feito para ele, ela pensou enquanto
tirava Caeser dos fundos e enchia sua tigela de água.
Ela observou o cachorro engolir a água. Homem estúpido, insuportável e
arrogante, dizendo a ela como ela deveria viver sua vida.
Ela pegou uma escova e começou a escovar Caeser. — Você pensaria que um
cigano entenderia as duras realidades da vida, não é? — Ela disse ao cachorro com
raiva. — Mas não! Aparentemente não.
— Você e eu sabemos melhor, não é, Caeser? — Ela parou de escovar por um
momento, olhando para o nada, pensando nas palavras dele. Você tem muito mais
a oferecer a um homem do que seu lindo rosto e corpo.
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Uma coisa tão boa de se dizer, mas então ele seguiu com aquele tapa na cara.
— Vender-me? — Ela disse a Caeser. Ele aguçou os ouvidos.
Era verdade.
— Não, não é verdade, — ela disse ao cachorro. — É uma... uma troca, uma
barganha. Lorde Cambury e eu vamos conseguir o que queremos com isso. É o que
o casamento envolve.
Mais ou menos.
— Homem estúpido, estúpido. — Ela não estava falando sobre Lorde
Cambury.
Ela suspirou. — Eu sei, eu sou igualmente estúpida, estúpida. Por que me
sinto assim? Eu não quero, e ainda... — Ele a tentou, demais, mas os dois sabiam
que ele era uma escolha impossível.
Ela sabia que se apaixonar era uma coisa imprudente e perigosa. Jane tinha
certeza de que poderia evitar que isso acontecesse, certa de que poderia se
apaixonar por quem quer que se casasse. Ou pelo menos aprender a amá-lo. As
pessoas faziam isso o tempo todo, faziam casamentos sensatos, sem nada entre
eles além de respeito e boa vontade. E então, após o casamento, eles começaram a
se amar. Aprendeu a amar um ao outro.
Foi uma forma muito mais sensata e prudente de construir uma vida segura
e contente. E Jane planejou ser exatamente esse tipo de sensata.
Em vez disso, ela estava se permitindo pensar, e sonhar, demais sobre
alguém que não era o tipo de homem com quem ela deveria se casar. Simplesmente
porque a simples visão dele caminhando em sua direção fez seu corpo inteiro
formigar, como se o champanhe estivesse fervendo suavemente sob sua pele.
Ela estava brincando com fogo, e se ela se queimasse, bem... servia bem a
ela. Tudo o que ele precisava fazer era olhar para ela, e ela ficou ligeiramente sem
fôlego. Como poderia acontecer, que simplesmente caminhar e conversar com
alguém em um parque pudesse fazê-la se sentir assim... viva? Quando ela estava
com ele, ouvindo suas histórias, rindo de suas travessuras, caminhando ao lado
dele enquanto ele acompanhava o ritmo dela, a felicidade parecia borbulhar dentro
dela, como uma fonte de água límpida e fria, borbulhando sem parar.
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Borbulhando tolamente, quando tudo o que ela queria fazer era rir, girar,
dançar e ser feliz. Porque era assim que ela se sentia por estar com ele.
Mas era impossível. Totalmente impossível.
Ela sabia que era uma ilusão, que a vida não era assim. Finais felizes de
conto de fadas não aconteciam com todos, certamente não com Jane. Ela precisava
ser sensata... e crescer.
Daisy estava certa. Você encontrará o cara mais impossível e inadequado da
sociedade e se apaixonará por ele como uma tonelada de tijolos.
Só que ele nem era um membro da alta sociedade. — Sem esperança — ela
murmurou.
— Seja claro sobre isso, é do casamento que estou falando.
Caeser deu a ela um olhar de reprovação. — Não me olhe assim, — ela disse
a ele. — Eu sei que você acha que ele é maravilhoso, mas você é tão estonteado e
indiscriminado quanto eu. Mas não se preocupe, não vou deixar que soframos por
minha falta de julgamento.
O cão cutucou sua mão e ela retomou a escovação, dizendo-lhe severamente:
— Eu não viverei em uma carroça cigana, cozinhar em fogo aberto, criando meus
filhos na lama e infinitamente perambulando ao redor do mundo.
E ainda... a maneira como ele a olhava, a maneira como inclinava a cabeça
em sua direção e a ouvia, realmente ouvia, como se valesse a pena ouvir o que ela
tinha a dizer. Como se ele se importasse com o que ela pensava e sentia...
E ela não podia negar o apelo de seu corpo grande e magro, sua voz
profunda, suas mãos fortes, morenas, de dedos longos, tão capazes de entregar
justiça rápida e brutal, e ainda assim tão gentis com ela. E com Caeser.
E quando ele sorriu aquele sorriso lento...
Mas ele era estúpido, arrogante, cego e intrometido, ela lembrou a si mesma
com irritação. E impossível!
Meu pai me batia violentamente...
Foi por isso que ele vagou, sem teto, sem raízes, sozinho?
Pare. Não adiantava se perguntar, ela disse a si mesma com irritação. Ela
disse a ele que nunca mais queria vê-lo.
Cuidado com o que você deseja.
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Ela queria que fosse ele, ela queria. Ela não precisava do... tormento.
Tormento? Que absurdo. Ele simplesmente não era possível e pronto.
Mas ele ficaria longe?
— Duvidoso, — ela disse a Caeser, dando-lhe uma última varredura da
escova. — Ele nunca fez isso antes. Embora agora ele saiba que estou prometida...
— Ela guardou a escova. — Talvez eu peça a William para acompanhá-lo nos
próximos dias, só para ficar no lado seguro.
Ela tinha um futuro em que pensar, um que não contivesse nenhum homem
alto e moreno com olhos verdes prateados penetrantes. Ela tinha que colocá-lo fora
de sua mente. — E eu vou, — ela disse ao cachorro. — Ele era apenas uma fantasia
passageira. Ele não significa nada para mim. Ou para você, está me ouvindo? —
Sentindo-se melhor com a decisão, ela encheu a tigela de água de Caeser, deu-lhe
um último tapinha e correu escada acima para a sala de costura.
Ela encontrou Daisy sentada de pernas cruzadas no assento da janela,
costurando contas e cantando baixinho:
— Oh, que me importa minha casa e minha terra?
Que me importa meu dinheiro, oh?
Que me importa, meu novo senhor casado?
Estou fora com o cigano esfarrapado, oh.
— Pare com isso, Daisy!
Daisy ergueu os olhos com surpresa. — Parar o quê?
— Essa música.
— O que... oh. — Daisy sorriu ao lembrar o que estava cantando. — Um
pouco perto do osso, não é? — E então ela viu a expressão de Jane e ficou séria
instantaneamente. — Ah não. Assim, não é, querida?
— N-não, — Jane disse, mas sua voz vacilou.
Daisy deixou a costura de lado, escorregou do assento e foi buscar um lenço
para Jane. — Oh, querida, eu sabia que isso iria acontecer. Você sempre foi muito
compassiva e apta para aceitar perdidos.
— Ele não é um perdido.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Daisy suspirou. — Eu sei. Mas ele pode muito bem ser, você não pode confiar
em um cigano. E quando ele é alto, moreno e bonito demais para o seu próprio
bem... o grande e algum rato. O que ele fez?
— Eu... eu disse a ele que nunca mais queria vê-lo.
Daisy passou o braço pela cintura de Jane. — É provavelmente o melhor
então, não é?
— Eu sei. — As lágrimas que ela lutava escorreram pelo seu rosto e ela as
enxugou vigorosamente com o lenço. — Não vou chorar por ele, não vou.
— Esse é o espírito, querida. Nenhum cara vale a pena chorar.
— Ele é arrogante, irritante e interferente.
— Sim, ele é, — concordou Daisy, que nunca tinha falado com ele.
— Espero nunca mais vê-lo novamente.
— Bom, — disse Daisy rapidamente. — Agora vá e lave seu rosto, e suas
unhas e sob suas unhas se você estiver acariciando aquele cachorro feio, e então
volte. Ainda temos duas horas antes de você precisar se preparar para o baile. Você
pode bainhar ou fazer uma costura.
Jane a encarou por um momento, então deu uma risada trêmula e a abraçou.
— Oh, Daisy, você é maravilhosa. Sempre tão prática e racional.
Daisy sorriu. — Tenho que ser. Se eu não cuidar de mim, ninguém o fará.
Foi um lembrete oportuno, Jane pensou enquanto lavava as mãos e o rosto.
A senhora na canção, oh, não duvidava que ela ficaria feliz com o cigano nas
primeiras semanas ou mesmo meses, mas quando o primeiro bebê viesse... o que
então? Ela lamentaria a perda de sua bela cama de penas e de sua casa. Os bebês
precisavam estar aquecidos e secos. E seguros.
* * *
Zach caminhava pelas ruas, alheio a tudo que o rodeava, seus pensamentos
confusos. Ela estava se casando com um homem maçante e gordo por dinheiro. Por
dinheiro!
E tolo que ele era, ele disse que ela estava se vendendo. E embora ele não
quisesse dizer isso, era verdade.
Ela estava se vendendo a sangue-frio, embora em casamento, por dinheiro. E
ele não podia culpá-la.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ela conheceu o frio, conheceu a fome, pelo amor de Deus, uma filha da
alta sociedade, e soube o que é não ter nenhum lugar seguro para dormir à noite.
Quando? Como? Por quê?
O que diabos aconteceu para que uma bela de natureza doce, calorosa,
generosa e bem relacionada pensasse que não tinha nada além de seu rosto para
recomendá-la? Achava que ela tinha que se casar por dinheiro?
Quando ela estava claramente desejando... algo mais.
Ele pensou na maneira como ela olhou para aquelas crianças, a maneira
como seus olhos se suavizaram.
Cresça, ela disse. E ela tomou a decisão mais elegante de todas. Ele supôs
que não poderia culpá-la por saber o que ela queria. A oportunidade de fazer o tipo
de casamento que garantirá meu futuro, o meu e quaisquer filhos que eu possa ter.
Sim, era isso, segurança, proteção e crianças. E uma casa.
Ele não podia culpá-la. Isso é o que as mulheres fazem, ninho. Transforma
casas em lares. Criar crianças. Mantê-las seguras.
Zach caminhou, sem ver. Jane Chance sabia exatamente o que ela queria da
vida. Era mais do que ele sabia.
O que ele queria? Ele só conseguia pensar em uma coisa: Jane Chance.
E se ele queria ter alguma chance de pegá-la, ele tinha que crescer!
Que idiota três vezes maldito ele tinha sido! O que ele tinha oferecido a ela
até agora para tentá-la para longe daquela barriga abastada, gordo, pequeno e com
título? Um flerte de algumas horas, conversa em um parque público, com um
cigano desalinhado e deprimido. Que tentação!
Ela queria fazer algo de sua vida, algo que valesse a pena, construir uma vida
melhor do que... tudo o que ela experimentou em seu passado.
E o que ele estava fazendo? À deriva. Jogando, como fazia nos últimos oito
anos. Ele sempre gostou disso, jogar seu juízo contra os outros, deslizando de uma
identidade para outra, e os riscos, os riscos tinham sido uma grande parte da
diversão.
Oh, eram jogos sérios, sobre negócios de Sua Majestade e sob a direção
sóbria de Gil, mas ainda assim, o que ele havia conseguido? Mais importante, o
que o futuro reservava? A coleta de informações era importante, mas era de tal
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
importância agora que a guerra havia acabado? Não era uma... ocupação miserável
agora que as linhas não estavam tão claramente traçadas?
O caso húngaro havia deixado um gosto amargo em sua boca, com certeza.
Ele fez o que foi pedido, e bem, com seu talento usual. Mas a vida das pessoas seria
arruinada pelo conteúdo dos documentos que ele trouxe para a Inglaterra, pessoas
que ele conhecia... e algumas ele até gostava.
Não estava convencido de que seu governo tivesse algum negócio interferindo
nos assuntos políticos de outro país. Isso continuaria independentemente, ele
sabia, mas ele tinha que fazer parte disso?
Doze anos fora da Inglaterra, oito deles trabalhando para seu governo em
segredo... ele realmente queria continuar vivendo assim, vivendo nas sombras,
mudando seu nome, sua identidade, sua aparência sempre que a situação o
justificasse, e seguir em frente, sempre em frente? Não se conectar a ninguém?
Ele pensou nas mulheres com quem se deitou. Uma série de ligações
temporárias. Ele sempre manteve as mulheres à distância, conexões emocionais
eram perigosas em seu negócio, e ele fez questão de evitar o tipo de mulher que
queria qualquer coisa além de seu corpo por um curto período de tempo. Ele
sempre o manteve leve, uma troca prática, um acasalamento conveniente, uma
fantasia passageira. Nada sério.
Ele pensou em um par de grandes olhos azuis, tão claros quanto um céu
grego de verão, e um sorriso que era como o sol da manhã dançando na água.
Ele tinha vinte e oito anos. Os segredinhos sujos de governos estrangeiros
sempre estariam lá para serem descobertos, sempre forneceriam trabalho para
alguém como ele. Ele poderia continuar por anos assim, se fosse necessário.
Mas não precisava mais. Ele não conseguia apagar os anos sombrios do
passado, não conseguia remover as manchas das coisas que havia feito, você não
pode voltar no tempo, mas um novo começo? Talvez.
Ele pode não ter uma casa para oferecer a ela, mas ele tinha uma casa.
Era um começo. A questão era: em que forma estava aquela casa? E ele
poderia construir um futuro com isso? Um futuro que pode tentar uma garota
decidida a se casar por dinheiro?
* * *
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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seguro para dormir? Seguro para dormir? Sua imaginação revirou possibilidades,
cada uma mais perturbadora que a anterior.
Ela parecia assim... inocente.
Mesmo assim, ele não tinha dúvidas de que cada palavra era verdadeira, e
não apenas por causa da convicção apaixonada em sua voz. As inconsistências que
ele notou sobre ela, todas elas faziam sentido agora.
Ela conheceu a pobreza. Pobreza grave e assustadora.
Não admira que ela quisesse um marido rico. E uma casa própria. Ele não
podia culpá-la.
Uma ou duas vezes ele se pegou sorrindo, pensando na maneira como ela o
atacou. Pequena megera. Ele também merecia. Tinha sido o chute nas calças que
ele precisava.
Quando o crepúsculo caiu e a carruagem parou para acender as lanternas,
ele refletiu que ela estaria se preparando para seu primeiro baile. Ele se lembrou
de como todo o rosto dela se iluminou de empolgação quando ela contou sobre as
aulas que estivera tendo, o vestido que usaria, que ainda não tinha tido permissão
para ver direito...
Prazeres pequenos e inocentes. Ela não considerava nada garantido.
Se ele não tivesse sido tão idiota, não tivesse gostado de bancar o cigano, não
tivesse ouvido o conselho idiota do advogado sobre mentir, ele poderia ter estado
lá esta noite para conduzi-la em sua primeira valsa.
Haveria outros bailes, disse a si mesmo.
Não ajudou.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Capítulo Quinze
Gostar de dançar foi um passo certo para se apaixonar.
JANE AUSTEN, PRIDE AND PREJUDICE
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Foi deliberado, Jane percebeu, ele queria fazer uma entrada. Sua primeira
aparição como casal desde o noivado saiu nos jornais. Finalmente, ele deixou o
duque e a duquesa e conduziu Jane para o outro lado do salão de baile, onde Lady
Beatrice, Abby e Max já haviam se juntado a Damaris e Freddy.
Quando eles cruzaram a pista de dança, um silêncio caiu. Jane, que já tinha
borboletas no estômago, as sentiu intensificar. Ela tinha cometido algum
engano? Seu vestido estava preso nas costas? O que todos eles estavam olhando?
Por que ninguém estava falando mais? Ela continuou andando, de cabeça
erguida. Lady Beatrice a treinou para isso. A voz da velha ecoou em sua cabeça: Se
alguma coisa der errado, ignore. Finja que é perfeito. A atitude é tudo.
Ela estava no meio do que agora parecia uma imensa extensão de pista de
dança quando de repente houve um suspiro alto à sua esquerda. Jane fez uma
pausa e olhou por cima.
Uma senhora idosa e gorducha ficou imóvel, olhando para Jane como se
estivesse em choque profundo. Ela estendeu a mão para Jane, deu dois passos
cambaleantes em sua direção e desmaiou.
Jane, horrorizada, moveu-se para ajudar a senhora, mas Lorde Cambury a
puxou de volta. — Venha comigo. Não é da nossa conta. Muitos outros estão aqui
para ajudar. — E era verdade, a senhora foi imediatamente cercada por pessoas
produzindo sais aromáticos e pedindo penas queimadas.
Jane hesitou. — Acho que ela queria falar comigo.
— Possivelmente, mas não há estado para falar com ninguém agora, — seu
noivo apontou. — Agora venha. Tudo em mãos, viu?
Jane olhou para Lady Beatrice, que acenou para que ela avançasse.
— O que você acha que aconteceu? — Jane perguntou quando ela alcançou
os outros.
Lady Beatrice encolheu os ombros. — Provavelmente tinha se amarrado
muito apertado. Isso acontece, mesmo nestes tempos sombrios, quando as
mulheres mal sabem o que é um espartilho.
— Ela parecia querer me dizer algo.
— Provavelmente só com falta de ar, — Lady Beatrice disse. — Não se
preocupe, minha querida, a própria duquesa está cuidando dela. — Os compassos
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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— Se você não me contar, outra pessoa o fará, — disse Jane. Ela se virou
para Damaris e Freddy. — Você sabe? — Damaris lançou um olhar de desculpas a
Jane. Freddy apenas deu de ombros.
— Então, Abby... — Jane se virou para a irmã e esperou.
Abby, claramente chateada, balançou a cabeça. Max colocou o braço em
volta dela. Para Jane, ele disse: — A mulher que desmaiou é Lady Dalrymple.
— Lady Dalrymple? Jane olhou para Abby com os olhos arregalados.
Abby concordou. — Nossa avó. — Seus lábios se apertaram. — Aquela que
nos deixou para morrer de fome na sarjeta.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Capítulo Dezesseis
Era uma carta a ser examinada com ansiedade, para ser lida deliberadamente,
para fornecer matéria para muita reflexão e para deixar tudo em maior suspense
do que nunca.
JANE AUSTEN, MANSFIELD PARK
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Dez minutos depois, Abby chegou, acenando com uma nota semelhante. —
Ela escreveu para você? Eu presumi isso. Como ela ousa? — Abby estava
tremendo. — Como ela ousa?
Jane estendeu seu bilhete para Abby, que o leu furiosamente. Jane leu o de
Abby. Era quase igual.
Abby largou o bilhete, sentou-se, deu um pulo e caminhou pela sala. — ‘Sua
'filha amada?’ 'Tragicamente perdida para ela’? — Lágrimas de raiva correram pelo
seu rosto. Ela os empurrou para longe. — Como ela se atreve a dizer tal coisa
quando ela deixou mamãe morrer em lenta agonia naquele lugar sujo, sórdido,
horroroso!
Ela pegou o bilhete, leu-o novamente e jogou-o de volta no lugar. Ele caiu no
chão. — Você vê? Ela sabia sobre nós...' Eu soube imediatamente que ela devia ser
a irmã mais velha que eu sabia que você tinha'! E agora ela quer nos ver. Agora! A
hipocrisia disso me enoja! Poderíamos ter morrido por tudo o que ela fez por nós.
Jane se abaixou para pegar o bilhete.
Abby andava de um lado para o outro. — Não sei quantas cartas enviamos,
contando a ela nossa situação desesperadora e pedindo sua ajuda. Sei que papai
escreveu para ela, várias vezes, quando mamãe ficou doente pela primeira vez, e se
ela tivesse recebido o tratamento adequado a tempo, talvez ainda estivesse viva
hoje. — Ela enxugou as lágrimas quentes de lado.
— E depois que ele foi morto, mamãe escreveu para os pais dela, e também
para os pais do papai, pedindo ajuda, já que ela estava muito doente e não podia
sustentar você e eu. — Ela enxugou o rosto com as mãos trêmulas. — Ela pediu
que levassem as crianças, nós! se eles ainda não quisessem ter nada a ver com ela,
porque elas, nós!, pelo menos éramos inocentes. Não que eu a tivesse deixado, mas
você era tão pequena, doce e indefesa. Lágrimas quentes escorreram pelo rosto de
Abby.
Jane ficou chocada. Ela não sabia. Algumas, sim, mas não que mamãe
tivesse se oferecido para desistir delas. Para protegê-las. Deixando-se morrer
sozinha. Lágrimas pinicaram atrás de seus olhos. Pobre e desesperada mamãe.
— E você sabe que escrevi para eles depois que mamãe morreu. — Abby
acrescentou amargamente: — Suponho que devemos ser gratas que os Chantrys
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
estão mortos, que pelo menos não virão do nada para nos bajular de forma tão
nauseante.
— Eles estão mortos? — Jane ergueu os olhos. — Eu não sabia.
Abby fez um gesto de desprezo. — Foi há dez anos. Gripe, eu acho. Max me
disse há algum tempo.
— Por que você não me contou?
Abby olhou para ela com surpresa. — Desculpe, eu não pensei. Qual teria
sido o ponto?
— Eu gostaria de saber, — disse Jane. — Eles também eram meus avós.
Abby a abraçou. — Desculpe-me amor. Eu não pensei nisso. Max me
contou em nossa lua de mel, e então era Natal e...
— Os avós de Damaris vieram para o Natal, — Jane disse calmamente. Ela
tinha acabado de descobri-los também. E eles a ela.
Abby olhou para ela, consternada. — Nunca me ocorreu contar a você. Eu
não achei que você se importaria. Não fomos exatamente abençoados com nossos
avós, não é?
Jane olhou para o bilhete ainda em sua mão e mordeu o lábio. — O que
vamos fazer sobre isso?
— Queime, — Abby disse. — Se aquela mulher pensa que pode entrar em
nossas vidas agora, ela está viúva, você sabe, e sem dúvida quer que as netas
cuidem dela em sua velhice.
— Ela está viúva?
Abby concordou. — Max descobriu tudo sobre ela ontem à noite, depois que
deixamos o baile. Ela deve ter descoberto sobre nós ao mesmo tempo, pois de que
outra forma ela descobriu nosso endereço? Max me disse que seu marido...
— Nosso avô.
— Sim, aparentemente ele morreu há pouco mais de um ano. E Lady
Dalrymple permaneceu em sua propriedade de campo, a casa dote, durante o
último ano, mas ela saiu do luto agora e voltou à sociedade.
Jane considerou isso. — Então, devemos vê-la em outros eventos.
Abby deu de ombros com indiferença. — Nós podemos. E daí? Não pretendo
reconhecê-la.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ele olhou para o lago onde supostamente teria afogado Cecily e lembrou-se
de festas em casa no verão com passeios de barco no lago, senhoras com chapéus
de abas largas e vestidos leves de verão sendo remadas por cavalheiros. E
piqueniques à beira do lago. Ele nunca teve permissão para participar, tais eventos
eram para adultos, não para meninos. Ele assistiu de seu quarto.
Hoje, a superfície do lago brilhava como estanho polido. Também poderia ter
uma boa limpeza, aqueles juncos estavam começando a assumir o controle.
Seu cavalo se mexeu inquieto, sacudindo a cabeça, e Zach continuou
afastando-se da casa. Ele não tinha planos para se aproximar. Ele duvidava que
muitas pessoas se lembrassem dele, quanto mais reconhecer o homem que ele se
tornou, mas se alguém o fizesse, haveria um alvoroço e não queria ser incomodado
com tudo isso ainda.
Além disso, era na propriedade que ele estava interessado, não...
sentimentos. Ele não tinha interesse em vagar pelos caminhos desagradáveis de
suas memórias de infância.
Ele rodeou a propriedade, encontrando marcos familiares com um prazer
inesperado, notando mudanças. Mas quanto mais ele via, mais perturbado ficava.
Ele tinha vindo aqui apenas para se lembrar do que havia deixado, para ver o que
deveria ser feito, mas principalmente apenas para fugir para pensar.
Ele nunca tinha pensado seriamente sobre casamento antes, na verdade,
assumiu que não era para ele. Mas a senhorita Jane Chance o fez pensar todo tipo
de coisas que nunca antes considerou.
Quanto mais ele via Wainfleet, mais ele notava coisas que precisavam ser
feitas: campos em pousio que deveriam ter sido arados e prontos para o plantio na
primavera, se já não deveriam ter sidos plantados, áreas pantanosas que deveriam
ter sido drenadas, matagais e pomares que precisavam de atenção agora, antes do
crescimento da primavera, cercas que estavam caindo e precisavam ser
consertadas, todas as pequenas coisas por conta própria, mas somando-se a um
padrão de negligência que o preocupava.
Seu pai tinha sido, pensou ele, um bom administrador da terra, antiquado e
obstinado em suas opiniões, mas responsável. Ele incutiu em Zach o dever que a
geração mais jovem tinha para com aqueles que vieram antes.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Seu pai havia morrido há um ano. E desde então, parecia que nada havia
sido feito.
Culpa de Zach. Ele presumiu que o gerente da propriedade, quem quer que
fosse, simplesmente continuaria como antes.
Havia trabalho para ele aqui. Não apenas reparos e restauração da ordem,
mas novas possibilidades, novos métodos de cultivo que poderiam trazer
prosperidade para inquilinos e proprietários. A chance de construir algo fresco,
novo e bom a partir de algo antigo.
Cresça, ela disse a ele.
Sua mente girou com possibilidades.
Ele cavalgou, circulando ao redor da propriedade, e chegou à borda da
floresta nos fundos da casa. Ele passou muitas horas do dia nesta floresta. Um
caminho tênue e coberto de vegetação serpenteava por entre as árvores. Logo
depois, havia um riacho onde ele costumava pescar e uma clareira onde os
ciganos costumavam acampar todos os anos. Ele havia assombrado seu
acampamento quando menino, absorvendo sua tradição sem perceber. Ajudou a
moldar sua vida e, às vezes, a salvá-la.
Ele desmontou, amarrou seu cavalo a uma árvore e seguiu o pequeno
caminho.
E ouviu um estrondo e um grito agudo e repentino. Ele correu em direção ao
som e encontrou, sob um grande carvalho espalhado, um garotinho de cerca de
sete ou oito anos, deitado no chão, imóvel e imóvel em um emaranhado de
pequenos galhos.
Ele se curvou sobre o menino. Para seu alívio, os olhos da criança estavam
perspicazes e atentos. Um braço estava ligeiramente dobrado. Quebrado, Zach
pensou. O menino olhou para Zach com um olhar de pânico no rosto, sua boca se
movendo como um peixe na praia, incapaz de respirar.
— Está tudo bem, — Zach disse a ele no que ele esperava ser uma voz
calma. Ele não tinha muito a ver com crianças. — Você teve o fôlego tirado de
você. Ele vai voltar em um minuto, ah, aí está você, — ele terminou enquanto o
menino sugava uma golfada desesperada de ar.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Você não pode andar com esse tornozelo, rapaz, então vou levá-lo para
casa. Onde você mora?
O menino hesitou então, percebendo que não tinha escolha, disse: — Na casa
grande.
— Wainfleet? — Zach perguntou com um sentimento de naufrágio. A ironia
disso não lhe escapou.
A criança assentiu.
— Bem, Robin Wilks, vou levantá-lo agora e vou lhe dizer francamente, vai
doer como o diabo, então não vou usar isso contra você se você tiver que gritar.
Você é um rapaz corajoso, eu sei.
Ele pegou o menino o mais suavemente que pôde, tomando cuidado para não
bater no braço quebrado, que estava dobrado contra o peito estreito do menino,
mas o pequenino engasgou novamente e desmaiou. Ainda bem, Zach pensou
enquanto descia pela floresta, pouparia a criança de mais dor.
Pegando o atalho que tomara tantas vezes quando criança, ele cortou entre
os estábulos e a horta, cruzou o pátio e se dirigiu para a cozinha. Em
circunstâncias normais, ele teria esperado encontrar qualquer quantidade de
pessoas, jardineiros e ajudantes de jardineiros, cavalariços, garotos dos estábulos,
qualquer coisa, mas não encontrou absolutamente ninguém. Foi muito estranho.
Mas assim que ele alcançou a porta da cozinha, ela foi aberta e uma figura
familiar e robusta apareceu lá, envelhecida consideravelmente, mas
instantaneamente reconhecível: a Sra. Wilks. Ela percebeu a situação de relance.
— Oh, Robbie, Robbie, o que você fez consigo mesmo agora? — Ela nem mesmo
olhou para Zach.
O menino recuperou a consciência e conseguiu dizer: — Não se preocupe, vó,
estou todo ri..., — mas desmaiou de novo.
— Oh, querido, querido! Entre, entre oh, obrigado, senhor, sim, coloque-o na
cadeira ali. Wilks, Wilks! — Ela chamou, e voltou para seu neto. — Aquele braço...
— Está quebrado, — Zach disse a ela, — mas o tornozelo está, eu acho,
apenas torcido. Ele caiu de um carvalho. — Ela mal olhou para ele, toda a sua
atenção estava voltada para o menino.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Isso seria certo. Esse nunca está fora de problemas. — Ela correu de volta
para a porta, chamando: — Wilks! — de novo, provavelmente o pai do menino, mas
quando finalmente um homem apareceu correndo, ele estava pálido e curvado e
ainda mais velho do que ela. Ele era um cavalariço, Zach se lembrou. O velho
também não olhou para Zach.
Ela disse a ele: — O menino caiu e quebrou o braço. Pegue Ernie.
— Ernie? — Zach estava prestes a deslizar silenciosamente para fora da porta
e sumir, mas o nome o deteve.
Ela não respondeu por um momento, mas cacarejou sobre o menino, que
parecia assustadoramente verde, e colocou um balde ao lado dele. — Aí, Robbie, se
você vai jogar fora o seu café da manhã. — Ele o fez, e ela entregou-lhe um pano
para limpar a boca, balançando a cabeça. — Assim como seu pai, que Deus o
tenha. Nunca saia de apuros.
Ela se endireitou e disse a Zach: — Ernie é um natural, mora perto de
Bramble Creek. Ele vai corrigir o braço do rapaz para nós.
Um natural? Ela quis dizer um simplório, Zach percebeu. Os camponeses
frequentemente atribuíam poderes de cura aos simplórios, mas ele não ia deixar
um garotinho corajoso como aquele ser atacado por um simplório bem-
intencionado. — O menino precisa de um médico adequado.
A mulher sacudiu a cabeça. — Não, terá que ser Ernie. O médico não virá
até nós. — Ela alisou o cabelo do menino para trás.
— Por que não?
— Não posso pagar a ele, — ela disse. — Sem dinheiro.
— Mande chamar o médico, — Zach disse a ela. — Eu vou pagar.
— Você vai? — Pela primeira vez ela parou de se preocupar com o menino e
olhou para Zach. Seus olhos se estreitaram. Ela se aproximou alguns passos e
olhou para ele com os olhos semicerrados.
— Nunca, oh, meu Deus, é! — Ela cambaleou para trás e sentou-se, caiu!
Em uma cadeira da cozinha, olhando para Zach como se ela tivesse visto um
fantasma. — Oh, Senhor, Senhor, Wilks, veja quem trouxe nosso Robbie para
casa! É o Mestre Adam, de volta dos mortos!
* * *
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Jane deixou o assunto da carta de Lady Dalrymple por um dia. Ela e Abby
precisavam de algum tempo para se acalmar e pensar sobre as coisas.
Abby era normalmente muito amorosa, misericordiosa e gentil, mas
neste assunto...
Jane se sentiu tão dividida. Ela não queria ser desleal com sua irmã. Abby
se preocupou, trabalhou e lutou para mantê-las alimentadas e seguras... ela tinha
o direito de ficar com raiva.
Mas Jane queria ouvir o que a mulher tinha a dizer e queria que Abby
fosse com ela, não porque Jane se sentisse desconfortável em ir sozinha, mas
porque sentia, no fundo, que Abby precisava estar lá, para ouvir por si mesma.
Ela decidiu tentar novamente. Ela caminhou até a casa de Abby e Abby
chamou para o chá.
— Eu sei que ela fez uma coisa terrível ao nos deixar morrer de fome, Abby,
mas... foi há muito tempo e estamos bem agora... e... ela é... não é como se
tivéssemos família de sobra...
Abby cruzou as mãos sobre o estômago. — Ela nos deixou para morrer,
Jane. Não é isso que a família faz.
— Eu sei. Mas eu quero saber por quê.
— Isso importa? Jane, a carta, cartas, que escrevi, ela teria que ser feita de
pedra para ignorá-las. — O rosto de Abby se enrugou e uma lágrima rolou por sua
bochecha. Ela puxou um grande lenço masculino e o enxugou.
Jane passou o braço em volta da irmã, sentindo-se culpada. — Devo tudo a
você, Abby, querida, e não iria incomodá-la por nada...
— Mas?
— Eu quero saber. — Ela engoliu em seco. — Ela é a mãe da mamãe. E na
outra noite ela parecia genuinamente angustiada, Abby. Ela desmaiou.
— Por causa do choque. Porque ela nunca esperava nos ver, ver você. Porque
você é a imagem da mamãe. Porque não deveríamos existir.
Houve um longo silêncio. Não era típico de Abby ser dura ou amarga. E
embora Jane pudesse entender a raiva de sua irmã, ela não a sentia com tanta
força. Ela era muito jovem para saber o que realmente tinha sido para Abby. Sua
irmã suportou o peso de todos os problemas. E tudo antes de ela ter doze anos.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Mas Jane ansiava por uma família. E ela sabia que Abby também, no
fundo. Isso era apenas defesa. Abby não queria que velhas feridas fossem
reabertas, e emoções infelizes despertassem. Jane poderia entender isso. A vida de
Abby estava felizmente resolvida agora, ela tinha um lar, e ela tinha Max, a quem
ela amava, e que a adorava em troca.
Abby tinha tudo que ela sempre quis agora. Jane não.
Jane segurou as mãos da irmã. — Quando viemos aqui pela primeira vez
para morar com Lady Beatrice, você mudou nosso nome de Chantry para Chance...
Abby franziu a testa. — Você sabe por que... era para nossa própria
segurança.
— Sim, mas você também disse que simbolizava uma nova chance para cada
uma de nós. Cada uma de nós teve essa chance, não foi, Abby? Damaris nunca
acreditou que poderia se casar, mas agora ela está casada com Freddy e nunca a
vi mais feliz. Daisy, uma criada de bordel, está a caminho de se tornar a melhor
costureira de London. E você, que estava destinada a ser governanta pelo resto de
sua vida, cuidando dos filhos de outras pessoas e nunca tendo a chance de ter um
filho próprio...
Abby começou a chorar.
Jane ficou horrorizada. Abby nunca chorou, e agora Jane a fizera chorar
duas vezes em questão de minutos. — Oh, amor, eu sinto muito, eu sinto muito. Eu
nunca quis te chatear assim.
Abby enxugou o rosto com o grande lenço e deu uma risada triste entre os
soluços. — Não é sua culpa, querida Jane. E não estou realmente chateada. É
justo... com toda essa conversa de segundas chances e família e filhos... — Ela
enxugou os olhos, dobrou o lenço e enfiou-o de volta na bolsa. — Max diz que me
tornei o verdadeiro regador desde...
Jane franziu a testa. — Desde o quê?
Como resposta, Abby pegou a mão de Jane e colocou-a em sua barriga. Jane
demorou um pouco para entender. — Abby! Você quer dizer...
Abby assentiu e deu a ela um sorriso nebuloso. — Só Max sabe no momento,
mas eu queria te contar primeiro, irmãzinha, você vai ser uma tia.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Capítulo Dezessete
Não é o que dizemos ou pensamos que nos define, mas o que fazemos.
JANE AUSTEN, SENSE AND SENSIBILITY
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Eu sei.
Zach se levantou e começou a andar. — Eu nunca deveria ter confiado
naquele maldito advogado em primeiro lugar. Eu mesmo irei ao País de Gales e a
encontrarei!
— Não precisa, já mandei um dos meus homens, — disse Gil com calma. —
Ele saiu há três dias, então deve ter novidades para nós em breve. Ele é um bom
homem e um falante nativo de galês. Eu também disse a ele para encontrar
testemunhas que pudessem jurar que Cecily estava viva depois que o corpo foi
descoberto. Se Cecily deixou o País de Gales, e isso parece provável, precisaremos
provar que não era o corpo dela.
— Obrigado. — Zach sentou-se novamente, um tanto aliviado. — Sua amiga,
Mary Thomas, a única que pode falar inglês, poderia testemunhar que eu a levei
lá, viva e bem. E os estalajadeiros onde ficamos ao longo do caminho? Até os
mensageiros. Certamente alguém se lembraria de uma jovem nervosa com o rosto
muito machucado, escoltada por um garoto de dezesseis anos, mesmo que fosse
há doze anos. E mande alguém para Wainfleet, precisamos descobrir de quem
realmente era aquele corpo.
Gil acenou com a cabeça e puxou seu caderno e lápis. — Dê-me os detalhes
e enviarei homens para fazer perguntas. Vai custar caro, mas você não vai se
importar.
Zach deu-lhe a informação e bebeu seu conhaque enquanto Gil anotava
tudo. Talvez a situação não fosse tão ruim quanto ele pensava.
Gil guardou seu bloco de notas e olhou para Zach pensativamente. — Pode
ser sensato fazer planos de contingência caso você precise deixar o país. Você quer
que eu faça os arranjos?
Zach bufou. — Eu estou condenado se eu vou fugir e deixar meu primo,
pequeno carrapato ganancioso assumir minha herança. Você sabe, ele tem a
propriedade emaranhada na fita legal e ninguém pode fazer nada, nenhum dos
empregados foi pago desde a morte de meu pai. Todo o lugar está estagnado. E ele
planeja construí-lo.
— Então você vai ficar e arriscar ir a julgamento por assassinato?
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ele foi para Berkeley Square na manhã seguinte e esperou por ela
no parque. Pouco depois das dez horas, ela saiu, radiante em um casaco azul,
rindo e repreendendo Pétala de Rosa, que estava puxando a guia como sempre,
com William trotando atrás dela.
O coração de Zach deu um salto ao vê-la. Ele saiu para o caminho à frente
dela e esperou.
Ela o viu e parou. A risada morreu em seu rosto. Pétala de Rosa também o
tinha visto e estava fazendo o possível para se sufocar na coleira de sua ânsia de
cumprimentar Zach. Jane não.
Ela disse algo a William, ele não conseguiu ouvir o que, virou-se e marchou
de volta por onde viera, as costas retas e rígidas, puxando um cachorro infeliz atrás
dela, como se estivesse arrastando um pão. Um pão muito pesado com quatro pés
que resistia a cada passo.
William lançou a Zach um olhar malicioso e a seguiu.
Mulher, cachorro e lacaio desapareceram de volta para a casa de Lady
Beatrice. Apenas o cachorro parecia arrependido, lançando olhares ansiosos e
martirizados para Zach enquanto ele era arrastado para dentro de casa.
Foi decepcionante, mas Zach entendeu, ela o achava um cigano, afinal, e lhe
disse para deixá-la em paz. Ele voltou para a casa de Gil e considerou suas opções.
Ele precisava falar com ela. Ela precisava saber que tinha outras opções além
de Lorde Cambury. Bem, é claro que ela tinha escolhas, praticamente qualquer
cavalheiro da alta sociedade ficaria feliz em oferecer por ela, apesar de sua falta de
fortuna.
Mas ela precisava saber que ele era uma escolha também, uma escolha real,
ou ele seria se, quando! Ele vencesse essa maldita carga. Ele não podia deixá-la se
jogar fora em um fanfarrão rico que a via como algo a acrescentar à sua coleção de
coisas bonitas.
Como ela se recusou a falar com ele, ele não teve outra opção a não ser
escrever para ela e explicar. Ele sentou-se à escrivaninha de Gil, escolheu uma
folha nova de papel para escrever, afiou uma pena, mergulhou-a na tinta e
começou a escrever.
Prezada Srta. Chance,
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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Ele mandou entregar a carta em mãos e esperou na praça. Uma garoa leve e
lenta começou. Zach ajustou o ângulo do chapéu e puxou a gola do casaco para
cima e esperou. Ele sabia que ela estava em casa, ele a viu olhar para fora da
baía pouco tempo depois que seu bilhete foi entregue.
A garoa caiu. Zach não se importou com a chuva, ela sabia que ele estava
aqui, e ele iria fazer seu ponto, com chuva ou não. Na verdade, ele não se importava
com a chuva, sublinhou seu ponto.
Ele esperou cerca de vinte minutos antes de William sair da casa carregando
um guarda-chuva. Ele marchou direto para Zach com um sorriso de orelha a
orelha. — Com os cumprimentos da Srta. Jane, — ele disse, e jogou para Zach um
punhado de papel rasgado em pedacinhos. Eles voaram para o chão como flores.
— Entendeu a mensagem, cigano?
Zach entendeu. Ele olhou para os restos encharcados de sua nota. A tinta
estava se espalhando sobre os pequenos pedaços de papel em manchas lentas,
como manchas mofadas nas flores. Ela ao menos leu?
Ele olhou de volta para a janela saliente. Não havia sinal dela agora, mas ele
sabia que ela estaria assistindo.
Ele tirou o chapéu e ficou de pé, com a cabeça descoberta na chuva por um
momento, então fez uma reverência elegante. Ele pensou ter visto um movimento
lá dentro. Ele sorriu quando uma nova ideia lhe ocorreu.
— Você ainda não entendeu, cigano? — Disse William. — Não adianta olhar
para lá. É um adeus e boa viagem para você.
Zach riu. — Você sabe, William, eu acho que você pode apenas ter tentado o
destino.
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Capítulo Dezoito
Todos os privilégios que reivindico para meu próprio sexo... é amar por mais tempo,
quando a existência ou quando a esperança acaba.
Jane Austen, PERSUASION
O tolo! O que ele estava fazendo parado na chuva? Jane ficou bem longe da
janela saliente e olhou para a figura arrogante de pé tão alta e descuidada na praça
em frente, aparentemente indiferente à chuva.
Ele tirou o chapéu, não, varreu-o, e a chuva ensopou seu cabelo escuro e
espesso. Mesmo daqui, ela podia vê-lo se enrolando um pouco, agarrando-se à
testa em tufos escuros, parecendo a coroa de uma folha de oliva do vencedor.
Ele olhou diretamente para ela, como se pudesse vê-la parada ali, e ele não
podia, ela tinha certeza de que não podia, e então ele se curvou com tanta graça e
estilo que ela quis bater nele.
Ele sorriu... e um calafrio quente percorreu seu corpo.
Ela cruzou os braços e tentou ignorar o calor que se espalhava dentro
dela. Ele era muito bonito e confiante para seu próprio bem. Certamente para o
bem dela.
Ela não iria vê-lo. Em qualquer circunstância.
Como ele ousa voltar! Ela não o via há dias. Quase uma semana. Ela pensou
que estava segura, finalmente. Não tinha sentido falta dele. Nem um pouco. Nem
um pouco. Mal tinha pensado nele. Muito. Em qualquer caso, os pensamentos não
contam. E o que ela estava pensando era alívio. Sim, alívio.
Os sonhos eram o problema. Ela podia controlar seus pensamentos, até certo
ponto, mas nos sonhos, ela não tinha controle algum.
Nas últimas noites, Daisy teve que acordá-la várias vezes, dizendo: — Outro
pesadelo, querida?
E Jane, com calor, suada e toda torcida em sua camisola, concordou.
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Mas eles não eram pesadelos, tanto quanto... seduções. Como os contos de
fadas da antiguidade, onde algum ser lindo e mágico seduzia uma garota que de
outra forma seria sensível... e ela nunca mais foi vista.
Seus olhos fixaram-se na figura de cauda parada na chuva, com a cabeça
descoberta e imperiosa, agindo como se fosse o dono do lugar, como se a chuva
não pudesse tocá-lo, como se ela não tivesse escolha a não ser vê-lo. Ele estava
ficando encharcado, seu idiota. Por que ele não iria embora?
Ele não poderia vê-la daqui.
Esse sorriso tênue e fascinante...
Ela entendeu agora por que mamãe se apaixonou por papai e fugiu com
ele. Foi uma espécie de loucura. Irresistível. Ela estremeceu novamente.
Perfeitamente resistível, ela disse a si mesma com firmeza, quando você
conhecesse as consequências de tal imprudência. Se mamãe e papai soubessem
como sua grande história de amor havia terminado, eles nunca teriam fugido
juntos.
Embora eles nunca parecessem se arrepender, apenas das circunstâncias.
Mas um levou ao outro. Eles pensaram que valia a pena? Abby disse que eles
ficaram muito felizes, quase até o fim, quando mamãe adoeceu e papai ficou
desesperado. Mas Abby achava que o amor importava antes de tudo.
Jane esmagou esse pensamento. O amor era uma escolha e Jane fizera sua
escolha, e foi uma escolha muito boa e sensata, ela se casaria com Lorde Cambury
e nem mesmo pensaria em um cigano alto, incrivelmente bonito e totalmente
indigno de confiança.
Um inglês bem-nascido de linhagem distinta.
Ela bufou. Ele mudava sua história com a mesma frequência com que
trocava de casaco. O que ele iria reclamar a seguir, que ele era um príncipe
disfarçado há muito tempo perdido?
Bem, ela não ficaria parada o dia todo vendo um homem irritante ficar
encharcado sem propósito. Ela alisou a peliça e verificou o cabelo no espelho. Ela
estava vestida para sair. Abby estaria aqui em breve, para pegá-la na carruagem.
Elas iam fazer uma visita para Lady Dalrymple. Isso primeiro.
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Jane esperava que não fosse a última. Foram necessários todos os poderes
de persuasão de Jane para fazer Abby ir com ela desta vez. Agora, tudo estava
relacionado a Lady Dalrymple e o que ela tinha a dizer sobre si mesma.
A mãe da mamãe. Como ela seria? Jane estava animada e nervosa,
impaciente e ansiosa, tudo ao mesmo tempo.
Ela olhou pela janela, mas a praça estava deserta, nenhum sinal de qualquer
homem alto e moreno parado com a cabeça descoberta na chuva. Ele tinha ido
embora.
Bom. Ela esperava que ele finalmente tivesse entendido a mensagem.
Homem tolo. Ele provavelmente morreria de resfriado. Sirva-o bem.
* * *
Lady Dalrymple morava na Green Street. Jane havia enviado um bilhete
antes, perguntando se seria conveniente que sua irmã e ela a visitasse. Lady
Dalrymple enviou uma resposta instantânea, convidando-as a tomar chá com ela
naquela mesma tarde.
A carruagem zuniu pelas ruas úmidas. Abby sentou-se rigidamente,
segurando sua bolsa, pálida e decidida. Apesar de sua presença, ela estava longe
de aceitar uma reconciliação. — Vou acompanhá-la e ouvir o que ela tem a dizer,
— foi tudo o que ela prometeu a Jane.
Jane estava grata por sua presença. Ela não sabia o que esperar, mas estava
esperançosa, pelo menos.
Abby deslizou a mão na de Jane. — Não espere muito dela, amor. Ela já nos
machucou o suficiente.
Jane concordou. — Está tudo bem, Abby. Estou preparada.
Abby deu a ela um sorriso triste. — Não, você não está. Você é muito
compassiva para o seu próprio bem.
A carruagem parou em frente a uma casa pequena e bonita, e o condutor
desceu os degraus para elas, segurando um grande guarda-chuva. A porta da
frente se abriu antes que elas alcançassem a campainha, e um mordomo os
conduziu a uma pequena e elegante sala.
Lady Dalrymple levantou-se para cumprimentá-las. Elegantemente vestida
em seda lilás, ela era pequena e rechonchuda, com um rosto bonito e suave,
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suavemente enrugado na boca e nos olhos, e cabelos claros, claros com mechas
prateadas atraentes. Seus olhos eram azuis, a mesma cor dos de Jane.
Daqui a quarenta anos, pensou Jane, atordoada, vou me parecer muito com
ela.
— Oh, meus queridos, minhas queridas — Lady Dalrymple exclamou sem
fôlego, correndo em direção a elas. — Achei que esse momento nunca chegaria e eu
iria para o túmulo sem saber, oh! Deixe-me olhar para você! — Jane, a imagem da
minha querida Sarah, oh! Eu não posso acreditar, minha querida, querida menina,
e Abigail — ela se virou para Abby — Oh, minha querida, tão parecida com o seu
papai e com apenas o mesmo olhar que ele costumava ter, pobre garoto! Mas não
sejamos mórbidos nesta feliz e alegre ocasião! — E aparentemente alheia às
lágrimas escorrendo por suas bochechas macias, rechonchudas e levemente
empoadas, ela as abraçou, primeiro Jane, depois Abby, ainda falando o tempo todo.
Bastante atordoada e nem um pouco oprimida pela efusividade da saudação,
Jane olhou para Abby, atualmente de pé rigidamente no abraço de Lady Dalrymple,
para ver como ela estava reagindo.
A expressão no rosto de Abby era... estranha. Jane não tinha ideia de como
interpretar isso.
— Oh, me escute, balbuciando como uma perfeita lunática, mas você deve
perdoar a emoção de uma velha senhora, não é todos os dias se encontra uma neta
perdida... oh, e olhe! Eu deixei você toda úmida. — E, sem vergonha, ela pegou um
lenço delicado com bordas rendadas e começou a limpar as lágrimas do rosto
de Abby.
Abby parecia meio congelada, meio em pânico. Nem ela nem Jane haviam
pronunciado uma palavra ainda, elas não tiveram uma chance.
Lady Dalrymple continuou: — Pronto, agora está melhor. Oh, o que estou
pensando? Sente-se, minhas queridas, sente-se aqui comigo e deixe-me olhar para
vocês. E Jarvis trará chá e algo para comer. — Agarrando cada um pela mão, ela
as puxou para baixo em uma chaise longue, um de cada lado dela. — Oh, filhas da
minha Sarah, oh! — E as lágrimas voltaram. — Tsk, tsk, olhe para mim, tal visão
que eu devo apresentar e eu tive ótimas intenções para esta reunião. — Ela
enxugou o rosto com o lenço encharcado. — Mas estou tão feliz, minhas queridas,
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tão feliz. — Ela deu a Jane um olhar admirado. — Não posso acreditar, aqui está
você, exatamente igual à minha pobre querida Sarah antes de eu perdê-la, como
se mais de 25 anos não tivessem se passado. Éramos muito parecidas em muitos
aspectos. Já fui tão bonita quanto Jane aqui, embora você nunca soubesse disso,
por me ver agora.
Os olhos de Abby encontraram os de Jane. — Perdê-la? — Abby repetiu com
uma voz dura. Jane percebeu que ela estava lutando para manter a compostura.
Lady Dalrymple olhou para Abby e seu rosto se enrugou. — Oh, minha pobre
querida filha, aquelas cartas que você escreveu, eu juro, eu nunca chorei tanto em
minha vida quando as li. Sua criança corajosa, milagrosa, maravilhosa, como você
conseguiu? Isso partiu meu coração, lê-las. — Ela abraçou Abby novamente.
Abby suportou rigidamente. Seus olhos encontraram os de Jane.
Nesse momento inoportuno, o mordomo entrou, seguido por dois lacaios que
trouxeram uma bandeja contendo dois bules, xícaras, pires, uma jarra de leite,
fatias de limão e açúcar e um grande prato de três camadas contendo uma
variedade verdadeiramente impressionante de bolos, biscoitos e pastéis recheados
com creme. O mordomo também trouxe uma pequena pilha de lenços de lapela
bem passados que ele silenciosamente colocou na frente de sua patroa.
As meninas esperaram em educado silêncio enquanto eram servidas com chá
e convidadas a comer. Jane, que gostava de doces, escolheu uma massa cremosa
de aparência deliciosa, e Abby, quando pressionada, aceitou relutantemente a
língua de gato amendoado. Ela estava muito pálida, pensou Jane.
Assim que os criados partiram, Abby largou a xícara e o prato, intocados.
Jane disse rapidamente: — Então você leu as cartas de Abby.
— Sim, eu as encontrei na mesa do meu marido, do seu avô, depois que ele
morreu. As da própria Sarah e do seu pobre, querido papai, assim como os de Abby.
Elas quebraram totalmente meu coração. Eu nunca soube onde minha Sarah
estava, sabe, nunca soube que ela tinha filhas. — Ela colocou a xícara e o prato de
lado e assoou o nariz com força. Ela olhou para o rosto de Abby. — Oh, minha
querida, você não pensou, você pensou! Eu posso dizer.
Ela pegou as mãos de Abby nas suas e disse com urgência: — Li aquelas
cartas pela primeira vez há apenas um ano, algumas semanas... bem,
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
que pudesse estar errado, quando qualquer um poderia ter visto o quanto aqueles
dois se amavam.
Ela viu a expressão de Abby. — Se eu tivesse a menor ideia de onde minha
filha estava, eu teria ido buscá-la e trazido, trazido todas vocês! Para casa onde
vocês pertenciam! Quando descobri o que tinha acontecido, seu papai, um menino
tão bonito e impetuoso, e que minha Sarah morreu de tal maneira... — Ela se
interrompeu, a emoção a sufocando.
Jane e Abby trocaram um olhar longo e silencioso. Os olhos de Abby estavam
molhados de lágrimas, assim como os de Jane.
Era a explicação que elas desejavam, a resposta às perguntas que as
perseguiam por tanto tempo.
Lady Dalrymple enxugou os olhos, assoou o nariz novamente e sentou-se
com nova determinação. — Agora, chega de choro, na verdade, eu geralmente não
sou um regador, então me diga tudo sobre vocês. Eu quero saber tudo. Quero saber
por que vocês se chamam de Chance e não de Chantry, quero saber qual é a sua
ligação com Lady Davenham, a velha Lady Davenham, Beatrice, quero dizer, e é
claro que estou morrendo de vontade de saber como Abby deixou de ser governanta
para aqueles horríveis citados em um minuto e casado com o fabulosamente rico,
e bonito! Max Davenham no próximo, e a inteligente, esperta Jane por fazer a
captura da estação, Cambury, nada menos, que pena que ele está perdendo o
cabelo, mas nunca mente, para que servem os chapéus? E eu devo ouvir tudo
sobre como isso aconteceu, o noivado, não a calvície, pobre garoto, mas primeiro
Abby, já que ela é a mais velha. Ela olhou com expectativa para Abby.
Abby a encarou por um longo momento, então ela deu uma risada
trêmula. — Você parece a mamãe, — ela engasgou. — Exatamente. Se eu fechasse
os olhos e ouvisse você, pensaria que ela estava aqui conosco. — E seu rosto se
enrugou.
— Ela está, minha querida menina, é claro que está aqui conosco, — disse
Lady Dalrymple, abraçando-a. — Onde mais ela estaria, senão com aqueles que a
amam mais?
E então as três estavam em lágrimas.
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Pouco tempo depois, declarando que precisava de algo muito mais forte do
que chá, Lady Dalrymple despachou seu mordomo para buscar xerez e também
mais lenços. — Embora do jeito que estamos indo, meus queridos, vamos precisar
de um do tamanho de uma toalha de mesa! Mesmo assim, não há como um bom
choro, não é, para fazer alguém se sentir melhor?
— Ainda estou surpresa que você tenha ido até Cheltenham, para o Pill, —
disse Jane. — E tudo por nada.
— Oh, não foi por nada — Lady Dalrymple disse a ela. — Eu tive que ouvir
tudo sobre minhas netas pela mulher no comando. Bodkin, era? Não tinha nada
além de elogios para vocês, meninas.
— Mesmo? — Jane disse. Abby, sim, mas ela duvidava que Bodkin estivesse
cantando os elogios de Jane. Ela nunca teve a impressão de que a Sra. Bodkin
tinha tempo para ela.
— Oh, sim, eu ouvi tudo sobre como você era uma garota inteligente e
responsável, Abby, e como ela tentou que você continuasse como professora depois
de completar dezoito anos...
— Ela tentou me manter? — Abby disse surpresa.
— Sim, pelo bem de Jane e porque você foi uma professora excelente. Só que
os administradores, homens tolos, não permitiram. E você, Jane, — ela virou-se
para Jane — ela me disse o quão maravilhosa você era com os pequeninos e disse
que era como uma pena que não poderia ser uma governanta também, apenas com
sua aparência seria pedir para ter problemas, e eu vejo muito agora por que ela teve
que lhe enviar para ser a companhia de uma senhora de idade, deprimente como
que deve ter parecido. — Ela torceu o nariz. — A mãe de um vigário.
— Achei que ela pensava que eu não era inteligente o suficiente, — disse
Jane.
— Não, muito bonita e de coração mole, ela disse. Abby, ela disse, tinha mais
coragem.
— Coragem? — Abby disse, meio rindo. — Ela quis dizer que eu não tinha
aparência para falar.
— Absurdo. Ela disse que você tinha coragem e inteligência. — Ela olhou
para Abby indignada. — E é positivamente mau dizer que você não tem aparência
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
de todo, você tem o tipo de elegância distinto que só vai aumentar com a idade.
Você consegue isso do lado do seu pai, embora houvesse uma expressão em seus
olhos antes que também me lembrou do meu falecido marido. Ele também
tinha uma aparência muito distinta. — Ela suspirou. — Também orgulhoso,
teimoso, obstinado e rígido, abominavelmente rígido. Quando penso nessas cartas
e como, se eu as tivesse encontrado antes...
Jane pousou a mão sobre a mão pequena e gorducha de Lady Dalrymple. —
Não vamos ficar pensando muito no passado.
Sua avó assentiu. — Você está certa, minha querida. Os arrependimentos
são tão sombrios e totalmente inúteis. Você não pode mudar o passado. Agora me
diga, como está a sua temporada? Aquele vestido que você estava usando na noite
em que te vi pela primeira vez, uma criação tão divina! Eu devo saber, quem é a
sua costureira?
Elas ficaram conversando e rindo, com apenas uma lágrima ocasional, a
tarde toda. Ainda havia muitas coisas que elas não haviam contado a ela, por que
Jane não tinha ido para Hereford, para começar, e onde elas conheceram Daisy
e Damaris, nem que Abby iria torná-la uma bisavó, mas havia hora para tudo isso
no futuro.
Antes de partirem, Lady Dalrymple convidou Jane para ficar com ela em
casa.
Muito gentilmente, Jane recusou. — Lady Beatrice fez muito por nós
devemos tudo a ela. Eu não poderia abandoná-la agora.
Lady Dalrymple suspirou. — Não, suponho que não.
— Mas virei visitá-la com frequência, — Jane prometeu, vendo a decepção
no rosto da velha senhora. — Você não acha que vai deixar de ser avó, acha?
Temos anos para compensar.
— Oh, você querida, doce criança. — Lady Dalrymple procurou outro lenço.
Enquanto as duas irmãs voltavam para casa, Abby disse: — Obrigada por
me fazer vir, irmãzinha. Eu não teria perdido isso por nada.
— Nós temos uma avó. — Jane a abraçou. — Ela realmente se parece tanto
com a mamãe?
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Mas Daisy foi inflexível. — Não vou cortar tecido novo em algo que só vai ser
jogado fora depois. E isso vai servir bem e vai me economizar tempo e dinheiro. —
Lady Beatrice, Damaris e Abby haviam feito seus próprios arranjos para seus
trajes, Damaris e Abby os mantinham em segredo, mas Daisy estava determinada
a fazer todos os trajes que Jane usaria para a temporada.
Jane estava ficando preocupada que pudesse realmente ser ruim, mas ela
não disse isso. Afinal, esse era o sonho de Daisy.
— Economizar dinheiro? — Lady Beatrice ficou horrorizada com a ideia.
Mas Jane e Abby haviam passado a vida inteira vestindo roupas cortadas de
outras pessoas e entendiam a necessidade de economia, especialmente a economia
de tempo. — Eu concordo com Daisy, — disse Jane. — Só vou usá-lo uma vez e,
além disso, vai ficar deliciosamente antiquado e muito bonito.
— E nenhuma pastora usaria a última moda, não é? — Abby acrescentou.
A velha fungou. — Nenhuma pastora jamais usaria argolas também.
— E as pastoras usam seda, não é? — Daisy disse. — Que fantasia.
Lady Bea ergueu o lornhão e lançou-lhe um olhar redondinho. — Garota
miserável, você deixaria Jane vestida de trapos? Por questão de autenticidade? —
Ela pronunciou a palavra com delicado desdém.
Daisy riu. — Apenas dizendo. E não haverá, sim, eu sei, não haverá nenhuma
necessidade de aros quando eu terminar com isso.
— Suponho que ela possa ser uma das pastoras de Maria Antonieta, — Lady
Beatrice admitiu a contragosto. — Ela e suas damas costumavam brincar de
pastoras, leiteiras e coisas assim, pobres criaturas iludidas.
Assim, o vestido foi alterado e considerado satisfatório por todas as
interessadas, exceto por um aspecto. — Como as pessoas vão saber que ela deveria
ser uma pastora? — Daisy se perguntou. — Ela não se parece com nenhuma
pastora que eu já viu.
— Não parece, nenhuma e vi, — Lady Beatrice a corrigiu distraidamente.
— Podemos encontrar um cordeirinho doce em um dos mercados, — sugeriu
Jane.
— Absurdo! Você se apegaria ao maldito animal, esqueceria que seu
propósito na vida é ser o jantar, e a próxima coisa que você sabe, nós teríamos uma
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
grande ovelha boba tropeçando pela casa, — Lady Bea disse severamente. — Além
disso, não se leva gado para um baile, Jane, nem mesmo para um baile de
máscaras. Simplesmente não é feito.
No final, o efeito desejado foi alcançado por Damaris cortando formas de
cordeirinho doce de feltro branco que Jane costurou na bainha de seu vestido.
Um cajado de pastor pintado de branco e amarrado com uma fita azul, uma
máscara de veludo branco enfeitado com renda e um lindo chapeuzinho de palha a
la bergère deram o toque final à roupa de Jane, que saiu para o baile de máscaras
muito satisfeita com sua aparência.
Jane, Lady Beatrice, Abby e Max cavalgaram juntos na carruagem, Lady
Beatrice magnífica como a Good Queen Bess em ouro e brocado roxo e um
esplêndido rufo e Abby vestida como uma sereia, com uma máscara de lantejoulas
verdes e uma cauda de lantejoulas verdes espiando por baixo suas saias verdes
espumosas e presas em um laço conveniente sobre o braço.
Max estava vestido nominalmente como o Rei Netuno, com um tridente,
nominalmente porque, além do tridente e uma máscara de veludo preto, ele estava
vestido com seus habituais casacos e coletes pretos formais. Sobre eles, ele usava
um dominó verde meia-noite, que, ele informou, representava o mar. — Eu não
gosto muito de fantasias, — ele disse enquanto subia na carruagem.
— Eu nunca teria imaginado, — sua tia amorosa disse a ele.
Na entrada do salão de baile, Jane parou por um momento, absorvendo a
visão. Centenas de velas queimavam nos lustres acima, suas pequenas chamas
refletidas e aumentadas através da miríade de cristais que pendiam delas, fazendo
a cena abaixo tremeluzir e dançar.
Diante deles havia um mar de criaturas fantásticas e exóticas, rainhas
egípcias, leiteiras, fadas aladas, arlequins, deuses e deusas gregos e romanos e
muito mais. Claro, nem todo mundo usava uma fantasia, muitos simplesmente
usaram um dominó sobre seu vestido de festa usual e colocaram uma máscara. As
máscaras variavam de tiras simples de veludo preto usadas por vários cavalheiros
até confecções elegantes e intrincadas usadas pelas mulheres.
— Oh, gostaria que Daisy pudesse ver isso, — disse Jane.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Ela poderia ter vindo, eu organizei para ela comparecer, mas ela é uma
prostituta teimosa, — Lady Beatrice comentou. — Disse que ela precisava
trabalhar. Trabalhos! — Ela fungou. — A garota funciona muito mal se você me
perguntar.
Jane não disse nada. Daisy estava trabalhando muito, ela sabia, mas não
era a única razão pela qual se recusava a vir. Daisy era muito boa em não se
permitir o que sabia que não poderia ter. Ao contrário de Jane.
Às vezes, sentir o gosto de alguma coisa era pior do que nada. Se você não
soubesse de algo, não poderia ansiar por isso.
Como Zachary Black.
Se ela nunca o tivesse conhecido, nunca tivesse sentido o toque de sua mão,
nunca tivesse olhado para aqueles olhos prateados brilhantes... não. Ela não
estava pensando nele.
— Eu posso ver várias leiteiras, mas não uma única pastora, — Abby disse,
olhando para o salão.
— Certamente nenhum com um rebanho de ovelhas convenientemente
preso, — disse Lady Beatrice causticamente.
— Oh, olhe, — Jane disse. — Damaris e Freddy, e estão todos chineses. Eles
não parecem maravilhosos? — Ela acenou e Damaris acenou de volta. Ela estava
lindamente vestida com um vestido de estilo chinês de aparência exótica e Freddy
estava vestido como um mandarim com um bigode comprido e caído e um manto
chinês suntuosamente bordado.
Abby disse: — E aquele é... sim, é o Sr. Flynn vestido de... — Ela lançou a
Flynn um olhar longo e pensativo. — Você diria que ele está vestido como um
pirata? O brinco de ouro e o lenço preto na cabeça com a caveira e ossos cruzados
parecem indicar isso, mas devo dizer que seu traje é muito... colorido. Embora eu
suponha que ele, de todas as pessoas, saiba como os piratas realmente se vestem.
Provavelmente é bastante autêntico.
Lady Beatrice lançou-lhe um olhar feroz. — Autenticidade de novo, não é? —
Ela fungou. — Um baile de máscaras tem a ver com fantasia, não com
autenticidade.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Capítulo Dezenove
A pirataria é nossa única opção.
JANE AUSTEN, SENSE AND SENSIBILITY
Foi a última valsa antes do desmascaramento. Uma sombra caiu sobre ela.
Jane olhou para cima e lá estava um estranho alto e moreno, um pirata perto de
seu vestido. Seus olhos brilhavam através das fendas de sua máscara, não uma
máscara adequada, apenas uma tira irregular de veludo preto que cobria metade
de seu rosto.
Ela ficou tensa. Havia algo sobre ele... a maneira como ele estava lá, a forma
dele... a maneira como ele se segurou.
Suas calças eram pretas e justas e abraçavam fielmente suas longas e
poderosas coxas.
Jane queria desviar o olhar. Ela não conseguiu.
Suas botas eram altas e pretas e iam até o meio da coxa. Uma faixa vermelha
marcante apertava sua cintura magra. Por baixo de um colete de couro preto, sua
camisa era solta, branca e esvoaçante, amarrada descuidadamente quase até o
pescoço. Quase. Surpreendentemente, estava aberto no pescoço.
Ela podia ver o batimento fraco de uma pulsação em sua garganta. Sua
garganta nua. Bronzeada, forte e masculina.
Ela engoliu em seco. Não poderia ser ele. Ele não ousaria, com certeza...
Tudo o que ela podia ver do rosto dele, além daqueles olhos intensos e
ilegíveis, era um queixo bem barbeado e um queixo quadrado, esculpido e recém-
barbeado. Ela nunca o tinha visto barbeado, mas ainda assim, ela tinha certeza de
que era ele.
Sua boca era severa, séria, bonita, e de onde veio esse pensamento, ela se
perguntou febrilmente.
— Minha dança, eu acredito. — Sua voz era baixa e profunda e vinha direto
de seus sonhos mais obscuros e turbulentos. Zachary Black.
— O que você está fazendo aqui? — Ela assobiou.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Vim dançar com você, é claro, o que você achou? — O demônio dançou
em seus olhos. Dentes brancos brilharam brevemente sob a máscara. — Eu disse
que não era um adeus.
— Não seja ridículo. Este é um baile privado, um baile privado muito
exclusivo! Você não pode estar aqui!
— E ainda estou. — Ele deu a ela aquele sorriso lento e preguiçoso.
Zachary Black, o cigano, era um rufião bonito e intrigante, mas esse
homem... esse homem era lindo em sua ágil arrogância pirática. Ela se forçou a se
concentrar. — Você não deveria estar aqui. Você está invadindo. E já estou
comprometida para dançar está valsa.
— Sim, comigo.
Ela verificou seu cartão de dança. — Não, diz 'Radcliffe', e eu conheço o Sr.
Radcliffe e você não é ele!
— Estou aqui no lugar dele. — Através das fendas da máscara, seus olhos
brilharam. Ele achava divertido estar aqui, um impostor, vestido de pirata? Se
alguém percebesse que um cigano havia conseguido entrar de alguma forma,
haveria um terrível escândalo. E Zachary Black seria, ela não tinha certeza do que
aconteceria, uma surra, prisão, algum tipo de problema de qualquer maneira.
— Este é um baile privado. Somente para convidados. Como é que entraste?
Ele sorriu, um flash de branco, lupino sob a máscara de veludo. — Um
convite roubado.
— Quer dizer que você roubou um convite?
Seus olhos brilharam através da máscara de veludo. — Pirata, lembra?
— Mas por que você faria uma coisa tão louca e arriscada? Se você for
descoberto...
— Pare de se preocupar.
A orquestra tocou os primeiros compassos de uma valsa e ele se aproximou
e estendeu a mão preguiçosamente. Ela deu um passo apressado para trás. — Não
vá embora. Tem de sair. Meu parceiro estará aqui a qualquer minuto.
Ele pegou a mão dela e a levou para a pista de dança.
— Pare! Sr. Radcliffe...
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— Não está aqui. Eu sou. — Seu braço era uma barra de ferro envolvendo
sua cintura, e antes que ela percebesse, ela estava girando ao redor da pista de
dança. Sendo mantida escandalosamente perto.
Ela teria que dançar com ele. Ela não tinha escolha. Ela não podia escapar
dele sem fazer uma cena pública embaraçosa.
Ele a puxou para mais perto. Ela podia sentir o calor de seu corpo, seu corpo
alto e poderoso, cheirar o leve sabor de sua colônia masculina.
— Não pense no futuro, — ele murmurou. — Não pense em nada. Basta
fechar os olhos e se entregar à música.
E para o homem. A tentação era irresistível. Foi apenas uma dança. Alguns
momentos em que ela poderia saciar suas fantasias. Uma dança inofensiva em
público. O que isso poderia importar? Jane parou de lutar contra ele, e contra ela
mesma, fechou os olhos e o deixou girá-la na pista de dança.
Em seus braços, ela dançou de uma forma que nunca experimentou antes.
Ela não precisava pensar, lembrar seus passos, apenas obedecer ao comando
silencioso e delicioso deste homem magistral, enfurecedor e insanamente
audacioso.
Delicioso? Ela rebateu o pensamento. Mas, meu Deus, ele sabia dançar.
Então era disso que se tratava a valsa. Não era nada parecido com suas
aulas, isso era como flutuar, como uma folha sendo varrida por um turbilhão de
vento e levada para longe... quem sabe onde.
Uma dança de pura sedução mágica...
Os últimos acordes da valsa sumiram.
Jane estava no abraço de Zachary Black, o braço dele em volta da cintura
dela muito mais perto do que era apropriado, a mão dela firmemente fechada na
dele. Ela estava respirando rápido, e não apenas pelo esforço da dança. Seu
coração bateu loucamente em seu peito, sua boca estava seca.
A dança acabou. Ela queria se encostar nele, manter os olhos fechados e
pressionar a bochecha contra seu peito largo e apenas fingir, por mais alguns
minutos. Sua própria fantasia particular. Cinderela no baile. Ela queria que
durasse para sempre, sem se importar com quem ele era, quem ela era. Ser apenas
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um homem e uma mulher flutuando em um sonho, um sonho feliz do qual ela não
queria acordar.
Mas à distância ela podia ouvir exclamações e risos. O desmascaramento
havia começado.
Lentamente, com relutância, ela abriu os olhos.
E olhou direto para o seu, cintilante e intenso através das fendas da máscara
de veludo preto esfarrapado.
— É hora de desmascarar, — ela sussurrou. — As pessoas vão ver você. Você
tem que ir. — Ela ergueu as mãos para remover a máscara, mas ele estava lá diante
dela, seus longos dedos desamarrando agilmente os cordões de sua máscara e
deixando-a cair sem cuidado, o tempo todo devorando-a com os olhos.
Ela não se mexeu. Não conseguia, não conseguia se mover um centímetro.
Era tudo o que ela podia fazer para respirar.
Ele permaneceu mascarado, seus olhos brilhando na luz refletida do salão
de baile. Um leve arrepio percorreu sua pele quando o ar da noite esfriou a pele
que sua máscara manteve quente. Com um pequeno choque, ela percebeu que
eles estavam do lado de fora, em uma pequena varanda, uma das várias que
levavam do salão de baile, com vista para o terraço uma dúzia de degraus abaixo,
e além dele o jardim.
Uma rápida olhada ao redor revelou que eles estavam sozinhos. As portas
francesas que levavam de volta ao salão de baile estavam fechadas, e a varanda era
pequena e privada pela escuridão.
A escuridão? Quando ela chegou ao baile, todo o lugar, o terraço, os jardins
e, é claro, o salão de baile, era um clarão de luz. As lanternas de cores alegres que
haviam sido colocadas ao longo do terraço e amarradas entre os pilares tinham,
nessa pequena alcova da varanda, sido apagadas.
Aqui, onde ela estava com Zachary Black, havia apenas sombras, tornadas
mais profundas pela claridade externa. Ninguém pode vê-los.
A situação a trouxe de volta à realidade. Ela não era mais uma simples
pastora anônima, livre para flertar, dançar e se divertir, mas Jane Chance, uma
garota com obrigações. E expectativas. E um noivado.
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ele aumentou. Com um gemido profundo, ele colocou seu corpo grande e quente
sobre o dela, pressionando-a firmemente contra a parede fria, dominando-a sem
esforço. Com maestria. Qualquer desejo de escapar havia evaporado há muito
tempo.
Ela podia sentir o gosto quente e duro que o conduzia. A intensidade disso
era quase assustadora.
Quase. Após o primeiro choque de sua posse, e quando o gosto sombrio e
fumegante dele entrou em seu sangue, ela se gloriava nisso, nessa paixão voraz,
nessa necessidade fervente por ela, por Jane, pela coisa dentro dela que saltou
para a vida no toque dele, causando isso... está tempestade de necessidade se
elevar dentro dela.
Ela o encontrou beijo por beijo, uma urgência desesperada e exigente
liberada dentro dela, levando-a a querer mais, a desejar mais, dele. Ele fez um som
profundo em sua garganta, um grunhido de fome e aprovação. Ela se apertou
contra ele, precisando se aproximar. Seus lábios eram firmes e seguros, sua língua
tão aveludada quanto sua máscara, enquanto ele acariciava, seduzia,
despertava...
Os beijos se aprofundaram. Ela se agarrou. Havia um poder contido na forma
como ele explorou sua boca, beijos emplumados em sua bochecha, suas pálpebras,
sua garganta, o tempo todo voltando a saquear sua boca em um ritmo insistente
que chamava algo selvagem e primitivo dentro dela.
Ela podia sentir a fome nele, firmemente controlada. Ela estava faminta, sem
saber, ela desejou isso toda a sua vida. Isto. Ele.
Ela deslizou a mão na gola aberta de sua camisa, o tecido fino de linho frio
contra seus dedos febris, e então o calor, o calor de sua pele. Pele de homem, tão
diferente da dela.
Cheiro de homem. Ela respirou o cheiro dele, o cheiro de linho limpo e fresco,
e por baixo do cheiro de homem, um leve cheiro almiscarado de desejo e um pouco
de colônia com cheiro forte.
Cativada por seus beijos, suas mãos o aprenderam, a coluna forte de sua
garganta, a mandíbula limpa e afiada, a abrasão leve de uma mandíbula recém-
raspada. As pontas dos dedos dela, as palmas das mãos formigando com aquela
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
abrasão deliciosa. Suas carícias frenéticas desalojaram sua máscara de veludo, ela
caiu no chão, despercebido. Ela correu os dedos em seu cabelo escuro e espesso,
limpo, macio e recém-cortado. E o tempo todo, beijando, beijando...
Cega de necessidade, ela se arqueou e se contorceu contra ele, querendo
mais. Sua língua se enredou na dele, ela queria escalar seu corpo como um gato e
cavar seu caminho de alguma forma mais fundo nele.
Ela não sabia como estava parada ali, presa em seus braços, totalmente
entregue ao homem e ao momento em que um som penetrou em seu torpor feliz. As
portas francesas à sua esquerda estavam chacoalhando. Alguém estava chamando
seu nome.
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Capítulo Vinte
Ele não estará apaixonado por mim, se eu puder evitar.
JANE AUSTEN, PRIDE AND PREJUDICE
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Mas ela nunca tinha imaginado nada como o poder de um beijo... aqueles
beijos.
Ela não conseguiu conter um arrepio. Lorde Cambury percebeu. — O ar
noturno é perigoso para a sua saúde, você não sabe? — Ele se inclinou sobre a
balaustrada de pedra e olhou para a cena abaixo. — Pensei ter visto um homem
com você aqui antes. Não consegui distinguir o rosto dele. — Ele se virou e a
encarou severamente. — Havia um homem, não era?
Ela baixou a cabeça. — Sim.
— E você deixou o maldito roubar um beijo?
Ela assentiu. Embora ele não tivesse roubado nada. Ela o beijou de volta com
todo seu coração. E ainda estava se recuperando do choque.
— Quem era ele?
— Eu não sei. — Ela se sentiu culpada por não contar a ele, mas de que
adiantaria? Além disso, Lorde Cambury tinha ameaçado espancá-lo e ela não
queria ser responsável por isso. Ela cuidaria de Zachary Black sozinha.
Se ela pudesse. Ela não tinha feito exatamente um bom trabalho até
agora, ele esteve firmemente no controle o tempo todo. Mas prevenido foi
antecipado, ela sabia o perigo real agora, o poder sedutor que ele poderia exercer
sobre ela. Se ela não fosse cuidadosa.
— Não sabe? — Suas sobrancelhas se juntaram. — Você deixa um homem
te beijar e você não sabe o nome dele? Alguém deve ter apresentado você.
Ela assentiu. — Ele reivindicou a dança em nome do Sr. Radcliffe, mas eu
conheci o Sr. Radcliffe e não era ele.
— Mas você dançou com esse sujeito desconhecido mesmo assim?
Mais uma vez ela assentiu. Foi um baile de máscaras. Ela não conhecia
metade dos homens com quem dançou. Mas em um baile privado, isso não deveria
importar.
Ele ficou em silêncio por um momento enquanto examinava a varanda
pensativamente, notando as lâmpadas escurecidas. —Você combinou de encontrá-
lo aqui?
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— Não, claro que não! — Ela disse indignada. — Eu sei que não deveria ter
saído na varanda, mas eu nem percebi que estava aqui até que fosse tarde
demais. Ele... ele me enganou.
— Mas você ainda o deixou beijar você.
Ela corou, mas não respondeu. Era muito privado, muito especial e mágico
para... admitir, como se fosse um crime. Ou algo sórdido. Ela disse: — Não tenho
desculpa para ficar sozinha com ele. Tudo o que posso dizer é que não planejei,
apenas... aconteceu.
— Hmph! Ele a olhou severamente. — Vou ter que fazer algo sobre isso. Não
posso deixar você sair com homens estranhos em bailes e deixá-los beijar
você. Acho que devemos convocar os proclamas imediatamente.
Sua cabeça levantou em choque. — Os proclamas?
Ele assentiu. — Traga o casamento adiante. Certifique-se de você antes que
seja tarde demais.
— Você quer dizer que ainda quer se casar comigo?
Ele encolheu os ombros. — As mulheres são infiéis por natureza, as belas
ainda piores. Não é surpresa que outros homens queiram você. Meu trabalho é
garantir que eu chegue até você primeiro. Depois de me dar um herdeiro, você pode
fazer o que quiser, desde que seja discreta. Até então, mocinha... — Ele deu a ela
um olhar severo -— Eu protejo o que é meu.
Foi um momento de encruzilhada. Jane tinha uma escolha clara entre Lorde
Cambury, que lhe ofereceu tudo o que ela sempre quis, exceto amor, e confiança,
e Zachary Black, sobre quem ela nada sabia, que tinha uma história para cada
ocasião, e que mexia com suas emoções como nenhum homem que ela já conheceu,
ou mesmo sonhou.
Foi a escolha que sua mãe deve ter tido.
Jane fez a escolha que sua mãe não fez. — Sim, claro, Lorde Cambury,
convoque os proclamas, se for o que você achar melhor.
Ele deu um aceno de satisfação, pegou Jane firmemente pelo braço e a
conduziu de volta para o salão de baile.
Ela o seguiu, consternada com sua declaração. Não sobre os proclamas,
quanto mais cedo ela se casasse, mais segura estaria de Zachary Black. Mas a
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aceitação casual de que ela era uma pessoa sem honra, de que depois de seu
primeiro filho ele não se importaria com quem ela fosse, desde que fosse discreta,
isso a consternou muito.
Ela tinha imaginado, ingenuamente, ela percebeu agora, que ela e Lorde
Cambury se tornariam mais próximos, que eles se amariam como tantos casais se
amaram depois de se casarem quase como estranhos.
Ele, no entanto, parecia não ter essas expectativas. E a expectativa que ele
tinha dela... que ela seria infiel, que ele esperava que ela contasse mentiras e o
enganasse com outros homens. Que ela era como uma coisa, que outros homens
gostariam de arrebatar e que ela iria deixá-los, a menos que ele parasse.
Isso a fez se sentir de alguma forma... suja.
E tudo porque ela foi pega beijando Zachary Black.
Que não parecia sujo em tudo. Tinha sentido... sublime... emocionante.
Mas estava errado. Ela ganhou a desaprovação de Lorde Cambury.
O baile estava chegando ao fim. Jane fez um gesto de agradecimento à
anfitriã, despedindo-se de várias pessoas, quase atordoada.
Ela não podia esperar ir para a cama, pensar em tudo o que tinha acontecido.
Ela estava confusa, dividida, profundamente perturbada. E zangada com Zachary
Black por causar tudo.
* * *
Daisy estava dormindo quando Jane chegou em casa, mas apenas quando
ela estava subindo na cama, uma voz sonolenta disse: — Como foi?
Jane não tinha ideia de como responder. Mágico? Desastroso? Emocionante?
Ela escolheu o caminho mais fácil. — Adorável.
— Alguma outra pastora?
— Não. O traje recebeu muitos elogios. Alguns dos meninos com quem
dancei eram tão engraçados sobre os cordeiros de Damaris, fingindo ser grandes
lobos maus. Na verdade, eles pareciam mais cachorrinhos.
— E quanto a Abby e Damaris, o que elas vestiam?
Jane descreveu brevemente seus trajes.
Daisy deu um grande bocejo. — Agradável. Algo interessante aconteceu? —
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Na verdade não. — Apenas seu primeiro beijo. Beijos. E uma valsa mágica
com um... um canalha descarado. Que beijou como um sonho... desencadeando
desejos dentro dela que ela não sabia que existiam.
Ele quase arruinou seu futuro com Lorde Cambury.
E agora o próprio pensamento desse mesmo futuro era... perturbador. Meu
trabalho é ter certeza de que vou chegar até você primeiro, chegar até você! Como se
ela fosse uma cadela no cio, colocada para procriar.
Mas ela sabia que era assim que as coisas eram, então por que a ideia disso
a desanimava agora? Porque os proclamas deveriam ser convocados? Por que
o casamento seria em menos de um mês?
Ela não sabia.
Ela se sentiu um pouco egoísta, não querendo compartilhar os detalhes de
sua aventura com Daisy, mas havia coisas demais para falar ainda. Ela precisava
ficar sozinha com seus pensamentos, para descobrir o que tinha acontecido, o que
ela pensava, o que ela queria e o que fazer. Era tudo terrivelmente complicado.
Era ao mesmo tempo precioso e sórdido, mágico e banal.
Quanto a aqueles beijos... ela queria mantê-los em segredo, como seu próprio
tesouro particular. Além disso, ela estava com medo de que Daisy gritasse que ela
estava certa.
Conhecendo você, você vai encontrar o cara mais impossível, impróprios para
a sociedade e cair para ele como uma tonelada os tijolos.
Ela não iria. Ela não tinha. Foi apenas uma dança. E um beijo, bem, vários
beijos. Um... incidente. Que ela iria deixar para trás e nunca repetir.
Jane apagou a vela, deitou-se e puxou as cobertas até ao queixo. Ela ficou
quieta por alguns momentos, refletindo sobre os eventos da noite.
— Daisy, — ela disse após um minuto. — É errado beijar um homem se você
está prometida a outra pessoa?
Houve uma onda de roupas de cama quando Daisy se sentou. — Você beijou
um homem? Quem? — Ela não parecia nem um pouco sonolenta agora.
Jane estava grata que a escuridão escondeu seu rubor. — Oh, ninguém. Eu
só estava pensando. Imaginando realmente. Porque depois de me casar, é claro,
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
não vou beijar ninguém, exceto Lorde Cambury. — Ela realmente não podia
imaginar isso.
Daisy deitou-se novamente. — Se fosse eu, eu estaria beijando e acariciando
enquanto eu pudesse. Não acho que Lorde Cambury seja do tipo que beija e abraça.
— Por que você diz isso?
— Não sei, realmente. Apenas um sentimento. Ele já te beijou?
— Não. Ele tem sido tudo o que é adequado.
— Bem então. — Fez-se um breve silêncio e, em seguida, Daisy acrescentou:
— Acho que se houver um cara de quem você gosta e ele quiser beijá-la, eu não
diria não, não até que seja necessário. Contanto que seja apenas um beijo do qual
você está falando, nada sério.
Mas não foi ‘apenas’ um beijo, Jane pensou. Não havia nada ‘apenas’ nisso.
Mas ela não conseguia explicar isso. Era muito precioso, muito pessoal, muito
privado, muito perturbador, para ser compartilhado. — Boa noite, Daisy.
— Boa noite, Jane. — Ela se aconchegou profundamente em sua cama. Não
conseguia dormir. Queria reviver, não, pense sobre a dança. E aqueles beijos...
* * *
— E onde você foi ontem à noite? — Gil perguntou a Zach no café da manhã
na manhã seguinte. — Como se eu não soubesse pelo corte de cabelo e pela
barba. Saiu fazendo sexo, hein?
— Longe disso, — Zach disse a ele virtuosamente. — Eu fui um cavalheiro
completo. — Em seguida, refletindo que não era bem o caso, ele esclareceu: — Eu
fui terrivelmente celibatário. E uma espécie de pirata. — Ele espetou outra fatia
grossa de bacon. — Bacon inglês, nada parecido.
Gil lançou um olhar cético para ele. — Cavalheiro ou pirata, dificilmente você
pode ser os dois.
— Você pode em um baile de máscaras.
Gil olhou para a lareira, onde seus convites e cartões de visita estavam presos
na moldura de seu ancestral sombrio. — Seu malandro sem princípios. Eu poderia
querer comparecer.
Zach pegou um pedaço de torrada e passou manteiga abundantemente. —
Querido menino, você compareceu.
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Capítulo Vinte e Um
Como é difícil, em alguns casos, acreditar!
E quão impossível nos outros!
JANE AUSTEN, PRIDE AND PREJUDICE
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— Seja um bom sujeito, Gil, eu tenho que fazer algo. Ela se recusa a me
ver. Ela não acredita em uma palavra do que eu digo a ela.
— Você pode culpá-la?
— Não, mas eu tenho que tentar. Caso contrário, ela vai se casar com aquele
idiota.
— Você quer dizer que rico e intitulado cavalheiro, altamente culto
da sociedade?
— Ele é um burro pretensioso, você mesmo me disse isso. Ele vai se casar
com ela por sua beleza, sem se importar com quem ela realmente é, e esmagará
toda a vida e a alegria dela.
— É a escolha dela, — Gil apontou secamente.
— Não, não é, não quando há outra escolha a ser feita.
— Essa escolha, sendo um homem que pode, pode acabar no fim de uma
corda?
— Droga, você sabe que sou inocente. E em qualquer caso, tenho que
tentar. Se eu não fizer algo logo, quando eu me livrar dessa bagunça, ela vai se
casar e será tarde demais. Você precisa me ajudar, Gil, você precisa.
— Você percebe que se aparecer em público na hora da moda, aumenta muito
o risco de alguém reconhecê-lo?
— Tarde demais para se preocupar com tudo isso agora, além disso, tudo
sairá na próxima semana na audiência. Embora por que eles deveriam? Para todos
os efeitos, estou morto há doze anos.
Gil suspirou. — Não vejo como isso vai ajudar, mas suponho que se eu não
concordar, você vai inventar um estratagema ainda mais louco para vê-la, subir
em sua varanda ou algo assim.
— Bom homem! — Zach deu um tapinha em seu ombro. — A propósito, não
guardo sua cautela excessiva contra você, vem de ficar sentado em um escritório o
dia todo rabiscando notas. Nós, homens de ação, estamos acostumados a correr
riscos.
— Vocês, homens de ação, deveriam calar a boca ou irei para o meu clube e
vocês ficarão sem a sua apresentação.
* * *
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— Aqui está ela. — Zach indicou Jane, passeando com várias outras
mulheres jovens e a velha que ele tinha visto antes: Lady Beatrice. Enquanto ele e
Gil observavam, as meninas se dividiram em pares e, de braços dados,
se afastaram, deixando a velha conversando com um senhor idoso elegantemente
vestido.
Zach e Gil seguiram Jane. Gil o informou que ela estava caminhando com
sua irmã, Lady Davenham.
— Ah, então essa é Abby, — Zach disse. Jane havia falado de suas
irmãs. Elas não se pareciam muito.
Quando Zach e Gil se aproximaram, Jane olhou para trás e os viu
chegando. Ela enrijeceu, disse algo para a irmã e as duas caminharam para longe.
Zach e Gil as seguiram.
Mas cada vez que se aproximavam, Jane e sua irmã saíam correndo.
— Estou gostando muito mais do que pensei que iria, — Gil confidenciou
enquanto as garotas corriam pela quarta vez, quase correndo dessa vez. —
Bastante me deixa no clima para a temporada de caça. Por que você não pega um
equipamento voador e a joga na lama? Ou talvez eu devesse mandar chamar meu
caçador e alguns cães e você pode levá-la para o chão dessa maneira.
— É um prazer proporcionar a você um pouco de diversão, — Zach
murmurou.
Não adiantou. Ele não poderia persegui-la por todo o parque. Tinha que
haver outra maneira. Ele olhou de volta para a velha. Com aquele pedaço de pau,
ela não estaria fugindo de nada.
— Apresente-me a Lady Beatrice, — ele disse a Gil.
— Muito bem, mas cuidado, ela é mais astuta do que parece.
Zach bufou. — Eu posso lidar com uma senhora idosa.
— Ela está com Sir Oswald Merridew. Conhece a todos, Sir Oswald. Conhecia
seu pai muito bem.
Zach acenou com a cabeça. — Melhor esperar até que ele se mova, apenas
no caso.
Demorou alguns instantes, mas quando Lady Beatrice foi abordada por duas
damas elegantes, Sir Oswald, com uma reverência elegante, afastou-se. Zach e Gil
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— Não quer falar com você, quer? Não posso dizer que a culpo. Esse é o
problema com este lugar, qualquer um pode se aproximar de qualquer um, ou
tentar. Agora há um banco, vou me sentar. Toda essa maldita caminhada... — Ela
se sentou e trouxe o lornhão para examinar Zach novamente, pensando em seu
rosto desta vez.
Zach sentiu uma pontada de desconforto.
Seus olhos se estreitaram. — Quem você disse que era de novo?
— Black. — Ele curvou-se novamente com um floreio. — Zachary Black,
chegando de Verona. Itália, — ele acrescentou, caso ela não conhecesse sua
geografia ou Shakespeare.
Seu olhar se aguçou. — Quem era seu pai? — Ela exigiu abruptamente.
Zach disse cautelosamente: — Ah, minha senhora, é um homem sábio que
conhece seu próprio pai.
— O nome dele, senhor, e não se preocupe com essa confusão continental.
Toda essa reverência está me exaurindo.
— Eu acredito que meus avós o chamaram de um rei.
— Hah! — Ela exclamou em triunfo. — George. Lembro-me bem dele. Não
gostava muito dele. Temperamento desagradável. — Ela deu um aceno rápido,
como se confirmasse algo. — Zachary Black, meu pé. É Adam Aston-Black, se não
me engano.
Isso o deu um choque. Ouviu-se um som abafado de Gil, que ele transformou
em uma tosse louvável.
Zach disse: — Você admitiria se estivesse enganada?
— Normalmente não.
— Nem eu. No entanto, eu não sou esse Adam, seja lá o que você disse, —
ele disse gentilmente, como se estivesse brincando com uma velha senhora. — Eu
sou Zachary Black, pura e simplesmente.
— Pah! Você não é comum nem simples, meu garoto, então não tente me
desanimar. Posso estar velha, mas não estou caducando e agora conheço um
Aston-Black quando vejo um. Assisti ao seu batizado: Adam George Zachary Aston-
Black, filho único do falecido Lorde Wainfleet. — Ela sorriu. — Você uivou na
igreja. Sem dúvida o diabo estava em você mesmo então.
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Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
jovem, é uma confusão terrível para a qual você está planejando arrastar minha
sobrinha. Por que devo ajudar com isso, hein?
— Não estou planejando arrastá-la para nada, — disse Zach. — Eu só quero
falar com ela, fazê-la entender.
— Entender o quê?
Zach apenas olhou para ela. O que ele tinha a dizer a Jane era particular.
Apenas para os ouvidos de Jane.
Ela riu e deu um tapinha em sua bochecha. — Um olhar tão delicioso. Seu
avô era exatamente o mesmo.
— O problema é o tempo, — disse Zach. — Pode levar semanas para resolver
a bagunça em que estou, e até lá...
A velha assentiu. — A essa altura, a garota poderia estar casada.
— Exatamente. O fato de ele ter chamado os proclamas forçou minha mão.
Eu não a envolveria de outra forma até que pudesse ir até ela, livre e limpo.
Ela assentiu lentamente, considerando o que ele disse. — A garota não está
interessada em se casar por amor, sabe. Quer segurança acima de tudo. Teve
dificuldades quando criança. Está muito feliz por fazer um casamento conveniente.
— Ela deu a ele um olhar astuto. — Você e Cambury têm um título, uma fortuna e
propriedades, ou terão quando, como você diz, a bagunça estiver resolvida. Mas
Cambury é, imagino, muito mais rico do que você jamais será.
Zach não disse nada. Ele sabia disso.
Lady Beatrice continuou: — Minha Jane não é do tipo que gosta de perturbar
o carrinho de maçãs, ela gosta que todos sejam felizes. Se ela fosse enfrentar o
escândalo que a rejeição de Cambury causaria, e acredite em mim, seria o
escândalo da década, ela precisaria de um bom motivo. Então, jovem Aston-Black,
o que você pode oferecer a ela que ela ainda não tenha recebido?
Zach a olhou nos olhos. — Eu.
Houve uma breve pausa, então Lady Beatrice começou a rir. — Um chip fora
do bloco do seu avô, de fato. Nem um pingo de modéstia naquele homem. — Ela
enxugou os olhos. — Bem, ninguém nunca me acusou de ser um desmancha-
prazeres, então, contanto que você não esteja brincando com os afetos de minha
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Jane, e você não está, está? — Ela o cutucou no peito, com bastante força, e deu a
ele um olhar severo.
— Não, minha senhora, prometo que não. — E ele quis dizer cada palavra.
Ela deu a ele um longo olhar que o despiu de uma maneira bem diferente
desta vez. Ele não tinha certeza do que ela viu, mas o que quer que fosse, pareceu
satisfazê-la. — Eu acredito em você, querido menino. — Ela olhou para as costas
rígidas de Jane, ainda propositalmente viradas, e riu. — Venha para a minha
sociedade literária amanhã. Duas horas em ponto. E seria maravilhoso se você
pudesse conversar em italiano com minhas sobrinhas, elas simplesmente vão
adorar.
Ela pegou em sua bolsa, tirou um cartão e um lápis e rabiscou algo neles. —
Dê isto para Featherby, meu mordomo, ele vai admitir você. E não se preocupe, eu
não vou te denunciar. Eu vejo a necessidade de discrição. Você também vem, jovem
Radcliffe. Precisamos de mais rapazes.
— Encantado, minha senhora, — disse Gil sombriamente.
Zach pegou o cartão. Uma sociedade literária era uma reunião mais pública
do que ele planejara, mas era um começo. Ele tinha que ficar sozinho com ela,
tinha que fazê-la acreditar nele. E dar a ele tempo para mostrar a ela...
Ele olhou para Jane, curvou-se para a velha senhora e sorriu. — Obrigado,
minha senhora, você não vai se arrepender disso, eu prometo a você.
A velha senhora colocou a mão nodosa sobre o coração. — Oh, aquele sorriso
perverso, perverso, ele me leva de volta. — Ela deu a ele um sorriso perverso. — A
sociedade literária tem ficado terrivelmente monótona ultimamente. A chegada de
um cavalheiro bonito que fala italiano deve animar as coisas.
Enquanto eles se afastavam, Gil comentou secamente: — Uma grande
educação, ver você lidar com uma velhinha inofensiva.
— Presunção não se torna você, Gilbert. Além disso, inofensiva? Ela é uma
maldita bruxa! Você deve recrutá-la.
— Como você sabe que ainda não fiz?
Zach riu.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ela parecia encantadora. Sua voz era clara, sua leitura levemente... suave.
Ele achou isso totalmente cativante.
Na virada de uma página, ela olhou para cima e o viu. Seu queixo caiu, ela
se descontrolou, então se atrapalhou e deixou cair o livro. Ela lançou um olhar
para um homem sentado à sua esquerda e corou. Zach só podia ver a parte de trás
de sua cabeça. Cabelo ruivo e careca.
Houve uma confusão imediata quando os jovens dândis na frente entraram
em ação, competindo galantemente para recuperar o livro caído e devolvê-lo a ela.
Zach estava mais interessado no sujeito que causou aquele olhar ansioso.
Aproveitando a perturbação, ele entrou totalmente, escolhendo uma posição no
fundo da sala onde, de pé, ele teve uma visão clara de Jane. Gil o seguiu.
Desde aquele primeiro olhar preocupante, Jane nem mesmo olhou para
Zach, mas o jeito que ela evitou olhar em sua direção disse a ele que ela sabia
exatamente onde ele estava. Ao lado dela, a irmã com quem ela estava andando no
parque o observava com uma expressão que indicava que se ela o encontrasse
pendurado em um penhasco pelos dedos, ela alegremente pisaria neles.
Ela era leal à irmã. Zach gostou disso. Ele sorriu e deu a ela um aceno
amigável.
Ordem restaurada, Jane retomou sua leitura, sua cor consideravelmente
elevada.
O sujeito de cabelos cor de areia virou a cabeça e deu a Zach um olhar longo
e duro.
— Esse é Cambury, — murmurou Gil.
Zach havia pensado isso. Do outro lado da sala lotada, os dois homens se
entreolharam. O que você pode oferecer a ela que ela ainda não recebeu? A pergunta
da velha senhora ecoou em sua cabeça e ele pensou naquele momento, naquele
instante de fração de segundo, quando ela passou de resistir a beijá-lo de volta.
Ela beijou Cambury assim? Seus punhos cerraram-se ao pensar em sua
magreza dourada nas mãos rechonchudas de Cambury. Ele aos enfiou no bolso.
Jane parou por um momento, então sua voz aumentou enquanto ela lia com
leve ênfase:
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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— Não em público, — Jane disse a ele. — Fomos criadas para acreditar que
é falta de educação falar uma língua que os outros não falam.
— Oh, mas Srta. Chance, — disse uma senhora, — eu adoraria ouvir uma
conversa veneziana.
— Eu também, — disse outro. — Aprendi italiano na sala de aula, é claro,
mas nunca tive o prazer de conversar com um falante nativo. — Ela bateu os cílios
em Zach. — Especialmente um tão arrojado.
A irmã de Jane, Abby, deu um passo à frente. — Desculpe, mas Lady Beatrice
nos proibiu de falar veneziano — ela se virou para a velha senhora e disse com um
fio de aço — não é, tia Beatriz, querida?
A velha senhora deu a Zach o sorriso mais doce e disse: — De fato, tenho. Eu
deveria ter avisado, Sr. Black, italiano já é ruim, mas o mero som do dialeto
veneziano me dá as palpitações mais terríveis. Foi tudo culpa do magistrado. Ou
ele era um marquês? Eu esqueço, o homem de aparência mais divina, com tais
olhos, como se afogar em chocolate, meus queridos, e os cílios mais longos e
grossos. E sua figura, eu juro, seu valete deve tê-lo colocado em suas calças. Como
para descascá-lo delas, bem... — E ela suspirou com uma reminiscência
tempestuosa.
Nesse momento, o mordomo tocou uma sineta e houve uma confusão geral
para retomar os lugares. Jane deu a Zach um olhar que o fez entender que, se ela
nunca mais o visse, isso seria perfeito.
Droga. Ele tinha vindo aqui para consertar a situação entre ele e Jane, e
agora, com seu desastre italiano / veneziano, estava pior do que nunca. Ele olhou
para a velha senhora, amaldiçoando-a em voz baixa. Surpreendeu-o que ela tivesse
vivido tanto tempo, que ninguém a tivesse estrangulado.
Ela sorriu de volta para ele como o sorriso mais moleque, cheio de uma
alegria impenitente que ele quase foi forçado a rir.
Zach inclinou a cabeça para ela, reconhecendo sua vitória. A velha gata
diabólica tortuosa. Ela o levou direto pelo caminho do jardim, retribuindo, sem
dúvida, por sua decepção inicial com Jane. Foi um desempenho impressionante.
Ele olhou para Gil para ver se ele havia testemunhado o desastre e viu seu
amigo mais uma vez lutando contra convulsões silenciosas. Zach foi até o fundo da
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
sala. Nem tudo estava perdido, disse a si mesmo. Ele ainda estava aqui na casa
onde Jane morava. Deve haver uma maneira de ele vê-la, explicar. Pedir desculpas.
Ele deu um passo para trás para deixar uma senhora passar quando um
cotovelo pontudo se cravou em suas costelas, com força. — Ufa!
Ele torceu, esfregando as costelas. A culpada era uma jovem pequena e
elegantemente vestida, a quarta irmã, Daisy. — Desculpe, — ela disse. Ela não
parecia nem um pouco triste. Esse cotovelo foi apontado deliberadamente. Outra
que queria puni-lo por falar italiano, sem dúvida. Ela sacudiu a cabeça em direção
à porta. — Siga-me, cigano.
Cigano? Intrigado, ele a seguiu. Ela o conduziu ao longo do corredor e Zach
ficou surpreso ao ver que ela estava mancando. Ele também ficou surpreso com o
sotaque dela: puro londrino amplo, nada como o de Jane.
— A velha senhora me disse para dizer que você deve esperar na sala de estar
junto aqui. — Ela abriu uma porta e o conduziu a uma pequena e elegante sala. —
Quando a leitura terminar, ela enviará Jane para falar com você.
— Obrigado — ele começou.
Ela o interrompeu. — Não me agradeça, é a casa da velha senhora, então ela
pode ficar com quem quiser. Eu não concordo, mas não depende de mim. Mas —
ela o olhou severamente — você machuca ou envergonha minha irmã Jane e eu
vou te estripar como uma cigana errante, entendeu? Com uma lâmina enferrujada.
Pequena incendiária. Zach acenou com a cabeça. — Justo. Pelo que vale a
pena, não tenho essa intenção. Muito pelo contrário, na verdade.
Ela fungou, impressionada. — Belas palavras de um cavalheiro chique, mas
você já a fez chorar uma vez. — Ela acrescentou ferozmente: — Só não faça isso de
novo, certo? — E saiu tropeçando.
Zach sorriu. Ele gostava dela, gostava da maneira como ela estava preparada
para defender sua irmã e ameaçar estripar um homem com o dobro do seu
tamanho se ele a machucasse. Jane tinha uma boa família.
Quanto à velha senhora, só Deus sabia o que ela estava jogando. Ela deve
ter levado seu avô a uma dança alegre e certa. Ou talvez ele a conduzisse na dança
e ela estava retribuindo a seu neto. Quaisquer que fossem seus motivos, ele
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
esperava que ela realmente tivesse a intenção de enviar Jane para falar com ele. Só
o tempo diria.
Zach se espreguiçou em uma chaise longue e esperou. Ele não iria deixar a
velha ‘esquecer’ de informar Jane que ele estava aqui, deixando-o esfriando os
calcanhares indefinidamente.
* * *
Para sua surpresa, depois que o rebuliço dos convidados que iam embora
diminuiu, a porta da sala se abriu e Jane ficou lá, olhando para ele com frio
desagrado. — Pediram-me para ouvir o que você tem a dizer, — ela disse friamente.
— Eu não sei que mentiras você disse a Lady Beatrice para fazê-la...
Ele se levantou. — Eu não menti para ela.
— Por que não? Você mentiu para mim.
— Não. Eu te enganei, eu admito, mas nunca menti para você.
Ela deu a ele um olhar cético. — Você não pode ter as duas coisas. Você está
apenas brincando comigo, com Lady Beatrice, com todos nós.
— Eu posso entender porque você pode pensar isso, — Zach concedeu. — Eu
tenho uma tendência frívola que me trouxe problemas antes, eu admito. E, de certa
forma, foi assim que tudo começou, mas não era um jogo.
Ela deu uma fungada impressionada e foi em direção à porta. Ele a pegou
pelo pulso. — Por favor, sente-se e me escute.
Ela olhou incisivamente para a mão que a segurava e, com alguma
relutância, ele a soltou.
— Por que eu deveria acreditar em algo que você diz? Você é um camaleão,
um fogo-fátuo. Um mentiroso.
— Lady Beatrice sabe quem eu sou, minha verdadeira identidade. Ela
conhecia meu avô, com quem me disseram sou muito parecido. E ela me viu ser
batizado quando criança.
Ela arqueou as sobrancelhas para isso. — Os bebês mudam, você poderia
ser qualquer um.
— Gil Radcliffe e eu somos amigos desde nossos tempos de escola. Tenho
trabalhado para ele, reunindo inteligência para o governo britânico nos últimos oito
anos. Eu estou ficando com ele no momento. Ele também vai atestar por mim.
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Ela ficou parada com os braços cruzados, batendo o pé, considerando suas
afirmações, e ele acrescentou: — Foi o convite de Gil que usei para entrar no baile
de máscaras naquela noite. Fui eu quem escreveu o nome dele no seu cartão. Não
o culpe, entretanto, ele não sabia nada sobre isso até depois.
Ela pensou por um momento, então se virou para a porta. — Vou verificar
tudo isso com Lady Beatrice.
— Por quê? Você viu como ela me tratou. Ela disse a todos lá que me
conhecia.
— Ela também disse que você era amigo do meu pai, o marchese veneziano,
e essa pessoa não existe. Ela o inventou.
— Ela inventou? — Zach presumiu que a história viera das meninas. E foi
por isso, ele percebeu de repente, que elas reagiram com tanta hostilidade a fala
italiano dele. Jane, claro, presumiu que ele estava tentando envergonhá-la.
— Eu não sabia que você não falava italiano ou veneziano, — ele disse
rapidamente. — Peço desculpas. Lady Beatrice me fez entender o que você falava.
— Ela ainda parecia desconfiada, e ele acrescentou: — Verdadeiramente. Não tinha
ideia de que causaria a você ou a suas irmãs qualquer desconforto. Vim aqui hoje
para esclarecer qualquer mal-entendido entre nós, você honestamente acha que eu
deliberadamente me sabotaria, particularmente de maneira pública? De fato, eu
não tive a intenção de fazer mal.
Ela considerou isso e deu um aceno relutante. — Amamos muito Lady
Beatrice, mas ela tem uma... uma atitude perversa em relação à verdade às vezes.
— Ela abriu a porta. — Mas quando é importante, ela não mentiria para mim, e
ainda pretendo verificar. — Ela saiu da sala, deixando Zach andando de um lado
para o outro. Ela voltaria?
Ele tinha que convencê-la a acreditar nele. E esperar.
Após longos dez minutos, Jane voltou a entrar na sala e sentou-se. — Lady
Beatrice garante por você, Ainda não estou convencida. — Ela cruzou as mãos no
colo, parecendo uma recatada colegial. — Ela me disse que seu nome nem é
Zachary Black. — Suas sobrancelhas se ergueram sarcasticamente, sua voz nada
recatada. — E você afirma que nunca mentiu para mim?
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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Ele não respondeu, mas deu a ela um olhar curioso. — Você não vai me
perguntar se eu fiz isso?
— Não.
Ele sorriu. — Você está presumindo que sou inocente.
Ela deu a ele um olhar frio. Ela ainda não o havia perdoado totalmente. —
Eu não te conheço bem o suficiente para presumir nada.
— Ainda.
— Desculpe?
— Ainda. Você ainda não me conhece bem o suficiente. — Ele se inclinou na
direção dela e acrescentou com uma voz sombria repleta de promessas: — Você vai
me conhecer muito melhor.
Ela ergueu as sobrancelhas para isso, embora seu coração batesse um pouco
mais rápido com a intensidade de sua expressão quando ele disse isso. — Eu vou?
— Estou apostando minha vida nisso, — ele disse baixinho com um olhar
que queimou direto em seu coração.
Com toda a compostura que conseguiu, ela disse: — Você disse que duas
coisas mudaram sua opinião sobre deixar a Inglaterra. Qual foi a segunda?
— Você, — ele disse. — Eu te conheci e tudo mudou.
Jane ficou subitamente sem fôlego. A intensidade de sua expressão, sua voz,
ela ousaria acreditar nele nisso? Ele já a enganou de muitas maneiras.
— E porque sou um idiota, demorei mais do que deveria para perceber...
— Perceber o quê? — Ela perguntou quando ele não terminou a frase.
— O que você passou a significar para mim.
Houve um longo silêncio. Ela se perguntou se ele podia ouvir seu coração, a
maneira como batia em seu peito. — E o que eu significo para você, Sr. Black?
A porta se abriu. Lorde Cambury estava lá, com o rosto vermelho. —
Então! Era verdade!
Jane se levantou, franzindo a testa. — O que era verdade?
— Que você estava falando com um homem em particular! Sua tia insinuou!
— Não insinuei nada disso, Lorde Cambury, e você sabe disso. — Lady
Beatrice o seguiu, apoiando-se pesadamente em sua bengala. — Eu disse
perfeitamente claramente que Jane estava conversando com outro cavalheiro na
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sala da frente, como ela tem todo o direito de fazer em minha casa com minha
permissão. Você ainda não se casou com a garota!
Seus olhos estavam brilhando de malícia quando ela acrescentou: — Você
conheceu o Sr. Black? Lorde Cambury, gostaria de apresentar o Sr. Zachary Black,
cujo avô foi um dia um amigo muito querido meu.
Zach poderia tê-la estrangulado. Que diabo a velha estava brincando agora?
Ela havia arquitetado a coisa toda, mas para que fim, ele não tinha ideia. Ele só
queria que ela tivesse esperado mais cinco minutos antes de mexer no caldeirão.
Sob seu olhar desafiador, os dois homens apertaram as mãos e murmuraram
saudações educadas e insinceras.
— Bons meninos, — ela disse a eles como se fossem colegiais se reconciliando
depois de uma briga. — Agora, o Sr. Black estava indo embora, não é, querido
garoto? — Ela lançou a Zach um olhar penetrante e, reconhecendo que o momento
havia se perdido e ele não o recuperaria hoje, certamente não com esta audiência,
ele se virou para Jane.
— Obrigado por ouvir, Senhorita Chance. Talvez você me dê a honra de vir
dar um passeio no parque amanhã. Às duas?
Ela hesitou.
— É importante, — disse Zach, sem se importar se parecia desesperado ou
não. Ele parecia.
— Você não fará nada disso, Srta. Chance! — Vociferou Lorde Cambury. Para
Zach, ele disse: — Ela não está dirigindo a lugar nenhum com gente como você!
As sobrancelhas de Jane se ergueram. Ela lançou um olhar pensativo para
Cambury e disse calmamente: — Obrigada, Sr. Black, isso seria muito bom.
— Mas...— Cambury começou.
— Devemos discutir isso em particular, meu senhor? — Ela disse, doce como
mel, fria como gelo. Sua senhoria a encarou, perplexo, irritado e, por sua
expressão, também ligeiramente impressionado.
Zach aproveitou a oportunidade para partir. — Muito bem tratado, Cambury,
— ele murmurou ao passar. A recusa pomposa de Cambury em seu nome era algo
que nenhuma garota de espírito toleraria. Ele praticamente jogou Jane nos braços
de Zach. Quase reconciliou Zach com ela. Quase.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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Cambury, Edwin, se me permite, você tem que aprender a confiar em mim. Você
não pode continuar presumindo que vou traí-lo em todas as oportunidades.
— Hah! — Ele afastou a mão dela. — Primeiro você é vista namorando com
aquele sujeito miserável no parque, então eu o pego beijando um homem em uma
varanda escura ...
— Eu disse que era um miste...
— E agora, em sua própria casa, eu acho você...
— Conversando com um cavalheiro a convite de minha tia.
Ele bufou. — Quantos homens mais você tem conhecido que eu não sei?
Ela tentou não se ressentir da insinuação e disse, cansada: — Era o mesmo
homem todas as vezes.
— O quê? O mesmo homem? Esse cara Zachary Black?
— Sim. Afinal, ele é um cavalheiro.
— Cavalheiro? — Ele bufou novamente. — Eu nunca ouvi falar dele. Quem é
o seu povo?
— Eu não sei, mas Lady Beatrice conhece a família dele. Seu avô, seu pai e
sua falecida mãe. Ela disse que até compareceu ao batismo dele.
Ele franziu a testa.
— Mas eu não sabia que ele viria hoje. — Ela olhou para a expressão dele e
acrescentou: — Você deve ter visto por si mesmo minha própria surpresa quando
ele chegou.
— Percebi sua reação, — disse Lorde Cambury, seu tom sugerindo que ele
havia notado algo diferente de surpresa. Ela lutou contra o rubor. Era tão óbvio?
— Acho sua constante falta de fé em mim um pouco insultante.
— Eu vi você beijando o sujeito.
Ela disse fracamente, — Já me desculpei por isso e expliquei que não vai
acontecer novamente. Com que frequência eu preciso dizer isso?
Ele fungou. — E, no entanto, você acabou de concordar em dar um passeio
com esse sujeito, contra a minha vontade expressa.
— Sim. Ele veio aqui hoje para me dizer algo, algo importante, e porque você
explodiu quando o fez, ele não teve a chance de terminar.
— O que era tão importante?
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Ela tinha seus próprios pensamentos sobre o que poderia ser. Eles fizeram
as borboletas em seu estômago vibrarem ainda mais loucamente.
Eles dirigiram por entre as árvores movimentadas em direção ao Hyde Park,
as mãos dele seguras e firmes nas rédeas. Ela notou sua consciência de tudo ao
seu redor, a maneira hábil com que ele contornava o tráfego intenso, como ele
diminuía quando uma criança corria para a rua e então parava e corria de volta,
alheio ao perigo. Ela viu como ele parou para deixar um velho trapalhão empurrar
sua carroça pela rua na frente de sua carruagem elegante.
Você poderia dizer muito sobre um homem pela maneira como ele dirigia.
Eles passaram pelos portões do Hyde Park e seguiram para uma parte menos
elegante do parque, onde ele desacelerou os cavalos para uma caminhada.
— Obrigado por concordar com esta campanha, — ele disse. — Lamento se
isso lhe causou qualquer dificuldade com o seu noivo.
— Não causou, — Jane disse calmamente. Lorde Cambury não gostou, mas
aceitou. — Você disse ontem que tinha algo importante para me dizer.
— Sim. — Ele ficou em silêncio por um momento. Os cavalos caminhavam
com firmeza, seus cascos batendo suavemente na estrada. — Parecerá estranho,
mas... — Ele engoliu em seco.
Zachary Black era nervoso, ela percebeu de repente. Ela nunca o tinha visto
nervoso antes. — É por causa da audiência?
Os cavalos pararam. Ele virou a cabeça para olhar para ela. — Não, por
causa dos proclamas sendo convocados. — Seus olhos prateados brilharam.
— Os proclamas? Meus proclamas de casamento? — As batidas de seu
coração aumentaram um pouco.
Ele assentiu. — Eu queria te pedir para esperar. — Ele fez uma pausa. —
Você vai esperar?
— Eu não tenho certeza do que você quer dizer. Esperar pelo quê?
— Você vai atrasar seu casamento?
Atrasar? O que ele quis dizer com atraso? Por que atrasar? Por que não dizer
apenas ‘cancelar’? — Por quanto tempo?
— Até que está bagunça em que estou seja resolvida. Até que as acusações
contra mim sejam retiradas. Até que eu esteja livre e limpo.
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Ela pensou que sabia o que ele estava insinuando, mas ela queria que ele
dissesse. Precisava dele para dizer isso. — Livre para fazer o quê?
Ele apenas olhou para ela, um olhar intenso e ardente que queimou sua
alma.
Ela esperou.
Mas ele não disse nada.
— E se eles não forem descartados, se você acabar indo a julgamento... e o
pior acontece? O que você acha que eu devo fazer então? — Ela perguntou
suavemente.
Ele encolheu os ombros. — Esqueça-me, continue com sua vida como se
nunca tivéssemos nos conhecidos.
A carruagem estremeceu um pouco enquanto os cavalos avançavam
lentamente.
Ela olhou para ele, para seu perfil sombrio enquanto ele olhava para frente,
contemplando o que ela podia ver ser um futuro sombrio.
De repente, ela queria bater nele.
Que tipo de homem cabeça dura era ele para imaginar que ela simplesmente
esperaria, mantendo dois homens pendurados, evitando suas apostas enquanto
esperava por um veredicto? E então se o pior acontecesse, significando que ele
fosse enforcado, ela simplesmente continuaria com sua vida? Ele realmente achava
que ela poderia simplesmente encolher os ombros como se nunca o tivesse
conhecido?
Mas não, ela viu. Ele não estava pensando muito claramente. E não é de
admirar, com uma acusação de assassinato pairando sobre ele. Que coisa horrível
de se voltar para casa.
— Entendo, — ela disse depois de um momento. — Então você acha que eu
deveria simplesmente dizer a Lorde Cambury que gostaria de adiar o casamento
até depois do julgamento?
— Sim.
Ela foi pega entre querer abraçá-lo para bater em suas orelhas elegantes e
alheias. O que ele imaginava que ela diria a Lorde Cambury? Vamos deixar nosso
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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abaixou lentamente, empurrando- a contra seu corpo como uma chama que
queima lentamente.
Os olhos verdes prateados brilharam, e ela tentou ler as palavras que ele se
recusou a falar neles. Mas ele a colocou no chão e deu um passo para trás, sem
lhe dar nenhuma razão para esperar, para ter esperança.
— Adam George Zachary Aston-Black, você está preso. — Um homenzinho
magro flanqueado por dois policiais corpulentos deu um passo à frente. Eles
agarraram Zachary pelos braços. Ele não disse uma palavra, não fez nenhuma
tentativa de lutar.
Sobre suas cabeças, seu olhar queimou em Jane. — Espere, — ele murmurou
silenciosamente.
Jane ficou parada na rua, olhando, arrasada, enquanto eles colocavam
Zachary Black em uma carruagem e o levavam embora.
Ele a avisou que isso poderia acontecer, mas que acontecesse agora, tão
cedo, apenas quando...
Oh, como ela poderia simplesmente esperar? Ele esperava que ela abrisse
seu coração para ele, e então esperasse que ele fosse declarado inocente ou
culpado?
Claramente ele esperava.
E se ele fosse considerado culpado, e enforcado? O que ela deveria fazer
então? Desligar seus sentimentos e voltar a se casar com Lorde Cambury? Como
se nada tivesse acontecido?
Impossível.
Para Jane, o pior já havia acontecido. Ela lutou contra isso desde o início,
tentou negar por tanto tempo, mas agora, ao vê-lo levado sob custódia, para a
prisão, possivelmente para ser enforcado por um assassinato, ela tinha certeza de
que ele não havia cometido, ela tinha que reconhecer: para o bem ou para o mal,
ela se apaixonou por Zachary Black.
* * *
Gil estava trabalhando quando recebeu uma mensagem do advogado de Zach
informando-o de que Zach havia sido levado para a prisão de Newgate. Ele se
apressou imediatamente. Ele tinha notícias próprias, más notícias.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Zach estava detido em uma pequena cela sombria com vários outros
cavalheiros. Gil, estando bem ciente das condições em Newgate, viera preparado, e
um suborno pesado logo garantiu a Zach uma cela pequena, mas limpa, contendo
uma cama, uma mesa, cadeira e vários pequenos confortos.
Zach estava andando de um lado para o outro como um tigre enjaulado
quando Gil finalmente foi levado a suas novas acomodações. — Eles me prenderam
na frente dela, bem na frente dela! — Ele disse assim que Gil chegou. — Maldição,
por que eles não puderam ter mostrado um pouco de discrição, esperaram até ela
entrar! A expressão em seu doce rosto... maldito seja! — Ele caminhou um pouco
mais. — E como diabos eles sabiam que me encontrariam lá, eles estavam
esperando por mim, Gil. Bem na porta dela. Bem na hora que eu era esperado de
volta.
Gil fez ruídos suaves e puxou uma garrafa de conhaque. Ele trouxe duas, o
segundo fora para o carcereiro de Zach para garantir sua cooperação. Ele tirou dois
copos do bolso e derramou o líquido dourado.
— Sente-se, — ele disse a Zach. — Eu tenho novidades para você.
Zach parou de andar, mas não se sentou. Ele podia ver pela expressão de Gil
que não eram boas notícias. — Cecily?
Gil parecia sombrio. — Nenhum sinal dela em Llandudno. Meu homem
voltou hoje.
Zach praguejou.
Gil continuou: — Ele questionou Mary Thomas e várias outras pessoas, e
todas eles estavam inflexíveis de nunca terem visto Cecily. Ele os questionou em
galês e inglês, e sim, é a Mary Thomas certa, ela falava inglês e admitiu conhecer
Cecily da escola. Mas ela jurou que não a viu desde então.
Zach afundou pesadamente na cadeira. — Eu não entendo. Ela está
claramente mentindo, mas... — Ele olhou para Gil. — Pelo menos você pode
testemunhar que passou as cartas de Cecily.
Gil balançou a cabeça. — Não vai ajudar, eram apenas cartas endereçadas a
você. Posso testemunhar que elas tinham o nome dela nelas, mas não posso provar
que ela as enviou.
— Teve sorte em rastrear as pessoas que nos viram na jornada?
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Depois de um bom choro nos braços da velha senhora, ela se sentiu torcida,
mas mais calma. Enquanto Lady Bea escrevia notas, cancelando seus
compromissos sociais da noite e convocando a família para um jantar de
emergência, Jane subiu para lavar o rosto e pensar no que faria.
Seus pensamentos estavam confusos, mas estava certa sobre uma coisa. E
ela tinha que fazer isso agora, antes que sua coragem a abandonasse. Ela se sentou
para escrever uma nota.
— Senhor. Gilbert Radcliffe quer vê-la, Srta. Jane, — Featherby disse várias
horas depois.
Jane voou escada abaixo para a sala de estar, onde o Sr. Radcliffe estava
esperando, parecendo muito solene, quase sombrio. — Ele está bem? — Jane
explodiu assim que o viu. Ele piscou e ela se recompôs, dizendo de uma maneira
mais composta: — Sr. Radcliffe, que gentileza de sua parte em me visitar. Que
notícias você tem do Sr. Black?
Ele estendeu um papel dobrado, parecendo estranho. — Eu trouxe um
bilhete, Srta. Chance.
— Do Sr. Black? — Ela o pegou, reconhecendo a escrita em negrito e de
repente ficou nervosa. Que motivo Zachary Black teria para escrever para ela? Ele
tinha acabado de ser levado. Ela o tinha visto poucas horas atrás.
— Bem, então vou embora. — O Sr. Radcliffe se aproximou da porta.
— Não, por favor, espere, — ela disse a ele enquanto abria a hóstia que o
selava. — Talvez eu precise responder isso.
O Sr. Radcliffe parecia desconfortável. — Ele não está esperando resposta.
— Eu ficaria muito grata se você esperasse. — Jane tocou a campainha e
pediu a Featherby que trouxesse um refresco ao Sr. Radcliffe. O amigo de Zachary
esperou, ela desdobrou a carta e começou a ler.
Cara senhorita Chance,
Em primeiro lugar, devo me desculpar pelo constrangimento causado pela
minha prisão em sua presença. Deve ter sido uma experiência chocante para
uma senhora de sensibilidades delicadas, e peço desculpas, sinceramente.
Também gostaria de me desculpar pelo que acredito ter sido um mal-
entendido entre nós. Pensando em nossas conversas recentes, ocorreu-me que
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
você pode ter entendido mal minhas intenções. Conforme expliquei, espero ser
declarado inocente do assassinato de Cecily Aston-Black, condessa de
Wainfleet, mas depois disso, minha intenção declarada é deixar a Inglaterra e
retornar às minhas atividades anteriores no serviço de meu país.
Quando lhe pedi para atrasar seu casamento com Lorde Cambury, foi
simplesmente para que eu pudesse comparecer ao casamento, sabendo que
minha posição jurídica atual poderia tornar isso difícil. Em nosso breve
conhecimento, acredito que nos tornamos amigos, e era simplesmente como
amigo que eu gostaria de testemunhar seu casamento.
No entanto, percebi que era muito egoísta da minha parte esperar tanto
atraso, apenas para minha conveniência. Por favor, não preste atenção a nada
que eu possa ter dito para fazer você pensar de outra forma. Vá em frente e case-
se com Lorde Cambury, com meus melhores votos. E seja feliz.
Com os melhores cumprimentos,
Zachary Black.
Jane leu a carta duas vezes e, em seguida, largou-a, notando distraidamente
que suas mãos tremiam. O Sr. Radcliffe a estava observando, como um rato
observaria um gato, com cautela, e mostrando todas as evidências de uma criatura
desejando ardentemente estar em outro lugar.
— Você sabe o que ele disse nesta carta? — Ela perguntou a ele.
Ele parecia desconfortável e fez um movimento vagamente negativo. Se ele
não sabia, ele tinha uma boa ideia.
— Ele me deu sua bênção para me casar com Lorde Cambury.
— Ah. Muito apropriado da parte dele, — Sr. Radcliffe disse em uma voz
estrangulada.
— Muito apropriado, meu pé! — A voz de Jane vacilou, ela estava à beira das
lágrimas novamente. Ela respirou fundo para se acalmar e continuou: — Ele está
sendo nobre novamente. Ontem, no parque, ele se recusou a explicar por que
estava me pedindo para atrasar meu casamento, se recusou a me dizer o que estava
sentindo e agora, hoje, ele está me dizendo que seja lá o que eu pensei que ele
quisesse dizer, ele não quis.
O Sr. Radcliffe não disse nada.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Jane disse: — A situação deve ser muito difícil para ele me libertar assim. —
Ela hesitou. — Eu estou certa, não estou? Está parecendo ruim para ele?
O Sr. Radcliffe assentiu.
— Cecily não foi encontrada?
— Não. Não há sinal dela em Llandudno, onde Zach jura que a deixou. E
Mary Thomas, sua antiga amiga de escola, afirma que não vê Cecily desde a escola.
— Eu vejo. Então Zachary espera ser considerado culpado e enforcado. —
Claro que estava, por isso escreveu uma carta tão nobre, preciosa e idiota. Para
que ela não se sentisse ligada a ele. Tarde demais para isso.
Novamente, o Sr. Radcliffe assentiu.
Ela se levantou e começou a andar pela sala. — Não há nada que eu possa
fazer? Podemos fazer? Meus cunhados podem ajudar.
O Sr. Radcliffe balançou a cabeça. — Estamos fazendo tudo o que podemos.
Tenho homens por todo o reino procurando por qualquer vestígio de Cecily, e por
qualquer testemunha que a viu com Zach depois que eles deixaram Wainfleet.
Garanti que ele tivesse um bom advogado para a defesa, que seus aposentos em
Newgate fossem os melhores que se pudesse obter e providenciei para que ele
recebesse tudo de que precisava durante a prisão. Não consigo pensar em mais
nada que alguém possa fazer.
Jane afundou em uma cadeira. O Sr. Radcliffe parecia bastante... pessimista.
— Você vai lutar contra isso?
O Sr. Radcliffe assentiu. — Com todos os meios de que dispomos, —
prometeu. — Haverá uma audiência pré-julgamento, mas se der errado, e sem
Cecily, como pode ser de outra forma? Será um julgamento por seus pares, na
Câmara dos Lordes.
— Deve haver algo que eu possa fazer, — ela disse em desespero.
— Existe, — ele disse severamente. E quando ela olhou para ele com
expectativa, ele disse: — Ore.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
A nota que Jane havia escrito antes era para Lorde Cambury pedindo-lhe
que a visitasse assim que fosse conveniente. Ele chegou logo depois que o Sr.
Radcliffe saiu. Jane ainda estava lá embaixo.
Ela estava presa, esperando. Era a coisa certa a fazer, ela sabia, mas ainda
assim...
— Aquele canalha não vai incomodá-la mais, — disse Lorde Cambury com
satisfação enquanto entregava o chapéu a Featherby. — Pena que teve que
acontecer quando você estava presente, mas foi o melhor. Veja por si mesma que
o sujeito é um canalha.
Algo na maneira como ele disse isso levantou suas suspeitas. — Você sabia
sobre a prisão dele? E onde aconteceu? — Isso tinha acontecido apenas algumas
horas antes. Como ele poderia saber que ela tinha testemunhado isso? E quando
ele sorriu com complacência presunçosa, ela entendeu. — Você arranjou isso! —
Claro. Foi assim que eles souberam que Zachary Black a levaria de volta para sua
casa, e quando.
— Eu protejo o que é meu.
Com suas palavras, algo dentro dela se acomodou. — Por favor, entre na sala
de estar, — ela disse. — Eu tenho algo a dizer a você.
— Ele é um assassino, você sabe. Ele até mentiu para você sobre o nome
dele, ele não é Zachary Black, o nome dele é Adam Aston-Black.
Jane não respondeu. Para Featherby, ela disse: — Lorde Cambury e eu
estaremos na sala de estar. Certifique-se de que não sejamos incomodados. — Ela
se sentiu muito vazia, um pouco enjoada. Mas isso tinha que ser feito.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Eu sabia desde o início que ele não era o tipo de homem com quem uma
dama deveria se associar. Eu fiz isso para protegê-la, — Lorde Cambury disse
enquanto a seguia para a sala de estar.
— Por favor, sente-se, — disse Jane. Suas mãos tremiam. Ela os agarrou com
força.
Ele se sentou, parecendo um pouco confuso.
Foi isso então. Ela respirou fundo. — Lamento muito, Lorde Cambury, mas
não posso me casar com você.
* * *
— Que diabo? Não casar comigo? — Os olhos de Lorde Cambury incharam
em estado de choque. — Você não pode estar falando sério.
— Sinto muito, mas eu estou. — Ela tirou o diamante pesado e deu a ele.
— Mas... foi anunciado. O ministro começou a convocar os proclamas.
Ela assentiu. — Eu sei. Sinto muito, mas isso não pode ser ajudado. Eu não
posso me casar com você.
— Por quê?
Ela balançou a cabeça. — Isso não importa. Já me decidi.
Ele a encarou por um longo momento, então ele se levantou e caminhou até
a lareira. Ele pegou uma estatueta de porcelana de uma pastora e a examinou
cuidadosamente. — Os anos que passei à procura da perfeita... — Ele praguejou e
jogou a pequena pastora na lareira. Ele quebrou. Houve um silêncio repentino na
sala, quebrado apenas pelo som da cabeça oca de porcelana rolando em um círculo
na pedra da lareira de mármore.
Ele contemplou os pedaços quebrados e se virou para encarar Jane. — Todo
mundo vai te culpar por isso! Todo mundo conhece meus altos padrões e vai
acreditar que você é aquela que falhou comigo, que você é falha e indigna, e
caramba, se eu não acho que você é! Você deve ser, para cancelar depois de tudo
que eu lhe ofereci! E eu não vou te defender, pode ter certeza disso!
Jane estava tremendo, mas estranhamente calma. Com dignidade, ela disse:
— Você deve fazer o que quiser.
— Claro que vou. — Ele fez um gesto petulante.
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— E eu devo fazer o que eu acho que é certo. Sinto muito por machucar
você...
— Machucar-me? Não estou ferido, estou aliviado, aliviado por descobrir a
tempo que você é imperfeita, indigna e totalmente inadequada... — Ele continuou
listando os modos como se enganara com ela, os motivos pelos quais ela era tão
insatisfatória.
Jane deixou seu discurso varrer sobre ela, estranhamente distante de tudo.
Ela poderia ter se casado com esse homem, teria se casado com ele. Ele teria sido
o pai de seus filhos. Ela estremeceu, pensando nisso, sobre os padrões impossíveis
que ele teria estabelecido. As demandas. A pressão.
E lentamente os medos que ela segurou por tanto tempo, os laços que a
prendiam, se afrouxaram.
Ela olhou para o homenzinho pomposo com suas roupas de bom gosto e seu
cabelo cuidadosamente penteado e sentiu uma onda de compaixão.
Por baixo de toda a arrogância e pretensão, ele era um homem triste e
solitário. Ele pensou que poderia comprar uma bela esposa, da mesma forma que
comprou suas outras peças. E ela pensou que sua riqueza a deixaria protegida do
risco do amor. Ambos estavam muito errados.
— Você não pode continuar assim, — ela disse a ele quando ele parou para
respirar. — Se você fizer isso, nunca será feliz.
— De que diabos você está falando?
— Esperar a perfeição, colecionar o que você acha que é perfeição, cercar-se
de coisas lindas. Elas nunca vão te fazer feliz.
— Você estava pronta o suficiente para elas te fizessem feliz.
— Eu sei, e eu estava errada. Eu sei agora que elas não são suficientes. Não
para mim, não mais.
Seus olhos quase saltaram. — Insuficiente? Eu ofereci a você minha riqueza,
minha casa, casas, joias...
— Essas são apenas coisas, — Jane disse suavemente. — E eu não quero
parecer ingrata. Eu também não te ofereci o suficiente.
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Ele olhou para ela, perplexo e irritado. — Mas você é a garota mais linda que
eu vi em anos. A cada temporada eu olhei, e depois de quase dez anos, você veio,
perfeição absoluta.
Ela balançou a cabeça. — Desculpe, mas isso é um disparate.
— Disparate?
— O que você está falando, a coisa que você chama de 'perfeição', é algo
muito passageiro. Um dia vou ficar velha e enrugada e, antes disso, espero
engordar.
— Gordura? — Ele parecia horrorizado.
Ela quase riu da expressão dele. — Se eu seguir minha avó materna, Lady
Dalrymple, e parece muito provável, eu certamente ficarei gorda, no mínimo. Mas
aconteça o que acontecer, pretendo envelhecer como Lady Beatrice.
Ele franziu a testa. — Mas ela é velha e feia!
— É aí que devemos divergir: acho ela bonita.
— Bonita? — Seu tom deixou claro que ele achava sua declaração ridícula.
Jane concordou. — Ela passou por dificuldades, abusos, tristeza e doença,
mas nenhum traço de amargura aparece em seu rosto. Ela ainda tem gosto pela
vida e um coração cheio de amor. Sabedoria, amor, experiência, está tudo lá, em
cada ruga e linha, seu caráter e sua beleza apenas ficam mais fortes e mais
refinados com a idade. E é assim que eu quero ser. Quero ter filhos e netos, um
corpo bem aproveitado e uma vida bem vivida. E rugas.
Ele a encarou como se ela fosse louca.
— Todo mundo envelhece e fica enrugado, e é por isso que sua definição
de perfeição está errada.
— Errada? De que maneira errada?
Jane disse gentilmente: — É porque você é defeituoso, porque está
preocupado que, bem no fundo, não seja bom o suficiente. E assim você coleciona
objetos adoráveis e se cerca de beleza, e é conhecido pela perfeição de seu gosto. E
você espera que toda essa glória e perfeição refletida esconda suas próprias falhas.
— Como você ousa!
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— Eu não quis dizer isso de forma desagradável. Você não vê, tudo que é
humano e belo é defeituoso. São as falhas que tornam cada um de nós único, que
nos tornam humanos e dignos de amor.
— Amor! — Ele fez um som de desdém. — Besteira vulgar de classe média!
— Vale a pena morrer, — disse Jane. — E vale muito a pena viver. Você sabe,
eu estava pronta para sacrificar minha própria chance de amor, e a sua, por ter
filhos, por conforto e segurança... não, pensei que poderia evitar o amor. Eu queria
evitar isso. Achei que fosse algum tipo de força incontrolável que me lançaria na
incerteza e no perigo. E arriscar tudo que eu queria da vida.
— Isto é. Isso vai. Isso tem.
Ela sorriu. — Você pode estar certo. Nada é certo na vida, eu sei disso. Mas
eu pensei que a felicidade poderia ser comprada e poderia ser adquirida como... ela
olhou para o pastorzinho quebrado — adquirida como aquela adorável estatueta.
Mas não pode. O amor deve ser arrebatado em momentos fugazes, valorizado,
nutrido como uma chama fugitiva ao vento. É arriscado e incerto.
Ela pensou em Zachary Black, trancado em uma prisão úmida e sombria,
enfrentando o enforcamento por um crime que não cometeu. Seu futuro não
poderia ser mais incerto, mas seus próprios sentimentos, seu amor, eram fortes e
seguros, queimando por ele como uma chama na escuridão. E por isso, ela estava
preparada para enfrentar o risco, não tinha escolha a não ser amá-lo e enfrentar o
que o futuro traria.
O pensamento trouxe uma estranha alegria com ele.
— Eu costumava pensar que meus pais estavam errados por fugir juntos e
deixar duas combinações sensatas muito boas para trás. Achava que a infelicidade
deles, e as dificuldades de minha irmã e minha na infância, eram o castigo por
quebrar as regras, por serem imprudentes, por pensar que só o amor importava. E
o dinheiro importa, assim como a segurança financeira e manter sua família
segura, mas sem amor, é... é tão vazio quanto... — Ela gesticulou para a pequena
pastora quebrada. — Como aquilo. Bonito de se ver, perfeito por fora, mas quando
testado, acaba sendo oco. Vazio.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ele franziu a testa e Jane acrescentou, quase para si mesma: — Mesmo nas
circunstâncias mais terríveis, mamãe costumava chamar o papai de príncipe. E ela
sempre foi sua princesa, e... eu quero ser a princesa de alguém também.
— Quem? Que príncipe, caramba? Inglês? Estrangeiro? É uma tiara que
você quer?
Ela deu uma risada trêmula. — Zachary Black é meu príncipe. Sei tão pouco
sobre ele, uma das coisas que costumava pensar que era tão essencial para minha
felicidade. Você me ofereceu tudo que eu pensei que queria, mas duvido que
poderíamos ter sido felizes juntos, certo? E hoje, ao ver Zachary Black sendo levado
por aqueles policiais horríveis, soube que o amava. E que eu era mais parecida com
a mamãe do que queria ser. Eu tenho lutado contra amá-lo por muito tempo. Ele
é um homem impossível.
— Ele é! E ele não merece você, ele é um assassino!
— Não, ele é inocente. Quanto a 'merecer', embora seja verdade que o amor
deve ser conquistado, ao mesmo tempo, deve ser dado gratuitamente.
— Isso não faz sentido algum.
— Não precisa fazer sentido, apenas é. — Ela quase riu da expressão dele.
Ela estava se sentindo muito tonta de alívio. Era uma loucura, ela acabara
de rejeitar a oferta mais vantajosa que qualquer garota poderia desejar, e o amor
de sua vida estava na prisão, enfrentando uma pena capital, e ainda, de alguma
forma, ela sentiu alívio. — Você está certo, temo que seja uma loucura de verão
para mim.
— Mas não é pleno verão! Mal é primavera! — Ele disse, exasperado.
— Eu sei. E esse é outro motivo pelo qual não serviríamos, confusão sazonal.
— Ele parecia perplexo e ela se moveu para se sentar ao lado dele. — Lamento
desapontá-lo, Lorde Cambury, e espero que você me perdoe eventualmente. — Ela
pegou as mãos dele. — Mas, cada vez mais, espero que você pare de buscar a
perfeição física em uma noiva e pare de se cercar de coisas belas e frias. Você é um
homem bom, gentil e decente, e gosta de animais, mas... você está enganado sobre
tantas coisas. Pare de ter medo de tudo o que você está tentando esconder. Você
precisa amar alguém, não colecionar coisas.
Ele piscou com a blasfêmia. — Mas eu procurei por você por anos.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Não, você buscou um ideal imaginário, não eu. Não é a mim que você quer,
apenas o meu rosto. Mas para conhecer uma pessoa, a amá-la, você tem que olhar
abaixo da superfície. E amar, perfeita ou não. Arrisque-se, Edwin, e aprenda a
amar a imperfeição. Aprenda a amar-se deixe se apaixonar. É assustador... e
maravilhoso.
— Eles vão enforcá-lo, você sabe.
— Não se eu puder evitar. Cuide-se, Edwin. Adeus. — Ela o beijou de leve na
bochecha, a primeira vez que ela o beijou, e saiu correndo da sala, deixando-o de
pé e olhando para ela, uma expressão peculiar em seu rosto.
* * *
O jantar era informal: apenas as irmãs de Jane, Max, Freddy e Lady
Beatrice. Jane quase não comeu nada. Ela começou com a notícia de que acabara
de terminar seu noivado com Lorde Cambury.
Como Lady Beatrice apontou, isso iria gerar um monte de fofocas
desagradáveis, e nada disso seria elogioso para Jane, então é melhor eles se
prepararem para isso.
— Mas por quê? — Abby perguntou, depois que o murmúrio inicial de
surpresa cessou. — Eu pensei que ele era o que você queria.
Jane fez uma careta. — Eu também pensei assim, mas...
— É o cigano, não é? — Daisy disse.
Jane assentiu com tristeza.
— Que cigano? — Abby exigiu, tendo apenas conhecido Zachary Black como
um homem chato que perseguiu Jane no parque e depois apareceu na sociedade
literária e envergonhou a todos por falar italiano. E veneziano.
Demorou muito para Jane explicar para a satisfação de suas irmãs, mas
quando o fez, uma vez que se convenceram... houve um longo silêncio.
— Então você finalmente está apaixonada, irmãzinha? — Abby disse
suavemente. Seu rosto estava cheio de amor, e Jane sentiu-se repentinamente
chorosa.
— Mas eles vão enforcá-lo. — Seu rosto se contraiu e as lágrimas voltaram.
* * *
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Depois do jantar, os homens saíram para o clube, para procurar Gil Radcliffe
e ver o que eles podem ser capazes de fazer para ajudar Zachary Black, ou
Wainfleet, como o chamavam. Porque, como Max apontou, Zachary era na verdade
o conde de Wainfleet, e tinha sido desde que seu pai faleceu, não importa o que
seu primo ou qualquer outra pessoa dissesse. Claro, a investidura ainda estava por
vir, mas Max também ressaltou que seria mais difícil para eles enforcarem o conde
de Wainfleet do que um mero Sr. Zachary Black.
Jane esperava que ele estivesse certo.
Lady Beatrice foi para a cama e as meninas se reuniram no andar de cima.
Elas insistiram que ela contasse tudo sobre Zachary, desde o momento em que o
conheceu, até o que ele havia perguntado a ela no passeio de charrete. Elas
precisavam ser convencidas de que ele era bom o suficiente para Jane. E que ele
realmente não matou Cecily.
— Ela tem sido louca por ele há muito tempo, — Daisy disse a elas. — Ela
tentou fingir que não estava, mas eu sabia. E ele é muito melhor do que aquela
velho camisa de pelúcia, Lorde Comb-it-up. — Ela deu a elas um olhar malicioso.
— Eu bati nele outro dia.
O queixo de Abby caiu. — Quem, Lorde Cambury?
— Não, o cigano. Dei-lhe uma boa cotovelada nas costelas, e sabe o que ele
fez?
— Não.
— Ignorou. Aceitou como um homem. E então ameacei estripá-lo com uma
faca enferrujada se ele machucasse Jane e — ela olhou para cada uma delas — ele
me prometeu que a trataria bem. Não se virou contra mim de forma alguma. A
maioria dos caras não gostaria de ser tratado assim, especialmente não de uma
mulherzinha londrina arrogante, e ele sendo um lorde, como se descobriu, mas ele
sabia que tinha agido como um idiota, e ele levou tudo na cara. — Ela deu um
aceno rápido. — Então, eu gosto dele.
Jane deu um abraço nela.
Damaris disse: — Ainda há o assunto da madrasta desaparecida. Não
entendo por que, se ele realmente a deixou em Llandudno, ninguém lá se lembra
disso.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Jane se sentou na cama. — Você acha que a amiga de Cecily mentiu para
protegê-la?
— Eu não sei, mas... é uma possibilidade, não é? E se mandassem homens
procurando por ela, bem, mulheres que foram feridas... elas não confiam nos
homens, não é?
Foi considerada uma possibilidade. Jane deitou-se na cama e, olhando para
a escuridão, encontrou um raio de esperança.
* * *
Ao amanhecer, ela tinha seu plano todo elaborado. No momento em que
Daisy acordou, Jane explicou a ela, procurando por falhas. Daisy estava cheia
de objeções.
— Não seja boba, a velha não vai deixar você ir. Nem Abby e Max e o resto
deles.
— Eu sei. Eu não vou contar a eles. Vou dizer que fui ficar com Lady
Dalrymple até que o escândalo do meu noivado desfeito diminua um pouco.
— Mas você não pode ir tão longe sozinha, então quem você espera que vá
com você?
— Não se preocupe, não vou pedir a você. Você está tão ocupada no momento
que não faria nada além de se preocupar com todo o seu trabalho se acumulando.
— Daisy pareceu aliviada e Jane continuou: — E eu não posso pedir a Abby, não
enquanto ela estiver grávida e Damaris fica doente em uma carruagem, e embora
eu saiba que ela viria se eu precisasse dela, eu nunca pediria a ela. E eu sei que
não posso ir sozinha, então não olhe para mim como se eu fosse uma idiota. Estou
levando Polly. E William.
— William?
— Não vou levá-lo conosco para a aldeia, mas preciso dele na jornada. Para
proteção. E antes que você pergunte, enviarei Polly para alugar uma carruagem.
Elas são as mais rápidas.
— E mais caro.
— Eu tenho dinheiro suficiente, eu acho. As pessoas continuam me dando
'dinheiro para alfinetes' para que eu possa comprar o que quiser para a minha
temporada.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Por que tem que ser você? Por que não enviar outra pessoa? Contrate uma
mulher ou algo assim.
— Porque estou enlouquecendo, não podendo fazer nada para ajudar. E
porque eu posso fazer isso. E, além disso, que mulher? Como posso saber se posso
confiar a ela algo tão importante?
Finalmente Daisy ficou sem objeções, mas ainda não gostou. Jane esperava
isso, Daisy odiava mentiras e engano. — A velha terá um ataque quando descobrir.
Abby e Damaris também. E se você aborrecer Abby, Max vai estrangulá-la.
— Eles não se preocuparão enquanto acharem que estou com Lady
Dalrymple. Eles ficarão surpresos, mas não, espero, desconfiados.
— Só não espere que eu minta para nenhum deles, se eles me perguntarem,
vou contar a eles.
— Claro, mas apenas, tente não ser questionada, por favor, querida Daisy.
Daisy fungou, mas deu um aceno relutante. Jane chamou Polly e explicou o
que ela queria que ela fizesse. Polly também não gostou da ideia no início, mas
Jane prometeu que ela não perderia sua posição, que Jane assumiria toda a culpa.
Isso e a promessa de cinco guinéus quando voltassem do País de Gales garantiram
a cooperação sincera de Polly.
Com o juramento de segredo, Polly correu para fazer uma mala e providenciar
o aluguel da carruagem. A história era que a avó de Jane, Lady Dalrymple, estava
enviando a carruagem para buscá-la, então Polly precisava escapar para fazer o
aluguel em segredo.
Daisy se sentou na cama, observando enquanto Jane arrumava uma valise.
— Não se esqueça de sua armadura brilhante, — ela comentou sarcasticamente.
Jane ergueu os olhos, confusa. — Minha o quê?
— Você disse que queria ser o cavaleiro em vez da donzela?
Jane riu. — Esperemos que não haja dragões para matar, então.
* * *
Jane estava pronta para sair por 08:45. Lady Beatrice ainda não tinha
acordado. Jane rezou para que ela não o fizesse. Ela deixou um bilhete para a velha
senhora com Featherby, dizendo que iria ficar com a avó por uma ou duas
semanas, para evitar o pior do escândalo.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
E o que Jane estava fazendo? Ela estava bem? Ela estava totalmente
desonrada? Alvo de escândalos e fofocas maldosas?
As possibilidades fervilhavam infinitamente em seu cérebro. Ele andou de
um lado para o outro, sem nem perceber quando Gil saiu silenciosamente.
Ele prendeu uma abelha em uma garrafa uma vez, quando era menino. Tinha
zumbido sem parar de um lado para o outro, batendo em uma parede e quicando
na direção oposta, aleatório, frenético, sem sentido. Zach se sentia assim agora.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Foi a mais longa jornada que Jane já tinha feito. Embora as carruagens
amarelas fossem conhecidas pela velocidade e eficiência, e os mensageiros e os
cavalos fossem trocados regularmente, demorou mais de três dias de viagens
praticamente intermináveis para chegar ao País de Gales. E quando chegaram à
pequena vila de Llandudno, parecia que todos os ossos de seu corpo haviam se
soltado e cada centímetro de seu traseiro estava preto e azul.
A escuridão já havia caído quando eles chegaram, e William, agora bem-
informado da intenção da viagem e incapaz de mudar a opinião de Jane, assumiu
o comando. Por meio de questionamentos e mímica, ele conseguiu encontrar
alguma acomodação para eles, uma pequena hospedaria local de frente para o mar,
muito pequena para se chamar pousada, mais uma casa com uma taberna
embaixo e dois quartos para alugar em cima. Era pequeno, mas limpo e respeitável.
Jane e Polly dividiam o quarto maior. Estavam exaustas, e depois de um
banho e um jantar leve de sopa quente, pão e queijo, as duas meninas caíram na
cama e dormiram como mortas até de manhã.
Quando Jane acordou e olhou pela pequena janela do andar de cima, o sol
estava brilhando, dançando nas ondas abaixo. A visão a encheu de otimismo.
Durante um café da manhã farto e delicioso, Jane conversou com a senhoria,
Sra. Price, que falava um bom inglês com uma adorável cadência galesa.
Determinada a não despertar as suspeitas da senhora ao fazer perguntas
sobre Mary Thomas e Cecily Aston-Black, Jane agiu como uma viajante inocente.
— Este é um lugar tão bonito, — comentou Jane. — Uma amiga da escola da minha
irmã mais velha era de Llandudno e ela sempre dizia que era maravilhosamente
cênico. Minha irmã do meio, Damaris, adoraria pintar está vista, tenho certeza, ela
é uma artista talentosa.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Então por que você me mandaria para a igreja? O que vou encontrar lá?
— Ela acrescentou com pavor súbito: — Oh, Deus, você não quer dizer que Cecily
está enterrada no cemitério, não é?
— Não, ela está viva, isso eu direi. Mas vá para a igreja. Lá você pode
encontrar paz de espírito. — E com essas palavras de pouco conforto, Mary Thomas
tirou uma Jane vermelha de sua cabana e fechou a porta firmemente atrás dela.
Polly estava esperando do lado de fora. — Teve sorte, senhorita?
— Não, — Jane disse amargamente. — Ela sabe, mas ela prometeu não
contar, e ela não vai quebrar sua promessa, maldita! Ela me disse para ir à igreja,
pois poderia encontrar um pouco de paz de espírito lá. — Ela bufou. — Paz de
espírito! Como posso ter paz de espírito quando Zachary está apodrecendo na
prisão? E ela poderia nos ajudar a salvá-lo, mas não vai contar.
Elas caminharam de volta para a pousada. Depois de toda aquela viagem,
para acabar com tal... uma não resposta frustrante. Jane se sentiu totalmente
desanimada.
Ela está viva, isso direi. Se Mary Thomas testemunhasse isso, isso poderia
salvar a vida de Zachary. E se ela se recusasse a ir a London para testemunhar,
talvez eles pudessem sequestrá-la e levá-la à força para London.
William não gostaria disso, porém, e sem a cooperação de William, como ela
poderia sequestrar alguém?
— Seria aquela a igreja que ela quis dizer, lá em cima, senhorita? — Polly
apontou. Em uma colina com vista para a cidade e o mar ficava uma pequena igreja
de pedra cinza.
Jane suspirou. — Acho que não vai doer, — ela disse. — Não é como se
tivéssemos outra alternativa. — Elas subiram a colina até a igrejinha. Foi uma
subida difícil, mas quando chegaram, bufando e ofegando, a vista era espetacular.
Elas não vieram para ver, no entanto. Não havia sinal de casa, claramente o
ministro não morava no local. O lugar parecia deserto.
O cemitério estava pontilhado de lápides. Jane não olhou para eles. A mulher
disse que Cecily estava viva. Talvez alguma pista possa ser encontrada lá dentro.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Ela não descobriu exatamente nada. Mas, ela endureceu a espinha, ela não
tinha terminado ainda. Ela voltaria para Mary Thomas e exigiria que ela contasse
a Jane o que ela sabia. E perguntar a ela sobre a mulher da igreja.
Ela se dirigiu ao portão da igreja e deu um passo para trás quando um
cachorrinho preto e branco passou pelo portão e se atirou contra ela, espalhando
lama por toda a saia. Rindo, ela se abaixou para dar um tapinha nele, tirando as
patas enlameadas de sua saia, o que ele considerou um jogo novo e terrível.
Uma jovem que o seguia com força parou quando viu o que acontecera e se
desculpou profusamente, pelo menos Jane presumiu que fosse um pedido de
desculpas. Foi uma torrente de galês.
— Ele é um garotinho animado, não é? Ele fugiu de você? — Jane disse,
esperando que a garota pudesse entender pelo tom dela que ela não estava
chateada. Ela olhou para a criança para tranquilizá-la.
E olhou diretamente para um par de olhos verde-acinzentados prateados que
eram muito familiares.
Algo do choque de Jane deve ter aparecido em seu rosto, pois a garota deu
um passo para trás, um olhar cauteloso em seu rosto. Ela era jovem, talvez onze
ou doze anos, com cabelos grossos, escuros e ondulados, uma tez pálida e um par
de olhos largos de cílios escuros que pareciam folhas de salva prateadas.
Foi como um soco no estômago.
Filha de Zachary Black.
E ainda assim ele jurou que não havia nada entre ele e Cecily. Outra de suas
mentiras? Ele dificilmente poderia se esquivar disso, a criança era sua própria
imagem, apenas jovem e mulher. Zachary seria muito parecido com ela na mesma
idade, todas as pernas longas e cativante, a estranheza adolescente.
— Qual é o seu nome? — Jane perguntou. — E onde está sua mãe?
A garota deu mais um passo para trás. Ela olhou ao redor, como uma jovem
corça desengonçada prestes a fugir dos caçadores, mas Polly previu a mudança e
se colocou entre a criança e o portão, bloqueando sua fuga.
— Está tudo bem, — Jane a assegurou, falando devagar. Ela não tinha ideia
se a criança entendia inglês ou não, mas esperava que seu tom levasse a
mensagem. — Ninguém vai te machucar. Eu só quero conhecer sua mãe.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Michael?
— Reverendo Williams, que coisa... meu marido. Ele é um homem bom, gentil
e compassivo, e percebeu antes de mim qual era o problema. Ele presumiu que eu
era uma garota inocente, sabe, aproveitada por algum libertino inglês. Ela olhou
para o mar. — Ele me disse que eu ia ter um filho, me perguntou sobre o pai, claro
que não pude contar a ele, caso ele escrevesse para o conde, Michael é um homem
tão bom, ele não tem ideia de como... mal... outros homens podem ser. — Um
estremecimento sacudiu seu corpo esguio.
— Ele me disse então que eu deveria me casar com ele e dar um nome à
criança. — Ela olhou para Jane. — Claro que eu o recusei, mas ele continuou.
Ela mordeu o lábio. — Eu sei que estava errado, mas então, todos os
moradores sabiam, eu estava realmente aparecendo e os olhares que estava
recebendo... foi horrível.
— Por que você não explicou?
— Eu não poderia. E se alguém escrevesse para o conde?
Jane poderia simpatizar, mas passou por sua cabeça que Cecily poderia
simplesmente ter explicado que era viúva. Mas ela era o tipo gentil e indefeso e sem
dúvida a ideia de criar uma filha sozinha, entre os aldeões que provavelmente
suspeitariam que a criança era uma bastarda de qualquer maneira, teria sido
bastante assustador.
Cecily continuou: — E então começou a conversa na aldeia que eu estava
carregando o bebê de Michael. O que foi terrivelmente injusto, Michael é tão gentil,
gentil e atencioso...
E então Jane entendeu. — Você estava apaixonada por ele.
Cecily assentiu. — Eu sabia que era errado e um pecado mortal, e um crime,
mas eu fiz isso. E por quase doze anos temos sido muito felizes. Ele é um pai
maravilhoso para Winnie, ele a ama e ela o adora. — Ela deu a Jane um olhar
comovente. — Ele não sabe e eu prefiro morrer a contar a ele.
— É Zachary, Adam, que vai morrer se você continuar escondida.
— O quê? — Cecily se virou para ela em estado de choque. — O que você quer
dizer?
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Você não sabe? Ele está na prisão e provavelmente será enforcado por
assassinato, o seu assassinato!
— Meu assassinato?
Jane concordou. — Ele precisa que você venha a London e prove sua
inocência. — Ela franziu o cenho. — Por que você acha que aqueles homens vieram
atrás de você antes?
Cecily parecia envergonhada. — Eu realmente não sei. Mary me avisou que
um homem tinha vindo e mencionado o conde de Wainfleet e eu entrei em
pânico. Ela mordeu o lábio. — Dissemos a todos que ele era um cobrador de
impostos da Inglaterra que veio atrás de mim, então todos fingiram que não falavam
inglês e ele foi embora. Quando o segundo homem veio, nós sabíamos, ou
pensávamos que sabíamos, o que ele queria, então fizemos o mesmo. Ele foi mais
inteligente do que o primeiro, mas ele foi embora no final, e eu pensei que estava
segura novamente.
— Ambos os homens foram enviados por Zachary, porque ele precisava
provar que não tinha matado você e roubado suas joias.
— E você veio porquê...
— Porque eu o amo. E porque eu sei o que é fugir dos homens maus.
— Não Zachary! — Cecily disse, horrorizada.
Jane riu. — Não, não Zachary — ela disse suavemente. — Ele é um salvador
de mulheres, não um valentão. — Ela olhou para Cecily. — Então, Cecily, você vem
comigo para London e provaria sua inocência?
Cecily hesitou, parecendo perturbada, mas na hora em que Jane estava
prestes a ameaçar arrastá-la até lá, à força, se necessário! Ela acenou com a
cabeça. — Sim, claro que irei. Michael está ausente no momento. Com alguma
sorte, posso ir para London e estar de volta antes de seu retorno.
Jane não estava particularmente impressionada com as prioridades de
Cecily, mas contanto que salvasse Zach do carrasco, ela poderia manter seus
segredos.
Elas caminharam juntas para a aldeia em silêncio. Jane estava preocupada
com o problema de como transportar a si mesma, Cecily, Polly e William de volta
para London. Em sua pressa para chegar aqui, ela não havia considerado isso. A
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
carruagem do correio podia carregar dois, três com um aperto e, além disso, partira
na manhã seguinte à sua chegada. Não se mantinha uma carruagem esperando,
não se tivesse recursos limitados.
Ela teria que enviar William para a cidade grande mais próxima para alugar
um veículo.
Chegaram à rua principal da aldeia bem a tempo de ver uma carruagem
elegante puxada por quatro cavalos parada em frente à pequena hospedaria da
aldeia. Um cavalariço correu para levar os cavalos. O condutor, um cavalheiro alto
com um casaco empoeirado de corte elegante e muitas capas, calça de pele de gamo
e botas pretas escuras, desceu e caminhou na direção delas.
Ele estava com a barba por fazer, cansado e furioso.
Cecily agarrou o braço de Jane nervosamente. — Quem é aquele?
— Meu cunhado, — disse Jane, satisfeita por seus problemas de transporte
terem sido tão bem resolvidos. — Max, que surpresa. E que excelente momento
você fez. Você veio por mim? — Ela se preparou para uma bronca.
— Eu deveria estrangular você! — Max rosnou, puxando-a para um abraço
forte e aliviado. — Assustando Abby assim. E Lady Beatrice está fora de si.
Jane ficou na ponta dos pés para beijar sua bochecha. — Mas eu estava
perfeitamente bem. Eu tinha Polly e William comigo o tempo todo. E veja, valeu a
pena. — Ela puxou Cecily para frente. — Esta é Cecily, ex-condessa de Wainfleet.
Cecily, meu cunhado Max, Lorde Davenham.
Max piscou. — Você a encontrou!
— Sim. E ela concordou em vir a London conosco e testemunhar que ela não
está morta afinal. — Jane não pôde deixar de sorrir, ela queria dançar, cantar e
torcer. Zachary Black estava seguro.
* * *
— Por que diabos você não me pediu simplesmente para trazê-la? — Max
disse durante o almoço. Ele decidiu dar aos cavalos um descanso de duas horas e
partiu para London no mesmo dia. Jane concordou. Quanto mais cedo ela pudesse
levar Cecily para London, mais cedo Zachary estaria fora da prisão.
— Eu não achei que você concordaria, — Jane disse a ele. — Você teria?
— Provavelmente não, — ele admitiu.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
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de que não podia ser Zach, embora fosse verdade que ele desapareceu na mesma
noite que a condessa. — Ele sempre foi um menino bom e quieto.
Quando ela voltou para o seu lugar, o magistrado virou a cabeça e lançou
ao ‘menino bonzinho e quieto’ um olhar duro, ‘você está perdendo-meu-tempo’.
Vários dos servos testemunharam que Zach e seu pai discutiam
frequentemente e que as discussões frequentemente terminavam em violência. Eles
insistiram que a violência estava toda do lado do falecido conde, mas como
o magistrado apontou, o falecido conde não estava lá para se defender.
Conforme um por um, o pessoal da Wainfleet se adiantou, defendendo Zach
com nada além de fé e lealdade, e amor, o nó cresceu em sua garganta. Ele se
sentia culpado por sua longa negligência com eles, seu povo, eles tinham deixado
isso claro, e com Wainfleet. Ele adorou, ele percebeu, e só entendeu isso agora,
quando estava prestes a perder tudo. E desgraça.
Ele estava afundado. Ia ser enforcado. Ele apenas desejou... não, melhor que
ele não visse Jane novamente, não enquanto ele estava na prisão. Nem em
julgamento. Melhor que ela o esquecesse e se casasse... com alguém.
Houve uma ligeira agitação no fundo da sala, onde havia apenas lugar de
pé. Chegando tarde, chegue a tempo de vê-lo indiciado por assassinato.
Droga, por que ela rompeu seu noivado com Cambury? Ele pode ser um
chato, mas ao menos teria cuidado bem dela.
A serva da lavanderia foi chamada em seguida, mas em vez disso, um homem
alto e elegantemente vestido com pele de gamo e botas de cano alto abriu caminho
até a frente da sala com arrogância. O magistrado com cara de falcão franziu a
testa em irritação. — Sim? Sim? O que é isso? Se você tem evidências para dar,
pode esperar a sua vez. — Ele acenou para o homem alto para o lado.
Ele não deu atenção. — Eu sou Lorde Davenham, e acredito que trazer a
chamada assassinada, viva e bem, substitui todas as outras evidências. — Houve
um suspiro audível, então toda a sala prendeu a respiração coletiva quando ele
disse: — Cecily Aston-Black, condessa de Wainfleet, não está morta.
A declaração calma e autoritária causou sensação.
Zach se sentou, o coração batendo freneticamente. Ele examinou a sala
lotada, mas metade do público estava de pé e todos estavam se mexendo para frente
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
e para trás e esticando o pescoço em um esforço para ver o que estava acontecendo
e ele não conseguia ver.
O rosto de magistrado foi o único na sala que não se impressionou. Ele
pediu silêncio e disse: — Presumo que você tenha evidências para apoiar esta
declaração ultrajante?
O homem alto inclinou a cabeça. — A melhor evidência de todas, a suposta
vítima em pessoa, Cecily Aston-Black, condessa de Wainfleet, pessoalmente.
As unhas de Zach se cravaram em sua palma. Ele esperou, sua garganta
seca, seu coração batendo forte. Por favor, não seja outro truque de Gil. Se ele
tivesse encontrado alguém para imitar Cecily...
Ele olhou para Gil, mas ele parecia tão surpreso quanto qualquer um.
Houve uma agitação no fundo da sala quando uma mulher avançou
lentamente, uma jovem bonita e pálida com cabelos louros e encaracolados e olhos
azuis assustados. Cecily!
Tremendo como uma folha, ela abriu caminho até a frente da sala.
Ninguém moveu, ninguém falou.
Realmente era ela! Zach começou a respirar novamente. Esperança,
represada por tanto tempo, se libertou, primeiro em um gotejamento, depois em
uma inundação. Cecily estava aqui. Ele foi salvo.
O magistrado gesticulou e um de seus homens trouxe uma cadeira para que
ela se sentasse. O magistrado com cara de falcão pode não gostar de aristocratas,
Zach pensou, mas ele não era imune a um rosto bonito.
Sussurros ondularam pela audiência quando ela os encarou e se sentou.
Ela havia mudado um pouco nos doze anos desde que ele a vira pela última
vez, ela engordou um pouco e parecia mais matronal, mas na verdade era Cecily.
Como eles a encontraram? Onde? O alívio o inundou.
Não importava como ou onde, ela foi encontrada. Ela estava aqui. Zach devia
a Davenham sua vida.
A sala ficou em silêncio enquanto Cecily cruzou as mãos no lábio e esperou.
— Seu nome?
— Cecily Aston-Black, ex-condessa de Wainfleet. — Ela falou quase em um
sussurro. Uma onda silenciosa ecoou pela audiência.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Sim?
— Eram as roupas dela, meritíssimo, as roupas da condessa. Ela estava
usando seu vestido novo. — Ela se virou para Cecily. — Você se lembra, minha
senhora, do lindo vestido dourado com fitas de cetim que o conde comprou especial
para você?
Cecily estremeceu. — Eu não ligava para aquilo. — O pai de Zach costumava
dar presentes gratificantes a ela depois de uma noite particularmente ruim. — Eu
dei o vestido para Jeannie, para seu casamento, minha serva pessoal, Jeannie
Carr. Ela ia se casar no dia seguinte. Ela amou o vestido, e nós éramos iguais... —
Ela vacilou e suas mãos voaram até sua boca quando ela percebeu as implicações.
Ela terminou em um sussurro horrorizado, — Nós éramos do mesmo tamanho. Eu
dei a ela o vestido dourado para usar em seu casamento.
Houve uma onda de conjecturas, então uma empregada disse: — Achamos
que Jeannie havia abandonado Bobby Looker, deixando-o de pé no altar..., mas o
tempo todo... — Ela começou a soluçar ruidosamente.
— Se o corpo fosse de Jeannie Carr, — disse cara de falcão, — ainda há um
assassinato a ser investigado.
Sykes, o velho cocheiro do pai de Zach, levantou-se pesadamente. — Acho
que sei o que aconteceu com ela, — ele disse. — Eu pensei sobre isso por anos,
mas... — Ele coçou a cabeça preocupado. — Eu não tinha certeza de mexer com
tudo de novo.
— Vá em frente, cara, — Cara de falcão estalou.
— Quando sua senhoria soube que o jovem Mestre Adam havia fugido com
sua esposa, ele ficou furioso, ele era um homem de temperamento, mas nunca o vi
tão furioso. Ele tinha bebido bastante, — ele disse em com um olhar apologético a
Zach. — Ele insistiu em sair atrás de você em sua carruagem, embora já estivesse
bem escuro então. E ele estava determinado a dirigir sozinho, bem, você sabe como
ele era, Mestre Adam.
Zach acenou com a cabeça. Quando seu pai estava bêbado e furioso, o
próprio diabo não conseguia argumentar com ele.
O rosto do velho enrugou-se de emoção. — Batemos em algo na saída, pouco
antes da ponte. Achei que fosse uma ovelha, sinceramente, ouvi um pequeno
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
balido. Voltei quando chegamos em casa na manhã seguinte para verificar, não
gosto de deixar os animais sofrerem, mas nunca encontrei nada, então nunca
pensei muito sobre isso. Mas pensando bem... acho que ele pode ter batido na
jovem Jeannie, indo encontrar seu Bobby, toda vestida com suas melhores
roupas...
Houve um silêncio abafado enquanto as pessoas na plateia imaginavam uma
jovem noiva alegre, cruzando os jardins da propriedade no escuro, vestida com seu
lindo vestido novo dourado, indo ao encontro de seu noivo, apenas para ser
atingida por uma carruagem conduzida por um maníaco bêbado... e se afogou.
Eles imaginaram o noivo esperando no altar na manhã seguinte, a lenta
devastação conforme os minutos passavam e ele percebeu que havia sido rejeitado.
E a questão do ‘por que’ nunca foi respondida... até agora. Muito trágico.
Cara de Falcão fez uma anotação e disse energicamente: — Nesse caso, acho
que não há caso para responder. Cecily Aston-Black está viva e bem, e a morte da
criada, Jeannie Carr, eu considero morte acidental, e como o condutor foi para seu
descanso eterno, esse é o fim do assunto. Lorde Wainfleet, você está livre para
partir.
Houve um momento de silêncio absoluto, então gritos explodiram. Zach se
levantou, meio incrédulo com sua boa sorte, meio exultante. Ele estava livre, livre
para construir uma nova vida. Agora ele só precisava encontrar a garota com quem
queria construir...
E no fundo da sala, uma bela jovem se levantou, seu sorriso uma explosão
de sol deslumbrante em um mar de sorrisos felizes. Zach achou que seu coração
fosse explodir.
Afinal, ela estava aqui. Esperando por ele. Jane tinha vindo.
* * *
Jane estava no fundo da sala, empurrada pela multidão de pessoas, todas
querendo parabenizar Zachary pessoalmente, sem conseguir chegar até ele.
Do outro lado da sala, os olhos dela encontraram os dele. O seu cintilava
verde-prateado brilhante. Ela sorriu de volta, quase chorando, lágrimas de
felicidade. Afinal, eles haviam chegado a tempo. Ela encontrou Cecily e a trouxe
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
para London, e Zachary Black, Lorde Wainfleet, como era, embora ela sempre
pensasse nele como Zachary estava livre.
Uma pequena mão escorregou na dela. Era Winnie. — Vai ficar tudo bem
agora, não vai, Jane? Meu irmão está livre? Mamãe falou e o libertou?
Jane a abraçou. — Sim, meu amor, ele está livre. Sua mãe o libertou.
Cecily ainda estava na frente perto de Zach. Ela parecia bastante apavorada
com toda a atenção, mas parecia que Max estava cuidando dela. Ela teria algumas
explicações a dar, mas não aqui, não agora, tudo isso era para comemorar.
Jane observou Zach, cercado por simpatizantes, apertando as mãos,
sorrindo. Winnie se apoiou nela com confiança e Jane olhou para baixo. A
semelhança da criança com Zach a princípio a tornou querida para Jane, mas
aqueles longos dias na carruagem a fizeram amar Winnie por si mesma.
— Está vendo aquele homem alto e bonito ali? — Ela disse para Winnie.
— Meu irmão, você quer dizer?
— É aquele mesmo. Ele ainda não sabe, mas vou me casar com ele.
O rostinho magro de Winnie se iluminou. — Mesmo?
— Sim com certeza. Mas não conte a ninguém ainda, é um segredo.
— Eu prometo. — Os olhos de Winnie estavam brilhando. — Isso fará de você
minha irmã?
— Sim. — Jane a abraçou. — Eu sempre quis uma irmã mais nova.
— Eu sempre quis uma irmã também, — Winnie confidenciou.
— Bem, agora você terá quatro, porque você pode compartilhar as minhas:
Abby, Damaris e Daisy. — Ela as apontou. — E eu suspeito que você pode ter uma
tia também, vê aquela velha senhora? Aquela é Lady Beatrice.
Winnie olhou para Lady Beatrice, apoiando-se pesadamente em sua bengala,
olhando feio para a correia que bloqueava sua saída. Ela pegou Gil Radcliffe pelo
casaco e disse algo para ele. Ele acenou com a cabeça e abriu caminho para ela.
— Ela parece um pouco assustadora, — Winnie sussurrou enquanto a velha
senhora cambaleava em direção a elas.
— Ela é, mas ela tem o coração mais gentil do mundo, — Jane disse a ela. —
Eu prometo.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Vamos, vamos para casa, — declarou Lady Beatrice. — Não aguento mais
esse barulho. Freddy vai levar Damaris e Daisy para casa e Max vai trazer Abby.
— Mas...— Jane começou. Ela queria falar com Zachary.
— Disse ao jovem Radcliffe para trazê-lo mais tarde. Os dois vão jantar. —
Ela franziu a testa para Jane. — Bem, você não imaginou que poderia ter qualquer
tipo de conversa particular aqui, com toda essa ralé olhando, não é? Faça melhor
na sala de estar em casa. Não se preocupe, garota, ele tem obrigações para com
seus inquilinos, mas ele virá. Duvido que bestas selvagens possam mantê-lo longe
de você agora que seu nome foi limpo.
Jane olhou para Zach e enviou um sinal silencioso, apontando para Lady
Beatrice e indicando que ela tinha que ir. Ele balançou a cabeça e murmurou a
palavra logo. Ela soprou um beijo para ele e, do outro lado da sala, ele lançou-lhe
um olhar ardente, uma promessa silenciosa que secou sua boca e fez seu coração
disparar.
Lady Beatrice observou a troca, soltou uma gargalhada e depois olhou para
Winnie, agarrada ao braço de Jane. — Bem, agora, quem é essa?
— Esta é Winnie Williams, Lady Beatrice. Ela é filha de Lady Wainfleet e
meia-irmã de Zachary. E, — Jane acrescentou, puxando Winnie mais perto, — Eu
acabei de dizer a ela que ela pode ter uma nova tia.
Os olhos de Lady Beatrice brilharam. — Ho! Uma nova sobrinha, não é?
Excelente. Agora venha, criança Winnie, Max, aquele é meu sobrinho, está
trazendo sua mãe, então não precisa se preocupar. Depois de toda essa
empolgação, preciso de um drinque e espero que você queira um bolo e um pouco
de limonada, hein?
Winnie acenou com a cabeça timidamente e, ainda agarrada ao braço de
Jane, seguiu a velha senhora até a carruagem que esperava.
* * *
Não havia nenhuma maneira de Zach se afastar rapidamente de seus
simpatizantes e, para ser honesto, ele não teve coragem de rejeitá-los, embora não
houvesse nada que ele quisesse mais na vida do que ir até Jane.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Mas aquela boa gente havia feito o que foi, para a maioria deles, a jornada
mais longa de suas vidas, apenas para mostrar seu apoio, e ele estava grato. Mais
do que grato, ele ficou profundamente comovido.
Então ele convidou todos, seu pessoal Wainfleet e os homens com quem ele
tinha estudado e qualquer outra pessoa, até mesmo o primo Gerald, para se juntar
a ele na taverna no caminho, onde ele comprou bebidas pelas próximas duas horas.
No início do primeiro turno, uma vez que todos na taberna tinham uma
bebida nas mãos, ele fez um discurso, agradecendo o apoio e a fé que depositavam
nele. Para seus amigos de escola, ele prometeu um jantar no clube de Gil, que em
breve também seria seu, e para o povo de Wainfleet ele prometeu uma celebração
adequada na propriedade, uma festa de 1º de maio, comemorando seu retorno à
Inglaterra.
— Seu retorno dos mortos, meu senhor! — Alguém na plateia disse, e todos
riram.
— E o início, espero, de uma nova era próspera para todos em Wainfleet, —
concluiu Zach. — Pelo futuro. — E todos beberam.
Zach olhou para a porta. Ele precisaria ficar pelo menos mais uma hora
antes de partir. Ele brindava e brincava e ria e falava, um copo na mão o tempo
todo, mas quase não bebia.
Havia apenas uma coisa que ele queria agora: Jane.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
com ela, ela deixou uma Cecily pálida e claramente nervosa sozinha com seu
marido, provavelmente para contar a ele a notícia de sua bigamia.
Cecily olhou para Michael, torcendo o lenço entre dedos nervosos.
— Bem, garota, você não tem um beijo para mim? — Ele disse calmamente.
Sua voz era tão gentil que ela queria explodir em lágrimas, mas estava muito
cheia de culpa. Ela correu e o beijou nervosamente. — Como você me achou?
— Eu segui você de volta aqui depois daquela audiência.
— Você estava lá? — Ela olhou para ele. — Mas como?
— Estive em Wainfleet, onde ouvi tudo sobre a condessa, afogada no lago,
alguns disseram, fugir com o filho, outros disseram. E ouvi tudo sobre o velho
conde que morreu no ano passado, que tinha jeito com os punhos quando bebia, e
não era exigente sobre onde os punhos batiam. Ele não foi elogiado por ninguém.
Ela colocou a mão trêmula contra a boca. — Oh, meu Deus, você sabe?
Ele assentiu.
— Sobre a... a bigamia?
Novamente, ele acenou com a cabeça.
— Mas como? O que fez você ir para Wainfleet em primeiro lugar?
— O homem daquele advogado. Lá estava ele, perguntando sobre a condessa
de Wainfleet, e você e Mary Thomas, todas confusas por causa dele, e convencendo
toda a aldeia a falar apenas galês com o pobre homem. E o que temos a ver com a
condessa de Wainfleet, me perguntei, então conversei baixinho com o sujeito.
— Oh, Michael. — Os olhos de Cecily se encheram de lágrimas.
— Ele me disse que ela havia desaparecido há doze anos e que o conde
precisava dela em London agora. E que o nome dela era Cecily.
Com isso, um soluço escapou de Cecily. — Oh, Michael, sinto muito.
Ele puxou um lenço e enxugou suas bochechas. — Cale a boca agora, garota,
não assuma. O que está feito está feito.
— Por que você não disse nada?
— Bem, veja, eu me lembro de como você era quando veio pela primeira vez
para ficar com Mary Thomas. Você estava insegura e nervosa, cariad,3 como um
cachorro maltratado e que aprendeu a temer a mão do homem. — Ele acariciou
3 Amor em galês
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
sua bochecha com as costas dos dedos. — Eu sabia que você estava fugindo de
algo ruim, alguém ruim. Eu sabia que você estava se escondendo, sabia que estava
cheia de medo e segredos. — Ele sorriu. — Mas, Deus me perdoe, eu queria você.
— Oh, Michael... eu nunca deveria ter concordado em me casar com você, eu
sei. Bigamia, é um crime grave. E você sempre foi tão correto, tão puro...
Ele riu. — Não tão correto ou puro que não quisesse você no instante em que
pus os olhos em você. E ainda quero. — E ele a puxou para seus braços e a beijou.
— O que você vai fazer? — Cecily disse depois de um tempo.
Ele colocou um cacho perdido atrás da orelha dela. — Suponho que seja
melhor você fazer de mim um homem honesto.
Ela piscou. — Eu não entendo.
— Acho que um casamento tranquilo em London resolverá o problema. Então
voltamos para Llandudno e continuamos com nossas vidas.
— Quer dizer que você não vai contar?
— Que bem isso faria? Você é minha esposa. Fiz promessas na presença de
Deus, promessas que ainda considero sagradas, bigamia ou não. Deus sabia a
verdade, mesmo que eu não soubesse. Talvez seja por isso que Ele nunca nos
abençoou com outro filho.
Ela mordeu o lábio.
— Mas nossa Winnie é uma bênção suficiente para mim, — ele continuou.
— E enfrentaremos o Julgamento Divino quando chegar a hora. Minha mente é
fácil.
Sua bondade, sua aceitação, trouxe mais lágrimas. — Michael Williams, você
é um homem tão bom e decente, eu não mereço você. Mas eu te amo tanto.
— Cale-te agora, cariad. Apenas me diga que você vai se casar comigo em
London e nos dê um cwtch4. — Ele abriu os braços para ela e ela se jogou neles.
* * *
A campainha tocou no momento em que Cecily mandou o marido entrar na
sala e estava no meio de apresentá-lo a todos. Antes que Jane pudesse se
desculpar, Featherby conduziu Zachary para a sala de estar.
Houve um coro de saudações e parabéns.
— Obrigado a todos, — ele disse. — Eu adoraria discutir tudo isso com vocês,
e o farei mais tarde, acredito que fui convidado para jantar? — Lady Beatrice
inclinou a cabeça graciosamente. Ele agradeceu e se virou para Cecily. — E, Cecily,
há coisas que precisamos discutir, mas primeiro...— Ele se voltou para Lady
Beatrice. — Posso falar com sua sobrinha em particular?
— Certamente, querido, mas qual sobrinha? Tenho cinco para você escolher.
Ele sorriu, começou a se virar e olhou para trás com um olhar estranho. —
Cinco? Achei que fossem apenas quatro.
Lady Beatrice sorriu. — Eu tenho uma nova sobrinha, uma que você ainda
não conheceu. Lady Winifred Aston-Black, mais conhecida como Winnie Williams,
sua irmã.
— Minha irmã...— Ele parou de falar e Jane viu como ele parecia, realmente
olhar, pela primeira vez para Winnie. A criança sentou-se como um pequeno rato
na beira da cadeira, olhando para ele, seu magnífico irmão mais velho, com o
coração nos olhos. Jane prendeu a respiração. Não o deixe estragar isso, ela orou.
— Eu tenho uma irmã? — Zach disse em uma voz admirada. Ele olhou para
Winnie e deu a ela um de seus sorrisos lentos e emocionantes. — Eu tenho uma
linda irmãzinha. Você não pode saber o quão feliz isso me deixa, Winnie, — ele
disse a ela em sua voz profunda. — Eu sempre quis uma irmã mais nova.
Se Jane já não tivesse se apaixonado por ele, ela teria se apaixonado naquele
momento. E então ele pegou as mãos de sua irmãzinha em suas grandes e as
levantou uma após a outra para ser beijada. Estava certo. Winnie floresceu sob seu
cuidado gentil e sorriu.
— Eu sempre quis um irmão também, — Winnie disse timidamente.
Zachary riu e acariciou sua bochecha com um dedo comprido. — Vou tentar
ser bom, — ele disse. — Mas vou precisar de muita prática. Estou ansioso para
mostrar a você Wainfleet, irmãzinha. As pessoas de lá ficarão entusiasmadas em
conhecê-la, uma nova filha para Wainfleet.
Cecily fez um pequeno som com a garganta e Zachary se virou para ela,
dizendo: — Primeiro você me devolve minha vida, e agora uma irmã, um presente
precioso para o qual não tenho palavras. — Ele beijou a mão de Cecily. — Obrigado
do fundo do meu coração.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Cecily puxou a mão de volta. — Você não pode tê-la! Eu não vou desistir dela!
Zachary percebeu a situação de relance. — Claro que não vou tirá-la de você,
Cecily. Não tenho intenção de separar você de sua filha, meu Deus, que tipo de
homem eu seria se sequer pensasse em tal coisa? Ela é sua filha e sempre será.
Ela o olhou em dúvida e ele deu um pequeno aceno de cabeça para
tranquilizá-la. — Mas você vai deixá-la vir para Wainfleet às vezes para passar
férias, não vai? Trazê-la com você, quero dizer. — Seu olhar incluiu o marido de
Cecily, a quem ele ainda não tinha sido apresentado. — Todos vocês.
Cecily gaguejou: — Você me perdoa então? Por escondê-la?
Zach sorriu. — Não há nada a perdoar. Suponho que o agente do advogado
era um idiota que usou meu título e fez exigências, isso deve ter te assustado quase
até a morte.
Cecily suspirou e assentiu. — Sim. Mas me desculpe por ter sido tão idiota,
eu deveria ter confiado em você.
Zach olhou para Max. — Eu não te agradeci adequadamente ainda por
encontrá-la. Eu não sei como você fez isso, mas...
— Eu não fiz nada, — disse Max. — Jane a encontrou.
Zachary olhou para Jane em choque. — Jane encontrou?
Max disse: — Ela contratou uma carruagem e foi para North Wales,
encontrou Cecily e a convenceu a vir para London. Acabei de trazer todas de volta
a London.
Zach olhou para Cecily, que assentiu.
— Mas... — Ele fechou os olhos brevemente. — Primeiras coisas primeiro. —
Lady Beatrice, posso falar com sua sobrinha em particular? — Ele pegou a mão de
Jane. — Esta.
E sem esperar permissão, ele apressou Jane para fora pelo corredor. Ele
olhou ao redor. — Onde nós podemos...
— Aqui. — Jane abriu a porta da pequena sala e puxou-o para dentro.
Chutando a porta atrás dele, ele a puxou em seus braços e a beijou.
Ele a beijou como um homem morrendo de sede no deserto, desejosamente,
avidamente, precisando prová-la, senti-la contra ele, precisando envolver-se em
torno dela. Para reclamá-la.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
— Eu sei que você é. Agora, por favor, diga que se casará comigo, porque
ajoelhar-se assim é um tanto desconfortável, para não dizer parecido com um
idiota, e quero ter o meu jeito perverso com você naquela chaise longue.
— Oh, bem, nesse caso, eu adoraria me casar com você, meu querido Zachary
Black, ou qualquer que seja o seu nome. — E ela escorregou da chaise longue para
os braços dele.
* * *
O jantar começou com Zach e Jane anunciando seu noivado. Houve um
pequeno atraso quando Lady Beatrice apontou causticamente que Zach não tinha
fornecido um anel para sua noiva.
Ela poderia, no entanto, resolver seu problema. Ela estalou os dedos e o
sempre preparado Featherby tirou de seu bolso uma pequena caixa de couro. —
Até agora, forneci a todas as minhas sobrinhas um anel de noivado, — disse a velha
senhora, — para que possamos manter a tradição. A menos que você tenha alguma
objeção, Wainfleet?
Sob seu olhar redondinho, Zach não ousaria. Ele aceitou a caixa
graciosamente e abriu-a. Era magnífico, um rubi vermelho brilhante, rodeado por
minúsculos diamantes. Ele mostrou para Jane.
— Oh, é lindo, — ela exclamou alegremente. — Ponha em mim, Zach, ponha!
— Ele o colocou e selou o acordo com um beijo.
Jane, segurando o anel na mão, beijou Lady Beatrice, depois o mostrou a
todas as suas irmãs, e elas exclamaram, a admiraram e a abraçaram de novo.
Ela fez uma pausa e olhou para Lady Beatrice. — Você nunca mencionou
este anel quando eu estava prometida a Lorde Cambury.
— Não, — a velha senhora disse. — Os anéis que dei a cada uma de vocês
são para amar, não para mostrar. Uma esmeralda para Abby, uma safira
para Damaris e agora um rubi para Jane, a garota que tentou negar seu coração
afetuoso e amoroso — ela piscou para Zach — e foi frustrada por um cigano bonito.
E então o champanhe fluiu. Foi uma reunião grande e feliz, com Lady
Beatrice, todas as irmãs de Jane, Max e Freddy, Gil, Cecily e Michael, e Winnie,
que foi relutantemente autorizada por seu pai a tomar seu primeiro gole de
champanhe. O único membro desaparecido de sua extensa família era Flynn, que
Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis.
estava passando algumas semanas na casa de campo de uma certa Lady Elizabeth,
filha de um conde empobrecido. Um anúncio interessante era esperado.
Ao longo de uma dúzia de assuntos, eles relembraram os acontecimentos do
dia, Zach agradeceu a todos novamente, Jane descreveu sua viagem ao País de
Gales e, em seguida, Cecily e Michael anunciaram discretamente que iam se casar
novamente e mais champanhe foi trazido.
— Você deve ter uma lua de mel, — disse Jane.
— Oh, não, — Cecily objetou, mas ela olhou para Michael com uma expressão
esperançosa.
— Não, — ele disse, — simples ministros do país não vão em lua de mel.
Ele quis dizer que eles não podiam pagar, mas Jane percebeu que Cecily
adorou a ideia. Ela olhou para Zach, que captou sua mensagem silenciosa
lindamente. — Seria um prazer tê-lo de férias em Brighton por algumas semanas,
se você permitir, Michael, — ele disse. — Um pequeno obrigado por salvar meu
pescoço do laço. E uma pequena parte do que a propriedade Wainfleet deve a
Cecily. É sobre isso que eu queria falar com você, Cecily, como viúva de meu pai,
você tem direitos.
— Oh, mas — Michael começou.
— Tudo elaborado nos acordos antes de seu casamento com meu pai — Zach
disse a ele com firmeza. — Legal e vinculativo, nenhuma escolha no assunto. Mas
a viagem a Brighton seria um presente de casamento meu, se você aceitar.
Michael e Cecily se entreolharam. Os olhos de Cecily estavam brilhando.
— E se você permitir — acrescentou Jane, — Winnie pode ficar aqui conosco,
e Zachary e eu podemos mostrar London a ela. Lady Beatrice?
— Não consigo pensar em nada mais encantador, — a velha senhora disse
prontamente. — Garota encantadora. Já gosto dela.
Cecily se virou para a filha. — Você se importaria de ficar aqui enquanto seu
pai e eu saímos para umas pequenas férias?
— Se importar? — Winnie exclamou. — Ficar em uma casa com três gatos,
um cachorro, duas irmãs e uma tia, e conhecer London com meu irmão?
Todos eles riram. — Então está resolvido, — Zach disse.
* * *
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Zach estava com seu padrinho, Gil, esperando no altar. A igreja estava cheia
de flores da primavera e seu perfume, polidor de metal, incenso e cera de abelha
formavam uma mistura inebriante.
— Você está com o anel? — Ele perguntou a Gil.
— Pela quinta vez, sim.
— Ela está atrasada.
— Ela não está.
Atrás dele estavam seus futuros cunhados, Davenham e Freddy Monkton-
Coombes, parecendo perfeitamente relaxados e um pouco presunçosos, malditos
homens casados. Eles não tinham ideia de como ele estava se sentindo nervoso.
Flynn agora, parecia quase tão nervoso quanto Zach. Com quatro acompanhantes
nupciais, ele teve que ter quatro padrinhos, e Jane sugeriu Flynn. Zach não se
importava com quem estava na festa de casamento, desde que Jane estivesse.
Onde ela estava? E se ela tivesse mudado de ideia?
A igreja estava lotada, quase todos lá por Jane e suas irmãs, metade delas
da sociedade literária, mas alguns dos parentes de Zach tinham aparecido,
parentes dos quais ele mal se lembrava, mas parecendo feliz em vê-lo, para sua
surpresa. Até o primo Gerald agraciou o evento com sua presença, embora não
exalasse exatamente doçura e luz. Cercas para consertar lá, Zach pensou.
Mas onde diabos estava Jane?
O organista, que tinha tocado alguma melodia assustadora nos últimos dez
minutos, ficou em silêncio, e então, a Wedding March, de Mendelssohn.
Ele se virou e viu sua irmã mais nova, esguia e séria, caminhando com
passos lentos e cuidadosos pelo corredor em sua direção, segurando um punhado
de frésias e algum tipo de flor branca em um aperto mortal. Sua garganta
inchou. Ela foi seguida por Daisy, e atrás dela... o amor de sua vida.
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Ele roçou os lábios nos dela, tão levemente que mal podia sentir, um toque
quente e picante. Ela se contorceu e empurrou mais perto, e ele sorriu com sua
impaciência.
— ‘Venha viver comigo e seja meu amor, E nós provaremos todos os prazeres',
— ele citou suavemente. — Os prazeres, amor, todos os prazeres.
Ela sorriu. — Isso soa bem.
— Melhor do que bem... — Mais uma vez, a boca dele deslizou sobre a dela,
acariciando seus lábios levemente, era uma provocação, uma tentação lenta e
tentadora. A fricção delicada de sua boca sobre a dela, seu hálito quente, a
sugestão de seu sabor masculino atraente estremeceu por ela. E no meio, suas
profundas palavras de amor murmuradas.
Ela suspirou, fechou os olhos e se entregou a ele.
A provocação delicada de sua boca logo se transformou em beijos lentos,
quentes, profundos e envolventes... e ela lentamente se transformou em uma poça
quente de desejo. Foi uma bênção absoluta. As mãos dele vagaram sobre ela e ela
puxou com impaciência seu colete, sua camisa.
— Sim, acho que é hora de nos livrarmos disso. — Ele se levantou da cama
e, sem tirar os olhos dela, tirou o casaco, o colete, a camisa. E ele estava nu da
cintura para cima.
Ele se virou, sentou-se e tirou as botas, depois se levantou e empurrou as
calças pelas pernas e chutou-as para longe. Ele se virou e ficou diante dela, vestido
apenas com cuecas brancas. Ela se deitou na cama, mole, festejando ao vê-lo.
Senhor, mas o homem era lindo. Ele sorriu, aquele sorriso lento e irresistível que
nunca deixou de fazer suas entranhas se curvarem de prazer.
— Agora você. — Ele estendeu a mão e ela permitiu que a puxasse para cima.
Ele a beijou novamente, mas seus joelhos cederam e ela afundou
desamparadamente de volta na cama.
Com uma risada suave e profunda, ele alcançou os botões nas costas de seu
vestido. — Deve haver uma centena dessas coisas, — ele murmurou enquanto
lutava com os botões. — Daisy gosta de dificultar as coisas, não é?
— É um lindo vestido.
— Estou mais interessado na bela mulher dentro dele.
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Jane estava muito ocupada explorando seu lindo peito nu para se importar.
Portanto, era assim que um homem era construído, todos planos elegantes e duros,
esguios e poderosos. Esculpido. Bonito. Ela se inclinou para frente e lambeu um
minúsculo mamilo duro e ele se engasgou.
— Se você se preocupa com este vestido, eu não faria isso, — ele a avisou
com um olhar de promessa sombria.
— Eu me importo com isso. Mas você poderia se apressar?
Como resposta, ele a colocou de pé, puxou o vestido pela cabeça e o jogou de
lado. E franziu o cenho para o espartilho, a anágua e a camisa. — Gostaria de ter
minha faca, — ele murmurou, e começou a trabalhar nas cordas do espartilho.
Jane estava mais interessada no que estava acontecendo dentro de sua
cueca. Algo estava... diferente. Ela ansiava por puxá-las para longe e olhar, mas
era muito tímida. Ainda. Ela desejou ter bebido um pouco mais de champanhe.
E então seu espartilho caiu. Ele o jogou de lado e, com um movimento rápido,
tirou a anágua e a camisa dela. Ela estava nua. Ela deveria estar envergonhada,
deveria ter se movido para se cobrir modestamente de seu olhar quente e
masculino, mas de alguma forma ela não conseguia se mover.
Ele a devorou com os olhos. E então deixou cair sua cueca e ela esqueceu
tudo sobre sua própria nudez no fascínio dele.
Ele era magnífico. Ela olhou para aquela parte dele orgulhosa e sem
vergonha e desejou tocá-la, mas não tinha certeza se ele se importaria ou não.
Ele roçou a parte de trás dos dedos levemente sobre seus seios e sua
respiração engatou em uma série de suspiros crescentes enquanto seus dedos se
moviam para frente e para trás e ela doía onde ele a tocava, e suas entranhas se
apertaram de desejo.
Empurrando-a de volta na cama, ele se deitou ao lado dela, pele com pele,
beijando, suas mãos vagando sobre ela, sua pele tão tenra e sensível, cada
toque parecia estremecer por ela.
Ela se contorceu para se aproximar dele, explorando seu grande e belo corpo
masculino, suas mãos acariciando febrilmente, apertando, aprendendo-o. E o
tempo todo eles estavam se beijando, se beijando, e mal conseguia pensar, apenas
tocar, apenas provar, apenas sentir.
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A boca dele se moveu para seus seios e ela se engasgou e estremeceu sob
seu ataque tenro, mal se lembrando de como ele reagiu quando ela o lambeu
ali. Mas ela se lembrou e afastou a cabeça dele para que pudesse prová-lo ali,
para mordiscar e chupar seus pequenos mamilos masculinos, e foi a vez de ele
gemer e estremecer.
— Eu não, ainda não, — ele murmurou, e erguendo seu rosto, ele a beijou
profundamente, possessivamente, e então beijou seu caminho para baixo em sua
garganta e de volta para seus seios. Sua boca se fechou sobre um mamilo quente
e chupou, ela se arqueou contra ele, pulsando com necessidade, com prazer,
com... alguma coisa.
Seus dedos deslizaram entre suas pernas, acariciando e provocando e ela
ouviu o som de umidade e fez um pequeno som de constrangimento.
— Não, — ele a tranquilizou, sua voz um estrondo sombrio de amor, — isso
é perfeito, você é perfeita, amor. — Ele moveu os dedos e ondas profundas
estremeceram por ela. — Você é linda. Toda linda.
E ele a acariciou, e seus dedos inteligentes e insistentes extraíram dela tal
resposta que toda consciência, qualquer autoconsciência, simplesmente evaporou
sob a demanda, a maré crescente de... o impulso insistente para... a...
— Por favor, por favor... — Ela implorou, sem saber para quê. Suas pernas
se debateram, estremecimentos percorreram seu corpo.
E ele a reivindicou com a boca, e seus dedos se moveram e ela pensou que
não aguentaria mais... ela quebrou, em um milhão de raios de sol.
E antes que ela pudesse se recuperar, ele se moveu sobre ela, e ele estava lá,
entre suas pernas, grosso, duro e quente. — Calma, amor, calma, — ele murmurou
e a acariciou e novamente ela sentiu a pressão dentro de seu peito.
Agora ela queria sentir essa espessura, essa masculinidade contundente, e
dura dentro dela, e empurrou contra ele, e quando a penetrou em um movimento
longo e suave, ela sentiu uma picada aguda, mas então ele estava se movendo, e
parecia certo. Envolveu seus braços e pernas ao redor dele, segurando com força,
e de repente eles estavam se movendo juntos em um ritmo que alguma parte
profunda e primitiva dela reconheceu.
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Epílogo
— É demais! — Ela acrescentou, — muito. Eu não mereço isso. Oh! Por que nem
todo mundo está tão feliz?
JANE AUSTEN, PRIDE AND PREJUDICE
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