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OS SPENCERS - II
STEFANY NUNES
SUMÁRIO
Nota da autora
Nota da autora II
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Epílogo
Ao leitor
Agradecimentos
Capítulo Um
Sobre a autora
Leia também
O Encanto de Uma Dama
Série “Os Spencers” – 2
Copyright 2023 por Stefany Nunes
Edição e revisão: Liz Stein
Imagens da capa: Period Images, Deposit Photos e Canva.
PLÁGIO É CRIME.
Todos os direitos reservados. Este livro ou qualquer parte dele não pode ser reproduzido
ou usado de forma alguma sem autorização expressa, por escrito, do autor ou editor,
exceto pelo uso de citações breves em uma resenha do mesmo.
Essa é uma obra de ficção. Quaisquer similaridades com pessoas, situações, nomes ou
fatos reais são mera coincidência.
Este livro contém temas que podem ser sensíveis para algumas
pessoas, como violência física. Contém cenas eróticas descritivas.
Idade de leitura recomendada: 18 anos.
N O TA D A A U T O R A I I
—E stou doente.
Iris fingiu uma tosse seca ao olhar para matriarca,
parada na porta de seu quarto com uma fita cor-de-rosa nas mãos.
— Doente? Desde quando? — Georgia franziu a testa
fortemente. — Você esteve ótima o dia todo.
Desde que Paolo Vicenzo sugerira que Iris faltasse ao baile para
passar um tempo com ela.
Desde aquele exato momento.
Não era prudente, ela sabia disso. Paolo nem ao menos
terminara sua fala, ela não fazia ideia do que ele lhe sugeriria fazer.
Ainda assim, Iris quis que ele terminasse. Quis saber que ideias
Paolo tinha em relação a passar seu tempo com ela. Poderia não
significar nada, mas poderia significar.
Então, ela o faria. Que Deus a ajudasse, mas faria.
— Tenho uma alergia estranha. — Iris levou a mão à garganta.
— Acho que havia alguma flor diferente no ateliê.
Georgia continuou encarando a filha.
— Iris, não minta para mim.
— Não estou mentindo. — Ela voltou a tossir. — Por que faria
isso? Estava muito animada com o baile, com… — Iris olhou para
cima, pensando em como continuar aquela farsa. — Em dançar com
Lorde Rutherford.
O mesmo lorde que parecera ter deixado Paolo com ciúmes.
— Hum… — Georgia murmurou, seus olhos estreitos. — Não
seria de bom tom que ficasse tossindo no salão.
— Pois eu também acho.
— Tossindo? — Jasmine entrou no recinto, como sempre linda
em seu vestido dourado. — Quem está tossindo?
— Iris. — Georgia revirou os olhos e deixou a fita de lado. —
Teremos que ir sem ela.
Iris tentou — tentou de verdade — não encontrar o olhar de
Jasmine naquele instante. Porém, pareceu impossível escapar dela.
— Certo… — Jasmine murmurou.
— Vou apressar seu pai e podemos ir. Phillip está fora, certo?
— Sim, está com Jack. — Jasmine manteve-se concentrada na
caçula.
Assim que Lady Spencer sumiu de vista, ela apontou um dedo
para Iris.
— O que está tramando?
— Eu? — Iris apontou para si mesma, em sua melhor voz
desentendida.
— Não está com alergias!
— Estou. Cof. Cof. — Ela deu um tapinha no próprio peito. —
Viu?
Jasmine suspirou pesadamente.
— Deus do céu, quanta falsidade! Vou contar à mamãe…
— Não! — Iris se adiantou, um pouco mais alto do que gostaria.
Jasmine sorriu, vitoriosa, e colocou uma mão na cintura,
aguardando-a prosseguir.
— Sim?
Iris respirou fundo, seu cérebro fervendo ao pensar em como
escapar daquela mentira.
— Tenho um livro para ler e estou realmente cansada. Está
muito calor e me senti tonta.
Jasmine ficou em silêncio um instante, e trocou o peso de uma
perna para a outra.
— Tudo bem, mas acho que está desperdiçando sua
oportunidade de dançar com Lorde Rutherford. Poderiam avançar
um pouco mais além dos flertes corriqueiros.
Iris fechou os lábios numa linha fina. Se ao menos Jasmine
soubesse que era exatamente isso que ela queria…
— Eu sei, mas a temporada ainda é longa. Terei a oportunidade
em outro momento.
A mais velha assentiu e deu de ombros.
— Eu vou porque preciso me divertir um pouco. Me distrair de
todo esse drama que assolou a Mansão Spencer.
— Faça isso e aproveite por mim.
Assim que ficou sozinha, Iris olhou-se no espelho e arrumou o
coque simples, dando dois tapinhas no cabelo. Respirou fundo e foi
até a janela, observando pelo vidro enquanto a família entrava no
coche e partia. Seus olhos encontraram a figura forte de um certo
lacaio sentado no pátio, nas sombras.
Iris sorriu, em silêncio, nervosa e com as mãos suando.
Preparada para descer, ela só esperava que Paolo estivesse
falando sério mais cedo.
—U m uísque.
Sob o burburinho de vozes graves, Paolo acomodou-
se no banco junto ao balcão de bebidas do Fightplace, um lugar
muito famoso na cidade pelas lutas de boxe e entretenimento
masculino de qualidade. Era uma opção para aqueles que não eram
membros dos clubes exclusivos, a um preço acessível e com boas
bebidas à disposição.
Assim que terminou seu serviço, os inúmeros afazeres na
preparação para a partida para o campo com a família Spencer,
Paolo foi até Covent Garden com a intenção de encontrar Tommaso
e verificar finalmente do que o bilhete se tratava.
Não o encontrou ali, o que fez com que sua preocupação
aumentasse de forma significativa. Onde demônios estaria seu
irmão? Pensou em ir procurá-lo, em verificar se Tommaso havia sido
pego pelas autoridades, mas desistiu. Paolo não tinha energia nem
disposição para se envolver em qualquer que fosse a confusão na
qual Tommaso se enfiara — e ele já havia dito isso a ele mais de
uma vez.
Decidiu então aproveitar que estava fora e parar para beber em
algum lugar. No caminho de volta, passou em frente ao ringue de
boxe e pensou que finalmente seria bom conhecer o local tão bem
falado entre os homens da cidade. Olhando em volta, ele conseguia
entender por que a fama do lugar era boa.
Tudo ali parecia ter sido planejado com esmero. Era escuro e um
tanto mal cheiroso, mas mais limpo do que qualquer outro que já
tivesse visitado. Paolo poderia apostar que havia alguém grande por
trás do negócio, algum investidor visionário. Sacos de areia se
espalhavam pelo ambiente, pendurados no teto com ganchos de
ferro. O ringue no centro do espaço era suspenso, dois metros
acima do chão, cercado por duas cordas grossas. Um recurso muito
interessante para deixar a luta em evidência.
Paolo observou alguns rapazes apostando perto dele, dividindo
opiniões nos lutadores que em breve começariam a se socar para a
plateia. Lembrou-se na mesma hora de Tommaso, e desejou que o
irmão não tomasse conhecimento daquele lugar, ou o pouco
dinheiro que tinham estaria ainda mais em risco.
Aceitando o copo de bebida que o atendente lhe ofereceu, Paolo
deu um gole longo. Sentiu o cansaço do dia lhe abater, se misturar à
perturbação que agora habitava em seu interior, um tornado de
sentimentos e dúvidas.
Dias antes, jamais duvidaria de que aquilo que estava fazendo
era o certo a se fazer. A mera imagem de Giuliana era o suficiente
para mantê-lo dentro de seu propósito. Agora, depois de tudo que
acontecera com Iris e a falta de provas contra Phillip… Paolo já não
tinha certeza de nada.
— Gosta do que vê? — Uma voz grossa parou ao lado dele.
Paolo encarou o ruivo com expressão zombeteira. O homem lhe
parecia familiar, embora ele não conseguisse se lembrar.
— É um lugar interessante — Paolo comentou, dando mais um
gole na bebida.
— Se interessa em lutar? — O sujeito correu os olhos por Paolo,
sem qualquer discrição. — O senhor é um homem grande, pode
conseguir umas boas lutas.
Paolo riu e colocou o copo sobre o balcão.
— Eu não luto. Não quando tenho opção, pelo menos.
— Os sujeitos que encaram o ringue conseguem uma quantia
significativa — o sujeito argumentou. — O dono do lugar está
sempre de olho em possíveis estrelas.
— O senhor é dono? — Paolo rebateu, mas o ruivo negou.
— Não, não sou. Apenas um… — ele pensou na palavra correta
— um colaborador, se assim quiser me chamar.
Paolo duvidava que aquilo fosse verdade. O homem em sua
frente era definitivamente de origem nobre. Somente as botas
lustradas, o tecido de suas roupas e o sotaque esnobe o
denunciavam. Mas Paolo entendia a mentira, pois não seria de bom
tom um cavalheiro estar envolvido naquele tipo de negócio.
— Agradeço a oferta, mas passo — Paolo falou.
O rapaz assentiu, virando-se para trás assim que foi chamado.
— Spencer! Ele chegou.
Spencer? Paolo se sobressaltou na mesma hora.
— Com licença — o estranho pediu e se retirou para os fundos
do lugar.
Paolo disfarçou, mas o seguiu pelo mesmo caminho. Aquele era
um familiar dos Spencers? Seria, talvez, o primo, irmão mais novo
do duque? Ele já tinha ouvido falar dele, como se chamava? Jack,
se não estivesse enganado.
O sujeito se esgueirou pelos fundos e entrou numa saleta
particular. Paolo olhou em volta, verificando se não estava sendo
observado, e se aproximou da porta entreaberta.
— Ei, Jack — disse uma outra voz. — Tomei a liberdade de me
servir um uísque.
Paolo conhecia aquela voz. Era a de Phillip Spencer.
— Até que enfim, achei que não viria hoje.
— Quase não vim, vou amanhã para a casa de Poppy. Passarei
o resto da semana em Garold’s Park.
— Ah, ótimo. Pedirei que leve a Noble alguns relatórios dos
rendimentos. — Paolo ouviu um barulho de gavetas se abrindo.
Ele não estava entendendo aquilo. Jack Spencer era o dono do
ringue? Isso justificaria os últimos minutos e o fato de Phillip estar
ali, naquela área privada. Era uma surpresa, Paolo tinha que admitir.
Jamais imaginou que os Spencers se envolveriam em um negócio
do tipo.
— Veja, esses números indicam o que foi investido no mês
passado… — Jack começou a explicar.
Paolo deu mais um passo. Aproximou-se um pouco mais, tentou
ouvir os murmúrios que agora estavam mais baixos. Perguntou-se
se Phillip estaria envolvido no negócio. Não duvidava que estivesse,
embora Paolo achasse aquela possibilidade algo muito fraco para
arruiná-lo. Sabia que os nobres costumavam investir seu dinheiro
em ramos diversos. Um ringue de boxe era ousado, porém não sujo
o bastante. O próprio Rei era um entusiasta do esporte.
A multidão no salão principal começou a gritar, chamando a
atenção de Paolo. Alguns homens começaram a caminhar em sua
direção, e ele achou melhor se afastar dali, para não levantar
suspeitas de que estava espionando. Contrariado, ele caminhou de
volta ao bar e parou para observar o que acontecia. Havia dois
homens no centro do ringue, já lutando, ambos sem camisa embora
um deles utilizasse um capuz escuro. Socos e golpes eram
deferidos, os homens que assistiam ao combate gritavam,
praguejavam e batiam palmas.
Aquilo até que era divertido, pensou Paolo. Ele aproximou-se
mais um pouco e cruzou os braços na altura do peito. Quase
conseguiu se distrair completamente, não fosse reparar de repente
na tatuagem na altura das costelas de um dos lutadores. Um tigre
em posição de ataque. Uma tatuagem que ele conhecia muito bem.
Que inferno! Paolo descruzou os braços e cerrou os punhos ao
lado do corpo.
Aquele lá em cima, golpeando e sendo golpeado, era o idiota de
seu irmão.
— Cuidado, caspita!
Horas depois, Paolo deixou Tommaso caído no chão do galpão e
se afastou. Estava possesso, completamente dominado pela raiva.
Tommaso era mesmo um estúpido por se colocar em risco, Paolo já
estava cansado de ser o único preocupado daquela relação.
Assim que a luta acabou, ele deixou o ringue e esperou o mais
velho sair, para não gerar nenhuma suspeita. Só não esperava que
Tommaso estivesse um tanto embriagado, além de machucado, e
que fosse precisar basicamente carregá-lo de volta para Covent
Garden, a ponto de precisarem pedir um coche alugado.
— Eu juro por Deus que se não estivesse todo quebrado, eu
mesmo te faria sangrar — Paolo murmurou. — Uma luta pública?
Por que demônios tinha que se arriscar assim?
— Consigo um dinheiro extra — Tommaso tirou o capuz e
soluçou, gemendo em seguida. — Ai, acho que quebrei uma
costela.
— E quanto ao dinheiro que lhe trouxe? O que fez com ele?
Tommaso apenas gemeu mais uma vez e deixou a cabeça
tombar para o lado.
— Acabou… — ele reclamou. — Era pouco.
Pouco… claro, como se Paolo acreditasse naquela desculpa.
— Inacreditável…
— Estou conseguindo meu próprio dinheiro. — Tommaso tirou
algumas moedas do bolso. — Lutando. E estou disfarçado, ninguém
vai me reconhecer.
— E se seu rival tivesse tirado seu capuz e fosse reconhecido?
Ainda estão à procura do assassino de Jones.
— Isso seria contra as regras. Sem contar que nem tenho
certeza de que me reconheceriam pela morte do almofadinha —
Tommaso respondeu.
Paolo passou a mão no cabelo, frustrado.
— Regras… claro, como se você pudesse exigir algo assim.
— Pare de reclamar, Paolo. Estou aqui e bem — ele gemeu,
tossindo. — Preciso descansar.
Paolo imaginava que sim, considerando o quanto Tommaso
havia apanhado e bebido.
— Por que queria falar comigo? — Paolo questionou. — Recebi
seu bilhete.
O mais velho deu de ombros e fechou os olhos.
— Para contar que lutaria. Esperava que aparecesse mais cedo.
— Tive muito trabalho, Tommaso. Ultimamente é tudo o que
faço, trabalhar.
Não exatamente tudo. Paolo também passara parte significativa
do seu tempo flertando com Iris. Com um suspiro, ele sentou-se
com as costas apoiadas na madeira gasta, dobrando um dos
joelhos.
— Precisamos conversar sobre os planos, Tommaso. Estou
preocupado.
— O que foi? — A voz de Tommaso saiu baixa. — O que
Spencer fez agora?
Nada, e esse era exatamente o problema.
— Estou sem opções, irmão. Não consigo achar nada
comprometedor contra Spencer. O homem parece ser um santo.
— Hum — Tommaso murmurou ao seu lado.
— Vou partir com a família amanhã para o campo e retorno no
fim da semana. Duvido muito que consiga algo ali, especialmente
porque o valete vai junto. Michael parece meio desconfiado quando
estou presente. Não creio que pense que sou um impostor, mas no
mínimo atrevido. Já levei umas broncas.
— Uhum.
— Realmente não consigo pensar em mais nada que possa nos
ajudar — concluiu ele.
— Eu não me preocuparia tanto… ainda temos a garota. Arruiná-
la será um belo golpe.
Paolo passou a mão no cabelo, a lembrança de Iris e de toda a
sua sinceridade lhe abatendo. Abriu a boca para responder, mas um
barulho do lado de fora o fez sobressaltar. Tommaso estava mais
adormecido do que acordado, não pareceu preocupado.
— O que foi isso? — Paolo sussurrou, levantando-se. — Fique
em silêncio.
Ele foi até a porta e tentou ouvir de onde o ruído vinha. Espiou
pelo vão da porta do balcão e respirou aliviado ao ver um bando de
meninos correndo na rua, segurando pedaços de pau. Paolo voltou
a se virar e caminhou para onde estava Tommaso.
Não queria tocar no assunto de Iris Spencer. Embora Paolo já
tivesse se decidido a não seduzi-la, não poderia mencionar sua
decisão a Tommaso, pois sabia que o irmão não aceitaria seus
argumentos. Mesmo porque, que argumentos ele tinha? Sua afeição
para com Iris? A culpa que começara a tomar seu peito ao perceber
que jamais conseguiria machucá-la? Nem mesmo o próprio Paolo
entendia direito o que estava sentindo.
Era melhor guardar aquele detalhe consigo.
Virando-se para o italiano caído, Paolo encontrou Tommaso
adormecido, o corpo já cheio de hematomas mais visíveis.
— Tommaso? — ele chamou, cutucando-o. — Ei!
Tommaso apenas soltou um resmungo baixo, mas não
respondeu.
Que maravilha, Paolo pensou. Ele suspirou e levantou-se,
batendo as mãos nas calças espantando a poeira. Olhou a figura do
irmão e balançou a cabeça em negativo, antes de sair pelas portas
altas em direção à Garden’s House. Precisava dormir.
Aquele fora um dia e tanto.
CAPÍTULO QUINZE
Quero você.
Deus do céu, como ele diria não para aquilo?
Paolo parou de raciocinar desde o momento em que colou seu
corpo ao de Iris na água, a chemise de tecido delicado transparente
com a umidade, revelando aquelas curvas e desenhos
maravilhosos. Ele jurara se controlar, que não se aproveitaria dela,
que tentaria ao máximo conter seus instintos devassos. Mas Iris
ansiava pelo toque dele, Paolo conseguia sentir! Era como uma
força poderosa e inevitável, como se ela o chamasse, como se o
estivesse esperando a vida inteira. Assim como… caspita, assim
como ele parecia ter esperado por ela.
Seria possível? Mesmo com todos os enganos e mentiras, seria
possível Iris Spencer estar destinada a encontrá-lo? Paolo não sabia
o que pensar. Mas ele não queria pensar. Não com ela em seus
braços, pedindo para ser sua.
Ele desceu os lábios pelo pescoço delicado, marcando-a com
beijos e lambidas. A pele ainda molhada se arrepiava mais com o
toque, e Iris gemia baixinho, entregue e completamente à sua
mercê.
Sempre honesta, sempre perfeita.
— Não vou fazer nada que não queira… — Paolo correu as
mãos da barriga aos seios redondos. — Nada que faça com que se
arrependa depois.
Iris assentiu, seus olhos fechados e lábios entreabertos, arfando
de prazer. Paolo sorriu ao apertar um mamilo durinho entre o
polegar e o indicador. Iris curvou o corpo ao sentir a boca dele ali,
sugando e provando os montes redondos sobre o tecido. Paolo
sentiu os dedos dela em suas costas, as unhas arranhando-o
levemente.
Seu membro respondeu no mesmo instante.
Dobrando o corpo sobre o dela, Paolo afastou as coxas macias,
tocou-a na parte interior, apalpou-a com cuidado.
— Quer que eu a toque aqui? — Os dedos dele estavam quase
nos pelos íntimos.
Iris abriu os olhos e concordou.
— Quero.
Paolo prestou atenção no rosto dela, em cada mudança de
expressão ao abrir as dobras delicadas. Iris arfou e mordeu o lábio
inferior ao sentir a invasão.
— Ah… você está molhada para mim. — Ele voltou a beijar o
corpo dela. — Tão pronta.
— Você me deixa assim. — Iris respirava com dificuldade.
Paolo beijou-a nos lábios, sua língua deslizando na dela com
familiaridade.
— Já se tocou pensando em mim, cara mia? — perguntou ele.
Ela balançou a cabeça para cima e para baixo. Paolo poderia
explodir naquele instante, imaginando-a se tocando ao pensar nele,
ao atingir o orgasmo. Cada movimento de seus dedos a deixava
mais melada, mais ansiosa. Ele manipulou o pontinho pulsante com
precisão, voltou a sugar um seio, mordiscou-o como se fosse uma
frutinha saborosa.
E por falar em sabor…
— Quero lambê-la — pediu ele. — Lembra-se do capítulo de seu
livro?
Iris piscou em concordância.
— Posso?
Ela nem ao menos hesitou ao responder:
— Sim, por favor.
Ele sorriu como se fosse um idiota. Paolo deslizou pelo corpo
dela, puxou a barra da chemise para cima e tirou-a pela cabeça de
Iris, deixando-a completamente nua. Ele parou para admirá-la sob a
luz do luar, envolvida nos elementos da natureza. Iris era uma
deusa, uma verdadeira Vênus, símbolo de beleza suprema. Seu
coração acelerou quando ele subiu o olhar pelas pernas esguias,
pelo triângulo de pelos escuros, a barriga lisa e os seios arfantes
com mamilos arrepiados.
E então ele encontrou as duas estrelas dos olhos dela. Toda
corada e inteira despida, de corpo e alma, Iris era a criatura mais
linda que Paolo já contemplara. Deslumbrante e divina. Ele duvidava
que pelo resto de sua vida alguém conseguisse superar aquela
visão.
— Abra as pernas para mim. — Ele se acomodou e beijou sua
coxa.
Iris respirou fundo ao fazê-lo, expondo-se mais. Paolo foi
meticuloso em admirá-la. Queria lembrar-se de cada parte dela,
cada pedaço maravilhoso e suave da mulher em sua frente. Ele
passou o nariz nos pelos íntimos e inalou o perfume feminino,
devagar. Iris pareceu nervosa, sobressaltando-se, mas ele tocou em
sua barriga e a manteve no lugar, tentando passar segurança.
— Olhe para mim, amore mio — Paolo disse.
Seus olhares se encontraram ao mesmo tempo em que a língua
úmida correu pela fenda dela. Paolo sentiu o gosto doce e sorriu
com a boca ali, provando-a mais.
— Continue olhando para mim, Iris. Quero que se lembre de
mim.
Iris concedeu o seu pedido, levou a mão até os cabelos dele e
bagunçou os fios enquanto ele fazia dela seu banquete. Não houve
uma só dobra ou pedaço que não tivesse sido explorada. Paolo se
concentrou no clitóris inchado e penetrou-a com o dedo longo,
aumentando seu prazer.
— Paolo, eu vou… — Iris agarrou os cabelos escuros com mais
força, sem interromper o contato visual.
— Goze para mim, bella. — Ele a lambeu mais uma vez, e então
outra.
Iris tremeu e atingiu o clímax, gozando em sua boca. Paolo não
se conteve e a acompanhou, o membro apertado dentro das calças
derramando-se, ambos de desmanchando sob as estrelas e o ar da
noite.
Ele não saberia dizer quanto tempo demorou para voltar a
realidade. Se juntou a ela e puxou-a para si.
— E quanto a você? — Iris perguntou, ainda sem ar e inebriada.
— Estou bem — ele murmurou ao beijar seu cabelo. — Você
está bem? — Paolo deslizou a mãos pelas costas macias.
— Uhum… — Iris se aconchegou a ele como uma gatinha
preguiçosa. Ela levantou o olhar, encontrando o dele. O tempo
poderia ter parado naquele instante. Não havia mais o barulho da
brisa na relva, nem o som da água do lago, dos grilos cantando ao
longe. Tudo que Paolo conseguia ouvir eram as batidas de seu
próprio coração. — Eu sou apenas uma distração para você, Paolo?
— perguntou Iris, a ponta de seu dedo desenhava no maxilar dele.
Ele negou com um aceno curto, seu coração apertado dentro do
peito.
— Seria muito mais fácil se fosse, Iris — confessou ele —, mas
você não é. Você significa muito para mim.
As palavras não foram planejadas, assim como não eram
mentira.
Nenhuma delas.
— Você também significa muito para mim — murmurou Iris,
antes de fechar os olhos.
Segurando-a contra si, ele apenas beijou a testa dela e permitiu-
se adormecer em seus braços.
C A P Í T U L O D E Z O IT O
“Roma, 1815
Caro Mazza,
Finalmente consegui informações sobre o caso de sua
irmã. Não é muito, mas já aclara algumas coisas.
Os Palermo se solidificaram como a família mais
poderosa da cidade, o que exige certa cautela em investigá-
los. Precisei de um tempo para conseguir informações que
lhe servissem, visto seu objetivo de arruinar o tal Phillip
Spencer. Contudo, receio que tenha se equivocado. Um de
meus contatos trabalha em uma das fazendas da famiglia
mais ao norte. Os rumores correm rápido por lá, o que
acredito que foi bom nesse caso, já que algumas perguntas
foram o bastante para elucidar certos pontos.
Sua irmã foi mesmo assassinada por eles, uma dívida
paga com sangue. Não consegui exatos detalhes sobre os
negócios, tudo vindo de rumores. Ao que parece, o inglês
com quem ela se envolveu, Paul Wade, fez um empréstimo
com a desculpa de investir em uma fazenda de vinhos da
região. Nada relacionado a nenhum Spencer foi mencionado.
Quanto a Wade, ele mentiu e não pagou o devido, foi o que
disseram. A quantia era alta, significativa. Giuliana estava
envolvida com ele e pagou o preço com a própria vida. Ele
fugiu, de fato, mas não por muito tempo. Procurei nos
registros e jornais e consegui localizá-lo. Bem, a polícia
conseguiu, ao menos pedaços dele espalhados na fronteira.
Suponho que Wade encontrou seu destino e pagou com
juros. Há um ditado local que diz que com os Palermo não se
brinca, o que não tenho qualquer dúvida de que seja verdade.
Isso é tudo que consegui encontrar sobre o caso. Sinto
muito se não for o suficiente, assim como, mais uma vez,
sinto muito por Giuliana.
Escreva-me caso necessite de mais alguma coisa.
Desejo sorte em seus projetos, amigo.
M. Russo.”
Assim que Paolo ficou imóvel atrás do tecido pesado, Iris respirou
fundo, ajeitou o cabelo e foi até a porta, ver o que raios Jasmine
queria àquela hora da manhã.
— Bom dia. — Ela abriu a porta, um pouco mais afoita do que
gostaria.
— Por que se trancou? — Jasmine entrou sem pedir licença.
— Nem percebi — Iris mentiu, e somente então percebeu que a
irmã ainda usava o vestido de baile. — Você chegou agora?
Jasmine suspirou em frustração e pressionou as têmporas.
— Você viu Phillip? Quero pegá-lo pelo pescoço e enforcá-lo por
se esquecer de mim.
Iris franziu as sobrancelhas, em confusão.
— Como assim, por se esquecer de você?
— Lembra-se que ontem combinamos que ele me deixaria na
casa do Sr. Jackson e passaria para me pegar depois?
— Sim, lembro.
Jasmine sentou-se na cama e tirou o cabelo dos olhos.
— Pois ele se esqueceu de mim! Não passou para me pegar e
não me deu satisfações! Tive que passar a noite lá. Violet e o Sr.
Jackson iam caminhar agora de manhã e me fizeram companhia até
em casa.
Era difícil para Iris acreditar naquela história, não que pensasse
que Jasmine estava mentindo, mas porque Phillip jamais tivera esse
tipo de comportamento.
— Não consigo entender. Phillip jamais nos esqueceria, por
qualquer motivo que fosse.
— Eu sei que não — Jasmine afirmou —, mas nosso irmão está
muito diferente desde que voltou de Roma. Ele não voltou para
casa? Imaginei que talvez tivesse bebido além da conta ou algo
assim.
— Não que eu tenha visto — respondeu Iris.
Mas ela não era a melhor pessoa para responder aquela
pergunta, considerando o quão ocupada estivera com seu italiano
delicioso.
— E o que fazemos? Procuramos por ele? — Jasmine
questionou.
— Ora, não vejo por que nos alarmarmos tanto. Ainda é cedo,
nosso irmão pode ter se divertido demais ontem. Vamos esperar até
a hora do almoço — sugeriu Iris, tentando conter a leve pontada de
preocupação que sentia.
Jasmine respirou fundo, finalmente dando de ombros.
— Estou muito cansada, acho que vou tirar uma soneca.
— Isso. Se Phillip não aparecer até a hora do almoço podemos
procurar Jack. Aí sim, acho que devemos fazer algo.
Jasmine assentiu e se levantou.
— Desculpe acordá-la. Vai voltar a dormir?
Iris corou um pouco, mas conseguiu sorrir seu melhor sorriso
sonso.
— Vou descansar, sim. Meus pés estão um pouco doloridos
depois do baile de ontem.
Jasmine arregalou os olhos, como quem se lembrava de algo
muito importante.
— Por falar nisso, tenho uma fofoca: estão dizendo que Hugh
Turner não compareceu ao baile porque foi atrás da criada pessoal
de Phillipa.
— O quê? — Iris abriu a boca em surpresa.
— Exatamente! Um imenso escândalo, pretendo ir atrás de mais
informações mais tarde.
— Mantenha-me informada. — Iris deu uma risadinha,
acompanhando a irmã até a porta. Queria saber mais daquela
história, mas não com Paolo escondido seminu a poucos metros
delas.
— Estarei em meu quarto, caso precise de mim — Jasmine
avisou.
— Tudo bem, adeusinho! — Iris sorriu mais uma vez e esperou
que Jasmine sumisse no corredor para fechar a porta e respirar
aliviada. — Paolo, pode sair. Desculpe minha irmã, mas entendo por
que ela está preocupada. Phillip realmente nunca…
Iris parou de falar, ao perceber a expressão preocupada e
sobressaltada de Paolo. Ele estava pálido, parecendo muito
perturbado, totalmente diferente do homem relaxado e feliz de
minutos antes.
— Paolo, o que foi?
— Eu preciso ir, bella. — Ele vestiu a camisa às pressas, calçou
as botas rapidamente e enfiou os braços fortes na manga da
casaca.
O quê?
— Ir, agora?
— Agora, preciso cuidar de algo. — Paolo passou por ela rápido,
mas Iris segurou em sua mão.
— Paolo, o que houve? Por que tanta pressa?
A urgência presente em seus olhos a pegou desprevenida. Iris
de repente soube que havia algo de errado ali, naquele
comportamento repentino.
— Preciso ir, Iris. — Ele tomou o rosto dela entre as mãos. —
Volto assim que possível, mas, por favor, não me faça perguntas
agora.
Ele beijou a testa dela e não a esperou responder, abrindo a
porta e olhando cautelosamente no corredor, antes de sumir de
vista.
Iris permaneceu no lugar, paralisada, sem entender
absolutamente nada.
O que diabos tinha acabado de acontecer?
C A P Í T U L O V I NT E E C I N C O
A pós correr até seu dormitório e sacar sua pistola, Paolo saiu
em disparada de Garden’s House, dominado de preocupação
da cabeça aos pés.
Ao ouvir sobre o sumiço misterioso de Spencer enquanto se
escondia atrás das cortinas, ele conseguiu sentir cada veia de seu
corpo gelada, uma por uma. Aquele sumiço tinha a ver com seu
irmão, Paolo tinha certeza.
Maldito Tommaso que lhe enganara direitinho! Paolo fora mesmo
um tolo ao pensar que seu irmão cederia tão facilmente à ideia de
abandonar aquela vingança. O amor lhe cegara para a verdade, o
desespero o fizera parar de raciocinar, era a única explicação
plausível. Só esperava que não fosse tarde demais. Deus, se
Tommaso tivesse feito algum mal a Spencer, como Paolo lidaria com
isso? Como contaria à Iris que…
Iris. A mulher de sua vida, a mesma que ele há pouco decidira
permitir-se amar, que passara a noite em seus braços. Como ela
poderia lhe perdoar se Tommaso tivesse consumado sua vingança?
Paolo espantou os pensamentos e apertou o passo. Faria o que
estivesse ao seu alcance para impedir aquela loucura, para parar
seu irmão e mostrar a ele a verdade que se recusava a ver.
Assim que chegou ao armazém, Paolo viu o coche parado no
terreno ao lado. A marca das rodas no barro e posição do veículo
indicavam que fora estacionado por alguém sem habilidade.
Caminhou até lá, tentando não fazer barulho e espiou pela janela. O
pobre cocheiro estava ali, desacordado e com os braços amarrados
nas costas. Paolo abriu a porta e inspecionou o homem, temeroso
de que Tommaso tivesse ultrapassado ainda mais limites do que
pensava.
Respirou aliviado ao constatar a ferida na cabeça do homem e
que ele ainda respirava. Graças a Deus, uma alma a menos nas
contas de Tommaso. Paolo o deixou ali, andou pela lateral do
armazém, abaixado, evitando ao máximo ser visto. Havia uma
janela de vidro do lado direito, alguns deles quebrados, todos muito
sujos. Paolo se esticou para enxergar, seus olhos apertados na
tentativa de encontrar algum movimento do lado de dentro. E lá
estava, exatamente o que ele procurava. Seu irmão amarrava Phillip
Spencer a uma cadeira com cordas grossas, sabe-se lá de onde
Tommaso as tirara. O olhar de Spencer era confuso, e ele estava
amordaçado, se debatendo como podia.
Paolo respirou em alívio, ainda que aquela cena lhe embrulhasse
o estômago. Ao menos chegara a tempo de evitar uma tragédia.
Uma que ele impediria que acontecesse naquele mesmo instante.
— Paolo?
A voz suave soou atrás de si. Foi como se a alma de Paolo
deixasse seu corpo.
— Iris? — Ele se virou, rápido. — O que está fazendo aqui?
Iris não respondeu de imediato, seu rosto transparecia surpresa,
confusão. Ela estava com os cabelos presos num coque baixo, que
parecia ter sido feito às pressas, e um vestido de dia cujo primeiro
botão não fora abotoado propriamente.
— Iris, o que está…
— Eu segui você — ela afirmou. — Senti que algo estranho
estava acontecendo e segui você. — Ela se virou para trás, seu
olhar encontrando o coche estacionado ao longe. — Por que o
coche de meu irmão está ali? Por que você está aqui, Paolo, o que
está acontecendo?
Paolo lutou para respirar, sua mente um turbilhão, uma
verdadeira bagunça.
— Iris, escute, eu preciso…
— O que está acontecendo? — ela falou de novo, seus punhos
cerrados ao lado do corpo.
Caspita! Paolo já a conhecia. Não queria que ela descobrisse
daquela forma, naquela situação tão horrorosa, mas soube que não
havia escapatória. Precisava contar a ela de uma vez.
— Seu irmão está aqui dentro, com meu irmão.
— O quê? — Iris praticamente sussurrou.
— Iris, não tenho tempo de conversar, seu irmão está em perigo.
— Do que demônios está falando? Por que seu irmão está com
Phillip, como você sabia que…
— Eu cheguei à Inglaterra querendo me vingar de seu irmão, Iris
— Paolo disparou. Ela ficou no mesmo lugar, paralisada. — Eu e
meu irmão viemos atrás de Phillip Spencer porque pensávamos que
ele fosse o culpado pela morte de minha irmã, Giuliana.
— Você pretendia machucar Phillip? — Iris o encarava agora
com o mais extremo horror.
— Não! Não pretendia. Nunca quis derramar sangue, eu queria
arruiná-lo. Contudo, eu descobri que seu irmão é inocente, que não
tem culpa na morte dela. Mas meu irmão é um homem perigoso, ele
não acreditou em mim quando o mandei recuar.
Os olhos dela pareciam vidros trincados, quebradiços e frágeis.
Paolo quase se contorceu de remorso, de culpa por ser o
responsável por deixá-la naquele estado.
— Você mentiu para nós — Iris disse, mais para si mesma do
que para ele. — Você esteve nos enganando esse tempo todo. Foi
por isso que começou a trabalhar em casa, por isso que… Espere.
— Iris pareceu repentinamente perdida. — Eu fui… — Ela olhou
para o nada, e então para ele. — Eu fui parte desse plano?
Paolo perdeu o ar, toda sua atenção voltada para a decepção
estampada no rosto de Iris.
— Iris, eu…
— Eu fui parte? — ela repetiu.
De que adiantaria ele mentir agora? Paolo não podia mais
recuar. Não podia mais fugir das consequências de suas ações.
— Sim, você foi.
Iris se retraiu, os olhos cheios de lágrimas. Paolo conseguia ver,
clara como água, a dor que suas palavras lhe causavam.
Ele sentiu dor também. Uma dor de perda.
— Você me usou — Iris afirmou.
— Não, eu não usei. No começo sim, eu pensei que…
— Aaaaahhh!
Iris pulou de susto, seu rosto muito pálido após ouvirem o grito
de Phillip. Ela tentou passar por ele, mas Paolo a impediu,
colocando o braço em sua frente. Somente por cima de seu cadáver
ela se colocaria em risco.
— Iris, fique aqui — ordenou ele, olhando muito firmemente nos
olhos dela.
— Tenho que ajudar meu irmão! — ela exclamou em desespero.
— Fique aqui e me deixe ajudar seu irmão. — Paolo voltou a
impedi-la.
— Por que eu deveria confiar em você? — As palavras eram
lâminas afiadas, penetrando a camada de pele dele e chegando em
sua alma. — Depois de tudo o que fez, por que eu deveria…
Paolo segurou nos ombros dela, a voz humilde, porém firme.
— Iris, me escute. Seu irmão está em perigo e eu vou ajudá-lo,
mas não vou conseguir fazer isso se você estiver em risco.
Iris piscou, muito abalada, porém atenta.
— Prometa-me que ficará aqui — Paolo disse, e outro grito soou
do lado de dentro. Iris se virou para o lado, acometida de terror. —
Maldição, prometa-me!
Ela assentiu, para o alívio dele.
— Sim, eu fico. Apenas ajude Phillip! — ela pediu, com a voz
trêmula.
— Vou ajudá-lo. Por favor, fique aqui.
Muito relutantemente, Paolo soltou-a e caminhou em direção à
porta do lugar, com a pistola escondida em suas costas. Ele
empurrou a porta pesada e suja e deu mais uma olhada em Iris, a
preocupação dominando-o e corroendo-o. Assim que ouviu o
barulho, Tommaso se virou, sobressaltado.
— Sono io 1! — Paolo falou em seu dialeto. — Calma.
Tommaso soltou um riso baixo, a faca grande em suas mãos
com a lâmina suja de sangue fresco.
— Vicenzo? — Phillip olhou para ele, em completa confusão, seu
rosto retorcido de dor.
— O que você fez? — Paolo perguntou para o irmão.
Tommaso endireitou a postura e se aproximou.
— Por quê? Veio ajudar? Mudou de ideia?
— O que demônios…? — Phillip começou a falar, mas Tommaso
se virou para ele num rompante.
— Cale a boca, Spencer! — ele rosnou.
Phillip tremeu, se mexendo mesmo que amarrado, em choque.
Paolo conseguiu finalmente ver o sangue que escorria de seu braço.
Tommaso deveria mesmo estar disposto a torturá-lo, a sombra em
seus olhos escuros não deixava dúvidas.
— Solte-o — Paolo ordenou.
Tommaso voltou a rir, o som mais sinistro a cada segundo.
— Soltar? Acha mesmo que deixarei o desgraçado ir agora que
o tenho em mãos? Não sou como você, irmão. Não sou um maldito
covarde.
— Phillip Spencer não teve culpa no que aconteceu com
Giuliana.
— Giuliana? — Phillip não se conteve, sua voz trêmula. — Vocês
conhecem Giuliana?
Tommaso passou a mão no cabelo com força, um gesto que
Paolo sabia que indicava que ele estava chegando ao seu limite.
— Sim. Giuliana. Lembra-se dela, stronzo? — Tommaso deu
dois passos à frente.
— Como conhecem Giuliana? — Phillip perguntou, com um
sopro de voz assustado.
— Ela era minha irmã. Irmã de Paolo, esse palerma que vê aqui.
— Tommaso! — Paolo insistiu.
— Não, Paolo! Chega de bondade. Este desgraçado vai pagar
pela morte de nossa irmã e vai pagar agora.
— Morte? — Os olhos de Phillip perderam o brilho. — Que
morte?
Tommaso franziu a sobrancelha, não esperando por aquela
reação.
— É muito cínico, não é? — Ele avançou em Phillip, chutando-o
na região do tórax, mas Paolo interveio.
— Tommaso, chega.
— Não toque em mim! — Tommaso se afastou.
Paolo continuava a manter a pistola escondida nas costas, cada
movimento ali precisaria ser muito bem calculado.
— Não vê que ele não sabia? — Paolo apontou para Phillip. —
Spencer não é o homem que procuramos, o sujeito era outro, e já
está morto.
— Você está mentindo! — Tommaso vociferou.
— Não estou mentindo! Recebi a carta de Russo, assim que
disse que iria embora. Procurei por você, queria mostrar e…
Paolo paralisou, as palavras parando em sua garganta, seus
olhos arregalados, suas veias geladas. Iris entrara no galpão e
estava passando por trás deles, em direção a onde Phillip estava
amarrado. Maldição, o que ela estava fazendo ali? Por que Iris tinha
que ser tão teimosa? Por que tinha que se colocar em risco?
Ele deveria ter mesmo se retraído, pois Tommaso percebeu a
reação e se virou para trás. Foi tudo muito rápido, mais do que
Paolo poderia descrever. Num instante ele era tomado pelo pânico
de ver Iris tão próxima do perigo, e no outro estava petrificado ao
observar seu irmão agarrá-la com força, rápido como uma raposa,
um predador cruel.
— Veja o que temos aqui.
Tommaso trouxe Iris para perto do corpo, seu braço mantendo-a
cativa pelo pescoço.
— Tommaso! — Paolo gritou.
— Iris, não! — Phillip também não se conteve.
— Paolo… — ela murmurou, em pânico.
— Peguei você, florzinha — Tommaso encostou a lâmina perto
da jugular. — Eu queria mesmo brincar um pouco com você.
Não havia mais como recuar, como evitar aquele momento.
Enxergando tudo em vermelho, Paolo sacou a pistola que escondia
e a apontou para o irmão. Iris arregalou os olhos, seus cílios
tremendo de pânico.
— Solte-a — Paolo ordenou, entre os dentes.
— Ou o quê? — As íris de Tommaso se mexiam, ora no cano da
pistola, ora nos olhos de Paolo. — O que vai fazer se eu continuar
tocando sua mocinha?
— Tommaso, não brinque comigo. — Paolo avançou um passo.
Iris estremeceu quando Tommaso virou a lâmina levemente. —
Pare, maldição! Não me obrigue a…
— A quê? Escolher entre seu próprio sangue e essas pessoas?
Entre seu irmão e a vadia que está fodendo? Ah, mas você já
escolheu, não é? Escolheu há muito tempo.
— Eles são boas pessoas, Tommaso! — Paolo gritou, toda a
tensão o dominando por dentro, mas ele ainda conseguia manter a
arma firme. — Eles não têm culpa de nada!
— Não machuque ela! — Phillip Spencer afirmou, erguendo o
tronco como pôde. — Eu imploro, faça o que quiser comigo, mas
deixe Iris ir.
Tommaso respirou pesadamente, sem recuar, sem mexer um só
músculo sequer. Havia tormenta em sua expressão, confusão e,
pela primeira vez desde que Paolo se juntara a ele, desespero. Um
verdadeiro desespero, uma nuvem de dúvidas.
— Giuliana teve um destino cruel, eu sei — Paolo continuou, seu
maxilar e ossos da face doendo de tanta tensão. — Eu a salvaria se
pudesse, mas não posso. Não temos o que fazer aqui.
Uma série de memórias passaram pelos olhos de Paolo naquele
momento. Ele não queria machucar o irmão. Diabos, ele não queria
sangue de ninguém, nem mesmo quando ainda desejava a ruína de
Spencer. Lembrou-se das dificuldades que passaram na vida, três
crianças órfãs e desabrigadas passando fome, frio, tudo que
crianças não deveriam passar. Lembrou-se de Tommaso o
defendendo de meninos maiores do que ele, de como ele o ensinara
a atirar. Lembrou-se do sorriso de Giuliana e de como ela tinha
certeza de que conseguiria atingir seus objetivos, de como acabaria
rica e rodeada das coisas que desejava. De como ele e o irmão
chegaram à Inglaterra com sangue nos olhos, com ira e um apetite
de ruína.
E então, seus olhos se encontraram com os de Iris mais uma
vez, com medo, e seu coração — que era dela — respondeu com
um pulso no mesmo instante. Não havia nem sequer escolha ali,
Paolo faria o que tivesse que fazer para salvá-la, ainda que tivesse
que machucar seu próprio irmão.
Porque Iris era luz. Ela era seu amor, ainda que ele a perdesse
depois de tudo isso. Era o caminho iluminado que ele encontrara em
toda sua existência escura. E ela não merecia pagar por um erro
que não fora dela. Um erro que não fora de ninguém, com exceção
da própria Giuliana, Paolo agora conseguia enxergar a verdade.
— Nada que façamos a trará de volta — Paolo afirmou,
grudando os olhos nos de Tommaso, tomando muito cuidado para
não se perder naquela escuridão. — Nada. Olhe para ele — Paolo
apontou para Phillip —, ele não tem culpa. — Tommaso fez o que
Paolo ordenou. Paolo prosseguiu: — Giuliana se foi, Tommaso. Não
suje suas mãos com sangue inocente.
Tommaso hesitou pela primeira vez, sua respiração trêmula.
Paolo não cedeu um instante sequer.
— Deixe-a ir. Por favor.
O tempo parou no instante seguinte. Com uma expressão de
fúria, Tommaso se mexeu, atirando Iris no chão. Ele atacou Paolo
com habilidade, fincando a faca que segurava em seu ombro
esquerdo. Paolo fechou os olhos com a dor aguda e cortante que o
abateu, caindo de joelhos. Muito ligeiro, Tommaso tirou a pistola das
mãos dele, apontou a arma para o caçula e caminhou rápido de
costas em direção à porta.
Ainda era possível ouvir o som de passos apressados, mas
Paolo reuniu as forças que tinha e puxou a faca da pele, gritando de
dor. Cambaleante, ele caminhou até Iris, caída perto dele.
— Bella, olhe para mim. — Ele tomou o rosto dela nas mãos sem
permissão.
Iris respirava com dificuldade, e arregalou os olhos ao encontrar
a mancha de sangue na camisa.
— Está sangrando…
— Estou bem.
— Iris? — Phillip chamou e ela imediatamente se virou para ele.
— Phillip!
Paolo soltou o ar, lutando para respirar, seus pulmões
comprimidos dentro do peito. Ele observou Iris caminhar até o
irmão, verificar se ele estava bem, sussurrar-lhe palavras doces.
Olhou para a porta, por onde Tommaso acabara de passar. Seu
irmão fugira, o ferira apenas o bastante para impedi-lo de persegui-
lo e fugira. Paolo permitiu-se sentar no chão e apoiar as costas
numa superfície de madeira.
Iris estava segura, Spencer estava seguro. Mas, apesar do
alívio, seu coração pareceu diminuir ao fitar a mulher que amava
mais uma vez. Uma que ele desconfiava ter perdido para sempre,
depois de tudo que acontecera. Estava tudo terminado.
Tudo. Sem exceção.
E nvolvida pelo aroma roxo das uvas, Iris Mazza puxou as saias
do vestido um pouco para cima, seus pés descalços sentindo
a grama fresca. Ela se atrapalhara com a taça e derrubara um
pouco de vinho em si mesma ao tropeçar. Não haveria salvação
para o tecido tingido depois daquilo, mas Iris estava disposta a
guardá-lo mesmo assim, como uma recordação daquele dia
memorável.
— Eu disse que você é uma musa — ela sentiu o hálito quente
roçar em seu ouvido e as mãos grandes apertarem sua cintura —,
mas eu estava errado.
Iris riu e se virou, para encontrar o olhar nublado de seu marido,
vestido em mangas de camisa e igualmente descalço. Ele usava
barba agora, uma barba cheia e bem aparada, que o deixava ainda
mais másculo e sensual. Não que Iris tivesse uma preferência. Ela
amava todas as versões daquele italiano indecoroso, sem
exceção.
— Estava? — Ela passou os braços ao redor do pescoço largo.
— Sim, eu estava muito errado — Paolo mergulhou o rosto na
curva de seu pescoço. — Você não é uma musa… — O nariz dele
desenhou na pele dela. — É a própria Vênus em pessoa. Uma
deusa.
Como sempre acontecia quando ele lhe dizia coisas assim, Iris
sentiu-se esquentar e corar. Poderia muito bem estar da mesma cor
do vinho que provara mais cedo.
— O senhor é mesmo um atrevido.
— Um atrevido com quem a senhora se casou, se me lembro
bem.
Ele estava certo.
Casar-se com Paolo Mazza meses antes foi um processo e
tanto. Depois de aceitar o pedido de casamento dele, Iris e Paolo
tomaram a decisão de contar toda a verdade à família. Bem, quase
toda. Iris decidiu deixar alguns detalhes entre eles, com o apoio de
Jasmine e Phillip, que finalmente revelou parte do que acontecera
com ele em Roma — apesar de Paolo continuar sendo o único a
saber da história completa. Ela apenas desejava que Phillip
conseguisse se curar de seu próprio coração partido e encontrar a
felicidade um dia. Ninguém merecia mais do que ele.
Lady Georgia ficou relutante de início, considerando o quanto
aquele envolvimento era complexo. Paolo era um estrangeiro, de
classe social diferente e que, àquela altura, já ficara conhecido por
ser um lacaio. Iris entendia as ressalvas da mãe. Contudo,
maravilhoso como era, Lorde Wallace teve uma longa conversa com
Paolo e apoiou o relacionamento, o que fez a matriarca ceder e
aceitá-lo como futuro genro. Eles se casaram dois meses depois,
apenas três dias antes de Poppy ter o bebê — uma menina, Felicia,
o que significava que o visconde ainda não tinha um herdeiro para
chamar de seu. Não que Jasper estivesse preocupado com isso.
Naquele meio tempo, Tommaso Mazza fora finalmente julgado.
Ele recebeu uma sentença de dez anos e foi enviado para a
Austrália logo depois disso. Em confidência, Paolo contou a Iris
sobre o que o irmão fizera antes, envolvendo Lorde Gabriel Jones.
Ela ficou realmente horrorizada, mas se via sem nenhuma dúvida o
quanto ele e Paolo eram diferentes, o que explicava terem seguidos
caminhos separados há muito tempo.
Seu marido era um homem bom, um que se mostrava melhor a
cada dia, para a sorte e orgulho dela.
Então, Iris e Paolo partiram finalmente para Chianti, onde
estavam vivendo desde então. Paolo trabalhara duro nos últimos
meses, deixando tudo pronto para começar a fabricar seu próprio
vinho. Era uma vida diferente da que Iris estava acostumada, mais
simples e bucólica, mas uma que fora feita para ela, Iris soube disso
desde o primeiro instante.
— Você não deveria dizer isso — Iris repreendeu o marido, mas
não de verdade. — Estamos em meio a uma festa em homenagem
a Vênus.
— Mais um motivo para achar que você cumpre bem o papel —
Paolo brincou. — O que está achando da Vinalia Priora?
A Vinalia Priora era um festival realizado na vila toda primavera,
seguindo uma tradição da Roma antiga. Dedicado aos deuses
romanos Jupiter e Vênus, era a oportunidade perfeita para que
todos degustassem dos vinhos produzidos na temporada anterior.
— Maravilhoso! No ano que vem estaremos todos provando
o seu vinho, Sr. Mazza.
Ele sorriu, em expectativa e orgulho.
— Esperemos que sim.
— Irão. — Iris insistiu. — Agora venha, vamos dançar, você e
eu.
Como sempre, Paolo tomava seus atrevimentos durante a
dança, uma bem diferente das quadrilhas e minuetos a que Iris
estava acostumava. Havia mais contato corporal naquela
coreografia, mais calor. E, quando os olhos de Paolo encontravam
os dela dizendo-lhes palavras de amor silenciosas, Iris poderia
muito bem esquecer-se do resto do mundo. Nada mais importava,
além dela, dele e das batidas de seus corações, que se fundiam a
ponto de parecerem uma só.
— Quero levá-la para casa. — Paolo puxou-a para si, e
sussurrou no ouvido dela. — Quer fugir comigo?
— Mas e quanto à festa? — Iris perguntou, ao ajeitar os óculos
no lugar. — Vamos ficar apenas mais um pouco. Está tão divertido.
Ele soltou um resmungo baixo, porém bem-humorado.
— Perdoe-me, mas não consigo me controlar. Você está mesmo
deslumbrante hoje.
— Você diz isso todos os dias — retrucou ela.
— Porque todos os dias você me encanta. — Paolo tirou o
cabelo dela do rosto e acariciou a bochecha corada. — Você, cara
mia, é a melhor coisa que já me aconteceu.
— Sim, posso ver que você brilha de felicidade quando olha para
mim.
Eles riram juntos, e Paolo roubou um beijo dela, o gosto de vinho
inebriando-a, mesmo em meio à multidão. Iris não se importava.
Poderiam falar deles, mas o que diriam? Que estavam
excessivamente apaixonados, que o amor entre eles era
demasiado? Pois que falassem. Ela já passara tempo demais
escondida para se incomodar com aquilo.
— Diga de novo — ele pediu, como fazia todas as noites.
Iris afastou-se apenas um pouco e o fitou, seus olhos cintilando
amor.
— Io ti amo — disse ela, baixinho. — Tanto, tanto…
— Amore mio…— Paolo colou a testa na dela, beijando-a
novamente.
E ele estava certo. Amor dele e somente dele.
De seu Paolo.
EPÍLOGO
A h, Paolo e Iris.
Quando eu me sentei para programar a série dos
“Spencers”, a história da mais calada e tímida irmã sempre foi uma
trama de vingança. Um estrangeiro vindo da Península Itálica e
querendo vingança contra nosso queridinho Phillip. Paolo foi um
mocinho difícil de escrever, um anti-herói cheio de dilemas
complicados. Um que estava destinado a encontrar alguém
exatamente como Iris, duas antíteses que juntas formariam o
conjunto perfeito.
Apesar de nos mantermos em Mayfair, realizei inúmeras
pesquisas sobre os assuntos abordados. Como mencionado na
“Nota da autora”, a Itália não era um país como conhecemos hoje,
mas sim um território dividido por reinos, até virar, no século XIX, o
Reino da Itália. Deixarei aqui os links que utilizei como base caso
queiram aprender mais sobre isso, incluindo um sobre o idioma
italiano e a influência do dialeto fiorentino na língua, e outro sobre os
vinhos produzidos na região de Chianti e sua história:
https://www.unilat.org/DPEL/Promotion/
L_Odyssee_des_langues/Italien/pt
https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/unificacao-
italiana.htm
https://www.essentialitaly.co.uk/blog/history-of-tuscany
http://www.florencewebguide.com/history-of-florence.html
https://revistaadega.uol.com.br/artigo/todos-os-
chianti_10196.html
Deixo também o link sobre o festival em que Iris e Paolo
terminaram nossa história. Não posso afirmar que havia essa
comemoração na Toscana na época, mas me utilizei de licença
poética porque seria uma pena desperdiçar esse detalhe em nosso
romance:
https://dinosaursandbarbarians.com/2020/04/23/april-23-the-
vinalia-priora-the-ancient-roman-spring-wine-festival/
Ok, e agora vocês me perguntam: e o pobre do Phillip, Stefany?
Eu sei, eu sei. Mas vamos combinar que eu não poderia entregar a
passagem misteriosa dele por Roma por completo no livro da Iris,
certo? Reservei alguma emoção para o livro dele, é claro. Coloquei
uma espiadinha para vocês mais adiante.
A família Spencer foi recebida de uma forma muito especial.
Aproveito para deixar a vocês minha gratidão por todo amor com
nossos personagens queridos.
Como sempre digo, me sigam no Instagram @stefanynunes_,
mandem seus feedbacks e assinem a newsletter do site para
receberem as novidades em primeira mão. Nos vemos em breve,
darlings.
Um beijo,
Stefany.
A G R A D EC I M E NT O S
Londres, Inglaterra
Outubro de 1816
Os Spencers
A Paixão do Visconde - I
Romance Contemporâneo
Julie - College Love 1
Chloe - College Love 3
Dave - College Lust 2
Aaron – College Lust 4
O problema sou eu
Ringo - Love Fight 1
Love Travellers
Um Duque do Passado