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Allie MacKay
Sinopses
MacNeil’s Folly
New Hope, Pensilvânia
Definitivamente nossa dimensão...
****
***
Mindy piscou e estremeceu novamente, não surpresa ao
descobrir que os lairds fantasmagóricos haviam chegadomais
perto. Eles a haviam rodeado e agora a olhavam
interrogativamente. Alguns tinham empurrado as extremidades
pontiagudas de suas espadas na névoa azul em seus pés e
estavam inclinados sobre os hilts.
Nenhum deles parecia ter notado a iluminação do retrato
de seu antepassado.
— Fechado?
— Ela quer dizer quando vender o castelo. — Silvanus
lançou-lhe um olhar irritado, então voltou-se para Roderick. —
Mas ela não vai fazer isso, vai?
Roderick deu um suspiro pesado.
— Tive medo de que isso acontecesse.
Mindy tinha certeza de que não queria saber o final disso.
— Nosso plano alternativo deve ser desagradável. —
Roderick roubou um olhar para os outros, depois limpou a
garganta. — Esperávamos que você fosse mais razoável.
*****
— Você é um fantasma.
— Sim, eu também sei.
— Um MacNeil.
— Isso, também. — O brasão do Clã orgulho flamejava no
peito de Bran. — Uma raça maior não andou nesta terra.
Mindy começou.
— Eu não queria incomodá-la.
Margo arqueou as sobrancelhas.
Mindy tirou um copo da mesa.
— Eu sabia que você estava ocupada.’
Ela também sabia que se tivesse chamado Margo no meio
de sua turnê de quatros dias, Old Pagan Times, patrocinada
por Gettysburg Ghostwatch Tour, teria arriscado ter sua irmã
chegando à porta da Loucura com um caminhão inteiro de
cameraman felizes, e fanáticos paranormais.Teria sido como
viver dentro de um aquáriode peixinho dourado.Com a música
tema Twilight Zone canalizada para definir a cena.
— Você não queria que eu aparecesse com caçadores de
fantasmas a reboque. — Margo provou o quanto ela era
perspicaz. — É por isso que você não me ligou.
— E se fosse? — Mindy colocou o cabelo para trás. — Você
sabe o que eu penso sobre malucos-doidos-pirados.
Margo riu.
— Isso inclui-me?
— Você é minha irmã.
— Sim, sou. — Margo deu uma tapinha com uma unha de
manicura francesa perfeita. — A pessoa que sempre cheira a
gordura de vela e a lenha aqui dentro não importa — enrugou o
nariz, cheirando. — Mas quanto bacon você frita para o café da
manhã ou quantos galões de café Kona você prepara?
— Esta cozinha está presa no passado e sempre será. —
Ela olhou ao redor, seus olhos iluminando com excitação. —
Não importa quantos refrigeradores de aço inoxidável você
transportepara cá. Acontece queeste quarto é um portal,
sempre o soube.
Mindy jogou outra migalha de pão da mesa.Esta outra vez
foi invisível.
— Os fantasmas estavam na longa galeria, — ela
argumentou não pronta para ouvir nada estranho sobre a
cozinha.
— Você acha que eles não podem se mover? — O brilho
nos olhos de Margo se intensificou. — Posso sentir batalhões
inteiros de espíritos rastreando por aqui. Talvez sejam
empregados medievais, cozinheiros e garotinhas — ela olhou
em volta, esquentando o assunto — ou talvez apenas homens
do clã famintos entrando para invadir a despensa a meia-noite.
— Isso é ridículo. — Mindy revirou os olhos.
— Os escoceses medievais eram grandes e fortes homens.
— Margo dirigiu seu longo olhar para a tampa fechada do pote
de manteiga. — Tenho certeza que eles tinham apetite para
combinar.
— Se eles estão aqui e com fome, eles podem ter o que
quiserem desde que me deixem em paz. — Mindy cruzou os
braços, começando a se chatear.
Margo saltou para cima da mesa, balançando as pernas.
— O tempo para isso é passado. E você está
interrompendo sua paz agora. Eles não terão prazer em vê-la
trazendo trabalhadores e motores. Fantasmas nunca gostam
dessas coisas. O barulho e...
— Os fantasmas estão insistindo que eu faça isso! — A
cabeça de Mindy estava começando a doer. — Eles apareceram
para mim. Eles exigiram que eu tivesse a doideira de
desmontar e...
Várias latas de leite de cobre arranjadas com arte em um
cantofoi derrubada, quebrando um pote de manteiga
igualmente antigo. O barulho com o eco que se seguiu foi
ensurdecedor e trouxe um enorme sorriso para o rosto de
Margo.
— Veja? — Ela cruzou suas pernas alegremente. — Os
espíritos do castelo não querem que você os perturbe. O castelo
é seu santuário. Eles estão deixando você saber que eles
querem ficar aqui. Eles consideram o Condado de Bucks sua
casa agora.
Mindy rosnou.
— Os Gasparzinhos da longa galeria deixaram claro o que
eles pensam do condado de Bucks e — ela olhou para o arco da
porta, meio esperando vê-los encolhidos nas sombras,
escutando — onde eles não querem estar. Vou levá-los para
Barra, e depois vou para a Flórida.
— Mas...
— Não há nenhum mas.
— Você está cometendo um grande erro. — Margo ajustou
o lenço de seda emrolado elegantemente ao redor de seu
pescoço. — Nós também podemos chamar algumas das equipes
de TV fantasma-arrebentando. Hollywood pode até engajar o
lugar para as configurações de um filme. Ou você poderia
alugar as salas de armas para escritores reclusos. As
possibilidades são...
— Um ponto discutível. — Mindy permaneceu firme. — E o
único erro que cometi foi ajudar Hunter com o cinto de
segurança.
****
— Esta torre ficará mil, mesmo dois mil anos. Isso eu sei!
— Ele cruzou os braços novamente, com a certeza.Ele
simplesmente não iria dizer ao seu amigo malandro,
deslumbrante, como ele sabia.
Ficou claro que Mindy Menlove era uma turista americana
que tinha estado cutucando a guarda etérea em seus próprios
dias. Todo mundo sabia que essas pessoas não amavam nada
melhor que isso. Amoça era, sem dúvida, uma das mais
lúcidas. O pior do lote, que pensava que castelos antigos e
colinas nevoentas eram românticas. Certamente, ela andava a
espiar, a brincar, quando alguma falha no véu entre os tempos
lhe permitiu aparecer de repente em seu mundo.
Que ela tenha feito isso era prova clara de que sua torre
ainda estava de pé.O peito de Bran aumentou com o
pensamento.Seu coração apertou.Ele amava sua casa.
Mas ele não iria ficar com os olhos enevoados na frente de
Saor, então ele jogou para trás a ponta de seu tartan xadrez em
um gesto viril e enganchou seus polegares em seu cinto da
espada. — Eu gostaria de falar com esses três fantasmas — ele
anunciou. — Se são lairs de MacNeil, merecem uma boa
acolhida em Barra.Vá buscá-los para o salão. — Bran acenou
com a cabeça, terminando seu discurso.
Saor não se moveu.
— Isso não é possível. Eles se foram.
— Ah? — Alguns dos benefícios de Bran desapareceram.
— O que você quer dizer com eles se foram?
Saor esfregou a nuca, parecendo miserável.
— Por isso Serafina gritou e largou o jarro de óleo
perfumado que levava. Ela ficou ofendida porque os três lairds
não lhe prestaram atenção. Reconhecendo seu valor, ela disse
que sorriu e começou a convidá-los para o salão, mas — ele
pausou dramaticamente — eles estavam discutindo tão
acaloradamente entre si que eles disseram-lhe para parar bater
com seu chicote neles e saísse de seus caminhos. Que tinham
negócios importantes e não tinham tempo para ela.
— Não há tempo para Serafina? — Bran mal podia
acreditar. Os homens haviam lutado até tirarem sangue por
uma hora das atenções da sedutora. — Você tem certeza?
Saor assentiu.
— Sim, é o que eles disseram, apenas. Então eles
franziram o cenho e desapareceram.
***
— Talvez seja uma boa coisa que você esteja por perto
para a nossa próxima Festa Ancestral. Alguns dos amigos de
Alex podem ser bastante charmosos. Você viu um deles com ele
no grande salão. Mas ele está fora da corrida. Ele é casado e
vive em Sutherland, onde ele e sua esposa ajudam a executar o
Dunroamin Castle, um lar residencial que está na família
dela.Ela também veio aqui a negócios, querendo ficar um verão.
— Lady Mara olhou para as unhas dela, um sorriso puxando
seus lábios. — Mas então tudo mudou.
Uma batida suave na porta a interrompeu. Mindy olhou ao
redor para ver um jovem Highlander em um kilt pairando no
limiar. A luz de um dos candelabros de parede do escritório
brilhava em seu cabelo, mostrando que era um vermelho ainda
mais brilhante do que o de Lady Mara.
Dele também!
Mas genial ou não sua turnê a One Cairn Village a tinha
inquietado.E suas histórias longas e detalhadas dos
MacDougalls, os construtores originais do castelo, lhe tinham
dado uma dor de cabeça furiosa. A tinham levado através dos
séculos, e claro, de volta aos dias de Robert de Bruce!
— Alô?
— Mindy! — A voz de sua irmã veio através da linha. —
Você está na Escócia! Como você está? O que você está fazendo
agora?
Mindy puxou um tartan sobre seus joelhos e olhou para a
lareira. O fogo já estava morrendo e a sala estava começando a
esfriar.Não, estava ficando frio.
Mindy franziu o cenho.
— O que estou fazendo? — Ela lançou outro olhar para as
brasas de turfa. Eles se assemelhavam a marshmallows com
apenas uma pitada de brilho alaranjado. — Eu estou relaxando
próximoum fogo crepitante, bebendo um único malte e
romantizando sobre minha viagem às Ilhas amanhã.
— O-o-oh! — A excitação de Margo era palpável. — Eu
sabia! Só um dia e você caiu sob o feitiço da Escócia. Isso
acontece com todos. Eu te disse.
— Desculpa. Eu menti — Mindy se mexeu no sofá. — Mas
eu estou enrolada diante de umalareira de turfa. Infelizmente, é
pouco mais do que um pedaço de cinza ardente agora. Eu não
estou bebendo whisky, embora eu poderia estar, se eu
quisesse. Há uma pequena garrafa de boas-vindas e um copo
na mesa de cabeceira.
— Caso contrário, eu estou em uma suíte escura em uma
casa de treinador vitoriana em uma noite molhada e ventosa no
meio do nada. Se você ignorar o vento — ela olhou para a
janela enegrecida pela noite e estremeceu — é tudo muito
quieto. E embora eu não tivesse acreditado, está ficando cada
vez mais frio a cada minuto que passa.
— Mas você viu alguma névoa? — o entusiasmo de Margo
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não foi amortecido. — Dizem que rola para baixo as brae e
agarra-se ao corries.
— Eu não sei o que é um corrie.
— É uma fenda no lado de uma montanha, um pouco
como um profundo e estreito desfiladeiro, — explicou Margo, a
especialista da Escócia. — Um brae é a própria encosta e...
— Eu não me importo com o que são. — Mindy olhou para
a janela escura novamente. As rajadas de vento começavam a
balançar os vidros. — Se há braes e corries lá fora, eu não vi
nenhum. A névoa estava em toda parte, a sopa de ervilha
espessa encobriria qualquer colinas cheia de urzes ou ruínas
de um castelo romântico que poderia me encantar.
— Você vai ver por aí! — Margo riu. — Eu ousaria dizer
que ninguém iria para a Escócia e não se apaixonaria. De jeito
nenhum minha irmã vai ser a única exceção.
Mindy apertou a ponta do nariz e tentou não suspirar.
— Na verdade, — ela começou, sentindo uma pontada de
culpa pela irmã porque Margo realmente amava a Escócia, —
minha suíte é muito agradável. Tem dois níveis e é arejado. Eu
podia viver em algo assim Havaí ou Flórida, se eu mudou o
mobiliário de pinho e tartan para impressões tropicais e
bambu. Livrar-se de todas as fotos das Hébridas e substituí-los
com pôr do sol de Maui.A suíte é chamada de Havbredey — sua
língua torcida na palavra — e significa...
— Eu sei o que isso significa, tonta! — Margo riu de novo.
— Eu deveria saber.
— Sim, você deveria saber. Posso lhe contar todo tipo de
coisas sobre Escoc...
Margo interrompeu-se abruptamente e Mindy pôde ouvir o
murmúrio de vozes no fundo. Então o rangido de uma porta
seguido pelo tinkle distintivo do vento no carrilhão que
anunciava novos clientes em Old Pagan Times.
— Estou de volta. — Margo estava na linha novamente,
soando um pouco sem fôlego. — De qualquer forma, é sobre as
Hébridas que...
— Você está no trabalho? — Mindy conhecia alaird de
Margo, uma anciã excêntrica chamada Patient Peasgood,
embora fosse agradável, não apreciaria Margo conversando em
horário de trabalho. — Você pode me ligar quando sair. Eu vou
ouvir o telefone, mesmo se eu estiver dormindo. Eu não quero
Patient...
— Essa é a melhor parte! — Margo quase gritou as
palavras. — Foi Patient quem me disse para te ligar. Ela e
Madame Zelda insistiram nisso.
— Você quer dizer Marta López. — Mindy revirou os olhos.
— A leitora de tarô porto-riquenha.
— Ela é boa você gostando dela ou não.
— Sorvete é bom, também, mas olha o que acontece se
você comer o tempo todo ô-ô-ô.
— Você está apenas cansada. Ouça...
— Eu sou toda ouvido. — Mindy recostou-se contra as
almofadas. — E aí?
— Estou voando para te ver! — a voz de Margo inchou de
alegria. — Você pode acreditar? A Patient deu-me licença sem
vencimento para ir e...
— Eu não estou lá ainda. — Mindy apertou o telefone. —
Não em Barra, de qualquer maneira. Vou ficar em um dos
melhores hotéis da ilha e você sabe como foi difícil para obter
uma reserva. A senhora disse que estavam cheios e...
E estava funcionando.
Espontâneo ou não, sua força teceu um feitiço sedutor em
torno dela. E a maneira como ele às vezes deixava seu olhar
cair em seus lábios, como se contemplando a melhor maneira
de saqueá-los, bem, aquele olhar aquecido a encheram de
antecipação formigante. Mindy podia sentir seu corpo inteiro
flamejando.
Ela não deveria pensar em seus beijos.
Ela endireitou as costas, não querendo que ele visse o
quanto estava fascinada.
Ele inclinou a cabeça e estava certa de que seus lábios
estavam se contorcendo em um sorriso. Mas então olhou para
o cão e deu mais alguns passos em direção a ela, seu fiel
companheiro ao seu lado.
Mindy ficou congelada, tentando fingir que ele e sua besta
não passavam de um redemoinho de névoa. Bem, dois
redemoinhos. Na escuridão da noite, muitas coisas podiam
assumir a forma de um homem e um cão. Tal erro foi
especialmente possível quando aqueles redemoinhos foram
vistos por alguém além exaustão.
Era uma pena que os luminosos olhos dourados do cão e
as brilhantes faíscas azuis que dançavam ao redor da pedra do
punho da espada de Bran de Barra entorpecessem sua teoria
de névoa.Ela duvidava mesmo que os nevoeiros das
Highlanders sugerissem cores. Cinza esbranquiçada era
praticamente padrão mundial.
Mindy engoliu em seco. Seu pulso acelerou e ela podia
sentir seus nervos picando. Mas quando Bran de Barra deu
outro passo em sua direção ela saltou para trás, tropeçando no
livro do pequeno Hughie MacSporran e aterrizando com um
doloroso golpe no chão polido, ela ficou louca.
Ela levantou-se, chutou o livro do pequeno Hughie para
um canto, e marchou de volta para a janela. Ela levantou as
cortinas, preparou-se para olhar para baixo e dizer exatamente
onde ele e seu cachorro-lobo poderiam ir.
Mas no curto espaço de tempo que tinha levado para ela
cair e se pôr em pé, os céus se abriram. Assim como Malcolm
previu, grandes nuvens de chuva estavam soprando através da
clareira sob sua janela. Na verdade, estava despejando tão forte
que ela nem conseguia distinguir os pinheiros que marcavam a
borda da clareira.
Em algum lugar o trovão explodiu e um relâmpago
irrompeu no céu.
Bran de Barra e Gibbie tinham desaparecido.
Franzindo o cenho, Mindy abriu a janela e se inclinou
para fora. Mas a única coisa para cumprimentá-la era o vento e
a chuva. Bran e sua besta realmente tinham desaparecido. E
no instante em que percebeu que tinha chamado o fantasma de
Bran, fechou a janela tão depressa que quase quebrou o vidro.
Ela não tinhavindo para obter o primeiro nome pessoal de
um homem que não estava vivo.Por mais real que ele pudesse
parecer.
Ou mesmo sexy.
Mas apesar de suas tentativas de tirá-lo de sua mente e ir
para a cama em sua melhor atitude de não ser afetada por ele,
se encontrou movendo-se pela sala, acendendo lâmpadas, luzes
e até mesmo a televisão. Não que ajudou muito para criar uma
atmosfera anti-fantasma com as luzes de teto,e as lâmpadas de
mesa projetadas como antiquadas lâmpadas de óleo, acessas.
Ele parecia muito real. Tudo sobre ele era muito parecido
com os bravos guerreiros escoceses que ela tinha fantasiado
nos anos anteriores a Hunter. Sua voz, aquele sotaque...
O olhar que ele estava lhe dando colocou seu coração
acelerado.
Ainda mais alarmante a sala de repente ficou menor. Bran
de Barra, um dos homens mais altos e musculoso que já tinha
visto, agora parecia ainda maior. Ele parecia crescer em força e
estatura, um urso musculoso e um homem cujo olhar intenso
a estava chamuscando.
Mindy engoliu em seco.
Ela tinha certeza de que não havia homem como ele em
lugar nenhum. Não em seu mundo ou dele, nem em qualquer
lugar. Ele era uma força da natureza. E ele estava vindo para
ela com passos lentos e seguros que tornavam difícil respirar.
Não, era o calor em seus olhos fazendo isso.
Ele queria beijá-la.
***
Geordie, Roderick e Silvanus — sendo de uma época em
que aquelas águas eram mantidas apenas por belos e
magníficos guerreiros dos mares — estavam mais do que
dispostos a deixarem o negócio de transportar as pessoas
modernas, para aqueles mais à vontade com tanta algazarra.
CalMac estava indo bem até onde eles podiam dizer.
Mas era tarde e Mindy Menlove tinha reservado
umapassagem na balsa para Barra.Alarmantemente, ela ainda
tinha chegado.
— Eu?
A respiração de Mindy deixou-aangustiada. A velha não
era transparente, mas havia um homem parado na calha a
poucos metros atrás dela. Um homem de kilt.E Mindy tinha
certeza de que não estivera lá antes.Ele ficou em pé na sombra,
com o queixo erguido orgulhosamente e o olhar fixo no mar,
mas não precisava iraté ela para que o reconhecesse.
Ele era Bran de Barra.
E aqui, em seu elemento natural, sua poderosa silhueta
inclinada contra o mar ondulante e as nuvens escurasele era
magnífico. Glorioso de uma forma que nenhum homem
moderno poderia rivalizar. O vento levantou-lhe os cabelos e
moveu o tartan xadrez, ficou mais alto e inflexível, como se as
rajadas de ventos e umidade não o perturbassem.
Ela certamente parecia uma galinha molhada e suja.
Ele era de tirar o fôlego.
E ele não era apenas um talento deste mundo selvagem e
aquoso. Ele era seu mestre e não era tímido, proclamando sua
supremacia. Eledemonstrava através de cada centímetro
musculoso que cintilava no ar ao redor dele, deixando sem
dúvida que governava esses domínios. E que ele amavacom uma
ferocidade que quase chegavaao profano.Mindy engoliu em
seco, seu coração batendo loucamente.
Quando ele virou a cabeça e olhou diretamente para ela,
quase engasgou. Ela corou. Uma grande onda de calor a
varreu, começando pelas raízes de seus cabelos e formigando
através dela, até aos dedos dos pés.
— Então, Mindy, diga-me a verdade. — Ele não se moveu,
mas sua voz chegou tão perto como se seus lábios tivessem
colado a sua orelha. — Você está impressionada?
Ela ainda podia vê-lo, sentir seu olhar fixo no dela e quão
facilmente a seduziu com um olhar, envolvendo-a em sua
paixão ousada, maior do que a vida após a morte e desfazendo
sua resistência com promessas de beijos devastadores.
Beijos que ela sabia quesó levariam...
— Agggh.. — O suspiro escapou dela antes que pudesse
deter.
Ela olhou ao redor, mas ninguém parecia tê-la ouvido.
Agradecida, se aconchegou mais fundo em sua jaqueta, dando
as boas-vindas ao denso mar de haar que manchava seu ponto
de visão. Era mais fácil ficar aqui, no salão lotado da balsa, e
pensar de outras coisas.
Então, ela se inclinou para trás e bebeu seu Laphroaig em
silêncio até que o copo ficou vazio e escapou de seus dedos
para pousar com um pequeno click na mesa, rolar através de
sua superfície polida e cair no chão.
Mindy virou-se, e então piscou ao perceber que o salão
estava quase vazio. Somente alguns poucos passageiros da
balsa permaneceram, e pelos olhares deles, cochilavam. O
barman estava de costas para ela, ocupado,lavando copos de
cerveja sobre uma pia de água fumegante.
Ela estava muito tranqüila.
Um olhar para o relógio mostrou o que ela não acreditaria:
ela adormecera.
Em breve estariam chegando a Barra.
E, ela reconheceu com alarme, não tinha sido a caída de
seu copo que a tinha acordado. Tinha sido um estranho ruído
parecido com um gongo que ela ainda podia ouvir, batendo
com firmeza, mesmo que os outros passageiros e o barman
lavandocopos não parecessem notar.
Um arrepio ondulou por sua espinha.
A nuca dela estremeceu.
Ela não queria ouvir ruídos que ninguém mais ouvisse.
Todos estavam.
Ela devia se afastar da janela, descansar as mãos contra a
solidez da mesa, e respirar profundamente e imaginarque seria
maravilhoso deslizar em sua cama na pousada. E, depois, ela
puxaria as cobertas até o queixo, esquecendo-se da
LongaGaleria da Loucura e seus amigos zelosos.
Em vez disso, ela continuou olhando para eles e teve que
lutar contra o retorno de suas náuseas.Seu entusiasmo era
contagiante.E ela tinha a sensação mais estranha que não era
só isso. A Escócia — ou, pelo menos, as Hébridas — parecia ter
um efeito comportamental e mental alterado nela.
Ela deveria estar horrorizada.
Mindy piscou.
— O que quer dizer com não está aqui?
— Exatamente o que eu disse, minha querida. — A mulher
parecia envergonhada. — Estamos realmente lotados. Tanta
essa gente aqui quer conhecer o autor, — disse ela, sua voz
defensiva. — Os outros hotéis e pousadas estão cheios,
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também. Até mesmo os menores bed-and-breakfasts .
— Mas há um pequeno chalé auto-suficiente no outro lado
da aldeia. — A mulher começou a tocar o queixo de novo. — É
chamado de Âncora e é apenas passando um antigo píer de
pedra que ninguém usa mais.
— Eu vou ficar.
— Ele não está limpo ou arejado.
— Eu não me importo. — Mindy disse, mas ela também
não iria dormir em seu carro.
Até...
Ela ficou quente e fria, agarrando o braço do pescador
quando ele começou a se afastar.
— O que é isso sobre a espada Barra? Acabei de chegar
aqui e não ouvi nada sobre...
A vida dele.
Que era assim, que seu pequeno aglomerado de rocha na
baía e o amontoado de pedras que ela tinha feito voltar
significava tudo para ele, estava gravado em cada centímetro de
seu poderoso e musculoso corpo. Estava ali no orgulhoso
conjunto de seus ombros enquanto olhava para a escuridão.
Ele piscou.
Mindy se viu rindo.
Ela não podia evitar. Misericórdia, mas ela poderia perder
seu coração para este homem.
****
O que Mindy não viu foi a minúscula mulher vestida de
preto perto da desertaVillage Hall apenas a um curto caminho
abaixo da estrada de Âncora.
Desacostumada às armadilhas modernas, a velha ajustou
sua jaqueta pesada contra o vento cortante e então se abaixou
para amarrar um dos cordões vermelhos de tartan nas suas
robustas botas pretas.
Quando se endireitou, esfregou as mãos nodosas e cruzou
a estrada para melhor espreitar através da baía o pequeno
ilhéu escuro, do qual tinha visto a agitação de atividade nos
últimos dias.
Mas...
Ela também podia ouvir o rugido selvagem do mar —
aquele som, pelo menos, tinha sido real — e como sempre, o
estrondo das ondas quebrando emsurf a estimulava.
Mesmo assim, o caloroso conforto de sua cama a fez puxar
as cobertas até o queixo. Infelizmente, quando ela rolou para o
lado e levantou uma mão para dar um soco nos travesseiros,
ela ouviu um barulho que não era nada agradável.
Alguém estava batendo na porta.
Os olhos de Mindy se abriram. Um rápido olhar para seu
alarme de viagem disse que nem eram oito da manhã. Sentou-
se novamente, esperando que o relógio estivesse errado.
***
****
— Então é verdade?
Saor encolheu os ombros.
— Sem dúvida Serafina exagerou ao dizer para você que
nosso mundo está chegando ao fim. A verdade — ele puxou seu
tartan xadrez sobre seus ombros, como se a admissão o
esfriasse — é que estamos sendo perturbados pelo barulho do
prédio.
— Isso não pode ser.
— Então,também lhe teria dito.
— Mas você não vai mais dizer? — Bran tinha certeza de
que não queria a resposta.
Saor deu de ombro de qualquer maneira.
— Não. — Ele balançou a cabeça. — Não, depois de tentar
comer a minha carne em paz à noite passada e não ser capaz
de tomar um único gole de cerveja, sem ter os meus ouvidos
cheios de marteladas, serragem, eo barulho de vozes quando
ninguém estava lá. Eu ouvia falar em torno de mim, mas sem
que eu pudesse ver alguém ou entender uma palavra do que
eles estavam dizendo.
— Talvez você tenha sido levado lá? — Era uma pequena
chance, mas valia a pena sugerir.
— Tolice! Você não está me ouvindo. O caos era muito
grande para eu tomar o gole mais leve. — Saor colocou uma
mão sobre seu coração. — Alguns homens até viram
vislumbres dos modernos. Aqueles que viram dizem que se
movem entre nós como se fossem os fantasmas e nós os vivos.
Bran olhou para seu amigo, incrédulo.
Mas estava claro que Saor estava falando a verdade.
— Mindy?
— Então,ela me disse, apenas!
— Esse é o nome da moçaque eu ouvi falar. — Saor
cutucou o braço de Bran. — Eu estou pensando que é uma
moça americana!
Bran ignorou o puxão de braço e concentrou-se em
colocar sua mais feroz carranca.
— Sim, ela é.
— Oh! — Desta vez Saor bateu na coxa dele. — A donzela
do Castelo de Ravenscraig, verdade?
Bran acenou secamente.
****
— Podemos conversar?
Ele a segurou pelo cotovelo, afastando-a suavemente
quando uma família com quatro filhos atravessavam a porta.
Eles seguiram direto para a mesa de trás, onde seus livros
estavam empilhados, esperando para ser assinados.
Mindy reconheceu a família da balsa de Oban.
Pequeno Hughie balançou a cabeça para cumprimentá-
los, e então se virou para ela.
— Como você não é uma leitora, o que não parece
provável, mas se você estiver querendo me perguntar como
obter algo publicado, eu tenho cursos de escrita on-line em
meu site.Aqui, eu lhe dou o meu cartão. — Ele olhou para
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baixo, estendendo a mão para soltar seu sporran . — As
minhas taxas são muito razoáveis. Eu só cobro...
— Não. — Mindy sacudiu a cabeça. — Eu não sou uma
escritora tampouco, e não quero ser. E... — Ela respirou fundo,
então exalou lentamente. — quero falar com você sobre a
espada de Barra. Heartbreaker.
— Você já ouviu falar? — Suas sobrancelhas se
arquearam. — Muitas pessoas não sabem o verdadeiro nome
da espada.
O coração de Mindy quase parou com suas palavras.
Era a confirmação de que a espada de Bran erafabulosa.
Mas ela não queria que o Highlander Storyweaver
soubesse disso, então ela fingiu que seu coração não estava
batendo tão rápido, e mentiu.
— Bem, — ela começou, — eu vivi em Folly, você sabe. Era
assim que a torre era chamada, nos Estados Unidos. O nome
Heartbreaker era apenas boatosaté agora e até então, nunca
ninguém realmente soube a lenda da espada.Eu esperavaque
você — ela odiou isso — poderia ser capaz de me contar?
Ela não acreditaria que fosse possível, mas o peito de
Pequeno Hughie inchou ainda mais.
— Eu escrevi um capítulo sobre a espada para o meu
próximo livro, Mais Contos de Hearthside: O olhar de um
escocês no mito, clãs escocês e nas lenda.Se você esperar até o
último dos meus fãs sair, eu vou dizer tudo o que sei.
— Isso seria maravilhoso. Obrigada. — Mindy sorriu,
sentindo-se como um hipócrita.
Para uma zelosa de batata como ela, não tinha sido uma
violação da etiqueta alimentar comer batatas fritas com uma
torta de carne que foi servido com uma massa de batata
crestada.
Tinha sido uma indulgência decadente.
O aroma de sua refeição ainda pendia no ar acima da
mesa, especialmente o cheiro um pouco gorduroso, mas
delicioso debatata fritas.
Elas tinham sido bem gordurosas, e se ela não fosse tão
relutante em se envergonhar, ela pediria uma terceira porção.
O cheiro persistente estava fazendo água na sua boca
novamente.
Mas ela resistiu e tomou outro gole da cerveja de gengibre.
Uma versão menos forte da cerveja altamente avaliada que o
Highlander Storyweaver bebia, mas era incrivelmente potente.
Ela tinha optado pela bebida de cano duplo, pensando que
precisaria de umdrink extra.
Agora, depois de ouvir o relato de Pequeno Hughie sobre a
fabulosa lâmina de MacNeil, ela estava feliz por ter escolhido
tão sabiamente. Infelizmente, a cerveja estava tornando um
pouco difícil concentrar-se nas divagações do escritor.
E, apesar de toda a sua aparente sabedoria, sentiu-se
muito cansada.
Ela piscou quando um cão enorme rastejou para fora,
saindo de debaixo de uma mesa próxima e sacudiu a si mesmo,
antes de obedientemente seguir seus proprietários de partida
para a porta. Por um momento, ela pensou que a besta era
Gibbie.
Vendo que não era ele, sentiu uma pontada de decepção.
— So-o-o... — Ela pousou o copo de cerveja um pouco
apressadamente e olhou para o escritor. — Você está dizendo
que a luz azul brilhante, que sai da pedra do punho de cristal
da empunhadura é chamada a Verdade da Espada?
Pequeno Hughie assentiu.
— Isso é o que minha pesquisa indica, sim. — Ele tomou
uma tragada saudável de sua própria cerveja. — O título
corresponde a tudo o que sabemos sobre a lâmina lendária e —
ele se inclinou sobre a mesa, abaixando a voz — poderia até
apoiar a crença popular sobre a origem dos poderes da espada.
Mindy piscou.
— Eu sinto muito. O que você disse que esses poderes
foram?
Para sua melhor lembrança, ele ainda não havia dito nada
sobre acasalamento.
E isso era o que ela estava mais ansiosa para ouvir.
Pequeno Hughie endireitou-se, assumindo uma postura
quase real.
Mindy piscou.
— Não, eu estou bem. Eu só... — Ela olhou novamente
para a mesa perto da porta, mas a família com quatro filhos
que ela tinha visto antes estava lá agora.
Os três fantasmas tinham desaparecido.
Mindy gemeu.
Bran sorriu, sabendo o que ela queria. Ele acariciou suas
coxas, rastreando o quente, suave e liso centro feminino,
circulando seu polegar em seu lugar mais sensível. Seus dedos
trabalhavam em uma magia, fazendo-a derreter e molhar.
E ela estivera com ele em seu tempo e tudo tinha sido tão
real. Ela ainda podia se lembrar do terror dela ao atravessar a
baía no barco medieval. Lembravada mulher chamada de
Serafina edo amigo de Bran, o homem de cabelos escuros e
olhos e risonhos chamado de Saor MacSwain. O querido, doce
Gibbie e seus ossos carnudos. Todos estavam lá, certo como o
dia brilhava ao redor dela.
****
— Serafina não teve nada a ver com isso.
A voz profunda de Saor veio da porta. Bran poderia ter
voado para ele e estrangulado o arruaceiro. Em vez disso, ele
respirou fundo, tentando se controlar. Ele não queria olhar
furioso para um homem que, certamente, significava muito
para ele.
Masao ouvir o nome de Serafina acaboucom seu último
vestígio de nervo.
***
A cada dia que passava, era mais difícil acreditar que ela
realmente tivesse estado lá. Que Bran a tinha levado através da
baía em um balsa medieval, conduzindo-a até o cais de pedra
minúsculo, onde Jock MacGugan tinha atracado uma hora
atrás, relutante em aceitar seu desejo de passar a tarde
sozinha na ilha.
Ela precisava despedir-se em privado.
E, pelo que certamente era a milésima vez desde que
entrara na torre, ela colocou a mão no bolso da jaqueta, pegou
seu lenço de algodão úmido e enxugou as lágrimas de seu
rosto.
Era por isso que ela queria ficar sozinha.
Tão ferozmente!
Ela o seguraria o mais forte que pudesse e nunca deixaria
de beijá-lo, porque ela, absolutamente, não poderia suportar
soltá-lo.
Que triste que, quando se tratava dos dois, a escolha não
fora dela.
Ou dele, tinha certeza.
Ela sabia que ele a amava com a mesma ferocidade. E
sabendo como que ele lhe fez amor, fazia com que tudo doesse
ainda mais.
— Oh, Bran... — Ela soltou uma respiração irregular, a
dor a tomando por inteiro. A agonia de perdê-lo parecia como
se fosse perfurada por centenas de lâminas abrasivas e afiada.
Ela. Somente, ela.
Não podiaficar de pé.
Precisando sentar-se, ela caiu sobre um poste de pedra
perto da capela recém-restaurada. Ela fechou os olhos e
inclinou a cabeça para trás, tomando respirações longas e
profundas e soltando-as lentamente. Finalmente, quando a
borda mais afiada da dor aliviou, ela se abaixou para tocar as
amarras do poste.
Usada, lisa e brilhante pelas linhas que tinham segurado
incontáveis galeras de MacNeil, ou então ela tinha sido, o
baluarte datado do tempo de Bran. Sentar-se nela a fazia se
sentir, de alguma forma, mais perto dele. Afinal, era algo que
ele teria passado perto e visto, todos os dias.
Grande parte do castelo pertencia a séculos posteriores.
Como muitas vezes em outros lugares, cada geração de lairds
tinha acrescentado suas próprias transformações. Então
decidiu passar o tempo procurando todos os pontos especiais
que, ela sabia com certeza, saíram dos dias de Bran.
Como a pequena amarra de pedra.
Ela estava acumulando lembranças.
Não a história como Bran tinha assegurado que eles
fariam em suas acomodações naquela noite juntos. Ela estava
tocando, vendo e absorvendo imagens — lembranças — que
poderia apreciar depois, quando voltasse para casa.
— Droga! — Ela pegou de novo seu lenço amassado,
desejando ter trazido mais do que apenas um.
Quem ousaria achar que ela pensaria em Barra como um
lar?
Mas ela pensava.
E ia esmagá-la partir na manhã seguinte.
Seu último laço com Bran... se foi.
Não querendo pensar nisso — não era capaz de fazê-lo —
ela virou o rosto para o vento. Ela não estava surpresa que seu
último dia em Barra fosse também o mais bonito. Um belo dia,
cheio de sol e com apenas uma pequena barra luminosa na
baía, parecia à indignidade final.
Ela tinha chegado a amar os dias cinzentos e úmidos de
névoa e chuva.
Este dia eradeslumbrante.
Ela teria preferido a selvagem tempestade enfurecida.
Mindy suspirou. Em algum lugar um cão latiu. O som era
fraco, então deve ter sido um cachorro na praia. Muito mais
perto, ela podia ouvir as ondas se lançarem contra as rochas
que cercavam a base das paredes dasameias de Bran. E logo
acima dela, várias aves marinhas voavam e mergulhavam, seus
gritos estridentes e solitários quase pareciam ter vindo para
dizer adeus.
Pena que ela odiava ir.
Pelo menos Margo lhe ofereceria um ombro simpático.
Irmãs eram boas para isso e a dela era o melhor. Ela sentira
falta de Margo e ficaria feliz em vê-la. Talvez algum dia elas
pudessem voltara Escócia juntas e — se ela pudesse suportar
— iria trazer Margo aqui, para Barra.
Ela sabia que Margo ficaria em êxtase em visitar as
Hébridas.
Mas agora...
Mindy engoliu a quentura em sua garganta. Era muito
doloroso pensar em voltar para Barra quando sabia que Bran
não estaria aqui.
— Droga! — Ela chorou novamente, desta vez não se
incomodando em procurar seu lenço.
Ninguém podia ver suas lágrimas.
Ou que ela estava apertando os punhos com tanta força
que suas unhas estavam furando suas palmas.
Nem podiam imaginar porque ela estava tomando grandes
goles de ar, não apenas para acalmar-se, mas porque esperava
que, quando estivesse de novo longe,recordasse que — e
muitas de suas respirações tivessem gosto de fumaça do
tráfego e cheiros da cidade — aqui em um poste de pedra em
Barra, respirava e bebiao ar limpo e frio que cheirava ao mar.
— Gaaaahhh! — Ela apertou um punho em sua boca, não
querendo soluçar.
“Querida Margo,
Você estava certa — a Escócia é mágica. E se você estiver
lendo estas linhas, saberá que eu estou bem e mais feliz do que
sempre sonhei ser possível. Você deve se lembrar do grande
retrato de Bran de Barra, o laird MacNeil do século XIV que
construiu a torre? Se você lembrar, saberá que eu estava sempre
sendo atraída para sua pintura e agora, graças a um maravilho
milagre, que eu não posso começar a explicar, estou com ele em
seu tempo. Nós nos casamos e...”
Mas ela sabia que não tinha — teria sido tão bom ter algo
para ficar com ela. Algo que provasse que tal milagre era
realmente verdadeiro.
— Meu Deus, o que aconteceu com o medidor EMF da
Patient?
Madame Zelda estava na entrada, com os olhos
arregalados enquanto olhava para os pés de Margo.
— Parece que foi enterrado em um esgoto!
— Hahhh! — Uma segunda voz, profunda e com um
espessocontestarescocês, veio de fora da janela. Mas quando
Margo deu uma olhada, ela não viu ninguém.
FIM
Notas
[←1]
Balsa
[←2]
Que tem um amor imenso para com os escoceses ou para a Escócia.
[←3]
Haggis é um prato tradicional da cozinha escocesa e consiste num bucho de carneiro recheado com
vísceras, ligadas com farinha de aveia.
[←4]
Assim a personagem Mindy para a chamar os fantasmas da galeria.
[←5]
Filme Coração Valente com Mel Gibson.
[←6]
Zona do Crepúsculo
[←7]
A palavra violino vem do latim médio, vitula, que significa instrumento de cordas.[3] Sua origem vem de
instrumentos trazidos do leste da Europa do Império Bizantino. Os primeiros violinos foram feitos na Itália
entre os meados do fim do século XVI e o início do século XVII, evoluindo de antecessores como a rebec[4], a
vielle e a lyra da braccio.
[←8]
cultivada em jardins de regiões tropicais e sub-tropicais e bastante apreciada pela beleza das suas flores, que
com aproximadamente 15 cm são de cor laranja e azul e assemelham-se à cabeça de uma ave do paraíso.
[←9]
A Pluméria é muito popular no Havaí onde são cultivadas inúmeras variedades e as flores são utilizadas na
confecção dos colares típicos usados na recepção de seus visitantes. Sua variante no Brasil seria o jasmim-
manga.
[←10]
"Brae" é também a palavra de linguagem Lowland Scots para uma inclinação ou a frente de uma colina .A
palavra "Brae" no dialeto de Shetland tem um significado diferente; Pode vir da palavra nórdica antiga breiðr
significado amplo
[←11]
Medidor de Campo Eletromagnético.
[←12]
Electronic voice phenomenon, - Vozes eletrônicas paranormal.Sons em gravações de áudio
eletrônicas interpretadas como vozes espirituais
[←13]
Hearthside - espaço ao redor de um fogo ou lareira ou s pode sentar para contar histórias ou conversas.
[←14]
é o processo pelo qual se obtém o produto final de um processamento digital qualquer.Ou seja, toda um
seqüência de imagens que se monta na linha do tempo precisa ser condensada em um vídeo.
[←15]
Brigadoon - A Lenda dos Beijos Perdidos. O filme conta que Brigadoon é uma cidade encantada na Escócia,
que aparece para o mundo normal somente um dia a cada século. Tommy Albright se apaixona por uma das
moradoras da cidade e tem que resolver se fica ou vai embora para sempre, quando a cidade desaparecer.
[←16]
Barrach - Um chefe, um laird, um espicialista ou um nativo.
[←17]
Atum ou tubarão - Forma de linguagem
[←18]
Ilesmen - um nativo ou habitante de um grupo de ilhas (como as Ilhas Hebrides ou Shetland)
[←19]
Jacket Potato – Batata assada e recheada
[←20]
Beans Bangers – salsicha e feijões
[←21]
Galera ou Galé - podem designar qualquer tipo de navio movido a remos. Algumas variações possuem mastros
e velas para auxiliar a propulsão; eram navios muito usados no Mediterrâneo, eram navios de guerra usados
na Antiguidade; tinham bordas baixas, movidos à remo, mas tambémpodiam ser dotados de 2 ou 3 mastros.
[←22]
Selkie - Selkies (também conhecidos como silkies ou selchies) são criaturas mitológicas encontradas no folclore
das Ilhas Faroé[1], Islândia, Irlanda e Escócia. A palavra deriva do escocês primitivo selich, (do inglês antigo
seolh significando selo).[2] Os selkies são ditos viverem como focas no mar, mas mudam a sua pele para se
tornar humanos na terra.
[←23]
Michty me – Uma exclamação de espanto, surpresa ou exasperação (Bnff, 1866 Gregor D. Bnff, 11.4), uma
forma reduzida de Deus Almichty , usada de forma exultante . " Michty me , é muito trabalho para terminar
este fim de semana !" Dicionáio de Lingua escocesa.
[←24]
Cama e café da manhã.
[←25]
O Highlander contador de histórias.
[←26]
Bailey - Muralha que pode ser externa e interna. Ver imagem no final deste livro.
[←27]
Scones - O scone é um biscoito rápido (quick bread – expressão usada para diferenciar os pães que não
utilizam fermento biológico) de origem escocesa. Ele é muito popular no Reino Unido e também nos Estados
Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Irlanda. Geralmente feitos de trigo, cevada ou aveia, e que são
feitos em porções individuais, assim como o cupcake.
[←28]
Dinnae ken – Giria escocesa. Cuja tradução seria: Ah dinnae ken. – I don’t know. / Ah dinnae ken. - Não sei.
[←29]
Gael – Gaélico, celta ou escocês.
[←30]
Crofting é um sistema social tradicional na Escócia definido pela produção de alimentos em pequena escala,
em particular para as Terras Altas da Escócia , as ilhas da Escócia e anteriormente na Ilha de Man. Nos
municípios do século XIX, os crofts individuais forão estabelecidos na terra melhor, e uma grande área de
morro de montanha de qualidade mais baixa é compartilhada por todos os crofters do município para o
pastoreio de seus gado
[←31]
Storyweave – Contador de histórias.
[←32]
Sporran – bolsa feita de couro ou pele de animais usadas na cintura, presa ao cinto e por cima do kit.
[←33]
Steak and Ale Pie é uma torta que como o nome já diz, leva carne (steak) e um tipo de cerveja (ale).
A massa é folhada (puff pastry) e o recheio é molhado.
[←34]
Hungry Islesman – Nativo Faminto.
[←35]
Vala – Videntes e profetizas nódicas.
[←36]
Capão – galo capado para engorda.