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La Città di Smeraldo

Edição por Mono Book Club


La Città di Smeraldo

Nesse livro a equipe do Mono Book Club produziu uma versão da


lenda italiana "Lá Città di smeraldo", inspirado na "Cidade das
esmeraldas" do mundo de Oz. O nome da flor de Smeraldo
significa "non potevo dire la verita” traduzido para o português:
“não devo contar a verdade”.

Esse livro não tem nenhum fim lucrativo, logo sua comercialização
não é permitida.

 s direitos da obra são concedidos ao autor oficial, não


O
identificado. A história existe e não foi criada pelo Mono.

Edição por Mono Book Club


Dedicatória

Dedicamos esse livro primeiramente ao Bangtan, pois eles são a


nossa maior inspiração. Nossos dias seriam cinzas sem os nossos
meninos. BTS, obrigada por serem o nosso modelo.

Também dedicamos aos Monies que nos apoiam e fazem de


tudo pelo Mono, vocês são demais e nós os roxamos.

Por fim, dedicamos ao army que sempre acolhe os projetos e


incentivam os meninos de todas as formas. Continuem sendo
espelho do Bangtan, honrem o nome deles e deixem o mundo
inteiro saber que ser army foi a melhor decisão que nós
poderíamos ter tomado.

Obrigada.

Edição por Mono Book Club


Epígrafe

" O que eu posso fazer


Nesse jardim
Nesse mundo
É florescer uma flor que se parece com você
E respirar como aquele eu que você conheceu
Mas eu ainda quero você
Eu ainda quero você. "

The truth untold — BTS

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"Se eu tivesse coragem de ficar na sua frente
Será que tudo teria sido diferente agora?"

The truth untold — BTS


La Città di Smeraldo

Mapa indicando a localização aproximada da Città de Smeraldo,


na Itália medieval, antes da peste negra.
Durante o século XV e XVI, na " Città de Smeraldo", uma
vila rural no norte da Itália, vivia um homem solitário em seu
castelo vazio. Haviam muitas suposições sobre quem ele era,
desde pequenos rumores à afirmações absurdas. Uma delas é a
que ele era fruto do relacionamento proibido de um Duque com
a filha do jardineiro, e a mesma morreu após dar à luz ao filho
ilegítimo. Também se supunha que a esposa do Duque e seus
filhos tentaram matá-lo, mas o Duque o enviou para longe.

Ele vivia sozinho no seu castelo e durante todo o seu


crescimento, sofreu bullying e recebeu muito ódio por conta de
sua aparência. Isso fez com que o mesmo criasse barreiras ao
redor de si, não se permitindo relacionar com outras pessoas. O
desconforto em receber olhares julgadores o provocava
nervosismo, então o mesmo se isolava de todos. Seu coração era
tão protegido quanto os muros que rodeavam seu castelo.

No entanto, plantar era uma atividade que o deixava feliz.


No seu castelo, lindos jardins com centenas de flores
adornavam toda a construção. Era impossível não se sentir
atraído pelos belos canteiros do homem solitário. Todas as
flores brotavam no seu jardim, porque apesar de não receber
amor, ele expressava todo esse sentimento no cultivo delas.

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Com o passar dos dias, o homem começou a perceber que
muitas de suas flores estavam sumindo, então resolveu ficar
acordado para descobrir o que estava acontecendo. Em uma
madrugada, ele avistou um vulto pulando o muro do seu
castelo, desconfiado, observou pela janela uma mulher de
cabelos desgrenhados, roupas surradas, magra e desesperada
roubando flores do seu jardim. Ele ficou tão zangado que
gritou bem alto:

— Quem és tu que roubas as flores que não são tuas em um


jardim que não te pertences?

Assustada, a mulher se apressou em pular o muro de volta para


a floresta escura.

A partir desse dia, o homem solitário fez plantão em frente


ao seu jardim todas as noites, numa tentativa de evitar que a
ladra voltasse a aparecer. Entretanto, apesar dos seus esforços
em se manter acordado, ele acabava adormecendo e a mulher
misteriosa aproveitava para continuar levando as flores.
Indignado com tamanha falta de respeito, ele jurou que ia fazê-
la se arrepender de ter se apropriado do que não era seu.

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Nas noites sucessivas, ele começou a observar como ela se
aproximava. Depois se atentou em como a sua aparência
doente e pálida não ofuscava a beleza da mesma. A
desconfiança começou a se tornar admiração, ela era a única
que se aproximava do castelo. O homem solitário observava a
mulher de longe, pois não queria afastá-la. Temia que o seu
rosto feio à assustasse e a fizesse sumir. Se aquela mulher
voltava todos as noites e roubava as suas flores, existia uma
razão. Havia algo nela que despertava curiosidade no mesmo e
ele precisava saber, então, na noite seguinte, ele resolveu fingir
que estava dormindo e aguardou a sua chegada.

Não demorou muito para que ela surgisse atrás da floresta


escura. Mais fraca e pálida que na noite anterior, ela mal
conseguia pular o muro do castelo. As mãos trêmulas e a tosse
seca, indicavam que ela tinha pegado um resfriado. O homem
solitário observava de longe a mulher frágil e vulnerável. Ele
queria poder ajudá-la. Sendo assim, quando ela partiu em
direção à floresta escura, ele pôs a sua máscara e a seguiu.
Trajando roupas escuras, ele se escondia nas sombras para que
ela não o visse.

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Após ser guiado por uma trilha conhecida pelo mesmo, mas
não frequentada habitualmente, eles chegaram até à Vila. Nem
mesmo o desconforto em estar naquele ambiente que o trazia
memórias ruins o fez desistir de descobrir o que aquela mulher
fazia.

A medida que caminhavam, o homem solitário observava o


local que eles estavam indo. Ruas insalubres, escuras e
perigosas. A miséria exposta em sua forma mais transparente. A
mulher entrou em uma casa pequena que estava caindo aos
pedaços, separou as flores e fez lindos buquês. Saiu em seguida
caminhando por toda a Vila, tentando vendê-las. Ao fim do dia,
conseguiu uma quantidade de dinheiro equivalente a um pão
que a mesma comeu desesperada.

Foi aí que ele percebeu que ela roubava suas flores para
vender e se sustentar. Que a pobreza havia sugado toda a sua
energia e a fazia lutar pela sobrevivência. A partir daquele dia,
o homem solitário começou a olhá-la com afeição. Ele queria
ajuda-lá, falar com ela que ficaria tudo bem e que ele poderia
dar apoio, mas temia que ela fugisse quando o visse. Sendo
assim, ele jurou criar uma flor tão rara para que ela pudesse
roubá-la do seu jardim e vendê-la por um preço mais caro.

A partir daquele dia, o homem se trancou no seu castelo e


dedicou noites e dias para desenvolver a flor mais rara mundo.
A mulher apareceu no seu jardim umas três vezes, e ele a
admirava com a sua máscara escondido. Tal sentimento cresceu
tanto que se transformara em amor. Após várias tentativas
frustradas, ele obteve sucesso. Uma flor de tons quentes de azul
surgiu, o Smeraldo.

O homem cultivou e cuidou das flores de Smeraldo com muito


cuidado e carinho. Todos os dias ele esperava pela visita da
mulher, queria que ela visse a flor que ele fez e se encantasse,
mas ela não apareceu.

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P
assou se vários dias e ela não retornou. Temendo que o
pior tivesse acontecido, ele correu desesperado em direção à
vila, sem nenhuma máscara que pudesse cobrir o seu rosto, pois
o desespero de perdê-la era maior do que a necessidade de
esconder quem ele era. Queria dizê-la o que nunca pôde, a
verdade que sempre escondeu: o seu nome, o quanto ela é
bonita e o quanto ele a quer.

Parado em frente a casa dela, ele bateu incessantemente na


porta, mas não obteve nenhuma resposta.

— Ela não está. — Disse uma jovem de aparência cansada


carregando um balde de água.
— Oh! E onde ela está? — Perguntou o homem ansioso.
— O senhor é algum parente dela?
— Não, sou apenas uma pessoa que a admira muito.
— Ela está lá, no cemitério, descansando sob sete palmos de
terra. — respondeu a mulher com uma voz fraca e triste. —
Apesar de todo o seu trabalho e esforço, a pobreza a venceu,
infelizmente é assim que acontece.

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Não temos as mesmas oportunidades que todos. — continuou a
moça — A luta para a sobrevivência não é fácil, é totalmente
desumana. Ela não tinha ninguém, mas era uma boa pessoa...

Atônito depois de receber tal notícia, o homem solitário não


esboçou nenhuma reação. Agradeceu à jovem que se despediu
com um "Meus pêsames" e partiu. Ele foi em direção ao túmulo
da falecida mulher e não conteve sua emoções. Ele pensava o
que teria acontecido se ele tivesse um pouco mais de coragem e
se mostrado. Qual direção essa história teria levado?

O homem solitário voltou a se isolar no seu castelo, mas o


túmulo da mulher sempre tinha muitas flores de smeraldo.
Quando o visitava, ele repetia com muita dor e arrependimento
em seu coração:

— Floresceu no meu jardim, essas flores que se parecem com


você, trouxe-as para que vocês pudessem estar juntas. Eu queria
te entregar, mas não consegui tirar a máscara para ir te
encontrar. Frente a ti, o meu eu estúpido sente vergonha e
arrependimento. É difícil poder chegar até a ti, mas não te
tocar. Te ver de longe, sem te abraçar. Eu sei que nada vai
mudar, mas a verdade nunca dita é que eu ainda quero você.

Reza a lenda que muitas pessoas tentaram plantar o Smeraldo


em outras regiões, mas ela nunca sobrevive. A flor só floresce no
mesmo lugar, na "Città di Smeraldo".

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