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Sansão: Uma vida comprometida pelas más escolhas

10/21/2014 3 Comentários

A verdadeira conversão dá segurança ao homem, mas não lhe permite cessar de vigiar”. (C. H.
Spurgeon)

Texto: Juízes 16.1-22

A Bíblia nos adverte que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas”. A história de
Sansão é uma prova de que nossas emoções podem comprometer a nossa caminhada com
Deus, levando-nos ao sofrimento. Sabemos que o nosso sucesso, ou o nosso fracasso, está
diretamente ligado à qualidade das nossas escolhas. Daí a importância de vigiarmos
constantemente (Mateus 26.41). Nosso alvo deve ser poder dizer como Paulo: “Combati o
bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”.

Em nossa lição de hoje vamos analisar alguns fatos sobre a vida de Sansão. Um homem que
apesar de todos os seus equívocos foi muito importante para a história de Israel. Seu nome
está registrado na galeria dos heróis da fé (Hebreus 11.32).

Quem foi Sansão

Sansão (ilustre, pequeno sol) viveu por volta de 1075 a.C. Sua história está registrada nos
capítulos 13 a 16 do livro dos Juízes. Era filho de Manoá, um homem de Zorá, da tribo de Dã.
Sua mãe era estéril quando foi visitada por um anjo do Senhor. Ela foi avisada de que daria à
luz um menino, que livraria o povo de Israel das mãos dos Filisteus. Sansão era um nazireu de
Deus (Números 6.1-21; Juízes 13.5). Um homem consagrado antes mesmo do nascimento.
Deus era com Sansão (13.24,25; 14.6; 15.14). Sansão casou-se com uma filisteia de Timna
(14.1). Foi traído ao ter o segredo do seu enigma revelado. Ele então se apaixonou por uma
mulher chamada Dalila, que subornada pelos filisteus usou todo o seu charme para arrancar
de Sansão, após quatro tentativas, o segredo de sua força (16.17). Ele nunca havia cortado o
cabelo, mas deixando-se levar pela atração que nutria por Dalila, contou toda a verdade.
Enquanto dormia teve seus cabelos cortados. Quando tentou abrir os olhos, era tarde demais.
Ele havia perdido os olhos e a força e passou a ser como qualquer outro homem. Os filisteus o
levaram para uma prisão, onde ele, humilhado, passou a trabalhar girando o moinho no
cárcere.

Enquanto os filisteus exaltavam o deus “Dagom” e zombavam do Deus de Israel, Sansão se


apoiou nas colunas mestras que sustentavam o templo e clamou ao Senhor (16.28). O templo
desabou sobre todos os líderes, sobre o povo e sobre Sansão. Todos morreram. O corpo de
Sansão foi levado por seus irmãos, que o sepultaram no túmulo de seu pai, Manoá. Sansão
julgou Israel por 20 anos. Ele foi o 13° juiz.
A história de Sansão serve de alerta, nos proporciona as seguintes lições:

1. Devemos tomar cuidado com o nosso envolvimento no mundo

Sansão se envolveu com os filisteus; apaixonou-se e casou-se com uma filisteia, ignorando o
alerta dos seus pais (14.3). Envolveu-se com uma prostituta quando foi a Gaza (16.1) e por fim
rendeu-se aos encantos de Dalila, uma mulher que sabia usar seus encantos para conseguir
seus intentos (16.16). A queda de Sansão está diretamente ligada a sua disposição em viver
longe do seu povo. Ela aconteceu aos poucos.

Paulo fez o seguinte alerta para os cristãos: “Não se amoldem ao padrão deste mundo”. Temos
visto a cada dia que passa um envolvimento maior da igreja com as coisas e pessoas deste
mundo. Ao invés de transformar (Mateus 5.13) infelizmente estamos vendo uma geração de
cristãos optando pelos mesmos gostos, as mesmas músicas, o mesmo estilo de festa, as
mesmas roupas, os mesmos ambientes, o mesmo linguajar e o pior, projetos de vida muito
semelhantes. Tiago nos alertou: “Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-
se inimigo de Deus”. Ao invés de fugir estamos nos aproximando e nos acostumando com o
glamour (encanto) deste mundo. Ao jovem Timóteo Paulo aconselhou: “Foge também das
paixões da mocidade, e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com os que, de coração puro
invocam o Senhor”.

George Barna fez uma pesquisa nos EUA onde constatou que apenas 43% dos adultos que se
declaram cristãos são plenamente comprometidos com a fé cristã. Pelo que percebemos no
dia a dia, podemos afirmar que no Brasil não é diferente. Lembremo-nos das palavras do
Salmista: “Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios,não imita a conduta dos
pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores!”

Enquanto igreja militante, teremos que viver, trabalhar, negociar e estudar neste mundo. Mas
não podemos esquecer que “fomos chamados para fora”. Somos a igreja de Cristo, um povo
que vive na terra com um estilo de vida de acordo com aqueles que um dia viverão no céu.
“Não ameis o mundo, nem o que há no mundo”.

2. Não podemos colocar as emoções à frente da razão

Sansão deu vazão à emoção. Estava nos braços de uma bela mulher, que o levou à queda. Ele
havia se acomodado ao ambiente, achava-se forte o bastante para qualquer situação. Ele teve
três oportunidades de avaliar os fatos e reagir, mas optou por ignorar o perigo e em seguida
caiu. Sansão tornou-se uma presa fácil para Dalila e para os filisteus.

A Bíblia nos alerta: “Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal”.
Mesmo assim muitos estão optando por seguir dando vazão apenas às emoções. Vivemos
numa época em que todos querem sentir, se arrepiar, etc. Poucos falam sobre pensar. Daí o
grito do cantor João Alexandre ao escrever a canção intitulada “É proibido pensar”. Nossa vida
precisa estar aliada à razão. Precisamos pensar antes de agir. Precisamos estabelecer
princípios que priorizem nossa integridade diante de Deus. Precisamos cultuar de forma
racional.
Precisamos ouvir a voz do Espírito Santo, o nosso ajudador. Precisamos priorizar andar
segundo a Palavra de Deus (Salmo 119.11). Precisamos renovar o nosso entendimento
diariamente. Agindo assim, experimentaremos a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

3. Nem sempre será possível ser como antes

Essa é uma triste conclusão que a história de Sansão revela. A sua falta de vigilância custou
muito caro. Mesmo Deus ouvindo a sua oração naquele templo, Sansão não teve como
recuperar os seus dias de glória.

Um dos melhores antídotos contra o pecado é pensarmos nas consequências dele. No preço
caríssimo a ser pago diante de Deus e dos homens. A maioria das quedas não acontece do dia
para a noite. Há tempo para pensar, avaliar, resistir e se necessário fugir (Tiago 1.14,15).
Quantas vidas e famílias seriam preservadas se aqueles que caíram tivessem aplicado essas e
outras regras de segurança. Precisamos estabelecer limites, avaliar as consequências dos
nossos atos antes de agir.

Sabemos que quando confessamos ao Senhor os nossos pecados (1Jo 1.9), eles são perdoados.
Mas também sabemos que muitas vezes haverá um triste salário a ser pago em consequência
deles. Na presença de Deus podemos resistir às tentações. Então: “Aquele, pois, que pensa
estar em pé, olhe não caia”.

4. Mesmo estando “no fundo do poço” clame ao senhor

Os erros de Sansão o levaram a uma condição a que ele jamais havia imaginado chegar. Mas
em meio às pesadas consequências ele fez um pedido a Deus e foi atendido.

Sempre é tempo de clamar. Foi o Senhor quem disse: “se o meu povo, que se chama pelo meu
nome, se humilhar e orar, buscar aminha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o
ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra” (2 Crônicas 7.14).

Nenhuma condição deve nos afastar de Deus. Clamemos ao Senhor, não importa a
circunstância. A. W. Pink afirmou: “O propósito da oração não é fornecer a Deus o
conhecimento das coisas de que precisamos, mas confessar-lhe nosso sentimento de
necessidade”.

Conclusão: A história de Sansão é um exemplo que serve de alerta quanto ao nosso


envolvimento com o mundo. Um homem consagrado antes mesmo do nascimento, uma vida
que tinha tudo para dar certo, mas que após viver momentos de extremo sofrimento teve um
triste fim. Alguém poderia dizer: “Ah, se Sansão tivesse vigiado um pouco mais!”.

A história na vida real não se baseia em suposições. Ela é escrita com as decisões que tomamos
no dia a dia. Por isso, “a melhor maneira de não falhar nunca é temer sempre”. É permanecer
com a armadura de Deus para que possamos resistir no dia mau (Efésios 6.10-18). Portanto,
antes que seja tarde demais, clame ao Senhor.

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