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IV – A TIPOLOGIA DA ÁGUA
A entrada na presença de Deus exigia pureza moral e cerimonial. A provisão de um ritual de purificação pelo Senhor,
consagrou Arão e seus descendentes ao serviço mas não os livrou de seus pecados. Pelo contrário, a necessidade de se lavarem
continuamente enfatizava sua impureza. Vejamos sua tipologia com o uso da água:
4.1 A água da purificação. No altar de bronze o homem recebia provisoriamente e parcialmente a justificação de seus pecados
através do sacrifício do animal que prefigurava o sacrifício pleno de Jesus na cruz, e na bacia de bronze ele recebia a
purificação através da lavagem com a água que isso também apontava tipologicamente para Cristo. O significado espiritual do
sangue do animal e da água da pia de bronze pode ser visto no NT onde esses dois agentes de purificação (o sangue e a água)
se encontram no sacrifício de Jesus: “Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo: não somente por água,
mas por água e sangue [...] (1Jo 5.6). Quando Cristo morreu na cruz, e sangue e água fluíram de seu lado (Jo 19.34), Ele
cumpriu e aboliu a necessidade do sangue do sacrifício e da água da lavagem. Tudo aquilo que o sangue de animais no altar do
holocausto e as águas cerimoniais na pia de bronze representavam convergiu para o sacrifício perfeito e completo de Cristo. O
sangue derramado é o antítipo de todo sangue de animal derramado sob a aliança mosaica. A água que fluiu do lado perfurado de
Cristo cumpriu tudo que as lavagens cerimoniais da antiga aliança representavam (CONNER, 2004, p. 130).
4.2 A água na regeneração. Jesus nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo: “[...] aquele que não
nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5). A regeneração e a renovação correspondem ao novo
nascimento (ou nascer do alto). Esta é a lavagem inicial, uma limpeza, uma purificação em relação à antiga maneira de viver (At
15.9; 1Ts 4.7; 2Co 5.17). É isso que nos transforma em novas criaturas. Paulo disse: “Mas vocês foram lavados, foram
santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (1Co 6.11). Jesus falou que
quem já se banhou está limpo (Jo 13.10). Tudo isso se refere à limpeza da regeneração que acontece na vida do crente.
4.3 A água no santificação. Moisés lavou inteiramente Arão e seus filhos na limpeza inicial e dali em diante os sacerdotes
deveriam manter essa limpeza usando a bacia nas lavagens diárias de suas mãos e pés (Êx 29.4; 40.12). Jesus ministrou o
batismo da regeneração, mas é nossa responsabilidade pessoal manter a limpeza diária de nossas mãos e pés (1Pd 1.22; 2Co 7.1;
Ef 5.26; 1Co 6.11). Paulo nos exorta: “Purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a
santidade no temor de Deus” (2Co 7.1). O escritor aos hebreus diz que devemos nos aproximar de Deus tendo: “os nossos
corpos lavados com água pura” (Hb 10.20-22). A bacia deveria ser aspergida com sangue, ungida com azeite e conter a água
para a purificação dos sacerdotes (Êx 40.11; Lv 8.10,11). Assim, a água purificadora da Palavra vem a nós através do sangue de
Jesus e pelo Espírito que é o “azeite” de Deus em nós. Precisam os que nossos corações sejam aspergidos com sangue; ser
lavados pela água da Palavra, e sermos ungido do santo azeite da unção do Espírito Santo.
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição que a água fala de pureza e santificação, e é símbolo da ação purificadora da Palavra de Deus
(Jo 15.3; 17.17; Ef 5.26,27) e do Espírito Santo (Tt 3.4-6; 1Co 6.11) em nossos corações (Hb 10.22; 1Pd 1.22,23). Pode
simbolizar também a purificação pelo sangue de Jesus (1Jo 1.7), uma vez que o sacrifício de Cristo nos purifica de todo pecado.
REFERÊNCIAS
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
CONNER, Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). Atos, 2004.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.