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O REINO DE DEUS

O que é, Onde está e Quando Virá o Reino?

SALVAÇÃO:
REGENERAÇÃO OU
ANIQUILAÇÃO?
Aula 5

INTRODUÇÃO
O propósito desta aula é compreender melhor o plano de Deus
para a sua criação. Seu objetivo não é destruir aquilo que criou no
princípio, mas renovar e restaurar a criação como um todo.
O pensamento moderno é muito influenciado pela filosofia grega.
Não podemos afirmar que tudo o que provém da filosofia seja ruim,
mas quando substituímos fundamentos bíblicos por fundamentos
filosóficos nossa forma de enxergar o mundo será afetada.

Se a forma como enxergamos a realidade é afetada, a forma


como interagimos com ela também será afetada

Podemos dizer que a filosofia contribuiu positivamente para a fé


cristã, ajudando os cristãos a compreender respostas bíblicas em al-
gumas categorias filosóficas e questionamentos humanos. Mas nos
primeiros séculos da história da igreja houve uma influência muito
negativa da filosofia sobre a fé cristã.

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Muitas heresias surgiram da interação entre filosofia e cristianismo.


Uma delas foi o gnosticismo – diz que tudo o que é físico e visível
é, de alguma forma, mau. O gnosticismo entendia a salvação como
uma fuga do mundo físico e visível, para um mundo constituído por
ideias. Podemos ver esse pensamento nos influenciando hoje quan-
do fazemos distinção entre o que é espiritual e o que é material
(físico). Essas categorias não existem na Bíblia.

A Bíblia não traça um paralelo contrário entre o que é


espiritual e o que é físico.
O contrário de espiritual na Bíblia é carnal; o contrário
de material é etéreo (algo sem substância).

Quando a Bíblia fala a respeito da realidade celestial, do mundo vin-


douro, do nosso futuro com Deus e do reino que será estabelecido,
não faz afirmações que nos levem a pensar esta
realidade como algo imaterial. Ela não nos leva a
pensar nesta existência futura no reino de Deus A Bíblia nos diz
que a criação
como uma existência atemporal, onde não existe será
espaço nem matéria. RESTAURADA,
REGENERADA!
Chegará o dia em que a criação será novamente
conectada com o seu propósito original. Ela será
purificada de todo pecado e, então, experimenta-
remos o propósito para o qual Deus criou toda a humanidade.
Nosso conceito de salvação não pode estar pautado somente em
aniquilação, na destruição do que vemos ao nosso redor. Temos
um pensamento a respeito da salvação que acaba destruindo a
esperança que a Bíblia nos chama para ter. A esperança bíblica
não diz respeito a abandonar este corpo e viver uma existência
“desencarnada” por toda a eternidade.
O próprio Deus, para confirmar o seu propósito, se encarnou como
ser-humano. Cristo se fez carne, se tornou um homem, e em sua
ressurreição este corpo alcançou o seu propósito – revestir a huma-
nidade com a sua glória.

Regeneração ou Aniquilação?
A. Frequentemente, as seguintes passagens são apresentadas iso-
ladamente para validar a suposição de uma salvação platônica,
baseada em um conceito de aniquilação (Platonismo: visão de

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mundo dualista inaugurada pelo filósofo Platão, que dividia a


existência entre duas realidades – a física, material e a superior,
das formas e ideias). No entanto, essas passagens precisam ser
vistas como figurativas, que dizem respeito ao Dia do Senhor e
do julgamento sobre os iníquos:

“Levantai os olhos para os céus e olhai para baixo,


para a terra, porque os céus desaparecerão como
fumaça, e a terra envelhecerá como se fosse uma
roupa; e os seus moradores morrerão como moscas.
Mas a minha salvação durará para sempre, e a minha
justiça não será abolida.” (Is 51.6 – A21)

“Pois crio novos céus e nova terra; e as coisas passa-


das não serão lembradas, nem serão mais recorda-
das.” (Is 65.17 – A21)

“Pois diz o SENHOR: Assim como os novos céus e a


nova terra que farei durarão diante de mim, assim a
vossa posteridade e o vosso nome durarão.”
(Is 66.22 – A21)

“No princípio firmaste os fundamentos da terra, e os


céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas
tu permanecerás; envelhecerão como vestimentas.
Como roupas tu os trocarás e serão jogados fora.
Mas tu permaneces o mesmo, e os teus dias jamais
terão fim.” (Sl 102.25-27 – NVI)
“Pois em verdade vos digo: Antes que o céu e a terra
passem, de modo nenhum passará uma só letra ou
um só traço da Lei, até que tudo se cumpra.”
(Mt 5.18 – A21)

“Contudo, o dia do Senhor virá como ladrão, no qual


os céus passarão com grande estrondo, e os elemen-
tos, queimando, se dissolverão, e a terra e as obras
que nela há serão descobertas. Se todas essas coisas
serão assim destruídas, que tipo de pessoa deveis ser?
Pessoas que vivem em santidade e piedade, aguar-
dando e esperando ansiosamente a vinda do dia de
Deus; por causa desse dia, os céus se dissolverão
pelo fogo, e os elementos, ardendo, derreterão. Nós,

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porém, segundo sua promessa, aguardamos novos


céus e nova terra, nos quais habita a justiça.”
(2 Pe 3.10-13 – A21)

“Então vi um novo céu e uma nova terra. Pois o pri-


meiro céu e a primeira terra já se foram, e o mar já
não existe.” (Ap 21.1 – A21)

B. Muitas passagens afirmam diretamente a perpetuidade da Terra.


Com base na aliança de Deus com a criação (Gn 1.3-2.25; Jr
33.20-26; etc.), esta deve ser interpretada “literalmente”:

“Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome.


Trazei ofertas e entrai em sua presença; adorai ao SE-
NHOR na beleza da sua santidade. Toda a terra trema
diante dele, pois firmou o mundo para que não seja
abalado.” (1 Cr 16.29,30 – A21)

“Edificou seu santuário como os lugares elevados,


como a terra que estabeleceu para sempre.”
(Sl 78.69 – A21)

“SENHOR, tua palavra está firmada para sempre nos


céus. Tua fidelidade estende-se de geração a gera-
ção; tu firmaste a terra, e ela permanece firme. Tudo
se mantém até hoje, conforme ordenaste, pois todas
as coisas [céus e terra] obedecem a ti.”
(Sl 119.89-91 – A21)

“Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todo o seu


exército celestial! Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as
estrelas reluzentes! Louvai-o, céu dos céus, e as águas
que estão acima do firmamento! Louvem o nome do
SENHOR; pois ele deu ordem, e logo foram criados.
Ele também os estabeleceu para todo o sempre; e
lhes fixou um limite, que nenhum deles ultrapassará.”
(Sl 148.2-6 – A21)

“Gerações vêm e gerações vão, mas a terra perma-


nece para sempre.” (Ec 1.4 – NVI)

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“Eu sei que tudo que Deus faz durará eternamente;


nada se pode acrescentar a isso e nada se pode tirar
disso. Deus faz isso para que os homens o temam.” (Ec
3.14 – A21)

“Ó montes, e vós, fundamentos perpétuos da terra,


ouvi a acusação do SENHOR” (Mq 6.2a – A21)

C. Outras passagens declaram indiretamente a perpetuidade da


Terra, declarando a perpetuidade dos céus, que foram criados
em relação direta com a Terra:

“Viva ele enquanto existir o sol, e enquanto durar a


lua, por todas as gerações. (...) Que a justiça flores-
ça nos seus dias, e haja plena paz enquanto durar a
lua. (...) Que seu nome permaneça eternamente, e
sua fama continue enquanto o sol durar; nele sejam
abençoados os homens; todas as nações o chamem
bem-aventurado.” (Sl 72.5,7,17 – A21)

“De uma vez para sempre jurei pela minha santidade,


e não mentirei a Davi, que a sua linhagem permane-
cerá para sempre, e o seu trono durará como o sol;
e será estabelecido para sempre como a lua, a fiel
testemunha no céu.” (Salmos 89.35-37 – NVI)

“Assim diz o SENHOR: Se puderdes invalidar a minha


aliança com o dia e com a noite, de tal modo que não
haja nem dia nem noite a seu tempo”
(Jr 33.20 – A21)

O propósito de Deus para a Terra, assim como o seu propósito para


o nosso corpo, é restaurá-la, renová-la e revesti-la com a sua glória.
Deus não irá simplesmente descartar a terra. Ele irá demonstrar seu
poder e sua glória restaurando-a e fazendo com que seu propósi-
to seja restabelecido, pois desde o princípio destinou este planeta
para ser o lugar de sua habitação. Deus nunca desistiu do seu pro-
pósito para com a sua criação.

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Restauração:
A Natureza Essencial da Salvação Bíblica

A. Etimologia Redentora

1. Inerente ao conceito de redenção que o evangelho nos


apresenta, está a regeneração e a renovação, não a destrui-
ção e a aniquilação. A teologia da redenção em si requer a
rejeição da doutrina de que a terra será aniquilada no último
dia.
2. Deus nunca desistiu de sua criação original. Todo um vo-
cabulário bíblico esclarece esse ponto: conciliar, resgatar,
restaurar, recuperar, retornar, renovar, regenerar, ressuscitar.
Cada uma destas palavras começa com o prefixo “re”, suge-
rindo um retorno a uma condição original que foi arruinada
ou perdida.
3. Redenção significa recomprar o que uma vez foi propria-
mente seu. Reconciliação significa a restauração ou resta-
belecimento de uma amizade ou unidade anterior. Renova-
ção significa fazer de novo, restaurando um estado original.
Ressurreição significa tornar-se fisicamente vivo novamente,
após a morte. Essas palavras enfatizam que Deus sempre nos
vê à luz do que ele pretendia que nós fôssemos e, por isso,
sempre busca nos restaurar a esse desígnio.

B. Motivação Redentora
1. O propósito e desejo de Deus sempre foi habitar com o ho-
mem na terra:

“Então o SENHOR Deus plantou um jardim, para o


lado do oriente, no Éden; e colocou ali o homem que
havia formado.” (Gn 2.8 – A21)

“Ao ouvirem a voz do SENHOR Deus, que andava


pelo jardim no final da tarde” (Gn 3.8a – A21)
2. Por causa do pecado do homem, o propósito de Deus foi in-
terrompido, mas não descartado. Esta orientação a respeito
da salvação para a Terra é vista em toda a Escritura:

“Eles me farão um santuário para que eu habite no


meio deles.” (Êx 25.8 – A21)

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“Estabelecerei o meu tabernáculo no meio de vós, e


não sereis uma abominação para mim. Andarei no
meio de vós e serei o vosso Deus, e vós sereis o meu
povo.” (Lv 26.11,12 – A21)

“Farei com eles uma aliança de paz, que será uma


aliança eterna. Eu os estabelecerei e multiplicarei; po-
rei o meu santuário no meio deles para sempre. Meu
tabernáculo permanecerá com eles; eu serei o seu
Deus e eles serão o meu povo.” (Ez 37.26,27 – A21)

“Exulta e alegra-te, ó filha de Sião; pois eu venho e ha-


bitarei no meio de ti, diz o SENHOR.” (Zc 2.10 – A21)

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”


(Jo 1.14a – A21)
3. Deus finalmente cumprirá o seu plano de habitar nesta Terra
com o homem:

“E ouvi uma forte voz, que vinha do trono e dizia: O


tabernáculo de Deus está entre os homens, pois ha-
bitará com eles. Eles serão o seu povo, e Deus mesmo
estará com eles.” (Ap 21.3 – A21)

4. A criação originalmente era um ambiente adequado para


esta habitação:
a. Quando Deus originalmente criou a terra ele conside-
rou-a “muito boa”, com as implicações de que a exis-
tência do homem era completa e integral dentro dos
processos da terra original.
b. A criação de uma “nova terra” não necessita de novos
processos existenciais para aperfeiçoar a vida do ho-
mem. Por que Deus criaria uma nova terra para ter os
mesmos processos existenciais da terra original, quan-
do ele poderia simplesmente renovar a atual? Assim, a
“nova terra” (Is 65.17; 2 Pe 3.13; Ap 21.1) será compa-
rável à terra original.
c. Se Deus quisesse nos entregar ao inferno e começar
tudo de novo, certamente poderia fazê-lo. Ele pode-
ria ter feito um novo Adão e uma nova Eva, e enviado

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os antigos para o inferno. Porém, ele não o fez. Em vez


disso, escolheu redimir o que começou – os céus, a
terra e a humanidade – para trazê-los de volta ao seu
propósito original.

C. Honra Redentora

1. A honra e a glória de Deus dependem significativamente de


sua vitória sobre os anjos caídos e sobre os homens, em seu
governo sobre céus e terra. Se Deus tivesse que aniquilar o
cosmos atual, ele revelaria claramente o sucesso de Sata-
nás em corromper totalmente o que ele havia criado. Pelo
contrário, Deus derrotou Satanás, e revelará as dimensões
completas dessa derrota quando renovar a própria terra em
que Satanás enganou a humanidade, purificando-a comple-
tamente de todas as formas de iniquidade.
2. Deus não joga fora sua obra e começa do zero. Ao invés
disso, ele usa a mesma tela para reparar e tornar mais bela a
pintura marcada pelo vândalo. Este não terá a satisfação de
destruir a obra-prima de seu rival. Pelo contrário, Deus faz
uma obra-prima ainda maior do que a que seu inimigo pro-
curou destruir. Satanás procura destruir a Terra; Deus procura
restaurá-la, renová-la, governá-la e devolvê-la a seus filhos.
Deus vencerá a batalha por nós e pela Terra.

D. Alianças Redentoras
1. Deus fez uma aliança (um pacto/promessa solene) com a
criação, e nunca a quebrará. A aliança com Abraão e seus
descendentes é, portanto, conectada à aliança da criação,
uma vez que seu destino está diretamente ligado aos filhos
de Adão:

“Assim diz o Senhor: Se vocês puderem romper a mi-


nha aliança com o dia e a minha aliança com a noi-
te, de modo que nem o dia nem a noite aconteçam
no tempo que lhes está determinado (...). Assim diz o
Senhor: Se a minha aliança com o dia e com a noite
não mais vigorasse, se eu não tivesse estabelecido
as leis fixas do céu e da terra, então eu rejeitaria os
descendentes de Jacó e do meu servo Davi”
(Jr 33.20,25,26a – NVI)

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“Pois a criação aguarda ansiosamente a revelação


dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à
inutilidade, não por sua vontade, mas por causa da-
quele que a sujeitou, na esperança de que também a
própria criação seja libertada do cativeiro da degene-
ração, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.”
(Rm 8.19-21 – A21)
2. Os céus e a terra jamais serão destruídos. A criação de Deus
é boa e ele é fiel a ela. Ele é o Deus da criação, o que signifi-
ca que nunca desistirá dela, nunca a abandonará ou esque-
cerá. Com base nisso, ele faz uma aliança para ser o Deus
de Abraão e seus filhos, os quais receberão autoridade, sob
a semente messiânica, para liberar a criação da escravidão
da queda:

“Vocês estão aqui presentes para entrar em aliança


com o Senhor, o seu Deus, aliança que ele está fa-
zendo com vocês hoje, selando-a sob juramento, para
hoje confirmá-los como seu povo, para que ele seja
o seu Deus conforme lhes prometeu e jurou aos seus
antepassados, Abraão, Isaque e Jacó.”
(Dt 29.12,13 – NVI)

“O SENHOR desceu numa nuvem e, pondo-se junto a


ele, proclamou o nome do SENHOR.Tendo o SENHOR
passado diante de Moisés, proclamou: SENHOR, SE-
NHOR, Deus misericordioso e compassivo, tardio em
irar-se e cheio de bondade e de fidelidade; que usa
de bondade com milhares; que perdoa a maldade, a
transgressão e o pecado”
(Êx 34.5-7a – A21)

“Como é feliz aquele cujo auxílio é o Deus de Jacó,


cuja esperança está no Senhor, no seu Deus, que fez
os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e que
mantém a sua fidelidade para sempre! Ele defende a
causa dos oprimidos e dá alimento aos famintos (...). O
Senhor reina para sempre! O teu Deus, ó Sião, reina
de geração em geração. Aleluia!” (Sl 146.5-7a,10)

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E. Restauração Escatológica
1. O homem foi criado do pó da terra (Gn 2.7), e amaldiçoado
a voltar a ele (Gn 3.19). Além disso, a maldição sobre Adão
teve implicações diretas sobre terra (“espinhos e ervas dani-
nhas”, Gn 3.18). Assim, a inversão da maldição sobre Adão
(Gn 3.15) também terá implicações diretas sobre a Terra – se
a “maldição” original foi sobre esta terra, então a conclusão
lógica é que a reversão da “maldição” será nesta mesma ter-
ra:

“Já não haverá maldição nenhuma. O trono de Deus


e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o
servirão.” (Ap 22.3 – NVI)

2. Em última análise, tudo será alcançado em Cristo, o “último


Adão” e “segundo homem” (1 Co 15.45,47); será simples-
mente a restauração e realização do propósito original de
Deus na criação. Assim como a criação foi «boa» no princípio,
também o será no final:

“Porque, assim como a morte veio por um homem,


também por um homem veio a ressurreição dos mor-
tos. Pois, assim como em Adão todos morrem, do mes-
mo modo em Cristo todos serão vivificados. Cada um,
porém, na sua vez: Cristo primeiro, e depois os que
lhe pertencem na sua vinda.” (1 Co 15.21-23 – A21)

“Também a dádiva não é como o caso da transgres-


são, que veio por meio de um só que pecou; pois o
juízo veio de uma só transgressão para a condena-
ção, mas a dádiva gratuita veio de muitas transgres-
sões para a justificação. Porque, se a morte reinou
pela transgressão de um só, então os que recebem
da transbordante suficiência da graça e da dádiva da
justiça reinarão muito mais em vida por meio de um
só, Jesus Cristo.” (Rm 5.16,17 – A21)
3. Este é o contexto para passagens bem conhecidas no Novo
Testamento, que assumem claramente que a criação como
um todo será redimida e reconciliada com Deus:

“E fez com que conhecêssemos o mistério da sua


vontade (para a redenção), segundo a sua boa de-

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terminação, que nele propôs para a dispensação da


plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo
todas as coisas, tanto as que estão no céu como as
que estão na terra.” (Ef 1.9,10 – A21)

“Porque foi da vontade de Deus que nele habitasse


toda a plenitude e, havendo feito a paz pelo sangue
da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo
mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra
como as que estão no céu.” (Cl 1.19,20 – A21)

“Porque a criação ficou sujeita à inutilidade, não por


sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou,
na esperança de que também a própria criação seja
libertada do cativeiro da degeneração [redimida],
para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Pois sa-
bemos que toda a criação geme e agoniza até agora,
como se sofresse dores de parto [pela libertação da
inutilidade, futilidade]; e não somente ela, mas tam-
bém nós, que temos os primeiros frutos do Espírito,
também gememos em nosso íntimo, aguardando an-
siosamente nossa adoção, a redenção do nosso cor-
po [indicando que a criação também será redimida].”
(Rm 8.20-23 – A21)

F. “Ressurreição” Cosmológica
1. Assim como o homem irá experimentar a ressurreição, a terra
também irá experimentá-la. Em ambos os casos, há continui-
dade de identidade entre o antigo e o novo. Assim, à medi-
da que o corpo experimenta a morte, mas ressuscita de sua
destruição, também a Terra será ressuscitada de sua destrui-
ção no final dos tempos (Mt 24.29; 2 Pe 3.12,13).
2. Assim como o corpo ressuscitado de Jesus foi projetado para
esta terra (Jo 20-21; At 1), assim também nossos corpos res-
suscitados eternos serão projetados para esta terra, que exis-
tirá eternamente. Como a ressurreição dos redimidos que
foram deixados na terra no retorno de Jesus é uma trans-
formação radical, a ressurreição da Terra também terá uma
transformação radical. Enquanto estivermos sendo “transfor-
mados”, a Terra também será “transformada”.

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“Eu vos digo um mistério: Nem todos iremos falecer,


mas todos seremos transformados, num momento,
num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombe-
ta. Porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
imperecíveis, e nós seremos transformados.”
(1 Co 15.51,52 – A21)
3. Como a ressurreição do homem acontece por meio do Espí-
rito Santo (Rm 1.1-4; Gl 6.8; 1 Pe 3.18-22), assim também a
ressurreição da Terra será por meio do Espírito Santo.

“Envias teu fôlego [Espírito], e são criados; e assim re-


novas a face da terra.” (Sl 104.30 – A21)

“Então vi um novo céu e uma nova terra. Pois o pri-


meiro céu e a primeira terra já se foram (...). O que
estava assentado sobre o trono disse: Eu faço novas
todas as coisas!” (Ap 21.1,5a – A21)
4. Assim, o “falecimento” do “velho homem” irá se comparar ao
“falecimento” da “velha terra”.

“Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação;


as coisas velhas já passaram, e surgiram coisas novas.”
(2 Co 5.17 – A21)

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