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RESENHA

Samuel R. Lopes

ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: A doutrina reformada das Escrituras. 1 Ed.


São Paulo: Os Puritanos, 1998.

Escrito pelo pastor Paulo Anglada, e tem com propósito apresentar a doutrina
protestante histórica sobre as Sagradas Escrituras.

Em seu primeiro capítulo o autor aponta os símbolos de Fé trazendo os


conceitos para cada um deles, a saber, credos, confissões de fé, catecismos e
cânones. Os credos são declarações de fé resumidas. Com relação a confissão de
fé ela se diferencia do credo pelo seu tamanho mais extenso. Por sua vez os
catecismos, também caracterizados como resumos de fé, se distingue pelo seu
propósito mais didático, ou seja, no formato de perguntas e respostas. Já os
cânones são decisões oficiais de concílios que apontam a posição oficial da igreja
quanto a doutrinas específicas.

O segundo capítulo fala sobre a doutrina da revelação. Paulo Anglada nos


apresenta dois tipos de revelações: Revelação Natural e Revelação Especial. Por
Revelação Natural ele aponta o universo físico. Tanto o cosmos, microcosmos e
Macrocosmos. Eles revelam muito acerca do Criador, sua sabedoria e seu poder.
Quanto a Revelação especial, Deus separou um povo (o Israel de Deus) para
revelar-lhe diretamente o conhecimento necessário a salvação. Esta revelação foi
escrita por homens separados por Deus para que pudesse ser preservada e
permanecesse disponível para o cumprimento dos propósitos eternos do poderoso
Deus.

O autor separa o terceiro capítulo para escrever sobre o Cânon das Escrituras.
A palavra cânon é a transliteração do termo grego que significa vara, régua, regra.
Ao utilizarmos esse termo para a Escrituras designamos os livros que conformam à
regra da inspiração e autoridade divinas. O cânon do AT contém trinta e nove livros,
e o NT vinte sete livros. A inspiração divina é o tema do quarto capítulo. Ela é uma
das doutrinas fundamentais da fé cristã. Ela aponta a origem divina das Escrituras.
Apesar de ter sido escritas por homens, eles foram movidos pelo Espírito Santo e
tudo que foi registrado por eles constitui-se em revelação autoritativa de Deus. O
autor apresenta também as evidências indiretas e diretas da inspiração, assim
como, a natureza desta e também a sua extensão.

Em seu quinto capítulo Paulo Anglada vai apresentar a autoridade das


Escrituras e concluímos que por serem divinamente inspiradas, inerrantes, verídicas
em todas as suas afirmativas, elas tem autoridade quanto a todos os assuntos sobre
os quais faz asseverações. Em relação as evidências sobre essa afirmação vemos
que o próprio Jesus atestou essa autoridade. De forma especial, o sexto capítulo
fala sobre a suficiência das Escrituras apontando a Bíblia como nossa regra
completa de fé e prática. Não é necessário o acréscimo de nada com relação as
Escrituras. Apesar de não ser exaustiva, ou seja, não fornecer detalhes sobre tudo,
ela nos apresenta princípios, ensinos gerais e exemplos dos quais podemos utilizar
para o ensino, necessários para fé e o culto na igreja.

O sétimo capítulo fala sobre a clareza das Escrituras. A Confissão de Fé de


Westminster afirma que nem todas as coisas escritas nas Escrituras são claras em
si, mas, contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para
a salvação e que todos tem possibilidade de entende-las e pô-las em prática. Por
isso, como afirmado no livro “o essencial é claro pela iluminação do Espírito”. No
capítulo oito lemos sobre a preservação das Escrituras. Esta doutrina é de extrema
importância, pois o que adiantaria se os textos bíblicos originais, sendo inspirados
pelo Espírito Santo, não tivessem sido igualmente preservados? O autor deixa claro
que tanto o AT como o NT tem garantido a preservação de seu conteúdo.

O nono capítulo tem como tema principal a tradução das Escrituras. Apesar
das dificuldades de tradução, por exemplo, não existir palavra correspondente para
que possa gerar uma tradução mais adequada, a própria Bíblia nos desafia a
ensinar as Escrituras a todos os povos. É o que lemos na grande comissão. Neste
capítulo o autor apresenta a necessidade da tradução, as várias traduções das
Escrituras e também orientações para realizar uma tradução saudável.

O capítulo dez tem como foco a hermenêutica sagrada. Como afirma a


Confissão de Westminster “a regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma
Escritura”. Paulo Anglada apresenta a necessidade de interpretação das Escrituras,
as correntes de interpretação e o método gramático-histórico. Método este
fundamentado em pressupostos teológicos confessionais, que emprega princípios
gerais definidos, decorrente desses pressupostos, levando em consideração a
natureza divino humana das Escrituras.

Em seu capítulo onze o autor escreve sobre a autoridade suprema das


Escrituras, razão pela qual mostra grande ênfase pelo fato da tendência geral de
limitar a autoridade das Escrituras. Aqui ele alerta sobre o problema na admissão de
fontes suplementares de autoridade e também a redução da autoridade bíblica. Ele
conclui o capítulo afirmando que “o propósito especial das Escrituras não é histórico,
moral ou científico, mas salvífico [...]”.

No capítulo doze o Anglada apresenta as objeções com relação as Sagradas


Escrituras, principalmente com o surgimento do racionalismo, alta crítica e
liberalismo, assim como, a respostas a estes. No capítulo treze vemos um
chamamento à aplicabilidade da doutrina das Escrituras na vida de todo cristão.

Este livro é de suma importância para que todos os cristãos conheçam mais
profundamente sobre a sublime obra de Deus com relação as Sagradas Escrituras.
Que ao lermos possamos mostrar maior apresso a Bíblia Sagrada, nosso manual e
fé e de prática. O livro é suficientemente claro para que tanto acadêmicos, como
todo cristão aprenda mais sobre a doutrina da Santa Palavra de Deus.

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