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Perguntas sobre o Fim


dos Tempos
Sumário

Perguntas sobre o Fim dos Tempos ............................ 1


Pergunta: "De acordo com a profecia do fim dos tempos, o
que acontecerá?" ................................................. 6
Pergunta: "Quais são os sinais do fim dos tempos?" ......... 7
Pergunta: "O que é o Arrebatamento da igreja?" ............ 9
Pergunta: "O que é a Tribulação? Como sabemos que a
Tribulação terá a duração de sete anos?"................... 10
Pergunta: "Quando ocorrerá o Arrebatamento em relação à
Tribulação?" ..................................................... 13
Pergunta: "O que é a Segunda Vinda de Jesus Cristo?" ... 15
Pergunta: "O que é o Reino Milenar, e deve este ser
entendido literalmente?" ...................................... 17
Pergunta: "Quem são os 144.000?" ........................... 18
Pergunta: "O que é a abominação da desolação?" ......... 21
Pergunta: "O que é o Apocalipse?" ........................... 22
Pergunta: "O que é a batalha do Armagedom?" ............ 23
Pergunta: "O que é o dia do Senhor?" ....................... 25
2

Pergunta: "Qual é a diferença entre o Arrebatamento e a


Segunda Vinda de Cristo?" ..................................... 27
Pergunta: "Quem são os quatro cavaleiros do apocalipse?"
.................................................................... 30
Pergunta: "Como devemos viver nossas vidas até o retorno
de Cristo?" ....................................................... 31
Pergunta: "O que é a marca da besta (666)?" .............. 33
Pergunta: "O que são os sete selos e as sete trombetas do
livro de Apocalipse?" ........................................... 34
Pergunta: "Quem é o anticristo?" ............................ 37
Pergunta: "Como posso entender o livro de Apocalipse?" 38
Pergunta: "Quem são os vinte e quatro (24) anciãos em
Apocalipse?" ..................................................... 40
Pergunta: "O que é a Profecia Maia de 2012?" ............. 41
Pergunta: "O que a Bíblia diz sobre o fim do mundo?" .... 44
Pergunta: "Qual é o papel de Israel no fim dos tempos?" 46
Pergunta: "Quem é o falso profeta do fim dos tempos?" . 48
Pergunta: "Algum aspectos da profecia do fim dos tempos
já foram cumpridos?" .......................................... 51
Pergunta: "O que é a Grande Tribulação?".................. 53
Pergunta: "Anticristo islâmico? O Anticristo será um
muçulmano?" .................................................... 55
Pergunta: "O que é o tempo da angústia de Jacó?" ....... 59
Pergunta: "O que acontece no julgamento final?" ......... 61
3

Pergunta: "É possível saber quando Jesus voltará?" ....... 63


Pergunta: "Como posso me preparar para ser levado no
Arrebatamento?" ................................................ 65
Pergunta: "O que é a ceia das bodas do Cordeiro?" ....... 68
Pergunta: "Quais são os pontos fortes e fracos da visão
pré-tribulacional do Arrebatamento (Pré-tribulacionismo)?"
.................................................................... 69
Pergunta: "Quais são os pontos fortes e fracos da visão
pós-tribulacional do Arrebatamento (Pós-tribulacionismo)?"
.................................................................... 72
Pergunta: "Quais são os pontos fortes e fracos da visão
mesotribulacional do Arrebatamento
(Mesotribulacionismo)?" ....................................... 75
Pergunta: "Quem vai ocupar o Reino Milenar?" ............ 78
Pergunta: "É o Papa, ou o próximo Papa, o Anticristo?" .. 81
Pergunta: "O que Jesus quis dizer com ‘esta geração não
passará?" ......................................................... 83
Pergunta: "O que significa que Jesus voltará como um
ladrão na noite?" ................................................ 84
Pergunta: "Sobrevivendo o fim dos tempos - o que preciso
saber?"............................................................ 86
Pergunta: "O que significam as sete igrejas do Apocalipse?"
.................................................................... 95
Pergunta: "Será que vai haver uma segunda chance de
salvação após o Arrebatamento?" ............................ 96
4

Pergunta: "O que Apocalipse capítulo 12 significa?" ...... 97


Pergunta: "Quem ou o que é Abadom/Apoliom?" .......... 99
Pergunta: "Pode um engano alienígena fazer parte do fim
dos tempos?" ................................................... 100
Pergunta: "Quem são as duas testemunhas no livro de
Apocalipse?" .................................................... 104
Pergunta: "Como podemos confiar que a profecia bíblica
pode de fato prever o futuro?" .............................. 106
Pergunta: "Por que Elias deve voltar antes do fim dos
tempos (Malaquias 4:5-6)?" .................................. 108
Pergunta: "Haverá um templo do fim dos tempos em
Jerusalém?" ..................................................... 110
Pergunta: "Como posso superar meu medo do fim dos
dias?" ............................................................ 112
Pergunta: "Vai a geração que viu o Estado de Israel ser
proclamado ainda estar viva para a Segunda Vinda?" .... 114
Pergunta: "O que são Gogue e Magogue?" ................. 115
Pergunta: "Estamos vivendo no fim dos tempos?" ........ 117
Pergunta: "Qual é o significado de 666?" ................... 121
Pergunta: "Será que a Bíblia profetiza sobre um governo
mundial e uma moeda mundial no fim dos tempos?" .... 123
Pergunta: "Qual será a religião mundial do fim dos
tempos?" ........................................................ 125
Pergunta: "Em que os preteristas parciais acreditam? O
preterismo parcial é bíblico?" ............................... 126
5

Pergunta: "Haverá um arrebatamento parcial?" .......... 130


Pergunta: "Por que Deus vai libertar Satanás após o
reinado de 1.000 anos?" ...................................... 131
Pergunta: "Pode-se dizer que o retorno de Cristo é
iminente?" ...................................................... 134
Pergunta: "O que são as setenta semanas de Daniel?" ... 136
Pergunta: "Quem são os santos da tribulação?" ........... 139
Pergunta: "O que é a trindade profana nos tempos finais?"
................................................................... 141
Pergunta: "Está a guerra no céu em Apocalipse 12
descrevendo a queda original de Satanás ou uma batalha
angelical do fim dos tempos?" ............................... 144
Pergunta: "Quem ou o que é a meretriz da
Babilônia/mistério da Babilônia?" ........................... 146
Pergunta: "A profecia bíblica prevê que haverá uma
Terceira Guerra Mundial antes do fim dos tempos?" ..... 148
6

Pergunta: "De acordo com a profecia do fim


dos tempos, o que acontecerá?"

Resposta: A Bíblia tem muito a dizer sobre o fim dos


tempos. Quase todos os livros da Bíblia contêm profecias a
respeito do fim dos tempos. Organizá-las todas juntas
pode ser tarefa difícil. Segue-se um breve resumo do que
declara a Bíblia a respeito do que acontecerá no fim dos
tempos:

Cristo levará da terra todos os crentes nascidos de novo,


que são parte da Igreja (os santos do Novo Testamento)
através de um acontecimento conhecido como
Arrebatamento (I Tessalonicenses 4:13-18; I Coríntios
15:51 em diante). Perante o Tribunal de Cristo estes
crentes serão galardoados pelas boas obras e serviços
durante o tempo na terra, ou perderão galardão, mas não
perderão a vida eterna por falta de serviço ou obediência
(I Coríntios 3:11-15; II Coríntios 5:10).

O anticristo (a besta) assumirá o poder e assinará um


pacto de paz (firmará uma aliança) com Israel por sete
anos (Daniel 9:27). Este período de sete anos é conhecido
como a Tribulação. Durante a Tribulação, haverá guerras
terríveis, fomes, pragas e desastres naturais. Deus
derramará Sua ira contra o pecado, mal e iniqüidade.
Durante a Tribulação terão lugar os quatro cavaleiros do
apocalipse, os sete selos, trombetas e taças.

Quando se passar cerca de metade destes 7 anos, o


anticristo irá romper o pacto de paz com Israel e com eles
7

guerrear novamente. O anticristo causará abominação e


desolação e levantará uma imagem de si mesmo para ser
adorada no templo (Daniel 9:27; II Tessalonicenses 2:3-
10). A segunda metade da Tribulação é conhecida como A
Grande Tribulação e o tempo de angústia para Jacó.

Ao final da Tribulação dos sete anos, o anticristo iniciará


um ataque final sobre Jerusalém, que culminará na
Batalha do Armagedom. Jesus Cristo retornará, destruirá o
anticristo e seus exércitos e os lançará no lago de fogo
(Apocalipse 19:11-21). Cristo então amarrará Satanás no
Abismo por 1000 anos e governará Seu reino na terra por
estes 1000 anos (Apocalipse 20:1-6).

Ao final dos 1000 anos, Satanás será solto, novamente


derrotado, e então lançado no lago de fogo (Apocalipse
20:7-10). Então Cristo julgará todos os incrédulos
(Apocalipse 20:10-15) no Julgamento do Grande Trono
Branco, lançando a todos no lago de fogo. Cristo então
introduzirá um Novo Céu e Nova Terra: a eterna morada
dos crentes. Não mais haverá pecado, tristeza ou morte.
Virá também dos céus a Nova Jerusalém (Apocalipse
capítulos 21-22).

Pergunta: "Quais são os sinais do fim dos


tempos?"

Resposta: Mateus 24:5-8 nos dá algumas indicações


importantes para que possamos discernir a aproximação do
fim dos tempos: “Porque muitos virão em meu nome, dizendo:
8

Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis de guerras e


de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é
mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.
Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra
reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários
lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores.” Um
aumento de falsos messias, um aumento de guerras e aumento
em fomes, pragas, desastres naturais: estes são “sinais” do
fim dos tempos. Mas mesmo nesta passagem, entretanto,
estamos sendo advertidos. Não devemos nos deixar enganar
(Mateus 24:4), pois estes acontecimentos são apenas o
“princípio de dores” (Mateus 24:8), e o fim dos tempos ainda
está por vir (Mateus 24:6).

Muitos intérpretes apontam cada terremoto, cada agitação


política e cada ataque a Israel como um sinal preciso de que o
fim dos tempos está rapidamente se aproximando. Mesmo
sendo estes eventos sinais de que o fim dos tempos se
aproxima, não são necessariamente indicadores de que o fim
dos tempos já chegou. O Apóstolo Paulo avisou que os últimos
dias trariam um notável aumento nos falsos ensinamentos.
“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos
enganadores, e a doutrinas de demônios” (I Timóteo 4:1). Os
últimos dias são descritos como “tempos perigosos” por causa
do aumento do caráter maligno do homem e pessoas que
ativamente “resistem à verdade” (II Timóteo 3:1-9; veja
também II Tessalonicenses 2:3).

Outros possíveis sinais incluiriam a reconstrução de um templo


judaico em Jerusalém, aumentada hostilidade para com Israel
e avanços para um único governo mundial. O sinal mais
importante do fim dos tempos, entretanto, é a nação de
9

Israel. Em 1948, Israel foi reconhecido como um Estado


soberano pela primeira vez desde 70 d.C. Deus prometeu a
Abraão que sua posteridade possuiria Canaã como uma
“perpétua possessão” (Gênesis 17:8), e Ezequiel profetizou
uma ressurreição física e espiritual de Israel (Ezequiel 37). Ter
Israel como nação em sua própria terra é importante à luz da
profecia do fim dos tempos, por causa da distinção de Israel
na escatologia (Daniel 10:14; 11:41; Apocalipse 11:8).

Tendo em mente estes sinais, podemos ser sábios e discernir


em relação à expectativa do fim dos tempos. Não devemos,
entretanto, interpretar qualquer destes eventos únicos como
uma clara indicação da iminente chegada do fim dos tempos.
Deus nos deu informações suficientes para que possamos estar
preparados, mas não informação suficiente para que nos
tornemos arrogantes.

Pergunta: "O que é o Arrebatamento da


igreja?"

Resposta: A palavra “arrebatamento” não aparece na Bíblia.


O conceito de Arrebatamento, entretanto, é claramente
ensinado nas Escrituras. O Arrebatamento da igreja é o evento
no qual Deus remove todos os crentes da terra para abrir
caminho para que Seu justo julgamento seja derramado sobre
a terra durante o período da Tribulação. O Arrebatamento é
descrito principalmente em I Tessalonicenses 4:13-18 e I
Coríntios 15:50-54. I Tessalonicenses 4:13-18 descreve o
Arrebatamento como Deus ressuscitando todos os crentes que
já morreram, dando a eles corpos glorificados. “Porque o
mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de
arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em
10

Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos


vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a
encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o
Senhor” (I Tessalonicenses 4:16-17).

I Coríntios 15:50-54 focaliza na natureza instantânea do


Arrebatamento e nos corpos glorificados que receberemos.
“Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos
dormiremos, mas todos seremos transformados; Num
momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última
trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados” (I Coríntios
15:51-52). O Arrebatamento é o acontecimento glorioso que
devemos todos esperar ansiosamente. Finalmente ficaremos
livres do pecado. Estaremos para sempre na presença de Deus.
Há excessivo debate a respeito do significado e magnitude do
Arrebatamento. Esta não é a intenção de Deus. Mas ao invés
disso, no que diz respeito ao Arrebatamento, Deus quer que
“encorajemos uns aos outros com estas palavras.”

Pergunta: "O que é a Tribulação? Como


sabemos que a Tribulação terá a duração de
sete anos?"

Resposta: A tribulação é um período futuro de 7 anos no qual


Deus terminará de disciplinar Israel e finalizará Seu
julgamento do mundo incrédulo. A Igreja, composta de todos
aqueles que já confiaram na pessoa e obras do Senhor Jesus
para salvá-los de serem punidos pelo pecado, não estará
presente durante a Tribulação. A Igreja será removida da terra
em um acontecimento conhecido como o Arrebatamento (I
11

Tessalonicenses 4:13-18; I Coríntios 15:51-53). A Igreja é salva


da ira que está por vir (I Tessalonicenses 5:9). Através da
Escritura, refere-se à Tribulação por outros nomes, tais como:

1) O Dia do Senhor (Isaías 2:12; 13:6, 9; Joel 1:15, 2:1, 11, 31,
3:14; I Tessalonicenses 5:2)
2) Angústia ou tribulação (Deuteronômio 4:30; Sofonias 1:15)
3) Grande Tribulação, que se refere ao período mais intenso,
da segunda metade do período de 7 anos (Mateus 24:21)
4) Tempo ou dia da angústia (Daniel 12:1; Sofonias 1:15)
5) O tempo da angústia para Jacó (Jeremias 30:7).

É necessário que se compreenda Daniel 9:24-27 para que se


possa entender o propósito e tempo da Tribulação. Esta
passagem em Daniel fala das 70 semanas que foram declaradas
contra “o teu povo”. O “povo” de Daniel são os judeus, a
nação de Israel, e do que Daniel 9:24 fala é um período de
tempo que Deus deu “para cessar a transgressão, e para dar
fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça
eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o
Santíssimo.” Deus declara que “70 semanas” cumprirão todas
estas coisas. É importante compreender que quando se
menciona as “70 semanas”, não se está falando de uma
semana como a conhecemos (7 dias). A palavra hebraica
“heptad”, traduzida como semana em Daniel 9:24-27, significa
literalmente “7” e 70 semanas literalmente significam 70
setes (70 vezes 7). Este período de tempo do qual fala Deus é
na verdade 70 “setes” de anos, ou 490 anos. Isto se confirma
por outra parte desta passagem em Daniel. Nos versos 25 e 26,
é dito a Daniel que o Messias será cortado “sete semanas, e
sessenta e duas semanas” (um total de 69 semanas)
começando com o decreto para reconstruir Jerusalém. Em
outras palavras, 69 setes de anos (483 anos) depois do decreto
12

para reconstruir Jerusalém, o Messias será cortado.


Historiadores bíblicos confirmam que 483 anos se passaram
desde o tempo do decreto para reconstruir Jerusalém até o
tempo em que Jesus foi crucificado. A maioria dos estudiosos
cristãos, a despeito de suas opiniões sobre escatologia
(coisas/eventos futuros), compreendem as 70 semanas de
Daniel como exposto acima.

Tendo se passado 483 anos desde o decreto para reconstruir


Jerusalém até o Messias ser cortado, isto deixa 1 sete (sete
anos) a serem cumpridos, como está em Daniel 9:24: “para
cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para
expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e
a profecia, e para ungir o Santíssimo.” Este período final de 7
anos é conhecido como o Período da Tribulação: é um tempo
no qual Deus termina de julgar Israel por seu pecado.

Daniel 9:27 dá um pouco de luz sobre o período dos 7 anos de


Tribulação. Daniel 9:27 diz: “E ele firmará aliança com muitos
por uma semana; e na metade da semana fará cessar o
sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o
assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado
será derramado sobre o assolador.” A pessoa da qual fala este
verso é a pessoa que Jesus chama de “a abominação da
desolação” (Mateus 24:15) e é chamado de besta em
Apocalipse 13. Daniel 9:27 diz que a besta firmará aliança
(pacto) por 1 semana (7 anos), mas no meio desta semana
(depois de passados 3 ½ anos de Tribulação), ele romperá com
a aliança, dando fim ao sacrifício e oblação (oferenda,
sacrifício). Apocalipse 13 explica que a besta erguerá uma
imagem de si mesmo no templo e exigirá que o mundo o
adore. Apocalipse 13:5 diz que isto ocorrerá por 42 meses, ou
seja, 3 anos e meio. Como Daniel 9:27 diz que isto acontecerá
13

no meio da semana, e Apocalipse 13:5 diz que a besta fará


isto por um período de 42 meses, é fácil verificar que a total
duração é 84 meses ou 7 anos. Veja também Daniel 7:25, onde
“um tempo, e tempos, e metade de um tempo” (tempo=1
ano; tempos=2 anos; metade de um tempo= ½ ano; total de 3
½ anos) também se referem à Grande Tribulação, a última
metade do período de 7 anos de Tribulação onde a
“abominação da desolação” (a besta) estará no poder.

Para referências adicionais a respeito da Tribulação, veja


Apocalipse 11:2-3, que fala dos 1260 dias e 42 meses, e Daniel
12:11-12, que fala dos 1290 dias e 1335 dias, todos se
referindo à metade da Tribulação. Os dias adicionais em
Daniel 12 podem incluir o tempo ao final para o julgamento
das nações (Mateus 25:31-46) e o tempo do estabelecimento
do reino milenar de Cristo (Apocalipse 20:4-6).

Pergunta: "Quando ocorrerá o


Arrebatamento em relação à Tribulação?"

Resposta: A sincronia entre o Arrebatamento e a Tribulação é


um dos assuntos mais polêmicos na igreja de hoje. As três
visões predominantes são as seguintes: a visão pré-
tribulacional (o Arrebatamento ocorre antes da Tribulação), a
visão mesotribulacional (o Arrebatamento ocorre no meio da
Tribulação) e a visão pós-tribulacional (o Arrebatamento
ocorre ao final da Tribulação). Uma quarta visão, comumente
conhecida como pré-ira, é uma ligeira modificação da visão
mesotribulacional.

Primeiramente, é importante reconhecer o propósito da


Tribulação. De acordo com Daniel 9:27, há uma septuagésima
14

“semana” (7 anos) que ainda está por vir. A completa profecia


de Daniel das setenta semanas (Daniel 9:20-27) fala da nação
de Israel. É um período de tempo no qual Deus focaliza a Sua
atenção especialmente em Israel. A septuagésima semana, ou
seja, a Tribulação, deve também ser um tempo quando Deus
lida especificamente com Israel. Apesar de não
necessariamente indicar que a igreja não possa estar também
presente, isto nos leva a perguntar por que a igreja precisaria
estar na terra durante este período.

A passagem principal das Escrituras a respeito do


Arrebatamento é I Tessalonicenses 4:13-18. Esta passagem
afirma que todos os crentes vivos, juntamente com os crentes
que já morreram, encontrarão o Senhor Jesus nos ares e
estarão com Ele para sempre. O Arrebatamento é Deus
removendo o Seu povo da terra. Uns poucos versículos depois,
I Tessalonicenses 5:9, Paulo diz: “Porque Deus não nos
destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por
nosso Senhor Jesus Cristo.” O livro de Apocalipse, o qual lida
principalmente com o período da Tribulação, é uma
mensagem profética de como Deus derramará a Sua ira sobre
a terra durante a Tribulação. Pareceria inconsistente que Deus
prometesse aos crentes que não sofreriam ira para então
deixá-los na terra durante a Tribulação. O fato de que Deus
promete livrar os cristãos da ira logo após prometer retirar o
Seu povo da terra parece juntar esses dois eventos.

Outra passagem crucial sobre o momento do Arrebatamento é


Apocalipse 3:10. Nela Cristo promete livrar os crentes da
“hora da tentação” que virá sobre a terra. Isto poderia
significar duas coisas: (1) Cristo protegerá os crentes em meio
às tentações, ou (2) Cristo livrará os crentes das tentações ao
deixá-los fora delas. Ambos são significados válidos da palavra
15

grega que traduzimos como “da”. Entretanto, é importante


reconhecer de que os crentes têm a promessa de serem
protegidos. Não é somente da tentação, mas da “hora” da
tentação. Cristo promete guardar os crentes do período que
contém as tentações, ou seja, da Tribulação. O propósito da
Tribulação, o propósito do Arrebatamento, o significado de I
Tessalonicenses 5:9 e a interpretação de Apocalipse 3:10 dão
claro apoio à posição pré-tribulacional. Se a Bíblia for
interpretada literalmente e com consistência, a visão pré-
tribulacional é a interpretação mais baseada nas Escrituras.

Pergunta: "O que é a Segunda Vinda de Jesus


Cristo?"

Resposta: A Segunda vinda de Jesus Cristo é a esperança dos


crentes de que Deus está em controle sobre todas as coisas e é
fiel às promessas e profecias em Sua Palavra. Em Sua Primeira
Vinda, Jesus Cristo veio à terra como um bebê em uma
manjedoura em Belém, exatamente como fora profetizado.
Jesus cumpriu muitas das profecias do Messias durante o Seu
nascimento, vida, ministério, morte e ressurreição.
Entretanto, há algumas profecias a respeito do Messias que
Jesus ainda não cumpriu. A Segunda Vinda de Cristo será o
retorno de Cristo para cumprir estas profecias restantes. Em
Sua Primeira Vinda, Jesus foi o servo que sofreu. Em Sua
Segunda Vinda, Jesus será o Rei conquistador. Em Sua Primeira
Vinda, Jesus aqui chegou na mais humilde das circunstâncias.
Em Sua Segunda Vinda, Jesus chegará com os exércitos do céu
ao Seu lado.

Os Profetas do Antigo Testamento não fizeram distinção entre


as duas vindas. Podemos ver isto em Escrituras como Isaías
16

7:14; 9:6-7 e Zacarias 14:4. Como resultado das profecias


aparentemente falarem em dois indivíduos, muitos estudiosos
judeus acreditaram que haveria tanto um Messias sofredor
quanto um Messias conquistador. O que falharam em
compreender é que o mesmo Messias cumpriria os dois papéis.
Jesus cumpriu o papel do servo sofredor (Isaías capítulo 53)
em Sua Primeira Vinda. Jesus cumprirá o papel do Libertador
e Rei de Israel em Sua Segunda Vinda. Zacarias 12:10 e
Apocalipse 1:7, descrevendo a Segunda Vinda, recordam Jesus
sendo transpassado. Israel e o mundo inteiro se lamentarão
por não terem aceitado o Messias em Sua Primeira Vinda.

Após a ascensão de Jesus aos Céus, os anjos declararam aos


apóstolos: “Homens galileus, por que estais olhando para o
céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu,
há de vir assim como para o céu o vistes ir” (Atos 1:11).
Zacarias 14:4 identifica a localização da Segunda Vinda como
o Monte das Oliveiras. Mateus 24:30 declara: “Então aparecerá
no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se
lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens
do céu, com poder e grande glória.” Tito 2:13 descreve a
Segunda Vinda como “o aparecimento da glória”.

A Segunda Vinda é descrita em seus mínimos detalhes em


Apocalipse 19:11-16: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo
branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e
Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram
como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos
diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão
ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de
sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E
seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos
de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma aguda
17

espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara
de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e
da ira do Deus Todo-Poderoso. E no manto e na sua coxa tem
escrito este nome: REI DOS REIS, E SENHOR DOS SENHORES.”

Pergunta: "O que é o Reino Milenar, e deve


este ser entendido literalmente?"

Resposta: Reino Milenar é o nome dado aos 1000 anos do


reinado de Jesus Cristo na terra. Alguns buscam interpretar os
1000 anos de forma alegórica. Alguns entendem os 1000 anos
meramente como uma forma figurativa de dizer “um longo
período de tempo”. Disto, resulta que alguns não esperam um
reinado literal e físico de Jesus Cristo na terra. Entretanto,
por 6 vezes, Apocalipse 20:2-7 fala do Reino Milenar com
duração específica de 1000 anos. Se Deus quisesse dizer “um
longo período de tempo”, Ele poderia facilmente tê-lo feito,
sem explicitamente e repetidamente mencionar o exato
período de tempo.

Segundo a Bíblia, quando Cristo retornar à terra, Ele Se


estabelecerá como Rei de Jerusalém, sentado no trono de Davi
(Lucas 1:32-33). Os pactos incondicionais exigem uma volta
literal e física de Cristo para estabelecer o reino. O pacto de
Abraão prometia a Israel uma terra, uma posteridade, um
governante e uma bênção espiritual (Gênesis 12-1-3). O pacto
da Palestina prometia a Israel a restauração e ocupação da
terra (Deuteronômio 30:1-10). O pacto de Davi prometia a
Israel perdão: meio pelo qual a nação poderia ser abençoada
(Jeremias 31:31-34).

Na segunda vinda, estes pactos serão cumpridos quando Israel


18

for “ajuntada” das nações (Mateus 24:31), se converter


(Zacarias 12:10-14) e for restaurada à terra sob a liderança do
Messias, Jesus Cristo. A Bíblia fala das condições durante o
Milênio como um ambiente perfeito, fisicamente e
espiritualmente. Será um tempo de paz (Miquéias 4:2-4; Isaías
32:17-18); gozo (Isaías 61:7,10); conforto (Isaías 40:1-2); sem
qualquer pobreza (Amós 9:13-15) ou enfermidade (Joel 2:28-
29). A Bíblia também nos diz que somente os crentes terão
acesso ao Reino Milenar. Por isso, será um tempo de completa
justiça (Mateus 25:37; Salmos 24:3-4); obediência (Jeremias
31:33); santidade (Isaías 35:8); verdade (Isaías 65:16) e
plenitude do Espírito Santo (Joel 2:28-29). Cristo governará
como rei (Isaías 9:3-7; 11:1-10), com Davi como regente
(Jeremias 33:15,17,21; Amós 9:11). Os nobres e príncipes
também reinarão (Isaías 32:1; Mateus 19:28). Jerusalém será o
centro “político” do mundo (Zacarias 8:3).

Apocalipse 20:2-7 simplesmente dá o período de tempo exato


do Reino Milenar. Mesmo sem estas Escrituras, há inúmeras
outras que apontam para um reino literal do Messias na terra.
O cumprimento de muitos dos pactos e promessas de Deus se
baseia em um futuro reino literal e físico. Não há bases sólidas
para que se negue uma compreensão literal do Reino Milenar e
sua duração de 1000 anos.

Pergunta: "Quem são os 144.000?"

Resposta: O livro do Apocalipse tem sempre sido um desafio


para os seus intérpretes. Esse livro é cheio de imagens vívidas
e simbolismo, que muitas pessoas têm interpretado de forma
diferente, dependendo das suas pressuposições do livro como
um todo. Há quatro abordagens principais para interpretar o
19

livro de Apocalipse: 1) Preterista (que vê todos ou quase todos


os eventos no livro de Apocalipse como já tendo ocorrido
antes do fim do primeiro século); 2) Historicista (que vê o livro
de Apocalipse como uma análise da história da Igreja dos
tempos apóstolicos até o presente); 3) Idealista (que vê o livro
de Apocalipse como uma representação da luta entre o bem e
o mal); 4) Futurista (que vê o livro de Apocalipse como
profético dos eventos que hão de vir). Dos quatro, apenas a
abordagem futurista interpreta o livro de Apocalipse com o
mesmo método gramático-histórico que o resto das Escrituras.
Esse método também se encaixa melhor com a declaração do
livro de Apocalipse de ser profecia (Apocalipse 1:3; 22:7, 10,
18, 19).

Então, a resposta para a pergunta: “quem são os 144,000?” vai


depender de qual abordagem de interpretação você usa para o
livro de Apocalipse. Com exceção da abordagem futurista,
todos as outras abordagens interpretam os 144.000
simbolicamente, como sendo representativos da Igreja, e o
número “144,000” é simbólico da totalidade – quer dizer, do
número completo – da Igreja. Mesmo assim, ao ler a passagem
de forma literal: “Então, ouvi o número dos que foram
selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as
tribos dos filhos de Israel” (Apocalipse 7:4), não há nada nessa
passagem que encoraje a interpretação dos 144.000 de
qualquer outra forma que não seja um número literal de
144.000 judeus, 12.000 tirados de cada tribo dos “filhos de
Israel”. O Novo Testamento não oferece nenhum texto bem
definido para substituir Israel com a Igreja.

Esses judeus foram “selados”, o que significa que eles têm


uma proteção especial de Deus de todos os julgamentos
divinos e do anticristo para que possam executar a sua missão
20

durante o período da Tribulação (veja Apocalipse 6:17, em


cuja passagem pessoas vão desejar saber quem vai poder
suster-se da ira que há de vir). O periodo da Tribulação é um
futuro período de sete anos no qual Deus vai executar
julgamento divino a todo aquele que O rejeitou, e completar
seu plano de salvação para a nação de Israel. Tudo isso
acontecerá de acordo com a revelação de Deus ao profeta
Daniel (Daniel 9:24-27). Os 144.000 judeus são uma espécie de
“primícias” (Apocalipse 14:4) de um Israel remidido, o qual
tem sido profetizado anteriormente (Zacarias 12:10; Romanos
11:25-27), e sua missão é evangelizar o mundo após o
arrebatamento e proclamar o evangelho durante o período da
Tribulação. Como resultado do seu ministério, milhões
(“Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém
podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas,
em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de
vestiduras brancas, com palmas nas mãos”) vão ter fé em
Cristo (Apocalipse 7:9).

Muito da confusão em relação aos 144.000 é o resultado das


falsas doutrinas das Testemunhas de Jeová. As Testemunhas
de Jeová clamam que 144.000 é um limite ao número de
pessoas que vão reinar com Cristo no céu e passar a
eternidade com Deus. Os 144.000 têm o que as Testemunhas
de Jeová chamam de esperança celestial. Aqueles que não são
nascidos de novo vão gozar do que eles chamam de esperança
terrestre – um paraíso na terra governado por Cristo e os
144.000. Podemos ver claramente que o ensinamento das
Testemunhas de Jeová funda uma sociedade casta depois da
morte com uma classe dominante (os 144.000) e aqueles que
são dominados. A Bíblia não ensina uma doutrina de “dupla
classe”. É verdade que de acordo com Apocalipse 20:4 haverá
pessoas reinando no Milênio com Cristo. Essas pessoas serão da
21

Igreja (seguidores de Jesus Cristo), santos do Velho


Testamento (seguidores que morreram antes do primeiro
Advento de Cristo) e os santos da Tribulação (aqueles que
aceitam a Cristo durante o período da Tribulação). Mesmo
assim, a Bíblia não coloca nenhum limite numérico a esse
grupo de pessoas. Além do mais, o Milênio é diferente do
Estado Eterno, o qual vai ocorrer no final do Milênio. Naquela
hora, Deus vai habitar conosco na Nova Jerusalém. Ele será o
nosso Deus, e seremos o seu povo (Apocalipse 21:3). A herança
prometida a nós em Cristo e selada pelo Espírito Santo (Efésios
1:13-14) será nossa e seremos todos co-herdeiros com Cristo
(Romanos 8:17).

Pergunta: "O que é a abominação da


desolação?"

Resposta: A frase “abominação da desolação” se refere a


Mateus 24:15: “Quando, pois, virdes o abominável da
desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem
lê entenda)”. Essa passagem se refere a Daniel 9:27: “Ele fará
firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da
semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre
a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição,
que está determinada, se derrame sobre ele”. Veja também
Daniel 12:31. Em 167 A.C., um governador grego pelo nome de
Antióquio Epifanes preparou um altar a Zeus sobre o altar dos
holocaustos no templo judeu em Jerusalém. Ele também
sacrificou um porco no altar do templo de Jerusalém. Esse
evento é conhecido como a“abominação da desolação”.

Em Mateus 24:15, Jesus estava falando uns 200 anos depois


que a abominação da desolação descrita acima tinha ocorrido.
22

Então, Jesus estava profetizando que em algum tempo futuro


uma outra abominação da desolação iria acontecer no Templo
de Jerusalém. A maioria dos intérpretes das profecias bíblicas
acreditam que Jesus estava se referindo ao anticristo, que vai
fazer algo muito parecido ao que Antióquio Epifanes fez. Isso
é confirmado pelo fato de que parte do que Daniel profetizou
em Daniel 9:27 não ocorreu em 167 A.C. com Antióquio
Epifanes. Antióquio não confirmou uma aliança com Israel por
sete anos. É o anticristo que, no final dos tempos, vai
estabelecer uma aliança com Israel por sete anos e então
quebrá-la ao fazer algo parecido com a abominação da
desolação no Templo de Jerusalém.

Qualquer que seja a futura abominação da desolação, não vai


deixar nenhuma dúvida de que aquele que está cometendo tal
ato é o anticristo. Apocalipse 13:14 o descreve fazendo algum
tipo de imagem à qual muitos serão forçados a se curvar e
adorar. Tornar o templo do Deus verdadeiro em um lugar de
adoração para si mesmo é uma abominação incrível aos olhos
de Deus. Aqueles que estão vivos e permanecem durante a
Tribulação devem ser vigilantes e reconhecer que esse evento
é o início dos três anos e meio do pior do período da
Tribulação e que o retorno de Cristo é iminente. “Vigiai, pois,
a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas
coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho
do Homem” (Lucas 21:36).

Pergunta: "O que é o Apocalipse?"

Resposta: A palavra “apocalipse” vem da palavra grega


"apocalupsis", a qual significa “desvelamento, revelação,
remover ou tirar a cobertura”. O livro de Apocalipse às vezes
23

é chamado de “Apocalipse de João” porque é Deus revelando


o fim dos tempos ao Apóstolo João. Além disto, a palavra
grega para apocalipse é a primeira palavra do texto grego do
livro de Apocalipse. A frase “literatura apocalíptica” é usada
para descrever o uso de símbolos, imagens e números usados
para retratar eventos futuros. Fora do livro de Apocalipse,
exemplos de literatura apocalíptica na Bíblia são Daniel
capítulos 7-12, Isaías capítulos 24-27, Ezequiel capítulos 37-41
e Zacarias capítulos 9-12.

Por que a literatura apocalíptica foi escrita com tanto


simbolismo e tantas imagens? Os livros apocalípticos foram
escritos quando era mais prudente disfarçar a mensagem com
imagens e simbolismo do que entregar a mensagem com uma
linguagem comum. Além disso, o simbolismo criava um
elemento de mistério sobre detalhes de tempo e lugar. O
propósito de tal simbolismo, no entanto, não era para causar
confusão, mas para instruir e encorajar os seguidores de Deus
em tempos difíceis.

Além do significado bíblico específico, o termo "apocalipse" é


usado frequentemente para se referir ao fim dos tempos em
geral, ou aos últimos eventos do fim dos tempos
especificamente. Os eventos do fim dos tempos, tal como a
Segunda Vinda de Cristo e a Batalha do Armagedom, são
também chamados de apocalipse. O apocalipse vai ser a
revelação suprema de Deus, Sua ira, Sua justiça e então Seu
amor. Jesus Cristo é o “apocalipse” supremo de Deus, já que
Ele revelou Deus para nós (João 14:9; Hebreus 1:2).

Pergunta: "O que é a batalha do


Armagedom?"
24

Resposta: A palavra “Armagedom” vem da palavra grega “Har-


Magedone”, que significa Monte Megiddo. Essa palavra passou
a ser sinônimo à batalha futura na qual Deus vai intervir e
destruir os exércitos do anticristo como predito em profecia
bíblica (Apocalipse 16:16; 20:1-3, 7-10). Milhões de pessoas
vão fazer parte da batalha do Armagedom, pois todas as
nações unirão suas forças para lutar contra Cristo.

O local exato do vale do Armagedom não é claro porque não


existe nenhuma montanha chamada Megiddo. No entanto, já
que “Har” também pode significar monte, o lugar mais
provável é a área campestre e cheia de montes ao redor da
planície de Megiddo, umas sessenta milhas ao norte de
Jerusalém. Essa região tem sido o local onde mais de duzentas
batalhas aconteceram. A planície de Megiddo e a Planície de
Esdraelon vão ser o lugar principal para a batalha de
Armagedom, que vai enfurecer toda a região de Israel até a
cidade Edomita de Bosra (Isaías 63:1). O vale do Armagedom
era famoso por duas grande vitórias na história de Israel: (1) A
vitória de Baraque contra os cananitas (Juízes 4:15), e (2) a
vitória de Gideão contra os Midianitas (Juízes capítulo 7).
Armagedom também foi o lugar de duas grandes tragédias: (1)
a morte de Saulo e seus filhos (1 Samuel 31:8), e (2) a morte
do rei Josias (2 Reis 23:29-30; 2 Crônicas 35:22).

Por causa dessa história, o vale do Armagedom se tornou um


símbolo do conflito final entre Deus e as forças do mal. A
palavra “Armagedom” ocorre apenas em Apocalipse 16:16:
“Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama
Armagedom”. Essa passagem fala dos reis que são fiéis ao
anticristo e se reunem para um ataque final em Israel.
Durante o Armagedom, Deus vai “dar-lhe o cálice do vinho do
25

furor da sua ira” (Apocalipse 16:19), e o anticristo e seus


seguidores vão ser destruídos e derrotados. Armagedom se
tornou um termo geral que se refere ao fim do mundo, não
exclusivamente à batalha que acontece na Planície de
Megiddo.

Pergunta: "O que é o dia do Senhor?"

Resposta: A frase “dia do Senhor” geralmente identifica


eventos que acontecem no final da história (Isaías 7:18-25) e é
frequentemente associado com a frase “aquele dia”. Um
ponto chave para entender essas frases é perceber que elas
sempre identificam um período de tempo no qual Deus vai
pessoalmente intervir na história, diretamente ou
indiretamente, para cumprir um aspecto específico de Seu
plano.

A maioria das pessoas associam “o dia do Senhor” com um


período de tempo ou dia especial que vai acontecer no fim dos
tempos quando a vontade e propósito de Deus para o Seu
mundo e para a humanidade vão ser cumpridos. Alguns
estudiosos acreditam que “o dia do Senhor” vai ser um período
de tempo longo, ao invés de apenas um dia – um período de
tempo quando Cristo vai reinar por todo o mundo antes de
purificar o céu e a terra em preparação para o estado eterno
de toda a humanidade. No entanto, outros estudiosos
acreditam que o dia do Senhor vai ser um evento instantâneo
quando Cristo retorna à terra para redimir Seus seguidores
fiéis e para mandar os incrédulos para condenação eterna.

A frase “o dia do Senhor” é usada dezenove vezes no Velho


Testamento (Isaías 2:12; 13:6, 9; Ezequiel 13:5, 30:3; Joel
26

1:15, 2:1,11,31; 3:14; Amós 5:18,20; Obadias 15; Sofonias


1:7,14; Zacarias 14:1; Malaquias 4:5) e quatro vezes no Novo
Testamento (Atos 2:20; 2 Tessalonicenses 2:2; 2 Pedro 3:10).
O Novo Testamento também alude a tal frase em outras
passagens (Apocalipse 6:17; 16:14).

As passagens do Velho Testamento que lidam com o dia do


Senhor geralmente transmitem um sentido de iminência,
proximidade e expectativa: “Uivai, pois está perto o Dia do
SENHOR” (Isaías 13:6); “Porque está perto o dia, sim, está
perto o Dia do SENHOR” (Ezequiel 30:3); “Ah! Que dia! Porque
o Dia do SENHOR está perto” (Joel 1:15); “Tocai a trombeta
em Sião e dai voz de rebate no meu santo monte; perturbem-
se todos os moradores da terra, porque o Dia do SENHOR vem,
já está próximo” (Joel 2:1); “Multidões, multidões no vale da
Decisão! Porque o Dia do SENHOR está perto, no vale da
Decisão” (Joel 3:14); “Porque o Dia do SENHOR está prestes a
vir sobre todas as nações” (Obadias 15); “Cala-te diante do
SENHOR Deus, porque o Dia do SENHOR está perto” (Sofonias
1:7); “Está perto o grande Dia do SENHOR; está perto e muito
se apressa” (Sofonias 1:14). Isso é porque as passagens do “dia
do Senhor” no Velho Testamento se referem a um
cumprimento próximo e distante, assim como muitas das
profecias do Velho Testamento. Há exemplos no Velho
Testamento onde o “dia do Senhor” é usado para descrever
julgamentos históricos que já foram cumpridos em pelo menos
uma forma (Isaías 13:6-22; Ezequiel 30:2-19; Joel 1:15; 3:14;
Amós 5:18-20; Sofonias 1:14-18), enquanto outras vezes se
refere a julgamentos divinos que vão acontecer no fim dos
tempos (Joel 2:30-32; Zacarias 14:1; Malaquias 4:1,5).

O Novo Testamento chama esse dia de um dia de “ira”, uma


dia de “batalha,” e o “grande Dia do Deus Todo-Poderoso”
27

(Apocalipse 16:14); e se refere a um cumprimento ainda


futuro quando a ira de Deus é derramada sobre incrédula
Israel (Isaías 22: Jeremias 30:1-17; Joel 1-2; Amós 5; Sofonias
1) e o mundo incrédulo (Ezequiel 38–39; Zacarias 14). As
Escrituras indicam que o “dia do Senhor” vai vir rapidamente,
como um ladrão na noite (Sofonias 1:14-15; 2 Tessalonicenses
2:2) e, portanto, nós como Cristãos devemos estar vigilantes e
prontos para a vinda de Cristo a qualquer momento.

Além de ser um tempo de julgamento, também vai ser um


tempo de salvação, pois Deus vai livrar o restante de Israel,
cumprindo Sua promessa de que “todo o Israel será salvo”
(Romanos 11:26), perdoando-lhes de seus pecados e
restaurando o Seu povo escolhido à terra prometida a Abraão
(Isaías 10:27; Jeremias 30:19-31,40; Miquéias 4; Zacarias 13).
O resultado final do dia do Senhor vai ser que “a arrogância do
homem será humilhada, e a sua altivez se abaterá, e só o
SENHOR será exaltado naquele dia” (Isaías 2:17). O
cumprimento final das profecias sobre o “dia do Senhor” vai
vir no final da história quando Deus vai punir o mal com seu
poder impressionante e cumprir todas as Suas promessas.

Pergunta: "Qual é a diferença entre o


Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo?"

Resposta: O Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo são


frequentemente confundidos. É difícil determinar quando a
Bíblia está se referindo ao Arrebatamento ou à Segunda Vinda.
No entanto, ao estudar as profecias bíblicas do fim dos
tempos, é muito importante poder diferenciar entre os dois.

O Arrebatamento é quando Jesus Cristo retorna para remover


28

a igreja (todos os seguidores de Cristo) da terra. O


Arrebatamento é descrito em 1 Tessalonicenses 4:13-18 e 1
Coríntios 15:50-54. Os crentes que já morreram serão
ressuscitados e, juntamente com os crentes que ainda vivem,
vão se encontrar com o Senhor no ar. Isso acontecerá em um
momento, em um piscar do olho. A Segunda Vinda é quando
Jesus retorna para derrotar o anticristo, destruir o mal e
estabelecer o seu Reino Milenar. A Segunda Vinda é descrita
em Apocalipse 19:11-16.

As diferenças importantes entre o Arrebatamento e a


Segunda Vinda de Cristo são:

(1) No Arrebatamento, os crentes vão se encontrar com o


Senhor nos ares (1 Tessalonicenses 4:17). Na Segunda Vinda,
os crentes vão retornar com o Senhor à terra (Apocalipse
19:14).

(2) A Segunda Vinda ocorre depois do grande e horrível


período da Tribulação (Apocalipse capítulos 6-19). O
arrebatamento ocorre antes da Tribulação (1 Tessalonicenses
5:9; Apocalipse 3:10).

(3) O Arrebatamento é a remoção dos crentes da terra como


um ato de libertação (1 Tessalonicenses 4:13-17; 5:9). A
Segunda Vinda inclui a remoção dos incrédulos como um ato
de julgamento (Mateus 24:40-41).

(4) O Arrebatamento vai ser “secreto” e instantâneo (1


Coríntios 15:50-54). A Segunda Vinda vai ser visível a todos
(Apocalipse 1:7; Mateus 24:29-30).

(5) A Segunda Vinda de Cristo não vai ocorrer até depois de


29

certos eventos dos fins dos tempos acontecerem (2


Tessalonicenses 2:4; Mateus 24:15-30; Apocalipse capítulos 6-
18). O Arrebatamento é iminente, pode acontecer a qualquer
momento (Tito 2:13; 1 Tessalonicenses 4:13-18; 1 Coríntios
15:50-54).

Por que é importante manter o Arrebatamento e a Segunda


Vinda distintos?

(1) Se o Arrebatamento e a Segunda Vinda são o mesmo


evento, os crentes teriam que passar pela Tribulação (1
Tessalonicenses 5:9; Apocalipse 3:10).

(2) Se o Arrebatamento e a Segunda Vinda são o mesmo


evento, o retorno de Cristo não é iminente... há várias coisas
que precisam acontecer antes do Seu retorno (Mateus 24:4-
30).

(3) Ao descrever o período da Tribulação, Apocalipse capítulos


6-19 em nenhum lugar menciona a igreja. Durante a
Tribulação — também chamada de “tempo de angústia para
Jacó” (Jeremias 30:7) — Deus vai voltar a sua atenção
principal à nação de Israel (Romanos 11:17-31).

O Arrebatamento e a Segunda Vinda são semelhantes mas


eventos separados. Os dois envolvem Jesus retornando. Os
dois são eventos do fim dos tempos. No entanto, é
crucialmente importante reconhecer as diferenças. Em
resumo, o Arrebatamento é o retorno de Cristo às nuvens para
remover os crentes da terra antes do tempo da ira de Deus. A
Segunda Vinda é o retorno de Cristo à terra para dar um fim
ao período da Tribulação e derrotar o anticristo e seu império
mundial diabólico.
30

Pergunta: "Quem são os quatro cavaleiros do


apocalipse?"

Resposta: Os quatro cavaleiros do apocalipse são descritos em


Apocalipse 6:1-8. Os quatro cavaleiros são descrições
simbólicas de eventos diferentes que acontecerão durante o
fim dos tempos. O primeiro cavaleiro do apocalipse é
mencionado em Apocalipse 6:2: “Vi, então, e eis um cavalo
branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma
coroa; e ele saiu vencendo e para vencer”. O primeiro
cavaleiro provavelmente se refere ao anticristo, a quem
autoridade vai ser dada e vai dominar todos que a ele se
opõem. O anticristo é uma falsa imitação do Cristo
verdadeiro, já que Cristo vai retornar em um cavalo branco
(Apocalipse 19:11-16).

O segundo cavaleiro do apocalipse é mencionado em


Apocalipse 6:4: “E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu
cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens
se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande
espada”. O segundo cavaleiro se refere a guerras horríveis que
vão acontecer durante o fim dos tempos. O terceiro cavaleiro
é descrito em Apocalipse 6:5-6: “Quando abriu o terceiro selo,
ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um
cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão. E
ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes
dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas
de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o
vinho”. O terceiro cavaleiro do apocalipse se refere à grande
fome que acontecerá, provavelmente como resultado de
guerras do segundo cavaleiro. Comida vai ser escassa, mas
31

luxos como vinho e azeite ainda estarão prontamente


disponíveis.

O quarto cavaleiro é mencionado em Apocalipse 6:8: “E olhei,


e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este
chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada
autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada,
pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra”.
O quarto cavaleiro do apocalipse é um símbolo de morte e
devastação. Aparenta ser uma combinação dos cavaleiros
anteriores. O quarto cavaleiro do apocalipse vai trazer mais
guerras e fomes horríveis, assim como pestilências e doenças.
O que é mais impressionante, ou talvez assustador, é que os
quatro cavaleiros do apocalipse são apenas “precursores” de
julgamentos ainda piores que virão mais tarde durante a
Tribulação (Apocalipse capítulos 8-9 e 16).

Pergunta: "Como devemos viver nossas vidas


até o retorno de Cristo?"

Resposta: Acreditamos que o retorno de Jesus Cristo é


iminente, quer dizer, Seu retorno pode acontecer a qualquer
momento. Nós, com o Apóstolo Paulo, aguardamos “a bendita
esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e
Salvador Cristo Jesus” (Tito 2:13). Sabendo que o Senhor
poderia voltar hoje, alguns são tentados a parar tudo o que
estão fazendo e só “esperar” por Ele.

No entanto, há uma grande diferença entre saber que Jesus


poderia voltar hoje e saber de certeza que Ele vai retornar
hoje. Jesus disse: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém
sabe” (Mateus 24:36). A hora de Seu retorno é algo que Deus
32

não tem revelado a ninguém, por isso, até que Ele nos chame
a Si mesmo, devemos continuar servindo a Ele. Na parábola de
Jesus das dez minas, o homem nobre que tinha partido
instruiu seus servos: “Negociai até que eu volte” (Lucas
19:13).

A Bíblia apresenta o retorno de Cristo como uma grande


motivação para agir, não como um motivo para parar de agir.
Em 1 Coríntios 15, Paulo conclui seu ensino sobre o
Arrebatamento dizendo: “Portanto, meus amados irmãos, sede
firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor”
(versículo 58). Em 1 Tessalonicenses 5, Paulo conclui sua lição
sobre a volta de Cristo com essas palavras: “Assim, pois, não
durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos
sóbrios” (versículo 6). Recuar e “guarder o forte” nunca foi a
intenção de Jesus para nós. Ao contrário, devemos trabalhar
enquanto podemos. “…a noite vem, quando ninguém pode
trabalhar” (João 9:4).

Os apóstolos viveram e serviram com a idéia de que Jesus


poderia retornar enquanto ainda estavam vivos; e se eles
tivessem resolvido parar de trabalhar para “esperar”? Eles
teriam violado a Grande Comissão, e o Evangelho não teria
sido proclamado. Os apóstolos entendiam que o retorno
iminente de Cristo significava que eles deveriam se ocupar
com o trabalho do Senhor. Eles viveram suas vidas ao máximo,
como se todo dia fosse o seu último. Nós, como eles, devemos
encarar todo dia com um presente e usá-lo para glorificar a
Deus.

1 João 3:2-3: “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda


não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que,
quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque
33

haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo


o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro.”

Pergunta: "O que é a marca da besta (666)?"

Resposta: A passagem principal na Bíblia que menciona a


"marca da besta" é Apocalipse 13:15-18. Outras referências
podem ser encontradas em Apocalipse 14:9,11; 15:2; 16:2;
19:20; 20:4. Essa marca age como um "selo" para os seguidores
do anticristo e o falso profeta (o porta-voz do anticristo). O
falso profeta (a segunda besta) é aquele que leva as pessoas a
aceitarem essa marca. Essa marca é literalmente colocada na
mão ou na testa, e não é apenas um cartão que alguém
carrega.

Os progressos recentes em tecnologias médicas para implantar


chips têm aumentado o interesse na "marca da besta", a qual é
mencionada em Apocalipse capítulo 13. É provável que a
tecnologia que hoje vemos representa os primeiros passos do
que pode eventualmente se tornar a "marca da besta". É
importante que saibamos que um chip médico implantado não
é a marca da besta. A marca da besta será algo dado apenas
àqueles que louvam o anticristo. Ter um microchip médico ou
financeiro inserido na sua mão direita ou testa não é a marca
da besta. A marca da besta vai ser uma "marca" do fim dos
tempos exigida pelo anticristo para comprar ou vender e será
dada apenas àqueles que adoram ao anticristo.

Muitos expositores bons do livro de Apocalipse têm tido


opiniões bastante diferentes sobre o que exatamente a marca
da besta é. Além da opinião de uma "carteira de identidade",
outros têm especulado que é um microchip, um código de
34

barras que é tatuado na pele, ou simplesmente uma marca


que identifica alguém como sendo fiel ao reino do anticristo.
Essa última opinião exige menos especulação, já que não
adiciona mais informação ao que a Bíblia nos diz. Em outras
palavras, qualquer uma dessas idéias é possível, mas ao
mesmo tempo são apenas especulações, então teremos que
esperar e ver o que acontece. Não devemos perder muito
tempo especulando sobre detalhes que vão além do que a
Bíblia diz.

O significado de 666 também é um mistério. Recentemente,


muitas pessoas especularam que havia uma conexão a 6 de
junho de 2006 – 06/06/06. No entanto, de acordo com
Apocalipse capítulo 13, o número 666 identifica uma pessoa,
não uma data. Apocalipse 13:18 nos diz: “Aqui está a
sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da
besta, pois é número de homem. Ora, esse número é
seiscentos e sessenta e seis”. De alguma forma, o número 666
vai identificar o anticristo. Por séculos, intérpretes da Bíblia
têm tentado identificar certos indivíduos com 666. Nada é
conclusivo. Por isso Apocalipse 13:18 diz que o número requer
sabedoria. Quando o anticristo for revelado (2 Tessalonicenses
2:3-4), vai ser claro quem ele é e como o número 666 o
identifica.

Pergunta: "O que são os sete selos e as sete


trombetas do livro de Apocalipse?"

Resposta: Os sete selos (Apocalipse 6:1-17; 8:1-5), sete


trombetas (Apocalipse 8:6-21; 11:15-19) e sete taças
(Apocalipse 16:1-21) são três séries de julgamentos de Deus
que são diferentes e consecutivas. Os julgamentos
35

progressivamente pioram e se tornam mais devastadores à


medida que o fim dos tempos progride. Os sete selos,
trombetas e taças estão conectados uns aos outros – o sétimo
selo inicia as sete trombetas (Apocalipse 8:1-5), e a sétima
trombeta inicia as sete taças (Apocalipse 11:15-19; 15:1-8).

Os primeiros quatro dos sete selos são conhecidos como os


quatro calaveiros do Apocalipse. O primeiro selo apresenta o
anticristo (Apocalipse 6:1-2). O segundo selo causa grandes
guerras (Apocalipse 6:3-4). O terceiro dos sete selos causa
fome (Apocalipse 6:5-6). O quarto selo causa pragas, mais
fome e mais guerras (Apocalipse 6:7-8).

O quinto selo nos diz daqueles que serão martirizados por sua
fé em Cristo durante o fim dos tempos (Apocalipse 6:9-11).
Deus escuta o seu clamor por justiça e vai livrá-los na Sua hora
certa – na forma do sexto selo, assim como com os
julgamentos das trombetas e taças. Quando o sexto dos sete
selos é quebrado, um terremoto devastador acontece,
causando grande revolta e devastação terrível – juntamente
com fenômenos astronômicos incomuns (Apocalipse 6:12-14).
Aqueles que sobrevivem estão corretos por clamar: “E diziam
aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do
rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do
Cordeiro; Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem
poderá subsistir?” (Apocalipse 6:16-17).

As sete trombetas são descritas em Apocalipse 8:6-21. As sete


trombetas são o “conteúdo” do sétimo selo (Apocalipse 8:1-5).
A primeira trombeta causa granizo e fogo que destroem muito
das plantas do mundo (Apocalipse 8:7). A segunda das sete
trombetas causa o que aparenta ser um meteoro atingindo os
oceanos e causando a morte de grande parte da vida marinha
36

(Apocalipse 8:8-9). A terceira trombeta é parecida com a


segunda trombeta, só que dessa vez ela atinge os lagos e rios
do mundo, ao invés dos oceanos (Apocalipse 8:10-11).

A quarta das sete trombetas causam o sol e a lua a se


escurecerem (Apocalipse 8:12). A quinta trombeta resulta em
uma praga de “gafanhotos demoníacos” que atacam e
torturam a humanidade (Apocalipse 9:1-11). A sexta trombeta
libera um exército demoníaco que mata um terço da
humanidade (Apocalipse 9:12-21). A sétima trombeta evoca os
sete anjos com as sete taças da ira de Deus (Apocalipse 11:15-
19; 15:1-8)

Os julgamentos das sete taças são descritos em Apocalipse


16:1-21. Os julgamentos das sete taças são o resultado da
sétima trombeta sendo soada. A primeira taça causa feridas
muito dolorosas que aparecem na humanidade (Apocalipse
16:2). A segunda taça resulta na morte de todo ser vivente no
mar (Apocalipse 16:3). A terceira taça causa os rios a se
tornarem sangue (Apocalipse 16:4-7). A quarta das sete taças
resulta no calor do sol sendo intensificado e causando grande
dor (Apocalipse 16:8-9). A quinta das sete taças causa grande
escuridão e uma intensificação das feridas da primeira taça
(Apocalipse 16:10-11). A sexta taça resulta no rio Eufrates
secando completamente e os exércitos do anticristo se
juntando para lutar a batalha do Armagedom (Apocalipse
16:12-14). A sétima taça resulta em um terremoto devastador
seguido de pedras de granizo gigantes (Apocalipse 16:15-21).

Apocalipse 16:5-7 declara: “E ouvi o anjo das águas, que dizia:


Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque
julgaste estas coisas. Visto como derramaram o sangue dos
santos e dos profetas, também tu lhes deste o sangue a beber;
37

porque disto são merecedores. E ouvi outro do altar, que


dizia: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros
e justos são os teus juízos.”

Pergunta: "Quem é o anticristo?"

Resposta: Há muita especulação sobre a identidade do


anticristo. Alguns dos alvos mais populares são Vladimir Putin,
o Príncipe William, Mahmoud Ahmadinejad e o Papa Francisco
I. Nos Estados Unidos, o ex-presidente Barack Obama e o atual
presidente Donald Trump são os alvos mais frequentes. Então,
quem é o anticristo e como vamos reconhecê-lo?

A Bíblia não diz nada específico sobre de onde o anticristo vai


surgir. Muitos estudiosos bíblicos especulam que ele virá de
uma confederação de dez nações e/ou de um Império Romano
renascido (Daniel 7:24-25; Apocalipse 17:7). Outros o veem
como um judeu, já que ele teria que ser um para poder
clamar ser o Messias. Tudo é apenas especulação já que a
Bíblia não diz especificamente de onde o anticristo vai surgir e
qual a sua raça será. Um dia o anticristo será revelado. 2
Tessalonicenses 2:3-4 nos diz como iremos reconhecer o
anticristo: "Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque
isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja
revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, qual se
opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto
de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus,
ostentando-se como se fosse o próprio Deus".

É provável que a maioria das pessoas que estiverem vivas


quando o anticristo for revelado vai estar muito surpresa com
a sua identidade. O anticristo pode já estar vivo hoje ou não.
38

Martinho Lutero estava certo de que o Papa de sua época era


o anticristo. Durante a década de 40, muitos achavam que
Adolf Hitler era o anticristo. Outros que viveram nas últimas
centenas de anos têm tido a mesma “certeza” quanto à
identidade do anticristo. Até agora, todos estavam incorretos.
Devemos deixar para trás todas as especulações e focalizar no
que a Bíblia realmente diz sobre o anticristo. Apocalipse 13:5-
8 declara: "E foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes
coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir por quarenta
e dois meses. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus,
para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que
habitam no céu. E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e
vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e
nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra,
esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do
Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo."

Pergunta: "Como posso entender o livro de


Apocalipse?"

Resposta: O ponto mais importante para um interpretação


bíblica consistente, incluindo do livro de Apocalipse, é ter
uma hermenêutica consistente. Hermenêutica é o estudo dos
princípios de interpretação. Em outras palavras, é a forma na
qual você interpreta as Escrituras. Uma hermenêutica normal,
ou uma interpretação normal das Escrituras, significa que a
menos que o versículo ou passagem afirme CLARAMENTE que o
autor estava usando uma linguagem figurativa, você deve
entendê-la no seu sentido normal. Não procure por outros
significados se o seu sentido natural faz sentido. Não
espiritualize as Escrituras por dar significados às palavras ou
frases quando é claro que o autor, sob a liderança do Espírito
39

Santo, quer que seja entendido do jeito que foi escrito.

Um exemplo é Apocalipse 20. Muitos vão dar vários


significados às referências do período de mil anos. Mesmo
assim, a linguagem não implica de qualquer forma que as
referências aos mil anos signifiquem qualquer outra coisa que
não seja um período literal de mil anos.

Um simples esboço do livro de Apocalipse é encontrado em


Apocalipse 1:19. No primeiro capítulo, o Cristo ressurreto está
falando com João. Cristo diz a João: "Escreve as coisas que
tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de
acontecer". As coisas que João já tinha visto estão registradas
no capítulo 1. As coisas “que são” (que estavam presente na
época de João) estão registradas nos capítulos 2-3 (as cartas
às Igrejas). E “as que depois destas hão de acontecer” (coisas
futuras) estão registradas nos capítulos 4-22.

De forma geral, capítulos 4 a 18 do livro de Apocalipse tratam


dos julgamentos de Deus nas pessoas da terra. Esses
julgamentos NÃO são para a igreja (1 Tessalonicenses 5:2, 9).
A igreja já vai ter sido removida da terra durante um evento
chamado Arrebatamento. O Arrebatamento é descrito em 1
Tessalonicenses 4:13-18 e 1 Coríntios 15:51-52. Esse será um
“tempo de angústia para Jacó” – angústia para Israel
(Jeremias 30:7; Daniel 9:12; 12:1). Também será um tempo
quando Deus julgará o mundo por sua rebelião contra Ele.

Capítulo 19 descreve o retorno de Cristo com a Igreja, a Noiva


de Cristo. Ele prende a Besta e o Falso Profeta e os joga no
lago de fogo. No capítulo 20, Cristo prende a Satanás e o joga
no abismo. Cristo então prepara Seu reino na terra que irá
durar 1000 anos. No fim dos 1000 anos, Satanás será solto da
40

sua prisão e irá liderar uma rebelião contra Deus. Ele é


rapidamente derrotado e também lançado no lago de fogo.
Então o julgamento final ocorrerá, o julgamento para todos os
incrédulos, quando eles também serão lançados no lago de
fogo.

Capítulos 21 e 22 descrevem o estado eterno. Nessa passagem


Deus descreve como será eternidade com Ele. O livro de
Apocalipse é compreensível! Deus não teria nos dado tal livro
se seu significado fosse um mistério completo. O ponto
principal para entender o livro de Apocalipse é interpretá-lo
da forma mais literal possível. O livro de Apocalipse diz o que
quer dizer.

Pergunta: "Quem são os vinte e quatro (24)


anciãos em Apocalipse?"

Resposta: Apocalipse 4:4 declara: "Havia também ao redor do


trono vinte e quatro tronos; e sobre os tronos vi assentados
vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, que tinham nas
suas cabeças coroas de ouro." O livro do Apocalipse em
nenhum lugar especificamente identifica quem os vinte e
quatro anciãos são. No entanto, eles provavelmente são
representantes da Igreja. É improvável que sejam seres
angélicos, assim como alguns sugerem. O fato de que se
sentam em tronos indica que reinam com Cristo. Em nenhum
lugar nas Escrituras os anjos governam ou sentam-se em
tronos. No entanto, diz-se repetidamente que a igreja governa
e reina com Cristo (Apocalipse 2:26-27, 5:10, 20:4, Mateus
19:28, Lucas 22:30).

Além disso, a palavra grega traduzida aqui como "anciãos"


41

nunca é usada para se referir a anjos, apenas a homens,


particularmente a homens de uma certa idade que são
maduros e capazes de governar a Igreja. A palavra ancião
seria inadequada para se referir aos anjos, os quais não
envelhecem. Seu modo de vestir também indica que são
homens. Embora os anjos apareçam em branco, roupas
brancas são mais comumente usadas pelos crentes,
simbolizando a justiça de Cristo a nós imputada na salvação
(Apocalipse 3:5,18; 19:8).

As coroas de ouro usadas pelos anciãos também indicam que


estes são homens, não anjos. As coroas nunca são prometidas
a anjos, assim como nunca vemos anjos as usando. A palavra
traduzida como "coroa" aqui refere-se à coroa do vitorioso,
usada por aqueles que tiveram sucesso em competir e
conquistar a vitória, assim como Cristo prometeu (Apocalipse
2:10, 2 Timóteo 4:8; Tiago 1:12).

Algumas pessoas acreditam que estes vinte e quatro anciãos


representam Israel, mas no momento dessa visão, Israel como
uma nação inteira ainda não tinha sido resgatada. Os anciãos
não podem representar santos da tribulação pelo mesmo
motivo – nem todos tinham sido convertidos no momento da
visão de João. A opção mais provável é que os anciãos
representam a Igreja arrebatada que canta canções de
redenção (Apocalipse 5:8-10). Eles usam as coroas da vitória e
foram ao lugar preparado para eles pelo seu Redentor (João
14:1-4).

Pergunta: "O que é a Profecia Maia de 2012?"

Resposta: Os antigos maias, com base em gráficos estelares,


42

profetizaram que 21 de dezembro de 2012 seria o fim do


mundo (ou pelo menos a data de algum tipo de catástrofe
universal). Os gráficos estelares meso-americanos começaram
por volta de 680 AC na civilização olmeca, a qual gravou
padrões astrológicos e eventualmente compartilhou essa
informação com os maias. Os maias tinham uma longa história
de seguir o solstício de inverno (provavelmente para o plantio
de culturas) e criar calendários (pelo menos 17 que
conhecemos). Em algum momento, eles desenvolveram a
crença de que o sol é um deus e de que a Via Láctea, que
chamavam de "Árvore Sagrada", era uma porta de entrada
para a vida futura. Depois de aprender com os olmecas, os
maias mantiveram registros de padrões do movimento estelar
pelos próximos 200-300 anos.

Os maias desenvolveram o seu próprio calendário (A Longa


Contagem) cerca de 355 AC. Eles foram capazes de utilizar as
suas observações e proezas matemáticas para calcular os
movimentos futuros de estrelas no céu. O resultado foi que os
maias descobriram o efeito de oscilação da terra ao girar
sobre o seu eixo. Esta oscilação faz com que as estrelas se
movam gradualmente no céu (um efeito chamado "precessão")
em um ciclo de 5.125 anos. Os maias também descobriram que
uma vez em cada ciclo a faixa escura no centro da Via Láctea
(chamada de "Equador Galáctico") cruza o elíptico (o plano do
movimento do sol através do céu).

Durante o ano da intersecção, o sol atinge o seu solstício (um


breve momento em que a posição do sol no céu encontra-se na
sua maior distância angular do outro lado do plano equatorial
do observador) no dia 21 de dezembro para o hemisfério norte
e 21 de junho para o hemisfério sul. Naquele tempo, o
solstício ocorre no mesmo momento da conjunção do equador
43

galáctico com a Via Láctea. O ano em que isso ocorre (em


relação ao nosso calendário gregoriano) é 2012 DC e
aconteceu pela última vez em 11 de agosto de 3114 AC. Com a
mitologia maia ensinando que o sol é um deus e que a Via
Láctea é a porta de entrada para a vida e a morte, os maias
concluíram que este cruzamento no passado deve ter sido o
momento da criação. Os hieróglifos maias parecem indicar que
eles acreditavam que o próximo cruzamento (em 2012) seria
uma espécie de final e de um novo começo de um ciclo.

Todas as chamadas "profecias maias de 2012" são nada mais do


que extrapolações descontroladamente especulativas, com
base em interpretações ainda incertas por estudiosos de
hieróglifos maias. A verdade é que, além da convergência
astrológica, há poucos indícios de que os maias profetizaram
algo específico a respeito dos eventos em seu futuro distante.
Os maias não eram profetas, pois não foram capazes de prever
a sua própria extinção cultural. Eles eram grandes e talentosos
matemáticos, mas também eram um povo tribal brutalmente
violento com uma compreensão primitiva dos fenômenos
naturais, exercendo crenças arcaicas e práticas bárbaras de
derramamento de sangue e sacrifício humano. Eles
acreditavam, por exemplo, que o sangue de sacrifícios
humanos alimentava o sol e dava-lhe a vida.

Não há absolutamente nada na Bíblia que apresente 21 de


dezembro de 2012 como o fim do mundo. Embora essa data
não seja menos válida para um evento do final dos tempos do
que qualquer outra data futura, a Bíblia em nenhum lugar
apresenta os fenômenos astronômicos aos quais os maias
apontavam como um sinal do fim dos tempos. Aparentaria ser
inconsistente da parte de Deus permitir que os maias
descobrissem uma verdade tão surpreendente e ao mesmo
44

tempo manter os muitos profetas do Antigo Testamento


ignorantes da cronologia das ocorrências. Em resumo, não há
absolutamente nenhuma evidência bíblica de que a profecia
maia de 2012 sobre a previsão do dia do juízo final seja válida
ou provável em qualquer sentido.

Aceitar a profecia maia de 2012 exige a aceitação das


seguintes teorias: o nosso sol é um deus; o sol é alimentado
pelo sangue do sacrifício humano; o momento de criação
ocorreu em 3114 AC (apesar de todas as provas de que
aconteceu muito mais cedo); e o alinhamento visual das
estrelas tem algum significado para a vida humana cotidiana.
Como qualquer outra religião falsa, a religião maia buscava
elevar a criação em vez do próprio Criador. A Bíblia nos fala
sobre esses falsos adoradores: "Por isso Deus os entregou, nas
concupiscências de seus corações, à imundícia, para serem os
seus corpos desonrados entre si" (Romanos 1:25), e "Pois os
seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são
claramente vistos desde a criação do mundo, sendo
percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são
inescusáveis" (Romanos 1:20). Aceitar a profecia maia de 2012
também nega o claro ensino bíblico sobre o fim do mundo.
Jesus nos disse: "Quanto, porém, ao dia e à hora, ninguém
sabe, nem os anjos no céu nem o Filho, senão o Pai" (Marcos
13:32).

Pergunta: "O que a Bíblia diz sobre o fim do


mundo?"

Resposta: O evento geralmente conhecido como "o fim do


mundo" é descrito em 2 Pedro 3:10: "Virá, pois, como ladrão o
dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo,
45

e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras


que nela há, serão descobertas." Este é o culminar de uma
série de eventos chamada de "o dia do Senhor", o momento
em que Deus vai intervir na história humana com o propósito
de julgamento. Naquele tempo, tudo o que Deus criou, "os
céus e a terra" (Gênesis 1:1), Ele destruirá.

O momento deste evento, de acordo com a maioria dos


estudiosos da Bíblia, é no final do período de 1000 anos
chamado de milênio. Durante estes 1000 anos, Cristo reinará
na terra como Rei em Jerusalém, sentado no trono de Davi
(Lucas 1:32-33) e dominando em paz, mas com uma "vara de
ferro" (Apocalipse19:15). No final dos 1000 anos, Satanás será
solto, novamente derrotado, e então lançado no lago de fogo
(Apocalipse 20:7-10). Então, depois de um julgamento final
por Deus, o fim do mundo descrito em 2 Peter 3:10 ocorre. A
Bíblia nos diz várias coisas sobre este evento.

Em primeiro lugar, será cataclísmico em escopo. Os "céus"


referem-se ao universo físico - as estrelas, planetas e galáxias
- que será consumido por algum tipo de explosão tremenda,
possivelmente uma reação nuclear ou atômica que vai
consumir e destruir toda a matéria como a conhecemos. Todos
os elementos que compõem o universo serão derretidos no
"calor ardente" (2 Pedro 3:12). Isso também será um evento
ruidoso, descrito na Bíblia como um "grande estrondo". Não
haverá dúvida quanto ao que está acontecendo. Todo mundo
vai ver e ouvi-lo porque a Bíblia nos diz que "a terra, e as
obras que nela há, se queimarão."

Então, Deus irá criar um "novo céu e uma nova terra"


(Apocalipse 21:1) que incluirão a "Nova Jerusalém" (v. 2), a
capital do céu, um lugar de santidade perfeita, que vai descer
46

do céu para a terra nova. Esta é a cidade onde os santos -


aqueles cujos nomes foram escritos no "livro da vida do
Cordeiro" (Apocalipse 13:8) - viverão para sempre. Pedro se
refere a esta nova criação como a "casa da justiça" (2 Pedro
3:13).

Talvez a parte mais importante da descrição de Pedro desse


dia seja a sua pergunta nos versículos 11-12: "Ora, uma vez
que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que
pessoas não deveis ser em santidade e piedade, aguardando, e
desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os
céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se
fundirão?" Os cristãos sabem o que vai acontecer, e devemos
viver de uma forma que reflita esse entendimento. Esta vida
está passando e o nosso foco deve estar nos novos céus e terra
que estão por vir. Nossas vidas "santas e piedosas" devem ser
um testemunho para aqueles que não conhecem o Salvador, e
devemos falar sobre Ele a outras pessoas para que possam
escapar do terrível destino que aguarda aqueles que O
rejeitam. Aguardamos com expectativa pelo "Filho, a quem
ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra
da ira vindoura" (1 Tessalonicenses 1:10).

Pergunta: "Qual é o papel de Israel no fim


dos tempos?"

Resposta: Toda vez que há um conflito em ou em torno de


Israel, muitos veem isso como um sinal do fim dos tempos se
aproximando rapidamente. O problema com isto é que talvez
acabaremos eventualmente nos cansando dos conflitos em
Israel, tanto que não vamos reconhecer quando os verdadeiros
eventos profeticamente significativos ocorrerem. Um conflito
47

em Israel não é necessariamente um sinal do fim dos tempos.

O conflito em Israel tem sido uma realidade sempre que Israel


tem existido como nação. Quer tenham sido os egípcios,
amalequitas, midianitas, moabitas, amonitas, amorreus,
filisteus, assírios, babilônios, persas ou romanos, a nação de
Israel sempre foi perseguida por seus vizinhos. Por que isso?
Segundo a Bíblia, é porque Deus tem um plano especial para a
nação de Israel e Satanás quer derrotar esse plano. O ódio por
Israel que Satanás encoraja - especialmente a Israel de Deus -
é a razão pela qual os vizinhos de Israel sempre querem ver
essa nação destruída. Quer se trate de Senaqueribe, rei da
Assíria; Hamã, funcionário da Pérsia; Hitler, líder da Alemanha
nazista, ou Ahmadinejad, o presidente do Irã, as tentativas de
destruir completamente Israel sempre falharão. Os
perseguidores de Israel vêm e vão, mas a perseguição irá
permanecer até a segunda vinda de Cristo. Como resultado, o
conflito em Israel não é um indicador confiável da iminente
chegada do fim dos tempos.

No entanto, a Bíblia diz que haverá terrível conflito em Israel


durante o final dos tempos. É por isso que esse período é
conhecido como a Tribulação, a Grande Tribulação e o "tempo
de angústia para Jacó" (Jeremias 30:7). Isso é o que a Bíblia
diz sobre Israel no fim dos tempos:

Haverá um retorno em massa dos judeus à terra de Israel


(Deuteronômio 30:3, Isaías 43:6, Ezequiel 34:11-13; 36:24;
37:1-14).

O Anticristo fará uma aliança de 7 anos de "paz" com Israel


(Isaías 28:18; Daniel 9:27).
48

O templo será reconstruído em Jerusalém (Daniel 9:27, Mateus


24:15, 2 Tessalonicenses 2:3-4, Apocalipse 11:1).

O Anticristo quebrará a sua aliança com Israel, o que resultará


na perseguição mundial de Israel (Daniel 9:27; 12:1, 11;
Zacarias 11:16, Mateus 24:15, 21; Apocalipse 12:13). Israel
será invadida (Ezequiel capítulos 38-39).

Israel vai finalmente reconhecer Jesus como o Messias


(Zacarias12:10). Israel será regenerada, restaurada e
reagrupada (Jeremias 33:8, Ezequiel 11:17, Romanos 11:26).

Há muita confusão em Israel hoje. Israel é perseguida,


cercada por inimigos - Síria, Líbano, Jordânia, Arábia Saudita,
Irã, Hamas, Jihad Islâmica, Hezbollah, etc. No entanto, esse
ódio e perseguição de Israel são apenas uma amostra do que
vai acontecer no fim dos tempos (Mateus 24 :15-21). A última
rodada de perseguição começou quando Israel foi
reconstituída como uma nação em 1948. Muitos estudiosos das
profecias bíblicas acreditavam que a Guerra dos Seis Dias
entre árabes e israelenses em 1967 foi o "começo do fim". Será
que o que está acontecendo hoje em Israel pode indicar que o
fim está próximo? Sim. Será que isso significa necessariamente
que o fim esteja próximo? Não. O próprio Jesus explicou bem:
"Acautelai-vos, que ninguém vos engane. Porque muitos virão
em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; a muitos enganarão.
E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; olhai não vos
perturbeis; porque forçoso é que assim aconteça; mas ainda
não é o fim" (Mateus 24:4-6).

Pergunta: "Quem é o falso profeta do fim dos


tempos?"
49

Resposta: O falso profeta do fim dos tempos é descrito em


Apocalipse 13:11-15. Ele também é conhecido como a
"segunda besta" (Apocalipse 16:13, 19:20, 20:10). O falso
profeta é o terceiro na trindade profana, juntamente com o
Anticristo e Satanás, o qual capacita os outros dois.

O apóstolo João descreve essa pessoa e dá-nos pistas para


identificá-lo quando ele aparecer. Primeiro, ele surge da
terra. Isto pode significar que surge das profundezas do
inferno com todos os poderes demoníacos do inferno sob o seu
comando. Isso também pode significar que surge de
circunstâncias humildes, secretas e desconhecidas até
aparecer no palco mundial na mão direita do Anticristo. Ele é
retratado como tendo chifres como um cordeiro e como
falando como um dragão. Os chifres de cordeiros são apenas
pequenas protuberâncias em suas cabeças até o cordeiro
crescer em um carneiro. Ao invés de ter a multiplicidade de
cabeças e chifres do Anticristo, mostrando o seu poder, força
e ferocidade, o falso profeta vem como um cordeiro, de forma
cativante, com palavras persuasivas que atraem a simpatia e
boa vontade dos outros. Ele pode ser um extraordinário
pregador ou orador cujas palavras demonicamente
fortalecidas vão enganar as multidões. Entretanto, ele fala
como um dragão, o que significa que sua mensagem é a
mensagem de um dragão. Apocalipse 12:9 identifica o dragão
como o diabo e Satanás.

O versículo 12 nos dá a missão do falso profeta na terra -


forçar a humanidade a adorar o Anticristo. Ele tem toda a
autoridade do Anticristo porque, como ele, o falso profeta
tem o poder de Satanás. Não está claro se as pessoas são
forçadas a adorar o Anticristo ou se são tão encantadas com
50

esses seres poderosos que caem ao engano e o adoram de bom


grado. O fato de que a segunda besta usa sinais e prodígios,
incluindo fogo do céu, para estabelecer a credibilidade de
ambos parece indicar que as pessoas vão cair diante deles em
adoração do seu poder e mensagem. O versículo 14 diz que o
engano será tão grande que as pessoas vão criar um ídolo para
o Anticristo e adorá-lo. Isso lembra a enorme imagem de ouro
de Nabucodonosor (Daniel 3), diante da qual todos deviam se
curvar e prestar homenagem. Apocalipse 14:9-11, no entanto,
descreve o destino medonho que aguarda aqueles que adoram
a imagem do Anticristo.

Aqueles que sobrevivem aos horrores da Tribulação até este


ponto enfrentarão duas escolhas difíceis. Aqueles que se
recusam a adorar a imagem da besta estarão sujeitos à morte
(v. 15), mas aqueles que o adoram vão sofrer a ira de Deus. A
imagem será extraordinária porque será capaz de "falar". Isso
não significa que ela terá vida – a palavra grega aqui é
pneuma, o que que significa "respiração" ou "corrente" de ar,
não a palavra bios ("vida ") - mas que terá algum tipo de
capacidade de transmitir a mensagem do Anticristo e do falso
profeta. Além de ser o porta-voz deles, a imagem também vai
condenar à morte aqueles que se recusam a adorar o par
profano. Em nosso mundo tecnológico, não é difícil imaginar
um cenário como esse.

Quem quer que esse falso profeta seja, a decepção final


mundial e a apostasia final serão grandes, e todo o mundo fará
parte. Os enganadores e falsos mestres que vemos hoje são os
precursores do Anticristo e do falso profeta, e não devemos
ser enganados por eles. Esses falsos mestres são muitos e
estão nos movendo na direção de um reino final satânico.
Devemos proclamar fielmente o Evangelho salvador de Jesus
51

Cristo e resgatar as almas dos homens e mulheres desse


desastre iminente.

Pergunta: "Algum aspectos da profecia do fim


dos tempos já foram cumpridos?"

Resposta: Apocalipse 4:1 apresenta uma seção da Escritura


que detalha "coisas que depois destas devem acontecer." O
que segue são profecias do "fim dos tempos". Ainda não
atingimos a tribulação, a revelação do Anticristo ou outro
evento do "fim dos tempos". O que vemos é uma "preparação"
para esses eventos.

Jesus disse que os últimos dias seriam precedidos por várias


coisas: muitos falsos Cristos viriam, enganando a muitos;
escutaríamos "falar de guerras e rumores de guerras"; e
haveria um aumento de "fomes e terremotos em vários. Mas
todas essas coisas são o princípio das dores" (Mateus 24:5-8).
As notícias de hoje estão cheias de falsas religiões, guerras e
desastres naturais. Sabemos que os eventos do período de
tribulação incluirão tudo o que Jesus predisse (Apocalipse 6:1-
8); os eventos atuais parecem ser uma preparação para os
maiores problemas à frente.

Paulo advertiu que os últimos dias trariam um aumento


acentuado nos falsos ensinamentos. "Em tempos posteriores
alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos
enganadores, e a doutrinas de demônios" (1 Timóteo 4:1). Os
últimos dias são descritos como "tempos difíceis" por causa do
caráter cada vez mais perverso do homem e por causa de
pessoas que ativamente "resistem à verdade" (2 Timóteo 3:1-
9; veja também 2 Tessalonicenses 2:3). A lista de coisas que
52

os homens serão nos últimos dias - amantes de si mesmos,


amantes do dinheiro, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes aos pais, ingratos, profanos, sem afeição
natural, implacáveis, caluniadores, sem autodomínio, brutais,
não amantes do bem, traiçoeiros, imprudentes, vaidosos,
amantes do prazer em vez de amantes de Deus, tendo
aparência de piedade, mas negando o seu poder (2 Timóteo
3:1-2) - parece se encaixar exatamente com a nossa era
moderna.

Pode haver qualquer dúvida de que as profecias sobre a


apostasia estão sendo cumpridas? O nosso mundo do século 21
tem adotado o relativismo moral, uma filosofia que está
contaminando até a igreja. Por exemplo, muitas
denominações estão tendo dificuldade em definir o casamento
como sendo entre um homem e uma mulher, e muitos líderes
religiosos hoje estão abertamente apoiando a
homossexualidade. A Bíblia tornou-se subordinada à procura
da igreja moderna de uma "verdade" mais atraente. Estes são
de fato "tempos difíceis" espiritualmente.

A formação da União Europeia - e o fato de que temos uma


Alemanha reunificada - é muito interessante à luz da profecia
bíblica. Os "dez dedos" de Daniel 2:42 e as bestas de dez
chifres de Daniel 7:20 e Apocalipse 13:1 são referências a um
"renascido" Império Romano que deterá o poder antes do
retorno de Cristo. Embora a estrutura política precisa ainda
tenha de ser formada, pode-se ver as peças se encaixando.

Em 1948, Israel foi reconhecida como um Estado soberano, e


isso também tem ramificações para o estudante das
Escrituras. Deus prometeu a Abraão que sua posteridade
possuiria Canaã como "perpétua possessão" (Gênesis 17:8) e
53

Ezequiel profetizou uma ressurreição física e espiritual de


Israel (Ezequiel 37). Ter Israel como uma nação em sua
própria terra é importante à luz das profecias do fim dos
tempos por causa da proeminência de Israel na escatologia
(Daniel 10:14, 11:41, Apocalipse 11:8).

Embora não haja prova bíblica de que as coisas mencionadas


acima sejam o cumprimento de determinadas profecias do
final dos tempos, podemos ver quantos desses eventos são
semelhantes ao que a Bíblia descreve. Em qualquer caso,
devemos estar atentos a estes sinais porque Jesus nos disse
que o dia do Senhor – o Seu retorno pelos que lhe pertencem -
viria como um ladrão na noite (2 Pedro 3:10), inesperado e
sem aviso prévio. "Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para
que possais escapar de todas estas coisas que hão de
acontecer, e estar em pé na presença do Filho do homem"
(Lucas 21:36).

Pergunta: "O que é a Grande Tribulação?"

Resposta: A Tribulação é um período de tempo futuro quando


o Senhor vai realizar pelo menos dois aspectos do Seu plano:
1) Ele vai completar a Sua disciplina da nação de Israel (Daniel
9:24), e 2) Ele julgará os habitantes incrédulos e ateus da
terra (Apocalipse 6 - 18). O comprimento da Tribulação é de
sete anos. Isso é determinado por uma compreensão das
setenta semanas de Daniel (Daniel 9:24-27; ver também o
artigo sobre a Tribulação). A Grande Tribulação é a última
metade do período da Tribulação, com uma duração de três e
meio. Distingue-se do período da Tribulação porque a Besta,
ou o Anticristo, será revelada e a ira de Deus vai intensificar
enormemente durante este tempo. Assim, é importante neste
54

momento enfatizar que a Tribulação e a Grande Tribulação


não são termos sinônimos. Dentro da escatologia (o estudo das
coisas futuras), a Tribulação se refere ao período completo de
sete anos, enquanto que a "Grande Tribulação" refere-se à
segunda metade da Tribulação.

O próprio Cristo usou a frase "Grande Tribulação" com


referência à última metade da Tribulação. Em Mateus 24:21,
Jesus diz: "Porque haverá então grande aflição, como nunca
houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco
há de haver." Neste versículo Jesus está se referindo ao
evento de Mateus 24:15, o qual descreve a revelação da
abominação da desolação, o homem também conhecido como
o Anticristo. Além disso, Jesus em Mateus 24:29-30 declara:
"Logo depois da tribulação daqueles dias... Então aparecerá no
céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se
lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do
céu, com poder e grande glória." Nesta passagem, Jesus
define a Grande Tribulação (v.21) como começando com a
revelação da abominação da desolação (v.15) e terminando
com a segunda vinda de Cristo (v.30).

Outras passagens que se referem à Grande Tribulação são


Daniel 12:1b, que diz: "E haverá um tempo de tribulação, qual
nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas
naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for
achado escrito no livro." Parece que Jesus estava citando este
versículo quando falou as palavras registradas em Mateus
24:21. Temos também Jeremias 30:7 referindo-se à Grande
Tribulação: "Ah! porque aquele dia é tão grande, que não
houve outro semelhante! É tempo de angústia para Jacó;
todavia, há de ser livre dela." A expressão "angústia de Jacó"
se refere à nação de Israel, a qual vai experimentar
55

perseguição e desastres naturais como nunca vistos antes.

Considerando as informações que Cristo nos deu em Mateus


24:15-30, é fácil concluir que o início da Grande Tribulação
tem muito a ver com a abominação da desolação, uma ação do
Anticristo. Em Daniel 9:26-27, descobrimos que esse homem
vai fazer uma "aliança" (um pacto de paz) com o mundo por
sete anos (uma "semana", novamente, favor ler o artigo sobre
a Tribulação). Na metade do período de sete anos - "no meio
da semana" - somos informados de que este homem vai
quebrar o pacto que fez, interrompendo o sacrifício e a oferta
de cereais, o que se refere especificamente às suas ações no
templo reconstruído do futuro. Apocalipse 13:1-10 dá ainda
mais detalhes sobre as ações da Besta e também verifica o
tempo que ela vai estar no poder. Apocalipse 13:5 diz que ela
vai estar no poder por 42 meses, o que são três anos e meio, o
comprimento da Grande Tribulação.

O Livro de Apocalipse nos oferece o máximo de informação


sobre a Grande Tribulação. De Apocalipse 13, quando a Besta
é revelada, até a volta de Cristo em Apocalipse 19, temos uma
imagem da ira de Deus sobre a terra por causa da
incredulidade e rebelião (Apocalipse 16-18). É também uma
imagem de como Deus disciplina e ao mesmo tempo protege o
Seu povo de Israel (Apocalipse14:1-5) até realizar a Sua
promessa a Israel ao estabelecer um reino terreno (Apocalipse
20:4-6).

Pergunta: "Anticristo islâmico? O Anticristo


será um muçulmano?"

Resposta: Com as crescentes tensões no Oriente Médio nos


56

últimos anos, e especialmente com as declarações de xiitas


muçulmanos extremistas sobre o Décimo Segundo Imã, muitas
pessoas começaram a perguntar como isso se relaciona com as
profecias bíblicas. Para responder, é preciso primeiro
descobrir quem é o décimo segundo imã é o que se acredita
que ele fará pelo Islã. Em segundo lugar, devemos examinar as
declarações de muçulmanos xiitas em relação a essas
esperanças e, em terceiro lugar, precisamos ver o que a Bíblia
diz sobre a questão.

Dentro do ramo xiita do Islã, houve doze imãs, ou líderes


espirituais, designados por Alá. Estes começaram com o imã
Ali, primo de Maomé, o qual reivindicou a sucessão profética
depois da morte de Maomé. Por volta do ano 868 DC, o Décimo
Segundo Imã, Abual-Qasim Muhammad (ou Maomé al Mahdi),
nasceu ao décimo primeiro imã. Porque o seu pai estava sob
intensa perseguição, Mahdi foi enviado a esconder-se para a
sua proteção. Aos 6 anos de idade, ele rapidamente saiu da
clandestinidade quando o seu pai foi morto, mas depois voltou
a se esconder. Diz-se que ele tem se escondido em cavernas
desde então e retornará de forma sobrenatural antes do dia do
juízo para erradicar toda a tirania e opressão, trazendo
harmonia e paz à terra. Ele é o salvador do mundo na teologia
xiita. De acordo com um escritor, o Mahdi vai combinar a
dignidade de Moisés, a graça de Jesus e a paciência de Jó em
uma pessoa perfeita.

As previsões sobre o Décimo Segundo Imã têm uma


impressionante semelhança com as profecias bíblicas do fim
dos tempos. De acordo com a profecia islâmica, o retorno do
Mahdi será precedido por uma série de eventos durante três
anos de horrível caos mundial e ele dominará sobre os árabes
e o mundo por sete anos. A sua aparição será acompanhada
57

por duas ressurreições, uma dos ímpios e uma dos justos.


Segundo os ensinamentos xiitas, a liderança do Mahdi será
aceita por Jesus e os dois grandes ramos da família de Abraão
serão reunidos para sempre.

Como as declarações de muçulmanos xiitas, como as do


presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, se relacionam com
isso? Ahmadinejad é um xiita profundamente comprometido e
afirma que deve pessoalmente preparar o mundo para a vinda
de Mahdi. Para que o mundo seja salvo, é necessário que
esteja em um estado de caos e subjugação, e Ahmadinejad
sente que foi escolhido por Alá para preparar o caminho para
isso. Ahmadinejad tem repetidamente feito declarações sobre
destruir os inimigos do Islã. O presidente iraniano e seu
gabinete supostamente assinaram um contrato com Al Mahdi
no qual se comprometem à sua obra. Quando perguntado
diretamente pela repórter do ABC, Ann Curry, em setembro de
2009, sobre suas declarações apocalípticas, Ahmadinejad
disse: "Imã... virá com a lógica, com a cultura, com a ciência.
Ele virá de modo que não haverá mais guerra. Não mais
inimizade, não mais ódio. Não mais conflito. Ele vai convidar
todos a entrarem em um amor fraternal. É claro que ele vai
retornar com Jesus Cristo. Os dois voltarão juntos e
trabalharão juntos para preencher este mundo com amor."

O que tudo isso tem a ver com o Anticristo? De acordo com 2


Tessalonicenses 2:3-4, haverá um "homem do pecado"
revelado nos últimos dias que vai opor-se e exaltar-se acima
de tudo que se chama Deus. Em Daniel 7, lemos da visão de
Daniel dos quatro animais que representam reinos que
desempenham papéis importantes no plano profético de Deus.
O quarto animal é descrito (v. 7-8) como sendo terrível,
espantoso, muito forte e diferente daqueles que vieram antes
58

dele. Também é descrito como tendo um "pequeno chifre" que


arranca outros chifres. Esse chifre pequeno é frequentemente
identificado como o Anticristo. No versículo 25, ele é descrito
como falando “palavras contra o Altíssimo, e consumirá os
santos do Altíssimo; cuidará em mudar os tempos e a lei; os
santos lhe serão entregues na mão por um tempo, e tempos, e
metade de um tempo" (3 ½ anos). Em Daniel 8, a visão do
carneiro e do bode identifica um rei que vai surgir nos últimos
dias (v. 23-25), destruir muitas pessoas e se levantar contra
Cristo, mas este rei será quebrado. Daniel 9:27 profetiza que o
"príncipe que há de vir" faria uma aliança de 7 anos com
muitas pessoas e em seguida traria muita desolação. Quem
será este Anticristo? Ninguém sabe ao certo, mas muitas
teorias foram dadas, inclusive a possibilidade de que seria um
árabe.

Independentemente das várias teorias, há alguns paralelos


entre a Bíblia e a teologia xiita que devemos observar.
Primeiro, a Bíblia diz que o reino do Anticristo governará o
mundo por sete anos e o Islã afirma que o Décimo Segundo
Imã governará o mundo por sete anos. Em segundo lugar, os
muçulmanos antecipam três anos de caos antes da revelação
do Décimo Segundo Imã e a Bíblia fala de 3 anos e meio de
Tribulação antes do Anticristo se revelar ao profanar o templo
judaico. Terceiro, o Anticristo é descrito como um enganador
que alega trazer paz, mas que realmente traz a guerra
generalizada. A antecipação do Décimo Segundo Imã é que ele
vai trazer a paz através de guerra massiva com o resto do
mundo.

O Anticristo será um muçulmano? Só Deus sabe. Há ligações


entre a escatologia islâmica e a escatologia cristã?
Certamente parecem existir correlações diretas, embora
59

sejam como a leitura das descrições de uma grande batalha,


primeiro do ponto de vista do perdedor, tentando preservar a
sua reputação e, em seguida, da perspectiva do vencedor. Até
que vejamos o cumprimento dessas coisas, é preciso prestar
atenção às palavras de 1 João 4:1-4: "Amados, não creiais a
todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque
muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. Nisto conheceis
o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo
veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a
Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito
do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no
mundo. Filhinhos, vós sois de Deus, e já os tendes vencido;
porque maior é aquele que está em vós do que aquele que
está no mundo."

Pergunta: "O que é o tempo da angústia de


Jacó?"

Resposta: A frase "o tempo de angústia para Jacó" é uma


citação de Jeremias 30:7, que diz: "Ah! porque aquele dia é
tão grande, que não houve outro semelhante! É tempo de
angústia para Jacó; todavia, há de ser livre dela."

Nos versículos anteriores a Jeremias 30, vemos que o Senhor


está falando ao profeta Jeremias sobre Judá e Israel (30:3-4).
No versículo 3, o Senhor promete que em um dia no futuro Ele
traria Judá e Israel de volta para a terra que havia prometido
aos seus antepassados. O versículo 5 descreve uma época de
grande temor e tremor. O versículo 6 descreve este tempo de
forma tal que retrata os homens sofrendo as dores do parto,
novamente indicando um tempo de agonia. Entretanto, há
esperança para Judá e Israel, pois embora esse seja chamado
60

do "tempo de angústia para Jacó", o Senhor promete que


salvará Jacó (referindo-se a Judá e Israel) deste tempo de
grande tribulação (versículo 7).

Em Jeremias 30:10-11 o Senhor diz: "Não temas pois tu, servo


meu, Jacó, diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel; pois eis
que te livrarei de terras longínquas, e à tua descendência da
terra do seu cativeiro; e Jacó voltará, e ficará tranquilo e
sossegado, e não haverá quem o atemorize. Porque eu sou
contigo, diz o Senhor, para te salvar."

Além disso, o Senhor diz que irá destruir as nações que


mantinham Judá e Israel em cativeiro e que nunca permitirá
que Jacó seja completamente destruído. No entanto, deve-se
destacar que o Senhor descreve este como um tempo de
disciplina para o Seu povo. Ele diz de Jacó: "Porquanto darei
fim cabal a todas as nações entre as quais te espalhei; a ti,
porém, não darei fim, mas castigar-te-ei com medida justa, e
de maneira alguma te terei por inocente."

Jeremias 30:7 diz: "Ah! porque aquele dia é tão grande, que
não houve outro semelhante!" O único período de tempo que
se encaixa nessa descrição é o período da Tribulação. Esse
período é sem paralelo na história.

Jesus descreveu a Tribulação usando algumas das mesmas


imagens que Jeremias. Em Mateus 24:6-8, Ele declarou que o
aparecimento de falsos cristos, guerras e rumores de guerras,
fomes e terremotos são "o princípio das dores".

Paulo também descreveu a tribulação como dores de parto.


Primeiro Tessalonicenses 5:3 diz: "pois quando estiverem
dizendo: Paz e segurança! então lhes sobrevirá repentina
61

destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e


de modo nenhum escaparão." Este evento segue o
Arrebatamento e a remoção da Igreja, assim como descritos
em 4:13-18. Em 5:9, Paulo novamente enfatiza a ausência da
Igreja deste período de tempo, dizendo: "porque Deus não nos
destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por
nosso Senhor Jesus Cristo." A ira de que se fala aqui é o
julgamento de Deus sobre o mundo incrédulo e a Sua
disciplina sobre Israel durante a Tribulação.

Essas "dores de parto" são descritas em detalhes em


Apocalipse 6-12. Parte do propósito da Tribulação é trazer
Israel de volta para o Senhor.

Para aqueles que receberam a Cristo como Salvador do


pecado, o tempo da angústia para Jacó é algo pelo qual
devemos louvar ao Senhor, pois demonstra que Deus cumpre
as Suas promessas. Ele prometeu-nos a vida eterna através de
Cristo, nosso Senhor, e prometeu terras, sementes e bênção a
Abraão e seus descendentes físicos. No entanto, antes de
cumprir essas promessas, Ele amorosamente mas firmemente
disciplinará a nação de Israel para que ela se volte a Ele.

Pergunta: "O que acontece no julgamento


final?"

Resposta: A primeira coisa a entender sobre o juízo final é


que não pode ser evitado. Independentemente de como
interpretemos a profecia sobre o fim dos tempos, a Bíblia nos
diz que "como aos homens está ordenado morrerem uma só
vez, vindo depois o juízo" (Hebreus 9:27). Todos nós temos um
compromisso divino com o nosso Criador. O apóstolo João
62

registrou alguns detalhes do julgamento final:

"E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre


ele, de cuja presença fugiram a terra e o céu; e não foi
achado lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos,
em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se
outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas
coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o além
entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada
um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram
lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de
fogo. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da
vida, foi lançado no lago de fogo" (Apocalipse 20:11-15).

Essa passagem notável nos apresenta o julgamento final – o


fim da história humana e o início do estado eterno. Podemos
ter certeza disto: nenhum erro será feito em nossas audiências
porque seremos julgados por um Deus perfeito (Mateus 5:48, 1
João 1:5). Isto irá se manifestar em muitas provas inegáveis.
Primeiro, Deus será perfeitamente justo e imparcial (Atos
10:34, Gálatas 3:28). Em segundo lugar, Deus não pode ser
enganado (Gálatas 6:7). Em terceiro lugar, Deus não pode ser
influenciado por quaisquer preconceitos, desculpas ou
mentiras (Lucas 14:16-24).

Como Deus Filho, Jesus Cristo será o juiz (João 5:22). Todos os
incrédulos serão julgados por Cristo no "grande trono branco" e
serão punidos de acordo com as obras que fizeram. A Bíblia
deixa bem claro que os incrédulos estão acumulando ira
contra si mesmos (Romanos 2:5) e que Deus vai "retribuirá a
cada um segundo as suas obras" (Romanos 2:6). Os crentes
também serão julgados em um julgamento diferente chamado
63

de "tribunal de Cristo" (Romanos 14:10), mas já que a justiça


de Cristo nos foi imputada e nossos nomes estão escritos no
Livro da Vida, seremos recompensados, não punidos, de
acordo com as nossas ações. No juízo final o destino dos
perdidos estará nas mãos do Deus onisciente que julgará cada
um segundo a condição de sua alma.

Por enquanto, o nosso destino está em nossas próprias mãos.


O fim da jornada da nossa alma será ou o céu eterno ou o
inferno eterno (Mateus 25:46). Temos que escolher se vamos
aceitar ou rejeitar o sacrifício de Cristo em nosso favor, e
precisamos fazer essa escolha antes das nossas vidas físicas na
terra chegarem ao fim. Após a morte, não há mais uma
escolha e nosso destino é ficar diante do trono de Deus, onde
tudo será claramente exposto diante dEle (Hebreus 4:13).
Romanos 2:6 diz que Deus "retribuirá a cada um segundo as
suas obras".

Pergunta: "É possível saber quando Jesus


voltará?"

Resposta: Mateus 24:36-44 declara: "Daquele dia e hora,


porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho,
senão só o Pai.... Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia
vem o vosso Senhor... Por isso ficai também vós apercebidos;
porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do
homem." À primeira vista, estes versículos parecem fornecer
uma resposta clara e explícita à questão. Não, ninguém pode
saber quando Jesus voltará. No entanto, esses versículos não
dizem que ninguém jamais seria capaz de saber quando Jesus
voltaria. A maioria dos estudiosos da Bíblia diria que Jesus,
agora glorificado no céu, sabe o momento do Seu retorno,
64

indicando que a frase "nem o Filho" não significa que Jesus


nunca saberia quando voltará. Da mesma forma, é possível
que, embora Mateus 24:36-44 indique que ninguém naquela
época sabia o tempo do retorno de Jesus Cristo, Deus poderia
revelar o tempo do retorno de Jesus Cristo para alguém no
futuro.

Além disso, há Atos 1:7, que afirma: "A vós não vos compete
saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à sua própria
autoridade." Isto foi dito por Jesus depois de os discípulos
perguntarem-lhe se era naquele tempo que Ele restauraria o
reino a Israel. Isto parece confirmar a mensagem de Mateus
24. Não é para sabermos o momento do retorno de Jesus.
Entretanto, há também a questão de a qual retorno essas
passagens se referem. Estão falando do Arrebatamento ou da
Segunda Vinda? Qual retorno é incognoscível, o Arrebatamento
a Segunda Vinda ou ambos? Embora o Arrebatamento seja
apresentado como sendo iminente e misterioso, o momento da
Segunda Vinda talvez possa ser conhecido com base na
profecia do fim dos tempos.

Com isso dito, vamos ser bem claros: não acreditamos que
Deus tenha revelado a ninguém quando Jesus voltará e não
vemos nada nas Escrituras que indique que Deus de fato
revelará a alguém quando Jesus está voltando. Mateus 24:36-
44, embora direcionado diretamente ao povo no tempo de
Jesus, também contém um princípio geral. O momento da
volta de Jesus e o fim da era presente não são para nós
sabermos. As Escrituras em nenhum lugar nos encorajam a
tentar determinar a data. Pelo contrário, devemos vigiar
"porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor" (v. 42).
Temos que ficar "também vós apercebidos; porque numa hora
em que não penseis, virá o Filho do homem" (v. 44). A força
65

das palavras de Jesus diminuiria se em algum momento no


futuro alguém fosse capaz de determinar quando Ele estará
voltando. Se a data for descoberta, já não mais precisamos
"vigiar" ou "ficar apercebidos". Assim, com o princípio de
Mateus 24:36-44 em mente, não, não é possível saber a data
do retorno de Jesus.

Apesar deste princípio bíblico claro, muitos ao longo da


história cristã têm tentado profetizar a data em que Jesus
voltaria. Muitas datas têm sido propostas e todas têm estado
erradas. A maioria, se não todos, daqueles que previram datas
específicas para o retorno de Jesus tiveram posições
doutrinárias questionáveis, se não heréticas, sobre outros
assuntos. Como foi dito acima, baseado em Mateus 24:36 e
Atos 1: 7, não é o desejo de Deus calcular o dia em que Jesus
está voltando. Qualquer um que empreenda tal tarefa é, no
mínimo, equivocado.

Os principais pontos são (1) a Bíblia nunca nos incentiva a


tentar descobrir o tempo do retorno de Jesus Cristo e (2) a
Bíblia não dá dados explícitos pelos quais o tempo do retorno
de Jesus Cristo possa ser determinado. Ao invés de
desenvolver cálculos especulativos para determinar quando
Jesus voltará, a Bíblia nos incentiva a "vigiar" e "estar pronto"
(Mateus 24:42-44). O fato de que o dia da volta de Jesus é
desconhecido deve nos motivar a viver cada dia em função da
iminência do Seu retorno.

Pergunta: "Como posso me preparar para ser


levado no Arrebatamento?"

Resposta: É muito mais simples do que você pensa. A resposta


66

curta é que você deve receber Jesus Cristo como o seu


Salvador. Agora, a resposta mais longa. Ao fazer esta
pergunta, estamos supondo que você já ouviu falar que nem
todos os cristãos serão levados quando o Arrebatamento
ocorrer. Você provavelmente já ouviu que somente os "super
cristãos" que vivem uma vida santa serão arrebatados e que
todos os outros cristãos terão que passar pela Tribulação. Isso
não é verdade, e vamos mostrar com a Bíblia por que isso não
é verdade.

A primeira coisa que você deve entender é o propósito para a


Tribulação. A Tribulação é um tempo de julgamento sobre a
terra e de punição para Israel. Por favor note que Israel e a
Igreja não são o mesmo grupo de pessoas. A Igreja é um
organismo espiritual. As pessoas na Igreja estão relacionadas
por causa do seu nascimento espiritual (por terem nascido de
novo - João 3:3). O povo de Israel (judeus) são ligados pelo
sangue. Esta é uma raça de pessoas a quem Deus fez
promessas especiais no Antigo Testamento. Deus declarou um
tempo de julgamento sobre Israel por sua infidelidade. Este
tempo de julgamento é claramente declarado como sendo
apenas para Israel (Daniel 9:24-27).

Gabriel trouxe uma mensagem de Deus para Daniel (9:20-21).


Daniel 9:24 diz: "Setenta semanas estão decretadas sobre o
teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a
transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a
iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a
profecia, e para ungir o santíssimo." Nesta mensagem, Gabriel
especifica para Daniel que o tempo é "sobre o teu povo". O
povo de Daniel era os judeus, a nação de Israel. Deus declarou
70 semanas contra a nação de Israel. Estas "70 semanas" são,
literalmente em hebraico, "70 setes." Em outras palavras, 70
67

vezes 7 anos, ou 490 anos. Desses anos, 483 (69 vezes 7) deles
foram cumpridos do fim do cativeiro de Israel em Babilônia à
morte do Messias (a crucificação de Cristo). Isso deixa 7 anos
de julgamento que ainda não foram cumpridos. Esses 7 anos
são os anos da Tribulação. O ponto é que esta profecia se
refere a Israel primeiramente e o objetivo do julgamento é
"cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar
a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a
profecia, e para ungir o santíssimo."

Agora, podemos também demonstrar com base nas Escrituras


que os cristãos não estarão na Tribulação. Um estudo de 1
Tessalonicenses 4:13 até 5:9 mostra isso. Nesta passagem,
Paulo escreve sobre o Arrebatamento e o Dia do Senhor.
Primeiro Tessalonicenses 5:9 dá aos cristãos esta promessa:
"porque Deus não nos destinou para a ira, mas para
alcançarmos a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo." Preste
atenção a esse versículo. Paulo diz que Deus não nos destinou
para a ira, principalmente a ira do Dia do Senhor (5:2).

Outra evidência de que os cristãos não passarão pela


Tribulação vem de 1 Coríntios. Nessa carta, Paulo
acentuadamente repreende os crentes por serem cristãos
carnais. No entanto, no capítulo 15, Paulo escreve sobre o
Arrebatamento e nunca indica que alguns dos crentes
coríntios, por mais carnais que fossem, seriam deixados para
trás. Os verdadeiros crentes em Jesus Cristo não terão de
suportar a Tribulação.

A única maneira de ser deixado para trás no Arrebatamento é


se você não tiver recebido a Cristo como o seu Salvador.
68

Pergunta: "O que é a ceia das bodas do


Cordeiro?"

Resposta: Em sua visão em Apocalipse 19:7-10, João viu e


ouviu as multidões celestiais louvando a Deus porque a festa
das bodas do Cordeiro - literalmente, a “ceia das bodas” -
estava prestes a começar. O conceito da ceia das bodas é mais
bem compreendido à luz dos costumes do casamento no
tempo de Cristo.

Esses costumes do casamento tinham três partes principais.


Primeiro, um contrato de casamento era assinado pelos pais
da noiva e do noivo, e os pais do noivo ou o próprio noivo
pagariam um dote à noiva ou aos pais dela. Isso dava início ao
período de noivado. Esse período foi aquele em que José e
Maria estavam quando ela engravidou do Espírito Santo
(Mateus 1:18; Lucas 2:5).

O segundo passo no processo geralmente ocorria um ano


depois, quando o noivo, acompanhado por seus amigos
homens, ia à casa da noiva à meia-noite, criando um desfile
de tochas pelas ruas. A noiva sabia de antemão que isso
aconteceria, e assim estaria pronta com suas donzelas, e todas
elas se juntariam ao desfile e acabariam na casa do noivo.
Esse costume é a base da parábola das dez virgens em Mateus
25:1–13. A terceira fase era a própria ceia das bodas, a qual
podia durar dias, conforme ilustrado pelo casamento em Caná
em João 2:1-2.

O que a visão de João em Apocalipse retrata é a festa de


casamento do Cordeiro (Jesus Cristo) e Sua noiva (a Igreja) em
sua terceira fase. A implicação é que as duas primeiras fases
já ocorreram. A primeira fase foi completada na terra quando
69

cada crente colocou sua fé em Cristo como Salvador. O dote


pago aos pais do noivo (Deus Pai) seria o sangue de Cristo
derramado em nome da Noiva. A Igreja hoje na terra, então, é
a “noiva” de Cristo e, como as virgens prudentes da parábola,
todos os crentes devem estar observando e esperando pela
aparição do Esposo (o arrebatamento). A segunda fase
simboliza o arrebatamento da Igreja, quando Cristo vem
reivindicar Sua noiva e levá-la para a casa do Pai. A ceia das
bodas segue então como o terceiro e último passo. É nossa
opinião que a ceia das bodas do Cordeiro acontece no céu
entre o arrebatamento e a segunda vinda (durante a
tribulação na terra).

Não só a Igreja vai participar da festa de casamento como a


noiva de Cristo, mas também outros. Esses "outros" incluem os
santos do Antigo Testamento - eles ainda não terão
ressuscitado, mas suas almas/espíritos estarão no céu
conosco. Como o anjo disse a João para escrever: “Bem-
aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do
Cordeiro” (Apocalipse 19:9). A ceia das bodas do Cordeiro é
uma celebração gloriosa de todos os que estão em Cristo!

Pergunta: "Quais são os pontos fortes e


fracos da visão pré-tribulacional do
Arrebatamento (Pré-tribulacionismo)?"

Resposta: Na escatologia, é importante lembrar-se de que


quase todos os cristãos concordam com estas três coisas: 1)
Está chegando um momento de grande Tribulação tal como o
mundo nunca viu, 2) depois da Tribulação, Cristo voltará para
estabelecer o Seu reino na terra, e 3) haverá um
70

Arrebatamento -- "repentina transição" da mortalidade para a


imortalidade -- para os crentes (João 14:1-3, 1 Coríntios
15:51-52 e 1 Tessalonicenses 4:16-17). A única questão é esta:
quando o Arrebatamento ocorrerá em relação à Tribulação e à
Segunda Vinda?

Com o passar dos anos, três teorias principais sobre o


momento do Arrebatamento têm surgido: Pré-tribulacionismo
(a crença de que ocorrerá antes da Tribulação),
Mesotribulacionismo (a crença de que ocorrerá na metade da
Tribulação) e Pós-tribulacionismo (a crença de que ocorrerá
no final da Tribulação). Este artigo trata especificamente do
ponto de vista pré-tribulacional.

O Pré-tribulacionismo ensina que o Arrebatamento ocorre


antes da Tribulação começar. Naquela época, a igreja irá
encontrar Cristo nos ares e em algum momento depois disso o
Anticristo é revelado e a Tribulação começa. Em outras
palavras, o Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo (para
estabelecer o Seu reino) são separados por pelo menos sete
anos. Segundo essa visão, a igreja não passa pela Tribulação.

Biblicamente, o ponto de vista pré-tribulacional tem muito a


seu favor. Por exemplo, a igreja não é designada à ira (1
Tessalonicenses 1:9-10, 5:9), e os crentes não passarão pelo
Dia do Senhor (1 Tessalonicenses 5:1-9). A igreja de Filadélfia
recebeu a promessa de ser guardada da "hora da provação que
há de vir sobre o mundo inteiro" (Apocalipse 3:10). Note que a
promessa não é da preservação através do julgamento, mas de
ser guardada da hora, isto é, do período de tempo do
julgamento.

O Pré-tribulacionismo também encontra apoio no que não é


71

encontrado nas Escrituras. A palavra "igreja" aparece


dezenove vezes nos três primeiros capítulos de Revelação,
mas, significativamente, a palavra não é usada novamente até
o capítulo 22. Em outras palavras, em toda a longa descrição
da Tribulação de Apocalipse, a palavra igreja é visivelmente
ausente. Na verdade, a Bíblia nunca usa a palavra "igreja" em
uma passagem relativa à Tribulação.

O Pré-tribulacionismo é a única teoria que claramente


mantém a distinção entre Israel e a igreja e os planos distintos
de Deus para cada um. Os setenta "setes" de Daniel 9:24 são
decretados sobre o povo de Daniel (os judeus) e a santa cidade
de Daniel (Jerusalém). Esta profecia torna claro que a
septuagésima semana (a Tribulação) é um tempo de
purificação e restauração para Israel e para Jerusalém, não
para a igreja.

Além disso, o Pré-tribulacionismo tem suporte histórico. De


acordo com João 21:22-23, parece que a igreja primitiva
enxergava o retorno de Cristo como iminente, ou seja, que Ele
poderia voltar a qualquer momento. Caso contrário, o boato
de que Jesus voltaria durante a vida de João não teria
persistido. A iminência, o que é incompatível com as outras
duas teorias do Arrebatamento, é um princípio fundamental
do Pré-tribulacionismo.

O ponto de vista pré-tribulacional parece ser o que mais


combina com o caráter de Deus e o Seu desejo de guardar os
justos do julgamento do mundo. Os exemplos bíblicos da
salvação de Deus incluem Noé, que foi protegido do dilúvio
mundial; Ló, que foi protegido de Sodoma; e Raabe, que foi
protegida de Jericó (2 Pedro 2:6-9).
72

Um ponto fraco que se percebe do Pré-tribulacionismo é o seu


desenvolvimento relativamente recente como uma doutrina da
Igreja, não tendo sido formulado detalhadamente até o início
do século 19. Um outro ponto fraco é que o Pré-
tribulacionismo divide o retorno de Jesus Cristo em duas
"fases" - o Arrebatamento e a Segunda Vinda - ao passo que a
Bíblia não delineia claramente tais fases.

Uma outra dificuldade enfrentada pela teoria pré-tribulacional


é o fato de que certamente haverá santos na Tribulação
(Apocalipse 13:7, 20:9). Os pré-tribulacionistas respondem a
isso distinguindo os santos do Antigo Testamento e da
Tribulação dos santos da igreja do Novo Testamento. Os
crentes vivos durante o Arrebatamento serão removidos antes
da Tribulação, mas haverá aqueles que virão a Cristo durante
a Tribulação.

E uma fraqueza final da visão pré-tribulacional é


compartilhada pelas outras duas teorias: a Bíblia não dá um
cronograma explícito em relação a eventos futuros. As
Escrituras não ensinam claramente um ponto de vista ao
outro, e é por isso que temos diversidade de opiniões acerca
dos tempos finais e algumas variedades de como as profecias
relacionadas devem ser harmonizadas.

Pergunta: "Quais são os pontos fortes e


fracos da visão pós-tribulacional do
Arrebatamento (Pós-tribulacionismo)?"

Resposta: Ao considerar qualquer questão envolvendo a


escatologia (o estudo do fim dos tempos), é importante
73

lembrar-se de que quase todos os cristãos concordam com


estas três coisas:

1) Está chegando um momento de grande Tribulação tal como


o mundo nunca viu;

2) Depois da Tribulação, Cristo voltará para estabelecer o Seu


reino na terra;

3) Haverá um Arrebatamento -- "repentina transição" da


mortalidade para a imortalidade -- para os crentes, assim
como descrito em João 14:1-3, 1 Coríntios 15:51-52 e 1
Tessalonicenses 4:16-17. A única questão em relação ao tempo
do Arrebatamento é a seguinte: quando ele ocorrerá em
relação à Tribulação e à Segunda Vinda?

Existem basicamente três teorias sobre o momento do


Arrebatamento: a crença de que ocorrerá antes da Tribulação
(Pré-tribulacionismo), a crença de que ocorrerá na metade da
Tribulação (Mesotribulacionismo) e a crença de que ocorrerá
no final da Tribulação (Pós-tribulacionismo). Este artigo trata
especificamente do ponto de vista pós-tribulacional.

O Pós-tribulacionismo ensina que o Arrebatamento ocorre no


final, ou perto do final, da Tribulação. Naquela época, a
igreja irá encontrar Cristo no ar e em seguida retornar à terra
para o início do Reino de Cristo na terra. Em outras palavras,
o Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo (para
estabelecer o Seu Reino) acontecem quase simultaneamente.
Segundo essa visão, a igreja passa por toda a Tribulação de
sete anos. O Catolicismo Romano, a Ortodoxia grega e muitas
denominações protestantes defendem uma visão pós-
tribulacional do Arrebatamento.
74

Um ponto forte do Pós-tribulacionismo é que Jesus, em Seu


amplo discurso sobre o fim dos tempos, diz que voltará depois
de uma "grande tribulação" (Mateus 24:21, 29). Além disso, o
livro do Apocalipse, com todas as suas várias profecias,
menciona apenas uma vinda do Senhor -- e isso ocorre após a
Tribulação (Apocalipse 19-20). Passagens como Apocalipse
13:7 e 20:9 também dão apoio ao Pós-tribulacionismo porque
certamente haverá santos na Tribulação. Além disso, a
ressurreição dos mortos em Apocalipse 20:5 é chamada de a
"primeira ressurreição". Os pós-tribulacionistas afirmam que,
já que esta "primeira" ressurreição ocorre após a Tribulação, a
ressurreição associada com o Arrebatamento em 1
Tessalonicenses 4:16 não pode ocorrer até então.

Os pós-tribulacionistas também apontam que, historicamente,


o povo de Deus tem passado por momentos de intensa
perseguição e julgamento. Por isso, dizem eles, não deve ser
surpreendente que a igreja também passe pela Grande
Tribulação do fim dos tempos. Em relação a isso, o ponto de
vista pós-tribulacional distingue a "ira de Satanás" (ou "a ira do
homem") da "ira de Deus" no livro do Apocalipse. A ira de
Satanás é dirigida aos santos, e Deus a permite como um meio
de purificação dos seus fiéis. Por outro lado, a ira de Deus é
derramada sobre o Anticristo e seu reino ímpio, e Deus irá
proteger o Seu povo dessa punição.

Um ponto fraco do Pós-tribulacionismo é o claro ensino da


Escrituras de que aqueles que estão em Cristo não estão sob
condenação e nunca experimentarão a ira de Deus (Romanos
8:1). Embora alguns julgamentos durante a Tribulação sejam
especificamente aos que não são salvos, muitos outros
julgamentos, como os terremotos, estrelas cadentes e fomes,
75

afetarão os crentes e descrentes igualmente. Assim, se os


crentes passarem pela Tribulação, eles experimentarão a ira
de Deus, em contradição com Romanos 8:1.

Um outro ponto fraco do ponto de vista pós-tribulacional é


que deve, em certa medida, alegorizar a Tribulação. Muitos
pós-tribulacionistas ensinam que estamos vivendo na
Tribulação agora; na verdade, alguns dizem que a Tribulação
começou imediatamente após o Pentecostes em Atos 2. Tal
ensino ignora a natureza singular da Tribulação tal como
apresentada nas Escrituras (Mateus 24:21) -- que será um
tempo de aflição sem paralelo na história mundial. Além
disso, os pós-tribulacionistas têm dificuldade em explicar a
ausência da palavra "igreja" em todas as passagens bíblicas
relacionadas à Tribulação. Até mesmo em Apocalipse 4-21, a
mais longa descrição da Tribulação em toda a Escritura, a
palavra "igreja" nunca aparece. Os pós-tribulacionistas devem
supor que a palavra "santos" em Apocalipse 4-21 signifique a
igreja, embora uma palavra grega diferente seja usada.

E uma fraqueza final da visão pós-tribulacional é


compartilhada pelas outras duas teorias: a Bíblia não dá um
cronograma explícito em relação a eventos futuros. As
Escrituras não ensinam claramente um ponto de vista ao
outro, e é por isso que temos diversidade de opiniões acerca
dos tempos finais e algumas variedades de como as profecias
relacionadas devem ser harmonizadas.

Pergunta: "Quais são os pontos fortes e


fracos da visão mesotribulacional do
Arrebatamento (Mesotribulacionismo)?"
76

Resposta: Escatologicamente falando, é importante lembrar-


se de que quase todos os cristãos concordam com três coisas:
1) haverá um tempo futuro de Tribulação tal como o mundo
nunca viu, 2) a Segunda Vinda de Jesus Cristo, e 3) uma
transição da mortalidade à imortalidade para os crentes,
comumente conhecida como o Arrebatamento (João 14:1-3, 1
Coríntios 15:51-52, 1 Tessalonicenses 4:16-17). A questão é a
seguinte: quando é que o Arrebatamento ocorrerá em relação
à Tribulação e à Segunda Vinda? As três principais teorias
sobre o momento do Arrebatamento são Pré-tribulacionismo (a
crença de que o arrebatamento ocorrerá antes da Tribulação),
Mesotribulacionismo (a crença de que o Arrebatamento
ocorrerá no meio da Tribulação) e Pós-tribulacionismo (a
crença de que o Arrebatamento irá ocorrer no final da
Tribulação). Este artigo trata especificamente da visão
mesotribulacional.

O Mesotribulacionismo ensina que o Arrebatamento ocorre na


metade da Tribulação. Nesse momento, a sétima trombeta é
tocada (Apocalipse 11:15), a igreja irá se encontrar com Cristo
nos ares e então os julgamentos das taças são derramados
sobre a terra (Apocalipse 15-16) em um tempo conhecido
como a Grande Tribulação. Em outras palavras, o
Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo (para estabelecer
o Seu reino) são separados por um período de três anos e
meio. Segundo essa visão, a Igreja passará pela primeira
metade da Tribulação, mas é poupada do pior da Tribulação
que ocorre nos últimos três anos e meio. Muito parecida com o
Mesotribulacionismo é a crença em um Arrebatamento “pré-
ira”, ou seja, a crença de que a igreja é arrebatada ao céu
antes do "grande dia da. . . ira" vir (Apocalipse 6:17).
77

Em apoio da sua tese, os mesotribulacionistas apontam para a


cronologia dada em 2 Tessalonicenses 2:1-3. A ordem dos
eventos é a seguinte: 1) apostasia, 2) a revelação do
Anticristo, e 3) o Dia de Cristo. A visão mesotribulacional
ensina que o Anticristo não será revelado decisivamente até "a
abominação de desolação" (Mateus 24:15) que ocorre na
metade da Tribulação (Daniel 9:27). Além disso, os
mesotribulacionistas interpretam "o Dia de Cristo" como o
Arrebatamento, portanto, a igreja não será arrebatada ao céu
até o Anticristo ser revelado.

Um outro ensinamento fundamental do Mesotribulacionismo é


que a trombeta de 1 Coríntios 15:52 é a mesma trombeta
mencionada em Apocalipse 11:15. A trombeta de Apocalipse
11 é a última de uma série de trombetas, portanto, faz
sentido que seria "a última trombeta" de 1 Coríntios 15. Esta
lógica falha, no entanto, tendo em conta os objetivos das
trombetas. A trombeta que soa no Arrebatamento é "o som da
trombeta de Deus" (1 Tessalonicenses 4:16), mas a de
Apocalipse 11 é um prenúncio do juízo. Uma trombeta é uma
chamada graciosa aos eleitos de Deus; a outra é um
pronunciamento da perdição dos ímpios. Além disso, a sétima
trombeta de Apocalipse não é a "última" trombeta
cronologicamente - Mateus 24:31 fala de uma trombeta que
soa mais tarde, no início do reino de Cristo.

Primeiro Tessalonicenses 5:9 diz que a igreja não tem sido


destinada "para a ira, mas para alcançarmos a salvação por
nosso Senhor Jesus Cristo." Isso parece indicar que os crentes
não passarão pela Tribulação. No entanto, o
Mesotribulacionismo interpreta a "ira" como se referindo
apenas à segunda metade da Tribulação – especificamente aos
julgamentos das taças. No entanto, parece ser inadequado
78

limitar a palavra de tal maneira. Certamente os terríveis


juízos contidos nos selos e trombetas -- incluindo fome, rios
envenenados, uma lua escura, derramamento de sangue,
terremotos e tormento -- também podem ser considerados a
ira de Deus.

O Mesotribulacionismo posiciona o Arrebatamento em


Apocalipse 11, antes do início da "grande tribulação". Há dois
problemas com essa colocação na cronologia de Apocalipse.
Primeiro, a única ocorrência do termo "grande tribulação" em
todo o livro do Apocalipse está em 7:14. Em segundo lugar, a
única referência a um "grande dia de ira" está em Apocalipse
6:17. Ambas as referências vêm muito cedo para um
Arrebatamento mesotribulacional.

E uma fraqueza final da visão mesotribulacional é


compartilhada pelas outras duas teorias: a Bíblia não dá um
cronograma explícito em relação a eventos futuros. As
Escrituras não ensinam claramente um ponto de vista ao
outro, e é por isso que temos diversidade de opiniões acerca
dos tempos finais e algumas variedades de como as profecias
relacionadas devem ser harmonizadas.

Pergunta: "Quem vai ocupar o Reino


Milenar?"

Resposta: Haverá dois grupos distintos que ocuparão a terra


durante o Reino Milenar – aqueles com corpos glorificados e os
com corpos terrestres que viverem durante a Tribulação e
entrarem no Reino Milenar. Aqueles com corpos glorificados
consistem da Igreja, a qual receberá corpos glorificados no
Arrebatamento (1 Tessalonicenses 4:13-18, 1 Coríntios 15:21-
79

23, 51-53), e os que são ressuscitados depois da volta de


Cristo à terra (Apocalipse 20:4-6). Os que têm corpos
terrestres podem ser subdivididos em dois grupos: os crentes
gentios e os crentes judeus (Israel).

Em Apocalipse 19:11-16, encontramos o retorno de Jesus


Cristo à terra, conhecido também como a Sua segunda vinda.
O Arrebatamento (1 Tessalonicenses 4:13-18, 1 Coríntios
15:51-53) é uma aparição de Cristo no ar e não deve ser
confundido com a Sua segunda vinda – os dois são eventos
distintos. Não há menção em Apocalipse 19-20 de qualquer
tipo de evento de arrebatamento. A implicação é que os
santos que estão na terra quando Cristo voltar permanecerão
na terra para entrarem no Reino Milenar com os seus corpos
naturais. Se o Arrebatamento ou qualquer tipo de evento onde
um crente vivo recebe um corpo glorificado fizesse parte da
segunda vinda de Cristo à terra, seria de se esperar encontrar
referência a um evento tão importante em Apocalipse 19. No
entanto, tal referência não pode ser encontrada. O único
evento que resulta em crentes recebendo corpos glorificados é
encontrado em Apocalipse 20:4-6, onde aqueles que se
tornaram crentes durante a Tribulação e foram mortos por
causa de sua fé são ressuscitados. Acredita-se também que
neste mesmo tempo os santos do Antigo Testamento serão
ressuscitados, também recebendo corpos glorificados (ver
Daniel 12:2).

Mateus 25:31-46 é uma outra passagem que deve ser


considerada. Esta passagem é comumente chamada de
separação ou julgamento das ovelhas e dos cabritos. As
ovelhas e cabritos se referem aos gentios justos e injustos.
Cristo julgará os gentios injustos (cabritos), lançando-os no
lago de fogo para o castigo eterno (Mateus 25:46). Portanto,
80

nenhum gentio descrente sobreviverá para viver durante o


Reino Milenar. Os gentios justos, ou ovelhas, viverão durante o
Reino Milenar. Eles vão dar à luz filhos e povoar a terra. No
entanto, estes não são os únicos que terão filhos durante o
Reino Milenar.

Dá-se a impressão de que quando Cristo voltar, toda a nação


de Israel confiará nEle (Zacarias 12:10). Eles não receberão
corpos glorificados (como fizeram aqueles que foram
arrebatados antes da Tribulação e os que ressuscitaram
depois), mas também terão filhos durante o Reino Milenar.

Então, crentes gentios, Israel e os crentes


ressuscitados/arrebatados (todos os quais têm corpos
glorificados) vão ocupar a terra. Deve-se notar, no entanto,
que os crentes com corpos glorificados não terão filhos. Não
há casamento depois desta vida (Mateus 22:30).

As crianças nascidas durante o Reino Milenar terão a


responsabilidade de fé em Cristo, assim como todas as pessoas
dos séculos passados têm feito (fé em Cristo desde a Sua
vinda; fé em Deus antes -- Gênesis 15:2-6; Habacuque 2:4;
Romanos 3:20). Infelizmente, nem todas as crianças que
nascerem durante o Reino Milenar terão fé em Cristo. Aquelas
que o rejeitarem serão levadas por Satanás em rebelião contra
Deus no final do Reino Milenar, quando Satanás é solto por um
curto período de tempo (Apocalipse 20:7-10).

Para um estudo mais aprofundado sobre este assunto (de


quem vai viver no Reino Milenar), dê uma olhada também nas
seguintes passagens: Isaías 2:2-4; Zacarias 14:8-21, Ezequiel
34:17-24, Daniel 7:13-14; Miqueias 4:1-5.
81

Pergunta: "É o Papa, ou o próximo Papa, o


Anticristo?"

Resposta: Há muitas especulações sobre a identidade do


Anticristo. Uma das mais frequentes "vítimas" da especulação
é o Papa da Igreja Católica Romana. Nos dias da Reforma
Protestante, Martinho Lutero e alguns dos outros reformadores
estavam convencidos de que o Papa da época era o Anticristo.
Os papas João Paulo II e Bento XVI foram comumente
identificados como o Anticristo. O papa atual, Francisco I,
provavelmente vai ser um alvo popular também. Por que isso?
Existe alguma coisa na Bíblia que indique que um Papa será o
Anticristo?

A especulação sobre o Papa possivelmente sendo o Anticristo


gira basicamente em torno de Apocalipse 17:9. Descrevendo o
sistema perverso do fim dos tempos, simbolizado por uma
mulher cavalgando uma besta, Apocalipse 17:9 declara: "Aqui
o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete
montes, sobre os quais a mulher está assentada". Nos tempos
antigos, a cidade de Roma era conhecida como "a cidade das
sete colinas" porque há sete colinas importantes que a
cercam. Sendo assim, acredita-se que o Anticristo seja de
alguma forma ligado a Roma. Então, se o perverso sistema do
final dos tempos for de alguma forma associado a Roma - não
é preciso pensar muito para ver uma potencial conexão com a
Igreja Católica Romana, a qual é centrada em Roma.
Numerosas passagens na Bíblia descrevem um "Anticristo" que
irá liderar o movimento anti-Cristo no fim dos tempos (Daniel
9:27; 2 Tessalonicenses 2:3-4, Apocalipse 13:5-8). Assim, se o
perverso sistema mundial do fim dos tempos for centrado em
Roma e liderado por um indivíduo - o Papa é um provável
candidato.
82

No entanto, muitos comentaristas bíblicos dizem que a mulher


não pode ser a Igreja Católica e as sete colinas não podem se
referir a Roma. Eles citam o fato de que Apocalipse 17-18
identifica claramente a mulher montada na besta como a
cidade de Babilônia. (Conhecemos a cidade de Babilônia por
um nome diferente hoje - Bagdá.) Além disso, o versículo 10
diz claramente que as sete colinas simbolizam sete reis, cinco
dos quais "já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo".
Claramente, isso não pode se referir às sete colinas de Roma.
Ao invés, é uma referência a sete impérios mundiais
governados por sete reis. No momento do Apocalipse, cinco
impérios mundiais tinham ido e vindo - Egito, Assíria,
Babilônia, Medo-Pérsia e Grécia - um (Roma) existiu e um (o
império mundial do Anticristo) ainda não havia chegado.

Quem quer que o Anticristo acabe sendo, o importante é ser


advertido de sua vinda e aprender a reconhecer ele e todos os
que possuem o seu espírito. Primeiro João 4:2-3 nos diz como
identificar o espírito do Anticristo: "Nisto conheceis o Espírito
de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em
carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não
é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual
tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo." O
Papa atual, Francisco I, reconhece que Jesus é Deus e veio em
carne (ver 1 João 4:2). Embora estejamos em desacordo com o
Papa Francisco I em várias áreas da doutrina católica, a sua
visão da Pessoa de Jesus Cristo é bíblica. Portanto, é difícil
acreditar que o Papa Francisco I seja o Anticristo. Embora
acreditemos que seja possível que um Papa seja o Anticristo, a
Bíblia não dá informações específicas suficientes para sermos
dogmáticos. Um futuro Papa talvez seja o Anticristo ou o falso
profeta do Anticristo (Apocalipse 13:11-17). Se assim for, este
83

futuro Papa vai ser claramente identificado por sua negação


de que Jesus veio em carne.

Pergunta: "O que Jesus quis dizer com ‘esta


geração não passará?"

Resposta: Esta citação de Jesus no que diz respeito ao fim dos


tempos se encontra em Mateus 24:34, Marcos 13:30 e Lucas
21:32. Jesus disse: "Em verdade vos digo que não passará esta
geração sem que todas essas coisas se cumpram." A chave para
compreender o que Jesus quer dizer é o contexto, isto é,
devemos entender os versículos antes e depois do versículo
34, mas especialmente os versículos antes. Em Mateus 24:4-
31, Jesus está falando de eventos futuros. A geração de
pessoas que vivem quando esses eventos ocorrerem é a
geração que Jesus diz que "não passará" até que Ele retorne.
Jesus já havia dito aos que viviam durante o Seu ministério
terreno que o reino havia sido tirado deles (Mateus 21:43).
Portanto, é imperativo que Mateus 24-25 seja visto como
falando de um tempo futuro. A palavra "geração" refere-se às
pessoas vivas no futuro quando os eventos de Mateus 24-25
ocorrerem.

Uma outra possibilidade é que Jesus estava dando uma


profecia com um "cumprimento duplo". Parte do que ele
estava prevendo ia ocorrer durante o tempo da geração a
quem estava falando. Parte da profecia de Jesus pode ter sido
cumprida quando os romanos destruíram Jerusalém em 70 DC.
No entanto, outros aspectos da profecia de Jesus não
ocorreram no ano 70 DC, como Mateus 24:29-31, por exemplo.
O problema com essa visão é que não se harmoniza com a
afirmação de Jesus de que "todas estas coisas" se cumpram
84

"nesta geração". Portanto, é melhor entender "esta geração"


como se referindo à geração com a qual os eventos do fim dos
tempos ocorrerão.

Essencialmente, Jesus está dizendo que, quando os eventos do


fim dos tempos começarem, eles vão acontecer rapidamente.
Pode-se encontrar este conceito em muitas outras Escrituras
(Mateus 24:22 e Marcos 13:20, Apocalipse 3:11; 22:7,12,20).

Pergunta: "O que significa que Jesus voltará


como um ladrão na noite?"

Resposta: O conceito do retorno de Cristo como um ladrão na


noite vem de Mateus 24:43: "Sabei, porém, isto: se o dono da
casa soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão,
vigiaria e não deixaria minar a sua casa." Os elementos
essenciais da advertência de Jesus é que ninguém sabe quando
Ele voltará, e temos que estar em um estado de preparação,
sempre esperando pelo Seu retorno iminente. Jesus advertiu
que devemos estar sempre preparados porque ninguém senão
o Pai sabe a hora do Seu retorno (Mateus 24:36-44).

Este evento tornou-se conhecido como o Arrebatamento. A


palavra "arrebatamento" não aparece em nenhuma parte da
Bíblia, mas o evento sim. A palavra usada no grego é harpazo
("arrebatar; agarrar subitamente"), encontrada em 1
Tessalonicenses 4:16-17: "Porque o Senhor mesmo descerá do
céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta
de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados
juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos
ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor."
85

A natureza repentina deste evento é descrita em 1 Coríntios


15:51-54 como "num momento, num abrir e fechar de olhos."
Não haverá nenhum aviso da vinda de Cristo, assim como um
ladrão na noite vem sem aviso. Portanto, Mateus 24:44 noz diz
que devemos ficar "também vós apercebidos; porque numa
hora em que não penseis, virá o Filho do homem."

Para o cristão, o Arrebatamento será um evento bem


recebido, mas para todos os outros, será um momento de
grande tribulação. Imagine sendo deixado para trás enquanto
milhões de cristãos em todo o mundo de repente desaparecem
sem explicação. Temos sido suficientemente advertidos pela
Bíblia e pelo testemunho do próprio Filho de Deus para
estarmos preparados. Devemos estar vigilantes e protegidos
pela armadura de Deus (Efésios 6:13-18). O diabo vagueia pela
terra à procura de cristãos com uma fenda em sua armadura.
Não se iluda acreditando que o diabo só vai atrás dos
pecadores. Ele já é o seu dono e não tem motivos para se
preocupar com eles, a menos que comecem a despertar
espiritualmente a Cristo Jesus. A preocupação do diabo é o
cristão. Nós somos os que ele quer corromper e destruir, e é
por isso que os cristãos devem estar sempre atentos e prontos
para a hora do retorno de nosso Senhor.

Temos também a presença do Espírito Santo de Deus para nos


ensinar e nos guiar. Temos tudo de que precisamos para viver
uma vida piedosa em obediência à Palavra de Deus, não
deixando nenhuma desculpa para não estarmos preparados.

Agradecemos a Deus que Ele nos ama o suficiente para nos


fornecer o caminho para escapar o julgamento de Deus. Esse
caminho é Jesus Cristo. Ao aceitarmos Jesus Cristo como nosso
86

Senhor e Salvador, e pela graça de Deus, recebemos o perdão


dos pecados, misericórdia e a salvação com a promessa de
vida eterna (João 3:16, Efésios 2:8-9). A nossa salvação em
Cristo é o meio pelo qual podemos estar preparados e
regozijar em Seu retorno.

Pergunta: "Sobrevivendo o fim dos tempos -


o que preciso saber?"

Resposta: Muitas vezes as pessoas sentem ansiedade quando


pensam sobre o futuro, mas não tem que ser assim. Para
aqueles que conhecem a Deus, os pensamentos sobre o futuro
trazem expectativa e conforto. Por exemplo, descrevendo
uma mulher que conhece e confia em Deus, Provérbios 31:25
diz: "Ri-se do tempo vindouro."

Dois pensamentos fundamentais para mantermos em mente


sobre o futuro são, em primeiro lugar, que Deus é soberano e
está no controle de tudo. Ele conhece o futuro e controla
absolutamente o que vai acontecer. A Bíblia diz: "Lembrai-vos
das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e
não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim;
que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as
coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho
subsistirá, e farei toda a minha vontade; chamando do oriente
uma ave de rapina, e dum país remoto o homem do meu
conselho; sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse
propósito, e também o executarei" (Isaías 46:9-11, ênfase
adicionada).

A segunda coisa a lembrar-se sobre o futuro é que a Bíblia


descreve o que vai ocorrer no "fim dos tempos" ou "últimos
87

dias". Porque a Bíblia é a revelação de Deus à humanidade, e


porque Deus sabe e controla o futuro (como Isaías diz acima),
então é lógico que quando a Bíblia fala sobre o que vai ocorrer
no futuro, podemos acreditar. Quanto a previsões sobre o
futuro, a Bíblia diz: "Porque a profecia nunca foi produzida por
vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram
movidos pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). Esta verdade é
evidente no fato de que, ao contrário das falsas profecias
feitas em outras religiões ou por indivíduos como
Nostradamus, a Bíblia nenhuma vez tem estado errada - cada
vez que a Bíblia previu um futuro evento, aconteceu
exatamente como a Escritura disse que aconteceria.

Ao considerar como entender e sobreviver no fim dos tempos,


responda a estas três perguntas:

1. Como devo interpretar o que a Bíblia diz sobre o futuro


(profecia bíblica)?

2. O que a Bíblia diz que acontecerá no fim dos tempos?

3. Como deve o que a Bíblia diz sobre o futuro afetar a


maneira em que vivo hoje?

Como Interpretar a Profecia Bíblica


Há uma série de pontos de vista sobre quais métodos devem
ser usados quando se interpreta passagens sobre o fim dos
tempos. Embora haja pessoas boas defendendo crenças
diferentes, há boas razões para acreditar que a profecia
bíblica deva ser interpretada (1) literalmente, (2) com uma
visão futurista, e (3) em uma maneira chamada "pré-
milenista". Incentivando uma interpretação literal é o fato de
que existem mais de 300 profecias que dizem respeito à
88

primeira vinda de Cristo, todas as quais foram literalmente


cumpridas. As previsões em torno do nascimento, da vida, da
traição, da morte e da ressurreição do Messias não foram
cumpridas alegoricamente ou de uma maneira espiritual.
Jesus literalmente nasceu em Belém, realizou milagres, foi
traído por um amigo por 30 moedas de prata, foi perfurado em
Suas mãos e pés, morreu com os ladrões, foi enterrado no
túmulo de um homem rico e ressuscitou três dias depois de
Sua morte. Todos estes detalhes foram previstos centenas de
anos antes de Jesus nascer e foram literalmente cumpridos.
Além disso, embora haja um simbolismo usado em várias
profecias (por exemplo, dragões, cavaleiros, etc.), ele retrata
seres ou eventos literais, muito semelhante à forma em que
Jesus é retratado como um leão e um cordeiro.

Quanto a uma visão futurista, a Bíblia diz claramente que


livros proféticos como Daniel e Apocalipse contêm não apenas
narrativas de eventos históricos, mas também previsões de
eventos futuros. Depois que João recebeu as suas mensagens
para as igrejas de sua época, ele recebeu visões sobre o que
iria ocorrer no fim dos tempos. João escutou: "Sobe aqui, e
mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer"
(Apocalipse 4:1, ênfase adicionada).

Talvez um argumento ainda mais forte para uma visão


futurista envolva as promessas que Deus fez a Abraão (em
Gênesis 12 e 15) sobre a terra de Israel. Já que a aliança de
Deus com Abraão foi incondicional e Suas promessas ainda não
foram cumpridas aos descendentes de Abraão, então uma
visão futurista das promessas feitas a Israel é justificada.

Por fim, no que diz respeito à profecia sendo interpretada de


uma maneira "pré-milenista", isso significa que, em primeiro
89

lugar, a Igreja será arrebatada, então o mundo irá passar por


um período de sete anos de Tribulação e então Jesus Cristo
voltará para reinar sobre a terra por 1.000 anos literais
(Apocalipse 20).

Mas o que a Bíblia diz que acontecerá antes disso?

O que a Bíblia diz que acontecerá no fim dos tempos?


Infelizmente, a Bíblia prediz uma série de catástrofes, pecado
humano e apostasia religiosa antes da volta de Cristo. Paulo
escreve: "Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão
tempos penosos... Mas os homens maus e impostores irão de
mal a pior, enganando e sendo enganados" (2 Timóteo 3:1,
13). O mundo vai continuar a rejeitar a Deus, Sua Palavra e o
Seu povo.

Algum dia no futuro - ninguém sabe quando - Deus usará um


evento conhecido como Arrebatamento para acabar com a Era
da Igreja que começou no primeiro século no dia de
Pentecostes (ver Atos 2). Naquele dia, Deus removerá todos os
crentes em Cristo da terra em preparação para os seus juízos
finais. Do Arrebatamento, Paulo diz: "Porque, se cremos que
Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem,
Deus, mediante Jesus, os tornará a trazer juntamente com
ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os
que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, de modo algum
precederemos os que já dormem. Porque o Senhor mesmo
descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som
da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos
seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao
encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre
com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas
90

palavras" (1 Tessalonicenses 4:14-18).

A erosão da paz e o aumento dos tumultos que antecedem o


Arrebatamento atingirão proporções épicas quando um
número incontável de pessoas desaparecerem da face da
terra. Tal evento vai causar pânico e demandas por um líder
forte que terá respostas para todos os problemas do mundo. A
preparação para este líder tem estado em andamento por
algum tempo, assim como o historiador Arnold Toynbee
observou: "Ao forçar à humanidade mais e mais armas letais, e
ao mesmo tempo tornando o mundo cada vez mais
interdependente economicamente, a tecnologia tem trazido a
humanidade a tal grau de sofrimento que estamos prontos
para o endeusamento de qualquer novo César que tenha êxito
em dar ao mundo a unidade e a paz." De um Império Romano
restaurado, um organizado de um círculo eleitoral de dez
nações europeias (ver Daniel 7:24, Apocalipse 13:1), o
Anticristo aparecerá e assinará um pacto com a nação de
Israel, o que começará oficialmente a profética contagem
regressiva de Deus de sete anos à segunda vinda de Cristo (ver
Daniel 9:27).

Por três anos e meio, o Anticristo vai reinar sobre a terra e


prometer paz, mas é uma falsa paz que servirá como
armadilha aos povos da terra. A Bíblia diz: "pois quando
estiverem dizendo: Paz e segurança! então lhes sobrevirá
repentina destruição, como as dores de parto àquela que está
grávida; e de modo nenhum escaparão" (1 Tessalonicenses
5:3). Guerras, terremotos e fomes vão escalar (ver Mateus
24:7) até o fim do reinado de três anos e meio do Anticristo,
quando ele vai entrar em um templo reconstruído em
Jerusalém, proclamar-se Deus e exigir adoração (ver 2
Tessalonicenses 2:4; Mateus 24:15). É nesse ponto que o
91

verdadeiro Deus responde ao desafio. Por mais três anos e


meio, uma grande tribulação ocorrerá, tal como nunca antes
existiu. Jesus predisse: "porque haverá então uma tribulação
tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até
agora, nem jamais haverá. E se aqueles dias não fossem
abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos
serão abreviados aqueles dias" (Mateus 24:21-22).

Uma perda incalculável de vidas e destruição da terra


ocorrerão durante a Grande Tribulação. Além disso, um
grande número de pessoas colocará sua fé em Cristo, mas
muitos irão fazê-lo ao custo de suas vidas. Deus ainda estará
no controle enquanto agrupa os exércitos infiéis do mundo a
fim de julgá-los. Desse evento, o profeta Joel escreveu:
"congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de
Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu
povo, e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam por
entre as nações; repartiram a minha terra" (Joel 3:2). João
registra a batalha desta maneira: "E da boca do dragão, e da
boca da besta, e da boca do falso profeta, vi saírem três
espíritos imundos, semelhantes a rãs. Pois são espíritos de
demônios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos
reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do
grande dia do Deus Todo-Poderoso... E eles os congregaram no
lugar que em hebraico se chama Armagedom" (Apocalipse
16:13-16).

Neste ponto, o Messias Jesus vai voltar, destruir os Seus


inimigos e reivindicar o mundo que é seu por direito. "E vi o
céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado
nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça.
Os seus olhos eram como chama de fogo; sobre a sua cabeça
havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém
92

sabia senão ele mesmo. Estava vestido de um manto salpicado


de sangue; e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus.
Seguiam-no os exércitos que estão no céu, em cavalos
brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. Da sua boca
saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações; ele as
regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do
vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. No manto, sobre
a sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos
senhores. E vi um anjo em pé no sol; e clamou com grande
voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu:
Vinde, ajuntai-vos para a grande ceia de Deus, para comerdes
carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos,
carnes de cavalos e dos que neles montavam, sim, carnes de
todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes. E vi a
besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para
fazerem guerra àquele que estava montado no cavalo, e ao
seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta
que fizera diante dela os sinais com que enganou os que
receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem.
Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com
enxofre. E os demais foram mortos pela espada que saía da
boca daquele que estava montado no cavalo; e todas as aves
se fartaram das carnes deles" (Apocalipse 19:11-21).

Depois que Cristo derrotar todos os exércitos reunidos no vale


do Armagedom, Ele vai reinar com os Seus santos por mil anos
e totalmente restaurar Israel à sua terra. No final de mil anos,
um juízo final das nações e toda a humanidade restante irá
ocorrer, o qual é seguido por um estado eterno: na presença
de Deus ou separado de Deus (ver Apocalipse 20-21).

Os eventos acima não são especulações ou possibilidades - são


exatamente o que acontecerá no futuro. Assim como todas as
93

profecias bíblicas da primeira vinda de Cristo se tornaram


realidade, também irão as profecias bíblicas da Sua segunda
vinda.

Dada a veracidade dessas profecias, qual o impacto que


devem ter sobre nós agora? Pedro faz esta pergunta: "Ora,
uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas,
que pessoas não deveis ser em santidade e piedade,
aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de
Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos,
ardendo, se fundirão?" (2 Pedro 3:11-12).

O Efeito da Profecia Bíblica sobre Nós Hoje


Há quatro respostas que devemos ter quanto à profecia
bíblica. A primeira é obediência, e é sobre isso que Pedro fala
nos versículos acima. Jesus continuamente nos diz para
estarmos prontos para a Sua vinda, a qual pode acontecer a
qualquer momento (ver Marcos 13:33-37), e para vivermos de
tal maneira que não tenhamos vergonha do nosso
comportamento.

A segunda resposta é adoração. Deus providenciou uma


maneira de escaparmos dos julgamentos do fim dos tempos –
através do dom gratuito de salvação oferecido por Jesus
Cristo. Devemos ter a certeza de que recebemos a Sua
salvação e de que temos uma atitude de gratidão diante dEle.
A nossa adoração na terra vai um dia se tornar adoração no
céu: "E cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de
tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e
com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo,
e língua, e povo e nação" (Apocalipse 5:9).

A terceira resposta é proclamação. A mensagem da salvação


94

de Deus e a verdade da Sua segunda vinda precisam ser


proclamadas para todos ouvirem, especialmente para aqueles
que ainda não creem. Devemos dar a todos a chance de
voltarem-se para Deus e serem salvos da Sua ira vindoura.
Apocalipse 22:10 diz: "Disse-me ainda: Não seles as palavras
da profecia deste livro; porque próximo está o tempo."

A última resposta à Palavra profética de Deus é serviço. Todos


os crentes devem ser diligentes em realizarem a vontade de
Deus e executarem boas obras. Parte dos julgamentos de
Cristo será das obras realizadas pelos crentes. Elas não
determinam a aceitação de um cristão ao céu, mas mostram o
que cada crente fez com os dons que lhes foram dados por
Deus. Paulo diz desse julgamento: "Porque é necessário que
todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo,
para que cada um receba o que fez por meio do corpo,
segundo o que praticou, o bem ou o mal" (2 Coríntios 5:10).

Em suma, Deus é soberano sobre todos os eventos e pessoas do


mundo. Ele está firmemente no controle de tudo e vai trazer
um final perfeito a tudo o que Ele começou. Uma velha canção
cristã explica assim: "Tudo é criação de Deus ... Modelado por
uma mão ... Satanás e Salvação ... sob um comando."

Profecias cumpridas são uma prova de que a Bíblia é um livro


sobrenatural. Centenas de profecias do Antigo Testamento já
se cumpriram, e é razoável concluir que o que ela diz sobre o
fim dos tempos será cumprido também. Para aqueles que
conhecem a Jesus e têm confiado nEle como o seu Senhor e
Salvador, a Sua vinda será a sua bem-aventurada esperança
(ver Tito 2:13). Entretanto, para aqueles que rejeitaram a
Cristo, Ele será o seu terror santo (ver 2 Tessalonicenses 1:8).
Em resumo, para sobreviver o fim dos tempos, certifique-se de
95

que você é um crente em Cristo: "porque Deus não nos


destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por
nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Tessalonicenses 5:9).

Pergunta: "O que significam as sete igrejas


do Apocalipse?"

Resposta: As sete igrejas descritas em Apocalipse 2-3 são sete


igrejas literais no momento em que João, o apóstolo, estava
escrevendo Apocalipse. Embora fossem igrejas literais naquele
tempo, há também um significado espiritual para as igrejas e
os crentes de hoje. O primeiro objetivo das cartas era de se
comunicar com as igrejas literais e satisfazer as suas
necessidades naquele momento. O segundo propósito era de
revelar sete tipos diferentes de indivíduos/igrejas ao longo da
história e instruí-los na verdade de Deus.

Um possível terceiro propósito é usar as sete igrejas para


prenunciar sete diferentes períodos da história da Igreja. O
problema com essa visão é que cada uma das sete igrejas
descreve problemas que poderiam existir na Igreja em
qualquer momento de sua história. Assim, embora possa haver
alguma verdade com as sete igrejas representando sete eras,
há especulação demais a esse respeito. Nosso foco deve estar
na mensagem que Deus está nos dando através das sete
igrejas. As sete igrejas são

(1) Éfeso (Apocalipse 2:1-7) - a igreja que havia abandonado o


seu primeiro amor (2:4).

(2) Esmirna (Apocalipse 2:8-11) - a igreja que sofreria


perseguição (2:10).
96

(3) Pérgamo (Apocalipse 2:12-17) - a igreja que precisava se


arrepender (2:16).

(4) Tiatira (Apocalipse 2:18-29) - a igreja que tinha uma falsa


profetisa (2:20).

(5) Sardes (Apocalipse 3:1-6) - a igreja que tinha adormecido


(3:2).

(6) Filadélfia (Apocalipse 3:7-13) - a igreja que tinha sofrido


pacientemente (3:10).

(7) Laodiceia (Apocalipse 3:14-22) - a igreja com a fé morna


(3:16).

Pergunta: "Será que vai haver uma segunda


chance de salvação após o Arrebatamento?"

Resposta: Alguns intérpretes da Bíblia acreditam que não


haverá absolutamente nenhuma chance de salvação após o
Arrebatamento. No entanto, não há nenhum lugar na Bíblia
que diga ou sequer sugira isso. Haverá muitas pessoas vindo a
Cristo durante a Tribulação. As 144.000 testemunhas judaicas
(Apocalipse 7:4) são crentes judeus. Se ninguém puder vir a
Cristo durante a Tribulação, então por que as pessoas estão
sendo decapitadas por sua fé (Apocalipse 20:4)? Nenhuma
passagem das Escrituras argumenta contra as pessoas terem
uma chance de serem salvas após o Arrebatamento. Muitas
passagens indicam o contrário.

Uma outra ideia é que aqueles que ouvem e rejeitam o


97

evangelho antes do Arrebatamento não podem ser salvos. Os


salvos durante a Tribulação, então, são aqueles que nunca
tinham ouvido o evangelho antes do Arrebatamento. O "texto
de prova" para este ponto de vista é 2 Tessalonicenses 2:9-11,
que diz que o Anticristo fará milagres para enganar "os que
perecem" e que o próprio Deus vai enviar-lhes "a operação do
erro" para confirmá-los em sua incredulidade . A razão dada é
que "não receberam o amor da verdade para serem salvos" (v.
10). Com certeza aqueles que têm duros corações para o
evangelho antes do Arrebatamento provavelmente
permanecerão assim. E o Anticristo enganará a muitos (Mateus
24:5). Entretanto, aqueles que "não receberam o amor da
verdade" não se referem necessariamente a pessoas que
ouviram o evangelho antes do Arrebatamento. Pode ser
qualquer um que rejeite totalmente a salvação de Deus, a
qualquer momento. Assim, não há nenhuma evidência clara
das escrituras para apoiar este ponto de vista.

Apocalipse 6:9-11 fala daqueles martirizados durante a


tribulação "por causa da palavra de Deus e por causa do
testemunho que deram". Estes mártires corretamente
interpretarão o que veem durante a Tribulação, crerão eles
mesmos no evangelho e chamarão outras pessoas ao
arrependimento e a crer também. O Anticristo e seus
seguidores não vão tolerar o seu evangelismo e irão matá-los.
Todos esses mártires são pessoas que estavam vivas antes do
Arrebatamento, mas que não se converteram até depois.
Portanto, deve haver uma oportunidade para vir a Cristo em
fé após o Arrebatamento.

Pergunta: "O que Apocalipse capítulo 12


significa?"
98

Resposta: Em Apocalipse capítulo 12, João vê uma visão de


uma mulher "vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés,
e uma coroa de doze estrelas" (Apocalipse 12:1). Observe a
semelhança entre essa descrição e a descrição que José deu
de seu pai Jacó (Israel) e sua mãe e seus filhos (Gênesis 37:9-
11). As doze estrelas referem-se às doze tribos de Israel.
Assim, a mulher em Apocalipse 12 é Israel.

Evidência adicional para essa interpretação é que Apocalipse


12:2-5 fala da mulher estando grávida e dando à luz. Embora
seja verdade que Maria deu à luz Jesus, também é verdade
que Jesus, o filho de Davi da tribo de Judá, veio de Israel. Em
certo sentido, Israel deu à luz (gerou) Cristo Jesus. O versículo
5 diz que o filho da mulher era "um varão que há de reger
todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado
para Deus e para o seu trono". Isso está claramente
descrevendo Jesus. Jesus ascendeu ao céu (Atos 1:9-11), um
dia vai estabelecer o Seu reino sobre a terra (Apocalipse 20:4-
6) e reinará com juízo perfeito (a "vara de ferro", ver Salmo 2:
7-9).

A fuga da mulher para o deserto por 1.260 dias refere-se ao


tempo futuro chamado de Grande Tribulação. Mil duzentos e
sessenta dias são 42 meses (de 30 dias cada), o que é o mesmo
que três anos e meio. Na metade do período da Tribulação, a
Besta (o Anticristo) colocará uma imagem de si mesmo no
templo que será construído em Jerusalém. Esta é a
abominação de que Jesus falou em Mateus 24:15 e Marcos
13:14. Quando a Besta fizer isso, ela quebra o pacto de paz
que havia feito com Israel e a nação tem de fugir por
segurança – possivelmente à Petra (ver também Mateus 24;
Daniel 9:27). Esta fuga dos judeus é retratada como a mulher
99

fugindo ao deserto.

Apocalipse 12:12-17 fala de como o diabo vai fazer guerra


contra Israel, tentando destruí-la (Satanás sabe que o seu
tempo é curto, relativamente falando – ver Apocalipse 20:1-3,
10). Essa passagem também revela que Deus vai proteger
Israel no deserto. Apocalipse 12:14 diz que Israel vai ser
protegida contra o diabo por “um tempo, e tempos, e metade
de um tempo” ("um tempo" = 1 ano; "tempos" = 2 anos;
"metade de um tempo"= meio ano; em outras palavras, três
anos e meio).

Pergunta: "Quem ou o que é


Abadom/Apoliom?"

Resposta: O nome Abadom ou Apoliom aparece em Apocalipse


9:11: "e tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo,
cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom." Em
hebraico, Abadom significa "lugar de destruição". O título
grego "Apoliom" literalmente significa "O Destruidor".

Em Apocalipse 8-9, João descreve um período durante os


tempos finais quando os anjos tocarão sete trombetas,
sinalizando a vinda de sete julgamentos diferentes sobre as
pessoas da terra. Quando o quinto anjo tocar a sua trombeta,
o Abismo (uma grande fornalha) se abrirá, e uma horda de
"gafanhotos" demoníacos se levantará dela (Apocalipse 9:1-3).
Essas criaturas terão o poder de torturar qualquer pessoa que
não tenha o selo de Deus (versículo 4). A dor que infligirão
será tão intensa que os sofredores desejarão morrer, mas a
morte lhes será negada (versículo 6). Abadom/Apoliom é o
governante do Abismo e o rei desses gafanhotos demoníacos.
100

Abadom/Apoliom é usado frequentemente como um outro


nome para Satanás. No entanto, a Escritura parece distinguir
Satanás de Apoliom. Encontramos Satanás mais tarde no
Apocalipse, quando é aprisionado no Abismo por 1.000 anos
(Apocalipse 20:1-3). Ele é então liberado para causar estragos
na terra (versículos 7-8) e finalmente recebe a sua punição
final e eterna (versículo 10). Abadom/Apoliom é
provavelmente um dos subordinados de Satanás, um demônio
destruidor e um dos "governantes", "autoridades" e "poderes"
mencionados em Efésios 5:12.

A clássica alegoria de John Bunyan, O Peregrino, inclui uma


cena memorável em que Cristão enfrenta um monstro
demoníaco chamado Apoliom. Fiel ao seu nome, Apoliom
quase destrói Cristão. O peregrino em sua armadura resiste ao
ataque e empunha sua espada para repelir o demônio. O
"Apoliom" de Bunyan é uma representação simbólica do nosso
inimigo espiritual, mas a inspiração para o personagem é
literal. O Abadom/Apoliom do Apocalipse é um ser real que
um dia infligirá dor sobre as pessoas durante o julgamento de
Deus.

Pergunta: "Pode um engano alienígena fazer


parte do fim dos tempos?"

Resposta: Sabemos que os eventos que cercam o fim dos


tempos, como descritos na Bíblia, incluirão um poderoso
engano (Mateus 24:24). Recentemente, o interesse tem
aumentado na teoria de que este engano incluirá seres
alienígenas de outro planeta. Por mais estranho que pareça,
de uma perspectiva cristã, esta teoria até que traz uma certa
101

quantidade de plausibilidade. Embora a Bíblia não nos diga se


os extraterrestres existem ou não - não há menção deles em
nenhum lugar - a Bíblia nos conta sobre os visitantes de um
outro mundo - do mundo espiritual.

Desde o início, visitas de demônios (anjos caídos) à terra


foram testemunhadas e registradas. Por causa do encontro de
Eva com Satanás, sabemos que os demônios estão interessados
em monitorar (e alterar) o progresso da humanidade. Eles
querem estar envolvidos, com o objetivo de afastar a
humanidade da adoração de Deus e, ao invés, aproximá-la
deles.

Um outro exemplo notável de sua interação conosco é


encontrado em Gênesis 6:4 com a chegada dos "filhos de
Deus". Esta passagem afirma que esses poderosos seres
tiveram relações sexuais com mulheres e produziram uma
super-raça conhecida como Nefilim. Existem semelhanças
marcantes entre o relato bíblico e os relatos encontrados em
outras culturas antigas. A mitologia grega, por exemplo, é
cheia de relatos de Titãs e semideuses. Os escritos dos antigos
sumérios mencionam a presença dos "Anunnaki" - deidades que
vieram do céu para habitar na terra com os homens. Também
é interessante notar que os "deuses" dos sumérios costumavam
vir a eles sob a forma de cobras.

Esses relatos, vistos ao lado das coisas surpreendentes criadas


pelo homem antigo, levam à teoria de que os demônios, na
forma de seres de outro mundo, vieram à Terra em um ponto,
trazendo sabedoria e conhecimento espetaculares para os
homens e "se casando" com mulheres humanas em uma
tentativa de afastar a humanidade de Deus. Vemos da
experiência de Eva com a serpente que os demônios usarão a
102

tentação da sabedoria superior para atiçar o homem e que


ele, de fato, é muito suscetível.

Pode o fim dos tempos incluir um engano semelhante em que


os demônios novamente se apresentam como extraterrestres?
A Bíblia não aborda diretamente a questão, mas é certamente
plausível por uma variedade de razões. Primeiro, a Bíblia nos
diz que o mundo se unirá sob o poder do Anticristo. A fim de
alcançar a unidade entre todas as religiões do mundo, faria
sentido que o "líder" viesse de uma fonte externa e "não-
partidária" - uma fonte extraterrestre. É difícil imaginar uma
religião se tornando o cabeça de todas as outras, a menos que
um conhecimento novo e sobrenatural fosse o seu apelo e o
poder. Isso estaria de acordo com enganos passados e seria um
meio eficaz de enganar um grande número de pessoas.

Em segundo lugar, este engano demoníaco poderia fornecer


uma resposta para a questão das origens da terra. A teoria
científica prevalecente de que a evolução da vida na Terra foi
gerada espontaneamente ainda não tem resposta para os
começos da vida. Mesmo se um "big bang" tivesse dado início
ao universo, essa teoria ainda não explica o que o causou. Se
"seres alienígenas" chegassem e dessem uma explicação
extraterrestre para a vida na Terra, ela seria muito
persuasiva.

Terceiro, demônios mascarados como visitantes alienígenas


seriam capazes de enganar muitos com sinais e maravilhas. O
Anticristo e o falso profeta realizarão milagres: "Ora, o
aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com
todo poder, e sinais, e prodígios da mentira" (2
Tessalonicenses 2:9, Apocalipse 13:3).
103

Dada toda a atenção que os extraterrestres recebem de vários


meios de comunicação, seria uma tarefa fácil para os
anfitriões demoníacos fazerem tal mentira. Tantos filmes,
livros e programas de televisão tratam a existência de
alienígenas como fato e fantasiam sobre outras visitas
mundanas. Mais e mais pessoas acreditam que esses seres
existem. Além disso, para cada filme de "alienígenas ruins",
em que os invasores são hostis (como Guerra dos Mundos
e Sinais), provavelmente existem dois filmes de "bons
alienígenas" que apresentam visitantes de outros planetas
como criaturas benignas e até úteis (ET, O Dia em que a Terra
Parou, Encontros Imediatos do Terceiro Grau, O Homem de
Aço, etc.).Tais filmes têm um efeito sobre a consciência
pública. Não é que todos os filmes sobre alienígenas sejam
ruins, mas, de acordo com a teoria em discussão,
eles podem estar ajudando a moldar a opinião pública em
preparação para o fim dos tempos. O caminho pode estar
sendo pavimentado para uma farsa satânica de proporções
globais.

Mesmo se os demônios tiverem tal plano em andamento, não


devemos temer. Conhecemos a verdade, então não tememos a
mentira. O Senhor disse que Ele não nos deixará nem nos
abandonará e que Ele nos protegerá (Isaías 41:10, Mateus
10:31). Demônios/anjos não são onipotentes, nem são
onipresentes. Além disso, Deus não nos escolheu para a ira (1
Tessalonicenses 5:9). Quando o Anticristo aparecer e o engano
demoníaco se apoderar do mundo, acreditamos que a igreja já
terá sido raptada. Confiamos no Senhor como Salvador,
Redentor e Protetor de nossas almas (Salmo 9:10; 22:5). A
verdade vence no final, e dizemos, com João: "Amém! Vem,
Senhor Jesus!" (Apocalipse 22:20).
104

Pergunta: "Quem são as duas testemunhas no


livro de Apocalipse?"

Resposta: Há três pontos de vista principais sobre a


identidade das duas testemunhas em Apocalipse 11:3-12: 1)
Moisés e Elias, 2) Enoque e Elias, e 3) dois crentes
desconhecidos a quem Deus chama para serem Suas
testemunhas nos tempos finais.

Moisés e Elias são vistos como possibilidades devido ao poder


das testemunhas de transformar a água em sangue (Apocalipse
11:6), pelo qual Moisés é conhecido (Êxodo capítulo 7). As
duas testemunhas também têm o poder de destruir pessoas
com fogo do céu (Apocalipse 11:5), pelo qual Elias é conhecido
(2 Reis capítulo 1). Também dando força a essa visão é o fato
de que Moisés e Elias apareceram com Jesus na transfiguração
(Mateus 17:3-4). Além disso, a tradição judaica espera que
Moisés e Elias retornem no futuro. Malaquias 4:5 prevê a vinda
de Elias, e alguns judeus acreditam que a promessa de Deus
de levantar um profeta como Moisés (Deuteronômio 18:15, 18)
também precise do retorno de Moisés.

Enoque e Elias são vistos como possíveis identidades das duas


testemunhas porque são os dois indivíduos na história que
nunca experimentaram a morte (Gênesis 5:24; 2 Reis 2:11). O
fato de que nem Enoque e nem Elias morreram parece
capacitá-los para a morte e ressurreição das duas testemunhas
(Apocalipse 11:7-12). Os defensores deste ponto de vista
alegam que Hebreus 9:27 (todos os homens morrem uma vez)
desqualifica Moisés de ser uma das duas testemunhas, já que
Moisés já morreu uma vez (Deuteronômio 34:5). Entretanto,
existem vários outros na Bíblia que morreram duas vezes - por
exemplo, Lázaro, Dorcas e a filha de Jairo - então não há
105

realmente nenhuma razão para que Moisés seja eliminado com


base nisso.

A terceira visão sustenta essencialmente que Apocalipse


capítulo 11 não atribui nenhum nome famoso às duas
testemunhas. Se as testemunhas fossem Moisés e Elias, ou
Enoque e Elias, por que a Escritura ficaria em silêncio sobre
suas identidades? Deus é perfeitamente capaz de tomar dois
crentes "comuns" e capacitá-los a realizar os mesmos sinais e
maravilhas como Moisés e Elias. Não há nada em Apocalipse 11
que exija que assumamos uma identidade "famosa" para as
duas testemunhas.

Qual ponto de vista é o correto? Não sabemos ao certo. A


possível fraqueza da primeira visão é que Moisés já morreu
uma vez e, portanto, não poderia ser uma das duas
testemunhas (uma vez que sua morte seria uma contradição
de Hebreus 9:27). No entanto, os defensores deste ponto de
vista argumentam que todas as pessoas que foram
milagrosamente ressuscitadas na Bíblia (por exemplo, Lázaro)
mais tarde morreram novamente. Hebreus 9:27 pode ser visto,
então, como uma "regra geral" e não um princípio universal.
Quanto às previsões da Bíblia sobre a vinda de Elias e do
profeta como Moisés, o Novo Testamento deixa claro que essas
profecias foram cumpridas por João Batista e pelo próprio
Jesus, respectivamente.

Não há fraquezas claras para a segunda visão de Enoque e


Elias, pois resolve o problema de "morrer uma vez". Faz
sentido que Deus possa ter levado Enoque e Elias ao céu sem
morrerem a fim de "salvá-los" para um propósito especial mais
tarde. Também não há pontos fracos claros para a terceira
possibilidade.
106

Todas as três visões são interpretações plausíveis, mas não


podemos ter absoluta certeza sobre nenhuma delas, uma vez
que a Bíblia não revela as identidades das testemunhas. Os
cristãos, portanto, não devem ser dogmáticos sobre esta
questão.

Pergunta: "Como podemos confiar que a


profecia bíblica pode de fato prever o
futuro?"

Resposta: A principal razão pela qual podemos confiar na


profecia bíblica é que ela, como o resto da Escritura, nos foi
dada pelo Criador do universo. É divinamente inspirada,
inerrante, perfeita e verdadeira. Deus não pode mentir (Tito
1:2), e a fidedignidade da profecia bíblica está enraizada no
caráter e no conhecimento de Deus: "que desde o princípio
anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as
coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho
permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Isaías
46:10).

A profecia bíblica prediz o futuro e explica quais serão os


resultados positivos ou negativos decorrentes dele. Uma
profecia pode anunciar eventos que trazem alegria e prazer ou
medo e pressentimento. Quando as profecias de Deus são
ignoradas, geralmente é porque os ouvintes não gostam do
que ouvem por uma razão ou outra. A profecia bíblica é
geralmente muito específica em como afetará alguém ou algo.
Além disso, ela é sempre confiável e digna de nossa total
confiança. Podemos permitir que as promessas divinas ajudem
107

a moldar nossas vidas, dando-nos direção no serviço ao


Senhor. A profecia deve ser uma fonte de força e instrução
para nós. Ao contrário do que ouvimos hoje sendo chamado de
"profecia", tanto na igreja quanto fora dela, a verdadeira
profecia bíblica é sempre correta e precisa. O que Deus
profetiza sempre ocorre (Isaías 14:24).

A profecia do dilúvio em Gênesis 6 é um exemplo. Deus


explica as Suas razões para o dilúvio, dá instruções específicas
para que Noé possa construir a arca para preservar vidas, e
então permite esta catástrofe mundial. Os sonhos de José em
Gênesis 37:5-10 contêm profecias que vieram a ocorrer mais
tarde em sua vida. Deuteronômio 18:18 diz: "Suscitar-lhes-ei
um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja
boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu
lhe ordenar." Esta profecia aponta para o Messias judeu, nosso
Senhor Jesus, e é citada em Atos 3:22. Isaías capítulo 53
contém uma profecia convincente de Jesus Cristo: Sua
juventude, Seu ministério, Seu sofrimento e Sua oferta de Si
mesmo. O Salmo 22 nos dá uma outra profecia do sofrimento
de nosso Senhor, formulada em uma descrição do rei Davi.

Nas profecias do próprio Senhor, tais como as de Mateus 24,


Ele falou de guerras, fome, terremotos, perseguições,
apostasias, traições e, finalmente, de Seu próprio retorno.
Essas e outras profecias do fim dos tempos são tão confiáveis
quanto a advertência de Deus sobre o dilúvio. Previsões
semelhantes de eventos catastróficos ainda por vir são
encontradas em 2 Pedro 3 e Apocalipse 6-16. Além disso, em 1
Tessalonicenses 4:13-18, os cristãos são prometidos um
resgate daquele dia de tribulação. A profecia bíblica nos
fornece um roteiro do futuro. Deixar de entender a profecia
do arrebatamento é perder um dos maiores dons de Deus.
108

Podemos confiar que Deus nos ama e nos deu Seu Filho (João
3:16). Certamente podemos também confiar nEle como o
Autor da profecia bíblica. O Nosso Senhor disse: "Na casa de
meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria
dito. Pois vou preparar-vos lugar" (João 14:2). Então Ele nos
deu a bendita segurança: "E, quando eu for e vos preparar
lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que,
onde eu estou, estejais vós também" (versículo 3). Essa
promessa deve ser um encorajamento para todos os cristãos.

Coloque sua confiança nas profecias de Deus, assim como você


confia em Seu Filho. "Porque quantas são as promessas de
Deus, tantas têm nele o sim" (2 Coríntios 1:20).

Pergunta: "Por que Elias deve voltar antes do


fim dos tempos (Malaquias 4:5-6)?"

Resposta: Malaquias 4:5-6 oferece uma profecia intrigante:


"Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o
grande e terrível Dia do SENHOR; ele converterá o coração dos
pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu
não venha e fira a terra com maldição." Até hoje, os sêderes
judeus incluem uma cadeira vazia na mesa na expectativa de
que Elias volte para anunciar o Messias em cumprimento da
palavra de Malaquias.

De acordo com Malaquias 4:6, a razão para o retorno de Elias


será "converter corações" de pais e filhos uns para os outros.
Em outras palavras, o objetivo será a reconciliação. No Novo
Testamento, Jesus revela que João Batista foi o cumprimento
da profecia de Malaquias: "Porque todos os Profetas e a Lei
109

profetizaram até João. E, se o quereis reconhecer, ele mesmo


é Elias, que estava para vir" (Mateus 11:13-14). Este
cumprimento também é mencionado em Marcos 1:2-4 e Lucas
1:17; 7:27.

Especificamente relacionado com Malaquias 4:5-6 é Mateus


17:10-13: "Mas os discípulos o interrogaram: Por que dizem,
pois, os escribas ser necessário que Elias venha primeiro?
Então, Jesus respondeu: De fato, Elias virá e restaurará todas
as coisas. Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o
reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram.
Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos
deles. Então, os discípulos entenderam que lhes falara a
respeito de João Batista."

Os "escribas" eram os mestres religiosos judeus, na sua maioria


fariseus e saduceus, que faziam comentários sobre as
Escrituras judaicas. Pedro, Tiago e João estavam
familiarizados com seus ensinamentos e perguntaram a Jesus
sobre Elias depois de terem visto Jesus com Moisés e Elias na
transfiguração (Mateus 17:1-8). Jesus declarou claramente que
Elias já tinha vindo, mas, tragicamente, não foi reconhecido e
tinha sido morto. Jesus então previu que Ele também morreria
nas mãos de Seus inimigos (17:12).

Uma breve olhada no ministério de João Batista revela muitas


maneiras notáveis em que Ele era "Elias". Primeiro, Deus
previu a obra de João como sendo semelhante à de Elias
(Lucas 1:17). Segundo, ele se vestia como Elias (2 Reis 1:8 e
Mateus 3:4). Terceiro, como Elias, João Batista pregou no
deserto (Mateus 3:1). Quarto, ambos os homens pregaram uma
mensagem de arrependimento. Em quinto lugar, os dois
homens resistiram a reis e tiveram inimigos de alto perfil (1
110

Reis 18:16-17 e Mateus 14:3).

Alguns argumentam que João Batista não era o Elias por vir
porque o próprio João afirmou não ser Elias. "Então, lhe
perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És
tu o profeta? Respondeu: Não." (João 1:21). Há duas
explicações para esta aparente contradição. Primeiro, porque
Elias nunca havia morrido (2 Reis 2:11), muitos rabinos do
primeiro século ensinavam que Elias ainda estava vivo e
reapareceria antes da chegada do Messias. Quando João negou
ser Elias, ele poderia estar contrariando a ideia de que ele era
o verdadeiro Elias que tinha sido transportado para o céu em
uma carruagem de fogo.

Em segundo lugar, as palavras de João poderiam indicar uma


diferença entre a visão de João sobre si mesmo e a visão de
Jesus sobre ele. João pode não ter se visto como o
cumprimento de Malaquias 4:5-6. No entanto, Jesus o fez.
Sendo assim, não há contradição - era simplesmente um
profeta humilde dando uma opinião honesta de si mesmo.
João rejeitou a honra (João 3:30), mas Jesus deu-lhe o crédito
de ser o cumprimento da profecia de Malaquias a respeito do
retorno de Elias.

Como o Elias metafórico, João chamou as pessoas ao


arrependimento e à vida de obediência, preparando o povo de
sua geração para a vinda de Jesus Cristo, Aquele que tinha
vindo "buscar e salvar o perdido" (Lucas 19:10) e para
estabelecer o ministério da reconciliação (2 Coríntios 5:18).

Pergunta: "Haverá um templo do fim dos


tempos em Jerusalém?"
111

Resposta: A Bíblia menciona que alguns eventos do fim dos


tempos ocorrerão em um templo em Jerusalém (Daniel 9:27 e
Mateus 24:15). Segundo Tessalonicenses 2:4, falando do
Anticristo, nos diz: "o qual se opõe e se levanta contra tudo
que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-
se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o
próprio Deus." Antes que alguns eventos dos últimos tempos
ocorram, um templo deve estar presente em Jerusalém. Este
será o terceiro templo - o primeiro era de Salomão e o
segundo era de Zorobabel, mais tarde expandido por Herodes.

Há ainda o "pequeno" problema da Cúpula da Rocha islâmica


estando no local onde é para ser o templo judaico. Os
muçulmanos acreditam que este é o lugar a partir do qual
Maomé ascendeu ao céu, tornando-o o mais sagrado dos
santuários muçulmanos. Dado o clima político de hoje, é
impensável que os judeus assumiriam este lugar e construiriam
um templo ali. No entanto, antes ou durante a tribulação, o
templo será construído, provavelmente como resultado da
aliança do anticristo com Israel (Daniel 9:24-27).

A construção do templo judaico será uma indicação segura de


que as profecias do fim dos tempos estão sendo cumpridas.
Será o templo da era da tribulação que o Anticristo vai
profanar com sua "abominação que causa a desolação",
mencionada por Cristo em Marcos 13:14. O arrebatamento
pode ocorrer a qualquer momento - a reconstrução do templo
não precisa acontecer primeiro - então é importante estar
pronto.
112

Pergunta: "Como posso superar meu medo do


fim dos dias?"

Resposta: Jesus disse que o fim dos tempos incluirá alguns


eventos aterrorizantes. De fato, "haverá homens que
desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que
sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados"
(Lucas 21:26). Algumas pessoas hoje estão cheias de medo
apenas pensando sobre o que vai acontecer. No entanto, o
Senhor não quer que tenhamos medo: "Não temais, ó
pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o
seu reino" (Lucas 12:32).

A melhor maneira de superar o medo do fim dos dias é estar


espiritualmente preparado para isso. Em primeiro lugar, você
deve ter um relacionamento pessoal com Jesus Cristo para ter
a vida eterna (João 3:16, Romanos 10:9-10). Somente através
dEle você pode receber o perdão do pecado e passar a
eternidade com Deus. Se Deus é o seu Pai e Jesus é o seu
Senhor, então realmente não há nada para se preocupar
(Filipenses 4:7).

Segundo, todo cristão deve viver uma vida digna do chamado


que temos em Cristo. Efésios 4:1-3 ensina: "Rogo-vos, pois, eu,
o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação
a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão,
com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do
Espírito no vínculo da paz." Conhecer a Cristo e caminhar em
Sua vontade realmente muito ajudam a diminuir qualquer tipo
de medo.

Terceiro, os cristãos têm a promessa da libertação de Deus, e


113

isso é muito encorajador. Primeiro Tessalonicenses 4:13-18


afirma:

“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com


respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como
os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus
morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus,
trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos
declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que
ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos
os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua
palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos,
seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para
o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para
sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com
estas palavras.”

Longe de temer o futuro, devemos antecipá-lo com alegria.


Aqueles que estão em Cristo serão "arrebatados" para
encontrá-lo, e "estaremos para sempre com o Senhor".

Além disso, a Escritura diz que não precisamos temer o dia do


juízo: "Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia
do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é,
também nós somos neste mundo. No amor não existe medo;
antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz
tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor"
(1 João 4:17-18).

Aqueles que não conhecem a Cristo não têm a promessa de


paz para o futuro. Para os incrédulos, há uma preocupação
114

real porque ainda não resolveram a questão de onde vão


passar a eternidade. Os descrentes não serão levados no
arrebatamento, mas experimentarão a tribulação. Sendo esse
o caso, realmente têm algo a temer. Os crentes não temem o
fim dos dias. Em vez disso, nos esforçamos para viver uma
vida digna de nosso chamado, antecipando o retorno de Jesus
e descansando no conhecimento de que nossos tempos estão
em Suas mãos (Salmo 31:15).

Pergunta: "Vai a geração que viu o Estado de


Israel ser proclamado ainda estar viva para a
Segunda Vinda?"

Resposta: Este conceito é geralmente tirado de Mateus 24:34:


"Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que
tudo isto aconteça." Os versículos anteriores, Mateus 24:1-33,
descrevem os acontecimentos do fim dos tempos em relação a
Israel. Como resultado, alguns intérpretes achavam que o fim
dos tempos começaria quando o Estado de Israel fosse
"reconstituído" como uma nação (o que aconteceu em 1948).
Contudo, à medida que mais e mais tempo se passou desde
1948, o período abrangido por uma "geração" teve que se
alongar e alongar. Já faz mais de 60 anos - o que vai muito
além da definição padrão de uma geração.

O maior problema com este ensinamento é que Mateus 24 não


menciona uma reformulação de Israel ou nos dá qualquer
outro ponto de partida para contarmos os anos da "geração". O
que o contexto parece dizer é que, quando os eventos do fim
dos tempos começarem a acontecer, eles vão acontecer
rapidamente. "Esta geração" é a geração viva durante "o
115

princípio das dores" (verso 8). Quando o problema começar, as


coisas vão progredir rapidamente.

As palavras proféticas de Jesus em Mateus 24 também


poderiam ter uma "dupla realização". Alguns dos eventos
ocorreram em 70 d.C., quando os romanos destruíram
Jerusalém. Outros eventos (nos versículos 29-31, por exemplo)
ainda não ocorreram. Algumas das palavras de Jesus foram
cumpridas pouco depois dEle ter falado (dentro de Sua
geração). Por outro lado, outras não serão cumpridas até que
a geração dos últimos tempos esteja em cena.

Pergunta: "O que são Gogue e Magogue?"

Resposta: Historicamente falando, Magogue era um neto de


Noé (Gênesis 10:2). Os descendentes de Magogue se
estabeleceram no extremo norte de Israel, provavelmente na
Europa e no norte da Ásia (Ezequiel 38:15). Magogue
eventualmente se tornou o nome da terra onde os seus
descendentes se estabeleceram. O povo de Magogue é descrito
como guerreiros habilidosos (Ezequiel 38:15; 39:3-9). Gogue é
o nome de um futuro líder em Magogue que irá liderar um
exército para atacar Israel. O Senhor prediz a condenação de
Gogue: "Filho do homem, volve o rosto contra Gogue, da terra
de Magogue…profetiza contra ele" (Ezequiel 38:2).

Gogue e Magogue são mencionados em Ezequiel 38-39 e em


Apocalipse 20:7-8. Embora essas duas passagens mencionem os
mesmos nomes, um estudo detalhado das Escrituras demonstra
que elas não se referem às mesmas pessoas e eventos. Na
profecia de Ezequiel, Gogue será o líder de um grande
exército que ataca a terra de Israel. Gogue é descrito como
116

"da terra de Magogue, príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal"


(Ezequiel 38:2). A batalha descrita por Ezequiel que envolve
Gogue e Magogue ocorre no período da tribulação,
provavelmente nos primeiros três anos e meio. A evidência
mais forte para este ponto de vista é que o ataque virá
quando Israel estiver em paz (Ezequiel 38:8, 11) – quando a
nação tiver diminuído suas defesas. Israel definitivamente não
está em paz agora, e é inconcebível que a nação baixaria suas
defesas, salvo algum evento extremamente importante.
Quando a aliança de Israel com o Anticristo estiver em vigor
no início da 70ª semana de Daniel (a tribulação de sete anos -
Daniel 9:27a), Israel estará em paz. Possivelmente a batalha
ocorrerá pouco antes da metade do período de sete anos. De
acordo com Ezequiel, o próprio Deus derrotará Gogue nos
montes de Israel. A matança será tão grande que levará sete
meses para enterrar todos os mortos (Ezequiel 39:11-12).

Gogue e Magogue são mencionados novamente em Apocalipse


20:7-8. Esta é uma batalha diferente, mas a repetição dos
nomes Gogue e Magogue mostra que a história se repetirá. A
mesma rebelião contra Deus descrita em Ezequiel 38-39 será
vista novamente.

O livro de Apocalipse alude à profecia de Ezequiel sobre


Magogue para descrever um ataque final dos últimos tempos
contra a nação de Israel (Apocalipse 20:8-9). O resultado dessa
batalha é que todos os inimigos de Deus são destruídos, e
Satanás encontrará seu lugar final no lago de fogo (Apocalipse
20:10).

Abaixo estão algumas das razões mais óbvias por que Ezequiel
38-39 e Apocalipse 20:7-8 referem-se a pessoas e batalhas
diferentes:
117

1. Na batalha de Ezequiel 38-39, os exércitos vêm


principalmente do norte e envolvem apenas algumas nações
da terra (Ezequiel 38:6, 15; 39:2). A batalha em Apocalipse
20:7-9 envolverá todas as nações, de modo que os exércitos
virão de todas as direções, não apenas do norte.

2. Não há menção de Satanás no contexto de Ezequiel 38-39.


Em Apocalipse 20:7, o contexto claramente coloca a batalha
acontecendo no final do milênio, e apresenta Satanás como o
principal instigador.

3. Ezequiel 39:11-12 afirma que os mortos serão sepultados


por sete meses. Não haveria necessidade de enterrar os
mortos se a batalha em Ezequiel 38-39 fosse a mesma descrita
em Apocalipse 20:8-9, pois imediatamente após Apocalipse
20:8-9 é o grande julgamento do trono branco (20:11- 15), e
então o céu ou a terra atuais são destruídos e substituídos por
um novo céu e terra (Apocalipse 21:1). Obviamente, haverá
necessidade de enterrar os mortos se a batalha ocorrer na
primeira parte da tribulação, pois a terra de Israel será
ocupada por mais 1.000 anos, o comprimento do reino milenar
(Apocalipse 20:4-6).

4. A batalha em Ezequiel 38-39 é usada por Deus para trazer


Israel de volta para Ele (Ezequiel 39:21-29). Em Apocalipse 20,
Israel tem sido fiel a Deus por mil anos (o reino milenar). Os
rebeldes em Apocalipse 20:7-10 são destruídos sem mais
oportunidades de arrependimento.

Pergunta: "Estamos vivendo no fim dos


tempos?"
118

Resposta: Em certo sentido, temos estado nos "últimos dias"


por séculos. Pedro refere-se ao tempo em que ele estava
vivendo como "o fim dos tempos" (1 Pedro 1:20, ver Hebreus
1:2), e Paulo fala da igreja como aqueles "sobre quem os fins
dos séculos têm chegado" (1 Coríntios 10:11). É nesta
dispensação que a Palavra veio (João 1:14), nossa salvação foi
assegurada (Hebreus 9:26), e o Espírito foi derramado (Atos
2:16-18). Estamos vivendo na era final antes de Deus julgar o
mundo.

Entretanto, geralmente, quando as pessoas falam dos "últimos


dias" ou dos "tempos finais", estão se referindo à tribulação e
ao período bem antes, quando ocorrem os eventos
apocalípticos descritos no livro de Apocalipse. A tribulação já
começou? No momento da redação deste artigo, não, pois a
igreja não foi arrebatada, e a tribulação ainda não começou.
Estamos vivendo nos dias imediatamente anteriores ao
arrebatamento e à tribulação? Possivelmente. A Bíblia
profetiza muitos eventos que ocorrerão no fim dos tempos.
Esses eventos podem ser categorizados como naturais,
espirituais, sociológicos, tecnológicos e políticos. Embora
talvez não possamos ver os eventos acontecendo diretamente,
podemos ver os seus precursores. Assim como pequenos
tremores geralmente precedem um maior terremoto, o mundo
de hoje pode estar mostrando "pequenos choques" do que vem
a seguir.

Lucas 21:11 enumera alguns dos sinais naturais que ocorrerão


antes da segunda vinda de Jesus: "haverá grandes terremotos,
epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e
também grandes sinais do céu." Claro que esse mundo caído
tem visto muitos terremotos e outros desastres. A profecia de
119

Jesus é que esses eventos se intensificarão à medida que o fim


se aproxima. Em 13 anos, entre 1991 e 2004, só nos Estados
Unidos ocorreram 5 de seus furacões mais terríveis da história,
3 de seus 4 maiores enxames de tornados na história, e 9 dos
10 maiores desastres conforme determinados pela FEMA. Nos
últimos anos, vimos o furacão Sandy, que alguns chamaram de
"tempestade perfeita". Quanto a grandes sinais do céu, em
2013 o meteoro Chelyabinsk explodiu sobre a Rússia e emitiu
uma onda de choque poderosa que feriu cerca de 1.500
pessoas. Todos esses eventos podem ter sido um aquecimento
ao final dos tempos - "princípio das dores", como Jesus os
chamou (Mateus 24:8).

A Bíblia lista os sinais espirituais positivos e negativos. Em 2


Timóteo 4:3-4 descobrimos que muitas pessoas seguirão os
falsos mestres. Vemos agora um aumento nas seitas, heresia,
decepção e ocultismo, com muitos escolhendo seguir a nova
era ou religiões pagãs. Do lado positivo, Joel 2:28-29 profetiza
que haverá uma grande efusão do Espírito Santo. A profecia de
Joel foi cumprida no dia de Pentecostes (Atos 2:16), e ainda
estamos vendo os efeitos desse derramamento em
avivamentos e movimentos cristãos liderados pelo Espírito, em
pregações mundiais da mensagem do evangelho e no
surgimento do judaísmo messiânico.

Junto com os sinais nos reinos naturais e espirituais, há


também sinais na sociedade. A imoralidade desenfreada na
sociedade de hoje é um sintoma da rebelião da humanidade
contra Deus. O aborto, a homossexualidade, o abuso de drogas
e o abuso de crianças são a prova de que "os homens perversos
e impostores irão de mal a pior" (2 Timóteo 3:13). Vivemos
agora numa sociedade hedonista e materialista. As pessoas são
amantes de si mesmas - "cuidando apenas de si" - e fazendo o
120

que é certo em seus próprios olhos. Todas estas coisas, e


muitas mais, podem ser vistas ao nosso redor todos os dias
(ver 2 Timóteo 3:1-4).

O cumprimento de algumas profecias dos últimos tempos


parecia impossível até o advento da tecnologia moderna.
Alguns dos julgamentos em Apocalipse são mais facilmente
imaginados em uma era nuclear. Em Apocalipse 13, o
Anticristo controlará o comércio ao forçar as pessoas a tomar
a marca da besta e, dados os avanços de hoje em tecnologia
de chip de computador, as ferramentas que a besta usará
podem muito bem já estar aqui.

E há sinais políticos. A restauração de Israel em sua terra em


1948 é a mais impressionante profecia cumprida, o que prova
que as coisas estão se ajeitando para os tempos finais. Na
virada do século 20, ninguém teria sonhado que Israel estaria
de volta em sua terra, muito menos ocupando Jerusalém.
Jerusalém está definitivamente no centro da geopolítica e
está sozinha contra muitos inimigos. Zacarias 12:3 confirma:
“Naquele dia, farei de Jerusalém uma pedra pesada para
todos os povos; todos os que a erguerem se ferirão
gravemente; e, contra ela, se ajuntarão todas as nações da
terra.” Mateus 24:6-7 prevê que, antes do tempo do fim, "se
levantará nação contra nação, reino contra o reino". As
"guerras e os rumores de guerras" são definitivamente
características da presente era.

Estes são apenas alguns dos sinais de que estamos nos


movendo em direção ao fim da era. Deus nos deu essas
profecias porque não quer que ninguém pereça, e sempre dá
amplo aviso antes de derramar a Sua ira (2 Pedro 3:9).
121

Estamos vivendo no fim dos tempos? O arrebatamento pode


ocorrer a qualquer momento. O Dia do Juízo está chegando, e
Deus lidará com o pecado neste mundo. A era da graça durará
até então. João 3:36 diz: "Por isso, quem crê no Filho tem a
vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho
não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus."
Aqueles que não aceitam a Jesus Cristo como seu Salvador
permanecerão sob a ira do Senhor.

A boa notícia é que não é tarde demais para escolher a vida


eterna. Tudo o que é necessário é a aceitação, pela fé, do
dom gratuito da salvação de Deus. Não há nada que você possa
fazer para ganhar a graça de Deus; Jesus pagou o preço no seu
lugar (Romanos 3:24). Você está pronto para o retorno do
Senhor? Ou vai experimentar a Sua ira?

Pergunta: "Qual é o significado de 666?"

Resposta: No final de Apocalipse 13, que discute a besta (o


Anticristo) e seu falso profeta, lemos: "Aqui está a sabedoria.
Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois
é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e
sessenta e seis" (versículo 18). De alguma forma, o número 666
é uma pista para a identidade da besta. Apocalipse 13
também menciona a "marca da besta" (versículos 16-17), e o
pensamento popular muitas vezes liga 666 com a marca. No
entanto, a marca da besta e 666 parecem ser duas coisas
diferentes. A marca da besta é algo que as pessoas devem
receber para comprar e vender. O número 666 está de alguma
forma associado à besta/Anticristo como o "seu" número. Claro
que o seu número poderia ser parte de sua marca, mas a
Bíblia não fornece uma ligação definida.
122

O significado de 666 é um mistério, e parece que o apóstolo


João, escrevendo sob a inspiração do Espírito Santo, pretendia
que fosse assim. Calculá-lo, diz João, requer "sabedoria".
Alguns, usando a gematria (atribuindo um valor numérico a
cada letra de um nome ou palavra e depois combinando os
números para chegar a um total), identificaram o Anticristo
como várias pessoas na história do mundo. Alguns dos alvos
populares foram "César Nero", "Ronald Wilson Reagan",
"Mikhail Gorbachev" e vários papas na história da Igreja
Católica Romana. É impressionante o quanto alguns se
esforçam para que a soma do nome de alguém seja 666.
Praticamente qualquer nome pode dar 666 se suficiente
“ginástica matemática” for empregada.

Curiosamente, em alguns manuscritos gregos antigos do livro


de Apocalipse, o número é dado como 616 em vez de 666. A
evidência do manuscrito é fortemente a favor de 666, mas a
leitura alternativa de 616 deve nos fazer pausar antes de
começarmos a usar calculadoras.

O número 666 identificará de alguma forma a besta, mas


precisamente como 666 está conectado à besta não é o ponto
principal de Apocalipse 13:18. A Bíblia frequentemente usa o
número 7 para se referir a Deus e Sua perfeição. Pensa-se que
o número 6 seja o número do homem, criado no sexto dia e
sempre "carecendo" de Deus. A besta/Anticristo se esforçará
para ser como Deus. É provável que afirme ser Deus.
Entretanto, assim como o número 6 fica aquém do número 7,
assim também a besta/Anticristo, com sua "trindade" de seis,
no final das contas fracassará em seu esforço para derrotar a
Deus.
123

Pergunta: "Será que a Bíblia profetiza sobre


um governo mundial e uma moeda mundial
no fim dos tempos?"

Resposta: A Bíblia não usa a frase "governo mundial" ou


"moeda mundial" ao se referir ao fim dos tempos. Contudo, ela
fornece ampla evidência para nos permitir tirar a conclusão de
que ambos existirão sob o governo do Anticristo nos últimos
dias.

Em sua visão apocalíptica no livro de Apocalipse, o apóstolo


João vê a "Besta", também chamada de Anticristo, que se
levanta do mar. Esta besta tem sete cabeças e dez chifres
(Apocalipse 13:1). Combinando esta visão com a semelhante
de Daniel (Daniel 7:16-24), podemos concluir que algum tipo
de sistema político mundial será inaugurado pela besta, o mais
poderoso "chifre", que derrotará três dos dez reis e entrará em
guerra contra os cristãos. A confederação de dez nações
também é vista na imagem de Daniel da estátua em Daniel
2:41-42. Nesta visão, o governo mundial final, constituído por
dez entidades, é representado pelos dez dedos da estátua.
Quem quer que sejam os dez e qualquer que seja a forma em
que cheguem ao poder, a Escritura deixa claro de que a besta
subirá ao poder de entre eles e se tornará o rei mais
proeminente do grupo. No final, os outros reis farão a sua
vontade.

João descreve o governante deste vasto império como tendo


poder e grande autoridade, dados a ele pelo próprio Satanás
(Apocalipse 13:2). Ele recebe adoração de "toda a terra" (13:3-
4) e tem autoridade sobre "cada tribo, povo, língua e nação"
(13:7). Desta descrição, é lógico supor que esta pessoa seja o
124

líder de um governo mundial que é reconhecido como


soberano sobre todos os outros governos. É difícil imaginar
como tais governos tão diversos que estão no poder hoje se
subjugariam voluntariamente a um único governante, e há
muitas teorias sobre o assunto. Uma ideia é que os desastres e
pragas descritos no Apocalipse como os julgamentos do selo e
da trombeta (capítulos 6-11) serão tão devastadores e criarão
uma crise global tão monumental que as pessoas vão seguir
quem promete alívio.

Uma vez entrincheirado no poder, a besta (o Anticristo) e o


poder por trás dele (Satanás) mover-se-ão para estabelecer o
controle absoluto sobre todos os povos da terra. Seu
verdadeiro fim é receber a adoração que Satanás tem buscado
desde que foi expulso do céu (Isaías 14:12-14). Uma maneira
de conseguir isso é controlando todo o comércio, que é onde
entra a ideia de uma moeda mundial. Apocalipse 13:16-17
descreve algum tipo de marca satânica que será necessária
para comprar e vender. Qualquer pessoa que recuse a marca
será incapaz de comprar alimentos, roupas ou outras
necessidades. Sem dúvida, a grande maioria das pessoas no
mundo receberá a marca simplesmente para sobreviver. O
versículo 16 deixa claro que este será um sistema universal no
qual todos, ricos e pobres, grandes e pequenos, terão a marca
na mão ou na testa. Há muita especulação sobre como
exatamente esta marca será afixada, mas as tecnologias que
estão disponíveis agora poderiam realizar isso muito
facilmente.

Aqueles que ficam para trás após o arrebatamento da Igreja


serão confrontados com uma escolha terrível - aceitar a marca
da besta a fim de sobreviver ou enfrentar a fome e horrível
perseguição pelo Anticristo e seus seguidores. No entanto,
125

aqueles que vierem a Cristo neste tempo, aqueles cujos nomes


estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro (Apocalipse 13:8),
escolherão suportar até mesmo o martírio.

Pergunta: "Qual será a religião mundial do


fim dos tempos?"

Resposta: A religião mundial descrita em Apocalipse 17:1-18


como "a grande meretriz" será parte do cenário dos últimos
tempos. O termo meretriz é usado em todo o Antigo
Testamento como uma metáfora da falsa religião. A
verdadeira identidade dessa religião tem sido debatida
durante séculos e tem resultado em uma série de diferentes
pontos de vista entre os comentaristas e teólogos bíblicos.
Existem argumentos convincentes de que essa religião mundial
seja o catolicismo, o islamismo, o movimento da nova era ou
alguma forma de religião nem sequer inventada ainda, e uma
pesquisa na Internet produzirá muitas outras possibilidades e
teorias. Não há dúvida de que algum tipo de religião mundial
sob o falso profeta será uma parte do fim dos tempos, talvez
composta de um número de diferentes religiões, seitas e ismos
que existem hoje.

Apocalipse 17:1-18 nos dá várias características dessa religião


mundial. A falsa religião dominará todos os "povos, multidões,
nações e línguas" da terra (versículo 15), significando que terá
autoridade universal, sem dúvida dada a ela pelo Anticristo, o
qual governa o mundo naquele tempo. Os versículos 2-3
descrevem a meretriz como cometendo adultério com os "reis
da terra", referindo-se à influência da falsa religião entre os
governantes do mundo e pessoas influentes. A expressão "com
quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua
126

devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra"


pode se referir àqueles que estão bêbados com o poder que
recebem de adorar o deus falso desta religião, como Satanás
frequentemente aprisiona aqueles que cobiçam poder. As
alianças forjadas pela religião falsa unirão a igreja e o estado
como nunca antes.

O versículo 6 descreve a meretriz como "embriagada com o


sangue dos santos" e o sangue dos que testificam de Jesus. O
assassinato de crentes durante a tribulação será parte do
plano do Anticristo (Apocalipse 6:9). Muitos que se opõem à
religião mundial serão decapitados (Apocalipse 20:4), e
aqueles que se recusarem a adorar o Anticristo ao aceitar a
sua marca não poderão comprar e vender, tornando a
sobrevivência muito difícil (Apocalipse 13:16- 17) .

Eventualmente, a meretriz perderá o favor com o Anticristo, o


qual irá querer receber a adoração do mundo para si mesmo.
Ele não compartilhará a adoração do mundo com os profetas e
sacerdotes da falsa religião, por mais obsequiosos que sejam.
Uma vez que o Anticristo ganhe a atenção do mundo pelo seu
milagroso retorno dos mortos (Apocalipse 13: 3, 12, 14), ele se
voltará contra o falso sistema religioso e o destruirá,
estabelecendo-se como Deus. O engano, Jesus nos diz, será
tão grande que, se fosse possível, até mesmo os eleitos
cairiam nele (Mateus 24:24).

Pergunta: "Em que os preteristas parciais


acreditam? O preterismo parcial é bíblico?"

Resposta: O preterismo é a visão escatológica de que as


profecias bíblicas dos "tempos finais" já foram cumpridas.
127

Então, quando lemos o que a Bíblia diz sobre a tribulação,


estamos lendo a história. O preterismo é dividido em dois
campos: o preterismo completo (ou consistente) e preterismo
parcial. O preterismo completo toma uma visão extrema de
que toda profecia bíblica já foi cumprida de uma maneira ou
de outra. Os preteristas parciais adotam uma abordagem mais
moderada, e muitos preteristas parciais consideram os
preteristas completos culpados de heresia.

Aqueles que defendem o preterismo parcial acreditam que as


profecias de Daniel, Mateus 24 e Apocalipse (com exceção dos
últimos dois ou três capítulos) já foram cumpridas e foram
cumpridas o mais tardar no primeiro século d.C. De acordo
com o preterismo parcial, não há arrebatamento, e passagens
descrevendo a tribulação e o Anticristo estão realmente se
referindo à destruição de Jerusalém em 70 d.C. e ao
imperador romano Tito. Os preteristas parciais acreditam no
retorno de Cristo à Terra e em uma futura ressurreição e
julgamento, mas eles não ensinam um reino milenar ou que
Israel como nação tem um lugar no plano futuro de Deus. De
acordo com os preteristas parciais, as referências bíblicas aos
"últimos dias" estão falando dos últimos dias da Antiga Aliança
Judaica, não dos últimos dias da Terra.

Para que os preteristas parciais mantenham sua posição, eles


insistem que o livro de Apocalipse foi escrito cedo (antes de
70 d.C.). Eles também devem usar uma hermenêutica
inconsistente ao interpretar passagens proféticas. De acordo
com a visão preterista do fim dos tempos, os capítulos 6-18 do
Apocalipse são altamente simbólicos, não descrevendo
nenhum evento literal. Visto que a destruição de Jerusalém
não envolveu a destruição total da vida marinha (Apocalipse
16:3) ou uma escuridão agonizante (versículo 10), esses
128

julgamentos são interpretados pelo preterista como


puramente alegóricos. Entretanto, de acordo com os
preteristas, o capítulo 19 deve ser compreendido literalmente
- Jesus Cristo retornará fisicamente. Ademais, o capítulo 20 é
novamente interpretado alegoricamente pelos preteristas,
enquanto que os capítulos 21-22 são entendidos literalmente,
pelo menos em parte, no que diz respeito a um novo céu e
nova terra.

Ninguém nega que Apocalipse contenha visões incríveis e às


vezes confusas. Ninguém nega que Apocalipse descreva muitas
coisas figurativamente - essa é a natureza da literatura
apocalíptica. No entanto, negar arbitrariamente a natureza
literal de partes selecionadas do Apocalipse é destruir a base
de interpretar literalmente qualquer livro. Se as pragas, as
testemunhas, a besta, o falso profeta, o reino milenar, etc.,
são todos alegóricos, então em que base reivindicamos que a
segunda vinda de Cristo e a nova terra são eventos literais?
Esse é o fracasso do preterismo - deixa a interpretação do
Apocalipse às opiniões do intérprete.

Aqueles que sustentam o preterismo parcial também não leem


Mateus 24 no sentido literal. Cristo falou da destruição do
templo (Mateus 24:2). Entretanto, muito do que Ele
descreveu não ocorreu em 70 d.C. Cristo fala desse tempo
futuro como um de "grande tribulação, como desde o princípio
do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais. Não
tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo;
mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados"
(Mateus 24:21-22). Certamente, isso não pode ser aplicado aos
eventos de 70 d.C. Tem havido tempos piores na história
mundial desde então.
129

O Senhor também diz: "Logo em seguida à tribulação daqueles


dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as
estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão
abalados. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem;
todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do
Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita
glória" (Mateus 24:29-30). Para que os eventos desses dois
versículos já tenham ocorrido, Jesus Cristo deve ter retornado
corporalmente em 70 d.C. - mas Ele não o fez. O preterista
parcial acredita que esses versículos não estão se referindo a
um retorno corporal de Cristo, mas a uma aparição de Seu
julgamento. No entanto, isso não é o que uma leitura normal e
literal do texto levaria alguém a acreditar. É o "Filho do
Homem" que as pessoas veem, não apenas o Seu julgamento.

Os preteristas parciais também apelam a Mateus 24:34, onde


Jesus fala de "esta geração". Eles dizem que Cristo estava se
referindo àqueles que viviam na época em que Ele falou as
palavras registradas naquele capítulo. Assim, a tribulação
deve ter ocorrido dentro de cerca de 40 anos de Sua
declaração. No entanto, acreditamos que Jesus não estava se
referindo ao povo de Seu dia, mas à geração que
testemunharia os eventos registrados em Mateus 24:15-31.
Essa geração futura testemunhará todos os eventos que se
moverão rapidamente nos últimos dias, incluindo o retorno
corporal de Cristo (versículos 29-30).

O ponto de vista preterista parcial leva à crença no


amilenialismo (ou pós-milenialismo) e está associado à
teologia da aliança. Evidentemente, rejeita o
dispensacionalismo. No entanto, o seu principal problema é
sua hermenêutica inconsistente e sua alegorização de muitas
profecias bíblicas que são mais bem compreendidas
130

literalmente. Embora o preterismo parcial esteja dentro do


âmbito da ortodoxia, não é a visão majoritária entre os
cristãos de hoje.

Pergunta: "Haverá um arrebatamento


parcial?"

Resposta: Há alguns crentes que afirmam que somente


cristãos fiéis serão levados no arrebatamento enquanto
cristãos infiéis são deixados na terra para sofrer a tribulação.
O problema é que a Bíblia não apoia esse conceito. As
passagens que descrevem o arrebatamento (1 Coríntios 15:50-
57; 1 Tessalonicenses 4:13-18) aplicam-se universalmente a
todos os cristãos, maduros e imaturos, fiéis e desobedientes.
Versículos como Romanos 8:1 e 1 Tessalonicenses 5:9 nos
dizem que Deus não derrama a Sua ira sobre os cristãos. Não
há evidência bíblica alguma para um arrebatamento parcial.
Todo crente será levado para o céu no arrebatamento.

A parábola de Jesus das dez virgens em Mateus 25:1-13 tem


sido para alguns a "prova" de um arrebatamento parcial. No
entanto, as cinco virgens cujas lâmpadas não tinham óleo não
são simbólicas de crentes sendo deixados para trás, mas de
incrédulos. O versículo-chave é o 12, onde o noivo diz para
aqueles que ficaram para trás: "Em verdade vos digo que não
vos conheço." Aqueles que Jesus conhece são crentes nEle,
quer fossem ou não vigilantes. O elemento essencial na
parábola é o óleo nas lâmpadas – o óleo sendo simbólico do
Espírito Santo. Aqueles que têm o Espírito Santo vivendo em
seus corações serão levados no arrebatamento porque são
verdadeiramente cristãos. Aqueles que professam fé em
Cristo, mas não possuem o Seu Espírito serão deixados para
131

trás.

A lição para nós é que devemos estar prontos porque Cristo


está voltando para os Seus, mas Ele virá como um "ladrão" (1
Tessalonicenses 5:4) - de repente, inesperadamente e sem
aviso prévio. Apenas aqueles cujas lâmpadas (corações)
contêm o óleo (o Espírito Santo) serão tomados. O resto,
independentemente do que professe, será deixado para trás.
Jesus conhece os Seus, e quando Ele nos chama, nós
responderemos. Hoje é o dia da salvação (2 Coríntios 6:2), e
aqueles que não conhecem Cristo não devem ousar demorar
mais um momento.

Pergunta: "Por que Deus vai libertar Satanás


após o reinado de 1.000 anos?"

Resposta: Apocalipse 20:7-10: "Quando, porém, se


completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e
sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra,
Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número
dessas é como a areia do mar. Marcharam, então, pela
superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a
cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu. O
diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de
fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como
também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de
noite, pelos séculos dos séculos." Nesta passagem a Bíblia
prediz uma rebelião final, instigada pelo diabo, e a vitória
decisiva sobre ela.

No início do milênio, somente os crentes estarão vivos


(Apocalipse 19:17-21) - aqueles que sobreviverem a tribulação
132

e aqueles que retornam com o Senhor na Sua segunda vinda.


Será um tempo de paz sem paralelo na história (Isaías 2:4,
Joel 3:10, Miqueias 4:3). Jesus se sentará no trono de Davi,
governando toda a Sua criação. Jesus se assegurará de que
todos terão todas as necessidades supridas, e não tolerará o
pecado tão prevalecente na sociedade de hoje (Salmo 2:7-12,
Apocalipse 2:26-29, 19:11-16). É incrível imaginar um tempo
como esse "céu na terra".

É provável que os crentes que sobreviverem a tribulação serão


mortais e irão repovoar a terra durante o reino milenar. Sem a
devastação e consequências do pecado, podemos imaginar que
o crescimento da população durante o milênio será enorme.
Todos aqueles que nascerem durante o milênio desfrutarão
dos benefícios e bênçãos do reinado de Cristo sobre a terra.
No entanto, ainda nascerão com uma natureza pecaminosa e
terão que se arrepender e crer livremente no evangelho,
escolhendo pessoalmente Cristo como Salvador e Senhor.

No final do milênio, Satanás será solto do abismo. Ele


começará a enganar uma vasta multidão para segui-lo em uma
rebelião final. Parece que quanto mais a tribulação retroceder
na história, mais que a humanidade enxergará suas vidas
pacíficas como garantidas. Alguns podem até duvidar da
bondade de Deus. Embora diga-se que o número que se rebela
com Satanás seja como "a areia do mar" (Apocalipse 20:8), ele
ainda pode ser uma minoria em comparação com o número
que não se rebela.

Já que Deus sabe do problema que Satanás causará


(novamente) no mundo, por que Ele o liberta? As Escrituras
não dão uma resposta definitiva. Entretanto, uma das razões
pode ser dar à humanidade um teste final. Por mil anos, o
133

tentador estará trancado, e a maioria dos mortais na terra


nunca terá experimentado uma tentação externa do reino
espiritual. Deus criou a humanidade com um livre-arbítrio, e
Ele permite que essa vontade seja testada. Os futuros
"milenistas" - os nascidos durante o reino milenar - ainda
precisarão fazer uma escolha consciente de seguir a Cristo ou
seguir a Satanás. Deus libertando o diabo proporcionará uma
oportunidade para escolherem.

Uma outra razão possível para que Deus libere Satanás é


demonstrar a extensão da natureza do pecado inerente a toda
a humanidade (ver Jeremias 17:9). Mesmo depois de mil anos
de uma utopia divina na terra, a humanidade terá uma
capacidade latente de se rebelar. Uma outra razão para
libertar Satanás pode ser ensinar-nos mais uma vez quão
facilmente somos enganados. Assim como Adão e Eva
rejeitaram o seu Éden por causa de algumas palavras do
enganador, assim também farão multidões de seus
descendentes. Somos de carne e osso, e somos propensos ao
engano.

Ao liberar Satanás do poço, Deus também pode pretender


revelar algo sobre Sua própria natureza. Durante 1.000 anos,
Sua graça e bondade serão mostradas continuamente, mas no
final desse tempo, Ele terá tolerância zero para a rebelião.
Sua justiça cairá, e Ele não oferecerá uma "segunda chance"
para aqueles que escolherem se rebelar.

Deus libertando Satanás no final do milênio também mostrará


que Satanás tem sido e sempre será o inimigo da humanidade.
Assim como Deus fixou Seu amor sobre nós, Satanás tem por
nós um ódio especial. Desde a queda de Satanás (Isaías 14,
Ezequiel 28), ele tem sido o adversário dos crentes, e é
134

apropriadamente descrito como o enganador final da


humanidade (João 8:44). Tudo que ele pode dar ou prometer
ao homem é morte e destruição (João 10:10). Satanás também
é mostrado em Apocalipse 20 como sendo um inimigo
verdadeiramente derrotado, e seu destino final é certo junto
com o de todos os que o seguem. Satanás é um ser criado que
é impotente diante de Deus.

Por que Deus libertará Satanás no fim dos mil anos?


Poderíamos facilmente perguntar por que Deus permite a
Satanás qualquer liberdade, mesmo agora. No fim das contas,
a resposta deve ser encontrada no plano soberano de Deus
para revelar a plenitude de Sua glória. A soberania de Deus se
estende até a Satanás, e Deus é capaz de usar qualquer coisa –
até mesmo as ações malignas de Satanás - para realizar o Seu
plano santo (ver 1 Timóteo 1:20 e 1 Coríntios 5:5).

Pergunta: "Pode-se dizer que o retorno de


Cristo é iminente?"

Resposta: A palavra iminente significa "provável que aconteça


a qualquer momento; muito próximo". Quando falamos da
iminência do retorno de Cristo, queremos dizer que Ele
poderia voltar a qualquer momento. Não há nada mais na
profecia bíblica que precise acontecer antes que Jesus venha
novamente para arrebatar a igreja. A iminência do retorno de
Cristo é geralmente ensinada entre os evangélicos, com algum
desacordo de acordo com a visão do dispensacionalismo e se a
pessoa tem uma visão pré, média ou pós-tribulacional do
arrebatamento.

Jesus falou de Seu retorno repetidamente durante o Seu


135

ministério, o que naturalmente levou os seus discípulos a


fazerem perguntas. Uma delas foi: “Dize-nos, quando
acontecerão essas coisas?” (Marcos 13:4). Jesus respondeu:
"Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os
anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai. Estai de sobreaviso,
vigiai [e orai]; porque não sabeis quando será o tempo"
(versículos 32-33). É importante lembrar, em qualquer
discussão sobre a escatologia, que Deus não pretende que
entendamos completamente a cronometragem de Seus planos.

No entanto, a Bíblia diz que o retorno de Jesus está próximo,


e que devemos esperar ansiosamente por isso (Romanos 8:19-
25, 1 Coríntios 1:7, Filipenses 3:20, Judas 21). Tiago nos
encoraja: "Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso
coração, pois a vinda do Senhor está próxima" (Tiago 5:8).
Apocalipse 1:3 e 22:10 também dizem que "o tempo está
próximo".

Jesus ensinou os Seus discípulos a vigiarem pelo Seu retorno.


"Ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que não
cuidais, o Filho do Homem virá" (Lucas 12:40). O comando
"ficai apercebidos" implica iminência. Ao longo do Novo
Testamento, a igreja recebe instruções para estar pronta
(Mateus 24:42, 44; 1 Tessalonicenses 5:6). Se os discípulos e a
igreja primitiva deviam esperar a vinda do Senhor a qualquer
momento, quanto mais devemos nós esperar com grande
expectativa?

Nossa salvação está "preparada para revelar-se no último


tempo" (1 Pedro 1:5). Jesus poderia retornar para os Seus a
qualquer momento, e esse evento iniciará a série de eventos
detalhados em Apocalipse 6-18. Como as cinco virgens sábias
na parábola de Jesus (Mateus 25:1-13), devemos estar
136

prontos. "Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora"


(Mateus 25:13).

Pergunta: "O que são as setenta semanas de


Daniel?"

Resposta: A profecia "setenta semanas" é uma das mais


significativas e detalhadas profecias messiânicas do Antigo
Testamento. Encontra-se em Daniel 9. O capítulo começa com
Daniel orando por Israel, reconhecendo os pecados da nação
contra Deus e pedindo a Deus por misericórdia. Enquanto
Daniel orava, o anjo Gabriel apareceu a ele e lhe deu uma
visão do futuro de Israel.

As Divisões das 70 Semanas


No versículo 24, Gabriel diz: "Setenta semanas estão
determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade."
Quase todos os comentaristas concordam que as setenta
"semanas" devem ser entendidas como setenta "semanas" de
anos, ou seja, um período de 490 anos. Estes versículos
fornecem uma espécie de "relógio" que dá uma ideia de
quando o Messias viria e alguns dos eventos que
acompanhariam o Seu aparecimento.

A profecia continua a dividir os 490 anos em três unidades


menores: uma de 49 anos, uma de 434 anos e uma de sete
anos. A "semana" final de sete anos é dividida pela metade. O
versículo 25 diz: "Sabe e entende: desde a saída da ordem
para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao
Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas." Sete
"semanas" são 49 anos, enquanto que sessenta e duas
"semanas" são outros 434 anos: 49 anos + 434 anos = 483 anos.
137

O Propósito das 70 Semanas


A profecia contém uma declaração sobre o propósito de Deus
em causar esses eventos a acontecerem. Esse propósito pode
ser dividido em seis pontos. O versículo 24 explica: 1) "cessar
a transgressão", 2) "dar fim aos pecados", 3) "expiar a
iniquidade", 4) "trazer a justiça eterna", 5) “selar a visão e
profecia”, e 6) "ungir o Santo dos Santos".

Observe que esses resultados dizem respeito à erradicação


total do pecado e ao estabelecimento da justiça. A profecia
das 70 semanas resume o que acontece antes que Jesus
estabeleça o Seu reino milenar. De especial nota é o terceiro
na lista de resultados: "expiar a iniquidade". Jesus realizou a
expiação pelo pecado por Sua morte na cruz (Romanos 3:25 e
Hebreus 2:17).

O Cumprimento das 70 Semanas


Gabriel disse que o relógio profético começaria no momento
em que um decreto fosse emitido para reconstruir Jerusalém.
Desde a data desse decreto até a época do Messias haveria 483
anos. A história nos diz que o mandamento de "restaurar e
reconstruir Jerusalém" foi dado pelo rei Artaxerxes da Pérsia
c. 445 aC (ver Neemias 2:1-8).

A primeira unidade de 49 anos (sete "semanas") cobre o tempo


que levou para reconstruir Jerusalém, "praças e as
circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos"
(Daniel 9:25). Esta reconstrução é narrada no livro de
Neemias.

Usando o costume judaico de um ano de 360 dias, 483 anos


depois de 445 aC nos coloca no ano 30 dC, o que coincidiria
138

com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mateus 21:1-


9). A profecia em Daniel 9 especifica que após a conclusão dos
483 anos, "será morto o Ungido" (versículo 26). Isto foi
cumprido quando Jesus foi crucificado.

Daniel 9:26 continua com uma previsão de que, depois que o


Messias for morto, "o povo de um príncipe que há de vir
destruirá a cidade e o santuário". Isto foi cumprido com a
destruição de Jerusalém em 70 dC. O "príncipe que há de vir"
é uma referência ao Anticristo, o qual, ao que parece, terá
alguma ligação com Roma, já que foram os romanos que
destruíram Jerusalém.

A Semana Final das 70 Semanas


Das 70 "semanas", 69 foram já foram historicamente
cumpridas. Isso deixa mais um "sete" ainda a ser cumprido. A
maioria dos estudiosos acredita que agora estamos vivendo um
enorme intervalo entre a semana 69 e a semana 70. O relógio
profético foi pausado, por assim dizer. A final "semana" de
Daniel é o que normalmente chamamos do período de
tribulação.

A profecia de Daniel revela algumas das ações do Anticristo, o


"príncipe que há de vir". O versículo 27 diz: "Ele fará firme
aliança com muitos, por uma semana.” No entanto, “na
metade da semana, …. sobre a asa das abominações virá o
assolador, até a destruição” no templo. Jesus advertiu sobre
esse evento em Mateus 24:15. Depois que o Anticristo quebrar
a aliança com Israel, um tempo de "grande tribulação" começa
(Mateus 24:21).

Daniel também prevê que o Anticristo enfrentará julgamento.


Ele só governa "até que a destruição, que está determinada,
139

se derrame sobre ele" (Daniel 9:27). Deus só permitirá que o


mal vá tão longe, e o julgamento que o Anticristo enfrentará
já foi planejado.

Conclusão
A profecia das 70 semanas é complexa e surpreendentemente
detalhada, e muito tem sido escrito sobre isso. Claro que
existem várias interpretações, mas o que apresentamos aqui é
a visão dispensacional e pré-milenista. Uma coisa é certa:
Deus tem um calendário e está mantendo as coisas dentro do
cronograma. Ele conhece o fim desde o princípio (Isaías
46:10), e devemos estar sempre aguardando o retorno
triunfante de nosso Senhor (Apocalipse 22:7).

Pergunta: "Quem são os santos da


tribulação?"

Resposta: Os santos da tribulação são simplesmente os santos


que vivem durante a tribulação. Cremos que a igreja será
arrebatada antes da tribulação, mas a Bíblia indica que um
grande número de pessoas durante a tribulação colocará sua
fé em Jesus Cristo. Em sua visão do céu, João vê um grande
número desses santos da tribulação que foram martirizados
pelo Anticristo: "Depois destas coisas, vi, e eis grande
multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações,
tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do
Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas
mãos" (Apocalipse 7:9). Quando João pergunta quem são, ele
recebe a resposta: "São estes os que vêm da grande
tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue
do Cordeiro" (versículo 14).
140

A tribulação será um tempo de grande angústia para os ímpios


por causa dos juízos de Deus. Também será um tempo de
grande perseguição para os crentes - ou santos - por causa da
perseguição do Anticristo (Apocalipse 13:7). Daniel viu o
Anticristo, o qual "fazia guerra contra os santos e prevalecia
contra eles" (Daniel 7:21). Naturalmente, a salvação eterna
dos santos é segura: Daniel também viu que "veio o Ancião de
Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em
que os santos possuíram o reino" (Daniel 7:22; Apocalipse
14:12-13).

Os santos da tribulação ouvirão o evangelho de várias fontes


possíveis. A primeira é a Bíblia. Haverá muitas cópias da Bíblia
deixadas no mundo e, quando os julgamentos de Deus
começarem a cair, muitas pessoas provavelmente reagirão
pegando uma Bíblia para ver se as profecias lá encontradas
estão sendo cumpridas. Muitos dos santos da tribulação
também terão ouvido o evangelho das duas testemunhas
(Apocalipse 11:1-13). A Bíblia diz que esses dois indivíduos
profetizarão "por mil duzentos e sessenta dias [três anos e
meio]" (versículo 3) e realizarão grandes milagres (versículo
6). E então há os 144.000 missionários judeus que são
redimidos e selados por Deus durante a tribulação (Apocalipse
7:1-8). Imediatamente após a descrição de seu selamento em
Apocalipse 7, lemos sobre as multidões de santos da tribulação
que são salvos de todos os cantos do mundo (versículos 9-17).

Os santos da tribulação servirão ao seu Senhor Jesus Cristo no


meio de um ambiente desesperado. Fiéis até o fim, muitos
desses crentes morrerão pela fé. No entanto, em sua morte,
eles venceram: "Eles, pois, o venceram por causa do sangue do
Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e,
mesmo em face da morte, não amaram a própria vida"
141

(Apocalipse 12:11). E Deus os recompensará: "e aquele que se


assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.
Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre
eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra
no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da
água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima"
(Apocalipse 7:15-17).

Louvamos ao Senhor que o grande dia da tribulação será


também um grande dia de graça. Mesmo quando Deus está
cumprindo Sua justa punição em um mundo incrédulo, Ele
restaurará Israel à fé e estenderá a graça a todos os que
creem, tanto judeus quanto gentios. Deus sempre esteve no
negócio de salvar as pessoas, e essa salvação ainda estará
disponível durante a tribulação. No entanto, não espere até lá
- receba Jesus agora (João 1:12).

Pergunta: "O que é a trindade profana nos


tempos finais?"

Resposta: Uma tática comum de Satanás é imitar ou falsificar


as coisas de Deus para se fazer parecer Deus. O que é
comumente conhecido como a "trindade profana", descrita em
Apocalipse 12 e 13, é um excelente exemplo. A Santíssima
Trindade é constituída por Deus, o Pai, o Filho (Jesus Cristo) e
o Espírito Santo. A trindade profana consiste de Satanás, o
Anticristo e o Falso Profeta. Enquanto a Santíssima Trindade é
caracterizada pela infinita verdade, amor e bondade, a
trindade profana retrata os traços diametralmente opostos de
decepção, ódio e mal autêntico.

Apocalipse 12 e 13 contêm passagens proféticas que


142

descrevem alguns dos principais eventos e figuras envolvidos


durante a segunda metade da tribulação de sete anos. Satanás
é descrito em Apocalipse 12:3 como um "dragão, grande,
vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete
diademas." A cor vermelha indica sua personalidade viciosa e
homicida. As sete cabeças simbolizam sete reinos malignos
que Satanás tem usado por toda a história em uma tentativa
de impedir que o plano de Deus avançasse. Cinco dos reinos já
tinham vindo e ido quando João escreveu esta profecia -
Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia e Grécia. Um reino
estava no poder nos dias de João - Roma. E o reino final será o
do Anticristo. As sete coroas representam um reino universal,
e os dez chifres representam a divisão do reino do Anticristo
em dez sub-reinos, como também indicado pelos dez dedos na
imagem no sonho de Nabucodonosor (Daniel 2:41-43) e pelos
dez chifres na "terrível" besta em Daniel 7:7, 24.

Apocalipse 12 indica muitos fatos importantes sobre Satanás,


além de sua natureza semelhante a de um dragão. Primeiro, a
descrição figurativa de "um terço das estrelas" sendo varrida
do céu indica que um terço dos anjos foi expulso do céu
durante a rebelião de Satanás (Apocalipse 12:4, ver Isaías
14:12-14 e Ezequiel 28:12-18). Em algum momento durante a
tribulação, o arcanjo Miguel e uma série de santos anjos lutam
com Satanás e seus demônios nos reinos celestiais, e Satanás é
expulso do céu para sempre (Apocalipse 12:7-9). Em sua
tentativa de impedir o cumprimento de Deus de Seu reino
terrestre, Satanás tentará mais uma vez aniquilar os judeus,
mas Deus protegerá sobrenaturalmente um remanescente em
algum lugar fora de Israel durante os últimos 42 meses (três
anos e meio) da tribulação (Apocalipse 12:6, 13-17, Mateus
24:15-21).
143

O segundo membro da trindade profana é a Besta - ou


Anticristo - descrita em Apocalipse 13 e Daniel 7. Na visão de
João, a besta sai do mar, o que a Bíblia normalmente usa em
referência às nações gentias. Ele é descrito como tendo sete
cabeças e dez chifres - exatamente como o dragão - indicando
a sua conexão com Satanás. Os dez chifres representam os dez
assentos do governo mundial que fornecerão poder ao
Anticristo (Daniel 7:7, 24). Esse governo mundial será uma
perversão faminta de poder, blasfema e sanguinária do reino
vindouro de Cristo.

Apocalipse 13:3, 12 e 14 indicam que o Anticristo será


mortalmente ferido na metade da tribulação, mas Satanás
sanará milagrosamente a sua ferida. Após este milagre
enganador, o mundo ficará totalmente encantado pelo
Anticristo e adorará tanto a ele quanto a Satanás (Apocalipse
13:4-5). O Anticristo ficará mais forte e, dispensando toda
pretensão de ser um governante pacífico, quebrará seu
tratado com os judeus, blasfemará abertamente a Deus,
atacará os santos e profanará o templo judaico reconstruído
(Daniel 9:27, Apocalipse 13:4-7, Mateus 24:15).

O personagem final da trindade profana é o Falso Profeta,


descrito em Apocalipse 13:11-18. Esta segunda besta sai da
terra, não do mar, possivelmente indicando que será um judeu
apóstata de Israel. João o vê como um cordeiro com chifres e
com a voz de um dragão (versículo 11). Embora se apresente
como uma pessoa mansa, suave e benevolente, os chifres
indicam o seu poder. E o seu discurso é do diabo. O Falso
Profeta falará persuasivamente e enganosamente para afastar
as pessoas de Deus e promover a adoração do Anticristo e
Satanás (Apocalipse 13:11-12). O Falso Profeta será capaz de
produzir grandes sinais e maravilhas, inclusive chamar fogo do
144

céu (Apocalipse 13:13). Ele erguerá uma imagem do


Anticristo, dará vida à imagem e exigirá que todas as pessoas
adorem a imagem (Apocalipse 13:14-15). A imagem da besta,
habilitada pelo Falso Profeta, fará "morrer quantos não
adorassem a imagem da besta" (versículo 15).

O Falso Profeta também obrigará cada pessoa a receber uma


marca de algum tipo para mostrar sua devoção ao Anticristo.
Aqueles que receberem a marca reconhecerão o Anticristo
como deus e submeter-se-ão a sua agenda. Tomar a marca
será uma exigência para se envolver no comércio da economia
mundial. A Escritura diz que receber a marca da besta
condenará aquela pessoa à morte eterna (Apocalipse 14:9-10).
Os santos da tribulação vão recusar a marca e serão
perseguidos como resultado.

Satanás é o anti-Deus, a Besta é o anti-Cristo, e o Falso


Profeta é o anti-Espírito. Esta trindade profana perseguirá
crentes e enganará muitos outros. No entanto, o reino de Deus
prevalecerá. Daniel 7:21-22 afirma: "Eu olhava e eis que este
chifre fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles,
até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do
Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino."

Pergunta: "Está a guerra no céu em


Apocalipse 12 descrevendo a queda original
de Satanás ou uma batalha angelical do fim
dos tempos?"

Resposta: A última grande batalha angélica e a expulsão final


de Satanás do céu é descrita em Apocalipse 12:7-12. Nesta
145

passagem, João vê uma grande guerra que coloca Miguel e os


anjos de Deus contra o dragão (Satanás) e seus anjos caídos ou
demônios. Isso ocorrerá no fim dos tempos, durante a
tribulação. Satanás, em seu grande orgulho e ilusão de que
pode ser como Deus, vai liderar uma rebelião final contra o
Senhor. Esse será um descompasso cósmico. O dragão e seus
demônios perderão a batalha e serão expulsos do céu para
sempre.

Sabemos que esta batalha ainda é futura por causa do


contexto de Apocalipse 12. O versículo 6 diz que a mulher
(Israel) foge do dragão (Satanás) "para o deserto, onde lhe
havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante
mil duzentos e sessenta dias." O versículo 7 começa com as
palavras Houve peleja. Enquanto Israel foge, explode uma
guerra no reino celestial. A fuga da mulher em Apocalipse 12:6
corresponde ao chamado de Jesus para que os judeus que
vivem na Judeia "fujam para os montes" ao verem a
abominação da desolação (Mateus 24:16). No ponto médio da
tribulação, o Anticristo mostrará quem realmente é, Satanás
será confinado à terra, e Israel será divinamente protegido por
1.260 dias (três anos e meio ou a segunda metade da
tribulação).

Um equívoco comum é que Satanás e seus demônios foram


trancados no inferno após a queda de Satanás. Muitas
passagens bíblicas deixam bem claro que Satanás não foi
barrado do céu após a sua primeira rebelião. Em Jó 1:1-2:8,
ele aparece diante de Deus para acusar Jó de ter segundas
intenções em sua adoração a Deus. Em Zacarias 3, Satanás
aparece novamente diante de Deus para acusar Josué, o sumo
sacerdote. Além disso, o profeta Micaías relata uma visão de
espíritos malignos na presença de Deus em 1 Reis 22:19-22.
146

Assim, mesmo depois da queda, Satanás ainda tinha algum


acesso ao céu.

Nesta era, Satanás e seus anjos ainda têm acesso limitado ao


céu e se opõem aos anjos de Deus (Daniel 10:10-14).
Entretanto, na batalha registrada em Apocalipse 12, Satanás e
seus servos perderão todo acesso ao céu (versículo 8) e ficarão
confinados a este planeta (versículo 9). Sua liberdade será
reduzida, Satanás ficará "cheio de grande cólera, sabendo que
pouco tempo lhe resta" (versículo 12).

Haverá grande regozijo no céu quando o antigo acusador for


proibido para sempre de caluniar os eleitos. No entanto, os
habitantes da terra sofrerão terrivelmente após este evento
por causa da raiva de Satanás e dos julgamentos restantes de
Deus sobre a terra.

A batalha entre Miguel e Satanás será crucial. Quando os


santos anjos de Deus derrotarem as hordas demoníacas, uma
grande voz no céu dirá: "Agora, veio a salvação, o poder, o
reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo" (Apocalipse
12:10). Os santos de Deus também participarão desta vitória:
"Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por
causa da palavra do testemunho que deram" (versículo 11).

Pergunta: "Quem ou o que é a meretriz da


Babilônia/mistério da Babilônia?"

Resposta: Parte da visão de João em Apocalipse inclui uma


descrição simbólica de uma entidade conhecida como o
"Mistério da Babilônia" ou "A Meretriz da Babilônia". Apocalipse
17:1-2 descreve a visão: "Veio um dos sete anjos que têm as
147

sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o


julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre
muitas águas, com quem se prostituíram os reis da terra; e,
com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os
que habitam na terra." Apocalipse 17:5 dá o seu nome: "Na sua
fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: BABILÔNIA, A
GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA
TERRA."

De acordo com Apocalipse 17:3, a meretriz na visão está


montada numa besta escarlate com sete cabeças e dez chifres
e "repleta de nomes de blasfêmia". A besta neste versículo é a
mesma que em Apocalipse 13:1 - a descrição é exatamente a
mesma - uma besta simbólica do Anticristo, o homem da
iniquidade (2 Tessalonicenses 2:3-4 e Daniel 9:27). Assim, a
meretriz da Babilônia, quem ou o que quer que seja, está
intimamente ligada ao Anticristo do fim dos tempos.

O fato de que a meretriz da Babilônia é mencionada como um


"mistério" significa que não podemos estar completamente
certos quanto a sua identidade. Entretanto, a passagem nos dá
algumas pistas. Apocalipse 17:9 diz: "Aqui está o sentido, que
tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a
mulher está sentada." Alguns comentaristas ligam esta
passagem à Igreja Católica Romana porque nos tempos antigos
a cidade de Roma era conhecida como "a cidade em sete
colinas". No entanto, o versículo 10 segue a explicar que as
sete colinas representam sete reis ou reinos, cinco dos quais
caíram, um atual e outro que está por vir. Portanto, a
"meretriz da Babilônia" não pode se referir exclusivamente a
Roma. Pelo contrário, ela está conectada com sete diferentes
impérios mundiais (um dos quais é ainda futuro).
148

Apocalipse 17:15 liga a meretriz a "povos, multidões, nações e


línguas". Ela terá grande influência mundial. Também
exercerá por um tempo o domínio sobre o mundo, pois é "a
grande cidade que domina sobre os reis da terra" (Apocalipse
17:18). No entanto, em algum momento os reis que governam
sob o Anticristo irão se voltar contra ela em ódio e destruí-la
(Apocalipse 17:16).

Pode o mistério da meretriz da Babilônia ser resolvido? Sim,


pelo menos em parte. A meretriz da Babilônia é um sistema
mundial maligno, controlado pelo Anticristo, durante a
tribulação. Os reis da terra cometem "adultério" com ela, e os
habitantes da terra são "intoxicados" por seus adultérios.
Muitas vezes, o adultério é usado nas Escrituras como
metáfora da idolatria e da infidelidade espiritual (por
exemplo, Êxodo 34:16; Ezequiel 6:9). Parece que a meretriz
da Babilônia é o ponto culminante de todos os falsos sistemas
religiosos ao longo da história. O fato de que ela está
"embriagada com o sangue dos santos" (Apocalipse 17:6)
mostra o seu ódio da religião verdadeira e piedosa, e seu fim
macabro mostra o ódio de Deus à religião falsa e ímpia
(versículos 16-17).

Pergunta: "A profecia bíblica prevê que


haverá uma Terceira Guerra Mundial antes
do fim dos tempos?"

Resposta: Não há dúvida de que uma guerra mundial será uma


parte do futuro. Ezequiel previu a batalha de Gogue e
Magogue, a qual ocorrerá logo antes da tribulação ou em
algum lugar perto do meio (Ezequiel 38-39). Cristo claramente
149

ensinou que haveria guerra antes de Sua segunda vinda


(Mateus 24:4-31). Alguns afirmam que Jesus esteja falando em
geral da era da igreja nos versículos 4-14 e do período da
tribulação (começando em seu ponto médio) nos versículos 15-
31. Outros acreditam que Cristo esteja falando apenas do
período da tribulação de sete anos nessa passagem. Embora os
versículos 4-14 aparentem estar dando descrições gerais, eles
se igualam à descrição dada mais cedo em Apocalipse 6:1-8,
que registra detalhes sobre o início da tribulação. Mateus
24:6-7 diz que haverá "guerras e rumores de guerras…
Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra
reino".

O futuro terá pelo menos mais uma guerra mundial. No


entanto, não há nada nas Escrituras que diga que haverá
apenas um certo número de guerras mundiais. As Guerras
Mundiais I e II não são explicitamente mencionadas nas
Escrituras, nem uma possível Terceira Guerra Mundial. Apenas
a última guerra é mencionada em detalhe, o que permite que
outras aconteçam antes disso.

Começando em Apocalipse 6, o apóstolo João registrou o que


viu sobre o futuro. A guerra é encontrada neste capítulo e
continua a ser uma parte dos eventos que se desenrolam até a
segunda vinda de Cristo no capítulo 19 (Apocalipse 6:2, 4;
11:7; 12:7; 13:4, 7; 16:14; 17:14; 19:11, 19).

Apocalipse 19:11 diz: "... O seu cavaleiro (Cristo) se chama


Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça." Apocalipse
19:19 diz que João viu "a besta e os reis da terra, com os seus
exércitos, congregados para pelejarem contra aquele que
estava montado no cavalo (Cristo) e contra o seu exército."
Isto claramente descreve uma guerra mundial. O vencedor é
150

Cristo, que apanha a besta/Anticristo e o falso profeta e os


lança no lago de fogo, também destruindo em seguida os
exércitos que os seguiram (Apocalipse 19:20-21). Não há
dúvida do resultado - a justiça prevalecerá quando Cristo, o
Rei dos reis e Senhor dos senhores, derrotar todos os que se
opõem a Ele.

Após o reinado de 1.000 anos de Cristo, haverá uma outra


revolta que pode ter o alcance de uma guerra mundial. Antes
do reinado milenar, Satanás será preso e, depois do milênio,
será libertado. Ele imediatamente liderará uma rebelião entre
os povos da terra. Cristo derrubará esta revolta e julgará
permanentemente a Satanás, lançando-o no lago de fogo,
assim como fez com a besta/Anticristo e o falso profeta
(Apocalipse 20:7-10).

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