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DANIEL CAPÍTULO 11 COMENTADO

“A profecia do capítulo onze de Daniel atingiu quase o seu cumprimento final. Logo se
cumprirão as cenas de perturbação das quais falam as profecias”. - TS, vol. 3, pág. 283.
“O tempo de angústia, que há de aumentar até o fim, está muito próximo. Não temos tempo
a perder. O mundo está agitado com o espírito de guerra. As profecias do capítulo onze de
Daniel quase atingiram o seu cumprimento final”. - RH, 24.11.1904; EF, pág. 12.
As profecias de Daniel reconsideram os principais pontos da História, sendo que cada visão
acrescenta certos aspectos não revelados antes. À medida que são dados mais
pormenores, o cumprimento preciso torna-se cada vez mais notável. LES, 1º Tri 1987, pág.
178.
Os capítulos 10 a 12 registram uma mesma visão. Daniel recebe uma visão do clímax da
história terrestre e da segunda vinda de Cristo. O anjo falou com Daniel sobre os
acontecimentos preditos no capítulo 11 cerca de 300 anos antes que começassem a
ocorrer. Todo o capítulo 11 é narrado pelo anjo Gabriel, de forma literal, sem simbolismo.
Logo, Daniel não está vendo os reis do norte e do sul, mas ouvindo sobre eles.
Entramos agora numa profecia de futuros acontecimentos, que não se revestem de figuras
e símbolos, como nas visões de Daniel 2, 7 e 8, mas que são dados em linguagem clara.
Aqui se apresentam muitos dos mais destacados eventos da história do mundo, dos dias
de Daniel até o fim do mundo. Esta profecia, diz Tomás Newton, pode apropriadamente
chamar-se um comentário e explicação da visão de Daniel 8. Com esta afirmação o referido
comentador demonstra quão claramente percebeu a relação que havia entre essa visão e
o restante do livro de Daniel. (Tomás Newton, Dissertations on the Prophecies, vol. 1, pág.
335). – Urias Smith, Daniel e Apocalipse, vol 1, pág. 185.
“A linguagem de Daniel 11 é considerada literal, no sentido de não ser simbólica na
modalidade em que o é a linguagem dos capítulos 2, 7 e 8. Aqui não existem imagens
formadas por múltiplos elementos, nem bestas ou chifres.” - C. Mervyn Maxwell, Uma Nova
Era Segundo as Profecias de Daniel, pág. 293.
O relato acontece no ano 538 a.C., o mesmo ano de Dn 9:21-23.
Daniel 11 é um dos capítulos mais difíceis de se interpretar. Os acontecimentos descritos
são, com frequência, condensados e vagos, levando às mais diversas interpretações.
Existe uma concordância majoritária quanto à primeira parte; contudo, à medida que o
capítulo avança, as divergências se multiplicam inclusive entre os que compartilham a
mesma visão teológica. Embora nem todos os detalhes fiquem claros, a mensagem básica
é que Deus é o Senhor da história e, a despeito dos governantes terrenos e de suas ações,
ele vencerá o mal e salvará seu povo. Daniel 11 apresenta muitos paralelos com os
capítulos 8 e 9 (ver tabela de semelhanças na p. 1124). Os intérpretes que se pautam pela
abordagem histórica contínua, como esta Bíblia de estudo, costumam considerar que o
capítulo tem início com o império persa, seguido pela Grécia, em particular, com duas das
grandes divisões do império grego após a morte de Alexandre, o Grande. Estas duas
divisões, os selêucidas (“rei do Norte”, verso 6-15, com sede na Síria) e os ptolomeus (“rei
do Sul”, verso 5-15, com sede no Egito), interagiam uma com a outra e com a terra de Israel.
A Grécia foi sucedida por Roma imperial, depois Roma eclesiástica e, por fim, por um poder
político/religioso apóstata. Bíblia de Estudo Andrews.
1 Mas eu. Este versículo é uma continuação da declaração do anjo, em Daniel 10:21. A
divisão do capítulo neste ponto foi imprópria. Dá a impressão de que uma nova parte do
livro começa aqui, quando a narrativa é claramente contínua. Gabriel informa a Daniel que
Dario, o medo, foi [no passado] honrado pelo Céu (ver PR, 556). A visão foi dada no terceiro
ano de Ciro (Dn 10:1). O anjo está contando a Daniel sobre o evento ocorrido no primeiro
ano de Dario [anterior a Ciro]. Naquele ano, Dario, o medo, foi honrado pelo Céu com uma
visita do anjo Gabriel “para o animar e fortalecer” (PR, 556). CBASD – Comentário Bíblico
Adventista do Sétimo Dia, vol. 4, p. 951.

2. A verdade. O conteúdo da quarta grande revelação em Daniel começa com este


versículo. Tudo o que antecede, de 10:1 a 11:1, serve de pano de fundo e introdução à
visão. CBASD, vol. 4, p. 951.
Três reis se levantarão na Pérsia. Diferentemente da apresentação dos capítulos 2, 7 e
8, esta profecia é narrada em linguagem literal acerca da história futura em grandes
detalhes, sem representação simbólica dos poderes por meio de estátuas, animais e outros
itens semelhantes. … Em Daniel 11 fala-se dos governantes sem citar nomes, por isso
devemos identificá-los pelas descrições. embora a primeira parte do capítulo seja
relativamente clara, à medida que ele avança, torna-se cada vez mais difícil identificar as
pessoas exatas e os acontecimentos a que o texto se refere. Bíblia de Estudo Andrews.
Visto que esta visão foi dada a Daniel no terceiro ano de Ciro (Dn 10:1), a referência é, sem
dúvida, aos três reis que sucederam Ciro no trono da Pérsia: Cambises (530- 522 a.C), o
falso Esmérdis (Gaumata, cujo nome babilônico era Bardiya; ver vol. 3, p. 376, 377), um
usurpador (522 a.C), e Dario I (522-486 a.C). CBASD, vol. 4, p. 951.
O quarto. Comentaristas em geral concordam que o contexto aponta Xerxes como “o
quarto” rei, mas diferem quanto à enumeração dos vários reis referidos neste versículo. …
Seja como for, Xerxes é “o quarto”. CBASD, vol. 4, p. 951.
Grandes riquezas mais do que todos. Xerxes é identificado com o Assuero do livro de
Ester (ver vol. 3, p. 507; ver também comentário de Et 1:1. O registro diz que ele se
orgulhava das ‘riquezas da glória do seu reino” (ver Et 1.4.6.7). CBASD, vol. 4, p. 952.
Empregará tudo. Esta passagem pode ser traduzida de duas maneiras. Em geral se
interpreta que Xerxes agitaria todas as nações do mundo contra a Grécia. Esse é um fato
bem conhecido da história. Na época de Xerxes, a península grega era a única área
importante do Mediterrâneo oriental que não estava sob o domínio persa. Em 490 a.C,
Dario, o grande, predecessor de Xerxes, enquanto tentava subjugar os gregos, foi vencido
na batalha de Maratona. Com a ascensão de Xerxes, foram feitos novos planos para a
conquista da Grécia. Heródoto (vii.61 -80) enumera mais de 40 nações que ofereceram
tropas para o exército de Xerxes. Do vasto exército, faziam parte soldados de países tão
distantes como Índia, Etiópia, Arábia e Armênia. … Por volta de 480 a.C., o vasto império
persa estava em guerra contra os gregos. As cidades-estados gregas, que tão
frequentemente guerreavam entre si, se uniram para salvar sua liberdade, Em princípio, os
gregos enfrentaram uma série de obstáculos. Votam derrotados em Termópilas, e Atenas
foi tomada e parcialmente incendiada pelos persas. Depois, a maré virou, A marinha grega,
comandada por Temístocles, foi bloqueada por uma esquadra persa superior na batalha de
Salamina, na costa de Ática, próximo a de Atenas. Pouco depois de a batalha ter começado,
os navios persas estavam em uma formação demasiado estreita para uma manobra eletiva.
Sob os constantes ataques gregos, muitos foram afundados, e somente uma fração da frota
escapou. Com essa vitória grega, as forças marítimas persas foram eliminadas na luta
contra a Grécia. No ano seguinte, 479 a.C., os gregos decisivamente derrotaram as tropas
persas, em Plateia, e expulsaram de vez do solo grego. … partindo da vasta perspectiva
da história mundial, a guerra entre os persas e os gregos constitui um dos decisivos fatos
históricos. A história subsequente da Europa e do mundo poderia ter sido bem diferente se
o resultado em Salamina e Plateia tivesse sido outro. A civilização ocidental, então limitada
quase que exclusivamente à Grécia, salvou-se de ser engolida pelo despotismo persa.
CBASD, vol. 4, p. 952.
O quarto rei depois de Ciro foi Xerxes (486-465 a.C.). Ele planejou uma grande invasão à
Grécia, que acabou falhando. Bíblia de Estudo Andrews.

3. Depois, se levantará um rei poderoso. Este é Alexandre, o Grande (336-323 a.C.),


cujo império foi dividido em quatro reis gregos (verso 4; comparar com 8:8, 21, 22). Observe
que, após a Pérsia, sob a liderança de Xerxes, perder a batalha para a Grécia 11:2), o
capítulo 11 ignora todos os outros reis persas (de 465 a.C. em diante) e parte diretamente
para o império grego (a partir de 330 a.C.). Bíblia de Estudo Andrews.
Um rei poderoso. Do heb. melek gibor, “um rei valente [guerreiro]”. Clara referência a
Alexandre, o Grande (336-323 a.C). CBASD, vol. 4, p. 955.
Grande domínio. O domínio de Alexandre se estendia desde a Macedônia e a Grécia até
o noroeste da índia, desde o Egito ao rio Jaxartes, ao leste do Mar Cáspio – o maior império
do mundo até aquela época (ver comentário de Dn 2:39; 7:6). CBASD, vol. 4, p. 955.

4. No auge. Alexandre acabara de atingir o auge de seu poder quando foi quebrado. Em
323 a.C, esse rei, que governou desde o Adriático até o Indo, adoeceu repentinamente e,
11 dias depois, estava morto (ver comentário de Dn 7:6). CBASD, vol. 4, p. 955.
Será quebrado. Alexandre não deixou nenhum sucessor de sua família imediata que
pudesse manter unidos os territórios que conquistou. …, mas, em menos de 25 anos após
a morte de Alexandre, uma coalizão de quatro generais tinha derrotado Antígono, o último
aspirante ao controle de todo o império, e o território de Alexandre foi dividido em quatro
reinos e, mais tarde, em três. CBASD, vol. 4, p. 955.
Não para a sua posteridade. O filho póstumo de Alexandre [nascido após sua morte] foi
chamado de rei, mas foi morto ainda criança, na luta entre os generais pelo domínio do
império. Dessa forma, não houve um descendente de Alexandre que pudesse governar.
CBASD, vol. 4, p. 955

5. O rei do Sul. Deste versículo em diante, e em grande parte do capítulo, a profecia foca
os dois reinos que surgiram do império de Alexandre com os quais os judeus, como povo
de Deus, tiveram muito a ver. Esses reinos foram a Síria, governada pelos selêucidas, e o
Egito, comandado pelos ptolomeus. A partir do ponto de vista geográfico da Palestina, o
primeiro ficava ao norte, e o último, ao sul. A tradução grega original, de fato, traz “rei do
Egito” em vez de “rei do Sul”; o verso 8 também aponta o Egito como rei do Sul. … No
momento da história ao qual se refere este versículo, o rei do Egito era Ptolomeu 1 Soter
(também chamado Ptolomeu Lago, 305-283 a.C), da dinastia grega ptolomaica que
governou o Egito, no sul da Palestina, um dos melhores generais de Alexandre, que
estabeleceu a monarquia helenística que mais perdurou. CBASD, vol. 4, p. 955.
Um de seus príncipes. Evidentemente se aplica a Seleuco I Nicator (305-281 a.C), outro
general de Alexandre, que se tornou governador da maior parte asiática do império. … Em
316 a.C, Seleuco foi expulso de Babilônia, que ele havia dominado desde 321, por seu rival
Antígono (ver comentário de Dn 7:6). Daí em diante, Seleuco se colocou sob o comando
de Ptolomeu, a quem ajudou a derrotar Demétrio, filho de Antígono, em Gaza, em 312 a.C.
Pouco depois disso, Seleuco conseguiu reconquistar seus territórios na Mesopotâmia.
CBASD, vol. 4, p. 955.
Um de seus príncipes. Seleuco l Nicator (305-281 a.C.), general de Alexandre que se
tornou governante de Babilônia. Ele foi expulso e fugiu para o Egito, mas Ptolomeu o ajudou
a reconquistar Babilônia. Seleuco expandiu muito seu domínio e fundou a dinastia
selêucida, com capital na Síria, no norte da Palestina. Portanto, os reis de a dinastia são os
reis do Norte do capítulo 11. O fato de Seleuco ter se subordinado a Ptolomeu por um tempo
explica por que ele é chamado de “um de seus príncipes”. Bíblia de Estudo Andrews.
Mais forte do que ele. Isto é, Seleuco, que num momento poderia ser considerado um dos
“príncipes” de Ptolomeu, se tornou mais forte do que o rei egípcio. Quando Seleuco morreu,
em 281 a.C, seu reino se estendia do Helesponto [atual Dardanelos, na Turquia] até o norte
da Índia. CBASD, vol. 4, p. 955 e 956.

6. Ao cabo de anos. A visão profética focaliza [agora] uma crise que ocorreu 35 anos após
a morte de Seleuco I. CBASD, vol. 4, p. 956.
Eles se aliarão um com o outro. Para solidificar a paz entre os dois reinos, depois de uma
guerra longa e custosa, Antíoco II Theos, o divino (261-246 a.C), neto de Seleuco I, se
casou com Berenice, filha do rei egípcio, Ptolomeu II Filadelfo. Antíoco também depôs sua
primeira esposa e irmã, Laodiceia, de sua posição prioritária e excluiu seus filhos da
sucessão do trono. CBASD, vol. 4, p. 956.
Rei do Norte. Este termo é usado pela primeira vez nesta profecia e, neste contexto, se
refere aos selêucidas, cujos territórios estavam ao norte da Palestina. O então “rei do Norte”
era Seleuco II Calínico (246- 226 a.C), filho de Antíoco II e Laodiceia. CBASD, vol. 4, p.
956.
Rei do Norte. Referência ao território de Seleuco, localizado no norte de Israel. Observe
que o povo de Deus ficou preso no meio, entre o Norte e o Sul. Bíblia de Estudo Andrews.
Não conservará a força. Depois de nascido um filho do novo casamento, houve uma
reconciliação entre Antíoco e Laodiceia. CBASD, vol. 4, p. 956.
Ele não permanecerá. Antíoco morreu repentinamente, envenenado por Laodiceia,
segundo a opinião popular. CBASD, vol. 4, p. 956.
O seu braço. Devido a uma simples mudança nas vogais hebraicas, muitas versões antigas
(Teodócio, Símaco, Vulgata) trazem “sua semente”. Isso se referiria ao filho de Antíoco com
Berenice, a quem Laodiceia matou. CBASD, vol. 4, p. 956.
Será entregue. Isto é, Berenice, que junto com seu filho, foi morta pelos partidários de
Laodiceia. CBASD, vol. 4, p. 956.
Os que a trouxeram. Muitas das damas de companhia egípcias de Berenice pereceram
com ela. CBASD, vol. 4, p. 956.
E seu pai. Uma simples mudança na pontuação vocálica permite ler “seu filho” (ver BJ).
Isso, é claro, se referiria ao filho morto por ordem de Laodiceia. CBASD, vol. 4, p. 956.
O que a tomou por sua. Provavelmente Antíoco, marido de Berenice. CBASD, vol. 4, p.
956.
a filha do rei do sul casará com o rei do norte … ele não permanecerá. Os reis Ptolomeu
Filadelfo do Egito e Antíoco Theos da Síria intentaram garantir a paz entre seus países
mediante o casamento de Antíoco com Berenice, a filha de Ptolomeu. Antíoco [da Síria] já
possuía uma esposa, chamada Laodice. Uma parte do tratado entre os dois reis, previa que
Antíoco se divorciaria de sua primeira esposa. Desta forma o divórcio foi arranjado,
celebrado o novo casamento, e no devido tempo nasceu um garoto do casamento de
Antíoco com Berenice, o qual viria futuramente a ser rei. Infelizmente, em breve Antíoco
descobriu que não apreciava muito Berenice. Fazia frequentes comparações entre ela e
Laodice. Quando faleceu Ptolomeu [do Egito], o pai de Berenice, Antíoco divorciou-se dela
e fez de Laodice outra vez a sua esposa. Mas Laodice tornara-se amargurada. Ela temia,
igualmente, os próximos passos que seu esposo poderia dar. Portanto utilizando-os seus
poderes reais de uma forma que era muito comum naqueles dias, ela tomou providências
para que Antíoco, Berenice, o filhinho desta e todas as suas servas fossem assassinadas.
… o anjo apresentou toda esta situação ao profeta quase trezentos anos antes que os fatos
ocorressem. Maxwell, Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel, p. 291, 292.
O rei do Sul, Ptolomeu Filadelfo, do Egito e o rei do Norte, Antíoco Theos, da Síria,
procuraram estabelecer a paz e a unidade fazendo uma aliança baseada no casamento de
Berenice, filha de Ptolomeu, com Antíoco. Os dois reis pareciam querer muitíssimo essa
aliança, pois Antíoco já estava casado com uma mulher chamada Laodice (que também
era sua irmã). Mas, por causa da aliança, ele divorciou-se dela e casou com Berenice, que
lhe deu um herdeiro do sexo masculino. Antíoco Theos mudou, porém, de opinião acerca
de sua nova esposa, e percebeu que cometera um erro ao divorciar-se de Laodice. Tendo
recuperado os seus poderes reais, esta última tomou a iniciativa contra a outra. Planejou o
assassínio do rei, de Berenice e seus assistentes e do filhinho de Berenice. Laodice era
vingativa e temia o que seu marido poderia fazer. Por isso ela o eliminou. LES, 1º Tri 1987,
pág. 180.

7. De um renovo da linhagem dela. Ptolomeu III Evergetes, filho de Ptolomeu II e irmão


de Berenice, sucedeu seu pai em 246 a.C, e invadiu a Síria em vingança pelo assassinato
de sua irmã. CBASD, vol. 4, p. 956.
Prevalecerá. Ptolomeu III [do Egito] deve ter obtido êxito em sua campanha contra Seleuco
II [da Síria]. Avançou triunfalmente terra adentro pelo menos até a Mesopotâmia — embora
se vangloriasse de ter ido até a Báctria — e estabeleceu o poderio marítimo I do Egito no
Mediterrâneo. CBASD, vol. 4, p. 956.
8. Seus deuses. Jerônimo (Commentatiorum in Danielem Liber, capítulo XI, in J. Migne,
Patrologia Latina, vol. 25, col. 56 declara que Ptolomeu III levou de volta Egito um imenso
despojo. … O Decreto de Canopo (239/238 a.C.) declara, em honra a Ptolomeu III: “e as
imagens sagradas levadas do’ país pelos persas, tendo o rei feito uma campanha
estrangeira, recuperou-as ao Egito, e restaurou aos templos o que tinha sido levado de
cada um deles” (tradução em J. P. Mahaffy A History of Egypt Under the Ptolemaic Dynasty
[Nova York: Charles Scribner’s Sons, 1899], p. 113). CBASD, vol. 4, p. 956.
Egito. Esta única menção (até o verso 42) do verdadeiro nome do país do “rei do Sul”
estabelece, sem dúvida, a identidade dessa nação. CBASD, vol. 4, p. 957.

9. Rei do Sul. … depois de Ptolomeu III ter voltado ao Egito, Seleuco reestabeleceu sua
autoridade e marchou contra esse país, esperando reaver suas terras e reaver seu
prestígio. CBASD, vol. 4, p. 957.
avançará contra o reino do rei do Sul e tornará para sua terra. Em 242 a.C, Seleuco II
Calínico (246-225 a.C.) tentou se vingar da invasão de Ptolomeu III, mas fracassou. Bíblia
de Estudo Andrews.
Tornará para a sua terra. Seleuco foi derrotado e forçado a voltar para a Síria de mãos
vazias (em cerca de 240 d.C.). CBASD, vol. 4, p. 957.

10. Os seus filhos. Isto é, os dois filhos de Seleuco II: Seleuco III Cerauno Soter (226/225-
223/222 a.C.), que foi assassinado depois de um curto reinado, e Antíoco III, o Grande
(223/222-188/187 a.C.). CBASD, vol. 4, p. 957.
Os seus filhos farão guerra. Os filhos de Seleuco II que guerrearam contra o Egito foram
Seleuco III (225-223 a.C.) e Antíoco III, o Grande (223-187 a.C.). Bíblia de Estudo Andrews.
Arrasará tudo e passará adiante. Em 219 a.C., Antíoco III iniciou sua campanha contra o
sul da Síria e o Palestino, retomando Selêucia, porto de Antioquia. Depois iniciou uma
campanha sistemática para conquistar a Palestina de seu rival, Ptolomeu IV Filopator (222-
204 a.C), durante a qual entrou na Trans Jordânia. CBASD, vol. 4, p. 957.

11. Este se exasperará. Sobre esta expressão, ver comentário de Dn 8:7. Em 217 a.C,
Ptolomeu IV encontrou Antíoco em Ráfia, próximo à fronteira da Palestina com o Egito.
CBASD, vol. 4, p. 957.
Sua multidão. Políbio, o principal historiador antigo desse período, declara que o exército
de Antíoco era constituído de 62 mil soldados de infantaria, 6 mil cavaleiros e 102 elefantes
(Histories, verso79). As tropas de Ptolomeu [IV] deviam ser mais ou menos equivalentes
em número (comparar com a referência a “miríades”, no verso 12). CBASD, vol. 4, p. 957.
Será entregue nas mãos daquele. A batalha de Ráfia (217 a.C), entre Antíoco III e
Ptolomeu IV, resultou numa derrota esmagadora para o primeiro, de quem se diz ter perdido
10 mil soldados e 300 cavaleiros, além de 4 mil prisioneiros. CBASD, vol. 4, p. 957.
12. Não prevalecerá. Indolente e dissoluto, Ptolomeu [IV, do Egito] não soube aproveitar
sua vitória em Ráfia. No meio tempo, durante os anos 212-204 a.C. Antíoco III [do Norte]
empregou suas energias para recuperar seus territórios orientais e realizou campanhas
exitosas até a fronteira da índia. A morte de Ptolomeu IV (205? a.C.) foi ocultada durante
algum tempo; então um filho, de quatro ou cinco anos o sucedeu como Ptolomeu V … (204-
180 a.C). CBASD, vol. 4, p. 957.

13. O rei do Norte tornará. A ascensão do pequeno Ptolomeu V [Sul] deu a Antíoco III
[Norte] a oportunidade de se vingar dos egípcios. Em 201 a.C, ele invadiu outra vez a
Palestina. CBASD, vol. 4, p. 957.
Os seus filhos farão guerra. Os filhos de Seleuco II que guerrearam contra o Egito foram
Seleuco III (225-223 a.C.) e Antíoco III, o Grande (223-187 a.C.). Bíblia de Estudo Andrews.
(205-180 a.C.), um menino de apenas seis anos de idade. Bíblia de Estudo Andrews.
Ao cabo de tempos. Literalmente, “no final de tempos, anos”. A referência é,
provavelmente, ao período de 16 anos (217-201 a.C) entre a batalha de Ráfia (ver
comentário do verso 11) e a segunda campanha de Antíoco contra o sul. CBASD, vol. 4, p.
957, 958.

14. Naqueles tempos. A partir deste versículo, as interpretações do restante do capítulo


diferem muito. Um grupo de comentaristas considera que os verso 14 a 45 continuam a
narrar a história subsequente dos reis selêucidas e ptolomaicos. Outros defendem que, a
partir do verso 14, o grande império mundial seguinte, Roma, entra em cena, e que os verso
14 a 35 esboçam o curso desse império e da igreja cristã. Neste ou num ponto posterior do
capítulo, muitos comentaristas encontram referências a Antíoco IV (Epifânio), que governou
de 175 a 164/163 a.C, e à crise nacional que sua política de helenização acarretou aos
judeus. E inegável que a tentativa de Antíoco de forçar os judeus a abandonar sua religião
nacional e sua cultura e adotar em lugar delas a religião, cultura e língua dos gregos é o
evento mais significativo da história judaica de todo o período intertestamentário. … [Texto
omitido sobre Antíoco IV Epifânio, inserido, ao final, como nota] … É possível que Daniel
11 se refira i crise provocada pelas políticas de Antíoco Epifânio, embora existam
consideráveis diferenças de opinião quanto a que pane da profecia fala desse rei.
Reconhecer que as atividades de Antíoco Epifânio estão mencionadas em Daniel 11 não
requer que ele seja considerado o tema da profecia dos capítulos 7 e 8, assim como a
menção de outros reis selêucidas não requer que sejam considerados tema da profecia
desses capítulos. CBASD, vol. 4, p. 958.
se levantarão muitos contra o rei do Sul. Durante o reinado do jovem Ptolomeu V, muitos
egípcios se rebelaram contra os senhores gregos. A Pedra de Roseta registra as
concessões que os regentes de Ptolomeu fizeram a eles. Bíblia de Estudo Andrews.
Conquanto os comentaristas discordem sobre quando Roma aparece como poder na
profecia de Daniel 11, eles geralmente admitem que Daniel 11:5-14 se refere a conflitos
entre os Ptolomeus no Sul e os Selêucidas no Norte. Visto que Roma, nas visões anteriores
de Daniel, entra em cena depois da Grécia, esperamos que Roma seja mencionada nessa
profecia. Alguns adventistas que estudaram esta profecia veem Roma aparecendo pela
primeira vez no verso 16, mas o CBASD parece favorecer o conceito de que Roma é
mencionada no verso 14 como “os prevaricadores do teu povo” (Almeida antiga) ou
“saqueadores do teu povo” (KJV). CBASD, vol. 4, pág. 958/59.
Os dados à violência dentre teu povo. … se a expressão for entendida de forma objetiva,
a passagem significaria “aqueles que agem com violência contra teu povo’. Nesse sentido,
seria uma referência aos romanos, que ao final (63 a.C.) privaram os judeus de sua
independência e, mais tarde (em 70 e 135 d.C.), destruíram o templo e a cidade de
Jerusalém. Foi, de fato, durante o reinado de Antíoco III (ver comentário dos versos 10-13)
que os romanos, a fim de proteger os interesses de seus aliados Pérgamo, Rodes, Atenas
e Egito, interferiram pela primeira vez nas questões da Síria e do Egito. CBASD, vol. 4, p.
958/59.

15. Rei do Norte. Após as observações do verso 14, que podem ser um parêntese, este
versículo dá continuidade à narrativa iniciada no verso 13 acerca da segunda campanha de
Antíoco na Palestina. CBASD, vol. 4, p. 959.
O rei do Norte virá. Antíoco III derrotou um exército egípcio bem capacitado e cercou as
forças egípcias restantes em Tiro. Bíblia de Estudo Andrews.
Cidades fortificadas. A referência é, possivelmente, a Gaza, tomada por Antíoco III, em
201 a.C., depois de longo cerco. Alguns comentaristas entendem que esta passagem se
refere a Sidom, onde Antíoco cercou um exército egípcio nessa mesma guerra e, depois de
um cerco, forçou-o a se render. CBASD, vol. 4, p. 959

16. Terra gloriosa. Isto é, Palestina (ver com, de Dn 8:9). De acordo com o ponto de vista
de que os romanos são referidos no verso 14, acredita-se que a conquista descrita aqui
seja a de Pompeu, que em 63 a.C, interveio numa disputa entre os irmãos Hircano e
Arístóbulo, rivais na luta pelo trono da Judeia. Os defensores se fecharam atrás dos muros
do templo e, por três meses, resistiram aos romanos. Foi nessa ocasião que, de acordo
com Josefo (Antiguidades, xi verso 4.4), Pompeu levantou o véu e contemplou o santo dos
santos, então vazio, pois arca estava escondida desde o exílio (ver comentário de Jr 37:10).
CBASD, vol. 4, p. 959.
estará na terra gloriosa. Antíoco III tomou a Palestina (comparar com verso 41, 45; 8:9),
antes sob domínio do Egito. Bíblia de Estudo Andrews.

17. Entrará em acordo. … pode haver aqui uma referência ao fato de que, quando morreu,
em 51 a.C, Ptolomeu XI Auletes colocou seus dois filhos, Cleópatra e Ptolomeu XII, sob a
tutela de Roma. CBASD, vol. 4, p. 959.
e lhe dará uma jovem em casamento, para destruir o seu reino. Após se apropriar de
mais territórios, Antíoco III selou um tratado de paz com Ptolomeu V, dando sua filha,
Cleópatra, em casamento a ele. Bíblia de Estudo Andrews.
Uma filha das mulheres (ARC; ARA: “uma jovem”). Expressão incomum, que
possivelmente enfatiza a feminilidade da mulher em questão. Alguns aplicam esta
expressão a Cleópatra, filha de Ptolomeu XI. Ela foi posta sob a tutela de Roma, em 51 a.C,
e três anos depois se tornou amante de Júlio César, que tinha invadido o Egito. Depois de
Júlio César ter sido assassinado, Cleópatra voltou suas afeições para Marco Antônio, rival
de Otaviano (mais tarde, Augusto), herdeiro de César, que derrotou as forças aliadas de
Cleópatra e Marco Antônio, em Ácio (31 a.C). No ano seguinte, o suicídio de Marco Antônio
(planejado por Cleópatra, segundo a opinião de alguns) abriu o caminho para o novo
vencedor. Então, Cleópatra se suicidou ao se dar conta de que não poderia conquistar
Otaviano. Com Cleópatra, findou a dinastia ptolomaica do Egito e, de 30 a.C. em diante, o
Egito foi uma província do império romana A conduta desonesta de Cleópatra se ajusta
bem às, especificações da última frase deste versículo, pois Cleópatra não era a favor de
César, mas de seus próprios interesses políticos. CBASD, vol. 4, p. 959.

18. As terras do mar. Guerras em outras partes do império fizeram com que Júlio César
deixasse o Egito. O partido de Pompeu foi logo derrotado nas terras costeiras da África. Na
Síria e Ásia Menor [atual Turquia], César teve êxito contra Farnaces, rei de Ponto. CBASD,
vol. 4, p. 959.

19. Tropeçará, e cairá. Em 44 a.C, Júlio César foi assassinado em Roma. CBASD, vol. 4,
p. 960.

20. Um exator (ou arrecadador de impostos). A passagem se refere a um rei que enviaria
opressores ou exatores por todo seu reino. A maioria dos comentaristas entende que a
referência é a um cobrador de impostos, que, antigamente, para o homem comum era a
própria personificação da opressão real. Lucas 2:1 registra que, “naqueles dias, foi
publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para
recensear-se [literalmente, “inscrever-se” ou “registrar” se” ver comentário de Lc 2:1]”.
Considera-se que Augusto, sucessor de Júlio César, estabeleceu o império romano e,
depois de um reinado de mais de 40 anos, morreu em paz em seu leito, em 14 d.C. CBASD,
vol. 4, p. 960.
Muitos comentaristas consideram isto uma referência a César Augusto. Se é assim,
certamente chegamos a um ponto na profecia que se refere a Roma. LES 1º Tri 1987, pág.
181.

21. Um homem vil. Isto é, alguém desprezado ou pouco estimado. Augusto foi sucedido
por Tibério (14-37 d.C.). … existem evidências suficientes que mostram que Tibério era
excêntrico, mal compreendido e não amado pelo povo. CBASD, vol. 4, p. 960.
Ao qual não tinham dado. Provavelmente a referência é ao fato de que Tibério não estava
originalmente na linha de sucessão ao trono, mas se tornou filho de Augusto por adoção e
foi apontado como herdeiro do império apenas quando adulto. CBASD, vol. 4, p. 960.
Caladamente. Quando Augusto morreu, Tibério ascendeu ao trono de forma pacífica. Ele
era apenas o filho adotivo de seu predecessor, e sua ascensão deveu-se, em grande parte,
às manobras de sua mãe, Lívia. CBASD, vol. 4, p. 960.
22. As forças inundantes. O quadro é de exércitos que se assemelham a uma inundação
(ver Dn 9:26). Tibério teve êxito ao conduzir várias campanhas militares, tanto na Alemanha
quanto no Oriente, nas fronteiras da Armênia e Pártia. CBASD, vol. 4, p. 960.
Príncipe da aliança. Identificado com o Príncipe que confirma a aliança em Daniel 9:25 a
27 (ver 8:11). A profecia do capítulo 9 deixa claro que se trata do Messias, Jesus Cristo.
Foi no reinado de Tibério (14-37 d.C.) e por ordem de seu procurador na Judeia, Pôncio
Pilatos, que Jesus foi crucificado, no ano 31 d.C. CBASD, vol. 4, p. 960.

23. Apesar da aliança. [comentaristas] que defendem a continuidade cronológica da


narrativa profética de Daniel 11, encontram uma referência à política romana de obter o que
hoje seria chamado de “pacto de assistência mútua”, como, por exemplo, a aliança de
auxílio e amizade com os judeus. Nesses tratados, os romanos reconheciam os
participantes como “aliados” e tinham o objetivo de, supostamente, proteger e promover
interesses mútuos. Assim, Roma parecia amiga e protetora, apenas para astuciosamente
fazer valer esses acordos em benefício próprio. Ela com frequência impunha os fardos das
conquistas sobre seus “aliados”, mas, em geral, reservava as recompensas para si. Ao finai,
esses “aliados” eram absorvidos pelo império romano. CBASD, vol. 4, p. 960, 961.

24. Por certo tempo. Do heb. ‘ad-‘eth, “até um tempo”. Esta expressão indica um [ponto
do] tempo quando as artimanhas do poder aqui apresentado seriam eliminadas. … ‘Ad-‘eth
parece indicar um tempo indeterminado. O poder maligno agiria até que atingisse o limite
especificado por Deus (ver Dn 11:27; cf. 12:1). Os que acreditam que aqui se indica um
tempo profético veem nos eventos narrados uma referência ao período de tempo em que a
cidade de Roma permaneceria como sede do império. Considera-se que 31 a.C. foi a data
inicial, o ano da batalha de Ácio, quando Augusto triunfou sobre Marco Antônio e Cleópatra.
A contar de 31 a.C, 360 anos chegam a 330 d.C., o ano em que a sede do império foi
transferida de Roma para Constantinopla. CBASD, vol. 4, p. 961.

25. Suscitará a sua força. … este versículo se refere à luta entre Augusto e Antônio, que
culminou com a batalha de Ácio e com a derrota de Antônio. CBASD, vol. 4, p. 961.

26 Os que comerem. Alguns veem nesta frase uma referência aos favoritos da realeza.
Desde os dias dos primeiros Césares, intrigas palacianas marcaram a ascensão e a queda
dos imperadores romanos. … No antigo Oriente, esperava-se que os que comiam alimento
fornecido por outra pessoa se mantivessem leais a ela. CBASD, vol. 4, p. 961.
Arrasado. Quando Cleópatra, temendo pelo estrondo da batalha, se retirou de Ácio.
levando seus 60 navios da marinha egípcia, Marco Antônio a seguiu e, com isso concedeu
vitória a Augusto. Os que apoiavam Marco Antônio passaram para o lado de Augusto.
Finalmente, Marco Antônio cometeu suicídio. De acordo com os que enfatizam a
continuidade cronológica do capítulo (ver comentário do verso 23), é predita aqui a situação
política instável que marcou os reinados de Nero e Diocleciano. CBASD, vol. 4, p. 961.
27. Estes … se empenharão em fazer o mal. Alguns consideram que esta frase é uma
referência a intrigas de Otaviano (mais tarde, Augusto) e Antônio, ambos aspirantes ao
controle do império. Outros veem uma referência a luta pelo poder durante os últimos anos
do reinado de Diocleciano (284-305 d.C.) e durante os anos entre a morte deste e o tempo
em que Constantino, o Grande (306-337), conseguiu unir novamente o império (323 ou
324). CBASD, vol. 4, p. 961.
Tempo determinado. Homens maus e suas maquinações duram apenas até quando Deus
permite. A verdadeira filosofia da história se demonstra no livro de Daniel: Segundo a Sua
vontade, Ele opera com o exército do Céu e os moradores da terra; não há quem Lhe
possa deter a mão” (Dn 4:35). CBASD, vol. 4, p. 961, 962.

28. Então, o homem vil tornará. Alguns expositores consideram que isto seja uma
previsão do cerco e da destruição de Jerusalém por Tito, em 70 d.C. Outros, que defendem
a continuidade cronológica da narrativa profética (ver comentário do verso 23), veem uma
descrição mais ampla da obra de Constantino, o Grande. CBASD, vol. 4, p. 962.
Contra a santa aliança. Fala-se de Cristo como o “príncipe da aliança” (verso 22), e aquele
que “fará firme aliança com muitos por uma semana” (Dn 9:27). Esta aliança é o plano da
salvação, traçado na eternidade e confirmado pela morte de Cristo. Então, parece razoável
entender o poder aqui mencionado como um que tenazmente se oporia a esse plano e a
seu efeito na vida dos seres humanos. Alguns veem uma referência específica à invasão
da Judeia pelos romanos e à tomada e destruição de Jerusalém, em 70 d.C. Outros
sugerem que Constantino seja o tema da profecia e observam que, embora professasse ter
se convertido à fé cristã, Constantino estava na verdade “contra a santa aliança”, sendo
que seu objetivo era fazer uso do cristianismo como um instrumento para unir o império e
solidificar seu domínio. Ele fez grandes favores à igreja, mas em troca esperava que a igreja
apoiasse sua política. CBASD, vol. 4, p. 962.

29. Não será. De acordo com a interpretação de que aqui se esboça a carreira de
Constantino, sugere-se o seguinte: a despeito de todas as tentativas de Constantino para
reavivar a antiga glória e o poder do império romano, seus esforços tiveram um êxito apenas
parcial. CBASD, vol. 4, p. 962.
Na primeira. Alguns creem que a referência seja à mudança da sede do império para
Constantinopla. Essa mudança foi apontada como sinal da queda do império. CBASD, vol.
4, p. 962.
aliança. Ver comentário do verso 28. Alguns veem nessa indignação uma referência aos
esforços de Roma para destruir a santa aliança por meio da supressão das Sagradas
Escrituras e do ataque àqueles que criam nelas. CBASD, vol. 4, p. 963.

31. Profanarão. Do heb. chalal. Palavra hebraica que indica que algo sagrado foi tornado
profano. A palavra é empregada para indicar a profanação de um altar de pedra pelo uso
de uma ferramenta sobre ele (Ex 20:25) e a profanação do sábado (Ex 31:14). Também
descreve os atos dos que profanaram o nome de Deus ao sacrificarem os filhos a deuses
pagãos (Lv 20:3; ver comentário de Lv 18:21).CBASD, vol. 4, p. 963.
O santuário, a fortaleza nossa. Literalmente, “o lugar santo, o refúgio”. Estas palavras
estão em aposição. … O santuário terreno em Jerusalém era cercado de fortificações. O
santuário celestial, onde Cristo pleiteia Seu sangue em favor de pecadores, é o supremo
lugar de refúgio. Sendo assim, entende-se que esta passagem descreve a ação do grande
poder apóstata da história cristã que substituiu o verdadeiro sacrifício de Cristo e Sua
ministração como sumo sacerdote no santuário celestial por um falso sacrifício e uma falsa
ministração. CBASD, vol. 4, p. 963.
Sacrifício diário. Ver comentário de Dn 8:11. CBASD, vol. 4, p. 963.
Abominação desoladora. A obra do papado é aqui predita. Esta é a primeira vez que a
expressão ocorre no livro de Daniel … Daniel 8:11 a 13 é uma profecia dupla (similar à de
Mt 24; ver DTN, 628) que se aplica tanto à destruição do templo e de Jerusalém pelos
romanos como à obra do papado na era cristã. Deve-se observar também que a referência
explícita de Jesus à obra do “abominável da desolação”, como ainda no futuro naquela
época, toma claro que Antíoco Epifânio, de fato, não cumpre essa profecia (ver comentário
de Dn 8:25). CBASD, vol. 4, p. 963, 964.
Lisonjas. Do heb. chalaqqoth “coisas lisas, escorregadias” (ver Dn 8:25). O método de
Satanás consiste em fazer seu caminho parecer mais fácil do que o de Deus. Através da
história cristã, o povo de Deus tem se mantido fiel ao “apertado […] caminho que conduz
para a vida”, como Cristo o descreveu (Mt 7:14). CBASD, vol. 4, p. 964.
E ativo. Sem dúvida, esta passagem se refere àqueles que, nas terras sob jurisdição de
Roma e fora dela, resistiram às usurpações papais e mantiveram a fé viva, como, por
exemplo, os valdenses, os albigenses e outros. A igreja verdadeira se distingue não apenas
pelo fato de que o povo de Deus reage ao pecado, resistindo à tentação, mas muito mais
por levar adiante um programa positivo de ação em favor da vontade do Altíssimo. O
cristianismo não pode ser passivo. Todo , filho de Deus tem uma missão a cumprir. CBASD,
vol. 4, p. 964.

33. Ensinarão a muitos. A ordem de Cristo “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações” (Mt 28:19) é tão imperativa em tempos de perseguição como em períodos de paz
e, com frequência, se prova mais eficaz em tempos adversos. CBASD, vol. 4, p. 964.
Cairão. Durante os séculos em que o verdadeiro povo de Deus foi mais duramente
perseguido, os corajosos o suficiente para permanecer e testemunhar de suas convicções
se; tornaram objetos particulares de perseguição. CBASD, vol. 4, p. 964.
Algum tempo. O período a que se refere aqui é claramente o mesmo dos 1.260 anos (Dn
7:25; 12:7; Ap 12:6,14; 13:5); tempo durante o qual o poder apóstata blasfemou de Deus
da forma mais desafiante, exercendo autoridade usurpadora e perseguindo os que
rejeitavam essa autoridade (ver comentário de Dn 7:25). CBASD, vol. 4, p. 964.

34. Pequeno socorro. Embora, em Sua sabedoria, Deus nem sempre considerasse
apropriado livrar Seus santos da morte, todo mártir teve a oportunidade de saber que sua
vida estava “oculta juntamente com Cristo,’! em Deus” (Cl 3:3). Durante os amargos dias
de apostasia e perseguição, descritos em Daniel 11:33, Deus repetidamente enviou a Seu
povo oprimido “um pequeno socorro” por meio de líderes que falavam em meio à escuridão,
apelando para o retorno aos princípios das Escrituras. Dentre os quais estavam os ministros
valdenses do século 12 em diante, John Wycliffe, na Inglaterra, no século 14; e John Huss
e Jeronimo de Praga, no século 15. No século 16, a grande agitação na vida política,
econômica, social e religiosa da Europa, que em seu alcance espiritual tornou possível a
Reforma Protestante acrescentou muitas vozes mais fiéis às ouvidas nas gerações
anteriores. CBASD, vol. 4, p. 964, 965.

35 Tempo do fim. Estas passagens das Escrituras apontam para o ano 1798 d.C. como o
início do “tempo do fim” (ver DTN, 234; T5, 9, 10; GC, 356). CBASD, vol. 4, p. 965.
Tempo determinado. “O tempo do fim” é um tempo determinado no programa divino dos
acontecimentos. CBASD, vol. 4, p. 965.

36. Este rei. Eruditos adventistas do sétimo dia defendem dois pontos de vista com relação
à interpretação dos versos 36 a 39. Uma interpretação identifica o poder descrito aqui como
a França revolucionária de 1789 e anos seguintes. A outra defende que este é o mesmo
poder apóstata, perseguidor descrito nos versículos anteriores. CBASD, vol. 4, p. 965.
E se engrandecerá. De acordo com o ponto de vista de que aqui se descreve a França
revolucionária, entende-se que estas palavras descrevem os excessos do ateísmo
cometidos por alguns dos líderes mais radicais da Revolução. Como exemplo disso, em 26
de novembro de 1793, a Comuna, ou corpo governante da cidade de Paris, aboliu
oficialmente todas as religiões na capital da França. Embora essa ação tenha sido revertida
pela Assembleia Nacional poucos dias depois, ela ilustra a influência do ateísmo durante
esse período. Aqueles que entendem que estes versículos se aplicam ao grande poder
apóstata da história cristã consideram esta passagem paralela a Daniel 8:11, 25:2
Tessalonicenses 2:4 e Apocalipse 13:2, 6; e 18:7. Entendem que a profecia deste versículo
se cumpre na pretensão do papa em ser o vicário de Cristo na Terra, no poder reivindicado
pelo clero e no “poder das chaves”; a autoridade para abrir e fechar as portas do Céu aos
seres humanos. CBASD, vol. 4, p. 965, 966.
Falará coisas incríveis. De acordo com o ponto de vista de que a França é o tema em
questão, esta frase se refere às palavras arrogantes dos revolucionários que aboliram a
religião e estabeleceram o culto à deusa Razão. Quando, mais tarde, se introduziu o culto
ao Ser Supremo, os reacionários tornaram claro que ele não devia ser identificado com o
Deus da religião cristã. Sobre o cumprimento desta passagem segundo o ponto de vista de
que o papado o tema em questão aqui, ver comentário de Daniel 7:11, 25; cf. 2
Tessalonicenses 2:4; e Apocalipse 13:5 e 6. 37. CBASD, vol. 4, p. 966.
Desejo de mulheres. Os que acreditam que a referência é à França veem o cumprimento
desta passagem na declaração dos revolucionários de que o casamento era um mero
contrato civil, que sem formalidades poderia ser dissolvido pelas partes envolvidas. Já os
que acreditam ser ao papado veem uma possível referência à importância que esse poder
dá ao celibato e à virgindade. CBASD, vol. 4, p. 966.
Nem a qualquer deus. De acordo com a primeira posição, as palavras se aplicam ao poder
ateu francês revolucionário que tentou abolir a religião no país (ver comentário do verso
36). Segundo a outra posição, as palavras devem ser entendidas num sentido comparativo,
isto é, o poder descrito não é ateu, mas se considera porta-voz de Deus e não dá a Deus a
honra devida, Ele busca de forma blasfema se colocar no lugar dEle (ver 2Ts 2:4). CBASD,
vol. 4, p. 966.

38. Deus das fortalezas. Alguns interpretam este versículo como uma referência ao culto
da Razão instituído em Paris, em 1793. Ao perceberem a necessidade da religião para que
a França permanecesse forte a fim de cumprir seu objetivo em difundir a revolução pela
Europa, alguns dos líderes em Paris tentaram estabelecer uma nova religião, tendo a razão
personificada como deusa. Isso foi seguido, mais tarde, pelo culto ao “Ser Supremo” (a
natureza deificada), que pode ser considerado como o “deus das fortalezas” ou forças.
Outros entendem que se faz referência aqui às orações dirigidas à virgem Maria; e ainda
outros à aliança de Roma com poderes civis e seus esforços premeditados para conseguir
que as nações fizessem sua vontade. CBASD, vol. 4, p. 966.
Coisas agradáveis. Uma palavra similar da mesma raiz é empregada em Isaías 44:9 para
descrever os custosos ornamentos com os quais os pagãos enfeitavam suas imagens.
Alguns veem o cumprimento desta passagem nos presentes valiosos concedidos às
imagens da Virgem e dos santos (ver Ap 17:4; 18:16). CBASD, vol. 4, p. 966.

39. Agirá contra as poderosas fortalezas. Alguns veem nesta passagem uma referência
ao lugar estratégico que o ateísmo e as ideias racionalistas ocuparam entre os líderes da
França durante a Revolução. Outros veem uma descrição do apoio que a igreja romana
deu ao culto aos “protetores”, os santos, às I festividades realizadas em várias cidades ao
redor do mundo, em honra ao sacrifício da missa e à virgem Maria. CBASD, vol. 4, p.
966,967.
Repartirá a terra. Alguns entendem que estas palavras descrevem a divisão das grandes
propriedades da nobreza da França, e à venda dessas propriedades pelo governo a
pequenos proprietários. Estima-se que dois terços das propriedades rurais francesas foram
confiscados pelo governo durante a Revolução. Outros acreditam que estas palavras têm
seu cumprimento no domínio papal sobre governantes temporais e no frequente
recebimento de rendas por parte deles. Sugeriu-se que a divisão do Novo Mundo, entre
Espanha e Portugal, pelo papa Alexandre VI, em 1493, pode ser considerado um exemplo
do cumprimento desta passagem. CBASD, vol. 4, p. 967.

40. Tempo do fim. Aqui o rei do Norte e o rei do Sul são mencionados pela primeira vez
desde os versos 14 e 15. Eruditos adventistas do sétimo dia que entendem que o tema dos
versos 36 a 39 é a conduta da França durante a Revolução defendem que a Turquia é o rei
do Norte dos versos 40 a 45. Os que aplicam os versos 36 a 39 ao papado encontram aqui
um quadro profético do clímax de sua carreira. Alguns do último grupo identificam o papado
como o rei do Norte, ao passo que outros fazem distinção entre os dois. Alguns consideram
que os verso 40 a 45 têm seu cumprimento no colapso do império otomano, em 1922 (ver
comentário do verso 45). CBASD, vol. 4, p. 967.

45. Chegará ao seu fim. Em geral, os adventistas do sétimo dia defendem que o
cumprimento do verso 45 ainda está no futuro. As palavras prudentes ditas pelo pioneiro
adventista Tiago White, em 1877, com respeito à cautela na interpretação de profecias
ainda não cumpridas, são um conselho válido ainda hoje: “Ao interpretar profecias não
cumpridas, sobre as quais a história não está escrita, o estudioso deve apresentar suas
suposições sem exagerado dogmatismo, do contrário poderá se encontrar extraviado no
terreno da fantasia. “Existem pessoas que se preocupam mais com a verdade futura do que
com a presente. Veem pouca luz no caminho por onde andam, mas pensam que há grande
luz adiante deles. “Posições tomadas sobre a questão do Oriente se baseiam em profecias
que ainda não se cumpriram. Nesse caso, deveríamos andar com cautela e tomar posições
cuidadosas, do contrário poderemos estar removendo os marcos estabelecidos firmemente
no movimento adventista. Pode-se dizer que há um acordo geral sobre esse tema, e que
todas as atenções estão voltadas para a presente guerra entre a Turquia e a Rússia como
o cumprimento dessa parte da profecia que dará grande confirmação da fé no breve alto
clamor e na conclusão de nossa mensagem. Mas é inquietante pensar qual será o resultado
desse dogmatismo quanto às profecias não cumpridas se as coisas não ocorrerem como
se espera tão confiadamente” (Tiago White, RH, 29 de novembro de 1877). CBASD, vol. 4,
p. 967.

Nota [CBASD] sobre 11:14, Antíoco Epifânio [CBASD]:


A ameaça de Antíoco Epifânio confrontou os judeus com uma crise comparável às crises
causadas pelo faraó, por Senaqueríbe, Nabucodonosor, Hamã e Tito. Durante seu breve
reinado de 12 anos, Antíoco quase exterminou a religião e a cultura dos judeus. Ele tirou
todos os tesouros do santuário, saqueou Jerusalém, deixou a cidade e seus muros em
ruínas, matou milhares de judeus e exilou outros como escravos. Um edito real ordenava-
lhes que abandonassem os rituais de sua religião e vivessem como pagãos. Eles foram
forçados a erigir altares pagãos em todas as cidades da Judeia, a oferecer neles carne de
porco e a entregar todas as cópias das Escrituras para serem rasgadas e queimadas.
Antíoco ofereceu carne de porco diante de um ídolo pagão no templo judaico. A interrupção
dos sacrifícios (em 168-165 ou 167-164 a.C, de acordo com dois métodos de computar o
tempo na era selêucida; ver nota de rodapé, no vol. 5, p. 25, paginação lateral) ameaçou a
sobrevivência da religião judaica e a identidade dos judeus como povo. Finalmente, os
judeus se rebelaram e expulsaram da Judeia as forças de Anita. Eles tiveram êxito em
repelir um exército enviado por Antíoco com o propósito específico de exterminá-los como
nação, Livres, mais uma vez do opressor, restauraram o templo, fizeram um novo altar e
ofereceram sacrifícios novamente (1 Macabeus 4:36-54). Ao fazer aliança com Roma,
poucos anos depois (161 a.C), os judeus desfrutaram, por quase um século, de relativa
independência e prosperidade sob a proteção romana, até a Judeia se tornar uma província
romana, em 63 a.C. Os que afirmam que Antíoco Epifânio é mencionado nos verso 14 e 15
consideram que os “dados à violência” são os judeus que se tornaram traidores de seus
próprios conterrâneos e ajudaram Antíoco na execução de seus decretos e políticas cruéis
e blasfemos (para um relato detalhado das amargas experiências dos judeus durante esse
tempo, ver 1 Macabeus 1 e 2; Josefo. Antiguidades, xii.6, 7; Guerra dos Judeus, i.1).
CBASD, vol. 4, p. 958.
Comentário de Jobson Santos e Jeferson Quimelli, publicado em:
https://reavivadosporsuapalavra.org/2014/08/25/:
Daniel recebeu várias visões sobre a sucessão das potências mundiais, cada uma
agregando mais informações que a anterior (caps. 2,7,8,9,10-12). Os capítulos 10 a 12
formam uma unidade e, em 11:1, Gabriel continua sua fala, iniciada em 10:19, informando
que um ou dois anos antes, no primeiro ano de Dario, o havia apoiado pessoalmente. Quem
sabe não foi Gabriel quem acalmou os leões, em seu trabalho para garantir a vitória de
Daniel contra seus acusadores?
Gabriel, olhando agora para o futuro, descreve (verso 2) os próximos 4 reis da Pérsia,
ressaltando o poder e ambição do quarto. Este não foi ninguém menos que Xerxes (a
pronúncia grega de Ashuerosh, ou Assuero, 486 a 465 a.C.), a quem conhecemos como o
marido de Ester. A grande festa de Ester 1 mostra o esforço de Assuero em conseguir apoio
militar para sua campanha contra a Grécia. Sua derrota nas batalhas de Salamina (480
a.C.) e Plateia (479 a.C.) enfraqueceu a Pérsia e fortaleceu as cidades-estados gregas que,
mais tarde, sob o domínio de Alexandre, expandiriam o domínio helênico até o Egito e ao
ocidente da Índia (verso 3) [1, Maxwell, p. 298].
Nos versos 4 a 14, Gabriel descreve os embates políticos e militares entre dois dos quatro
reinos resultantes da divisão do império de Alexandre pelos seus quatro principais
generais: Cassandro (Grécia e Macedônia), Lisímaco (Trácia e norte da Turquia), Seleuco
(sul da Turquia, Síria, Babilônia, Pérsia, até à Índia) e Ptolomeu (Egito, Líbia e Palestina).
Estes dois últimos, ao norte – o Selêucida – e ao sul da Palestina – Ptolemaico-, que
alternaram entre si a posse da Terra Santa no período que conhecemos como
intertestamentário, são o foco destes versos.
Já a partir do verso 15 pode-se identificar a ascensão e domínio de Roma, o novo império
que chegaria a partir do norte, onde podem- se identificar as referências a Cleópatra (v, 17),
Júlio César (verso 17-19), Augusto (verso 20), e a morte de Jesus, o Príncipe da Aliança,
(verso 22).
Do verso 21 até o verso 39, podemos ver a progressiva atuação espiritual de Roma, com
clara identificação com a atividade do chifre pequeno das visões dos capítulos 7 e 8 [2,
Andrews]. Destaque ao ataque ao Santuário, e o seu serviço, símbolos da intercessão de
Jesus, e a introdução de um sistema de salvação baseado em obras e intercessão
humanas, a “abominação desoladora”.
Nos emociona ver Gabriel contar a Daniel sobre um “povo que conhece ao seu Deus …
forte e ativo” (verso 32), que mesmo sob cruéis ditaduras ensinaram “a muitos” (verso 33),
perseguidos “até o tempo do fim” (verso 34). Valdenses, lolardos, hussitas, luteranos,
anabatistas, huguenotes e católicos romanos sinceros que “preferiram morrer afogados ou
enforcados ou queimados na estaca ou torturados ou aprisionados, a abdicar de sua fé” em
resistência ao “espírito de tirania medieval” [1,Maxwell, p. 311]. A reforma protestante foi o
“pequeno socorro” do verso 34. [3, CBASD].
É interessante notar que nestes versos, foram revelados a Daniel os aspectos históricos do
poder opositor a Deus durante a Idade Média e do remanescente de Deus, enquanto João,
em Apocalipse 13, destaca os aspectos religiosos, estendendo este período até o fim.
É oportuno dizer que a Igreja Adventista não tem uma interpretação oficial quanto aos
versos 36-45, em especial aos versos 40-45, que são claramente profecias a serem
cumpridas. É mera especulação dizer que o verso 45 mostra que os EUA, enquanto
segunda besta de Ap 14, instalará a sede de seu domínio em Jerusalém (Monte Santo),
entre os mares (Mediterrâneo e Morto)
Cabe aqui, com muita propriedade, o comentário da Bíblia de Andrews [2]: “Este texto
destaca as tentativas, nos últimos tempos, do inimigo de Deus em estabelecer um controle
duradouro sobre todo o mundo. Os precisos eventos na Terra são agora conhecidos apenas
por Deus. Predições proféticas são dadas na Bíblia não para que se façam especulações
a respeito do futuro, mas para a construção da fé após eles terem passado (ver as palavras
de Jesus em João 14:29)”.

Referências:
1. Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel. C. Mervyn Maxwell. Casa.
2. Comentários da Andrews Study Bible. Andrews University Press.
3. CBASD – Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 4. Casa.

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