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1.

Uma Palavra ao Coração Pertubado

“Não se turbe o vosso coração...”. (João 14.1)

Introdução

Sem dúvida Martyn Lloyd-Jones tinha razão quando disse que “a maior necessidade de
homens e mulheres neste mundo é a necessidade do que se denomina um coração
tranquilo”.1 Milhões de dólares são gastos anualmente à procura da paz. Todos os anos,
milhares de pessoas, buscando paz pessoal ou familiar, recorrem a conselheiros
profissionais. Diplomatas viajam pelo mundo à procura de paz entre as nações. Os
tribunais estão atolados com casos que surgem do término da paz existente entre
indivíduos ou corporações.2

Cristãos não estão isentos desse tumulto de um mundo pecador. Nós, também sofremos
a ansiedade de circunstâncias inquietantes e a angústia de relações interrompidas. 3
Sendo assim, a grande pergunta que ecoa no coração do homem em toda a história é a
seguinte: Onde encontrarei a paz que meu coração tanto almeja? É com esse objetivo
que começo um estudo nessa grande passagem das Escrituras a fim de lembrarmo-nos
do ensino do nosso Senhor Jesus Cristo sobre como obter uma paz sólida estando em
um mundo de instabilidades.

1. Uma Despedida clara, porém dolorosa.

Os capítulos 14-17 de várias maneiras se assemelham ao gênero discurso de despedida,


estabelecido na literatura judaica – um herói ilustre prestes a morrer, instrui seus
seguidores sobre como se preparar para vida após sua partida.4

Era um dia de quinta-feira, antes da Páscoa (Jo 13.1). Jesus está com seus discípulos no
cenáculo, onde ocorreu a ceia. “Outros Evangelhos registram que a ceia do Senhor foi

1
LLOYD-JONES, Martyn. Não Se Perturbe o Coração de Vocês. São Paulo: Publicações Evangélicas
Selecionadas, 2016, p. 19.
2
BRIDGES, Jerry. A Vida Frutífera: o transbordamento do amor de Deus por seu intermédio. São Paulo;
: Cultura Cristã, 2010, p. 73.
3
Ibidem.
4
BLOMBERG, Craig L. Introdução aos Evangelhos: Uma pesquisa abrangente sobre Jesus e os 4
evangelhos. São Paulo: Vida Nova, 2009, p.436-437.
instituída nesse ponto da narrativa, porém João não traz essa informação, talvez porque
considerasse que esse tema já havia sido suficientemente abordado nos Evangelhos
sinóticos. Esses sinóticos indicam explicitamente que essa ceia era a refeição de Páscoa
(Mt 26.17-30; Mc 14.21-26; Lc 22.7-23). João, por outro lado, inclui uma série de
declarações que sugerem que essa refeição aconteceu na véspera da Páscoa, e que a
morte de Jesus ocorreu no exato momento em que as pessoas matavam o cordeiro
pascais para preparar a refeição (13.1, 29; 18.28; 19.14, 31, 42)”.5

Durante a sua última ceia lava os pés de seus discípulos como uma lição sobre a beleza
e a importância da humildade entre os servos de Deus. Após essa cena, Jesus indica o
traidor (Jo.13.21, 26) e, após sua saída, o Senhor diz as seguintes palavras aos seus
discípulos: “Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco; buscar-me-eis, e o que eu
disse aos judeus também agora vos digo a vós outros: para onde eu vou, vós não podeis
ir”. (Jo 13.33). Essas palavras deixaram os discípulos com o coração profundamente
perturbado (14.1)6. Jesus falou-lhes claramente, mas tais palavras causaram dor e
tristeza, a ponto do Senhor ver a necessidade de lhes dirigir palavras de consolação e de
paz (14-17).

A grande pergunta que devemos fazer é a seguinte: “Por que os discípulos ficaram
perturbados em seus corações, sendo que Jesus havia deixado claro, no decorrer de seu
ministério, que era necessário que o Filho do Homem morresse a fim de ser glorificado
e, então salvar a muitos?”. Martyn Lloyd-Jones destaca dois motivos possíveis pelos
quais a morte de Jesus seria um momento de extremo sofrimento para aqueles
discípulos7:

2. A Tristeza dos Discípulos

Em primeiro lugar, eles sofreriam porque aprenderam a depender de Jesus. “Os


discípulos jamais tinham conhecido alguém semelhante a Ele. Eles tinham sido homens
comuns, vivendo vidas comuns neste mundo, com seus altos e baixos, e problemas; no
entanto, de repente, eles o conheceram e foram chamados por Ele para segui-lo e lhe

5
Bíblia de Estudo Genebra. (Jo 13.1). 2ª ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura
Cristã, p, 1399.
6
“O sentido do pensamento não é ‘não comecem a ficar perturbados’, mas ‘parem de sentir-se
perturbados’”. (HENDRICKSEN, William. João, trad. Jonathan Luís Hack, 2 a edição, Comentário do Novo
Testamento. São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014, p. 571–572).
7
LLOYD-JONES, Martyn. Não Se Perturbe o Coração de Vocês. São Paulo: Publicações Evangélicas
Selecionadas, 2016, p. 15-17.
acompanhar de forma muito especial, e tinha sido uma experiência maravilhosa e
emocionante. A própria personalidade de Jesus era completamente diferente e única;
eles nunca viram ninguém como Ele antes. Havia algo na própria pessoa dele; olhar nos
Seus olhos significava reconhecer algo jamais conhecido”.8

Em segundo lugar, eles tinham ainda uma ideia vaga e equivocada sobre o Messias
aguardado. “Eles tinham os seus conceitos judaicos a respeito de como seria o Messias
e o reino que Ele iria estabelecer, e era principalmente político. Estavam perturbados
por Ele não ter se declarado rei; alguns tentaram forçá-lo a fazer isso. Tinham decidido
esperar por Ele, sentido que, em algum ponto não muito distante, Ele se declararia. Ele
se proclamaria rei, lançaria um grande ataque contra os romanos, e os livraria da tirania
romana e estabeleceria um reino maravilhoso. Contudo, aqui estava Ele, anunciando que
ia embora! Não tinha feito nada para estabelecer o reino! Por isso, estavam infelizes e
sentiam que tinham sido enganados e um pouco desiludidos; Ele não era o que
pensavam”.9

Sendo assim, o espetáculo da cruz seria para os discípulos um sinônimo de profundo


desapontamento e desespero, nas palavras de João Calvino: “Não é sem boas razões que
Cristo confirma seus discípulos fazendo uso de tantas palavras, visto que um desafio tão
árduo e tão terrível os aguardava; porque não era uma tentação ordinária aquela que
viram logo depois; Cristo pendurado na cruz; espetáculo esse em que nada era visto
senão o que era motivo do mais profundo desespero”.10

3. O Coração de Cristo

Contudo, quando Jesus viu a fraqueza e a perturbação de Jesus discípulos e as


dificuldades que viria pela frente, ele parou para lhes confortar e revelar o motivo pelo
qual eles deveriam nutrir uma forte esperança em seus corações. Assim, “estando perto
o tempo de tão profunda angústia, ele aponta para o remédio, para que não se sentissem
vencidos e esmagados. Pois ele não os exorta e os encoraja simplesmente a
permanecerem preparados, mas igualmente os informa a fonte de onde iriam obter

8
LLOYD-JONES, Martyn. Não Se Perturbe o Coração de Vocês. São Paulo: Publicações Evangélicas
Selecionadas, 2016, p. 15.
9
LLOYD-JONES, Martyn. Não Se Perturbe o Coração de Vocês. São Paulo: Publicações Evangélicas
Selecionadas, 2016, p. 17.
10
CALVINO, João. Evangelho Segundo João, org. Tiago J. Santos Filho e Paulo César Valle, trad. Valter
Graciano Martins, Primeira Edição, vol. 2, Série Comentários Bíblicos (São José dos Campos, SP: Editora
FIEL, 2015), p. 87–88.
coragem; ou, seja, pela fé, quando ele é reconhecido como o Filho de Deus que possui
em si mesmo força suficiente para manter a segurança de seus seguidores”.11

É vital lembrarmo-nos do momento na sua vida em que o nosso Senhor fez isso. Era a
véspera da cruz. Ele sabia o que vinha; já estivera no monte da Transfiguração, e ali
Moisés e Elias conversaram com Ele a respeito da Sua “partida... que estava para se
cumprir em Jerusalém” (Lc 9.31). Ele conhecia as implicações da cruz; sabia que ia Se
tonar pecado a favor da humanidade. Ele sabia que quando Deus lançasse sobre Ele os
pecados de todos nós, significaria um momento terrível de separação da face de Deus.
Ele sabia disso tudo, e como Ele disse mais tarde, no jardim do Getsêmani, sua alma
estava “profundamente triste” (Mt 26.38); não obstante, Ele fez uma pausa para
consolar os Seus seguidos infelizes. Ele estava mais preocupado com a infelicidade
deles do que com Seu problema imediato e, assim, temos essa visão maravilhosa de que
na própria véspera da cruz, nosso Senhor Se dispôs a confortar e consolar outras
pessoas.12

A pergunta que muitos fazem quando leem passagens como essa é a seguinte: “Jesus
continua se preocupando com o nosso sofrimento após a sua partida?”. Há uma tentação
em acreditar que Jesus só se importou com a perturbação dos discípulos porque ele
estava ali presente, mas agora é diferente, pois como ele terá o mesmo nível de
preocupação visto que está longe corporalmente da sua igreja.

Thomas Godwin (1517-1590), pregador inglês de linha puritana, ao estudar Hebreus


4.14.1513 reconhecia que as palavras “um grande sumo sacerdote [...] que entrou no
céu” poderiam causar aversão a homens pecadores. Podemos pensar que a grandeza do
Cristo exaltado talvez o tenha levado a se esquecer de nós. Ele exemplifica da seguinte
forma: “Imaginemos um rapaz de uma cidadezinha que se forma numa faculdade e
então consegue um emprego muito bem remunerado numa cidade grande. Ele deixa
amigos e a família para trás, considerando-os inferiores a seus novos colegas”. 14 “De

11
CALVINO, João. Evangelho Segundo João, org. Tiago J. Santos Filho e Paulo César Valle, trad. Valter
Graciano Martins, Primeira Edição, vol. 2, Série Comentários Bíblicos (São José dos Campos, SP: Editora
FIEL, 2015), p. 87–88.
12
LLOYD-JONES, Martyn. Não Se Perturbe o Coração de Vocês. São Paulo: Publicações Evangélicas
Selecionadas, 2016, p. 17.
13
“Portanto, tendo um grande sumo sacerdote Jesus, o Filho de Deus, que entrou no céu, mantenhamos
com firmeza nossa declaração pública de fé. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas, mas alguém que, à nossa semelhança, foi tentado em todas as
coisas, porém sem pecado”. (Hb 4.14, 15).
14
BEEKE, Joel; JONES, Mark. Teologia Puritana: Doutrina para vida. São Paulo: Vida Nova, 2016, p. 564.  
modo parecido, Goodwin escreveu que poderíamos pensar que, se Cristo ‘depois de ter
se livrado de sua fragilidade aqui na carne e depois de ter vestido sua natureza humana
com uma glória tão magnífica’ se lembra de nós no céu, [então podemos chegar a
pensar coisas como] ‘ele é incapaz de se compadecer de nós da mesma maneira que
fazia quando habitou conosco aqui embaixo; tampouco pode seus sentimentos ser
afetados e tocados pelas nossas fraquezas’. Com certeza, ele deixou para trás todas as
lembranças de dor.

Então fica a pergunta será que este conforte de João 14 serviu apenas para os
discípulos? Pois com a glorificação Jesus tornou-se tão mais elevado do que os homens
que não mais se importa com suas dores?

4. Um Amor Eterno

A misericórdia de Cristo é tão certa que as Escrituras empregam uma dupla negação
para declarar com toda firmeza e verdade positiva: “Porque não temos sumo sacerdote
que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as
coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15).

A compaixão de Cristo é fruto de sua experiência pessoal humana. Hebreus 4.15 diz que
ele foi “alguém que a nossa semelhança, foi tentado em todas as coisas, porém sem
pecado”. Um pouco antes, Hebreus 2.18 afirma: “Porque naquilo que ele mesmo sofreu,
ao ser tentado, pode socorrer os que estão sendo tentados”.

Portanto, estando hoje no céu, em sua natureza humana Jesus sabe tudo que acontece
aos crentes na terra. Em Apocalipse 2.2, Jesus diz à igreja: “Conheço tuas obras, teu
trabalho e tua perseverança”. Isso é possível porque a natureza humana de Cristo está
imensuravelmente cheia do Espírito Santo, e o Espírito opera como olhos de Cristo em
toda terra (Ap 5.6). Conhecedor de nossa aflição, ele se lembra de como se sentiu
quando enfrentou infortúnios semelhantes. Cristo tem até mesmo a experiência da culpa
pelo pecado e do pavor de enfrentar a ira de Deus contra o pecado, [ele sabe o que é
sofrer perseguições neste mundo e ser humilhado]. Embora, fosse Deus e sem pecado,
Cristo carregou todo esse fardo pelo seu povo, Seu conhecimento de nossa dor em
conjunto com a lembrança de sua dor leva seu coração a transbordar de compaixão.15

5. A Doce e Divina Paz.


15
BEEKE, Joel; JONES, Mark. Teologia Puritana: Doutrina para vida. São Paulo: Vida Nova, 2016, p. 566.
A paz de Cristo é o fruto do amor transbordante que há em seu coração. Essa paz nunca
poderá ser achada neste mundo. A paz de Cristo é inigualável, pois outros mecanismos
que procurar oferecer certos tipos de “paz” tentam camuflar o problema e, por meio de
palavras positivas, empunham o sofrimento para debaixo do tapete. Ou até mesmo
através de festas e bebedices as pessoas tentam esconder o medo e ador que sentem em
seus corações. Tudo vale para não pensar na dor. Tudo vale para te um segundo de paz.

Entretanto, o “Nosso Senhor levou esses homens a encararem o pior, enquanto que
todos os outros ensinos e filosofias tentam esconder de nós o pior”. 16 Lembro-me da
segunda carta de Paulo a Timóteo quando ele fala sobre a certeza da sua morte e ao
mesmo tempo da esperança da vida eterna. Paulo não foi otimista: “Timóteo eu sei que
vai dar tudo certo e quem sabe eu dou uma sorte e saia dessa prisão e escape da morte”.
E muito menos pessimista: “Timóteo, não tem jeito, vou morrer, falhei em minha
missão. Estou morrendo sem paz e nas trevas da solidão”. Na verdade, Paulo foi
realista, pois bebia da paz que vêm do Filho de Deus.

Ele começa sua carta desejando a Timóteo a graça, a misericórdia e a paz da parte de
Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor (2Tm 1.3) e no final de forma firme, realista e
esperançosa ele diz: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da
minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira guardei a fé. Já
a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e
não somente a mim, mas também a todos quantos ama a sua vinda”. (2Tm 4.6-8).

[Jesus] me conduziu por entre os fatos, ao longo do túnel das trevas em direção à aurora
que ilumina a outra extremidade. 17 Ele não me engana, a sua paz é realista. Ela é clara
quando a realidade do sofrimento presente e também sobre a certeza de que Deus está
conosco e que há nossa esperança é sólida e segura. A vida é um sopro e o sofrimento
que ela traz é passageiro, mas a paz e a vida que Deus tem reservado para o seu povo
são eternas.

Sendo assim, paz é resultante de nossa comunhão com Deus, implica a nossa total
confiança em sua promessa: Não há nenhuma paz genuína que seja desfrutada neste
mundo senão na atitude repousante nas promessas de Deus. Os que não lançam mão

16
LLOYD-JONES, Martyn. Não Se Perturbe o Coração de Vocês. São Paulo: Publicações Evangélicas
Selecionadas, 2016, p. 29.
17
LLOYD-JONES, Martyn. Não Se Perturbe o Coração de Vocês. São Paulo: Publicações Evangélicas
Selecionadas, 2016, p. 29.
delas podem ser bem sucedidos por algum tempo em abafar ou expulsar os terrores da
consciência, mas sempre deixarão de desfrutar do genuíno conforto íntimo18.

6. Uma Paz Completa

O que Jesus quis dizer quando ele oferece essa paz ao coração? Devemos tentar
entender o significado dessa palavra segundo a Bíblia, pois o termo “coração” em
nossos dias é desgastado. Por exemplo quando alguém quer se referir a uma pessoa que
age na emoção sem levar em conta a razão normalmente é dito da pessoa que ela é uma
pessoa que “é muito coração”.

Entretanto, as Escrituras empregam a palavra “coração” para descrever o âmago da


pessoa. Coração na linguagem bíblica significa “o ‘órgão’ que pensa, sente e quer; o
ponto central de todas as nossas funções. Em outras palavras, a fonte do pecado não está
no corpo nem em qualquer outra dentre as várias capacidade do seu humano, mas no
centro mesmo de seu ser, o seu coração. Tendo em vista que o pecado envenenou a
própria fonte da vida, toda a vida é necessariamente afetada pelo pecado”.19

Do mesmo modo, a paz quando chega ao coração de um pecador quer dizer que ela
chegou de modo completo. Não há facetas da nossa existência que a paz de Cristo não
penetre. Ela inunda todo o nosso ser.

Aplicações

Coração turbado é algo comum neste mundo. Nós o encontramos em todas as classes
sociais, e nada pode mantê-lo distante de nós. Às vezes por motivos externos ou
íntimos; em parte devido à nossa mente ou ao nosso corpo; talvez por causa de amor ou
temor, a jornada da vida está repleta de problemas. O melhor dos seguidores de Cristo

18
CALVINO, João. O Livro dos Salmos. São Paulo: Paracletos, 1999, v.1, (Sl 32.1), p.39. Apud. COSTA,
Hermisten Maia Pereira da. A Felicidade Segundo Deus: teologia para a vida na perspectiva das Bem-
Aventuranças. Goiânia: Editora Cruz, 2016, p. 143.
19
HOEKEMA, Anthony A. Criados à Imagem de Deus. 3ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2018, p.191.
“Comprovação bíblica para esse ponto pode ser encontrada nas seguintes passagens: ‘Sobre tudo o que
deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida’ (Pv 4.23); ‘Enganoso é o
coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?’ (Jr 17.9);
‘Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos
testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.19); ‘O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau
do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração’ (Lc 6.45)”. (HOEKEMA,
Anthony A. Criados à Imagem de Deus. 3ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2018, p.191).
pode ter muitos cálices amargos para beber, durante sua peregrinação da graça à glória.
Mesmo o mais santo dos crentes perceberá que o mundo é um vale de lágrimas.20

Em todas as nossas aflições e adversidades, embora todo consolador humano fracasse,


sabemos que temos um amigo que nos ajudará, se compadecerá de nós e virá em nosso
socorro: Cristo no céu.21

“A reivindicação do evangelho não é só que ele pode nos dar um coração tranquilo, mas
também que nada mais pode fazê-lo”.22

20
RYLE, J.C. Meditações no Evangelho de João. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2000, p. 183.
21
BEEKE, Joel; JONES, Mark. Teologia Puritana: Doutrina para vida. São Paulo: Vida Nova, 2016, p. 574.  
22
LLOYD-JONES, Martyn. Não Se Perturbe o Coração de Vocês. São Paulo: Publicações Evangélicas
Selecionadas, 2016, p. 20.

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