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A JUTIÇA DIVINA

A Preparação do Povo de Deus para os Últimos Dias no Livro de Ezequiel


Domingo, 13 novembro de 2022

A RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL

(Aluno da Ferramenta EBD, leia o apêndice que preparamos para você no final do subsídio)

Existe maldição? A Bíblia fala alguma coisa sobre maldição hereditária? O fatalismo é uma
doutrina bíblica? Nesta lição, iremos discorrer acerca da responsabilidade individual do ser humana
diante de Deus, bem como refutaremos algumas doutrinas heréticas. Vamos juntos, aprender a
Palavra de Deus.

 TEXTO ÁUREO.

Aquele que pecar é que morrerá. O filho não será castigado pelos pecados do pai, e o pai não será
castigado pelos pecados do filho. Os justos serão recompensados por sua justiça, e os perversos
serão castigados por sua perversidade. (Ez 18.20 NVT).

Quem vive pecando é que será castigado com a morte. O filho não sofrerá as consequências dos
pecados do pai, e o pai não levará a culpa do filho. O justo será recompensado pela sua justiça, e o
perverso será castigado pelos seus pecados. (Ez 18.20 NBV).

ANALISANDO O TEXTO ÁUREO

Definição. Responsabilidade diz respeito à condição ou qualidade de alguém em ser responsável. É


pressuposto que esse ser responsável tenha capacidade de consciência quanto aos atos que pratica
voluntariamente, ou seja, que consiga saber antes de agir as consequências de sua vontade.
Responsabilidade é a obrigação de responder pelas ações próprias ou pelas coisas confiadas.

1. A responsabilidade é individual - Aquele que pecar é que morrerá. Deus não manipula
nossas escolhas e ações para o mal. As decisões que tomamos não são frutos de uma
determinação fatalista de Deus. Portanto, o livre-arbítrio ou liberdade libertária é uma doutrina
revelada nessa passagem.

2. Deus não é injusto ou equivocado em seus juízos - O filho não será castigado pelos
pecados do pai, e o pai não será castigado pelos pecados do filho. Quando Adão e Eva
pecaram, eles tentaram se justificar por meio da transferência de responsabilidades. O
homem culpou a mulher e a mulher culpou a serpente. Porém, suas falaciosas justificativas
não turvaram o reto juízo de Deus. Todos receberam as devidas sentenças.

3. As ações de Deus e o operar de sua justiça - Os justos serão recompensados por sua
justiça, e os perversos serão castigados por sua perversidade.

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a. Quanto ao justo, é operada a justiça recompensadora. Deus não é injusto; ele não se
esquecerá do trabalho de vocês e do amor que demonstraram por ele, pois ajudaram os
santos e continuam a ajudá-los. (Hb 6.10 NVI).

b. Quanto ao ímpio, é operada a justiça retributiva (estou usando a expressão no sentido


negativo de punir o mal). Mas, ai dos ímpios! Pois tudo lhes irá mal! Terão a retribuição pelo
que fizeram as suas mãos. (Is 3.11 NVI).

 VERDADE PRÁTICA. O fatalismo é uma doutrina filosófica, segundo a qual os


acontecimentos operam independentemente de nossa vontade, e dos quais não podemos
escapar. O fatalismo contraria frontalmente o espírito do Antigo e do Novo Testamento, que
enfatizam ser o homem livre para escolher o seu próprio destino. Fosse a fatalidade a lei da
existência, não haveria necessidade de advertência e admoestações por parte dos profetas e
pregadores, pois tudo seguiria o seu curso, admitisse ou não o ser humano.

Pierre Véron, diz que o fatalismo é a doutrina que procura falsificar a assinatura de Deus.

I. SOBRE A MÁXIMA USADA EM ISRAEL

1. O provérbio usado em Israel. O povo de Judá e Jerusalém estavam tão endurecidos de coração
que ficaram cegos em relação aos próprios pecados. Embora eles fossem idólatras perversos,
culpavam seus antepassados por sua condição (2 Rs 21.15). A lógica expressa nesse provérbio é:
“Eles pecaram (comeram uvas verdes); nós herdamos a amargura (dentes embotaram).

De onde os ouvintes de Ezequiel tiraram a ideia de que Deus castigava os filhos pelos pecados dos
pais? Essa filosofia teve duas origens:

a. Uma interpretação incorreta daquilo que Deus disse em sua lei. Não te prostrarás diante
deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo
os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me
desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e guardam os meus
mandamentos. (Êx 20.5,6 NVI).

Provavelmente, os israelitas tinham essa passagem em mente. O v.5 precisa ser compreendido à
luz do v.6. No v.5, o texto bíblico afirma que Deus castiga “os filhos pelos pecados de seus pais até
a terceira e quarta geração”. Mas é preciso considerar também o v.6: “trato com bondade até mil
gerações aos que me amam e guardam os meus mandamentos”.

É preciso observar que o texto apresenta uma linguagem figurada. No v.6, lemos uma hipérbole,
uma figura que expressa exagero. O sentido do v.6 é esse: Deus tem grande alegria em abençoar.
O v.5 afirma que Deus castiga os pecados dos pais até a “terceira geração”. Comentando a
expressão do v.5 (“até a terceira geração”), Isaltino Gomes afirma: “É um idiomatismo hebraico para
designar algo intenso e longo e não algo que se perpetua, de pai para filho”.  Em linguagem figurada,
os v.5-6 dizem o seguinte: Deus pune até a “terceira geração”, mas manifesta seu amor até “mil

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gerações”. O sentido pretendido é esse: o prazer de Deus não é punir, mas sim manifestar sua
bondade. Portanto, o texto nada fala de maldição hereditária ou de uma fatalidade irreversível.

b. Uma concepção errada do sistema sacrificial. De acordo com as leis que regiam o
sacrifício, animais inocentes poderiam sofrer e morrer no lugar de pecadores culpados. Esse
fator também deve ter contribuído para a construção equivocada desse provérbio nos dias de
Ezequiel.

A lei de Moisés não ensina nada sobre maldição hereditária:

"Os pais não serão executados por causa do pecado dos filhos, nem os filhos por causa do pecado
dos pais. Aqueles que merecem morrer deverão ser executados por causa de seus próprios crimes.
(Dt 24.16 NVT)

APLICAÇÃO

1. O perigo das interpretações equivocadas. Em decorrência de uma má interpretação os


israelitas se apegaram a uma filosofia e a uma prática reprovada por Deus. Tão certo como
eu vivo, diz o Senhor Soberano, vocês não citarão mais esse provérbio em Israel. (Ez 18.3
NVT). A igreja que se apega a uma falsa doutrina, certamente abraçará uma falsa prática.

2. O perigo da cegueira espiritual. Os israelitas estavam tão cegos em relação aos seus
próprios pecados que eram capazes de acusar os seus antepassados mesmo quando
estavam cometendo as mesmas práticas. Hoje, existem muitas situações parecidas em nosso
meio.

2. Maldição. O que Bíblia diz sobre esse assunto?

a. Existe maldição? Sim. Existem muitos textos bíblicos que falam sobre este assunto. Por
exemplo: ‘Maldito quem esculpir ou fundir um ídolo e o levantar em segredo. Os ídolos,
trabalhos de artesãos, são detestáveis ao Senhor’. E todo o povo responderá: ‘Amém!’.
‘Maldito quem desonrar pai ou mãe’. E todo o povo responderá: ‘Amém!’. ‘Maldito quem
roubar a propriedade do próximo, movendo um marco de divisa’. E todo o povo
responderá: ‘Amém!’. (Dt 27.15-17 NVT). Todo o restante deste capítulo vai tratar deste
assunto.

b. A maldição como quebra de aliança. Leia Deuteronômio 27.15-26. Se vocês se


recusarem a dar ouvidos ao Senhor, seu Deus, e a obedecer aos mandamentos e
decretos que ele lhes deu, todas estas maldições os perseguirão e os alcançarão até que
sejam destruídos. (Dt 28.45 NVT).

c. Quem amaldiçoa? Somente Deus tem poder para abençoar e amaldiçoar. Abençoarei os
que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. (Gn 12.3 NVT). Ninguém pode
amaldiçoar o que Deus abençoou e nem abençoar o que ele amaldiçoou. Esta foi a
mensagem que Balaão transmitiu: "Balaque me trouxe desde Arã; o rei de Moabe me

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trouxe dos montes do leste. ‘Venha’, disse ele, ‘amaldiçoe Jacó para mim! Venha e
anuncie a condenação de Israel!’ Mas como posso amaldiçoar aqueles que Deus não
amaldiçoou? Como posso condenar aqueles que o Senhor não condenou? (Nm 23.7,8
NVT).

d. Quem é amaldiçoado? O culpado. A Bíblia diz: ‘O Senhor é lento para se irar, é cheio de
amor e perdoa todo tipo de pecado e rebeldia. Contudo, não absolve o culpado; traz as
consequências do pecado dos pais sobre os filhos até a terceira e quarta geração’. (Nm
14.18 NVT). Se o filho continuar no pecado do pai, será castigado. A ideia aqui no texto
não expressa nenhuma fatalidade.

3. O que é maldição hereditária? Mapeamento geracional, sessões de cura e libertação, quebra de


maldição, demônio familiar, ungir pontos chakras, são desdobramentos da doutrina herética da
maldição hereditária.

Não são poucos os grupos evangélicos que creem na chamada “maldição hereditária”.  A ideia é a
seguinte: os pais têm o poder de amaldiçoar os filhos, sejam através de suas palavras ou de suas
atitudes pecaminosas, e os pecados dos pais são inevitavelmente herdados pelos filhos. Associada
a esta ideia, está a crença na quebra de maldições: é preciso repreender o “espírito da prostituição”,
o “espírito do adultério”, o “espírito homicida”, o “espírito da pobreza material”, etc. Para que as
maldições de nossos ancestrais sejam quebradas, é preciso repreendê-las com palavras de fé.

Em síntese, esse movimento de batalha espiritual e suas doutrinas obscuras não gozam de
fundamento bíblico. O próprio Jesus refuta essa doutrina errada: Enquanto caminhava, Jesus viu um
homem cego de nascença. Seus discípulos perguntaram: "Rabi, por que este homem nasceu cego?
Foi por causa de seus próprios pecados ou dos pecados de seus pais?". Jesus respondeu: "Nem
uma coisa nem outra. Isso aconteceu para que o poder de Deus se manifestasse nele. (Jo 9.1-3
NVT).

a. O que a Bíblia diz? – Maldição de Adão. Quando Adão pecou, o pecado entrou no mundo,
e com ele a morte, que se estendeu a todos, porque todos pecaram. (Rm 5.12 NVT). Como
se quebra a maldição que herdamos de Adão? A Bíblia responde: Agora, portanto, já não há
nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus. (Rm 8.1 NVT).

b. O que a Bíblia diz? – Maldição como consequência do pecado. Os pecados dos pais
podem influenciar os filhos na prática do mal. Portando, quando o pecado dos pais é replicado
pelos filhos, os castigos por parte do Senhor são executados. Mas, se os filhos não seguirem
os caminhos errados dos pais, serão castigados pelos pecados de seus ancestrais. Mas
Cristo nos resgatou da maldição pronunciada pela lei tomando sobre si a maldição por nossas
ofensas. Pois as Escrituras dizem: "Maldito todo aquele que é pendurado num madeiro". (Gl
3.13 NVT).

PARA REFLETIR

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Embora não creiamos na doutrina da maldição hereditária que circula nos arraias neopentecostais, é
inegável que existem consequências hereditárias. Por exemplo: Um pai de família viciado em jogo,
perde todos os bens, seus filhos vão sofrer com suas más escolhas. Uma mãe viciada em drogas,
etc.

II. SOBRE A SALVAÇÃO PARA TODOS OS SERES HUMANOS

1. Refutando o fatalismo. Fatalismo é o pensamento segundo o qual, todas as coisas já estão


irrevogavelmente determinadas, sejam boas ou más.

O insensato arruína a própria vida e depois se ira contra o Senhor. (Pv 19.2 NVI). É inegável a
verdade presente nessa máxima bíblica. Os homens querem culpar a Deus por suas más escolhas.
Vejamos algumas razões que nos levam a rejeitar o fatalismo:

a. Rejeitamos o fatalismo porque o livre-arbítrio é uma doutrina bíblica. Entende-se por


livre-arbítrio a liberdade que o ser humano tem de fazer escolhas, tornando-se
consequentemente, responsável por elas e por seus respectivos resultados.

Pois vocês são livres e, no entanto, são escravos de Deus; não usem sua liberdade como
desculpa para fazer o mal. (1 Pd 2.16 NVT).

"Portanto, temam o Senhor e sirvam-no de todo o coração. Lancem fora os ídolos que seus
antepassados serviam quando viviam além do Eufrates e no Egito. Sirvam somente ao
Senhor. Mas, se vocês se recusarem a servir ao Senhor, escolham hoje a quem servirão.
Escolherão servir os deuses aos quais seus antepassados serviam além do Eufrates? Ou os
deuses dos amorreus, em cuja terra vocês habitam? Quanto a mim, eu e minha família
serviremos ao Senhor ". (Js 24.14,15 NVT).

Porque vocês, irmãos, foram chamados para viver em liberdade. Não a usem, porém, para
satisfazer sua natureza humana. Ao contrário, usem-na para servir uns aos outros em amor.
(Gl 5.13 NVT).

b. Rejeitamos o fatalismo porque a responsabilidade é individual. Aquele que pecar é que


morrerá. O filho não será castigado pelos pecados do pai, e o pai não será castigado pelos
pecados do filho. Os justos serão recompensados por sua justiça, e os perversos serão
castigados por sua perversidade. (Ez 18.20 NVT).

c. Rejeitamos o fatalismo porque Deus não é um roteirista perverso, determinando tudo o


que acontece de bom e tudo que acontece de mal. Construíram lugares de adoração a
Baal e lhe queimaram os filhos como sacrifício. Jamais ordenei tamanha maldade; nunca me
passou pela mente! (Jr 19.5 NVT). Assassinatos, acidentes, estupros, terrorismo, sequestros
não são uma determinação de Deus. Não cremos em um mundo governado pelo fatalismo
onde Deus decreta exaustivamente todas as coisas, inclusive, os pecados humanos.

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d. Rejeitamos o fatalismo porque acreditamos na possibilidade do arrependimento e
salvação de todos os homens. Porque Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho único,
para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3.16 NVT). Mas todo
aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. (At 2.21 NVT). Contudo, vemos Jesus, que
por pouco tempo foi feito "um pouco menor que os anjos" e que, por ter sofrido a morte, agora
está coroado "de glória e honra". Sim, pela graça de Deus, Jesus experimentou a morte por
todos. (Hb 2.9 NVT). Pois a graça de Deus foi revelada e a todos traz salvação. (Tt 2.11NVT).
Mas, se os perversos abandonarem seus pecados e obedecerem a meus decretos e fizerem
o que é justo e certo, com certeza viverão, e não morrerão. (Ez 18.21 NVT).

e. Rejeitamos o fatalismo porque acreditamos na possibilidade de o justo cair da graça.


Se os justos se afastarem de sua justiça e cometerem pecados, morrerão por causa disso.
Sim, eles morrerão por causa de seus pecados. (Ez 18.26 NVT). Se não houvesse a
possibilidade de se perder a salvação, não haveria necessidade de advertência de sermos
vigilantes quanto ao pecado, de resistir a satanás, de estarmos alertas para vinda do Senhor.

III. SOBRE OS ENSINAMENTOS DO CAP DE 18 DE EZEQUIEL.

1. Primeiramente, Ezequiel repudia qualquer doutrina sistemática do pecado e retribuição


que permitisse uma pessoa culpar outra por seu destino. Ou seja, nem a sentença de morte
para a descendência do ímpio, nem a promessa de vida para a descendência do justo é inevitável.

2. Segunda, Ezequiel repudia qualquer doutrina da segurança eterna e da destruição eterna


que deixaria uma pessoa cativa das decisões do passado. A Bíblia diz: "No passado, Deus não
levou em conta a ignorância das pessoas acerca dessas coisas, mas agora ele ordena que todos,
em todo lugar, se arrependam. (At 17.30 NVT). Não se prenda a um passado de pecados, nesse
momento você pode se arrepender de seus pecados e receber o perdão de Deus.

3. Terceira, Ezequiel repudia qualquer doutrina que acuse Deus de ser sem escrúpulo. Seu
universo moral funciona de acordo com regras fixadas, as quais este texto, Ezequiel 18.1-33,
afirma incluir as seguintes: (a) a pessoa que pecar morre por seu próprio pecado; (b) a retidão é
expressa principalmente pela atitude certa (em vez de aceitação de um credo); (c) aqueles na
posição de autoridade e aqueles com meios serão responsabilizados pela maneira na qual
trataram os membros marginalizados na sociedade; (d) o comportamento passado de uma pessoa
não necessita determinar seu futuro de bem-estar; (e) Deus está do lado da vida para todos, em
vez da morte para qualquer um.

4. Quarto, Ezequiel repudia qualquer doutrina de ministério que encoraja um profeta a


proclamar somente o que as pessoas querem ouvir. Um profeta não faz favor a ninguém ao
prometer um sentimento de bem-estar quando alguém é governado pela lei do pecado e da morte.
Para aqueles sob esta sentença não há substituto para uma chamada ao arrependimento.

CONCLUSÃO

6|P á g i n a
Chegamos ao final de mais uma aula da Escola Dominical, nosso sentimento de gratidão é
indescritível. Como resultado de tudo que aprendemos hoje, devemos refletir sobre nossas escolhas
e ações, pois a responsabilidade é individual. Aos alunos da FERRAMENTA EBD, após a conclusão,
tem um artigo muito interessante, façam a leitura dele.

ABRA A JAULA

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