Você está na página 1de 7

A Lei da Responsabilidade Pessoal - EBD

A LEI DA RESPONSABILIDADE PESSOAL Lição 5 – 30 de janeiro de 2022


TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ezequiel 18
19. Mas dizeis: Por que não levará o filho a maldade do pai? Porque o filho fez juízo e justiça, e guardou
todos os meus estatutos, e os praticou, por isso, certamente viverá.
20. A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho;
a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.
26. Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que
cometeu, morrerá.
27. Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o juízo e a justiça, conservará
este a sua alma em vida.
Introdução
A presente lição trata do desejo de Deus em salvar todos e seu chamado ao arrependimento, sem anular a
responsabilidade individual e a certeza do juízo divino sobre os que não se arrependerem.
1. A reponsabilidade de cada um
Ao ler o capítulo 18, percebemos que o povo exilado estava passando por um momento bem difícil, e faziam
declarações equivocadas a respeito de Deus. No versículo 2, o profeta (por meio de Deus) questiona o povo:
“O que vocês querem dizer, vocês que ficam repetindo este provérbio a respeito da terra de Israel: “Os pais
comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?”. Observem aqui, meus irmãos, que o
povo de Israel estava jogando a responsabilidade do pecado, dos delitos contra as leis de Deus, em cima dos
seus pais e gerações anteriores.
Uma pequena observação: quando a Bíblia fala em pai ou filho, não necessariamente significa que a pessoa é
literalmente pai ou filho de outra pessoa. Por exemplo, em Marcos 10:47 temos o relato de Bartimeu, um
mendigo cego que declarou: “Jesus, filho de Davi, tenha compaixão de mim”. Veja que “filho” aqui, não
significa que Davi gerou Jesus, mas é um antepassado de Jesus.
O povo de Israel estava se esquivando da reponsabilidade pessoal que cada um tem diante de Deus,
colocando a culpa em seus pais e ancestrais, por estarem passando momentos de dificuldade. Isso é bem
comum hoje em dia: as pessoas têm tendência a culpar outras pessoas pelo castigo que estão passando.
Frases do tipo: “Adão que pecou e eu é quem sou punido?” são bem recorrentes.
Acontece que Deus nos responsabiliza por cada ato que praticamos, por cada palavra que proferimos, e
haveremos de prestar contas de tudo o que fizemos aqui neste mundo um dia, que esperamos ser em breve!
(Romanos 14:12).
1.1. A tendência humana de transferir responsabilidade
O ser humano tem uma mania histórica de se isentar de sua culpa, jogando a responsabilidade de seus atos
para outras pessoas. Isso é uma consequência do pecado, pois se a pessoa ama o próximo como a ele
mesmo, assumiria culpa e todas as consequências de seus atos. Isso ocorre a todo momento em nossos dias.
Por exemplo: um carro parou numa faixa de pedestre de repente. Logo em seguida, outro carro bate na
traseira do que parou primeiro. Daí, os dois condutores descem e começam a discussão: “Você parou do
Pr David Ferraz
A Lei da Responsabilidade Pessoal - EBD
nada! Não tem luz de freio! Não ligou o pisca-alerta!” O outro rebate: “Você é quem está errado! Se tivesse
prestando atenção, veria que eu estava parado e não teria batido em mim!” E assim a discussão se prolonga,
um jogando a responsabilidade para o outro.
Observe que isso se repete em inúmeras situações: pai brigando com filho, irmãos entre si, marido e mulher,
vizinhos entre si, patrão e empregado, e por aí vai. Sempre do mesmo jeito: ninguém assume a culpa e
tentam transferir a responsabilidade das consequências para o outro.
Isso vem desde o Éden: Adão comeu do fruto proibido por Deus, e quando Deus foi falar com ele, culpou Eva
e o próprio Deus. Eva, por sua vez, culpou a serpente. Assim, nenhum confessou seu pecado e ainda tentou
transferir a responsabilidade para outro (Gênesis 3.12).
1.2. A capacidade de escolher
Aqui, meus irmãos, eu gostaria de propor uma análise bíblica a respeito da capacidade de escolha do ser
humano. Para tanto, vou dividir esse tema em quatro momentos: A vontade do homem antes da queda, a
vontade do homem depois da queda, a vontade do homem depois da conversão, e a vontade do homem na
glorificação.
A vontade do homem antes da queda:
Deus criou Adão e Eva em estado de inocência e retidão (Gênesis 1.27). Eles eram livres para obedecer a
Deus e tinham o poder para fazer isso. Contudo, essa condição em que Deus os criou era mutável: poderiam
mudar, se eles quisessem. Em outras palavras, tinham livre arbítrio, poderiam escolher entre obedecer a
Deus ou desobedecer, não tinham nenhuma tendência para o mal ou para o bem, tudo era perfeitamente
centrado e sem influência alguma.
A vontade do homem depois da queda:
Adão e Eva pecaram, e assim caíram daquele estado de inocência em que foram criados. A vontade deles
continuou livre, num certo sentido, mas eles perderam o poder e a capacidade de fazer o que fosse bom
para a salvação deles.
Eles ainda poderiam fazer escolhas de coisas boas e nem sempre fariam coisas ruins e perversas. Veja que,
após comer do fruto, eles falaram a verdade para Deus, ainda que parcialmente, discutiram entre si, mas não
se mataram ali no jardim. Contudo, perderam o poder de amar a Deus, querer a Deus ou as coisas que estão
relacionadas com a salvação eterna e o perdão de pecados.
Eles não se arrependeram, não pediram perdão a Deus pelo pecado da desobediência, e quiseram se
esconder e fugir de Deus. Isso que aconteceu com eles foi transmitido à toda raça humana, pois Adão era o
cabeça da raça humana, que estava nele representado. O casal era a raiz e origem dos demais humanos, pela
geração ordinária transmitiram aos seus ascendentes a natureza caída. Hoje, toda a humanidade se encontra
nesse estado: ainda têm vontade e arbítrio e escolhem as coisas livremente, mas a vontade deles está
escravizada ao pecado, ao mal; perderam o poder e a capacidade de querer Deus e suas coisas; ninguém
pode se arrepender e se converter por seu próprio poder; não pode nem mesmo se preparar para isso.
Depois da queda, a raça humana está em hostilidade contra Deus e nunca o deseja por si mesma. (Rm. 8:7-8,
Rom. 3:9-23, Ef. 2.5, I Co. 2:14)
A vontade do homem depois da conversão:
Na conversão, Deus introduz o homem a um estado de graça, onde ele experimenta continuamente o favor
de Deus pela ação poderosa do Espírito e pela mediação do Senhor Jesus.
Pr David Ferraz
A Lei da Responsabilidade Pessoal - EBD
Na conversão, Deus liberta o homem da escravidão da sua vontade, Deus muda de maneira fundamental a
nossa orientação pecaminosa, de maneira que a Bíblia se refere a isso como “nova criatura,” “nascer de
novo”, de tão radical que é essa mudança. O convertido é capacitado por Deus a querer e poder fazer o que
é espiritualmente bom, coisa que ele não podia antes, não era possível. (Jo 8: 34-36, Cl. 1.13, Rm. 6:18-22,
Gl. 5.17, I Jo 1:8-10).
A vontade do homem na glorificação:
Depois do estado de graça, virá o estado de glória, na vinda de Cristo. Quando ele voltar, haverá de
transformar os crentes vivos e ressuscitar os que morreram, e então, teremos um corpo como do senhor
Jesus: Um corpo imortal e incorruptível, um corpo livre do pecado e da morte; experimentaremos a
perfeição moral e espiritual que não pode mais ser mudada e tudo isso para toda a eternidade.
A nossa vontade será confirmada no bem e não poderá ser mudada, como era possível no jardim. (Ef. 4.13, 1
João 3.2, Filipenses 3.21)
Acho interessante o que Agostinho colocou sobre todos esses estágios, que foi da seguinte maneira:
Antes da queda – posso não pecar e posso pecar;
Depois da queda – não posso não pecar;
Depois da conversão – posso não pecar;
Depois da ressurreição – não posso mais pecar.
Dessa forma, meus irmãos, podemos concluir que o homem tem arbítrio, ele só não é livre. Isso porque após
a queda do homem, tornou-se manchado pelo pecado, e as decisões são sempre tendenciosas para o mal. Se
tem tendência para um lado na decisão, já não é livre. Depois da conversão, o arbítrio dele é liberado, pode
fazer o bem, embora não perfeitamente. A vontade plena, perfeita, voltada para o bem, só ocorrerá quando
Cristo voltar.
1.3. A culpa coletiva não exclui a individual
Aqui, meus irmãos, temos uma retomada do assunto a respeito das consequências do pecado sofridas pelo
povo, e o povo atribuindo a culpa desse sofrimento todo aos antepassados, não assumindo sua
reponsabilidade individual.
Naquele contexto, o povo de Israel utilizou de um provérbio local (“Os pais comeram uvas verdes, e os
dentes dos filhos é que se embotaram?”) para se isentarem da culpa. Isso acabou gerando uma dúvida que
as pessoas têm até os dias de hoje: será que estou pagando pelos pecados dos meus pais ou avós? A
resposta bíblica é não. Não temos evidências dessa “maldição hereditária”, onde tem gente até pedindo
oração para Deus os livrar desses fardos pesados que eram para ser da geração anterior, pelos pecados
cometidos por eles.
A todo momento, vemos Deus tratando o pecado da pessoa de forma individual: “Aquele que pecar, morrerá.
O filho não pagará pela iniquidade do pai, nem o pai pagará pela iniquidade do filho. A justiça do justo ficará
sobre ele, e a maldade do ímpio cairá sobre este.” (Ez. 18.20)
Essa é só uma passagem, das inúmeras que podemos ver claramente que cada ser humano é responsável
pelas suas próprias atitudes, sendo punido de acordo com o que fizer.
2. A possibilidade de ser diferente

Pr David Ferraz
A Lei da Responsabilidade Pessoal - EBD
Mais uma vez vamos enfatizar: Temos a garantia Divina de que cada um é responsável pelos seus atos,
portanto, temos a possibilidade de sermos diferentes de nossos pais e demais antepassados. Não é porque
um pai é assassino que seu filho necessariamente também será. Claro que influencia muito, porém a decisão
de seguir os passos de iniquidade do pai é exclusivamente do filho. (Ez. 18: 19-20)
Da mesma forma, temos o exemplo de um bom pai, pastor, obreiro da casa do Senhor, que tem um filho
desviado dos caminhos do Senhor, que não quer saber de Deus, que é ateu e zomba do pai por ser cristão. A
obrigação desse pai é pregar a palavra ao filho, mas quem vai convencer esse filho ímpio é o Espírito Santo,
não tendo o pai responsabilidade alguma da condenação de seu filho. (Ez. 18:10-13)
Dessa forma, é bíblica a possibilidade de sermos diferentes, tanto para o bem quanto para o mal diante de
Deus.
2.1. Exemplo de quatro gerações de reis de Judá
Como exemplo de sermos diferentes de nossos antepassados, nossa revista trás quatro gerações de reis de
Judá: Ezequias – Manassés – Amom – Josias. As suas histórias podem ser conferias no livro de 2ª Crônicas.
Após lermos seus feitos, podemos ver o quão diferentes foram suas posturas diante de Deus. Isso reforça a
questão da diferença pessoal, apesar de influenciar, não determina suas ações diante de Deus.
2.2. O valor da conversão
Vejamos o significado da palavra conversão: “substantivo feminino - ação ou efeito de converter ou
converter-se. Quando uma coisa passa a ser outra; transformação. Ação de alterar e/ou modificar um
sentido, caminho e direção.”
Observem bem essas palavras, irmãos. Elas traduzem exatamente o que Deus almeja para o seu povo, que é
uma mudança genuína, uma transformação, uma mudança de comportamento e de caminho. Se estamos
numa estrada, viajando, estamos em um sentido. Caso nos arrependamos de seguir para esse destino,
fazemos uma conversão para o sentido contrário, voltando para casa, para buscar um objeto esquecido ou
coisa parecida.
Assim também deve ser com o povo de Deus: uma mudança de direção, onde o caminho antigo já não será
mais tomado, indo em um caminho contrário, diretamente para Deus.
Então, o que as pessoas são responsáveis por fazer na conversão? As pessoas são responsáveis por fazer
duas coisas: arrependerem-se e crerem. A conversão é um radical virar as costas para o pecado e um voltar-
se para Deus através da fé em Cristo. Jesus resumiu o que os homens devem fazer na conversão quando ele
ordenou aos seus ouvintes: “arrependei-vos e crede no Evangelho” (Marcos 1.15).
O que significa se arrepender?
1. Arrependimento significa reconhecer que você é um pecador (Atos 3.19).
2. Arrependimento significa renunciar ao pecado e decidir obedecer a Cristo (Lucas 9.23; Romanos 2.4).
3. Arrependimento significa lamentar pelo pecado e regozijar-se por aceitar Jesus como seu novo Mestre e
Senhor (2 Coríntios 7.10; Romanos 6.12-23).
4. Arrependimento não é o fim da batalha, mas o início de uma (Gálatas 5.16-17).
2.3. A relevância da resposta humana para Deus

Pr David Ferraz
A Lei da Responsabilidade Pessoal - EBD
Dando continuidade ao que comentei anteriormente, vejamos o quão é importante a resposta humana para
Deus.
Conforme já dito, a conversão é, segundo Mark Dever, um giro de 180 graus na vida de uma pessoa. É virar
completamente as costas para o pecado e voltar-se em direção a Cristo para a salvação. Da adoração aos
ídolos para a adoração a Deus. Da autojustificação para a justificação de Cristo. Do autogoverno para o
governo de Deus.
Conversão é o que acontece quando Deus desperta aqueles que estão mortos espiritualmente e os capacita
a se arrependerem de seus pecados e terem fé em Cristo.
• Quando Jesus nos chama a nos arrependermos e crermos, ele está nos chamando para a conversão. É uma
mudança radical naquilo que nós cremos e fazemos. (Marcos 1.15)
• Quando Jesus nos chama para tomarmos nossa cruz e para o seguirmos, ele está nos chamando para a
conversão. (Lucas 9.23)
• Para que venhamos a nos arrepender, Deus tem que nos dar nova vida, novos corações e fé (Efésios 2.1,
Romanos 6.17, Colossenses 2.13, Ezequiel 36.26, Efésios 2.8, 2 Timóteo 2.25).
Portanto, meus queridos, observem a relevância da nossa resposta para Deus. Ele nos chama em diversos
momentos das Escrituras. Será que vamos ouvir e mudar de direção? Vamos ignorar e seguir a vida? Acho
que deveríamos orar mais e nos atentar ao chamado de Deus.
3. Deus quer que todos sejam salvos
Sim, Deus quer que todos OS SEUS FILHOS sejam salvos. Aqui o sentido de todos não é cada ser humano que
existe no planeta. Se fosse assim, por que existe inferno então? Deus vai aplicar sua justiça e sua ira em
quem? Se Deus quer, Ele faz e ponto final (Jó 42.2). Não há nada nem ninguém que impeça o agir de Deus.
Se Deus quisesse salvar a todos os seres humanos que existem, então nada nem ninguém poderia impedir,
pois nada nem ninguém pode nos separar do amor de Deus. (Rm. 8:38-39)
Cristo morreu na cruz SOMENTE pela sua igreja, somente pelos filhos de Deus (Hb. 9.28), que não sabemos
quem são, por isso devemos pregar o Evangelho a toda criatura (Marcos 16.15), para que os filhos de Deus
ouçam a mensagem, e ao ouvir, Deus vai encher o coração dessa pessoa, e ela vai alcançar a justificação
através da graça de Deus, mediante a fé em Cristo. (Rm. 10:14-17, Rm. 8:29-30)
Para os ímpios não resta outro caminho senão o lago de fogo eterno, a morte eterna, reservada para o
príncipe deste mundo e seus anjos. (Ap. 20:10-15)
3.1. O desejo de Deus em salvar não anula o juízo
Certamente que não, pois cada um de nós – isto é, cada ser humano que existe e já existiu – prestará contas
a Deus num futuro próximo (Ap. 20.12, Ez. 18.30). Isso só confirma o que eu disse na introdução desse
tópico:
Deus deseja salvar cada um de seus filhos, e o juízo vem sobre todas as pessoas: tanto para seus filhos
quanto para os filhos da perdição. (Ez. 18.20)
Claro que Deus não deseja a morte do ímpio que é seu filho (Ez. 18.23), pois, como disse, Deus deseja que o
seu filho perdido se converta e se arrependa de seus pecados e viva. Para fechar, vejamos o que está escrito
em Ezequiel 18.24:

Pr David Ferraz
A Lei da Responsabilidade Pessoal - EBD
“Mas, se o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, fazendo as mesmas abominações que o ímpio faz,
será que ele viverá? De todos os atos de justiça que praticou, nenhum será lembrado; na sua transgressão
com que transgrediu e no seu pecado que cometeu, neles morrerá.”
Veja que Deus se direciona ao povo de Israel. Deus escolheu esse povo, os elegeu, e assim Deus diz a esse
povo específico que, apesar de serem amados, caso cometam algum ato contra Deus, serão julgados e
condenados. Portanto, ninguém escapa do juízo de Deus.
3.2. Cada um é responsável por seus atos diante de Deus
Aqui temos um assunto bem complicado de entender. Na verdade, Deus não revelou, através das Escrituras,
como que o ser humano é totalmente responsável pelos seus atos e ao mesmo tempo Deus é soberano.
Encontramos inúmeras passagens bíblicas mostrando a total liberdade de ação do homem, não sendo uma
espécie de robô, mas dotado de vontade própria, capaz de tomar decisões (ainda que tendenciosas para o
mal, os salvos podem escolher o bem).
Exemplos disso:
“Hoje tomo o céu e a terra por testemunhas contra vocês, que lhes propus a vida e a morte, a bênção e a
maldição; escolham, pois, a vida, para que vivam, vocês e os seus descendentes,” (Deuteronômio 30:19)
“Mas, se o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, fazendo as mesmas abominações que o ímpio faz,
será que ele viverá? De todos os atos de justiça que praticou, nenhum será lembrado; na sua transgressão
com que transgrediu e no seu pecado que cometeu, neles morrerá.” (Ezequiel 18:24)
Temos várias outras, mas para não prolongar muito, essas duas já servem bastante. Agora vamos a dois
exemplos de soberania total de Deus:
“O Senhor fez todas as coisas para determinados fins; até o ímpio, para o dia da calamidade.”
(Provérbios16:4)
“— Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Entretanto, nenhum deles cairá no chão sem o
consentimento do Pai de vocês.” (Mateus 10:29).
Vemos aqui, meus irmãos, que Deus é totalmente soberano, e, ao mesmo tempo, o ser humano é
totalmente responsável pelos seus atos, de forma que Deus é isento da maldade deles. Esse é um fato que
parece ser uma contradição bíblica, mas na verdade não é. Esse fenômeno acontece, inclusive, de maneira
simultânea em diversas passagens também: vemos a soberania divina e a responsabilidade do homem
juntas! Ex.: “— Porque
de fato, nesta cidade, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, se juntaram contra o teu santo
Servo Jesus, a quem ungiste, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram.” (Atos
4:27,28).
Veja que Deus já tinha determinado, desde antes da fundação do mundo, que o Cordeiro santo seria dado
em favor de muitos para a remissão dos pecados. Ao mesmo tempo, de maneira totalmente livre, por
vontade própria, os gentios assassinaram Jesus Cristo. Então, aqui e em muitas outras passagens, são
notórias a soberania divina e a total responsabilidade do homem.
Que se conclui então? Que o homem é responsável por cada atitude e decisão tomada, de forma que Deus é,
ao mesmo tempo, soberano, e nada sai de seu controle e de sua vontade. Absolutamente tudo só acontece
debaixo da permissão de Deus, e o homem prestará contas de absolutamente tudo o que fizer, por vontade
própria, no dia do juízo. (Rom. 14:10-12)
Pr David Ferraz
A Lei da Responsabilidade Pessoal - EBD
3.3. Palavra de Deus como referência segura
Se fizermos uma avaliação bem minuciosa dos dias atuais, veremos que, infelizmente, as igrejas estão cheias
de doutrinas humanas, como escrito em Marcos 7:7 “Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que
são mandamentos de homens.”
Observem que desde o século 1° já tinham pessoas que não seguiam a palavra de Deus como referência
segura, inventando coisas e dizendo serem santas. Aliás, muito antes disso, no capítulo que estamos
estudando de Ezequiel, já a partir do verso 2 temos esse exemplo também: “— O que vocês querem dizer,
vocês que ficam repetindo este provérbio a respeito da terra de Israel: "Os pais comeram uvas verdes, e os
dentes dos filhos é que se embotaram"? (Ezequiel 18:2)
Aqui, o povo de Israel utilizou de um provérbio popular, fora das Escrituras Sagradas, para usar como se
fosse uma doutrina de Deus. A única fonte segura, completamente perfeita, totalmente livre de erros é a
palavra de Deus. Fora disso, falhas e heresias são constantes.
Conclusão
Irmãos, sei muito bem de que tratei de assuntos que muitos irão discordar. Não espero que todos
concordem, isso seria uma surpresa. Assuntos como soberania de Deus em contraste com responsabilidade
do homem, livre arbítrio e eleição incondicional sempre foram debatidos através dos séculos e até hoje é
motivo de discussão nas igrejas.

Pr David Ferraz

Você também pode gostar