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Pr David Ferraz
A Lei da Responsabilidade Pessoal - EBD
Mais uma vez vamos enfatizar: Temos a garantia Divina de que cada um é responsável pelos seus atos,
portanto, temos a possibilidade de sermos diferentes de nossos pais e demais antepassados. Não é porque
um pai é assassino que seu filho necessariamente também será. Claro que influencia muito, porém a decisão
de seguir os passos de iniquidade do pai é exclusivamente do filho. (Ez. 18: 19-20)
Da mesma forma, temos o exemplo de um bom pai, pastor, obreiro da casa do Senhor, que tem um filho
desviado dos caminhos do Senhor, que não quer saber de Deus, que é ateu e zomba do pai por ser cristão. A
obrigação desse pai é pregar a palavra ao filho, mas quem vai convencer esse filho ímpio é o Espírito Santo,
não tendo o pai responsabilidade alguma da condenação de seu filho. (Ez. 18:10-13)
Dessa forma, é bíblica a possibilidade de sermos diferentes, tanto para o bem quanto para o mal diante de
Deus.
2.1. Exemplo de quatro gerações de reis de Judá
Como exemplo de sermos diferentes de nossos antepassados, nossa revista trás quatro gerações de reis de
Judá: Ezequias – Manassés – Amom – Josias. As suas histórias podem ser conferias no livro de 2ª Crônicas.
Após lermos seus feitos, podemos ver o quão diferentes foram suas posturas diante de Deus. Isso reforça a
questão da diferença pessoal, apesar de influenciar, não determina suas ações diante de Deus.
2.2. O valor da conversão
Vejamos o significado da palavra conversão: “substantivo feminino - ação ou efeito de converter ou
converter-se. Quando uma coisa passa a ser outra; transformação. Ação de alterar e/ou modificar um
sentido, caminho e direção.”
Observem bem essas palavras, irmãos. Elas traduzem exatamente o que Deus almeja para o seu povo, que é
uma mudança genuína, uma transformação, uma mudança de comportamento e de caminho. Se estamos
numa estrada, viajando, estamos em um sentido. Caso nos arrependamos de seguir para esse destino,
fazemos uma conversão para o sentido contrário, voltando para casa, para buscar um objeto esquecido ou
coisa parecida.
Assim também deve ser com o povo de Deus: uma mudança de direção, onde o caminho antigo já não será
mais tomado, indo em um caminho contrário, diretamente para Deus.
Então, o que as pessoas são responsáveis por fazer na conversão? As pessoas são responsáveis por fazer
duas coisas: arrependerem-se e crerem. A conversão é um radical virar as costas para o pecado e um voltar-
se para Deus através da fé em Cristo. Jesus resumiu o que os homens devem fazer na conversão quando ele
ordenou aos seus ouvintes: “arrependei-vos e crede no Evangelho” (Marcos 1.15).
O que significa se arrepender?
1. Arrependimento significa reconhecer que você é um pecador (Atos 3.19).
2. Arrependimento significa renunciar ao pecado e decidir obedecer a Cristo (Lucas 9.23; Romanos 2.4).
3. Arrependimento significa lamentar pelo pecado e regozijar-se por aceitar Jesus como seu novo Mestre e
Senhor (2 Coríntios 7.10; Romanos 6.12-23).
4. Arrependimento não é o fim da batalha, mas o início de uma (Gálatas 5.16-17).
2.3. A relevância da resposta humana para Deus
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A Lei da Responsabilidade Pessoal - EBD
Dando continuidade ao que comentei anteriormente, vejamos o quão é importante a resposta humana para
Deus.
Conforme já dito, a conversão é, segundo Mark Dever, um giro de 180 graus na vida de uma pessoa. É virar
completamente as costas para o pecado e voltar-se em direção a Cristo para a salvação. Da adoração aos
ídolos para a adoração a Deus. Da autojustificação para a justificação de Cristo. Do autogoverno para o
governo de Deus.
Conversão é o que acontece quando Deus desperta aqueles que estão mortos espiritualmente e os capacita
a se arrependerem de seus pecados e terem fé em Cristo.
• Quando Jesus nos chama a nos arrependermos e crermos, ele está nos chamando para a conversão. É uma
mudança radical naquilo que nós cremos e fazemos. (Marcos 1.15)
• Quando Jesus nos chama para tomarmos nossa cruz e para o seguirmos, ele está nos chamando para a
conversão. (Lucas 9.23)
• Para que venhamos a nos arrepender, Deus tem que nos dar nova vida, novos corações e fé (Efésios 2.1,
Romanos 6.17, Colossenses 2.13, Ezequiel 36.26, Efésios 2.8, 2 Timóteo 2.25).
Portanto, meus queridos, observem a relevância da nossa resposta para Deus. Ele nos chama em diversos
momentos das Escrituras. Será que vamos ouvir e mudar de direção? Vamos ignorar e seguir a vida? Acho
que deveríamos orar mais e nos atentar ao chamado de Deus.
3. Deus quer que todos sejam salvos
Sim, Deus quer que todos OS SEUS FILHOS sejam salvos. Aqui o sentido de todos não é cada ser humano que
existe no planeta. Se fosse assim, por que existe inferno então? Deus vai aplicar sua justiça e sua ira em
quem? Se Deus quer, Ele faz e ponto final (Jó 42.2). Não há nada nem ninguém que impeça o agir de Deus.
Se Deus quisesse salvar a todos os seres humanos que existem, então nada nem ninguém poderia impedir,
pois nada nem ninguém pode nos separar do amor de Deus. (Rm. 8:38-39)
Cristo morreu na cruz SOMENTE pela sua igreja, somente pelos filhos de Deus (Hb. 9.28), que não sabemos
quem são, por isso devemos pregar o Evangelho a toda criatura (Marcos 16.15), para que os filhos de Deus
ouçam a mensagem, e ao ouvir, Deus vai encher o coração dessa pessoa, e ela vai alcançar a justificação
através da graça de Deus, mediante a fé em Cristo. (Rm. 10:14-17, Rm. 8:29-30)
Para os ímpios não resta outro caminho senão o lago de fogo eterno, a morte eterna, reservada para o
príncipe deste mundo e seus anjos. (Ap. 20:10-15)
3.1. O desejo de Deus em salvar não anula o juízo
Certamente que não, pois cada um de nós – isto é, cada ser humano que existe e já existiu – prestará contas
a Deus num futuro próximo (Ap. 20.12, Ez. 18.30). Isso só confirma o que eu disse na introdução desse
tópico:
Deus deseja salvar cada um de seus filhos, e o juízo vem sobre todas as pessoas: tanto para seus filhos
quanto para os filhos da perdição. (Ez. 18.20)
Claro que Deus não deseja a morte do ímpio que é seu filho (Ez. 18.23), pois, como disse, Deus deseja que o
seu filho perdido se converta e se arrependa de seus pecados e viva. Para fechar, vejamos o que está escrito
em Ezequiel 18.24:
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“Mas, se o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, fazendo as mesmas abominações que o ímpio faz,
será que ele viverá? De todos os atos de justiça que praticou, nenhum será lembrado; na sua transgressão
com que transgrediu e no seu pecado que cometeu, neles morrerá.”
Veja que Deus se direciona ao povo de Israel. Deus escolheu esse povo, os elegeu, e assim Deus diz a esse
povo específico que, apesar de serem amados, caso cometam algum ato contra Deus, serão julgados e
condenados. Portanto, ninguém escapa do juízo de Deus.
3.2. Cada um é responsável por seus atos diante de Deus
Aqui temos um assunto bem complicado de entender. Na verdade, Deus não revelou, através das Escrituras,
como que o ser humano é totalmente responsável pelos seus atos e ao mesmo tempo Deus é soberano.
Encontramos inúmeras passagens bíblicas mostrando a total liberdade de ação do homem, não sendo uma
espécie de robô, mas dotado de vontade própria, capaz de tomar decisões (ainda que tendenciosas para o
mal, os salvos podem escolher o bem).
Exemplos disso:
“Hoje tomo o céu e a terra por testemunhas contra vocês, que lhes propus a vida e a morte, a bênção e a
maldição; escolham, pois, a vida, para que vivam, vocês e os seus descendentes,” (Deuteronômio 30:19)
“Mas, se o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, fazendo as mesmas abominações que o ímpio faz,
será que ele viverá? De todos os atos de justiça que praticou, nenhum será lembrado; na sua transgressão
com que transgrediu e no seu pecado que cometeu, neles morrerá.” (Ezequiel 18:24)
Temos várias outras, mas para não prolongar muito, essas duas já servem bastante. Agora vamos a dois
exemplos de soberania total de Deus:
“O Senhor fez todas as coisas para determinados fins; até o ímpio, para o dia da calamidade.”
(Provérbios16:4)
“— Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Entretanto, nenhum deles cairá no chão sem o
consentimento do Pai de vocês.” (Mateus 10:29).
Vemos aqui, meus irmãos, que Deus é totalmente soberano, e, ao mesmo tempo, o ser humano é
totalmente responsável pelos seus atos, de forma que Deus é isento da maldade deles. Esse é um fato que
parece ser uma contradição bíblica, mas na verdade não é. Esse fenômeno acontece, inclusive, de maneira
simultânea em diversas passagens também: vemos a soberania divina e a responsabilidade do homem
juntas! Ex.: “— Porque
de fato, nesta cidade, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, se juntaram contra o teu santo
Servo Jesus, a quem ungiste, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram.” (Atos
4:27,28).
Veja que Deus já tinha determinado, desde antes da fundação do mundo, que o Cordeiro santo seria dado
em favor de muitos para a remissão dos pecados. Ao mesmo tempo, de maneira totalmente livre, por
vontade própria, os gentios assassinaram Jesus Cristo. Então, aqui e em muitas outras passagens, são
notórias a soberania divina e a total responsabilidade do homem.
Que se conclui então? Que o homem é responsável por cada atitude e decisão tomada, de forma que Deus é,
ao mesmo tempo, soberano, e nada sai de seu controle e de sua vontade. Absolutamente tudo só acontece
debaixo da permissão de Deus, e o homem prestará contas de absolutamente tudo o que fizer, por vontade
própria, no dia do juízo. (Rom. 14:10-12)
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3.3. Palavra de Deus como referência segura
Se fizermos uma avaliação bem minuciosa dos dias atuais, veremos que, infelizmente, as igrejas estão cheias
de doutrinas humanas, como escrito em Marcos 7:7 “Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que
são mandamentos de homens.”
Observem que desde o século 1° já tinham pessoas que não seguiam a palavra de Deus como referência
segura, inventando coisas e dizendo serem santas. Aliás, muito antes disso, no capítulo que estamos
estudando de Ezequiel, já a partir do verso 2 temos esse exemplo também: “— O que vocês querem dizer,
vocês que ficam repetindo este provérbio a respeito da terra de Israel: "Os pais comeram uvas verdes, e os
dentes dos filhos é que se embotaram"? (Ezequiel 18:2)
Aqui, o povo de Israel utilizou de um provérbio popular, fora das Escrituras Sagradas, para usar como se
fosse uma doutrina de Deus. A única fonte segura, completamente perfeita, totalmente livre de erros é a
palavra de Deus. Fora disso, falhas e heresias são constantes.
Conclusão
Irmãos, sei muito bem de que tratei de assuntos que muitos irão discordar. Não espero que todos
concordem, isso seria uma surpresa. Assuntos como soberania de Deus em contraste com responsabilidade
do homem, livre arbítrio e eleição incondicional sempre foram debatidos através dos séculos e até hoje é
motivo de discussão nas igrejas.
Pr David Ferraz