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Lembrando a lição passada, a providência de Deus é o seu poder em ação para que todos
os seus decretos se cumpram. Se os decretos de Deus é tudo aquilo que ele predestinou
exatamente como devem acontecer, a providência é o poder de Deus em ação para garantir
que tudo acontece como ele decretou. A providencia é o governo cuidadoso de Deus sobre sua
criação.
O Sl 145:7 “Justo é o Senhor em todos os seus caminhos”, nos diz que a providencia de Deus é
santa (justa). Já o Sl 104:24 “Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizestes” nos ensina
que a providencia de Deus é sábia. Quando lemos Hb 1:3 “Ele [Jesus], é o resplendor da gloria e a expressão
exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” descobrimos que a providencia de Deu
é poderosa. No Novo Testamento, em Mt 10:29-31 a bíblia declara que até a vida dos pardais é
controlada pela providência de Deus. Esse é o texto dos pardais onde Jesus nos ensina que
Deus controla todas as suas criaturas. E por fim, Rm 11:36 “Porque dele, e por meio dele, e para ele são
todas as coisas. A ele, pois, a gloria eternamente. Amém!” nos afirma que Deus controla tudo para a Sua
própria glória.
A providência divina é o domínio supremo de Deus sobre todas as coisas, inclusive
sobre as escolhas dos seres humanos. Mas há um sistema religioso, o deísmo, que nega a
doutrina da providência. Os defensores do deísmo alegam que Deus primeiro criou o universo
e depois o deixou a cargo do destino que o próprio universo produzisse. Para eles, o universo
é um relógio. Deus o fez e deu corda e depois o largou sozinho. Este sistema é um erro
terrível porque nega que Deus tenha qualquer envolvimento com o mundo no qual vivemos
hoje, porque ao contrário do que alegam os deístas, Deus está totalmente envolvido com sua
criação, especialmente com seus filhos em Cristo. Toda a criação está sob e ao alcance da
providência, isto é, do governo divino.
Sim, estende-se a todas as ações. Negar essa verdade é negar a própria verdade bíblica,
portanto, seria negar a fé Cristã. Isso fica muito claro nas palavras do profeta Isaias 46:9,10,
quando diz: “Lembrais-vos... que eu sou Deus... que desde o princípio anuncio o que há de acontecer... o meu conselho
permanecerá de pé, farei minha vontade” e em Pv 16:9 “O coração do homem traça o seu caminho, mas Deus lhe dirige os
passos”.
Se a providência inclui os feitos dos homens, isso inclui os feitos bons e os pecaminosos?
Sim, até os feitos pecaminosos dos homens são controlados pela providencia de
Divina, conforme Gn 45:7,8 “Deus me enviou adiante de vós para conservar vossa sucessão na terra e para vos
preservar a vida como hoje se vê. Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus”, mas isso não faz Deus
responsável por esses feitos, o que fica provado em At 2:23 “sendo este [Jesus] entregue pelo determinado
desígnio e presciência de Deus, vós o matastes...”. Deus determinou que matassem, mas eles são os
culpados por terem matado porque o fizeram livremente, ninguém os obrigou. Não sabemos
como a soberania divina e a responsabilidade humana funcionam juntas, porém, as Escrituras
ensinam as duas coisas como verdade, por isso, precisamos aceitar esse mistério e permitir
que a verdade se manifeste como Deus a revelou.
Pergunta 12 - Que ato especial de providência exerceu Deus para com o homem no estado em que ele foi
criado?
Quando Deus criou o homem, fez com ele um pacto de vida, com a condição de perfeita
obediência: proibiu-o de comer da árvore da ciência do bem e do mal, sob pena de
morte.
Em Gn 2:16-17 está escrito: “E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente,
mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” .
Este texto nos ensina que se o homem tivesse obedecido, não teria conhecido a morte.
Esse “pacto de vida” também é chamado de “pacto de obras”, pois, antes da queda, pela
sua própria obediência, Adão e toda a sua descendência teriam vivido para sempre. Mas o que
é um pacto?
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assim também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram”. Se não houvesse pecado, não haveria
morte.
Até aqui vimos que a providência divina é o poder de Deus em ação para governar de
forma boa, santa e justa todas as cosias, inclusive as ações das criaturas, e também vimos que
ao criar o homem, Deus providenciou para o homem um pacto de vida atrave´s da perfeita
obediência. Agora veremos como o pecado entrou no mundo. Vejamos a pergunta 13 do
BCW.
Em Gn 3:6-8, 13 nos lemos a narrativa histórica da queda do homem. Não é um mito, é fato.
Mas antes, em Gênesis 1, pela expressão “muito bom”, aprendemos que o homem foi criado num
estado de perfeita retidão, justiça e santidade, no qual ele tinha perfeita comunhão com Deus.
Antes da queda, nossos primeiros pais possuíam pleno livre-arbítrio, ou seja, capacidade e
liberdade para escolher fazer o bem ou o mal. Nós, porém, como herança, recebemos um
arbítrio escravizado ao pecado. Não podemos, antes da regeneração, fazer nenhum bem
concernente a nossa salvação. A nossa Confissão de Fé nos diz que o homem não regenerado,
“ao cair no estado de pecado, perdeu inteiramente todo o poder quanto a qualquer bem espiritual
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que acompanhe a salvação”, de sorte que não pode “converte-se, ou mesmo preparar-se para isso”
(CFW 9.3). O homem não regenerado não pode fazer nada que seja contado como
espiritualmente bom. Já o regenerado, pode fazer aquilo que é espiritualmente bom, porém
não perfeitamente, porque ainda luta contra o pecado (Gl 5:17). Mas, afinal de contas, o que é
o pecado? Essa é a próxima pergunta do BCW.
A Confissão de Fé de Westminster nos esclarece isso dizendo que, “Todo o pecado [...]
é uma transgressão da justa lei de Deus e contrário a ela. Portanto, todo pecado, pela sua própria
natureza, torna culpado o pecador e, por essa culpa, esse está sujeito a ira de Deus e a maldição da
lei” (CFW 6.6).
Por meio do apóstolo João, aprendemos que o pecado é uma transgressão, isto é, um
crime: “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é transgressão da lei” (1 Jo 3:4) .
Willian Robinson nos diz que: “O pecado é pisar um dos mandamentos de Deus ”. Por isso o
pecado não é simplesmente um erro contra o próximo, é culpa contra Deus. Ele não
compreende somente nossas ações, mas também nossas omissões, como também nossos
desejos íntimos, intenções do coração e os nossos sentimentos. O pecado corrompeu toda a
extensão do ser do homem. Do que pensa ao que faz, tudo foi distorcido pelo pecado.
Nossos primeiros pais transgrediram voluntariamente a lei de Deus, ou seja, um
mandamento objetivo de Deus. O Senhor disse: “[...] da árvore do conhecimento do bem e do mal não
comerás” (Gn 2:17). Esse foi o pecado dos nossos pais. O resultado imediato desta grande traição
contra o amor de Deus foi a completa alienação da presença do Senhor. Ao invés de
comunhão, eles passaram a ter medo do Senhor e tentaram fugir dEle porque suas
consciências lhes diziam que estavam errados para com seu Criador.
Conclusão:
De forma santa, justa e amorosa Deus está governando todas as coisas para a sua
própria glória e para o bem dos eleitos. Isso implica dizer que até mesmo o primeiro pecado
estava dentro dos decretos divinos e foi elevado a cabo por sua providencia, contudo, Adão e
Eva pecaram livremente, perdendo assim o direito de comer da árvore da vida, que lhes
garantiria a vida eterna. Eles escolheram o pecado, que toda forma de transgressão e não
conformidade com a vontade de Deus revelada nas Escrituras. E isso trouxe o castigo para
nossos primeiros pais e também para nós, sua descendência. Mas isso veremos em nossa
próxima lição.
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