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AULA 1 - NÍVEL DE ESTUDO 2

4. O QUE SIGNIFICA DIZER “ESTOU SALVO”?

Vimos no capítulo anterior o quanto nossos pecados são terríveis à luz da


Bíblia, porém, agora precisamos entender que o nosso maior problema nem são
os pecados que cometemos, mas nossa natureza pecaminosa. Nossos atos
pecaminosos são apenas a “ponta do Iceberg”. Há muitas coisas mais
terríveis nas profundezas de nosso ser.
De certo modo, os pecados que cometemos são apenas “frutos maus” da
nossa natureza pecaminosa. Jesus costumava dizer:

“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, ______


dos espinheiros ou dos abrolhos? Assim, toda árvore
boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a
árvore produzir frutos maus, nem a árvore pro- duzir frutos bons.
Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois,
pelos seus os conhecereis” (Mt 7.16-20).

Jesus estava falando dos falsos profetas, e nos ensinou como reconhecê-
los. Devemos olhar para os frutos deles, mais do que para suas palavras. Mas
por certo, as palavras de Jesus têm implicações ainda maiores. Na verdade
Jesus nos revelou que os atos maus das pessoas são derivados de sua essência
má, como uma árvore que produz fruto de acordo com sua natureza. Pensemos
no pé de limão. O limoeiro produz limões porque esta é sua natureza essencial.
Ainda que se esforçasse, ele não conseguiria produzir laranjas. Nosso
problema não é só que cometemos pecados, mas que somos pecadores.

I. Nascidos no pecado

O ensino bíblico é que todas as pessoas já nascem pecadoras. Pode


parecer que todos os homens herdam o pecado como se fosse uma espécie de
doença hereditária, mas é mais do que isso, pois o mal é algo que adentrou a
vida humana em forma de uma corrupção total, uma pré-disposição para o mal
que se torna absolutamente invencível. Não é uma doença latente que pode ou
não se manifestar. É uma corrupção indisfarçável, que tomou conta tanto da
alma quanto do corpo humano.
Davi, quando reconheceu seu terrível pecado cometido com Bate-Seba,
entendeu que seu estado de pecado ia muito além do seu ato mau, pois o pecado
era uma realidade que afrontava diretamente a Deus. Ele disse:

“Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu está sempre


diante de mim. Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os
teus olhos, de maneira que serás tido por no
teu falar e puro no teu julgar” (Sl 51.3-4).

Mas percebeu que na verdade, havia algo ainda mais profundo: “Eu
nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Os
teólogos chamam o pecado que herdamos como “pecado original” que é o
pecado cometido por Adão e Eva e que foi transmitido a todos os seus
descendentes.
O Gênesis descreve que Deus ao criar o homem o colocou no Jardim do
Éden com todos os direitos e prerrogativas de cuidar do Jardim e de desfrutar
das suas delícias. Apenas uma proi- bição foi estabelecida: “E o SENHOR Deus
lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da
árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que
dela comeres, cer tamente morrerás” (Gn 2.16-17). Deus estabeleceu um único
teste de fidelidade para o ser humano. O capítulo 3 do Gênesis descreve a
maneira como o homem transgrediu o mandamento de Deus. Evidentemente o
ser humano foi influenciado pela serpente (Satanás – Ap 12.9), mas foi o único
responsável por seu pecado, pois trocou a liberdade e todo o status que Deus lhe
deu pela ambição de ser independente. De certo modo, o ser humano seguiu
uma ilusão, pensando que seria “igual a Deus”. Não se contentou em ser
“imagem e semelhança” de Deus.
A consequência do pecado realmente foi a morte. Embora o homem e sua
mulher não tenham morrido fisicamente naquele dia em que comeram, aquele
ato garantiu a entrada da morte no mundo. O mundo se tornou amaldiçoado e o
homem voltaria ao pó (Gn 3.19). A morte preci sa ser entendida em três
aspectos: física, espiritual e eterna. Fisicamente, eles começaram a morrer
naquele dia. Espiritualmente, eles morreram, pois se viram separados de Deus.
E a punição eterna os aguardaria, a me nos que, evidentemente, fossem
regenerados, e assim, todos os aspectos da morte seriam revertidos.
Após proferir a maldição, Deus expulsou o homem e a mulher do Jardim
do Éden (Gn 3.22-24). Agora a vida do ser humano seria fora do jardim. Lá
nasceriam seus filhos e lá teria que viver até o dia em que a morte viesse buscá-
lo, para nela permanecer eternamente. Esta é a herança de todos os seres
humanos. Paulo escreveu aos Romanos:

“Portanto, assim como por um só homem o peca- do no mundo, e


pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a
os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12).

A transmissão do pecado e da morte a todos os seres humanos a partir de


Adão fica evidente neste texto. Cada criança que nasceu depois de Adão e Eva
já nasceu contaminada com o “vírus” do pecado original. Por isso dissemos que
todos os seres humanos possuem uma “natureza pecaminosa”. É esta natureza
pecaminosa que é a responsável pelo pecado do ser humano. É a árvore má que
produz fruto mau e que não pode produzir fruto bom. Como o profeta Jeremias
explicou simbolicamente: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o
leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados
a fazer o mal” (Jr 13.23). A cor da pele não é uma questão de escolha. O ser
humano igual- mente não tem condições de escolher deixar de pecar, pois como
Jesus disse, ele é um escravo do pecado (Jo 8.34).

Final da aula 4
Nível 2 -

Casal: ____________________________e ___________________________

apascentadores: _________________________________________________

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