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3º Trim.

de 2023: A IGREJA DE CRISTO E O IMPÉRIO DO MAL: Como viver


neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia

PORTAL ESCOLA DOMINICAL


3º Trimestre de 2023 - CPAD
A IGREJA DE CRISTO E O IMPÉRIO DO MAL: Como viver neste mundo
dominado pelo espírito da Babilônia
Comentários da revista da CPAD: Douglas Roberto de Almeida Baptista
Comentário: Pr. Caramuru Afonso Francisco

ESBOÇO Nº 2

LIÇÃO Nº 2 – A DETURPAÇÃO DA DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO


O mundo procura fugir da realidade do pecado.

INTRODUÇÃO

- Iniciando o estudo dos embates entre a Igreja de Cristo e o império do mal, analisaremos hoje a distorção da
doutrina bíblica do pecado.

- O mundo procura fugir da realidade do pecado.

I – A ORIGEM DO PECADO
- Depois de termos visto a oposição entre a Igreja de Cristo e o império do mal, como o espírito da Babilônia
nada tem que ver com a Palavra de Deus, assim como a mentira nada tem que ver com a verdade, passaremos
a analisar diversos pontos em que se manifesta esta contraditoriedade.

- O primeiro deles diz respeito à distorção da doutrina bíblica do pecado. Como diz Salomão, “há alguma
coisa de que se possa dizer: vê, isso é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós” (Ec.1:10).

- Sendo um sistema forjado por Satanás, o mundo, o que se está a denominar em nosso trimestre de “império
do mal”, “espírito da Babilônia”, não poderia ter outra premissa senão a mentira, a mesma mentira com que
Satanás enganou o primeiro casal no Éden.

- O Senhor havia dito ao homem que, se ele comesse do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, morreria
(Gn.2:16,17) e, ao fazê-lo, indicou claramente que havia o bem e o mal e que a prática do mal seria
desobediência e que isto, que nada mais é que o pecado, traria a morte para o homem.

- O diabo, entretanto, mentiu a Eva, dizendo que não haveria morte alguma, que a prática da desobediência
traria a independência em relação a Deus, poder e que, com isto, o homem seria igual a Deus (Gn.3:5). Nota-
se, pois, que a mentira satânica envolvia a descrença na ideia de pecado e a concepção de que o pecado traria
benefícios em vez da morte.
- Desde então, esta estratégia do inimigo tem se repetido, geração após geração, fazendo com que o homem
não acredite que o pecado exista e que traz a morte, a perdição eternas.

- A palavra “pecado” surge, pela vez primeira, nas Escrituras, na Versão Almeida Revista e Corrigida,
em Gn.4:7, onde o Senhor adverte Caim de que ele deveria dominar sobre o pecado, sob pena de ser dominado
por ele. Tem-se, pois, a dura realidade advinda da queda do primeiro casal, que fez com que os homens
passassem a viver o estigma do pecado, a ter uma constante luta contra ele.

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neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia
- No entanto, quando vemos a narrativa bíblica da Criação, vemos que Deus não havia criado o pecado. Em
Gn.1 e 2, vemos que Deus criou todas as coisas, nos céus e na terra, mas que tudo quanto havia criado era
bom, muito bom (Gn.1:31). Como, então, explicar que tenha vindo a existir o pecado e o mal? É esta, sem
dúvida, uma das principais questões que devem ser enfrentadas pelo estudioso das Escrituras. Se Deus fez
tudo bom, como é que existe o mal?

- Esta questão teológica e filosófica, conhecida como “o problema do mal”, é, sem dúvida, o primeiro ponto
a ser enfrentado pela doutrina do pecado. O pecado é algo mal, é algo que nos separa de Deus (Is.59:2). Como,
então, entender o seu aparecimento, se tudo o que Dez fez foi bom?

- Devemos observar que Deus, ao criar todos os seres, dotou alguns deles de livre-arbítrio, ou seja, da
liberdade de escolher entre o bem e o mal. Deus é bom (Mt.19:17; Mc.10:18; Lc.18:19) e, por isso, tudo
quanto criou é bom (Gn.1:31), mas, ao criar os anjos e os homens, dotou-os do poder de escolher entre servir
ou não servir a Deus.

- Vemos isto nitidamente na narrativa bíblica da criação do homem. Após ter posto o homem no jardim que
formara no Éden, Deus disse ao homem que ele estava autorizado a comer de todas as árvores do jardim,
menos da árvore da ciência do bem e do mal, pois, no dia em que comesse daquela árvore, certamente ele
morreria (Gn.2:16,17). Vemos, portanto, que o mal já existia como uma possibilidade para o homem, mesmo
antes que pecasse. Como ser moral que era, o homem já foi feito sabendo o que era o bem e o que era o mal.
O bem era obedecer a Deus, servir-lO, observar as Suas regras. O mal seria desobedecer a Deus, servir a si
próprio, não observar as regras divinas.

- Quando Deus assim Se dirigiu ao homem, certamente já ocorrera o início do pecado na ordem cósmica, pois
o pecado não surgiu com o homem, mas, sim, com o querubim ungido. A narrativa bíblica mostra-nos que,
num determinado instante no passado remoto, o querubim ungido, que estava estabelecido num lugar que a
Bíblia denomina de monte santo de Deus (Ez.28:14), tendo, também, liberdade de escolha, quis, desejou ser
maior do que Deus (Is.14:13,14) e, neste seu desejo, nesta sua vontade, transgrediu as regras divinas,
desobedeceu a Deus e quis servir a si próprio, motivo por que nasceu o pecado, foi achada iniquidade no seu
interior (Ez.28:16). O pecado aparecia na ordem cósmica, a possibilidade de pecar, que já fora criada por Deus
quando concedeu o livre-arbítrio aos anjos, tornava-se uma triste realidade.

- É por isso que o profeta Isaías, em texto que intriga a muitos, diz que “Deus criou o mal” (Is.45:7), expressão
cujo significado é de que Deus, como é o Criador de todas as coisas, não poderia deixar de ser fonte do mal e
do pecado, sob pena de ter sido possível a criação de algo no universo que não tenha sua origem em Deus.
Mas como Deus, que é bom, pode ter vindo a criar o mal? Porque Deus fez a anjos e a homens com o livre-
arbítrio, com a liberdade de escolher entre servi-l’O, ou não. Assim, estes seres, ao serem criados, tinham a
possibilidade de desobedecer a Deus e, portanto, o pecado já existia como uma possibilidade. Enquanto
possibilidade, o mal, portanto, tem sua base no livre-arbítrio, que é obra divina, mas, enquanto realidade, o
pecado não é algo que possa ser atribuído a Deus, senão a vontade do pecador.

- E é possível não pecar? Evidentemente que é. Os anjos que se mantiveram fiéis ao Senhor, mostraram que o
seu livre-arbítrio não os impediu de rejeitarem o pecado e aceitarem servir a Deus, opção única e imutável,
ante a circunstância de os anjos viverem a dimensão eterna. Jesus também é o exemplo de que o homem pode
não pecar, vez que criado em retidão (Ec.7:29). Desde quando adquiriu a consciência, escolheu o bem e não
o mal (Is.7:15), tendo assim perseverado até o fim, jamais tendo pecado (Hb.4:15). Por isso, tem autoridade
moral para nos incentivar a seguir o Seu exemplo, lembrando-nos que devemos ter bom ânimo, pois, assim
como Ele venceu o mundo, também o podemos fazer (Jo.16:33). Aleluia!

- Embora tendo se originado no interior do querubim ungido que, consigo, levou a terça parte dos seres
angelicais, contaminando-os com este mal (Ap.12:4), o pecado somente entrou na humanidade por meio do
primeiro casal (Rm.5:12). O pecado, embora tenha se originado no universo no interior do diabo, não é algo

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que o diabo possa transmitir para nós, como muitos erroneamente pensam. O pecado é algo que é gerado no
interior de cada ser pecador (Tg.1:13,14), daí porque cada um terá de dar conta do seu pecado diante de Deus
(Ap.20:12).

- Muitos, inadvertidamente, quando falam em pecado, atribuem-no exclusivamente ao inimigo de nossas


almas, dizendo que todo pecado provém dele, que ele é o culpado de todo o pecado que se comete aqui e ali,
por este ou aquele. Nada mais falso e nada mais contrário às Escrituras Sagradas! O pecado, sem dúvida
alguma, apareceu no universo no adversário, quando este, ainda querubim ungido, intentou ser maior do que
Deus. Neste instante, foi achada iniquidade nele e ele pecou, sendo imediatamente expulso dos céus. Seu
desejo foi repetido em um terço dos seres angelicais que, influenciados por ele, também pecaram. Mas,
observemos, o pecado destes anjos, que se tornaram os anjos maus, não era o pecado do diabo, mas, sim, o
pecado de cada um deles, tanto que o apóstolo Judas menciona que os anjos maus não guardaram o seu
principado, tendo deixado a sua própria habitação (Jd.6), ou seja, tomaram eles próprios uma decisão sua,
individual, que não pode ser imputada ao diabo ou a quem quer que seja. Os anjos maus pecaram, ao querer
seguir o querubim ungido, mas cada um praticou o seu pecado, no interior de cada um se achou iniquidade.

- Quando alguém peca, peca não porque o diabo pecou e o contaminou, mas porque decidiu deliberada
e voluntariamente desobedecer a Deus, não mais servi-l’O nem observar os Seus mandamentos. Peca-se
porque se deixa engodar e se atrair pela própria concupiscência, pela sua própria cobiça. Cada pecador gera,
em si mesmo, o seu pecado, torna a possibilidade advinda do fato de Deus tê-lo criado com o livre-arbítrio em
uma realidade e, por isso mesmo, cada um é responsável pelo seu pecado. Fosse o pecado responsabilidade
do diabo, Deus seria injusto ao condenar os pecadores à morte eterna, pois eles não seriam responsáveis pelos
males cometidos e, sim, unicamente Satanás. Não é o que, porém, ocorre. Cada um peca quando atraído e
engodado pela sua própria concupiscência, cada um é individualmente responsável pelo seu pecar.

- Com relação aos homens não foi diferente. O relato da queda do primeiro casal, que se encontra no capítulo
3 do livro do Gênesis, mostra-nos, com absoluta clareza, que o primeiro casal pecou porque o quis, porque se
deixou atrair e se engodar pela própria concupiscência. Verdade é que o diabo tentou a mulher, mas o que o
diabo faz é tão somente isto mesmo: tentar, arriscar uma tentativa. O homem peca, porém, porque cede à
tentação, ou seja, crê nas palavras do tentador, obedece às ordens do tentador, deseja escapar ao senhorio de
Deus. Assim, não é o diabo quem peca, pois ele tão somente tenta, vez que pecar já pecou lá no passado
remoto. Quem peca é quem cede à tentação. Por isso, Jesus, na Sua oração dominical, faz um pedido ao Pai
para que não nos induzas à tentação (Mt.6:13), sabendo que se não formos conduzidos a uma situação de
tentação, teremos mais possibilidade de não pecar.

- Não é por outro motivo que o mundo traz, em sua essência, a concupiscência. Como diz o apóstolo João, no
mundo há a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (I Jo.2:16). O mundo
tem, por função, despertar em cada um de nós estes três elementos, para que venhamos a pecar.

- Estes três fatores são sempre apresentados ao homem como benéficos, naturais, compreensíveis, e, com este
engano, leva-se o ser humano à prática da maldade e à morte espiritual.

- Vivemos dias em que há uma defesa incondicional do individualismo, da “autonomia da vontade”, onde as
pessoas são levadas a acreditar que podem fazer o que quiserem, que cada um “é livre para fazer o que quiser”,
que “temos de respeitar a decisão de cada um”. Esta ideia mundana, inclusive, já contaminou muitos que
cristãos se dizem ser, que, inclusive, não aceitam mais sequer a existência de disciplina na igreja local.

II – O CAMINHO PARA O PECADO

- No relato bíblico da queda do primeiro casal, vemos que o pecado tem um caminho para surgir como uma
realidade desastrosa na vida do homem. Este caminho, aliás, é magistralmente sintetizado pelo apóstolo Tiago
em sua carta universal: “cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.

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Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado e o pecado, sendo consumado, gera a morte.”
(Tg.1:14,15).

- O primeiro passo para o pecado, pois, é a tentação e é neste passo que aparece a figura do nosso
adversário, cujo propósito é matar, roubar e destruir (Jo.10:10). Usando de sua astúcia (Gn.3:1) e de seus ardis
(II Co.2:11), o adversário se aproxima do ser humano, que muito bem conhece (Mt.16:23), e inicia com ele
um diálogo, onde procura lançar o homem no campo da dúvida, mediante os seus dardos inflamados (Ef.6:16).

- Neste momento, devemos resistir ao diabo (Gl.2:11; I Pe.5:8,9), não permitir que ele ache lugar em nosso
interior (i.e., em nossa vontade, intelecto e sentimentos) (Ef.4:27), resistência esta que será feita com a Palavra
de Deus, como fez Jesus (Mt.4:4,7,10). Por isso, aliás, Jesus nos revela que a Palavra de Deus nos santifica,
pois é ela quem nos mantém separados para Deus e separados do pecado (Jo.17:17).

- Não é por outro motivo que o mundo procura desacreditar a Bíblia Sagrada, porque ela é a própria verdade,
a arma com que enfrentamos o inimigo de nossas almas. Este descrédito em relação a Bíblia Sagrada procura
identificar as Escrituras Sagradas como uma “obra ultrapassada”, um “livro antigo”, “fruto de uma cultura”,
sempre com o objetivo de fazer com que as pessoas relativizem a Bíblia Sagrada e, principalmente, o que ela
diz ser pecado.

- Quando, porém, abrimos diálogo com o adversário, sem resistirmos a ele e deixando de lado a Palavra de
Deus, caminhamos a passos largos para o fracasso espiritual, para o pecado. Assim fez Eva. Quando o inimigo
abriu o diálogo, a mulher, em vez de resistir ao maligno, iniciou conversação com o adversário e, o pior de
tudo, demonstrou não ser atenta à Palavra Divina, vez que, em sua “ministração”, trouxe uma outra palavra
que não a Palavra de Deus (compare Gn.3:2,3 com Gn.2:16,17).

- Após a tentação, quando encontra ela guarida nos corações dos homens, vem a incredulidade, que é
um dos aspectos do pecado. Encontrando espaço em nosso interior para agir, o diabo põe-nos no campo da
dúvida e passamos a não mais crer no que Deus disse. Assim ocorreu com a mulher. Ela foi lançada no campo
da dúvida pelo inimigo, que a fez crer que o que Deus havia dito, ou seja, que a morte seria consequência da
desobediência, não era verdadeiro, mas, sim, o que havia era a possibilidade de o homem se tornar igual a
Deus, sabendo todas as coisas, tanto o bem quanto o mal.

- É interessante notar que o inimigo trabalhou no coração de Eva precisamente naqueles pontos falhos
decorrentes da desatenção da Palavra de Deus. O pecado exsurge, na vida do homem, da desatenção que se dá
ao que Deus nos fala, ao que Deus nos revela. O salmista já dizia que quem medita de dia e de noite na lei do
Senhor sabe reconhecer quando o conselho é de ímpio, quando o caminho é de pecadores, quando a roda é de
escarnecedores (Sl.1:1,2). Sem a divina orientação, que se encontra na Bíblia Sagrada, seremos alvo fácil do
inimigo e pecaremos inevitavelmente. Sem conhecer a Palavra, sem conhecer a luz, andaremos sempre em
trevas e produziremos obras más (Jo.3:19,20).

- Eva havia dito que não se deveria comer da “árvore que está no meio do jardim”, ou seja, não atentou para
o fato de que a árvore se chamava “árvore da ciência do bem e do mal” e, por isso mesmo, o inimigo trabalhou
nela o desejo de “conhecer o bem e o mal”, visto que ela, desatenta, não tinha percebido que Deus já mostrara
o que era o bem e o que era o mal e que, por isso, não se fazia necessário “experimentar” o mal para saber o
que é. Do mesmo modo, nos nossos dias, o inimigo ainda continua a trabalhar assim, principalmente entre
aqueles que foram criados em lares cristãos, dizendo que é necessário primeiro “experimentar” o pecado, para
depois, então, servir a Jesus. O pecado não deve ser “experimentado”, mas, sim, evitado e resistido, pois, quem
conhece o que dizem as Escrituras, já sabe o que e o que não é pecado, sem necessidade alguma de o
experimentar.

- Eva havia dito que o fruto da árvore não poderia ser nem tocado, algo que Deus não havia dito e, por meio
deste “acréscimo”, pôde o inimigo iniciar o trabalho de sedução consistente na persuasão para que a pessoa

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cobice o erro, passe a ter um desejo incontrolável a respeito daquilo que não se é permitido fazer. Quando
deixamos de lado a Palavra de Deus, quando não temos prazer de servir a Deus, surge, em nosso interior,
inflamado pela tentação, o desejo incontrolável, a cobiça, a concupiscência, que é o estágio seguinte da
caminhada do pecado.

- Eva desejou ardentemente, sem controle o fruto da árvore, concupiscência esta que teve, em grande parte, a
circunstância do “acréscimo” feito pela mulher. Como entendeu ela que nem tocar se poderia no fruto, passou
a desejá-lo com mais ardor ainda. Este é o grande perigo da “santarronice”, do “radicalismo” humano, sem
base bíblica. Aquilo que é criado como uma “cerca em torno da Torá”, como dizem os judeus, ou seja,
preceitos acrescidos para prevenção ainda maior do pecado, como não têm origem em Deus mas são obras
dos homens, são precisamente os pontos atacados pelo adversário para se ter o efeito oposto, ou seja, trazer
da proibição excessiva o ardente desejo, a concupiscência, a cobiça, que leva ao pecado.

- Vemos, aqui, outra arma que o mundo apresenta para nos fazer sair da verdade, para nos enganar. A
religiosidade extrema, a “criação de pecados”, um rigorismo excessivo que leva a um mero formalismo, a uma
hipocrisia, que, se não fizer com que a pessoa se sinta pecadora e sem condição alguma de ter uma vida de
santidade, trazendo-se uma decepção que a leva ao desânimo e à desistência de uma vida santa, faz com que
ela passe a ter uma vida pecaminosa contentando-se com uma mera aparência enganosa de santidade, como
faziam os fariseus que, não por acaso, eram os maiores inimigos do Senhor Jesus.

- Bem ao contrário, Jesus, mesmo faminto e sedento, depois de quarenta dias de jejum, não se deixou levar
pelo desejo incontrolável decorrente da sua própria condição física. Quando lançado o dardo inflamado do
maligno referente à necessidade de ter de provar que era o Filho de Deus mediante a transformação das pedras
em pães, o Senhor mostrou estar bem atento à Palavra e respondeu dizendo que nem só de pão viveria o
homem, mas de toda a Palavra que procedesse da boca de Deus. Assim fazendo, resistiu ao diabo e ele fugiu
da Sua presença.

- A concupiscência é a incubadora do pecado. Todo pecado nasce deste desejo incontido, deste
desvirtuamento da vontade do pecador. Por isso, o Senhor, ao advertir Caim, disse que o pecado jazia à porta,
ou, em outra versão, “ameaça à porta” (NVI), ou seja, há sempre o risco de, ao darmos lugar ao diabo, levarmos
nossa vontade para longe da vontade de Deus e isto resultará no pecado. Quando desprendemos nossa vontade
da vontade divina, prenunciamos o nosso fracasso espiritual.
OBS: A propósito, bem elucidativa é a Versão do Pe. Antonio Pereira de Figueiredo de Gn.4:7, que vale a pena aqui transcrever: “Porventura se
tu obrares bem, não receberás recompensa? E se obrares mal, não estará logo o pecado à porta? Mas a tua concupiscência estar-te-á sujeita, e tu
dominarás sobre ela”. Como se percebe nesta versão, é clara a ideia de que o pecado representa a perda do domínio sobre a concupiscência.

- Quando desprendemos a nossa vontade da vontade divina, o que é resultado da nossa falta de fé na Palavra
de Deus, imediatamente passamos a gerar, em nós mesmos, a concupiscência, este desejo, esta vontade de nos
desgarrarmos de Deus. Assim, somos atraídos, por este desejo, e passamos a querer fazer o que não agrada a
Deus. É, por isso, aliás, que o escritor da carta aos hebreus diz que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb.11:6
“in initio”). Quando deixamos de dar crédito a Deus, de n’Ele confiar, passamos a desagradá-l’O, visto que
caminhamos em direção à concupiscência, ao desejo de fazer aquilo que não agrada a Deus.

- Foi o que fez Eva. Passou a ver o fruto da árvore como algo bom para se comer, revelando, assim, a
concupiscência da carne, ou seja, o desejo de saciar a matéria, as necessidades surgidas da nossa vida terrena,
em total desprezo pelas coisas espirituais, pelas “coisas de cima”. A “carne”, aqui, representa precisamente
esta natureza pecaminosa que começa a se formar no ser do pecador, esta natureza que era apenas uma
possibilidade, mas que, como “ameaça à porta”, domina o homem uma vez liberada pelo próprio homem que
se distancia de Deus, que faz mau uso de seu livre-arbítrio.

- Mas, na sua direção rumo ao pecado, a mulher também não deixou de apresentar a concupiscência dos olhos,
pois passou a considerar a árvore “agradável aos olhos”. Temos aqui uma interessante característica da ação
do pecado: ele não cega os olhos das pessoas, mas, sim, a mente delas. O intelecto é afetado pelo adversário

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(II Co.4:4). Quando damos lugar ao inimigo, temos o nosso entendimento entenebrecido, passamos a
“enxergar” equivocadamente e o que era algo que não deveria ser feito passa a ser “agradável aos olhos”.

- Por fim, a concupiscência atinge o próprio âmago do ser do pecador. Ele passa a se considerar
autossuficiente, independente de Deus, acima do Altíssimo. É a soberba da vida, o que também se mostra em
Eva, quando vê a árvore como “desejável para dar entendimento”. Quando se chega a este ponto,
contaminando o próprio espírito humano, visto que a alma já o fora com a concupiscência dos olhos, temos o
estágio final da concupiscência.

- Concebida a concupiscência, diz-nos Tiago, gera-se o pecado. “Tomou do seu fruto, e comeu, e deu
também a seu marido, e ele comeu com ela.” (Gn.3:6 “in fine”). Eis a grande tragédia da humanidade!
Concebida a concupiscência, surge o pecado, o pecado entra no mundo dos homens, promovendo a separação
entre Deus e a humanidade (Is.59:2) que é a morte espiritual que já havia sido anunciada pelo Senhor (Gn.2:17
“in fine”).

- Uma vez pecando, o homem torna-se dominado pelo pecado, como o Senhor advertira a Caim (Gn.4:7). Ao
ingressar o pecado no mundo, o primeiro casal distorceu a imagem e semelhança de Deus recebida e, por
causa disto, fez com que os homens passassem a ter uma natureza pecaminosa, visto que, doravante, seriam
imagem e semelhança do primeiro casal (Gn.5:3). Por isso o salmista afirma que somos formados em pecado
e em iniquidade (Sl.51:5). Como consequência disto, todo ser humano, quando atinge a idade da consciência,
escolhe o mal e rejeita o bem. Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm.3:23).

- A consequência do pecado é a morte, ou seja, a separação de Deus. Pecando, o homem não tem mais
comunhão com Deus, tanto que, naquele dia tão triste, quando Deus chegou ao jardim, o primeiro casal d’Ele
procurou se esconder, pois não havia mais intimidade, comunhão entre Deus e os homens. Prova de que todos
os homens pecaram, como diz Paulo, é justamente o fato de que todos estão separados de Deus, de que a morte
sobreveio a todos (Rm.5:12).

- Neste ponto, é relevante fazermos algumas considerações, ainda que rápidas, a respeito da “doutrina do
pecado original”, que é defendida por vários segmentos ditos cristãos, em especial a Igreja Romana. O “pecado
original” seria o “pecado de Adão”, com o qual todos os homens nasceriam, daí porque, entre outras
consequências, ser necessário o “batismo infantil” para se obter o perdão deste “pecado original”.

- Tal doutrina, porém, não tem o menor respaldo bíblico. Cada um deve dar conta de seus pecados e, assim
como o diabo não pode ser culpado pelos pecados cometidos pelos indivíduos, também nem Adão nem Eva
podem ser culpados pelos pecados dos outros.

- Quando de Sua advertência a Caim, o próprio Senhor nos mostra que Caim não era pecador por causa do
pecado de seus pais, mas que, se pecasse, seria dominado pelo pecado. Assim, o “pecado original” não se
transmite hereditariamente aos homens que, por isso mesmo, não são nascidos pecadores.

- O salmista diz que somos formados em pecado e em iniquidade, ou seja, herdamos de nossos pais a natureza
pecaminosa, isto é, a tendência de pecar inevitavelmente quando alcançamos a nossa consciência, mas, em
absoluto, isto quer dizer que já temos o pecado de Adão e de Eva em nós. Adão prestará contas de seu pecado
diante de Deus, assim como cada um de nós prestará contas de seu pecado diante de Deus (Ap.20:7). “Pecado
original” não é o pecado de Adão (ou de Eva), mas, sim, a natureza pecaminosa que herdamos, a nossa
tendência natural de pecar quando alcançamos a consciência. Não fosse assim, por que Jesus teria dito que
das crianças é o reino dos céus? (Mc.10:14; Lc.18:16).

- Esta falsa doutrina do pecado original é também utilizada pelo mundo para fazer com que as pessoas achem
que estão livres da natureza pecaminosa única e exclusivamente por conta de um ato ritual. A ideia de que “o

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batismo salva” é mais um fator para fazer com que as pessoas entendam que podem pecar, porque já estão
salvas por terem sido “batizadas” quando ainda crianças.

- Outro engano que o mundo traz à mente das pessoas é a ideia da “predestinação incondicional”, segundo a
qual a salvação decorre de uma prévia escolha divina. Assim, quem é “escolhido para salvação” pode pecar à
vontade, porque já está salvo, não importa o que faça ou venha a fazer.

III – A DEFINIÇÃO DO PECADO À LUZ DA QUEDA DO HOMEM

- Visto o triste caminho do pecado, que é seguido inevitavelmente por todos os homens, quando adquirem a
consciência, diante da natureza pecaminosa que herdaram dos seus pais, podemos extrair das Escrituras as
lições que elas nos dão a respeito do pecado, definindo o que é ele e quais são os seus aspectos.

- A primeira definição que temos de “pecado” é decorrente da sua própria etimologia seja em hebraico, seja
em grego. “Pecado”, quase sempre, em hebraico, é tradução de “chatta’h” (‫)חטאה‬, que, em grego, é “hamartía”
(άμάρτία), ou seja, “tortuosidade”, “desvio”. O pecado, portanto, é um “desvio”, é uma “tortuosidade”,
uma “distorção”, uma “saída de rota”, ou seja, é uma atitude que sai dos objetivos, das regras, dos fins
propostos por Deus aos seres criados por ele com o livre-arbítrio. Deus havia estabelecido o querubim ungido
para glorificá-l’O, “chefiar” esta glorificação, seja no Éden, seja no monte santo de Deus. Mas o querubim
ungido quis situar-se acima do trono do Altíssimo, quis ser glorificado e não glorificar, o que representava um
desvio, uma distorção do fim instituído pelo Senhor e, por isso, pecou.

- De igual maneira, o primeiro casal, feito para lavrar e guardar o jardim do Éden, bem como para dominar
sobre a criação terrena, adorando a Deus e Lhe obedecendo, também resolveu “saber” o bem e o mal, para ser
igual a Deus (Gn.3:5) e, por causa disto, também se desviaram da rota traçada pelo Senhor, pecando. O pecado,
portanto, é um desvio de finalidade, de objetivo, de rumo, quando se deixa o que foi estabelecido por Deus e,
mediante um mau uso da liberdade de escolha, opta-se por algo diverso do alvo predeterminado por Deus. Daí
porque o salvo deve sempre repetir as palavras do apóstolo Paulo: “…uma coisa faço e é que, esquecendo-me
das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp.3:13b,14).

- Mas, “pecado”, também, é transgressão. “Transgressão” é o ato de “transgredir” e “transgredir”, por sua
vez, é “passar de uma parte a outra”, “violar”, “infringir”. O pecado apresenta-se como uma ação que vai além
da vontade de Deus, uma atitude desprendida da vontade divina. O pecado é um ato em que o ser moral não
leva em conta a vontade do seu Senhor e passa para o outro lado, ou seja, age de acordo com a sua vontade,
fora dos objetivos, das prescrições e dos desejos de Deus. ‘Transgredir” é “expor completamente”, ou seja, é
sair de debaixo da proteção de Deus, de debaixo da mão de Deus para se manter independente, sem proteção,
à mercê do mal e do adversário, como fez Balaão (II Pe.2:16). É a quebra de um dever e de uma
ordem(Rm.2:23). Eis o motivo por que a Bíblia diz que, ao pecar, Eva caiu em transgressão (I Tm.2:14), o
mesmo se dando com relação a Adão (Rm.5:14).

- A Bíblia diz que a transgressão receberá de Deus a justa retribuição (Hb.2:2). Com efeito, sendo a
transgressão um afastamento da vontade de Deus, uma quebra de uma ordem divina, o ser moral que a toma
assume a responsabilidade pelos seus atos e deverá, pois, prestar contas ao Criador e Senhor de todas as coisas
(Sl.24:1). Quando transgredimos a Deus, estamos condenados à rejeição por Ele e à morte, como ocorreu com
Saul (I Cr.10:13). Quem não transgride, é puro e, por isso, verá a Deus (Jó 33:9; Mt.5:8). Quem tem a sua
transgressão perdoada, é bem-aventurado (Sl.32:1).

- O mundo tenta, de todas as maneiras, convencer as pessoas de que não há tal justa retribuição, de que Deus
é amor e misericórdia e que perdoa a todos, apesar do que for cometido. É a falsa doutrina do “universalismo”,
que chega mesmo a dizer que até o diabo e seus anjos serão perdoados por Deus.

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3º Trim. de 2023: A IGREJA DE CRISTO E O IMPÉRIO DO MAL: Como viver
neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia
- Como se isto fosse pouco, há, ainda, aqueles que defendem a retribuição por parte de méritos humanos, ou
seja, dizem que o pecado cometido pode ser devidamente reparado mediante obras humanas. A propósito,
toda religiosidade surgida no mundo, que tem o homem como fonte de criação, sempre defende a “salvação
pelas obras”, segundo a qual o pecado é devidamente reparado por “boas obras”, que levam, assim, a uma
inevitável salvação, seja agora, seja mediante reencarnações.

- Outra distorção da ideia de pecado é procurar trazer “gradações de pecado”, dizer que há “pecadões” e
“pecadinhos” e que os “pecadinhos” não geram a morte espiritual, são tolerados por Deus ou, no limite, não
impedem a salvação, mas tão somente uma “purgação” na eternidade. Tais pensamentos também incentivam
a prática do pecado e uma tolerância com uma vida pecaminosa, que muito contribui para que as pessoas se
descuidem e acabem perdendo a salvação.

- Tais pensamentos, evidentemente, estimulam à prática do pecado e à construção de uma mente cauterizada,
que, acostumada ao pecado, torna-se insensível espiritualmente e não vê problema algum em continuar a viver
pecando, exatamente o engano que se quer provocar para levar as pessoas à perdição eterna.

- O terceiro significado de “pecado” é “impiedade”, ou seja, “incapacidade para honrar os seus deveres”,
“falta de pureza”, “falta de religião”, “falta de credulidade”. O pecado dos homens é visto por Deus como
“impiedade (Rm.1:18). O pecado é um estado em que o homem se distancia de Deus e, por causa deste
distanciamento, deixa de ter santidade, deixa de ter os sentimentos próprios de Deus, passando a ser cruel,
maldoso, impuro e infiel.

- O pecado é a inobservância dos deveres cometidos a ele por Deus, bem assim a ausência de relacionamento
entre Deus e os homens. Sem se relacionar com Deus, o homem se embrutece, querendo mostrar-se
independente e superior a Deus, curva-se a outras criaturas e até mesmo a objetos produzidos por ele mesmo.
Em vez de se mostrar um ser moral, dotado de equilíbrio e racionalidade, o homem passa a ter um
comportamento mais bestial que o dos próprios animais, gerando um estado caótico que Paulo bem descreveu
no capítulo 1 da carta aos romanos.

- Por causa disto, o mundo está cheio de impiedade, a começar pelo lugar do juízo e pelo lugar da justiça
(Ec.3:16), daí porque ter o profeta dito que a justiça humana é como trapo de imundícia (Is.64:6).

- A impiedade está entronizada no meio dos homens sem Deus e sem salvação (Sl.125:3; Zc.5:8-11), porém
não subsistirá (Sl.1:6; Pv.11:5; 12:3; Ec.8:8; Jd.15). É desejo de Deus que todos renunciemos à impiedade
(Tt.2:12; Is.58:67; Ez.33:19). A grande causa da impiedade é a falta de amor, resultado da separação que se
faz entre Deus, Que é amor (I Jo.4:8 “in fine”) e a humanidade.

- Para se contrapor a esta realidade, o mundo traz a ideia de que não existe bem ou mal, que tudo é relativo. É
o chamado relativismo ético ou relativismo moral, que diz que o bem e o mal são resultado de um consenso,
de uma escolha feita num determinado momento histórico por uma determinada sociedade e que, portanto,
não há que se falar em “impiedade” ou em “coisas boas ou más”, “certas ou erradas”.

- Nos dias de hoje, muitos estão a dizer que “a moral é cultural”, que tudo não passa de convenções
estabelecidas nas mais diversas sociedades e que tudo deve ser “respeitado”, “tolerado” e “admitido”. Este
quadro procura convencer os homens de que não há pecado.

- A terceira definição de pecado que nos mostra um outro aspecto seu é a de “desobediência” (Rm.5:19).
Pecado é “desobediência”, ou seja, “falta de obediência”, “recusa de obedecer”. Tanto o querubim ungido
quanto o primeiro casal não quiseram obedecer às regras, às normas estabelecidas por Deus a eles. O querubim
fora estabelecido para ficar no monte santo de Deus, mas quis subir acima do Altíssimo. O primeiro casal foi
proibido de tomar do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, mas, igualmente, não obedeceu.

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3º Trim. de 2023: A IGREJA DE CRISTO E O IMPÉRIO DO MAL: Como viver
neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia
- A obediência é o que Deus requer do ser humano, é a Sua única exigência (Dt.10:12,13). Obedecer é melhor
do que sacrificar e o atender é melhor do que a gordura de carneiros (I Sm.15:22). A desobediência foi sempre
a razão de ser do fracasso de todos quantos decidiram servir a Deus (Dt.8:20; Dn.9:11; At.7:39). O pecado é
desobediência e a desobediência gera a indignação e a ira divinas (Rm.2:8), a reprovação para toda a boa obra
(Tt.1:16). Aos desobedientes é negado o repouso divino (Hb.3:18), bem como reservado um triste fim (I
Pe.4:17).

- O mundo, então, traz a ideia de que Deus não existe e, se existe, não exige esta ou aquela conduta do ser
humano, porque criou todas as coisas e as deixa funcionando sem qualquer interferência Sua, confundindo
liberdade com “autonomia” e defendendo a ideia de que o homem pode fazer o que quiser.

- O quarto significado de “pecado” é “iniquidade” (I Jo.3:4; 5:17), ou seja, “demasia”, “excesso”,


“desigualdade”, “injustiça”. O pecado é um ato que gera injustiça, ou seja, em que toma indevidamente algo
que não é seu, em que acrescenta demasiadamente para um e faz faltar para outrem. Nem poderia ser diferente,
visto que Deus é a justiça (Jó 36:3; Sl.4:1).

- Assim, se, ao pecar, afastamo-nos de Deus, o resultado disto é a “injustiça”, a “iniquidade”, a “desigualdade”.
Vive-se num mundo injusto e desigual em todos os sentidos (econômico-financeiro, social, político etc.), por
causa do pecado, que é o gerador de todos os distúrbios que padecemos. Aliás, as desigualdades e dominações
de uns sobre outros é decorrência direta do pecado, como se verifica dos juízos divinos lançados sobre a
humanidade em virtude do pecado do primeiro casal.

- Por ser “iniquidade”, o pecado exige a aplicação da justiça divina para sua dissipação. Ao longo do livro de
Levítico, onde está a maioria das prescrições relativas a sacrifícios, sempre se fala na iniquidade que deverá
ser levada pelo pecador. Ao pecar, o homem gera uma injustiça, uma desordem na ordem estabelecida por
Deus, uma circunstância de desigualdade e de excesso e falta, que tem de ser remediada, sob pena de trazer a
justa punição a quem pecou.

- Quem pratica a iniquidade não invoca ao Senhor (Sl.14:4), ainda que até pronunciem indevidamente o Seu
nome. Na verdade, não têm estes qualquer relacionamento com Deus, que, naquele dia, em que se prestará
conta de toda a iniquidade carregada consigo, ouvirão a dura sentença: ‘Nunca vos conheci” (Mt.7:21-23),
precisamente porque têm o mal no seu coração (Sl.28:3).

- O mundo procura criar uma falsa ideia de justiça e, para tanto, costuma “adjetivar” a justiça, o que traz
enorme confusão na sua identificação. Assim, fala-se em “justiça social”, por exemplo, expressão que o
filósofo e economista norte-americano Thomas Sowell (1930- ), disse ser uma expressão que nada significa,
pois toda justiça é inerentemente social.

- Com esta confusão, o mundo procura distorcer o significado de “justiça” e, assim, fugir à ideia da
“iniquidade” e, por conseguinte, de pecado, buscando sempre justificar a inobservância da lei divina.

- O quinto significado de “pecado” é “incredulidade”, que é a “falta de credulidade”, a “qualidade de quem


não crê, de quem não tem fé”. O pecado é a falta de crença em Deus e em Sua Palavra. O pecador não confia
no que Deus diz, é um descrédito à verdade. O pecador, em vez de crer em Deus e em Sua Palavra, prefere
crer em fábulas, mentiras e ilusões, quase sempre bem arquitetadas pelo adversário, que é o pai da mentira
(Jo.8:44). A incredulidade foi o motivo pelo qual a geração do êxodo, ou seja, os israelitas de vinte anos para
cima que saíram do Egito, não entraram na Terra Prometida (Hb.3:19) e será a razão pela qual muitos não
entrarão no reino de Deus, na Canaã celestial, pois sem fé é impossível agradar a Deus (Hb.11:6). Quem age
com incredulidade e nesta incredulidade permanece, ficará fora da comunhão com o Senhor (Rm.11:20,23).
Os incrédulos estão sob o domínio do pecado, são enganados diuturnamente pelo inimigo (II Co.4:4). O
destino dos incrédulos é a morte (Hb.11:31; Ap.21:8).

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neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia
- O mundo é caracterizado pela incredulidade, pela defesa da ideia de que não se deve crer naquilo que Deus
diz, seja negando a própria existência de Deus (ateísmo), seja adotando um modo de vida em que Deus
simplesmente é desconsiderado (o chamado “ateísmo prático”).

IV – AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

- A primeira consequência do pecado, já apontada por Deus previamente ao homem, é a morte, ou seja,
a separação entre Deus e os homens (Gn.2:16,17; Is.59:2;Rm.6:23). Ao pecar, o homem estabelece uma
divisão, uma barreira entre ele e Deus, pois não é possível haver comunhão com Deus quando se está em
pecado (Ef.2:11-14). Logo no primeiro dia após o pecado, o homem não se sentiu bem com a aproximação de
Deus, procurando d’Ele se esconder, como se isto fosse possível (Gn.3:8). O estado pecaminoso do homem
fez com que Deus expulsasse o primeiro casal do Éden (Rm.3:23), tendo, também, impedido o seu acesso à
árvore da vida (Rm.3:22,24).

- A segunda consequência do pecado é a perda da inocência e o surgimento da malícia e da maldade.


Assim que o homem pecou, percebeu que estava nu (Gn.3:7), nudez que não era apenas a física, ou seja, a
ausência de vestes para cobertura do corpo, mas, também, a nudez espiritual, pois o homem se achou, também,
sem as vestes de justiça que possuía antes de pecar (Jó 29:12; Is.61:10). O pecador está espiritualmente nu,
como se vê quando o Senhor se refere à igreja de Laodiceia (Ap.3:18). A nudez espiritual, consequência do
pecado, leva-nos à questão do pudor. O homem sentiu vergonha do seu corpo, ou seja, o homem, imagem e
semelhança de Deus, já não consegue ver, em si mesmo, esta imagem e semelhança de Deus, passa a ter
vergonha de si mesmo, do seu próprio corpo. Temos, assim, a substituição do “homem da inocência” pelo
“homem da concupiscência”. Esta vergonha representa, antes de mais nada, a distorção operada pelo pecado
na própria estrutura humana. O homem já não sabe lidar com seu corpo, alma e espírito, e, por isso, sente
vergonha e medo.
OBS: Vale a pena transcrever aqui o pensamento do ex-chefe da Igreja Romana, João Paulo II (1978-2005), a respeito do pudor, pensamento
cuja biblicidade recomenda a transcrição:”… 5. O coração humano conserva em si contemporaneamente o desejo e o pudor. O nascimento do
pudor orienta-nos para aquele momento em que o homem interior, «o coração», fechando-se ao que «vem do Pai», se abre ao que «vem do mundo».
O nascimento do pudor no coração humano dá-se a par e passo com o início da concupiscência — da tríplice concupiscência segundo a teologia
joanina (cfr. 1 Jo. 2, 16) e em particular da concupiscência do corpo. O homem tem pudor do corpo por causa da concupiscência. Mais, tem pudor
não tanto do, corpo quanto exactamente da concupiscência: tem pudor do corpo por causa da concupiscência. Tem pudor do corpo por causa
daquele estado do seu espírito a que a teologia e a psicologia dão a mesma denominação sinónima: desejo ou concupiscência, embora com
significado não de todo igual. O significado bíblico e teológico do desejo e da concupiscência difere do usado na psicologia. Para esta última, o
desejo provém da falta ou da necessidade, que o valor desejado deve satisfazer. A concupiscência bíblica, como deduzimos de 1 Jo. 2, 16, indica
o estado do espírito humano afastado da simplicidade original e da plenitude dos valores, que o homem e o mundo possuem «nas dimensões de
Deus». Exactamente essa simplicidade e plenitude do valor do corpo humano na primeira experiência da sua masculinidade-feminilidade, de que
fala Génesis 2, 23-25, sofreu sucessivamente, «nas dimensões do mundo», transformação radical. E então, juntamente com a concupiscência do
corpo, nasceu o pudor. 6. O pudor tem significado duplo: indica ameaça do valor e ao mesmo tempo preserva interiormente esse valor (1). O facto
de o corpo humano, desde o momento em que nele nasce a concupiscência do corpo, conservar em si também a vergonha, indica que se pode e
deve fazer apelo a ele quando se trata de garantir aqueles valores, a que a concupiscência tira a sua original e plena dimensão. Se conservamos isto
na mente, estamos capazes de compreender melhor porque, falando da concupiscência, Cristo faz apelo ao «coração» humano. …” (JOÃO PAULO
II. Audiência geral de 28 de maio de 1980. Disponível em:
http://www.google.com/search?q=cache:0CYaEpcCbyoJ:www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/1980/documents/hf_jp-
ii_aud_19800528_po.html+pudor,+pecado&hl=pt-BR&gl=br&ct=clnk&cd=3 Acesso em 04 out. 2006).

- A terceira consequência do pecado é a culpa que sobrevém ao homem. Muitos estudiosos da atualidade,
dentro de sua rejeição à Palavra de Deus, costumam dizer que o cristianismo representa um mal para a
humanidade, porque impõe ao gênero humano a ideia de culpa, ideia esta que tiraria dos homens a alegria de
viver. No entanto, tais pensadores estão totalmente equivocados. A Bíblia Sagrada não torna os homens
culpados, nem faz com que os homens percam a felicidade da vida atribuindo-lhes uma culpa. Na verdade, as
Escrituras apenas mostram que o homem, feito para ser inocente e feliz, ao pecar, fazendo mau uso de sua
liberdade, de seu livre-arbítrio, tornaram-se culpados diante de Deus (Tg.2:10; Cl.2:14). A culpa não é uma
“invenção cristã”, mas o resultado do pecado. Porque pecamos, tornamo-nos culpados diante de Deus. A
Bíblia é bem clara ao nos mostrar que Deus não faz do culpado inocente (Ex.34:7; Nm.14:18; Na.1:3). Ao
culpado está reservada a morte (Os.13:1).

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neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia
- A quarta consequência do pecado é fazer com que o homem fique debaixo da ira de Deus. Já temos dito
que o pecado é um distanciamento entre Deus e o homem, de modo que o homem sai do lugar da proteção de
Deus (“o esconderijo do Altíssimo, a sombra do Onipotente” – Sl.91:1) para se expor completamente, ficando
à mercê do adversário e da própria ira divina. Desde os céus, Deus Se ira contra os pecadores (Rm.1:18-20),
como bem demonstrou o grande pregador Jonathan Edwards, num dos sermões mais famosos da história da
Igreja, “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, cuja leitura recomendamos (entre outros endereços, este
sermão está disponível em
http://www.monergismo.com/textos/advertencias/pecadores_maos_deus_irado.htm ).

- A ira de Deus em relação ao homem é a reação divina pela prática do pecado. Deus é bom, Deus é amor,
entretanto, também é justiça. Deus, por iniciativa Sua, somente promove o bem ao homem, somente busca
conceder ao ser humano a felicidade, pois, como vimos na lição anterior, Deus quer que o homem seja feliz.
Entretanto, quando o homem, em vez de buscar a felicidade, que se encontra na comunhão com o Senhor,
d’Ele se afasta, passando a pecar, traz sobre si a ira divina. Moisés, em seu último cântico, deixa isto bem
claro ao mostrar à nação israelita que, se ela se ensoberbecesse e deixasse de servir a Deus, “dando coices”,
“deixando a Deus que a fez”, o Senhor a desprezaria, a abandonaria à própria sorte, provocado que foi à ira
pelos Seus próprios filhos e filhas (Dt.32:15-20). Quando Deus abandona o homem e o despreza, manifesta a
Sua ira e, neste instante, o juízo de Deus apresenta-se extremamente duro.

- As pragas do Egito, reação ao endurecimento do coração de Faraó, bem como as pragas que estão
profetizadas para a Grande Tribulação são demonstrações do que é cair debaixo da ira de Deus. Como disse o
escritor da carta aos hebreus: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb.10:31), como também,
“como escaparemos nós se não atentarmos para uma tão grande salvação?” (Hb.2:3a). A ira de Deus vem
sobre os filhos da desobediência (Ef.5:6; Cl.3:6) e o pecador, em sua dureza e impenitência de coração,
somente entesourará para o dia da ira e da manifestação do juízo de Deus (Rm.2:5). Que Deus nos guarde!

- A quinta consequência do pecado é fazer o homem perder a tranquilidade. A paz é o resultado direto
da comunhão com Deus (Rm.5:1) e esta comunhão nos dá a paz de Deus (Fp.4:7; Cl.3:15). Entretanto, se
estamos em pecado, estamos separados de Deus e, por conseguinte, também não temos paz. Todo o homem
que obra o mal tem tribulação e angústia (Rm.2:9), tem uma paz ilusória, porque não é a paz dada por Cristo
Jesus, o Deus Filho (Jo.14:27; 16:33). Toda a intranquilidade, toda a perturbação, todo o desespero que vemos
reinando no mundo é resultado direto do pecado na vida dos homens.

- O mundo, diante desta perda de tranquilidade, traz a concepção de uma “falsa paz”, que seria a “harmonia”
entre as pessoas, através de “valores comuns”, de uma “fraternidade humana universal”, que é a construção
de uma sociedade sem Deus e que busca a tão sonhada paz no próprio homem ou no seu equilíbrio e harmonia
com a natureza. Este discurso, que propositadamente deixa de lado a ideia de pecado, nada mais é que um
engano para manter o homem sem paz e sem salvação.

- A sexta consequência do pecado é fazer com que o homem fique sujeito ao pecado (Gn.4:7). Jesus disse
que todo aquele que peca é servo do pecado (Jo.8:34). Como o Senhor advertira Caim, o pecado domina o
homem. O homem, ao pecar, torna-se escravo do pecado e, por isso, já não mais faz o que quer, mas sim o
que o pecado que nele habita quer que ele faça, como bem demonstrou o apóstolo Paulo no capítulo 7 da
epístola aos romanos. Ao pecar, o homem se coloca à mercê de sua natureza pecaminosa e, também, do diabo
e de seus anjos, que, pela ocasião do pecado do homem, escravizam os pecadores, cegando-lhes o
entendimento e os levando para o seu mesmo destino: o lago de fogo e enxofre.

- Não é verdade, portanto, que o mundo físico esteja sob o governo de Satanás e de seus anjos, como,
infelizmente, muitos pregadores, seduzidos pelo falso ensino da doutrina da confissão positiva, estão a ensinar
em muitos púlpitos na atualidade.

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neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia
- O mundo físico e todos aqueles que nele habitam são do Senhor (Sl.24:1) e nunca deixaram de sê-lo. No
entanto, os homens, quando dão ocasião à sua própria natureza pecaminosa e são atraídos e engodados pela
própria concupiscência, distanciam-se de Deus e ficam à mercê do diabo e de seus anjos que passam a controlar
as mentes, as vontades e os sentimentos destes homens, escravizados que estão pelo pecado. Passam a servir
ao adversário de nossas almas, a serem instrumentos de iniquidade (Rm.6:13). O diabo passa a dominar o
homem, o seu ser, mas não o mundo cósmico, como se alardeia por aí. Ele é, sim, o príncipe deste mundo,
entendido mundo aqui não como a criação, mas o reino das trevas, o reino do pecado e do mal.

- A sétima consequência do pecado é a perda da posição do homem na ordem cósmica. Feito para dominar
sobre a criação terrena e para viver em comunhão com o Senhor, o homem, ao pecar, perdeu esta posição.
Expulso do Éden, não mais teve comunhão com Deus e a natureza, que antes lhe era servil, agora é sua
competidora, precisando, inclusive, lutar contra ela para poder sobreviver (Gn.3:17-19). Sem acesso à arvore
da vida, o homem não só sofreu a morte espiritual, que é a separação de Deus, como também lhe foi imposta
a morte física, vendo, pois, a separação do seu próprio ser, com a interrupção da sua unidade pelo retorno do
corpo ao pó da Terra e a ida do homem interior para o local de espera do julgamento final.

- Nesta perda da posição de domínio sobre a criação terrena, o homem acaba se submetendo a suas próprias
invenções, sem falar às demais criaturas. Assim, torna-se escravo do dinheiro e das riquezas, o dá origem a
toda espécie de males (Mt.13:22; I Tm.6:10), como também é levado, pela soberba, a contendas e questões de
palavras, que só geram mais e mais pecados (I Tm.6:4). É levado, também, pelos seus próprios desejos
desordenados e incontrolados (Lc.21:34), chegando, mesmo, ao ponto de passar a adorar as criaturas em lugar
do criador, dando origem à idolatria, fonte de toda corrupção moral e de costumes (Rm.1:21-32).

- A oitava consequência do pecado foi a desigualdade de sexo, ou seja, a diferença de tratamento entre
o homem e a mulher. Feitos para serem iguais diante de Deus, pois, para Deus, não há acepção de pessoas
(Dt.10:17), homem e mulher, por causa do pecado, passaram a ter posições diferenciadas no relacionamento
entre si, tendo o senhor determinado o domínio do homem sobre a mulher (Gn.3:16). Este domínio não é
desejo divino, mas reação divina ao pecado cometido. Como vimos, o pecado é gerador de desigualdade, pois
é iniquidade e, em virtude disto, a humanidade sob o pecado é um triste quadro de injustiças, de desigualdades
e de dominações. Entre tais desigualdades, destaca-se a “desigualdade de gênero”.

- Em que pese todo o esforço para que a mulher tenha uma melhor posição na sociedade humana, notadamente
a partir do final do século XIX, o fato é que, como sistematicamente demonstram os relatórios das
organizações internacionais, a mulher ainda vive nítida situação de inferioridade em relação ao homem, seja
nos países ricos, seja nos países pobres; seja no campo econômico, seja no campo social ou político, e isto
quando a população de mulheres já é superior a de homens. Tudo isto está a provar que o pecado gera
consequências inevitáveis e que não se consegue suprimir pela força humana.

- O mundo traz como alternativa a esta consequência do pecado o “feminismo”, que acabou dando guarida à
“ideologia de gênero”, onde, sob o pretexto de trazer “empoderamento à mulher”, cria um ambiente ainda
mais desigual e hostil às mulheres, visto que tais ideologias levaram a mulher ao mercado de trabalho,
promovendo a sua maior exploração, retiraram da mulher o sublime papel da maternidade, que é o ápice da
sua dignidade segundo o modelo estabelecido por Deus, criando um sem-número de problemas adicionais que
afetam a mulher enquanto tal (intensificação do tráfico de mulheres, aumento da violência contra a mulher,
ocupação do espaço social da mulher pelos “transgêneros” etc.)

- A nona consequência do pecado é a contaminação da vida familiar. O pecado, ao trazer a desigualdade


de gênero, já tornou tensas as relações entre marido e mulher, mas, logo em seguida, com o primeiro
homicídio, bem demonstrou que vinha a atacar de forma direta a própria família. Desde então, o pecado tem
transtornado muitíssimo a vida familiar, vida esta que se encontra, nos nossos dias, em frangalhos, por causa,
precisamente, do pecado.

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neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia
- Quando se verifica, por exemplo, a situação em que se encontrava a instituição familiar em períodos de juízo
divino, como nos dias de Noé, nos dias de Ló ou na geração seguinte a Josué e os anciãos em Israel, vemos
que a família era e é a principal vítima do estado de intensa pecaminosidade.

- O pecado gera a destruição da vida familiar, pois desfaz a pureza e a estabilidade entre marido e mulher,
retirando assim a necessária autoridade moral indispensável para o relacionamento entre pais e filhos, gerando
milhares e milhares de vidas sem afeto e sem amor, prontas para ficarem à mercê de ação dos diversos
instrumentos da iniquidade, num ambiente de depravação moral e de violência generalizada.

- O mundo busca escamotear esta consequência criando “novas formas de família”, buscando chamar de
“família”, arranjos e uniões que não são conformes ao padrão bíblico e que jamais podem gerar a bênção
divina, mas trazer ainda mais problemas na sociedade e para os indivíduos. O quadro de contaminação da vida
familiar passa a ser de desestruturação completa da instituição familiar, o que leva a maior prática do pecado
e da maldade, tanto que o Senhor Jesus vai comparar os dias imediatamente anteriores ao arrebatamento da
Igreja, os nossos dias, com os “dias de Noé”, tendo esta característica de total desconsideração para com o
modelo divino de família como fator preponderante.

- A décima consequência do pecado é a desunião, o desamor, o ódio de uns contra os outros. O domínio
do pecado sobre o homem faz com que sejam praticadas as chamadas “obras da carne” (Gl.5:19-21), que
prejudicam grandemente a própria convivência e sobrevivência da humanidade. O pecado, a começar da
família, dilapida a estrutura social e instala a barbárie e o egoísmo como modos de sobrevivência e de
permanência no convívio social. Por mais tecnologicamente civilizados que estejam os homens, o aumento do
pecado produz cada vez mais pecado, cada vez mais maldade, cada vez mais selvageria. Apesar de estar na
era da telemática, de um desenvolvimento tecnológico nunca antes visto, quem se atreveria a dizer que estamos
num mundo mais honesto, mais pacífico, menos cruel do que nossos avós?

- Esta consequência é tão nefasta que o próprio Jesus nos mostra que atingirá até mesmos aqueles que já
alcançaram a salvação um dia. “E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará” (Mt.24:12). Este
“muitos”, no original “pólus” (πόλυς), significa “quase todos”, “a grande maioria”. O efeito devastador do
pecado é tanto que quase todos os que um dia receberam o amor de Deus derramado em seus corações pelo
Espírito Santo (Rm.5:5) se esfriará, desaparecerá. Que Deus nos guarde!

- O mundo altera o significado de “amor”, tornando-o de um comportamento num mero sentimento, numa
simples emoção, não raras vezes confundida com a mera satisfação egoística e que se reduz ao aspecto
meramente instintivo e sexual. A confusão entre “eros” e “amor” é mais uma distorção que busca enganar os
que não creem na Palavra de Deus.

- A décima primeira consequência do pecado é a cegueira espiritual. O pecado torna-nos cegos espirituais,
pois temos nosso entendimento cegado pelo adversário de nossas almas (II Co.4:4) e “não enxergamos um
palmo à frente do nosso nariz” em termos espirituais, tanto que abandonamos as coisas eternas, que são as que
realmente têm valor, para nos prendermos às coisas passageiras e vis deste mundo.

- O pecador não consegue compreender que o mundo passa e a sua concupiscência e que só quem faz a vontade
de Deus permanece para sempre (I Jo.2:7). Deixa de ajuntar tesouros para a eternidade por conta de tesouros
nesta vida que é tão passageira como a flor da erva (Mt.6:19-21; I Pe.1:24). Cansa-se e fatiga-se com as coisas
deste mundo, esquecendo-se da boa parte (Lc.10:41,42).

- O secularismo, ou seja, a visão do mundo somente para as coisas desta vida, o materialismo e o completo
desprezo pelo aspecto espiritual têm sido a base da maneira de viver pregada pelo mundo em nossos dias,
buscando, assim, esconder a realidade da eternidade e os males que a vida de pecado causa ao ser humano.

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3º Trim. de 2023: A IGREJA DE CRISTO E O IMPÉRIO DO MAL: Como viver
neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia
- A décima segunda consequência do pecado é a indignidade da pessoa humana. Com efeito, o pecado
torna o homem indigno, à mercê do inimigo de nossas almas e separado de Deus. Nestas circunstâncias, o
homem decai completamente de sua natureza e passa a ser um instrumento de iniquidade, que se autodestrói,
que, a cada instante, ocasiona a sua própria degradação.

- Quando vemos a que ponto tem chegado o ser humano, a que ponto o ser humano tem se tornado vil e
desprezível aos olhos dos próprios homens, vemos como o homem tem se tornado indigno, tem sido
vilipendiado. A vileza do homem alcançará seu estágio máximo na Grande Tribulação, quando ele é posto
como uma simples mercadoria e das menos valiosas dos poderosos, como se lê em Ap.18:11-13.

- Vemos, portanto, que o pecado tem consequências extremamente danosas e o homem não tem como enfrentá-
las. Estaria, pois, irremediavelmente perdido se Deus não o amasse e não providenciasse um escape.

- Por isso mesmo, o mundo distorce esta verdade bíblica, fazendo com que o homem não enxergue a situação
deplorável em que se encontra e que precisa de salvação, que Deus já providenciou.

- Não é à toa que um dos papéis do Espírito Santo é precisamente o de convencer o homem do pecado (Jo.16:8),
pois uma das coisas que o mundo faz é manter o homem alheio a esta ideia de pecado, fazê-lo crer que o
pecado não existe ou, se existe, não traz tanto mal assim ao homem.

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr. Caramuru Afonso Francisco

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