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Não podemos dizer que o mal é inexistente, pois se gastarmos tempo em observar o que
acontece ao nosso redor, chegamos a conclusão que o mal vivido em gerações passadas,
desde os primórdios da humanidade não é um privilégio do mundo contemporâneo em
que vivemos, e chegamos a conclusão que existe algo de errado no mundo.
Hoje mesmo vivemos uma situação nunca vivida pelo mundo moderno, que é a questão
do COVID 19, além de outras coisas como a corrupção, fomes, enchentes, guerras,
injustiças entre outros problemas gerados pelo mal, que se tornaram parte de nosso
cotidiano.
We cannot say that evil is non-existent, because if we spend time observing what
happens around us, we come to the conclusion that the evil experienced in past
generations, since the dawn of humanity is not a privilege of the contemporary world in
which we live, and we came to the conclusion that there is something wrong in the
world.
Today we live in a situation never experienced by the modern world, which is the issue
of COVID 19, in addition to other things such as corruption, famines, floods, wars,
injustices, among other problems generated by evil, which have become part of our
daily lives.
In the knowledge society today, the question of evil has become a problem of the
intellect, as opposed to a spiritual reality. Therefore, the Problem of Evil cannot be seen
as an intellectual issue to be solved or explained philosophically, because the problem is
not a condensation to corrupt social issues, becoming a social perspective, but due to the
sinful nature resulting from the rebellion of creation towards the its creator, for this
reason evil makes sense from the biblical point of view, because only through the Bible
can we have some understanding in the face of the most complex issue for religious and
theistic thinking.
A experiência humana tem atestado a realidade do mal, seja qual for o período, povos
ou cultura todos tem que lidar com essa questão, mas é importante levar em conta que
nem sempre há um consenso com respeito à definição de mal. Na tradição judaica
expressa por Nachmânides quando se refere ao problema do mal como “a questão mais
difícil que se encontra tanto na raiz da fé quanto da apostasia, com a qual estudiosos de
todas as épocas, povos e língua têm lutado”. 1 Na tentativa de compreensão do conceito
de mal é preciso se ater para algumas dificuldades, como: Existe uma experiência má
absoluta? O que é mau para uma pessoa ou cultura pode não ser para outra, exemplo
dado na aula de Apologética pelo professor Jonas Madureira quando menciona o filme
Toten da Paz que trata de um missionário holandês que vai para uma tribo indígena em
Papua Nova Guiné e se depara com uma realidade completamente diferente da nossa,
onde a traição não é vista como uma coisa má. Com essa pergunta não podemos
resolver este problema do mal com a subjetividade humana.
Outro ponto a ser abordado é, qual é o critério para sabermos se algo é ou não é mau?
Qual é o parâmetro a ser usado para respondermos isso? A sociedade, nossos prazeres
carnais, a razão, as leis? Não podemos responder essas perguntas fora da ótica bíblica.
O mal tem sua origem no uso errado da liberdade dos seres criados por Deus como
angelicais e humanos. 2 Essa diligência da liberdade ocasionou direta ou indiretamente
em todos os males e sofrimentos que ocorrem no mundo.
1 Agora sim!Teologia na prática do começo ao fim; Sayão Luiz Alberto, página 35.
A narrativa de Gênesis 1-3 Deus criou o mundo e foi perfeito, sem nenhum mal ou
sofrimento. Em Genesis 1:31: “Deus viu todas as coisas que havia feito; e eis que era
muito bom.” 3
O mal não possui existência plena. É como a ferrugem que atinge o ferro. Não existe um
ferro totalmente enferrujado, pois esse deixaria de existir. Assim como a ferrugem
existe em função como elemento parasita e destruidor, também o mal só existe em
função do bem. 4.
Uma vez em que o mal não é uma entidade em si mesmo, Deus não poderia ter criado o
mal. O mal se originou do livre-arbítrio, “o mal é um subproduto do uso incorreto da
liberdade humana”5 gerando assim uma privação do bem, o estado de perfeição criado
por Deus foi arruinado pelo pecado.
Com a entrada do mal após a queda podemos destacar três dimensões do mal:
a) Mal metafísico. Esta relacionado a finitude dos seres criados. Condição que
estamos em função de nossa limitação. Ex: Em Gênesis 3.16 Deus fala para Eva
que multiplicaria o sofrimento;
b) Mal natural. Casos relacionados a catástrofes naturais, como furacões,
terremotos, epidemias etc;
c) Mal moral. Desobediência, pecado.
4 Sayão, Luiz O problema do mal no Antigo Testamento: o caso de Habacuque página 28.
Origem do Mal
Deus não inventou o mal, mas criou seres livres com capacidades e habilidades de
obedecê-lo e desobedecê-lo, seres capazes de dizer sim e seres capazes de dizer não.
Lutero destacou que mesmo uma vontade escravizada mantém algum poder de escolha,
com respeito às coisas inferiores ou ordinárias. A vontade é escrava do pecado e não
pode escolher o bem. 9. Ou seja, o mal não é uma escolha, é uma imposição há natureza
humana, porque o primeiro homem não soube utilizar da liberdade concedida por Deus,
rompendo sua relação com o Criador, com a natureza e consigo mesmo.
6 Ferreira Franklin; Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica, e apologética para o contexto atual, página 428.
9 Ferreira Franklin; Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica, e apologética para o contexto atual, página 432.
Conclusão
É bem verdade que o mal existe, que Deus não é responsável por ele, (pois sua origem
se deu no momento em que Adão e Eva decidiram que a interpretação da serpente era
tão provável que a interpretação de Deus, e a única maneira de determinar quem estava
certo era comer o fruto e aguardar o resultado. 10 Assim sendo o ato de comer o fruto foi
a materialização do pecado) e mesmo assim a solução desse problema todo causado por
suas criaturas, esta nas mãos de Deus, ou melhor em seu filho, Jesus Cristo, pois o mal
entrou na humanidade através de um homem e através de um homem irá sair, Gênesis
3.15.
Quando lemos Romanos 6.23 que diz que o salário do pecado é a morte, mas o dom
gratuito de Deus é a vida eterna, nos faz lembrar que a vida não termina na sepultura e
que no céu Deus “enxugará dos olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem
pranto, nem lamento, nem dor, porque as primeiras coisas já passaram” (Ap 21.4), mas
permanecerão somente a plenitude da alegria e glória divinas, então o problema do mal
não parece tão severo. 11
Deus é a resposta final para o problema do mal, pois Ele nos redime e nos leva para
alegria eterna na comunhão com Ele.
“Eu sou o Alfa e o ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o último. Abençoados são
aqueles que praticam seus mandamentos, para que eles tenham direito à árvore da vida,
e possam adentrar pelos portões da cidade. 12
10 Ferreira Franklin; Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica, e apologética para o contexto atual, página 452.