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BACHAREL EM TEOLOGIA
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ÍNDICE
Introdução 3
Partes Do Sermão 9
O Pregador 14
Esboço De Sermões 18
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INTRODUÇÃO
O verbo HOMILEIN era usado pelos gregos sofistas para expressar o sentido
de “relacionar-se, conversar”.
a) Objetivo primordial
O objetivo principal da homilética desde seu remoto princípio foi orientar os
pregadores na dissertação de suas prédicas e, ao mesmo tempo, fazer que os
mesmos adquiram princípios gerais corretos e despertá-los a terem idéia dos erros e
falhas que os mesmos em geral cometem.
b) A Homilética e a Eloquência
A missão principal da homilética é conservar o pregador (pregador aqui tem
sentido abrangente – inclui pessoas de ambos os sexos) na rota traçada pelo
Espírito Santo. Ela ensina, onde (e como) se deve começar e terminar o sermão. O
sermão tem por finalidade convencer os ouvintes, seja no campo político, forense,
social e religioso. Por esta razão a homilética encontra-se ligada diretamente à
eloquência.
A eloquência é a capacidade intelectual de convencer pela palavra. As
palavras esclarecem, orientam e movem as pessoas. O orador que consegue mover
as pessoas, persuadindo-as a aceitar suas idéias, é eloqüente, pois a eloquência é a
capacidade de convencer pela palavra (At 18.24b).
O Valor da Homilética
a) A primeira vantagem
A primeira vantagem foi a disseminação do Evangelho entre as nações
gentílicas, em cujo seio as tradições e formas judaicas eram pouco conhecidas.
Basta lembrarmos da crítica que de Paulo fizeram alguns coríntios, e como se
deliciavam em ouvir Apolo, por ser “eloqüente e poderoso nas Escrituras”.
b) A segunda vantagem
A segunda coisa que influi foi a conversão de homens que já tinham sido
treinados na retórica. Muitos deles, dia-a-dia, se tornavam pregadores, e
naturalmente usavam seus dotes retóricos na proclamação do Evangelho.
A Origem da Homilética
Definição Geral
Sermão inferencial
- Ilativo
Sermão extemporâneo
- Improvisado
Sermão especial
- Casamentos
- Aniversários, Bodas, etc.
- Acadêmico, Formatura, etc.
- Funeral
- Criança
- Palestras para outros eventos especiais.
a) Sermões Temáticos
Esta espécie de sermão é chamada também sermão tópico ou sermão do
assunto. A divisão deriva-se do tema ou assunto apresentado e é independente do
texto. Neste tipo de sermão, o texto pode fornecer o pensamento para o assunto de
que se vai tratar. No sentido técnico, o sermão tópico é aquele que deve sua forma
ao desenvolvimento da verdade que está em volta do tema.
b) Sermões Textuais
Aqui, o plano do sermão é tirado do texto. Suas divisões são encontradas nas
próprias palavras escolhidas para basear o sermão. Consiste em selecionar alguns
versículos, um versículo, ou mesmo uma parte de um versículo como texto.
Divisão natural;
Divisão analítica; e,
Divisão sintética.
1) Divisão Natural
Este tipo de divisão é encontrado no próprio texto. A distinção das idéias está
no texto e apenas deve ser posta em destaque. Não é preciso nenhum esforço para
descobrir a divisão natural num texto bíblico, visto que ali ela é sugerida. Este tipo de
divisão permite ao pregador usar as próprias palavras do texto. Pode também usar
uma só palavra.
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Exemplos: 1 Co 13.13 apresenta três divisões naturais, cujo tema tirado do
próprio texto fica a critério do pregador:
Primeira divisão: Fé
Segunda divisão: Esperança
Terceira divisão: Amor
Do mesmo modo podem fornecer idéias: Is 9.6; 1 Jo 2.16; Jo 11.35; e outros.
2) Divisão Analítica
Este tipo de divisão baseia-se em perguntas: Quem? Que? Quando? Por
que? Como? e, Onde? O tema do sermão textual analítico é tirado da idéia geral do
texto. As melhores divisões são formadas pelas partes principais do texto e
apresentadas na mesma ordem em que ali aparecem: 1Pe 2.9; Ef 5.20; Mt 6.33.
3) Divisão Sintética
A divisão sintética dá ao pregador o direito de organizar seu esboço sem se
preocupar com a ordem das partes do texto.
Tanto a ordem das partes do texto quanto o tema podem ser mudados pelo
pregador como melhor lhe convier. Enquanto as divisões natural e analítica não
podem ser mudadas, a divisão sintética pode: o pregador tem a faculdade de
adaptar cada divisão na ordem que desejar, sem se prender à ordem cronológica. A
palavra sintética é relativa à síntese, ao resumo. O pregador pode sintetizar ou
resumir as partes do texto.
Exemplo: Mc 6.34-38
a) Visão – vv. 34, 38
b) Compaixão – v 35
c) Provisão – v 37.
c) Sermões Expositivos
O sermão expositivo está diretamente ligado ao sermão textual, com a
diferença de que o desenvolvimento é feito sob as regras da exegese bíblica, e não
abrange um só versículo, mas uma passagem, um capítulo, vários capítulos, ou
mesmo um livro inteiro.
1. Saudação – 1.1-12
a) saudação inicial de Paulo – 1.1-2
b) ação de graças – 1.3-8
c) intercessão pelos Colossenses – 1.9-120
Texto
Título do Sermão
Tema do Sermão
Introdução
Desenvolvimento
A passagem de uma parte para outra deve ser sutil. As divisões devem
adaptar-se perfeitamente uma à outra, em desenvolvimento natural. Se a transição
parecer difícil é sinal de que há defeito no plano de elaboração.
Conclusão
Vantagens
Fontes de Consulta
Sempre, uma vez por outra, escutamos esta pergunta: “Qual a melhor forma
de apresentar o sermão: ler, recitá-lo ou pregá-lo de improviso?”
b) Recitar o sermão
Este método de se apresentar o sermão pode trazer vantagens e
desvantagens para o pregador.
Desvantagem, porque mesmo que seja bem declamado, não deixa de tornar-
se um sermão um pouco robotizado. A mensagem fica completamente mecanizada
e o pregador estático. Há também o perigo da memória falhar, e assim naufragar.
c) Falar de improviso
Neste sentido, devemos ter em mente dois pontos importantes:
Primeiro: Falar de improviso não significa que, de todo, o pregador não seja
auxiliado (ou orientado) por um pequeno esboço, ou anotações; e sim, que sua
mensagem veio momentaneamente direta de Deus, foi colocada no papel (em forma
tópica) e, através dos olhos, retransmitida novamente para a mente onde será
ampliada. De acordo com o que entendo e até onde sei, este é o melhor método de
apresentação do sermão.
d) A versatilidade de Paulo
Parece que segundo a luz do contexto parafraseante, o apóstolo Paulo valia-
se do método mais apropriado para o momento. Então ele diz:
O PREGADOR
Os Requisitos do Pregador
b) Chamada de Deus
Dois tipos de chamadas aparecem na Bíblia – a coletiva e a individual – a
chamada coletiva abrange todos os crentes em Cristo (At 1.8). Já na chamada
individual, o Espírito Santo fala diretamente a determinada pessoa e a separa para o
trabalho que Deus quer que ela faça. Entre esses trabalhos está o ministério da
pregação, que a Bíblia chama de “o ministério da palavra” (Cl 4.17; 2ªTm 4.5; At 6.4).
d) Homem de oração
A oração deve fazer parte da vida de todo crente, qualquer que seja sua
posição na igreja. O que dizer, então, de um pregador que não ora? O pregador,
portanto, deve ser homem de oração. A oração conduz-nos a Deus por Jesus Cristo,
e através dela apresentamos ao Senhor nossos problemas, os membros da igreja,
as almas dos homens pelas quais estamos trabalhando e o auditório no qual vamos
pregar. É a oração que ajuda na semeadura da Palavra, no seu nascimento,
crescimento e frutificação.
f) Dons naturais
O pregador precisa ter raciocínio claro, rápido, vigoroso e lógico. Sua
imaginação deve ser fecunda e criadora. Sua voz, clara e harmoniosa (se possível
cheia). A educação da voz, para que seja evitada muita oscilação na tonalidade,
depende de cuidado.
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g) Coragem
O melhor exemplo de coragem dá-nos o Senhor Jesus, seguido de João
Batista, Estevão e Paulo. Coragem não é estupidez ou vulgar valentia. É a
capacidade de enfrentar o perigo, confiante que Deus o ajudará. Seja corajoso e
prudente como Davi. Corajoso, não presunçoso ou arrogante.
h) Boa vontade
Não pode ser o pregador preguiçoso. Boa vontade é a disposição de ânimo, a
prontidão para servir e servir melhor; é a espontaneidade em servir e em mudar,
quando isto se fizer necessário.
i) Descanso
Evitar pregar quando estiver cansado. Aliás, evitar o cansaço próprio é evitar
o cansaço do auditório, além de ajudar a saúde do pregador. O dirigente da reunião,
demonstrando cansaço já traz monotonia ao culto, imagine o pregador! O culto
monótono provoca sono e desinteresse no auditório, e o louvor a Deus fica
prejudicado.
j) Cultura
O pregador precisa ter cultura geral sólida. Não se pense em delimitar o
campo ou a área de conhecimento do pregador. Além da cultura específica – a
teológica em seus muitos ramos – precisa ter conhecimento:
k) Habilidade
O pregador precisa ser suficientemente hábil em todas as suas atividades.
Todos têm certas habilidades que podem ser desenvolvidas com algum esforço. O
pregador precisa ser engenhoso e, sempre que possível, original, tanto na
formulação de idéias e pensamentos como na sua omissão.
l) Humildade
Não seja o pregador excessivamente humilde. Precisa crer no sucesso de seu
trabalho. Ao assumir a tribuna, não pense ele ser o menor nem ter o fracasso como
seu aliado. Deve, sim, pensar que estão ali alguns maiores e outros menores que
ele, e que mesmo para os maiores o Espírito Santo tem uma mensagem. O excesso
de humildade traz covardia e conseqüente insucesso.
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O Pregador e seu Comportamento Ético
b) Os maus hábitos
Spurgeon fala-nos destes maus hábitos e nos adverte contra eles. Ele afirma
ter conhecido um pregador que, quando perdia a pronúncia correta de uma palavra,
invariavelmente, esfregava com cuidado o canto interno do olho esquerdo, com o
dedo médio da mão direita.
Alguns mexem num botão do paletó, ou brincam com os dedos, outros ajeitam
o nó da gravata dezenas de vezes, outros ainda dão chutes com os dois pés, segue-
se uma lista enorme de hábitos grotescos.
c) A postura do pregador
A postura do pregador deve ser natural, mas sua natureza não deve ser do
tipo grosseiro; deve ser uma natureza bem educada e elegante.
O corpo, todo nosso corpo fala quando nos comunicamos. A posição dos
pés e das pernas, o movimento do tronco, dos braços, das mãos e dos
dedos, a postura dos ombros, o balanço da cabeça, as contrações do
semblante e a expressão do olhar, cada gesto possui um significado
próprio, e encerra em si uma mensagem. Por esta e outras razões, deve o
pregador usar o senso comum e não dificultar o seu falar, inclinando-se
para a frente sobre a Bíblia ou sobre o púlpito, nem atirar a cabeça para
trás, como se estivesse olhando um manuscrito no teto;
ESBOÇO DE SERMÕES
Sermão Temático
Exemplo:
A Vitória que Vence o Mundo 1ªJo 5.4
I. O QUE É O MUNDO
1. No grego, a palavra mundo é “kosmos”, isto é, um sistema de coisas.
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2. O Mundo, de que falamos, é um sistema espiritual que orienta os
habitantes dele, a Terra.
3. É um sistema governado pelo diabo, conforme diz a Palavra: “o mundo
jaz no maligno”.
Sermão Textual
Exemplo:
O Cântico de Davi 2Sm 22.1-7
Sermão Expositivo
Exemplo:
O Crente na Batalha Espiritual Ef 6.10-20
2. Conhecimento
a) o lutador crente deve conhecer a armadura de Deus, que é o
equipamento pessoal de guerra;
b) a palavra “revesti-vos” (v. 11), dá a idéia de vestir de novo, ou vestir
sobre outra vestimenta; e,
c) não bastam nossos vestidos próprios. São incapazes. É preciso
“revestir-nos”.