Você está na página 1de 59

INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

Esta obra não tem a pretensão de esgotar o assunto, e sim dar aos
estudantes da Homilética uma oportunidade, se já não tiveram, de se
aprofundarem no assunto e terem uma base sólida; e para o que já foi mais
adiante uma oportunidade para relembrar e atualizar-se.

HOMILÉTICA
INDICE
I. INTRODUÇÃO
II. DEFINIÇÃO
III. CUIDADOS PARA FALAR EM PÚBLICO
IV. TIPO DE VOZ
V. EDUCANDO A VOZ
VI. A HOMILÉTICA A AJUDA O PREGADOR
VII. QUALIDADE DO ESTILO
VIII. PASSOS NA ANÁLISE DE UM SERMÃO
IX. PONTOS IMPORTANTES DO SERMÃO
X. INTERPRETANDO UM TEMA BÍBLICO
XV. FALAR E LER BEM EM PÚBLICO
XVI. A ESTRUTURA DO SERMÃO
XVII. CLASSIFICAÇÃO DE SERMÕES
XVIII. MOTIVAÇÃO
XIX. COMUNICAÇÃO HUMANA
XX . BIBLIOGRAFIA

I – INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é demonstrar que a
Homilética é mais que uma teoria e sim uma mescla de
métodos práticos e técnicas da homilética teológica
moderna.
No desenvolvimento deste compêndio, e para que
possamos realmente compreender esta fusão, se faz
3
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

necessária uma análise dos principais elementos da


homilética:
Todo pregador deve ter em mente o significado e a
importância dos três elementos chaves da
homilética já citados: Oratória, Eloquência e
Retórica.

a) Definição:
É o estudo dos fundamentos e princípios de como
preparar e proferir sermões.
É a ciência cuja arte é a pregação e cujo resultado é o
sermão.
É a arte do preparo e pregação de sermões.

b) O Campo da Homilética:
 O estudo e pesquisa necessária para que os sermões
tenham conteúdos bíblico e contemporâneo.
 A arte da organização das idéias que serão
apresentadas.
 A arte do uso do idioma.
 A arte da apresentação do sermão.

c) A Pregação Bíblica:

4
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

Phillips Brooks: É a apresentação da verdade através da


personalidade; é a comunicação da verdade aos
homens mediante o homem.
Túlio Barros Ferreira: é uma inspiração divina no
coração do homem para comunicar a verdade da
salvação a humanidade.
G. Campbell Morgan: É a proclamação da graça de Deus,
sob a autoridade do trono de Deus, visando atender as
necessidades humanas.
Andrew W. Blackwood: É a verdade de Deus
apresentada por uma personalidade escolhida, para ir
ao encontro das necessidades humanas.
Bernard Manning: É uma manifestação do Verbo
Encarnado desde o Verbo escrito e por meio do verbo
falado.
Jesse C. Northcutt: É a proclamação pública da verdade
divina baseada nas Escrituras, por uma personalidade
escolhida, com o propósito de satisfazer as
necessidades humanas.
Haddon W. Robinson: A pregação expositiva é a
comunicação de um conceito bíblico, derivado de e
transmitido através de um estudo histórico,
gramatical e literário de uma passagem no seu
contexto, que o Espírito Santo primeiramente aplica à
5
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

personalidade e experiência do pregador e depois,


através dele, aos seus ouvintes.
Jerry Key: É a fiel exposição do sentido correto de um ou
mais textos da Bíblia, ilustrando a exposição e
aplicando-a à vida dos ouvintes, envolvendo-os de tal
maneira que são satisfeitas as suas necessidades,
sendo que esta comunicação é feita por uma pessoa
com experiência real com Cristo e guiada pelo
Espírito Santo.

HISTÓRICO
Deus planejou a Igreja para manifestar a sua
multiforme sabedoria através da mensagem. Em toda a
história bíblica, Deus inspirou sua Palavra na boca de
arautos e na pena dos escritores. Profetas, reis e
sacerdotes foram os pregoeiros de Deus no Antigo
Testamento.
No Novo Testamento, a proclamação da Palavra
passou a ter significação importante através da pregação.
A partir da experiência dos discursos em público, a
oratória começou a ser encarada com interesse e
seriedade pelos líderes da Igreja Primitiva. Surgiu, então,
a necessidade de desenvolver “a arte da pregação” por

6
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

métodos que incluíssem a oratória, e eloquência e a


retórica. Esses são os componentes da Homilética Sacra.
A pregação é a forma mais expressiva de
disseminar o evangelho de cristo, e ocupou lugar central
no ministério terrestre de Jesus. Ele identificou-se como
pregador público quando visitou a sinagoga de Nazaré,
na Galiléia, afirmando que fora enviado para evangelizar
aos pobres, pregar liberdade aos cativos e anunciar o ano
aceitável do Senhor.
Jesus foi um pregado itinerante. Seu púlpito era
quase sempre improvisado: um monte, a popa de um
barquinho, o alto de uma pedra, a casa de amigos, ou
mesmo a tribuna de uma sinagoga. Não tinha um lugar
fixo ou uma sede. Ia de vila em vila, de aldeia em aldeia,
e de cidade em cidade. Seu estilo eletrizante arrastava
após si multidões para ouvir seus sermões cheios de
graça e autoridade divina.
Nos tempos do Antigo Testamento, a pregação não
era uma atividade constante do povo de Deus. Seus
líderes espirituais, sacerdotes e profetas e, ás vezes,
alguns reis tementes a Deus proferiam discursos
exortativos ao povo, mas a pregação não era essencial na
liturgia do Tabernáculo, do Templo ou das sinagogas.
Foi Jesus quem estabeleceu e exerceu o ministério da

7
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

pregação. Para exercício desse ministério, confiou aos


seu discípulos a Grande missão – Mc.16.15.

FATOR HISTÓRICO
Nos primeiros séculos da Era Cristã, a pregação
teve grande repercussão no Império Romano, mas sofreu
a influência da retórica polida e filosófica das culturas
grega e romana.
Entretanto, essa influência não perdurou, visto que
os líderes da Igreja de então voltaram ao método
instituído no Cristianismo, e Jesus, o seu criador e
fundador, foi um dos primeiros pregadores, apenas João
Batista o antecedeu.
Cumprida a sua missão redentora na terra,
seguiram-no na pregação foi a principal responsável pelo
sucesso, crescimento e extensão da Igreja. – Dentre os
pregadores que se destacaram no Novo Testamento,
encontramos o apóstolo Paulo teve maior destaque pelo
caráter missionário que impôs a seu ministério e não por
sua homilética, pois a tradição diz que ele era muito
prolixo. Ademais, investiu na preparação de outros
pregadores como Tito e Timóteo, por exemplo.
II - DEFINIÇÃO:

A palavra Homilética deriva do grego homilética,


que significa “o ensino em tom familiar”. No grego

8
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

clássico temos a palavra homilos – multidão, assembléia


do povo – e o verbo homileo que significa conversar. De
homileo adaptou-se o termo homilia. Foi a partir da raiz,
homiletike, que passamos a entender a forma de
pregação dos apóstolos no primeiro século da era Cristã.

1 - Pregação – “Transmissão da verdade divina


para persuadir”, E também a aplicação das emoções e
dos pensamentos pessoais do próprio orador aos
ouvintes; o poder de impor suas emoções, sentimento e
inteligência ao seu semelhantes.
 Propósito de Pregação – Ë de transmitir a
verdade divina através da personalidade
humana para a vida eterna”.

2 - Conceito de Homilética – Ciência e arte de


transmitir o significado e a importância do texto bíblico,
sob forma de pregação. Ela aplica os princípios da
oratória, da eloquência e da retórica para que haja, na
preparação e comunicação do sermão, clareza de idéias,
lógica nos pensamentos , melhor inter-relação dos pontos
expostos com o tema central e facilidade para
cronometrar o tempo do sermão.
9
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

3 - Finalidade de homilética – mostrar aos que


são pregadores leigos como preparar e apresentar
sermões de maneira mais efetiva.
O estudo de homilética abrange tudo o que tem a
ver com a preparação e apresentação de práticas de
sermão.

Nota: Todo pregador deve ter em mente o significado e a


importância dos três elementos chaves da
homilética já citados: Oratória, Eloqüência e
Retórica.

A oratória é a arte de falar em público com a


finalidade de persuadir e comover os ouvintes. Entre as
faculdades que mais contribuem para o êxito da
persuasão está a eloquência, que é o poder de persuadir
por meio da palavra e do gesto.
A retórica que é o estudo teórico e prático das
regras que desenvolvem e aperfeiçoam o talento natural
da palavra. E o esforço para ajudar a eloquência do
pregador, se ele não a tem. É possível ao pregador ter boa
retórica, sem ser eloqüente. Portanto a retórica é o

10
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

conjunto de regras que aprimoram a eloquência e dá á


pregação (discurso) uma forma primorosa.
Os três elementos importantes que devem ser
claramente entendidos, dentro da homilética são:
 Dom natural da palavra que vem de Deus;

 Conhecimento, que é adquirido pelo estudo


concentrado e consciencioso da Bíblia e dos
ensinamentos seculares adquiridos nas escolas,
universidades e etc; e
 A Habilidade: que é o aproveitamento do Dom e
do conhecimento aplicados na pregação.

III – CUIDADOS PARA FALAR EM PÚBLICO

Para desenvolver a habilidade de falar em


público é preciso educar a voz. Para isso, alguns
elementos como ritmo, cadência, compasso, harmonia e
nitidez do timbre são da maior importância para o êxito
da pregação.
Não basta usar a voz como um canal eficaz de
persuasão, é preciso obter um bom sermão
homileticamente organizado. A voz não é tudo, porém é

11
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

o principal veículo de comunicação do sermão e portanto


necessita ser muito bem cuidada.
Nos dias atuais há várias técnicas que podem
auxiliar o pregador, isso falando da faculdade da voz que
é um dos principais veículos da voz.

CUIDE DA SUA VOZ. – A voz é o principal veículo da


comunicação verbal. A emissão, resulta
do conjunto de sons produzidos na
laringe pela vibração das cordas vocais
sob a ação do ar vindo dos pulmões. As
cordas vocais fazem parte do aparelho
respiratório inferior (laringe), por isso
necessita de cuidados preventivos e
continuados, tendo em vista a
importância da mesma na emissão de
sons.

Geralmente, os problemas da voz resultam de


deformidades e enfermidades que envolvem o aparelho
fonador.

12
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

Evite tomar líquidos gelados, cuidado com a


friagem. Mascar gengibre, alho e outros do gênero ajuda
na recuperação das cordas vocais.
Quanto ás enfermidades prejudiciais ao aparelho
fonador destacam-se as doenças de respiração: resfriados,
bronquites e asma. Os problemas de garganta envolvem
as amigdalite, laringites e outros relativos.
Vejamos alguns desses problemas:
1 - Gaguez – Geralmente, a gaguez é resultado de
dificuldades de ritmo do aparelho respiratório,
fobias de articulação ou problemas de ordem
psicológica.

2 – Tartáreo – Implica na pronúncia incompleta das


palavras. A palavras. A pessoa engole sílabas e
deixa a palavra incompleta. A causa básica desse
problema é a dificuldade de acompanhar a
velocidade com que as idéias surgem. O tartareio
está diretamente ligado á gaguez. A correção desse
problema começa com o domínio do sistema
nervoso.

13
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

3 - Balbuciência – A ausência de pensamentos claros


e palavras precisas provocam a balbuciência. Ela se
manifesta na morosidade e lentidão para exprimir
pensamentos. Por isso, a pessoa começa a balbuciar,
isto é, articular imperfeitamente e com hesitação,
numa demonstração da falta de domínio do assunto
de que está falando. Manifesta-se no orador,
quando ele começa a repetir palavras, engolir saliva,
pigarrear e exprimir-se de modo confuso. Ao
pregador que tiver essa dificuldade, aconselha-se
que leia texto em alta voz e pausadamente.

IV - TIPOS DE VOZ

Especialistas em oratória apresentam alguns tipos


negativos de vozes:
 Resmungador – É aquele cuja voz parece estar
enjaulada, porque a pessoa fala com os lábios
fechados ou com os dentes cerrados, dificultando a
compreensão da palavra.
 O gritador - É o oposto do resmungador. Não
sabe dar volume á voz. Todo o volume é de garganta.
Por isso, o gritador está fadado a perder a voz.
14
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

 Cantarolada – É aquele tipo de voz que parece


música desafinada, porque o orador usa como se
estivesse cantando.
 Monótona – É aquela em que o orador mantém
uma só tonalidade e acaba provocando sonolência nos
ouvintes.
 Rouca - Não há aquela sonoridade e harmonia que a
eloquência requer. A voz rouca não tem suavidade na
sua emissão.
 Fanhosa – Também chamada rinólia porque o orador
fala pelo nariz. Constitui-se um problema de feed
back, pois não há correspondência entre auditório e
pregador.
 Pigarrenta – O pregador, toda vez que precisa falar,
limpa a garganta. Pode ser tique nervoso ou o
resultado de algum embaraço na garganta produzido
pela aderência de mucosidade ou por outro fator.
 Dupla – Ao falar o pregador emite palavras em dois
tons simultâneos: grave e agudo. Torna-se muito
difícil ouvir alguém com esse tipo de voz.
 Pastosa - É aquela voz arrastada, em que as palavras
tornam-se incompreensível para quem ouve.

15
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

V - EDUCANDO A VOZ

A voz é um instrumento delicado. Os pequenos


músculos das cordas vocais se cansam quando forçados.
Sendo assim, o pregador deve cultivar o uso correto da
voz, educando-a de modo a evitar o desgaste
desnecessário das cordas vocais. O pregador deve
observar os seguintes itens importantes para educar a
voz, que são:
a) Sonoridade – trata da boa voz, agradável e
bonita. É a harmonização do timbre, altura e
intensidade da voz.
b) Timbre – A qualidade do timbre é percebida
pelo tom. Se for nasal ou gutural perceber-se a
distorção do timbre.
c) Intensidade e Altura – Intensidade é o grau de
força de expiração com que o som da fala é
proferido. É o grau de força do som que produz
a altura e o volume da voz. Falta intensidade a
certos pregadores porque não sabem usar os
recursos da inspiração e expiração do ar. A
altura da voz tem a ver com a onda ou vibração
sonora, por isso, o exercício de intensidade
16
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

consiste em soltar a voz, emitindo uma letra,


sílaba ou palavra que leve para os pulmões a
maior quantidade possível de ar.
d) Flexibilidade – É a capacidade que permite ao
pregador alcançar todos os tons vocais. Essa
flexibilidade permite ao orador passar ao
auditório sentido de tristeza e alegria, ou mudar
de um para outro sentimento.
e) Variedade – Uma voz boa e educada pode
variar o modo de falar de acordo com o
ambiente, o local e a hora. Em uma pregação,
deve ser ao mesmo tempo macia e forte, para
que os pensamentos emitidos sejam ouvidos
com prazer pelos ouvintes.

COMO MELHORAR A VOZ

Para que os órgãos da fonação possam executar


seu movimentos com eficiência e rendimento é
necessário considerar alguns aspectos como respiração,
dicção e impostação da voz.

17
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

VI - RACIOCÍNIO DO PREGADOR

RACIOCÍNIO DO PREGADOR E A HOMILÉTICA


Alguns pregadores têm dificuldades para reunir o
espiritual e o racional dentro de uma pregação, pois
entendem que só a parte espiritual prevalece no púlpito.
É um modo errado de pensar. Tanto o racional quanto o
espiritual precisam estar irmanados durante a pregação.
O pregador coloca-se como um canal por onde flui
a unção do Espírito Santo sobre sua mente. Não se pode
confundir unção com emoção. As duas agem
separadamente dentro de uma pregação, ainda que
interligadas.
O desenvolvimento do raciocínio baseia-se em
conhecimentos seculares e bíblicos. Tais conhecimentos
assimilados dão ao pregador subsídios importantes aos
sermões. Portanto, ler e meditar na Palavra de Deus são
dois requisitos fundamentais. Mas é bom que o pregador
aprenda a buscar conhecimento.

CONHECIMENTO GERAIS APRIMORADOS

18
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

A Bíblia incentiva a busca de conhecimento


gerais: “Bem aventurado o homem que acha sabedoria,
e o homem que adquire conhecimento” (Pv. 3.13).
Indiscutivelmente, os conhecimentos gerais podem
ajudar o pregador na preparação de seus sermões.
Eles enriquecem o sermão com variedade de
pensamentos que, transmitidos sob a unção do Espírito
Santo, produzirão resultados positivos.
VII - A HOMILÉTICA E A EXPRESSÃO
CORPORAL DO PREGADOR

Da mesma maneira como o pregador deve cultivar


o uso correto da voz como expressão verbal, também é
da maior importância a expressão corporal.
De certa forma, o pregador é o sermão, porque é
expresso através do corpo de quem o transmite. Podemos
chamar isto “corporis”, isto é, o sermão expresso através
do corpo. O pregador é uma via de comunicação pela
expressão do rosto, postura e gesticulação. Para que haja
empatia com o auditório a expressão corporal comedida,
consciente e educada do pregador contribuirá para o
sucesso da mensagem. Deve cultivar bons hábitos, para
que possa corresponder ao ideal da pregação, que é

19
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

comunicar a Palavra de Deus de forma persuasiva. É,


portanto, a fala do corpo.
O pregador nunca deve ficar no púlpito como uma
estátua, tampouco a movimentação exagerada de um
fantoche. Os movimentos de rosto, mãos e pés, devem
ser comedidos, solenes e ordenados de tal forma, que o
modo de falar seja harmônico à atenção dos ouvintes.
Todos os sentimentos de vibração na mensagem devem
refletir-se nas expressões faciais, olhos e gestos do
pregador.
VIII – HOMILÉTICA AJUDA O PREGADOR
A TER SEU PRÓPRIO ESTILO

O estilo é a maneira de o pregador expressar no


sermão o seu pensamento. Cada pregador tem
características próprias e deve preservá-las, para que, no
púlpito, sua autenticidade não seja apagada.
É comum aos iniciantes imitarem o estilo de
pregadores que admiram, prática não recomendável,
porque pode anular-lhes a personalidade. Essa admiração
pode ser mantida, mas o tempo e a experiência
contribuirão para tornar o pregador autêntico, ajudá-lo-ão
a desenvolver seu próprio estilo.

Formas de Expressão:
20
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

A forma de expressão constitui o meio de


comunicação entre o pregador e seus ouvintes. As
técnicas homiléticas são adaptáveis ao estilo do sermão.
A ordem dos pensamentos e a maneira de expressá-los
estão sujeitas á vontade e ao estilo do pregador.
O pregador deve disciplinar sua mente na prática
de observar e tirar idéias de suas observações e habituar-
se ao estudo e leitura de obras literárias que contribuam
para o aprimoramento de sua linguagem e estilo.

A HOMILÉTICA AJUDA O CRESCIMENTO


ESPIRITUAL DO PREGADOR

Não pode haver sucesso no ministério da palavra


sem o cultivo de uma vida espiritual dinâmica. Não
basta conhecer as regras da homilética, e saber fazer um
bom sermão , pois a pregação exige também uma vida de
consagração.

IX - QUALIDADES DO ESTILO

1 – Pureza – O estilo puro está relacionado ao cuidado


com a linguagem e forma gramatical.

21
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

2 – Energia – Energia de estilo é a forma dinâmica


aplicada no sermão . Não significa gritar ou
gesticular desordenadamente, mas colocar toda a
força da convicção na mensagem. Trata-se de
energia espiritual manifestada.
3 – Autoridade – O estilo do pregador é percebido pela
autoridade espiritual que manifesta em suas
pregações. A palavra de Deus deve ser falada com
autoridade espiritual, a fim de que o sermão não seja
mera exibição retórica.
4 – Imaginação – É pensar por visão, coisa que contrasta
com o raciocínio. Um pregador pobre de imaginação
apresentará sermões pobres de pensamentos e
ilustrações. A imaginação concentra-se no irreal, isto
é, na representação imaginativa da realidade.

X - PASSOS NA ANÁLISE DE UM SERMÃO

Os passos para a construção de um sermão deverão


ser cuidadosamente preparados, evitando-se assim
qualquer deslize na hora da ministração. Vejamos a
seguir alguns dos passos mais importantes:
 Atentar para a maneira de expressar o tema, para
ver se há algo importante.
22
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

 Ler cuidadosamente a base bíblica do sermão.


 Fazer um breve resumo da introdução, atentando
especialmente para o seu conteúdo, se é extenso ou
curto e se, a seu juízo, introduz de maneira eficaz o
corpo do sermão que se segue.
 Examinar o encabeçamento de cada divisão e fazer
um breve resumo de cada um.
 Fazer uma lista das ilustrações que lhe chamem a
atenção.
 Fixar-se na maneira de aplicar os ensinamentos do
sermão. Outros o fazem ao terminar cada divisão, e
muitos o fazem somente na conclusão.
 Observar a natureza da conclusão e fazer um breve
resumo. Este resumo será proveitoso se for escrito.
E deve ser guardado.
O objetivo da homilética é auxiliar na elaboração
de temas que apresentam em forma atraente uma
mensagem da Palavra de Deus, e com tal eficiência que
os ouvintes compreendam o que devem fazer e sejam
movidos para fazê-lo.

XI - PONTOS IMPORTANTES DO SERMÃO

Vejamos agora pontos mais importantes de um


sermão escrito:
23
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

1º Na preparação de um sermão deve ser estudar


cuidadosamente a passagem bíblica. Isto é básico e
constitui o fundamento de todas as partes que se
seguem.
2º Consiste em determinar qual será o pensamento
central a desenvolver. Geralmente se encontram
vários pensamentos numa passagem bíblica, mas é
necessário escolher um só fio de pensamentos e
desenvolve-lo.
3º Deve estar intimamente relacionado com o
pensamento central (tema). Deve ser apresentada de
tal maneira que ajude os ouvintes a entrar na trilha do
pensamento e a se interessar em segui-lo até o fim.
4º É a divisão que se desenvolve de maneira ordenada e
dentro do tema e pensamento central.
5º É a conclusão que deve ser o ponto alto do
pensamento principal.

O BOM PREGADOR TEM UMA BOA


BIBLIOTECA

Os cincos primeiros livros a serem adquiridos e


que devem servir como base da sua biblioteca são:
1º - Uma Bíblia para estudo, com letras grandes e
mapas;
24
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

2º - Um dicionário bíblico;
3º - Uma concordância;
4º - Um comentário bíblico; e
5º - Um dicionário do MEC.
Depois de conseguir esses livros, pode-se ir
adquirindo outros, de acordo com a sua necessidade,
interesse e recursos financeiros.

XII – INTERPRETANDO UM TEMA BÍBLICO

a) Identificar os termos não conhecidos. Se na


primeira leitura do texto forem encontrados nomes de
lugares, pessoas ou objetos desconhecidos, deve-se
consultar o dicionário bíblico e informar-se a respeito
dos mesmos.
b) Entender o texto. Consultar o comentário bíblico,
no caso de haver dúvidas quanto á interpretação do
sentido do texto ou passagem.
c) Familiarizar-se com o texto. Para bem
compenetrar-se do espírito e sentido da passagem,
deve-se lê-la repetidas vezes.

HERMENÊUTICA BÍBLICA

25
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

O termo "hermenêutica" deriva do grego


hermeneuein, "interpretar". A Hermenêutica Bíblica
cuida da reta compreensão e interpretação das
Escrituras. Consiste num conjunto de regras que
permitem determinar o sentido literal da Palavra de
Deus.

A IMPORTÂNCIA DESTE ESTUDO


21853. O próprio Pedro admitiu que há textos
difíceis de entender: "os quais os indoutos e
inconstantes torcem para sua própria perdição" (2
Pedro 3:15 e 16).
21854. A arma principal do soldado cristão é a
Escritura, e se desconhece o seu valor ou ignora o
seu legítimo uso, que soldado será? (2 Timóteo
2:15).
21855. As circunstâncias variadas que concorreram
na produção do maravilhoso livro exigem do
expositor que o seu estudo seja meticuloso,
cuidadoso e sempre científico, conforme os
princípios hermenêuticos.

1. A REGRA FUNDAMENTAL

26
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

A Escritura é explicada pela Escritura. A Bíblia


interpreta a própria Bíblia..
2. PRIMEIRA REGRA
Enquanto for possível, é necessário tomar as
palavras no seu sentido usual e ordinário..
3. SEGUNDA REGRA
É absolutamente necessário tomar as palavras no
sentido que indica o conjunto da frase..
Esta regra tem importância especial quando se
trata de determinar se as palavras devem ser
tomadas em sentido literal ou figurado. Para não
incorrer em erros, convém, também, deixar-se
guiar pelo pensamento do escritor, e tomar as
palavras no sentido que o conjunto do versículo
indica.
4. TERCEIRA REGRA
É necessário tomar as palavras no sentido que
indica o contexto, isto é, os versos que precedem e
seguem o texto que se estuda.
5. QUARTA REGRA
É preciso tomar em consideração o desígnio ou
objetivo do livro ou passagem em que ocorrem as
palavras ou expressões obscuras..
6. QUINTA REGRA
27
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

É indispensável consultar as passagens paralelas


explicando as coisas espirituais pelas espirituais (I
Cor 2:13). (I Cor 2:13).
7. SEXTA REGRA
Um texto não pode significar aquilo que nunca
poderia Ter significado para seu autor ou seus
leitores.
8. SÉTIMA REGRA
Sempre quando compartilhamos de circunstâncias
comparáveis (isto é, situações de vida específicas
semelhantes) com o âmbito do período quando foi
escrita, a Palavra de Deus para nós é a mesma
que Sua Palavra para eles.

A EXEGESE BÍBLICA

EXEGESE

É o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura


para descobrir o significado original que foi
pretendido. É a tentativa de escutar a Palavra
conforme os destinatários originais devem tê-la
ouvido; descobrir qual era a intenção original das
palavras da Bíblia.

28
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

a. contexto histórico: a época e a cultura do autor


e dos seus leitores: fatores geográficos,
topográficos e políticos, a ocasião da produção do
livro. A questão mais importante do contexto
histórico tem a ver com a ocasião e o propósito de
cada livro.

b. contexto literário: as palavras somente fazem


sentido dentro das frases, e estas em relação às
frases anteriores e posteriores. Devemos procurar
descobrir a linha de pensamento do autor. O que o
autor está dizendo e por que o diz exatamente
aqui?

REGRAS PRINCIPAIS PARA


INTERPRETAÇÃO

a) – A Bíblia interpretando a si mesma: A Escritura


explicada pela Escritura. Ex.: Compare Atos 8.26-35
com Isaías 53.7,8.

b) – O Espírito Santo é o interprete por excelência.


Leia 1Co 2.10-13 “Mas Deus no-las revelou pelo seu
Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas,
ainda as profundezas de Deus. ... Assim também
29
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de


Deus.” Leia ainda Jo 14.26; 16.13

c) – Não interpretar Um Texto Isoladamente: É


preciso um referencial; é preciso interpretar Escritura
com Escritura.

d) – Não basear a Doutrina em Um Verso Isolado:


Uma Doutrina é fundamentada nos seus textos e
contextos paralelos, interpretada à luz geral da Bíblia.

e) – Quando algum texto trouxer dúvida, é


imprescindível submetê-lo ao consenso geral da
Bíblia.

PROCESSOS DE INTERPRETAÇÃO -
ELEMENTOS DE INTERPRETAÇÃO
Como observou Emmanoel Augusto Perillo, o
conteúdo da lei é inteiramente vago, dentro de sua
esquematização lógica; sem a intervenção do
hermeneuta, a lei morre no tempo.
Os processos de interpretação são também
chamados elementos de interpretação, métodos ou modos

30
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

de interpretação, fases ou momentos da interpretação, ou


critérios hermenêuticos.
Os processos de interpretação não ocorrem ao
intérprete numa ordem sistemática, mas numa síntese
imediata.
Esse caráter unitário da atividade hermenêutica
aconselha que se encarem os processos de interpretação
como momentos do processo global interpretativo, de
preferência a conceituá-los como métodos.
Pós reconhecer que o processo interpretativo
não obedece a uma ascensão mecânica das partes ao
todo, mas
“representa antes uma forma de captação do
valor das partes, inserido na estrutura da lei, por sua
vez inseparável da estrutura do sistema e do
ordenamento”
Miguel Reale promugna por uma
hermenêutica estrutural.
C.H. Porto Carreiro defini-se por um método
hermenêutico dialético, que
“Abrange realidade como um todo e, como
um todo, a examina, procurando tudo quanto existe na
letra e no espírito da lei.”

AUXÍLIO: LINGUAGENS BÍBLICAS

31
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA
O estudioso da Bíblia deve analisar cuidadosamente o
tipo de linguagem do texto de seu interesse, para uma
perfeita compreensão, pois, resulta em grande confusão
quando se interpreta literalmente uma declaração figurada
ou quando se interpreta figurativamente uma declaração
literal.
a) – Linguagem Simbólica: Ex.:
Ap 12.1 “...E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher
vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma
coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça”...
- A mulher representa a nação de Israel e as doze
estrelas podem significar as doze tribos. Há quem
interprete a lua como a Revelação do Antigo
Testamento e o sol como a Luz da Revelação do Novo
Testamento; entretanto, há no livro de Gênesis (cap.
37.9) uma interpretação mais clara para o sol, para a lua
e as doze estrelas, nesse texto o sol, representa Jacó
pai de José, a lua a mãe de José e as estrelas os filhos
de Jacó, irmãos de José.
b) – Linguagem Literal:
- Nunca ensine nada à igreja como sendo literal aquilo
que é atribuído pelo Velho Testamento à Israel. Ex.: A
Lei – Êx 19.1; 20.1,2; Dt 5.1-6
Obs.: Para a Igreja o Velho Testamento é ilustrativo – Fala
através de sombras e figuras. Leia Hb 8.5 “... Os
quais servem de exemplo e sombra das coisas
celestiais.
- Exemplos de linguagem literal: Zc 9.9; Mt 21.5; Sl
22.18; Mt 27.35
c) – Linguagem Figurada: Mt 25.1-13; Jo 10.1-14; 15.1-8.
d) – Linguagem Doutrinária: Jo 15.1-8.
e) – Linguagem Filosófica: Mt 5.1-48
32
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

TIPOLOGIA DA LINGUAGEM
a) – Tipo – é a representação ou relação representativa de
pessoas, eventos e cerimônias, por pessoa ou coisa
material.
b) – Antítipo – literalmente corresponde ao tipo; é o real, o
original.
Obs.: A prefiguração é chamada “tipo” o cumprimento
chama-se antítipo; um tipo precede historicamente o
seu antítipo. Ex.: Jo 3.14-15: “... como Moisés levantou
a serpente no deserto, assim importa que o Filho do
Homem seja levantado; para que todo aquele que nele
crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
* Jesus fala de duas coisas:
1º - Do levantamento da serpente e dele próprio; e
2º - Da vida para os que observarem ao objeto do
levantamento.

- Tipo: a serpente levantada produzindo milagre (vida).


- Antítipo: Cristo levantado na cruz (crucificado)
gerando vida eterna.
 Compare Nm 21.9 com Jo 3.14,15; 12.39.
c) – Tipos Históricos
 Adão – principal representante da humanidade caída
– Rm 5.14.
 Cristo – humanidade redimida – 1Co 15.45.
 Melquisedeque – sacerdote – Gn 14.18-20; Sl 110.4.
 Jesus Cristo – sacerdote eterno – Hb 7.1-3,17.

33
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA
 Moisés – como profeta é um tipo específico:
- como profeta: Dt 18.15,18; (Cristo At 3.22).
- seu nascimento: Êx 1.15,16; 2.1; (Jesus Mt 2.1-16).
- rejeitado pelo seus: Êx 2.11-14; (Cristo Jo 1.11).
d) Tipo Pessoal – vida de Isaque:
 Ele era a semente prometida – Gn 15.3,4.
 Deus ordenou à seu pai que lhe oferecesse em
holocausto – Gn 22; Tg 2.21.
 Foi ao Monte Moriá para sacrificado.
 Foi obediente até a morte – Gn 22.6.
 Figuradamente ressuscitado dentre os mortos – Hb 11.19.
 Recebeu uma noiva dos gentios – Gn 24.
e) Tipo Pessoal Mais Completo de Jesus Cristo – vida
de José:
 Amado por seu pai: Gn 37.3; Mt 3.17.
 Enviado pelo pai: Gn 37.13; Jo 3.16.
 Odiado pelos irmãos: Gn 37.4; Jo 15.18.
 Foi tentado e não cedeu: Gn 39; Mt 4.1-11.
 Revelou-lhes o seu futuro e foi odiado ainda mais: Gn
37.5 – Mt 24.30,31.
 Seus irmãos conspiraram contra ele: Gn 37.19,20 –
Lc 20.13,14; 19.46,47.
 Foi vendido por Judá, por vinte peças de prata: Gn
37.26-29 – Mt 26.15.
 Foi acusado injustamente: Gn 39.12-18 – Mt 26.59-65.
 Foi colocado na prisão com dois malfeitores: Gn
39.20 – Mc 15.27,28.
 Um dos malfeitores morreu e o outro viveu: Gn
40.21,22 – Lc 23.39-43.
 Foi tirado do local de morte pelo rei: Gn 41.14.
 Sua morte: Gn 50.22-26.

34
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA
 Revelado ao seus irmãos no segundo encontro: Gn
45.1-15.
 Reunido a seu pai, Jacó: Gn 46.28,34.
 Seu corpo não ficou no Egito: Êx 13.19

f) – Tipos Comuns:
 O casamento de Abraão com Quetura: uma nova
chance para Israel.
 Sara (sua morte): A Igreja arrebatada.
 Jacó para Israel: A nova natureza.
 Rebeca: A Igreja.
 Caim e Abel: luta entre a carne e o espírito.
 Ismael: Fruto da carne , precipitação.

XIII – PSICOLOGIA NA HOMILÉTICA

Ao se preparar e apresentar um sermão é


necessário fazê-lo de maneira a atingir três faculdades da
mente:
1 – Inteligência – A meta de qualquer sermão é fazer
com que os ouvintes compreendam a significação de
determinada passagem bíblica.
2 – Emoções - As emoções ás quais o pregador deve
apelar são: amor a Deus e ao próximo; compaixão
pelos que vivem no pecado; paciência para consigo
mesmo e para com os que os cercam; aversão ao mal
que prejudica o que pratica e os demais, enfim, tudo
o que é contrário a vontade de Deus.
35
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

3 – Vontade – Após instruir a inteligência e despertar as


emoções conforme o exposto acima, torna-se
necessário apelar á vontade, mostrando-se como
executar o que foi ensinado e incentivado os ouvintes
a o experimentarem na prática.
OBS.: Ao se falar a um auditório, é de bom alvitre
proceder uma ligeira análise psicológica das
pessoas presentes. Os detalhes mais importantes a
observar são:
1 – A idade dos ouvintes;
2 - Sua instrução;
3 – O conhecimento que têm do evangelho;
4 – A capacidade de prestar atenção ao que se lhe diz.

XIV ILUSTRAÇÕES NA PREGAÇÃO

A finalidade principal de uma ilustração é a de


lançar luz sobre determinados detalhes ou princípios, que
se apresentem na mensagem. Para alcançar esse objetivo,
a ilustração tem que ser mais simples do que a afirmação
básica.
1 – Finalidades ou Motivos Para Usar Ilustrações
a) Realçar os detalhes;
b) Aumentar a compreensão;

36
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

c) Adornar.
d) A ilustração explica e esclarece o assunto pela fato
de exemplificar os ensinamentos;
e) A ilustração também serve para provar,
especialmente quando se trata de experiências e
fatos verídicos;
f) A ilustração também funciona como ornamento,
pois, além de dar elegância ao estilo, torna as
verdades abstratas mais acessíveis e atraentes;
g) A ilustração ainda atua como elemento que
comove, preparando o ouvinte para receber e
praticar os ensinamentos preconizados.
Nota: Jesus e todos os grandes pregadores de todos os
tempos, fizeram abundante uso de ilustrações.

2 - Fontes De Ilustrações
a) Comparações;
b) Experiências próprias;
c) Jornais e revistas;
d) Sermões escritos;

37
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

e) Fontes diversas de informações;


f) Livros de ilustrações.

As Ilustrações podem ser:


1) As ilustrações podem ser da natureza em geral e da
vida humana.
a) Da vida agrícola;
b) De serviços domésticos;
c) De comércio;
d) Da vida e relações sociais;
e) Da política;
f) Da vida infantil.

2) As ilustrações também podem surgir como produto da


criatividade do pregador.
3) Das ciências em geral.
4) Podemos extrair ilustrações da História. É um campo
ilimitado. A História moderna e a antiga são verdadeiros
arsenais de ilustrações.

38
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

5) A Literatura e a Arte fornecem boas ilustrações.


a) A Arte envolve arquitetura, pintura e escultura;
b) A Literatura inclui fábulas, poesias e provérbios.
6) As Escrituras Sagradas contribuem com um bom
acervo de ilustrações.
a) As ilustrações bíblicas são mais ou menos
conhecidas, mas podem ser aplicadas de modo
original;
b) Seu tom sagrado impressiona bastante;
c) O uso dessas ilustrações serve para tornar as
histórias bíblicas mais conhecidas.

3 - Como Fazer Bom Uso Das Ilustrações


a) Fazer uma seleção;
b) Simplificá-las;
c) Ser objetivo
d) Interpretá-las.

4 – A cautela e as ilustrações.

39
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

É preciso muita cautela no emprego de ilustrações.


1) Só usar uma ilustração quando esclarece a verdade e
as idéias;
2) Nunca se deve usar ilustrações simplesmente como
recheio ou para preencher lacunas no sermão;
3) As ilustrações devem ser bem aplicadas. Devem atrair
e nunca desviar do assunto os pensamentos dos
ouvintes;
4) A ilustração deve colimar16 apenas um ângulo do
assunto.

GLOSSÁRIO
1. Tese – Dissertação sobre um tema. Dissertação –
Exposição argumentada escrita ou oral de um
ponto doutrinário.
2. Temático – Conjunto de temas ou assuntos.
3. Tema – Assunto para desenvolver; exercício escrito.
4. Exórdio – Introdução do sermão.
5. Discorrer – Discursar; expor um assunto; falar (sobre
um tema).
6. Peroração – Parte final de um discurso.
7. Analítico – Em que há análise. Análise – Ação ou
efeito de analisar; que procede por análise.
8. Sintética – Relativo a síntese, feito em síntese.
Resumido.

40
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

9. Estigmatizado – Marcado com ferrete; censurado;


condenado.
10. Confrangia – Constrangia; oprimia.
11. Emoldurava – Metia em moldura; engastava;
encaixilhava.
12. Taumaturgo – Que ou aquele que faz milagres.
13. Epílogo – Final.
14. Abordar – Aproximar-se de alguém; tratar de
ventilar, explanar.
15. Acervo – Montão; grande quantidade.
16. Colimar – Ter em vista; por a mira; visar.

XV - FALAR E LER BEM EM PÚBLICO

1) Fazer uma boa articulação da boca quando pronunciar


as letras.
2) Falar de tal maneira que todos os ouvintes possam
entender até a última palavra dita:
1. Pronunciar claramente cada palavra;
2. O falar com vigor e entusiasmo;
3. Pensar no que vai dizer - antes de falar, formule
seus pensamentos, para que os sentimentos que
correspondam com o que você irá falar – isto ficará

41
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

claro na sua voz, na expressão do seu rosto e da sua


postura, quando estiver transmitindo aos ouvintes.
4. Usar somente palavras que os ouvintes
compreendam.
5. Expressar os pensamentos de forma simples, clara e
concreta, usando frases curtas.
6. Encarar os ouvintes. Não ficar a olhar para o chão,
ou teto ou por cima de suas cabeças. Olha-los
tranqüilamente, e não e não de maneira
demasiadamente concentrada. O olhar tem muita
força magnética, que deve ser usada. O não poder
fixar os olhos nos ouvintes é resultado da timidez e
da falta de confiança em si mesmo.
7. O pregador tem que convencer-se de que Deus lhe
entregou uma mensagem importante para ser
transmitida aos que o escutam, e que está para
fortalecê-lo.
8. Falar com o corpo todo. Uma pessoa não fala
somente com sua boca, mas também com os
movimentos do corpo, e especialmente com os
braços e as mãos. O maior problema para quase
todo orador é saber o que fazer com os braços e as
42
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

mãos. Há certas coisas que devem ser evitadas.


Como segurar as da mesa ou do púlpito; manter as
mãos unidas e sob tensão ou movê-las
continuamente.

XVI - A ESTRUTURA DO SERMÃO

A estrutura é a organização do sermão que vai da


escolha do texto bíblico, passando pelo tema, até as
divisões técnicas. A finalidade da estrutura é portanto,
nortear o desenvolvimento do sermão: texto bíblico
básico, tema (ou título) e plano do sermão.
1 - O Texto Bíblico
A Bíblia Sagrada é principal fonte de
inspiração do pregador. E o texto bíblico é a base do
sermão.
A palavra “texto” deriva do latim “texere", tecer.
Figurativamente pode significar compor, construir,
reunir. Portanto, o texto bíblico fornece ao pregador o
tecido, a composição organizada dos pensamentos do
sermão.
43
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

Razões Indispensáveis a Utilização dos Textos


Bíblicos como Base do Sermão:

 O texto bíblico fortalece a autoridade do


pregador, lhe dá o apoio da Palavra de Deus.
 O texto bíblico á autoridade espiritual ao
sermão, porque reforça o conceito de que a
Palavra de Deus é o fundamento e sustentáculo
da mensagem.
 O texto bíblico produz unidade de pensamento
na ordem do sermão.
 O texto bíblico exerce influência restritiva,
mantendo o pregador dentro do tema da
mensagem.

2 – Escolha do Texto
Texto que expressam um pensamento completo.
 Textos claros, que facilitem a assimilação dos
ouvintes, evite os textos obscuros.
 Textos objetivos, isto é, que respondem ás
necessidades espirituais, físicas morais e
materiais de seus ouvintes.
44
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

 Textos que estejam nos limites de sua


capacidade de interpretação.
 Texto que despertem o interesse do auditório.
 Texto cujo fio do pensamento possa ser
lembrado com facilidade pelo pregador e pelo
auditório.
 Texto que legitime o tema. Se não tiverem
relação direta e objetiva com o tema do
sermão, criarão dúvidas na mente dos ouvintes.
Texto e tema devem estar irmanados.

3 – Regras de Interpretação da Bíblia:


(Relembrando)
 Interpretar fiel e corretamente o texto
 Interpretar o texto de acordo com o sentido
real.
 Não dê ao texto bíblico um sentido que ele não
tenha
 Nunca deixar de recorrer ao contexto.
 Interpretar a Bíblia com a Bíblia.
 Interpretar o texto conforme o ensino geral da
Bíblia.

45
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

4 – A Proposição do Sermão
Proposição é a idéia geral do sermão. É chamada
pelos mestres da homilética de tese ou idéia básica
central do assunto.

XVII – CLASSIFICAÇÃO DE SERMÕES

Três classes de sermões englobam todos os tipos


possíveis. É a classificação preferida dos mestres, e,
indiscutivelmente, dos pregadores. São denominados:
Textual, Tópico e Expositivo.
Essas três classes incluem todos os tipos de
sermões: evangelísticos, doutrinários, avivalísticos,
exegéticos e ocasionais.

1 – Sermão Textual
Há três tipos distintos de sermões textuais: o
Natural; o Analítico e o Sintético.
a) Textual Natural: a distinção das idéias está no
texto, cabe ao pregador colocar em destaque tais
idéias.
b) Textual Analítico: neste tipo de divisão, o
pregador preocupa-se essencialmente em achar a
46
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

idéia geral do texto. Para que se faça uma boa


análise textual, o pregador tem de estudar com
especial carinho todas as partes do texto: frases,
contexto gramatical, histórico, geografia,
teologia e prático do texto bíblico escolhido.

MODELOS DE SERMÃO TEXTUAL ANALÍTICO:


Este método procede por meio de perguntas, tais como:
Quem? Que? Quando? Por que? Como? Qual?, etc..

Tema: A MISSÃO ESPECÍFICA DE JESUS (Lucas


19:10)
I – QUEM VEIO DO CÉU AO MUNDO?
1) Negativamente:
a) Não foi Abraão, Moisés ou Elias;
b) Não foi ainda João Batista, Pedro ou Elizeu.
2) Positivamente:
a) Mas foi “o Filho do Homem”, Jesus Cristo.

II – PARA QUE VEIO JESUS AO MUNDO?


1) Negativamente:
a) Não veio para curar e pregar moral religiosa ou
filosófica;
b) Também não veio apenas para servir de exemplo;
c) Tampouco veio para destruir a religião antiga e
estabelecer uma completamente nova.
2) Positivamente:
a) Veio buscar as ovelhas desgarradas;
47
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

b) Veio salvar os pecadores.

III – QUE QUALIDADE DE PECADORES VEIO


ELE SALVAR?
1) Negativamente:
a) Não os que se consideram justos e perfeitos;
b) Nem, ainda, os que julgam alcançar a salvação pela
prática de ritos e cerimônias religiosas;
c) Tampouco os que pretendem salvar-se pelas boas
obras e méritos pessoais.
2) Positivamente:
a) Veio buscar o perdido ou o pecador sem mérito
nenhum diante de Deus (Mat. 9: 12,13).
ILUSTRAÇÕES – As parábolas da dracma e da ovelha
perdida.

PERORAÇÃO – Eis aí, pois, a missão específica que


trouxe Jesus Cristo ao mundo. Se alguém
houver que se considere pecador perdido,
esse Jesus veio não somente buscar tal
pessoa, mas também dar-lhe a vida eterna
e levá-lo para o Pai.

b) Textual Sintético – O próprio sentido da


palavra “sintetizar” indica o modo de elaborar a
divisão sintética. Na divisão sintética o pregador

48
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

tem liberdade de organizar seu esforço sem


preocupar-se com a ordem das partes do texto.

2 – Sermão Tópico
Esta classe é chamada tópica, porque se refere
aquilo de que trata o assunto, podemos denominá-la
também de temática. Sua principal preocupação é o
assunto que vai apresentar, e não o texto bíblico. As
divisões são extraídas do tema, ou assunto do sermão,
independentemente do texto bíblico fornece o assunto, a
idéia e o pensamento que norteará a mensagem. Ë aquele
que tem o seu desenvolvimento em torno do tema.

3 - Sermão Expositivo
É aquele em que uma porção mais ou menos
extensa da Escritura é interpretada em relação a um tema
ou assunto.
O sermão expositivo é, antes de qualquer outra
coisa, um modo de ensinar. Crane define o sermão
expositivo “como aquele cujo tema é encontrado
diretamente no texto, sendo seu desenvolvimento feito
com material que possua uma reta interpretação e tenha
um propósito que se harmoniza com o significado
original do texto”.

49
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

O verbo expor significa apresentar algo para ser


visto; trazer á tona; declarar, explicar o sentido genuíno
de uma palavra texto ou doutrina que possa Ter vários
significados ou que seja difícil de entender.
No sermão expositivo, o pregador deve tirar o
tema do texto, pois a maior parte do material do sermão
expositivo provém diretamente do texto.

XVIII - MOTIVAÇÃO

Motivação – ato de motivar.


1. Despertar o interesse e a curiosidade, a atuação, o
desejo, o impulso, o entusiasmo, o ideal, a emoção.
2. Induzir, incitar, levar, mover.
A palavra e seu significado registrado em bons
dicionários da língua portuguesa, aplicam-se em variadas
situações na vida e para fins diversos, bons, maus ou
mesmo indiferentes do ponto de vista social ou moral.
Note-se que há duas partes na definição do verbete. A
primeira é narrada pelo verbo despertar seguido do
objeto: o interesse, a curiosidade, e etc. É o ponto de
partida, a chamada, o apelo ou toque sutil dirigido a uma
50
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

ou mais pessoas pela palavra, pela atitude, pela imagem


ou por outro meio de comunicação. A Segunda
corresponde aos efeitos do ato de despertar (acordar) o
que está adormecido e é expressa num mesmo nível
pelos quatro verbos: induzir, incitar, levar, mover.

Qual é o objeto destes verbos? Ação.


Portanto, motivar é induzir a uma ação ou à
determinação de uma escolha.
Na pregação especificamente, a motivação exerce
um papel preponderante; ela consiste em adotar junto ao
ouvinte ou em direção a si próprio procedimentos tais
que conduzam a mudar para melhor. A motivação pode
voltar-se para o próprio pregador, pois ela também
precisa despertar em si o potencial que o leve a mudar
para melhor tanto em ter o que deve transmitir quanto
em ser o que deve causar impressão. No decorrer dos
anos manifesta-se nele a tendência à rotina, à repetição, à
acomodação e mesmo ao desânimo.
Que fatos levam o pregador ao decréscimo em seu
desempenho, em sua motivação?
51
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

 Fatores familiares;
 Saúde;
 Fatores culturais – acomodação no conhecimento;
 Fatores de ordem administrativa;
 Fatores espirituais.

Tudo pode melhorar! Como?


 Resolva os problemas do passado e esqueça-os, Olhe
para o futuro.
 Comece tudo de novo e comece bem.
 Dê relevância aos pontos positivos de cada situação
que surgir em sua vida e em sua igreja.
 Desenvolva o seu potencial.
 Motive outras pessoas – esse exercício lhe ajudará a
crescer e a desenvolver seu potencial – crescemos
quando ajudamos outros a crescer.
 Busque mais conhecimentos – conhecimento não
ocupa espaço.
 A verdadeira motivação consiste, portanto, no
envolvimento e no estímulo da própria pessoa para
começar a mudar mediante as descobertas.

52
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

XIX – COMUNICAÇÃO HUMANA

A comunicação humana nasceu, provavelmente, de


uma necessidade que se fez sentir desde os mais
primitivos estágios da civilização.
Desde o momento em que os homens passaram a
viver em sociedade, seja pela reunião de famílias, ou pela
comunidade de trabalho, a comunicação tornou-se
imperativa. Isto porque, somente através da
comunicação, os homens conseguem trocar idéias e
experiências.

2.1 – Conceito
Comunicação Humana – É o processo pelo qual os
homens se relacionam, transmitindo e recebendo idéias,
impressões e imagens.

2.2 – Elementos Indispensáveis à Comunicação


53
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

- Transmissor – aquele que transmite.


- Receptor – aquele que recebe.
- Mensagem – o que temos a transmitir.
- Canal ou meio – processo usado na transmissão
da mensagem.
- Código – linguagem utilizada (deve ser comum
as pessoas que se comunicam).

2.3 – Aspectos da Comunicação Oral


2.3.1 – Voz – emissão de sons
a) Características
- Tonalidade – grau de acuidade ou gravidade da
voz. Característica que identifica a voz normal,
aguda ou grave.
- Inflexão – modulação da voz (variação da
tonalidade). Característica que o pregador
utiliza para evitar o mesmo tom de voz durante
muito tempo provocando desinteresse ou sono
nas pessoas.
- Timbre – característica que permite distinguir
uma voz da outra.
- Intensidade – força com que o som é produzido.
É o grau de audibilidade da voz, usado para
maior ou menor distância.
54
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

- Ênfase – variação da intensidade da voz.

2.3.2 – Fala – transmissão do nosso pensamento.


a) Características
- Ritmo – cadência da fala (velocidade em que
falamos).
 Normal – entre 75 a 100 palavras por minuto
(ppm).
 Lento – abaixo de 75 ppm.
 Rápido – acima de 100 ppm.
- Articulação – emissão completa dos fonemas de
uma palavra.
- Correção de Linguagem – falar corretamente,
sem erros ou vícios de pronúncia.
- Fluência – facilidade de expressar-se de forma
concatenada (organizada).

2.4 – Tipos de Linguagem


São cinco as formas ou maneiras das pessoas
se relacionarem. A saber:
- Culta – linguagem falada por pessoas de nível
elevado.
Ex.: médicos, cientistas, engenheiros, etc.
Obs.: pode tornar-se pedante, pois o seu
entendimento constitui privilégio de poucos.
55
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

- Coloquial – é a linguagem espontânea, usada


para satisfazer as necessidades vitais do falante.
É a linguagem cotidiana que comete pequenos,
mas perdoáveis deslizes gramaticais.
- Vulgar – linguagem própria das pessoas sem
instrução. É natural, colorida, expressiva, livre
de convenções sociais. Infringe totalmente as
convenções gramaticais.
- Regional – circunscrita à regiões geográficas.
Tem um patrimônio vocabular próprio, típico de
cada região.
- Grupal – é uma linguagem hermética, porque
pertence a grupos fechados.
Exemplos: expressões técnicas, para as ciências e
as profissões, gíria para grupos, como: policiais,
estudantes, jovens, etc.

2.5 – Barreiras Verbais


São obstáculos à efetividade da comunicação
humana, provocados por palavras ou expressões capazes
de despertar antagonismos. São inconscientes, pois não
nos damos conta de sua ocorrência.

2.5.1 – Principais Barreiras Verbais

56
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

- Expressões ou palavras que se repetem


excessivamente durante a exposição.
Ex.: “NÉ”, “CERTO”, “TÁ”, “OK”, “É”,
“VIU”, etc.
- Certos vícios de linguagem e defeitos de
pronúncia. Ex.: “SASTIFEITO”,
“FRAMENGO”, “MORTANDELA”,
“POBREMA”, etc.
- Palavras sérias ditas em tom jocoso. Ex.:
“MESTRE”, “AUTORIDADE”,
“EXCELÊNCIA”, “COMANDANTE”,
“PATRÃO”, etc.
- Palavras e expressões excessivamente
familiares. Ex.: “PRIMO”, “MEU IRMÃO”,
“MEU FILHO”, “COMPANHEIRO”, etc.
- Palavras que fazem referência a defeitos ou
características físicas (depreciativamente).
Ex.: “GORDUCHO”, “TAMPINHA”,
“CARECA”, “BAIXINHO”, “GAGUINHO”,
etc.
- Uso excessivo de gírias. Ex.: “É ISSO AÍ
XARÁ”, “FALOU MALANDRAGEM”,
“TUDO BEM CARA”, “OI
MALANDRAGEM”, etc.
57
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

- Palavras que constituem flagrante desafios.


Ex.: “QUERO VER SE VOCÊ É CAPAZ”,
“DUVIDO QUE RESPONDA ISSO AQUI”,
etc.

2.6 – Apresentação Corporal


Diz respeito a apresentação e características do
pregador durante sua permanência no púlpito, a saber:
- Contato Visual – O pregador deve olhar
francamente para as pessoas,
procurando verificar tudo que ocorre
no púlpito, evitando com isso que as
pessoas durmam, conversem ou
façam coisas alheias a pregação.
- Aparência – Maneira de se vestir (cabelo cortado,
barba feita, sapato engraxado, etc.).
- Postura – Posição do Corpo. O pregador deve
manter uma postura, ereta e não
arqueada. Não deve também
debruçar-se, permanentemente, sobre
o púlpito, pois pode passar a idéia de
cansaço.
- Fisionomia – Expressão do rosto do pregador.
Este não deve se apresentar tão
58
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

risonho a ponto de provocar risos


constantes no público ou com
fisionomia muito fechada
bloqueando possíveis perguntas do
ouvinte.
- Movimentação – O pregador deve deslocar-se
constantemente alternando sua
posição para obter permanentemente
a atenção da turma.
- Gesticulação – Movimento adequado dos braços
e das mãos. O pregador deve ter
cuidado ao movimentá-los para não
provocar gestos desconexos ou
obscenos.

Visite nosso site: www.cursoteologico.com.br

e-mail: contato@cursoteologico.com.br

Mais de 15 mil cópias vendidas.

59
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

Ilustrações e Lições de Vida

Ele conhece o Pastor


Numa igrejinha da Escócia, um professor
famoso, conferencista de renome, assistia ao culto
da manhã. Foi-lhe pedido que recitasse o Salmo 23.
Concordou. Recitou com muita graça, boa dicção,
perfeição. A congregação ficou impressionada com a
declaração. Em seguida, alguém pediu ao pastor da
igreja que recitasse o mesmo Salmo. Humilde, mas
sinceramente, ele o fez, com grande sentimento.
Quando terminou a congregação tinha lágrimas nos
olhos de tanta emoção.
O culto terminou. Um amigo do professor veio
ter com ele e perguntou-lhe se havia notado o efeito
diferente que as duas recitações tinham tido sobre o
povo. Por um momento o professor guardou silêncio.
Depois replicou com alto senso de humildade:

60
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA

- Sim, eu notei. É que eu conheço o salmo, mas


ele conhece o pastor.
“O Senhor é o meu pastor!” (Sl 23.1a)
XX - BIBLIOGRAFIA
1. FERNANDES, Aurelino Faria. A Igreja do Novo Testamento –
RJ – CPAD - 87.
2. PEREIRA, Jorge Leibe de Souza. Crescimento Espiritual, RJ –
98: Instituto Bíblico Universal.
3. PETTRY, W. Ernest. Ministrado a Palavra de Deus – ICI – SP
– 1987.
4. CRANE, James D. O Sermão Eficaz - JUERP - 3ª Edição
5. CABRAL, Elienai. O Pregador Eficaz - CPAD - 6ª Edição
6. HAWKINS, Thomas. Homilética Prática - JUERP - 7ª Edição
7. GONÇALVES, Jesus Silva. Púlpito Criativo - JUERP - 3ª
Edição
8. PEREIRA, Jorge Leibe de Souza. Introdução à Hermenêutica,
RJ – 95: FATUN.
9. PEREIRA, Jorge Leibe de Souza. Introdução ao Novo
Testamento, RJ – 98: FATUN.
10. PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. Edição Brasileira, RJ:
CPAD, 95.
11. THOMPSON, Bíblia de Referência. Edição Contemporânea,
RJ: Ed. VIDA, 95.

Agradeço ao Senhor Jesus por poder abençoar vidas através desta pequena obra

Outras Obras do Autor:


Doutrinas, Costumes e Tradições – 1998/RJ.
Cerimonial e Liturgias – 1998/RJ.
Mini-Dicionário Contextualizado - 1999/RJ.

61

Você também pode gostar