Você está na página 1de 46

CURSO SOBRE HOMILÉTICA

EXPOSIÇÃO DAS ESCRITURAS

A ARTE DA PREGAÇÃO BÍBLICA

Pr. Manoel Macerate Brito

REALIZAÇÃO:

CUIABÁ-MT – 2016
1

Pregando a Palavra de Deus

“Prega a palavra, insiste a tempo e fora de


tempo, aconselha, repreende e exorta com
toda paciência e ensino” (II Tm 4:2)

CUIABÁ - MT – 2016
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
2

ÍNDICE

Parte I – Deus, o pregador e o ouvinte.

 Introdução ao estudo da Homilética

 Deus, a palavra e o ministro.

 Quando Deus fala (objetivo e assunto).

Parte II – a palavra de Deus - o sermão

 Na ponta do lápis (estrutura do sermão)

 Está escrito! (Texto bíblico)

 A mensagem é. (tema)

 Preparando o ouvinte. (Introdução do sermão)

 Pregando a palavra. (Corpo do sermão)

 A melhor forma de pregar a palavra. (Tipos de sermão)

 A palavra diz... (conclusão)

 Um convite diferente (apelo)

Parte III – comunicando - apresentação do sermão

 Um passeio pela palavra. (Sermão temático)

 Assim diz as escrituras! (Sermão textual)

 Uma aula de bíblia. (Sermão expositivo)

 A postura do servo de Deus. (Ética no púlpito)

 Como falar e ser entendido. (Comunicação)

 Os três elementos na pregação

 Bibliográfica

HOMILÉTICA: A ARTE DA PREGAÇÃO


Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
3

Introdução: Homilética é a ciência que estuda os princípios fundamentais do discurso em


público, aplicados na proclamação do evangelho. Este termo surgiu durante o Iluminismo,
entre os séculos XVII e XVIII, quando as principais doutrinas teológicas receberam nomes
gregos, como, por exemplo, dogmática, apologética e hermenêutica. As disciplinas que
mais próximas da homilética são a hermenêutica e exegese, estas se complementam. O
objetivo da homilética de uma forma geral, é a conversão, a comunhão, a motivação e a
santificação para vida cristã. O assunto de uma mensagem é algo particular entre o
pregador e Deus. Para ter assunto é preciso viver em comunhão e oração para que o
Espírito Santo possa falar em seu coração. A grande questão é: como Deus fala
conosco? A forma de Deus falar é individual e peculiar. Algumas pessoas acreditam que
Deus fala somente de forma sobrenatural. Entretanto, Deus pode falar com você de todas
as formas possíveis, fique atento, inclusive naquelas que você menos imagina. No ônibus,
em casa, no trabalho, no banho, lendo a Bíblia, olhando a paisagem, ouvindo uma
mensagem, conversando, pensando, através de pessoas ou coisas, em sonho, em
revelação, no meio de uma crise, ouvindo testemunhos, através de crianças, ouvindo uma
música, em seu lazer, em um acidente, uma lição de vida, viajando, etc.

Homiletike – grego ensino em tom familiar.

Homilia – do verbo homileo Pregação cristã nos lares em forma de conversa.

A pregação da Palavra de Deus é uma das tarefas mais difíceis de ser realizada. Pregar
não é fácil. Há quatro anos atrás escrevi uma breve apostila sobre a pregação como a vox
Dei (A pregação como a voz de Deus) naquela ocasião focalizei sobre a história da
pregação, seguindo por uma lacônica definição de pregação expositiva e suas
características, e por fim, apresentei de forma resumida a quem é destinada a tarefa da
Pregação. Neste curso apresentaremos o lado prático daquilo que foi abordado há quatro
anos atrás. Nos focalizaremos especialmente na tarefa da apresentação e da entrega dos
sermões bíblicos.

O QUE É PREGAÇÃO?
Devemos ressaltar que a pregação apresentada aqui no curso é a que leva a exposição
do texto sagrado comumente conhecida como pregação expositiva. As definições quanto
a este tipo de pregação são variadas: Uma outra definição bastante elucidativa quanto a
este tipo de pregação. Que declara: “Um sermão explicativo [expositivo] toma um
parágrafo inteiro no mínimo (uma cena em narrativa, ou uma estrofe em poesia) e permite
que o texto bíblico forneça a força também o conteúdo da mensagem ou lição do próprio
texto”1. Isto aponta para o fato de que a pregação expositiva tenta apresentar e aplicar as
verdades de uma passagem bíblica específica.

 CONCEITOS BÁSICOS.

Definição:
O termo Homilética é derivado do grego "homilo" o que significa, multidão assembleia do
povo, derivando assim outro termo, "homilia" ou pequeno discurso do verbo "omileu"
conversar. O termo grego "homilia" significa um discurso com a finalidade de Convencer e
agradar. Portanto, Homilética significa "A arte de pregar".
1
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
4

A arte de falar em público nasceu na Grécia antiga com o nome de Retórica. O


cristianismo passou a usar esta arte como meio da pregação, que no século 17 passou a
ser chamada de Homilética.

 Pregação ato de apresentar a palavra de Deus.


Pregação é o ato de pregar a palavra de Deus. Pregador (aquele que prega), vem do
latim, “prae” e “dicare” anunciar, publicar. A palavra grega correspondente a pregador é
“Kery”, arauto, isto é, aquele que tem uma mensagem Kerygma do reino de Deus, uma
boa notícia, uma boa-nova – evangelho, “evangelion”. A homilética é a teoria e a práticada
pregação do evangelho. O termo Martyrein, significa testemunhar, testificar, ser
testemunha. Jesus falou com seus discípulos para serem suas testemunhas (At 1:8),
entretanto era preciso ficar em Jerusalém para receber o poder do Espírito Santo
e, assim, poderiam anunciar o evangelho.

Dom – Dádiva, presente; Qualidade inata; Mérito, merecimento; Poder.


Talento – Dom natural ou adquirido; Inteligência excepcional.
Habilidade – Aptidão; Capacidade para algo.
Técnica – Conjunto de processos de uma arte.

 Três passagens da vida de Pedro:


1 – Estar com Jesus - (At 4:13)
2 – Falar como Jesus - (Mt 26:73)
3 – Falar de Jesus - (At 4:8-12).

 Definições que envolvem essa matéria:


Discurso - Conjunto de frases ordenado faladas em público.
Homilética - É a ciência ou a arte de elaborar e expor o sermão.
Oratória - Arte de falar ao público.
Retórica - Conjunto de regras relativas a eloquência; arte de falar bem.
Sermão - Discurso cristão falado no púlpito.
Pregação - Ato de pregar, sermão, ato de anunciar uma notícia.

O Uso de Quatro Vocábulos que falam sobre pregação.


Dentro do espectro da definição deve-se lembrar que existem quatro palavras na língua
grega que tem sido usada para descrever a arte e ofício da pregação neotestamentária.
– Kerysso:
Este é o primeiro vocábulo bíblico que é usado para descrever o ofício da pregação
bíblica no Novo Testamento. No grego temos a palavra “khrux” – keryx – o emprego desta
palavra é "descrever o homem que é comissionado pelo seu soberano, ou pelo estado,
para anunciar em voz alta alguma notícia, a fim de torná-la conhecida”. 2 Apontando para
alguém que prega com autoridade comissionada. As “palavras da família de Kerusso são
usadas para descrever a pregação de Jonas (Mt.12.41), de João Batista (Mt. 3.1), de
nosso Senhor Jesus Cristo (‘proclamar’ e ‘apregoar’ – Lc.4.18b-19) e de seus apóstolos
(‘pregador’ – 1ª Tm 2.7; 2ª Tm 1.11).
– Euangelizo [εὐαγγελίζω]
A atividade de partilhar o evangelho é incorporada na vida do pregador conforme vemos
em Romanos 1.15. A palavra aqui demonstra que muitas vezes exercemos a
evangelização ao da igreja.
- Martyreo [μαρτυρεw]
2
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
5

O sentido desta palavra é “dá testemunho dos fatos” tem a ver com falar sobre o
evangelho ou apresentar os temas do evangelho (João 4.39; 1ª João 1.2) e envolve um
elemento da pregação da igreja (Lucas 24.44-48).
– Didasko [διδάσκοw]
A última palavra relacionada com pregação é esta aqui que o sentido básico é “ensinar”, a
pregação do evangelho também carrega uma boa dose de ensino ou doutrina! A
testemunha de Cristo deve ser sempre regada com doutrina. Em Atos 5.42, lemos que os
apóstolos não cessavam “de ensinar e de pregar” (didasko e euangelizo) a Jesus, o
Cristo. Então, pregara a palavra envolve ensinar também doutrinas! E o uso destas
palavras nos mostram que a tarefa da pregação é mais ampla.
Características da Pregação Neotestamentária.
Quais características práticas devem ter a pregação bíblica? O que caracteriza uma
verdadeira pregação da palavra? Olhando para o Novo Testamento podemos identificar
três características básicas de uma pregação.

– Compulsão:
O pregador é chamado a tarefa de pregar. Ele é impulsionado ou mesmo constrangido
para anunciar o evangelho (1ª Coríntios 9.16). Quando os homens querer que paremos a
pregação devemos responder como fizeram os apóstolos (Atos 4.20) não podemos parar
de falar e anunciar o evangelho! É essa compulsão que toma conta de cada um nós
quando subimos no púlpito para pregar o evangelho.
A igreja evangélica de nosso tempo está tão tomada pelo pecado que muitas vezes tenta
silenciar a pregação pelos programas adicionais ao culto: coral, grupo de louvor,
coreografia – mas a pregação precisa ser reduzida! 15 minutos, dizem alguns, já
suficiente para a pregação; mas quem tem essa compulsão dirá não! Preciso pregar a
palavra de Deus.

– Clareza:
A segunda característica de uma pregação verdadeiramente bíblica é a sua “clareza”.
Este termo poderia ser substituído por “popular em seu estilo”, podemos, dizer que o
estilo puritano é o que se aproxima deste conceito. O próprio Richard Baxter, o puritano,
falou sobre a pregação de seus pares como tendo por meta “As palavras mais simples
são a oratória mais proveitosa, quanto às questões mais importantes” 3. William Perkins,
outro puritano, disse que o sermão “Deve estar claro, lúcido, e evidente .... É um provérbio
entre nós: Foi um sermão muito simples: E eu digo novamente, quanto mais simples,
melhor.”4 A clareza na pregação é de fundamental importância.

“A boa-nova apresentada com palavras e frases difíceis não é boa-nova. Se os fatos são
mostrados sem clareza parecerão ficção. ”5 a pregação é a apresentação franca da
verdade (2ª Coríntios 4.2) e que não se deve florir a palavra de Deus com vãs filosofias
(1ª Coríntios 1.17). A clareza na exposição bíblica é importante na vida dos pregadores da
palavra, pois, eles precisam falar à mente e ao coração dos seus ouvintes. (1 Cor 2.1-5).

– Cristocêntrica:
A outra característica da pregação é que ele se centraliza em Cristo. Todo alvo da
pregação deve ser sempre apresentar e levar os homens a Cristo. O tema central de toda
a escritura é cristo. O próprio senhor Jesus nos ensina que a totalidade das Escrituras

3
4
5
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
6

ensinam sobre ele (Lucas 24.25-27;44-48). Paulo ao orientar o jovem pastor Timóteo
evoca que as sagradas letras podem tornar o homem sábio pela fé em Cristo (2 Timóteo
3.15) isto significa que a Palavra de Deus é saturada pelo ensino a respeito do redentor,
então, toda a pregação deve ter uma orientação cristocêntrica.

 A PREGAÇÃO EXPOSITIVA – SUA EXCELÊNCIA

A Necessidade da Perícia Exegética:


Antes de tudo cabe uma palavra aqui. Não se pretende neste estudo exigir dos alunos o
conhecimento das línguas originais, ainda que seja importante conhecê-las, e
pessoalmente este autor recomende que cada aluno busque conhecer o Hebraico e o
Grego, não é de fundamental importância sabê-las para este tópico.
O curso pretende apresentar noções de exegese no uso de ferramentas importantes para
a pesquisa e estudo da palavra de Deus que vise ajudar a pregação da palavra.

O que é exegese?
Walter C. Kaiser Jr nos oferece uma definição interessante do que seja a Exegese:
A exegese está ligada a tarefa daquele que prega a palavra. Se queremos ser bons
pregadores precisamos conhecer com exatidão as palavras do texto que iremos pregar,
ou ainda conhecer com precisão o texto da sagrada Palavra de Deus. Mais uma vez devo
fazer menção em aos puritanos porque a “a forma de pregação expositiva puritana
consistiu em introduzir um texto bíblico com exegese acurada, identificar suas principais
doutrinas e provar essa doutrina com uma série de proposições subordinadas...”

Erro que revelam a ausência de exegese


Neste momento apresentaremos os erros mais comum entre os pregadores que revelam
que não fizeram um estudo cuidadoso da passagem que estão pregando ou analisando.

Abordagem supersticiosa das Escrituras.


Há muitos pregadores realizam a exposição supersticiosa também conhecida como
“espiritualização” das Escrituras. Quando ela ocorre? A resposta que podemos oferecer é
que esta forma de abordar a mensagem do Antigo Testamento “ocorre quando o pregador
rejeita a realidade histórica, terrena e física da qual o texto fala e cruza a lacuna com uma
analogia espiritual daquela realidade histórica”. E eles vivem procurando um sentido
espiritual em cada passagem das Escrituras, pois, as pessoas comuns não conseguem
alcançar sozinhos tal sentido, e argumentam usando 2ª Coríntios 2.14 dizendo que estas
coisas se discernem espiritualmente, por si só revela o quanto eles são péssimos
exegetas! Um exemplo desta abordagem é aquela feita ao texto de Gênesis 37.24. Onde
se deduz que a alma do homem é como uma cova.

O Uso da Alegoria:
Outro tipo de abordagem muitos usam a alegoria como recurso de pregação. Vale
salientar que há bons usos da alegoria, um exemplo é obra o Peregrino de John Bunyan.
Os que fazem uso da alegoria se interessam pela gramática do texto, entretanto, para
eles o que importa é o que precisa ser descoberto por trás das palavras usadas.
O método alegórico “busca sob o significado literal de uma passagem o significado real” 6.
Como coloca outro autor que a “interpretação alegórica vê em cada elemento de um

6
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
7

relato um símbolo, como representação de um sentido oculto” 7 Esta tem sido uma
tendência da pregação contemporânea, por exemplo, o livro “Cânticos dos cânticos de
Salomão pode ser entendido como expressando não o amor entre um homem e uma
mulher, mas o amor entre Cristo e a Igreja”.

Vale salientar que a verdadeira pregação insiste na intenção proposital que o autor
tencionou transmitir no texto sagrado. Não pode haver lugar para esta abordagem
alegórica, alguns tem apelado para Gálatas 4.21-31 (onde Paulo usa uma alegoria sobre
Hagar e Sara), entretanto, vemos o apóstolo usando a alegoria para argumentar fatos e
não para criar ilusões que o texto não diz. Há outros que recorrem a textos como 1 Cor
10.1-3 Hb 7.1-3, mas estes textos não são alegoria, são ilustrações que são usadas a
partir do Antigo Testamento e são tipologia (proto-tipo que aponta para o tipo no Novo
Testamento, neste caso Cristo).

A Abordagem Dogmática:
A terceira forma de aproximação não-exegética do texto é aquela que aborda a Escritura
como um compêndio da teologia dogmática. Muitos pregadores, que são bons teólogos
sistemáticos abordam as Escrituras dentro de seu sistema de doutrina e teologia, e por
vezes, confinam as Escrituras à interpretação do sistema dogmático.

Um exemplo disso é a análise que feita de Hebreus 6.4-8. Os que possuem uma
dogmática que ensina a perda da salvação fará este texto dizer que se trata disto; outros
que sua dogmática entende que salvação não se perde fará o texto dizer que isso é uma
mera hipótese. Mas, não houve um estudo exegético sério da passagem para determinar
o verdadeiro sentido do texto. Devemos ressaltar que a Teologia Sistemática é importante
para a vida da Igreja, mas não deve se sobrepor à exegese séria das Escrituras.

O Racionalismo:
Há pregadores que fazem a abordagem da Bíblia de forma racional, pois, rejeitam tudo o
que ofende a razão. O tempo de nossa época é do homem moderno e seu
desenvolvimento; então, pregar sobre milagres, ressurreição e intervenção sobrenatural
de Deus na história não faz parte da pregação de muitos ditos pregadores. O racionalismo
é o juízo da razão sobre as Escrituras. Este procedimento gerou o que conhecemos de
liberalismo Teológico que nega todo o sobrenaturalismo que as Escrituras narram e
apresentam, desde a encarnação de Cristo até sua segunda vinda.
– Princípios Norteadores ao Exegeta-Expositor
Evitar que os pressupostos dominem o sentido do texto:
Não pretendemos sugerir que não existe pressupostos quando nos aproximamos do texto
sagrado. Especialmente em sua leitura hermenêutica que “a interpretação reformada
parte de pressupostos fundamentais e confessionais”. O que queremos salientar é que
estes pressupostos não interfiram na intenção original do texto.
Deus quer que nós leiamos e ouçamos o texto sagrado tal como ele foi inspirado e
outorgado pelo Espírito Santo, ou como nos coloca de forma precisa:
Seguir o sentido gramatical das palavras.

Um dos grandes desafios do pregador é descobrir que tipo de texto estará pregando para
a congregação no domingo à noite. A questão resume-se em uma pergunta: qual o
gênero literário é o usado pelo autor sagrado? O que é um Gênero literário?

7
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
8

O Gênero é “um tipo de composição literária que pode ser distinguido por aspectos como
o conteúdo de uma forma específica”

Encontramos na Escritura uma gama de Gêneros: Poesia, leis, história, discurso, relatos;
tudo isso, precisa ser estudado e analisado antes de apresentar um sermão à
comunidade do pacto.

Observar os contextos da Passagem: O Imediato e o Amplo


Para desenvolver uma perícia exegética acurada devemos também observar os devidos
contextos de uma passagem Bíblica.

No estudo para análise de uma passagem com vista à pregação é necessário estudar as
frases, as sentenças, e muitas vezes o capítulo e por fim, o livro como o todo. 8 Ou seja,
para ser um bom expositor da palavra deve-se realizar os seguintes passos de
interpretação textual:
Deve-se focalizar na passagem que se pretende pregar: realizando o estudo do
vocabulário, observando a gramática e todos os procedimentos gramáticos necessário.
Olhar o contexto Imediato: Isto significa que se deve diagramar as frases do texto em
segmentos
Olhar a seção principal: Ou seja, deve-se observar o fluxo da narrativa ou da passagem
que está sendo analisada.
Também deve-se Estudar o Livro: Devemos identificar o propósito do livro e determinar o
esboço do mesmo, isso facilitará na hora da exposição bíblica.
O autor do livro: Quem escreve o livro, a carta? O que autor pretende ao escrever tal
texto? Qual é a intenção do autor?
Devemos levar em consideração em qual testamento estamos pregando: A passagem
encontra-se no Antigo ou Novo Testamento? Qual a relação desta passagem com todo o
conteúdo deste testamento?
É necessário relacionar a mensagem da passagem com a totalidade da Bíblia: Qual é a
relação deste texto com toda a mensagem da Bíblia sagrada?
E por fim, devemos considerar o Gênero literário: É uma narrativa? É uma novela? É uma
poesia? É uma ironia? É um oráculo profético?

Contexto histórico-Cultural:
Um dos grandes problemas que os pregadores enfrentam é a análise do contexto
histórico-cultural. Há diversas passagens na Bíblia que tratam de costumes específicos e
que está inserido no texto sagrado. E por falta de conhecimento destes fatos muitos tem
oferecido interpretações não legítimas ao texto bíblico. Por exemplo, considere o texto de
Provérbios 22.28: “Não removas os marcos antigos que puseram teus pais. ”. Como
devemos interpretar este texto? Que pergunta deve ser feita a este texto? Há aqueles que
olham para o texto e perguntam: O que este texto significa para mim? Já ouvimos uma
pregação nesta passagem onde o pregador declarou que o significado de “não remover
os marcos” era “não remover a doutrina da igreja”!

Que resposta você ofereceu a esta questão? Se você indagou: o que este texto significa
para mim? Então, sua resposta está errada! A resposta deve levar em consideração o
contexto histórico-cultural. Naquele tampo não havia demarcadores de propriedade, eram
usados pedras e paus para delimitar a extensão de uma propriedade, aqui se proíbe uma

8
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
9

espécie de furto, onde se removia as pedras ou os marcos do vizinho para se acrescentar


uma propriedade por meio de uma apropriação indevida.
Entender o contexto histórico-cultural nos ajuda a evitarmos desastres exegético.

O princípio Escritura Interpreta Escritura.


Dentro da perícia exegética o pregador nunca deve esquecer a regra áurea da
interpretação bíblica. A Confissão de Fé de Westminster nos apresenta a regra
fundamental de interpretação Bíblica. E todos aqueles que amam a Palavra de Deus deve
buscar seguir este padrão reformado expresso na Confissão de Fé que é: “A regra
infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura”.

Abordagem Cristocêntrica:
Como expositor precisamos apresentar Cristo. Há abordagens que sugerem que toda
mensagem da Bíblia é teocêntrica. Mas, quando estudamos mais a fundo esta questão
sabemos que toda a Palavra do Antigo ao Novo Testamento toda história da Salvação
explora de modo significativo o evento Cristo! Gênesis 3.15 é um exemplo clássico desta
abordagem, Longman nos lembra que os “autores do Novo Testamento, que estão lendo
Gênesis depois de Cristo, entenderam que Gêneis 3.15 tem um sentido mais profundo e
último” Jesus aqui é identificado com “ ‘a semente (isto é, descendente) da mulher”. 9
Então o tema da mensagem Cristã e da pregação dominical será sempre Cristo a fonte e
o tema de toda a pregação.

– Como podemos nos torna melhores exegetas?


De que forma podemos melhorar a nossa perícia exegética? Como podemos ser
melhores exegeta para pregar melhor a Palavra de Deus?

– Aprimorando o Conhecimento Bíblico.


O que isto significa? Bem significa que devemos ler com mais regularidade as Sagradas
Escrituras. Devemos buscar memorizar os textos da Bíblia, seguir o modelo dos antigos
que meditavam na Lei de Deus (Salmos 1.3). A saturação das Escrituras em nossa mente
é fundamental para que possamos pregar e executar os labores de exegese com maior
clareza. Conheça a sua Bíblia, os pregadores devem ser doutores em Bíblia Sagrada!

- Aplicando-se a Leitura:
É indispensável que o pregador da Palavra goste de ler. No passado o acesso à livros era
algo muito dificultoso, mas hoje com o advento da internet podemos ter acesso a mais
vasta literatura. Os livros também estão mais fáceis de ser adquiridos por meio
parcelamento. Como pregadores devemos ter uma biblioteca básica para os nossos
labores dominicais. Não acredito em "um pregador que não ler” declarou certa vez meu
professor de hermenêutica. Tomás de Aquino certa vez declarou: “Timeo hominem unius
libri” (tema o homem de um livro só) aqui ele certamente referia-se de um homem que
conhecia profundamente a Bíblia; entretanto, esta frase pode ser tomada no sentido
negativo! Pois, um homem que se guia apenas por livro (ou que rejeita os livros) não pode
ser pregador! Ele deve conhecer o livro supremo (A Bíblia Sagrada), mas não pode
ignorar ler outros livros que ajudam a compreendê-la. Então, cada estudante de
homilética / pregação deverá construir uma biblioteca particular e se aplicar a leitura (1
Tm 4.13). Pois, é no estudo que podemos ser melhores exegetas e expositores da
Palavra de Deus.

9
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
10

– Aprender as línguas originais.


Como já afirmamos não há uma necessidade do aluno deste curso em especializar-se
nas línguas originais; entretanto, se vamos ser pregadores devemos pensar em aprender
as línguas originais.

 A PREGAÇÃO E O CONTEÚDO DOUTRINÁRIO:

Toda Pregação deve ser doutrinária:


Nós temos visto que em nossos dias pessoas dizem que não precisamos de doutrinas, os
sermões devem ser mais evangelísticos e menos doutrinários; há aqueles que acham que
a pregação nunca deve conter doutrina. Stuart Olyott nos mostra a importância de se
pregar doutrinariamente para a Igreja de Cristo em nossos dias:

O teólogo Puritano William Perkins nos lembra que a doutrina é “a ciência de viver para
sempre numa bem-aventurança”. Está sempre foi a convicção puritana a respeito da
pregação da Palavra de Deus. James I. Packer nos apresenta um perfil puritano para este
tipo de pregação:

Então na tradição reformada a pregação doutrinária tem sua importância e seu valor. O
que promovemos quando nós pregamos doutrinas em nossos sermões? O que isto
significa para cada um de nós? O Beeke, ainda tratando da pregação dos puritanos
sumariza para nós o que promovemos quando nossa pregação é doutrinária: As
Escrituras precisam ditar a ênfase de cada sermão. A pregação precisa instilar uma
apreciação por cada doutrina bíblica.

A pregação precisa cobrir uma ampla variedade de tópicos homiléticos.


Estas três características também devem estar presentes em nossa pregação dominical
na Igreja.

Problemas decorrente da ausência de doutrina nos sermões.


Quais são os problemas que ocorrem na vida de uma igreja quando doutrinas não são
expostas na exposição bíblica dominical?
Deus é negligenciado no culto e no coração.
Quando as pessoas ignoram ou não assimilam a doutrina da Palavra de Deus; o
verdadeiro Deus é negligenciado e não se presta um verdadeiro culto ao Deus Trino.
Nosso coração pode abraçar outros ídolos ou cria-los para si mesmo.

A Natureza Trinitariana da salvação não é admirada:


A pregação quando ela não se vale de doutrinas é marcada pela ausência de que a
redenção outorgada por Deus é negligenciada, textos como Efésios 1.3-14 não mostrado
e apresentado com clareza; pois tal trecho das Escrituras fala da salvação como uma
ação da Trindade.

A vida Cristã fica sem sentido:


Quando nossa pregação ignora deliberadamente o ensino de doutrina a vida Cristã ela
perde o sentido de ser. Pois, na ausência de instrução bíblica no púlpito os crentes
ignoram seus privilégios diante de Deus e da comunidade pactual, pois, não sabem que
são justificados e não conhecem esta doutrina; o ensino sobre a adoção não lhes peculiar
pois não conhecem que passam a pertencer a família de Deus; quando não pregamos
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
11

doutrinas em nosso púlpito os crentes ficam sem saber como devem viver a vida cristã
isto porque falta-lhe orientação necessária no púlpito da Igreja. Também quando a
pregação não eivada de doutrinas sólidas, oriundas da Palavra de Deus, o testemunho
cristão fica empobrecido isto porque não conhecem todo o conselho de Deus ficam
incapacitados de verdadeiramente discipular e evangelizar pecadores.

Há outro aspecto importante é que na ausência de sermões doutrinários na vida da Igreja


gera ausência de santidade prática. O lema “sede santos porque sou santo” não é
praticado porque não se tem ensinado a respeito disto na vida igreja. A pregação visa
ensinar aos crentes sobre uma vida de piedade. Também na ausência de doutrina a vida
eclesiástica é negligenciada. A importância da igreja para o crescimento espiritual do povo
de Deus é algo claro na Palavra de Deus, os crentes são exortados não abandonarem a
vida eclesiástica (Hebreus 10.25) por isso, é de capital importância que o púlpito,
fortalecido pela doutrina, revele a necessidade da igreja na vida cristã.

E por fim, a vida de oração é abandonada quando não ouvimos exposições bíblicas que
tratam da doutrina da oração na vida cristã. Uma igreja que não ora ou não é motivada a
orar está fadada a fechar as portas porque ignora o alimento necessário à comunhão com
Deus- uma vida prática de oração!

 A FORMA DO SERMÃO: SUA ESTRUTURA.

Clareza na Estrutura.
Já temos visto que há uma necessidade de que a pregação seja clara. Então, quando nós
formos elaborar o nosso sermão precisamos que a estrutura seja clara. Precisamos expor
a Palavra de Deus com a maior clareza possível. Neste processo o nosso sermão deve
conter Unidade, Ordem e Proporção:
Consideremos as partes que deve conter um sermão que segue esta estrutura primando
pela clareza de estrutura homilética:
Introdução: É um convite que se faz ao ouvinte concentrar-se em tudo no que será dito, é
a porta de acesso a todos cômodos da casa.
Qual é o propósito da Introdução no sermão? É deixar as pessoas interessadas no
assunto que estaremos abordando. E conseguimos isso quando ganhamos a atenção dos
ouvintes. Devemos lembrar que a introdução não deve ser longa, precisa ser concisa e
clara objetiva e direta. Onde encontrar fontes para melhorar as minhas introduções? A
resposta é simples, livros de pregações e também conhecer bem os meus ouvintes.
Discurso:
É a verdade a ser ensinada a estas pessoas logo após a introdução. É constituída do
material que o pregador se dispõe a comunicar naquele determinado sermão. 10deveremos
seguir uma sequência lógica naquilo que pretendemos abordar, por isso, anunciamos
prontamente o esboço daquilo que será abordado durante todo o sermão. As subdivisões
devem ser claras e agrupem um pensamento único que se integrem ao todo, lembrem-se
seus ouvintes devem lembrar do sermão como um todo. As divisões devem ser naturais e
não forçadas e devem ser excessivamente poucas. Poucas divisões ajudam na
memorização do conteúdo exposto.
Vale salientar também que a divisão deve ser proporcional um a outro em relação ao seu
tempo de transmissão. Deve-se evitar gastar mais tempo em um do que em outro.

10
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
12

Também o pregador deve persuadir os seus ouvintes a crerem na verdade que está
sendo apresentada diante deles. Buscar falar à mente e ao coração.

Conclusão:
A conclusão é uma das partes mais importantes do sermão que pode ter consequências
eternas na vida das pessoas! Por isso, ela precisa ser pensada e bem escrita. Escrava
exatamente tudo o que você deseja que seu ouvinte receba e guarde no coração e na
mente. A conclusão deve ser curta! Longa quando a necessidade convier, mas
lembremos estamos concluindo o sermão e não fazendo outro!

O uso das Ilustrações.


O uso de ilustrações no sermão é muito importante porque é como se fossem uma janela
para a clareza da mensagem. A mensagem dos profetas no Antigo Testamento era
eivada de ilustrações vívidas como por exemplo a ilustração.

As ilustrações explicam a verdade a ser ensinada por exemplo vemos no Novo


Testamento utilizar-se deste recurso (Mt 13.24, 31, 33, 44-45, 47). Devemos lembrar que
ela não é um elemento essencial na pregação, mas quando houver necessidade devemos
usá-las de formar mais prudente possível com o objetivo de comunicar a verdade de Deus
aos ouvintes.

Uso da Aplicação.
A aplicação é um dos recursos fundamentais para incutir a Palavra de Deus na mente e
no coração dos homens e mulheres que escutam a pregação dominicalmente na igreja.
Todo trabalho de exposição só encontra findo quando se há nele aplicação penetrante,
mais uma vez Stuart Olyott nos apresenta uma ilustração interessante sobre este ponto:

Por que a aplicação é tão escassa em muitas pregações nos dias de hoje? Devemos
ressaltar que sem ela a pregação não tem sentido de ser. Pensamos que a falta de
aplicação está na ausência de considerar o que ela não é: O que é aplicação? Um escritor
do século XIX nos oferece uma definição pertinente a respeito da aplicação: “A aplicação
é, no sentido restrito, aquela parte, ou aquelas partes, do discurso nas quais mostramos
como o assunto se aplica aos ouvintes; mostramos que instruções práticas o sermão lhes
oferece e que exigências práticas o sermão lhes faz” A aplicação é uma parte integrante
da verdadeira pregação expositiva, pois, sem ela o discurso dominical não tem sentido
algum, a pregação sem aplicação assemelha-se a um corpo sem alma - não há vida!

Eficiência da Pregação.
Uma pregação é de fato pregação quando ela é proferida. A eficácia de um sermão será
mostrada se o ouvinte conseguir levá-lo para casa. E para que a pregação seja eficiente
devemos fazê-la com humildade e clareza na apresentação da mesma. Usar uma
linguagem simples e direta. Também devemos depender da ação do Espírito Santo para
tornar a pregação eficaz (Ez 37), pois, Palavra é a espada do Espírito (Hb 4.12)

A autoridade da Pregação:
O último aspecto da pregação é sua autoridade. De onde deriva a autoridade da
pregação? Certamente deriva da Palavra! A autoridade não está na oratória do pregador,
não está nas técnicas, mas unicamente na Palavra de Deus. Então, não esqueçamos, se
queremos que o nosso sermão seja cheio de Autoridade ele deve ser cheio da Escritura,
ele deve está saturado com a Palavra de Deus.
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
13

 O PREGADOR – O EMISSÁRIO DA PALAVRA.

 Ponto de Vista Espiritual e Técnico.


- Chamado para obra (ordem) - Mt 28:19. Dom da palavra - (Rm 12: 6- 8)
- Conhecer Deus - At 4:13. Conhecimento da palavra – (II Tm 2:15)
- Ter uma mensagem - At 5:20. Manejo da palavra (II Tm 2:15)
- Unção - II Reis 2.9 - Guardar a palavra no coração – (Sl 119)
- Autoridade – ousadia – Mc 1:21 - Instrumento (II Tm 2:15)
- A palavra de Deus afirma – (Rm 10:17).
Entretanto, a falta de preparo adequado, falta de unidade corporal no sermão, falta de
vivência real na fé cristã, falta de aplicação prática às necessidades existentes na igreja,
falta de equilíbrio na seleção de textos bíblicos e a falta de um bom planejamento
ministerial trazem dificuldades a proclamação da palavra.

 A ELOQUÊNCIA
Eloquência é um termo derivado Latim Eloquentia que significa: Elegância no falar, falar
bem, ou seja, garantir o sucesso de sua comunicação, capacidade de convencer. É a
soma das qualidades do pregador.
Não é gritaria, pularia ou pancadaria no púlpito. A elocução é o meio mais comum para a
comunicação; portanto deve observar o seguinte:

1. Voz - A voz é o principal aspecto de um discurso.


Audível - todos possa ouvir.
Entendível - a todos possa entender. Pronunciar claramente as palavras. Leitura incorreta,
não observa as pontuações e acentuações.

2. Vocabulário - Quantidade de palavras que conhecemos.


Fácil de falar - comum a todos, de fácil compreensão - saber o significado.
Evitar as gírias, Linguagem incorreta, Ilustrações impróprias.

 ALGUMAS REGRAS DE ELOQUÊNCIA


- Procurar ler o mais que puder sobre o assunto a ser exposto.
- Conhecimento do público ouvinte.
- Procurar saber o tipo de reunião e o nível dos ouvintes.
- Seriedade pois o orador não é um animador de plateia.
- Ser objetivo, claro para não causar nos ouvintes o desinteresse.
- Utilizar uma linguagem bíblica.
- Evitar usar o pronome eu e sim o pronome nós.

 A POSTURA DO ORADOR
É muito importante que o orador saiba como comportar-se em um púlpito ou tribuna.
A sua postura pode ajudar ou atrapalhar a sua exposição.
A fisionomia é muito importe pois transmite os nossos sentimentos:

- Ficar em posição de nobre atitude.


- Olhar para os ouvintes.
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
14

- Não demonstrar rigidez e nervosismo.


- Evitar exageros nos gestos.
- Não demonstrar indisposição.
- Evitar as leituras prolongadas.
- Sempre preocupado com a indumentária. (Cores, gravata, meias)
- Cabelos penteados melhora muito a aparência.
- O assentar também é muito importante.
Lembre-se que existem muitos ouvintes, e estão atentos, esperando receber alguma
coisa boa da parte de Deus através de você.

 CARACTERÍSTICAS DE UM BOM SERMÃO


O sermão é caracterizado como um bom sermão não pela sua extensão e nem mesmo
pelas virtudes do pregador, sejam intelectuais ou morais, mas pela qualidade do sermão:

a. Unção:
Todo sermão deve ter inspiração divina. Um sermão sem unção, ainda que tenha uma
excelente estrutura, não apresentará poder para conversão, consolação e edificação.
Devemos lembrar que ao transmitir um sermão estamos não estamos transmitindo
conhecimento humano, mas a Palavra de Deus, portanto é fundamental a unção.

b. Fidelidade textual:
Fidelidade textual é importante, visto que os ouvintes estão atentos ao texto de referência
ou ao tema escolhido. Há muitos pregadores que tomam um texto como referência e
depois se esquecem dele.

c. Unidade:
Todo sermão tem um objetivo a ser alcançado. O seu conteúdo deve convergir para um
único alvo. "Há sermões que são uma colcha de retalho, uma verdadeira miscelânea de
assuntos, idéias e ensinos".

d. Final:
Tudo tem um começo e um final. O pregador deve ter em mente que o ouvinte está se
alimentando espiritualmente. Um sermão bem terminado será muito produtivo ao ponto de
despertar o desejo de querer ouvir mais.

 RECOLHENDO MATERIAL DE APOIO


Quase toda pesquisa serve como base para sermões. Todavia, é verdade incontestável
que, quanto mais instrução tem uma pessoa, tanto mais condição terá para preparar e
apresentar sermões. Toda pessoa que deseja ocupar-se na obra do Senhor, e
especialmente falar diante do público, deve formar paulatinamente uma biblioteca
segundo suas capacidades mentais e financeiras. Os quatro primeiros livros a serem
adquiridos e que dever servir como base da sua biblioteca é: Bíblia de estudo; Dicionário
bíblico; Concordância; um comentário bíblico. Depois pode ir adquirindo outros, de acordo
com as necessidades.

 COMO PREPARAR UM SERMÃO

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
15

 Descobrir o pensamento central


O pensamento central é a mensagem, ou seja, é o Tema. Sempre procurar definir o tema
no sentido positivo. Será que existe Deus? É um tema indesejado pois suscitam mais
dúvida do que fé. Como ser curado? É um tema sugestivo pois fortifica a fé. Em alguns
casos o pregador fala o título Tema da pregação outras vezes não é necessário, porém
no esboço é aconselhável colocar. O orador deve ser um homem de Deus e que possui a
mensagem de Deus e esta deve ter com fonte as Sagradas Escrituras.

 O Título pode ser:


Imperativo quando sugere uma ordem. (Mc 16:15)
Interrogativo quando sugere uma pergunta. Que farei de Jesus? (Mt 27:22)
Enfático quando é reduzido. (Amor, fé)
A mensagem pode ter várias origens:
Através da leitura da Bíblia.

A Bíblia contém argumentos, respostas, exemplos, e ensinamentos para todos os seres


humanos. Cristo usou a Palavra de Deus (Bíblia) para combater a Satanás. A Palavra de
Deus é a primeira fonte do pregador. Como fontes de inspiração para nossos sermões
deveram observar os recursos internos e os externos.

 As literaturas religiosas e não religiosas.


Todas as literaturas podem ser fontes de inspiração para o pregador desde que esteja
sob a orientação do Espírito Santo. As fontes podem ser: jornais, revistas etc. Os livros
religiosos são boas fontes de inspiração pois constitui também na Palavra de Deus.
Em uma observação. É uma rica fonte de inspiração, desde que o pregador esteja atento,
pois Deus pode transmitir uma mensagem de várias maneiras. (Mt 6:28); o pregador deve
observar: Rios, pedras, árvores, animais. Através da oração na letra de um hino; em
obras literárias (religiosa ou não).

 Preparar a introdução
É o início da pregação. O ideal é que a introdução seja algo que prenda logo a atenção
dos ouvintes, despertando-lhes o interesse para o restante da mensagem.
Pode até começar com uma ilustração, um relato interessante, porém sempre ligado ao
tema do sermão. Outro recurso muito bom é começar com uma pergunta para o auditório,
cuja resposta será dada pelo pregador durante a mensagem. Se for uma pergunta
interessante, a atenção do povo está garantida até o final do sermão.
A introdução produz a primeira impressão aos ouvintes e esta deve ser boa.
Não é aconselhável ultrapassar os cinco minutos.
Nunca (em hipótese alguma) dizer que não está preparado ou foi surpreendido.

 Escolha do texto
É imprescindível a escolha de um texto que se relacione com o tema do sermão, porém
adequado. Vejamos o tipo de textos que devemos evitar:

Textos longos cansam os ouvintes. (Salmos 119)


Textos obscuros causam polêmicas no auditório. (I Cor.11:10)
Textos difíceis os ouvintes não entendem. (Ef. 1:3 predestinações)
Textos duvidosos “Deus não ouve pecadores" (Jo 9:31)
Texto é importante por quê?

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
16

- O texto chama a atenção dos ouvintes.


- O texto desperta o interesse em conhecer a Palavra de Deus.
- O texto ajuda na exposição do sermão.
- O texto facilita ao ouvinte entender o assunto exposto.

Devemos escolher o texto em toda a Bíblia e não somente no Novo Testamento.

 Escolher o método apropriado


De posse do pensamento central e o texto escolhido, deve-se determinar o método a ser
utilizado. Existem muitos textos e temas que permitem a escolha de qualquer um dos
métodos, porém há temas que não permitem.

 A ESTRUTURA DO SERMÃO
O homem tem um esqueleto que sustenta toda a sua massa e “conteúdo”. Imagine se não
tivéssemos o esqueleto? Seríamos uma massa sem forma, uma bolha. Não tendo o seu
sermão uma estrutura que o sustente, ele será sem forma e confuso, podendo causar
emoção, mas, sem efeito consistente. Qualquer explicação requer organização,
ordenação, lógica e clareza. Sendo o sermão uma explicação da palavra e vontade de
Deus, ele deve ser didático. As pregações através dos tempos levaram os estudiosos do
assunto a relacionarem alguns elementos básicos que devem estar presentes nos
sermões, dando a eles uma estrutura que facilita o desenvolvimento da mensagem.

Esses elementos = alvo, texto, tema, introdução, corpo, conclusão, apelo; compõem
o que chamamos de estrutura do sermão e, são imprescindíveis pois norteiam a linha de
pensamento do pregador direcionando o ouvinte para o conteúdo da mensagem.

Alvo – É exatamente aqui que o pregador recebe de Deus a mensagem que deve pregar
e, a partir deste ponto, deve estruturá-la para levar a igreja. Se você não tem nada para
falar, não fale nada. Se o Espírito Santo lhe der algo a falar, fale, mas fale direito.

Texto Bíblico – O assunto do sermão deverá ser baseado na palavra de Deus, a escolha
do texto bíblico, que será usado na apresentação da mensagem.

Tema – Para que o ouvinte possa ter uma ideia do que você tem a falar é imprescindível
o emprego de um tema. O ouvinte realmente estará adentrando o seu sermão.

Introdução – Começar bem é provocar interesse e despertar atenção. Aproximar o


ouvinte do sermão e dar a ele uma noção ou explicação do que vai ser falado.

Corpo - Essa é a principal parte do sermão, onde deverá estar o conteúdo de toda
mensagem, ordenado de forma lógica e precisa.

Argumentação - Neste ponto, também, deverão ser abordadas algumas aplicações


utilizadas durante o sermão como, ilustrações, figuras de linguagem, material de
preparação.

Conclusão – “Uma conclusão desanimada, deixará os ouvintes desanimados”. Baseados


no objetivo específico do sermão, a conclusão é uma síntese do mesmo e deve ser uma
aplicação final à vida do ouvinte.
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
17

Apelo – Um esforço feito para alcançar a consciência, o coração e a vontade do ouvinte.


São os frutos do sermão. A partir deste momento estaremos abordando todos estes
elementos que fazem parte da estrutura do sermão. Aprendendo a aplicá-los, para
desenvolvimento de sermões com ritmo, elegância e clareza.

 A CLASSIFICAÇÃO DO SERMÃO
O sermão é classificado de duas formas: pelo assunto ou pelo método, podendo ser
discursivo ou expositivo.

 A ESCOLHA PELO ASSUNTO

- Doutrinário = aquele que expõe uma doutrina - (ensinamento).

- Histórico = aquele que narra uma história.

- Ocasional = aquele destinado a ocasiões especiais.

- Apologético = tem a finalidade de fazer apologia - (defender).

- Ético = quando exalta a conduta e a vida moral e ética.

- Narrativo = quando narra um fato, um milagre.

- Controvérsia = tem por finalidade atacar erros e heresias.


OS TIPOS DE SERMÃO

 Temático.
É aquele onde a divisão faz-se pelo tema. Todas as divisões devem derivar do tema. A
melhor forma é fazer perguntas ao tema escolhido, tais como: Por que? Como? Quando?
O Que? Onde?

 Textual.
São aqueles onde a sua divisão encontra-se no próprio texto. É um método muito bom,
pois oferece aos ouvintes a oportunidade de acompanhar, passo a passo a exposição do
sermão.

 Expositivo.
Quando os textos são longos. Este pode expor uma história ou uma doutrina - (parábola,
milagre, peregrinação, pecado). Em certo sentido todo sermão é expositivo, mas aqui
indica a extensão do texto - (Lc 24:32).

 DIVISÃO DO SERMÃO
O Sermão deve possuir divisões, que permitem um bom aproveitamento do assunto que
vai ser apresentado:

 Introdução

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
18

Tem por finalidade chamar a atenção dos ouvintes para o assunto que vai ser
apresentado e também para o pregador.
Tem que ser apropriado e deve estar relacionado com o tema, mas cuidado para não
antecipar o sermão.
Neste momento o pregador vai se familiarizar com o auditório, cuidado especial teve ser
tomado quanto ao entusiasmo, pois o povo pode ainda estar frio.
Deve ser breve, é muito importante pois é a primeira impressão produzida nos ouvintes.
Pode conter: o anúncio do tema, texto a ser lido.

 Texto
É trecho lido pelo orador, podendo ser um capítulo, uma história, uma frase ou até mesmo
uma palavra. Quando o texto é bem escolhido o pregador desperta nos ouvintes o desejo
de conhecer mais a Palavra de Deus. Não devemos escolher textos proferidos por
homens ímpios ou por Satanás. Escolha textos que tragam estímulo, lição etc. Evite
textos que provoquem repugnância, gracejos ou que descrevem cenas da vida sexual.

 O corpo
É a parte mais linda porque aqui se revela a Mensagem como Deus que dar.
É o mesmo que desenvolvimento do sermão. O corpo é a sequência das divisões do
sermão e pode ter de 2 a 5 divisões (quanto mais divisões mais complexas ficará o
sermão) e ainda conter subdivisões. Deve chamar à consciência do ouvido para colocar
em prática os argumentos expostos. O pregador deve saber colocar em ordem as
divisões, ou seja, os pontos que vão ser incluídos na mensagem; geralmente, convém
ordenar os pontos a fim de que aumentem em força até terminar com o mais forte. Esta é
uma regra geral que pode ser aplicada a todos os pontos de ensinamento.

 Ilustração
A ilustração ajuda na exposição tornando claro e evidente as verdades da Palavra de
Deus. A ilustração atrai a atenção, quebrando assim a monotonia, e faz com que a
mensagem seja gravada nos corações com mais facilidade.
A ilustração também ajuda na ornamentação do sermão tornando-o mais atraente, porém
o pregador deve ter o cuidado de não ficar o tempo todo contando "histórias". Vamos
comparar dois pregadores que estarão explicando o que é ter fé.

 Aplicação
É a arte de persuadir e induzir os ouvintes a entender e colocar em prática em sua vida.
Pode ser feita ao final de cada divisão ou de acordo com a oportunidade.
Deve ser dirigida a todos, com muito entusiasmo apelando à consciência e aos
sentimentos dos ouvintes.

 Conclusão
A conclusão é o fechamento do sermão e deve ser bem-feita, um sermão com
encerramento abrupto é desaconselhável. A conclusão deve ser breve e objetiva. É um
resumo do sermão, uma recapitulação e reafirmação dos argumentos apresentados.
Durante a conclusão pode efetuar um convite de acordo com a mensagem transmitida.

 A ENTREGANDO O SERMÃO
Para os que não estão acostumados a pregar, um dos problemas mais críticos é o
nervosismo, sentem-se amedrontados, começam a tremer e transpirar pensam que não
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
19

vão achar o que dizer, ou vão esquecer-se. Não são apenas os novatos que sentem
medo, ainda existem muitos com experiência que se sentem assim. Apresentaremos três
passos importante que o pregador deve dar para amenizar o nervosismo durante a
pregação:

a. Respirar forte e relaxar,


b. Orar e crer no Senhor,
c. Estudar bem a mensagem.

Existem pregadores que cansam os ouvintes, pelo tempo, pelo despreparo ou até pela
imprudência. Há também aqueles que se movimentam como fantoches ou ficam estáticos
como múmias. Se puder não ultrapasse aos 45 minutos, procure evitar ultrapassar os
limites, observe o auditório, não julgue que todos estão gostando, pois, o "Amém, Amém"
talvez seja para parar. Procure olhar nos olhos das pessoas e nunca ficar olhando
somente para uma única pessoa, nem mesmo para o relógio, parede, janelas, pés, teto ou
ficar com os olhos fechados.

 MÉTODO DE PREPARAR E PREGAR SERMÕES


Existem três métodos pelos quais os pregadores podem preparar e pregar:

1- Escrever e ler o sermão


Traz habilidade ao pregador em escrever, ter um estilo sempre correto, perfeito e
atraente, visto que emprega as palavras com bastante cuidado e segurança.
Conserva melhor a unidade do sermão, evitando assim que o pregador vá para o púlpito
nervoso e preocupado com vai falar. Pode citar os textos bíblicos com bastante precisão,
e gasta menos tempo em dizer o que tem a transmitir.
O pregador deve ter cuidado pois este método traz alguma desvantagem tais como: Muito
tempo para escrever, fica preso a leitura e pode perder o contato com os ouvintes, não é
simpático ao povo e nem todo pregador sabe ler de maneira que impressione.

2- Escrever, decorar e recitar o sermão.


Possui muitas vantagens como exposto no método anterior, tem mais vantagem porque
exercita a desenvolver a memória, e deixa o pregador livre para gesticular, parece mais
natural. Cuidado deve ser tomado pois o pregador pode esquecer uma palavra ou frase,
pondo assim em perigo todo o sermão é cair em descrédito.

3- Preparar um esboço e pregar.


O pregador gasta menos tempo em preparar o sermão, habitua-se a desenvolver o
pensamento e fica-se livre para gesticular.
O pregador fica livre para usar sua imaginação, criatividade e usar ilustrações que se
lembrar no momento, também pode expandir seu temperamento emocional. Este é o
método mais utilizado na oratória.
Cuidados também devem ser tomados, pois o pregador perde o hábito de escrever, pode
se empolgar com a mensagem e esquecer o tema e o estilo não é tão apurado e elegante
como os escritos.

 ESTUDO BÍBLICO

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
20

Consistem os estudos bíblicos em escolher uma ideia central e depois, através da Bíblia,
fazer um estudo das passagens que se relacionam com a ideia central. Para se conseguir
isso, geralmente se necessita de uma concordância. O segundo passo é escolher e
determinar os pensamentos que vão ser usado como divisões do tema. Depois escolher,
dentre os muitos textos relacionados com o assunto, quais vão ser usados no
desenvolvimento da exposição. Geralmente se usa um ou dois textos, dos mais
importantes e claros, no desenvolvimento de cada divisão. Para desenvolver de maneira
contínua a mensagem, e não ter que parar para procurar as passagens na Bíblia, convém
copiá-las no esboço. Essa forma de exposição tem muito valor, porque apresenta o
ensinamento global da Bíblia referente a um assunto, e é fácil de desenvolver.

 O QUE FALAR QUANDO CONVIDADO PARA PREGAR EM:


Congressos e Confraternizações. Neste caso os assuntos são apresentados pelos
organizadores do evento. Para o pregador, o desafio está em desenvolvê-lo. Tenha
intimidade com Deus para transmitir exatamente o que Ele quer falar. Embora exista um
tema, normalmente, este é geral, podendo o pregador ser mais específico.

 DATAS COMEMORATIVAS/ CULTOS ESPECIAIS


Situações onde o assunto é uma explicação do momento. São cultos realizados em
virtude de acontecimentos específicos na igreja local.
Dentre os cultos especiais podemos destacar:

• Casamento;
• Natal;
• Aniversariante;
• Dízimos;
• Batismo;
• Consagração;
• Aniversário da Igreja;
• Posse;
• Cultos dos departamentos - (juventude, irmãs, crianças)
• Nascimento e apresentação de bebês;
• Funeral;
• Doutrinário;
• Evangelístico.

Atenção! Conheça e domine os textos bíblicos para explorar estes assuntos mais
facilmente. “Para pregar, o pregador leigo deve combinar ou casar o assunto do sermão
com um texto da palavra de Deus”. Pegue lápis e papel e faça uma relação de textos para
cada evento acima apresentado.
Ao receber um convite para pregar em situações como as que foram acima citadas ore,
peça a Deus respostas para perguntas como:
Qual é a mensagem a ser pregada?
O que é mais importante nesta mensagem?
Onde será pregada?
Quem são os ouvintes?
Como devo ministrar?
Por quê?
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
21

Não deixe de responder estas perguntas sempre que for convidado para pregar.

 O SERMÃO
A homilética é base para a preparação do sermão. O sermão dedica-se a alma sedenta e
busca o crescimento espiritual do ouvinte.

 A estrutura do sermão
O homem tem um esqueleto que sustenta toda a sua massa e “conteúdo”. Imagine se não
tivéssemos o esqueleto? Seríamos uma massa sem forma, uma bolha. Não tendo o seu
sermão uma estrutura que o sustente, ele será sem forma e confuso, podendo causar
emoção mas, sem efeito consistente. Qualquer explicação requer organização,
ordenação, lógica e clareza. Sendo o sermão uma explicação da palavra e vontade de
Deus, ele deve ser didático. As pregações através dos tempos levaram os estudiosos
do assunto a relacionarem alguns elementos básicos que devem estar presentes
nos sermões, dando a eles uma estrutura que facilita o desenvolvimento da mensagem.
Esses elementos, Alvo, texto, tema, introdução, corpo, conclusão e apelo compõem o
que chamamos de estrutura do sermão e, são imprescindíveis pois norteiam a linha
de pensamento do pregador direcionando o ouvinte para o conteúdo da mensagem.

 Alvo
É exatamente aqui que o pregador recebe de Deus a mensagem que deve pregar e, a
partir deste ponto, deve estruturá-la para levar a igreja. Se você não tem nada para falar,
não fale nada. Se o Espírito Santo lhe der algo a falar, fale, mas fale direito.

 Texto bíblico
O assunto do sermão deverá ser baseado na palavra de Deus, o texto bíblico.

 Tema
Para que o ouvinte possa ter uma idéia do que você tem a falar é imprescindível o
emprego de um tema. O ouvinte realmente estará adentrando o seu sermão.

 Introdução
Começar bem é provocar interesse e despertar atenção. Aproximar o ouvinte do sermão e
dar a ele uma noção ou explicação do que vai ser falado.

 Corpo
Essa é a principal parte do sermão, onde deverá estar o conteúdo de toda mensagem,
ordenado de forma lógica e precisa.

 Argumentação
Neste ponto, também, deverão ser abordadas algumas aplicações utilizadas durante o
sermão como, ilustrações.

 FIGURAS DE LINGUAGEM, MATERIAL DE PREPARAÇÃO.

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
22

Conclusão – “Uma conclusão desanimada, deixará os ouvintes desanimados”. Baseados


no objetivo específico do sermão, a conclusão é uma síntese do mesmo e deve ser uma
aplicação final à vida do ouvinte.

Apelo – Um esforço feito para alcançar a consciência, o coração e a vontade do ouvinte.


São os frutos do sermão. A partir deste momento estaremos abordando todos estes
elementos que fazem parte da estrutura do sermão. Aprendendo a aplicá-los, para
desenvolvimento de sermões com ritmo, elegância e clareza. Um instrumento afiado
nas mãos de Deus.

 ESTRUTURA DO SERMÃO
Observe com atenção este modelo de sermão e, veja a forma como ele está estruturado.

Tema: “Quem encontra Jesus volta por outro caminho”


Assunto: Conversão e reconciliação – A necessidade de ter Cristo como único caminho
para salvação

Texto: Mateus 2: 1-12


Introdução: “O homem procura por diversos caminhos: as drogas, corrupção, o amor ao
dinheiro. Os magos procuravam a Jesus e receberam uma proposta de Herodes para
retornarem à cidade. Argumentação: Quem encontra Jesus volta por outro caminho
porque:
Tópico 1- Não tem mais compromisso com homens ou coisas. Versos 7, 8 e 9
Tópico 2 – Se voltar pelo mesmo caminho irão tirar Jesus da sua vida - v. 3 e vs 19 e 20
Tópico 3 – Quem encontra Jesus é dirigido pelo Espírito Santo v. 12
Conclusão: Comprometer-se com o mundo e afastar-se de Deus não permitirá que o
Espírito Santo atue na sua vida e não terás paz nesta vida, bem como, não gozará da
vida eterna. Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Esta é a oportunidade de mudar a
sua trajetória e se deixar se r dirigido pelo Espírito Santo.
Apelo: Quem deseja caminhar o caminho de Cristo? Se você já se cansou de “rodar” e
não chegar a nenhum lugar, venha para o c aminho que te levará aos céus.

Corpo
Divisão
Tópicos
Introdução
Palavras iniciais
Argumentação
Conteúdo do sermão
Conclusão
Aonde você quer chegar?

Objetivo=assunto
Qual é o assunto a ser falado?

Texto bíblico
Baseado em que texto?

Tema
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
23

Despertar atenção.

Apelo
É fazer o convite e o desafio aos ouvintes da mensagem.

 O texto bíblico
Estas palavras de Cristo em Mateus 4:4, revelam que o alimento do homem deve ser a
palavra de Deus, por isso, devemos pregar a palavra inspirada e revelada, a própria
Bíblia. O texto bíblico é a passagem bíblica que serve de base para o sermão. Esse texto
deverá fornecer a idéia ou verdade central do sermão. Não esqueça o texto. Ele é a
palavra a ser pregada. Nunca se deve tomar um texto por pretexto. Alguns
pregadores usam sempre as mesmas passagens em suas pregações. A escolha do
texto deve ser bem distribuídas por todos os livros da bíblia. A oração é indispensável,
também, o conhecimento básico de exegese.

1 - O texto dá ao sermão a autoridade da palavra de Deus;


2 - O texto constitui a base e alma do sermão;
3 - Através da pregação por texto o pregador ensina a palavra de Deus;
4 - O uso do texto ajuda os ouvintes a reter a idéia principal do sermão;
5 - O texto limita e unifica o sermão;
6 - Permite uma maior variedade nas mensagens;
7 - O texto é um meio para a atuação do Espírito Santo.

 Exegese
Exegese é o trabalho de exposição de um texto bíblico.
Veja como é simples: Procure a etimologia e o significado de palavras chaves no texto
perguntando-se sempre: “O que está escrito? O pregador não deve deixar de pesquisar
os dados e circunstâncias históricas, costumes e tradições, os significados teológicos,
espirituais e doutrinários.

 Alguns passos para uma boa exegese:


1 – Escolha um texto, de preferência com um tempo suficiente de antecedência, para o
sermão;
2 – Você tem toda a Bíblia para procurá-lo. Não se limite ao mais comuns;
4 - Leia o texto em voz alta, comparando-o com versões diferentes, para maior
compreensão;
5 – Escreva o texto com suas próprias palavras. (Fale sozinho)
6 - Observe os capítulos anteriores e posteriores, bem como outros livros relacionados;
7 – Qual é a linguagem utilizada no texto (história, milagre, ensino, parábola, profecia)
8 - Pesquise o significado exato das principais palavras;
9 - Faça anotações;
10 - Pesquise o contexto (época, país, costumes, tradição)
11 - Pergunte sempre onde? Quem? O que? Por quê?
12 - Organize o texto em seções principal e secundárias.

 A mensagem é (tema)
“Nem antes, nem depois, no tempo de Deus”.
Ao anunciar este tema o pregador conseguiu chamar a atenção e atrair o interesse dos
ouvintes. Este é o principal objetivo do tema. A idéia principal e o objetivo da mensagem

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
24

devem estar no tema. Em Atos 17:23 Paulo conseguiu a atenção dos atenienses
quando se utilizou de uma frase que
observou em um dos altares da cidade: “ao Deus desconhecido”. Ele fez desta frase
o tema do seu sermão. Um bom tema deve gerar expectativas, ser estimulante,
despertar o interesse, a curiosidade e a
atenção do ouvinte, ser claro, simples e preciso, bem como, oportuno e ligado ao texto.
Para que você possa desenvolver um bom tema cultive sua criatividade, hábito de
leitura, visão global do sermão e ser sintético.
Os publicitários usam frases fortes para impressionar os consumidores. O tema do
sermão é a apresentação do seu " produto", logo, deve convencer o ouvinte do que
vai ser exposto. Lembre-se que um out-door contêm mensagens que levam as
pessoas até as empresas para adquirirem produtos e serviços. O que você tem a
oferecer é uma mensagem muito mais importante do que qualquer produto, por isso,
deve trazer as pessoas para dentro do seu sermão, para que elas possam receber essa
palavra. Crie temas inéditos. Dê ao ouvinte a certeza de que ele só tem a ganhar se
decidir prestar atenção a mensagem.

 COMO DEVE SER UM TEMA? TIPOS DE TEMAS:

Interrogativo = caracteriza-se por ser simplesmente uma pergunta.


Jovem, qual é a tua ocupação? Coloque o ouvinte “contra a parede”. Faça-o pensar e
refletir. Deixe-o em dúvida. Entretanto, não permita que o ouvinte fique sem uma resposta
convincente, porquê suas convicções podem implicar na necessidade de um considerável
esforço para que ele seja convencido. Não rodeie, seja direto. A elaboração de uma
pergunta como tema deve ser cuidadosa e trazer no decorrer da mensagem uma ou
várias respostas.

Lógico = explicativo. Pense em causa e efeito, como: "O que o homem semear, ceifará"
Um acontecimento gera outro acontecimento. Logo, o que será ceifado é resultado do que
foi semeado. Este tipo de tema contém, em seu bojo, de forma sintética, a idéia principal
do sermão. Imperativos: Caracteriza-se pela presença do verbo no modo imperativo
(vinde, ide, faça, etc.).

Não seja incrédulo. “Enchei-vos do espírito” – “Busque a Jesus”


Neste tema você deve pensar em exigir do seu ouvinte uma atitude. Mandamento, ordem;
Enfáticos; realçar um aspecto específico.

Só Jesus salva. “O significado do Novo nascimento”


O que é tão importante que o ouvinte não pode esquecer? O que ele realmente precisa
saber?

Esse assunto deve ser apresentado de maneira forte e contundente no tema.

Geral: Aborda um assunto de forma geral sem especificá-lo. Amor, fé, esperança.

Exemplos de temas:
• Onde estás?
• As três avenidas perigosas da vida.
• As dimensões do amor de Deus.
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
25

• Que farei de Jesus?


• Andando com Deus.
• Crentes rebocados.
• Tenho uma arma, o que fazer com ela?
• Benção na aflição.
• A Páscoa.
• A paz que só Jesus pode dar.
• Quem encontra Jesus volta por outro caminho.
• Jovem qual é a tua ocupação?
• Jesus Virá!
• Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?
• As quatro maneiras de ser bem-aventurado
• Nem antes, nem depois, no tempo de Deus.
• A trombeta soará

 ATIVIDADES E CRIATIVIDADE
Trabalhe sua criatividade na produção de temas. Faça como o Apóstolo Paulo, seja um
bom observador. Veja sempre o que está ao seu redor. Aprenda a definir com clareza o
que Deus quer falar através de você.
2 – Construa várias frases com as seguintes palavras:
a) Deus, vida e forte.
b) Homem, fé e desafio.
c) Voltar, salvo e amor.

 RESPONDA ESTAS PERGUNTAS PROVOCATIVAS:

a). Como seria o mundo se os cachorros falassem?


b). Como seria o mundo se ninguém trabalhasse mais de três horas por dia?
c) O que você faria se fosse o presidente da empresa onde trabalha?

 Ilustrações:
Como você pode observar, as ilustrações são recursos usados para o enriqueci mento, e
o esclarecimento de uma mensagem. Desperta o interesse, convence, comove, desafia e
estimula o ouvinte, valoriza e vivifica a mensagem, além de relaxar o pregador. O senhor
Jesus sempre tinha uma boa história para iluminaras verdades que ensinava ao povo.
Quem nunca ouviu falar na parábola do “filho pródigo”, do “trigo e do joio, do “semeador”,
etc. O significado do termo ilustrar é tornar claro, iluminar, esclarecer mediante um
exemplo, ajudando o ouvinte a compreender a mensagem proclamada. A ilustração não
substitui o texto bíblico apenas tem uma função psicológica e didática, para tornar mais
claro aquilo que o texto revela. As ilustrações devem ser simples, correlacionadas com a
mensagem, fornece fatos de interesses humanos e ter um ponto alto ou clímax. Quando
bem escolhida uma ilustração leva rapidamente à compreensão dos conceitos mais
complexos e abstratos.

 OS EXEMPLOS BÍBLICOS SÃO AS MELHORES ILUSTRAÇÕES.

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
26

Histórica e contextual: Quando se aplica um conhecimento histórico ou explicação do


contexto em que o texto está inserido. Exemplos:
Fundo da agulha – Porta estreita na cidade de Jerusalém onde, os mercadores tinham
dificuldades de passar com os camelos. Mateus 19:24.

Conhecimento intelectual: Envolve o conhecimento científico, psicológico, técnico e


cultural.

Técnico científico – A antena da TV recebe todas as frequências ao mesmo tempo


entretanto, quando escolhemos um canal, através da sintonia, estamos selecionando uma
determinada frequência.

Aplicação: O homem precisa selecionar as informações que a sociedade oferece.

Metafórica ou alegórica: Quando são empregadas figuras metafóricas como histórias e


estórias.

Aplicação: Quanto mais perto você está de Deus, maior é a atuação de Deus na sua
vida, e o propósito dele se estabelece com sucesso.

Experiência pessoal: Testemunhos.


Neste tipo de ilustração o pregador relata fatos verídicos que demonstram a atuação de
Deus, através de milagres, em sua vida ou de outras pessoas. Todos as respostas
que Deus atendeu realizando curas, transformações, salvação, livramentos, libertação.

 PREPARANDO O OUVINTE = (Introdução)


Começar é difícil. Muitos escritores escrevem a introdução quando terminam o livro.
Alguém disse: “O pregador começou por fazer um alicerce para um arranha-céu, mas
acabou construindo apenas um galinheiro”.
A introdução é tão importante quanto a decolagem de um avião que, deve ser bem
perfeita para um vôo estabilizado. Ela, por certo, deve envolver o ouvinte, despertar o
interesse e curiosidade e, também, ser um meio de conduzir os ouvintes ao assunto que
está sendo tratado no sermão. Uma boa introdução dá ao pregador segurança,
tranquilidade, firmeza e liberdade na pregação. Não se preocupe, são muitas as formas
de começar.

Tipos de introdução: Você pode usar um destes tipos para iniciar um sermão:

1 – ilustrativa – Uso de uma ilustração na introdução.


Imagine que o assunto que será abordado seja complexo e abstrato. Então, comece com
uma ilustração que explique e esclareça o que pretende dizer.

2 – Definição – Explicação detalha de um determinado conceito.


Explique para o ouvinte o que tem a dizer. Dê a ele conceitos significados de símbolos,
termo e assuntos que ele provavelmente não conheça. Em um sermão onde o assunto é
a paz, o pregador explicou, na introdução, o que é a paz, seus significados no velho e
novo testamento, evolução linguística do termo paz e a aplicação termo hoje.

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
27

3 – Interrogação – Uma pergunta (deverá ser respondida no corpo do sermão). Comece


perguntando. Para sermões onde o tema é uma pergunta é interessante que esta seja
bem explorada na introdução. Observe que, se estamos falando sobre morte ou salvação
cabe aqui uma pergunta como, para onde iremos nós?

4 – Alusão histórica – Explicar o contexto histórico.


Explique o contexto do texto em que será aplicada a mensagem (época, país, costumes,
tradição); observe o texto de João 4: 1 a 19. Caso sua mensagem esteja baseada neste
texto, introduza com uma explicação detalhada das relações entre os Judeus e os
Samaritanos, as relações entre os homens e as mulheres, a lei acerca do casamento, a
origem do poço de Jacó, etc.

Obs.: Cada sermão deve ter apenas um tipo de introdução.

 AS CARACTERÍSTICAS DA INTRODUÇÃO
Uma introdução bem estruturada, deve apresentar algumas características como, clareza
e simplicidade, deve ser um elo de ligação com o corpo do sermão e uma ordenação de
pensamentos de forma lógica e sistematizada e, não deve prometer mais do que se pode
dar. Esteja atento para o tempo de duração da introdução que, deve ser breve e
proporcional ao sermão. Evite desculpas que possam trazer uma má impressão.

Atividade: Aproveite este momento para redigir uma introdução. Faça-a em forma de
redação. O tema é “Um passo para a salvação”. Aproveite para fazê-la de tipos diferentes.
Experimente todos os tipos apresentados anteriormente.

 PREGANDO A PALAVRA. (Corpo do sermão)


É o momento em que todo o conteúdo da mensagem será transmitido aos ouvintes,
através de idéias e pensamentos. Crie frases (divisões) que passem uma idéia ou estejam
ligadas à mensagem a ser pregada. Estas divisões devem ser desenvolvidas de acordo
com a realidade de hoje e necessidades dos ouvintes. Depois de estudar e fazer uma
boa exegese do texto que será usado no sermão, deve-se aplicar os propósitos da
mensagem. Lembre-se as divisões deve ter significados para os ouvintes e, não devem
se desviar da mensagem principal que é a coluna do sermão, o objetivo será finalizado e
apresentado na conclusão.

Texto João 3:16


Tema O amor de Deus
1 – O amor de Deus é imensurável - 1º Tópico/divisão
2 - O amor de Deus é sacrificial - 2º Tópico/divisão
3 - O amor de Deus é universal - 3º Tópico/divisão
4 - O amor de Deus é eterno - 4º Tópico/divisão

No caso dos sermões que estão ligados a um texto básico. É importante que o pregador
leia todo o texto e dele retire a idéia principal, observando sempre os principais
verbos e seus complementos, bem como, a ação que eles exprimem. Na

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
28

preparação do corpo do sermão deve-se ressaltar os sentidos expressos nas


representações simbólicas, metáforas e figuras.

Leia o capítulo primeiro de salmos versos um e dois.


Observe que o salmista mostra claramente as atitudes necessárias para ser bem-
aventurado. Essas atitudes estão expressas em alguns verbos (Andar, Deter/Assentar e
Meditar). As divisões do texto podem ser desenvolvidas com base nestes verbos.
Exemplo Samos 1- 1-4: Tema “O que leva o homem a perder a alegria (bem-aventurança)

Corpo:
1 – Andar de acordo com a influência e apelos da sociedade; (conselho dos ímpios)
2 – Entrar nas trevas e nela se deter (caminho dos pecadores e roda dos escarnecedores)
3 – Deixar de meditar na palavra do Senhor. (lei do Senhor)
Faça o mesmo para At 2:42-47 desenvolva cinco divisões para o seguinte sermão
onde o tema é “As características da verdadeira igreja de Cristo”.
Obs.: O ideal é que o sermão não tenha mais de cinco divisões. As divisões podem ser
subdividias.

Esboço:
O esboço do sermão é um resumo. Ele deve apresentar somente os tópicos e os
pontos importantes, que não podem ser esquecidos durante a exposição do sermão.
O preparo do esboço é uma arte e requer técnica. Preparar o esboço não é uma
obrigação do pregador. Ele auxilia na apresentação do sermão.
É comum o pregador perder a linha de pensamento, mas o esboço mantém a unidade.
Como deve ser o esboço? Deve estar ligado ao tema; corresponder ao texto bíblico;
conter divisões diferentes; estar ordenado e sequencial; ser coerente e lógico; com o
menor número possível de pontos e, por fim, caminhar em direção ao ponto mais
importante do sermão.

 CARACTERÍSTICAS DO CORPO DO SERMÃO


As divisões que retirar do texto devem ser expressadas de forma ordenada no sermão. É
uma forma de evitar confusão de idéias. O ouvinte precisa acompanhar o seu
desenvolvimento. Cada divisão, subdivisão, e até ilustrações, necessitam que apontar na
direção do alvo e em ordem de interesse”, ou seja caminhe sempre do que é menos,
para o que é mais importante. Cada ponto deve discutir um aspecto diferente para que
não haja repetição. As divisões servem para indicar a linha de pensamento a serem
seguidas ao apresentar o sermão. Entretanto, deve-se fazer uma discussão que é o
descobrimento das idéias contidas nas divisões.

Discussão – Cada ponto, tópico ou divisão deverá ser exposto pelo pregador. A
frase que indica a divisão é uma base para o que vai ser discutido.
Saiba que você precisará de argumentos. Desenvolva a capacidade de formular
opiniões, raciocínios, argumentos diferentes ou mesmo opostos. Isso é necessário
para uma boa discussão. Faça comparações. Potencialize o seu conhecimento bíblico
e cultural.

Atividades: (Criatividade) Não deixe de fazer estas atividades. São importantes para
que você possa explorar sua criatividade e, para auxilia-lo a redigir seus pensamentos.

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
29

1 - Para que serve um giz? Escreva em cinco minutos o maior número de usos diferentes
para este objeto.
2 - Elabore o maior número de frases em que a palavra SOL seja usada em
sentido figurado. Ex.: “Porquanto o Senhor Deus é [sol] e escudo” , “o seu trono será
como o [sol] diante de mim”.
3 - Elabore o maior número de frases em que a palavra RIO seja utilizada em sentido
figurativo, como no exemplo: “Meus olhos derramaram RIOS de lágrimas”
4 - Faça uma lista de pontos comuns entre um livro e uma lâmpada. Ex.: “Um livro aberto
é uma lâmpada acesa”, “Servem como enfeite”.
5 - Faça uma lista de diferenças entre um jardim e uma múmia.

 OS TIPOS DE SERMÃOS
Tradicionalmente encontramos, praticamente em todos as obras homiléticas, três tipos
básicos de sermões:

Sermão temático - Cujos argumentos as divisões resultam do tema independente do


texto;

Sermão textual - Cujos argumentos (divisões) são tirados diretamente do texto bíblico;

Sermão expositivo - Cujos argumentos giram em torno da exposição exegética completa


do texto. Estes são os tipos de sermões mais comuns. Nem sempre verá no púlpito
preletores desenvolvendo sermões destes tipos. Crie um estilo próprio. Este estilo será
a sua “marca registrada”. Sermão temático, textual e expositivo é uma forma didática de
apresentação, porque, qualquer mensagem bíblica é temática, por ter um tema principal;
textual, porque se baseia em um ou alguns textos bíblicos; e também expositiva, visto
que expõe as idéias da palavra de Deus. Esta classificação facilita bastante o
trabalho de compor sermões.
A organização, as divisões, os sub tópicos, são os pontos chaves do sermão. Nem todos
os pregadores desenvolvem sermões desta forma? Esta é uma pergunta clássica. Muitos
seminaristas sentem-se decepcionados porque grande parte dos pregadores não são
“homiléticos”. Por que isso acontece?

• Muitos são leigos e sem vocação;


• Alguns pregadores leigos possuem o Dom da palavra e o fazem em estilo próprio;
• Pregadores eruditos e talentosos pregam de forma elegante e, com estilos rebuscados;
• Fazer esboço de um sermão é uma arte;
• Existem aqueles que dizem: “Um sermão homilético impede a atuação do Espírito
Santo”;
• Há também estilos característicos de cada denominação evangélica;
• Os tipos clássicos de sermões não são um fim, e sim um meio;
• Muitos teólogos não sabem pregar ou não são vocacionados;
• O objetivo de um sermão é a conversão de almas.

Atividades
Nas próximas reuniões que participar esteja atento ao tema do sermão. Caso não
seja anunciado pelo pregador , crie um tema de acordo com a mensagem que ele
anunciou; Procure identificar qual é o tipo do sermão; Faça anotações,
principalmente das ilustrações; Separe as idéias principais e tente fazer um esboço
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
30

do sermão. Na terceira parte estudaremos, de forma mais aprofundada cada tipo de


sermão (temático, textual e expositivo) .

Conclusão

É o clímax da aplicação do sermão:


“Para terminar! ” “Concluindo”; “Só para encerrar”; “Já estamos terminando”.
Você já ouviu estas frases? Muitas pessoas não sabem terminar uma conversa,
ficam “dando voltas” ou se envolvem em outros assuntos, sem ao menos perceber
que o tempo está passando e o ouvinte já está angustiado com a demora. Assim,
muitos pregadores não sabem ou não conseguem concluir um sermão.

Um convite diferente (apelo)


Um esforço feito para alcançar o coração, a consciência e a vontade do ouvinte.
Apelo não é apelação, ele é o clímax do sermão. Ajude o ouvinte a dar o passo final.
Leve-o à ação. O Espírito Santo já fala ao seu coração, entretanto, barreiras e
resistências impedem o ouvinte de dar um passo adiante. Você é o mensageiro de
Deus e precisa mostrar ao ouvinte como agir. No apelo utilize verbos como: analisar,
comparar, descobrir, definir, fazer, identificar, observar, relembrar, reorganizar e tomar
decisões.Um outro ponto importante é mostrar aos ouvintes qual é a atitude que eles
precisam tomar?
• Levantar as mãos;
• Ficar de pé;
• Vir à frente;
• Procurá-lo após o término;
• Procurar outra igreja evangélica;
A clareza e especificidade é essencial para que um apelo seja bem feito. Uma vez um
pastor fez o apelo para conversão de forma tão confusa que até mesmo cristãos
levantaram as mãos.

 APRESENTAÇÃO DO SERMÃO
A complexidade, a variabilidade e as rápidas mudanças que caracterizam o mundo
hoje exigem novas formas de se abordar os problemas. Apresentamos agora, alguns
métodos de como tirar maior proveito do sermão. Deus deu ao homem a capacidade
de criar, falar e realizar e você precisa explora-lá de tal forma que contribua para
sua missão de preparar e pregar sermões.

 UM PASSEIO PELA PALAVRA. (Temático)


É aquele em que toda a argumentação está amarrada em um tema, divide-se o tema e
não o texto, o que permite a utilização de vários textos bíblicos. É o sermão de lógica
mais fácil e conserva melhor a unidade. Presta-se melhor à discussão de temas
morais, evangelísticos e ocasionais.

 COMO RETIRAR IDÉIAS E ARGUMENTOS (DIVISÕES) DO TEMA:


• Escolha o tema – (Criar frases, retirar de textos bíblicos ou de outras fontes);
• Analise o tema – (repetir e refletir várias vezes);
• Pergunte-se, o que devo falar sobre o tema?;
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
31

• Retire a principal palavra ou frase do tema – (Ela pode se repetir nos argumentos);
• Separe no mínimo três argumentos ligados ao tema;
• Pesquise passagens bíblicas que se refiram aos argumentos.;
• As divisões são explicação ou respostas do tema.
Exemplo: Tema: “Onde estás?”
1 – No mundo físico
2 – No mundo moral
3 – No mundo espiritual

 ASSIM DIZ AS ESCRITURAS - (Textual)


É aquele em que toda a argumentação está amarrada no texto principal que, será
dividido em tópicos. No sermão textual as idéias são retiradas do texto escolhido.
As divisões do sermão textual podem ser feitas de acordo com as declarações originais
do texto. Faça uma análise mais apurada baseando-se em perguntas como: Onde? Que?
Quem? Por quê? Que deverão ser respondidas pelas declarações ou frases do texto.
Outra forma de dividir o sermão textual é por inferência, cujas orações textuais são
reduzidas a expressões sintéticas que encerra o conteúdo.

 COMO TIRAR PONTOS DO TEXTO


1 – Leia todo o texto.
2 – Procure a idéia principal do texto. (Observe o subtema, o contexto, e a situação)
3 – Procure os principais verbos e seus complementos. Lembre-se verbo é ação.
4 – Procure os sentidos expressos nas representações simbólicas, metáforas e figuras.
4 – Com base nos verbos e significados retirados crie frases (divisões) que os
complemente e que, passem uma ideia ou estejam ligadas com a mensagem.
5 – Organize as frases dentro da idéia principal.

Observe o exemplo: Texto: Salmo 40:1-4


Tema: Nem antes, nem depois, no tempo de Deus.
Introdução: (Definição) Esperança significa expectação em receber um bem. O mundo é
imediatista.
Corpo: O que acontece quando você espera no senhor?
1 – Ele te retira da condição atual. (Qual é o seu lago terrível?)
2 – Ele te coloca em segurança, na rocha. (Te dá visão para solucionar o problema)
3 – Ele requer a sua adoração, um novo cântico. (Adorar em Espírito e verdade)
4 – Ele te faz testemunha, muitos o verão. (Testemunha)
Repare que cada tópico (divisão), apresenta um termo ou uma passagem do texto. Assim,
o texto pode ser bem explorado pelo preletor.

Inferência:
Quem sabe argumentar pode empregar este tipo de discurso com bons resultados.
Deduzir com raciocínio. Tirar dos fatos ou princípios deduções. A idéia retirada não está
explícita no texto. Deve-se ter cuidado para não inferir de forma errada e acrescentar ao
texto o que ele não diz.

 UM ESTUDO BÍBLICO – (Expositivo)

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
32

Aquele que explora os argumentos principais da exegese, hermenêutica e faz uma


exposição completa de um trecho mais ou menos extenso. O sermão expositivo é uma
aula, uma análise pormenorizada e lógica do texto sagrado. Este tipo do sermão requer
do pregador cultura teológica e poder espiritual.
O sermão expositivo é o método mais difícil, apreciado pelos que se dedicam à leitura e
ao estudo diário e contínuo da bíblia, deve ser feito uma análise de línguas,
interpretação, pesquisa arqueológica, e histórica, bem como, comparação de textos.

 CARACTERÍSTICAS DO SERMÃO EXPOSITIVO


• Planejamento;
• Poder abordar um grande texto ou uma passagem curta;
• Interpretação mais fiel;
• Análise profunda do texto;
• Unidade, idéias subsidiárias devem ser agrupadas com base em uma idéia principal;
• Não é suficiente apresentar só tópicos ou divisões;
• Tempo de estudo dos pontos difíceis;
• Pode ser abordado em série.

 A VERDADEIRA ADORAÇÃO E OS VERDADEIROS ADORADORES

Texto: João 4: 19 –24


Introdução: A problemática da adoração na igreja.

Corpo:
Significado de adoração
• No grego clássico – Serviço público
• Hebraico – serviço do sacerdócio
• Grego koinê – prostrar-se; submeter-se
• Apogeu de Roma – Jogar beijo para a divindade
Lugar de adoração
• Samaritanos – costumes; Gerizim
• Judeus – Costumes; Jerusalém
• Cristãos – Não importa o lugar
Atitude de adoração
• Adorar ao Pai
• Adorar em espírito
• Adorar em verdade
Pregação ao alcance de todos
Esse tipo de sermão é de um alto valor quanto à sua natureza e um dos mais difícil
quanto ao preparo.
Observe, no exemplo acima, que cada parte do texto é explicada detalhadamente
fazendo-se então um
estudo profundo do assunto adoração.
O sermão expositivo também pode ser desenvolvido utilizando-se de vários textos.

 A POSTURA DO SERVO DE DEUS. (ÉTICA NO PÚLPITO)

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
33

“A primeira impressão é a que fica”; “Em meio ao desenvolvimento da reunião, atravessa


todo o corredor principal, aquele que será o preletor do encontro. Toda atenção está
voltada para ele, que observado é dos pés à cabeça. “Seu comportamento, imagem e
exemplo são atributos influentes na transmissão da mensagem como um todo. Devemos
considerar que, quando existe uma indisposição do ouvinte para com o mensageiro, maior
será sua resistência ao conteúdo da mensagem.
Agradar a todos é uma missão muito difícil senão impossível, mas o compromisso
com transmissão de uma mensagem importante requer uma aproximação maior do
ouvinte. Não existe uma forma correta de se apresentar. Esteja de acordo com o
local e a ocasião. Nos homens o uso do “terno e gravata” é adequado a quase todos os
locais e ocasiões. Como são os membros da igreja que visita? Quais são as
características da denominação? Qual é o horário de início e término do culto? Em que
bairro se localiza?
Observe com atenção estes aspectos errados que devem ser considerados pelo
pregador:

Fazer uma Segunda e auto apresentação;


Manter a mão no bolso ou na cintura o tempo todo;
Molhar o dedo na língua para virar as páginas da bíblia;
Limpar as narinas, cocar-se, exibir lenços sujos, arrumar o cabelo ou a roupa;
Usar roupas extravagantes;
Apertar a mão de todos. (Basta um leve aceno)
Fazer gestos impróprios;
Usar esboços de outros pregadores, principalmente sem fonte;
Contar gracejos, anedotas ou usar vocabulário vulgar.
Não fazer a leitura do texto (leitura deve ser de pé).
Evitar desculpas, você começa derrotado (não confundir com humildade);
Chegar atrasado; O pregador não precisa aparecer. Quando convidado para pregar em
outras igrejas, o pregador deve considerar as normas doutrinárias, litúrgicas e teológicas
da igreja em questão.

1 – Evite abordar questões teológicas muito complexas;


2 – Não peça que a congregação faça algo que não esteja de acordo com os preceitos;
3 – Procure estar dentro dos padrões da denominação;
4 – Procure dar conotações evangelísticas a mensagem;
5 – Respeite o horário (mesmo que seja pouco tempo );
6 – Converse sempre com o Pastor antes do início do culto.

a) Caso não concorde com alguns aspectos, não aceite o convite.


b) Doutrina e mudanças cabem ao pastor da igreja
c) Se acredita ter recebido uma mensagem de Deus dentro desses aspectos: Fale com o
Pastor.

 COMO FALAR E SER ENTENDIDO - (COMUNICAÇÃO)


A pronunciação do sermão deve ser brilhante e tranquila, observe os seguintes pontos:
• Força e convicção;
• Existe um limite de rapidez que não deve ser ultrapassado;
• Manter contato visual com o auditório;
• Simpatia.
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
34

Observe o comportamento do auditório, pois este serve de base para avaliação do


desenvolvimento e recepção do sermão. O olhar, os braços, a expressão facial, a
postura do ouvinte são elementos que nos falam e transmitem mensagens em
códigos que quando bem captadas lhe dá uma visão geral de seu desempenho
e do andamento da pregação. Assim poderá se adequar ao momento e até mesmo dar
um outro rumo em sua pronunciação.

 A figura ao lado nos fornece alguns códigos como:


1 – A menina, como um todo, oferece grande resistência;
2 - As pernas presas aos pés da cadeira revela que a menina está segura em sua posição
e não abre mão do seu ponto de vista;
3 – Os braços cruzados indicam resistência, proteção ou dúvida;
4 – O rosto mostra que a menina não te olha nos olhos, desinteresse, receio,
acanhamento ou medo;
5 – Os olhos indicam desconfiança. É importante destacar que estas posições nem
sempre acontecerão ao mesmo tempo. Em alguns casos somente alguns destes
elementos estarão presentes. O pregador deve estar atento ao comportamento geral dos
ouvintes. Em grandes auditórios, com muitos ouvintes, não se pode observar
características isoladas, mas o todo.
• Quando muitos ouvintes estão folheando a bíblia ou outras literaturas podem estar
procurando algo mais interessante ou importante, para eles, do que ouvir a mensagem;
• Conversação geral é desinteresse ou cansaço psicológico da congregação;
• Movimentos constantes com o corpo, bem como levantar-se a todo momento, é sinal
de cansaço físico pelo tempo da programação;
• A forma como estão sentados (postura).
Obtenha sempre uma resposta do público.

 Falar
Comunicar vem do latim “comunicare” que significa por em comum. A forma de emitir
os sons vocálicos caracteriza a nossa voz. Para ser um bom comunicador da palavra de
Deus é preciso saber utilizar a fala como um grande instrumento. Apresentaremos alguns
exercícios e atividades para uma boa postura da voz.

 Relaxamento:
Antes de falar é ideal fazer um relaxamento dos ombros, cabeça e pescoço. Comece
a falar com cuidado, suavemente, para não dispender demasiada força.

 Intensidade:
Cuidado para não usar a intensidade de forma inadequada. Ex.: Falar
excessivamente alto em locais ou situações onde não é exigido este esforço.
Leia uma lista de palavras ou texto com voz suave, cochichando. Fale, mas não sussurre.

 Altura
Classifica-se em grave, média e aguda. Devemos empregar o registro médio para
falar. As vozes bem impostadas não apresentam diferenças de timbre na passagem de
um registro para o outro.Fale a seqüência de dias da semana prolongando a última
vogal.

 Timbre
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
35

É a melodia da voz. É importante manter a saúde e tomar cuidados adequados para ter
resistência na voz.
Cuidados com a voz:
a) não ficar exposto ao ar condicionado, principalmente sem proteção;
b) não beber gelado;
c) não beber quente;
d) não falar demasiadamente alto;
e) falar naturalmente no tom médio
f) ficar um período em silêncio
g) Fazer gargarejo (água e sal, romã, aspirina, gengibre)

 Ritmo
Mantenha um ritmo adequado. Não fale muito rápido ou muito devagar. Tenha uma
cadência. Diga “Por favor, poderia repetir o seu nome” rapidamente, lentamente e
normalmente.

 Inflexões
É a forma como se fala. Influencia na interpretação da fala.
Toda frase falada descreve uma curva melódica.
“Bom dia! ” Pronunciado com várias modulações:
1 – Indiferente
2 – Natural
3 – Atencioso
4 – Alegre
5 – Surpresa
7 – Raiva

O pregador precisa saber interpretar e exprimir bem os sentimentos para que sua
pregação tenha mais “vida”. Saber expressar o que está escrito no texto e seus próprios
sentimentos. Procure exprimir com clareza os seguintes sentimentos de acordo com as
frases:

Vontade – “Hei de vencer, haja o que houver” . “Tudo posso naquele que me fortalece”.
Alegria – “Como é boa a vida!”. “Jesus me libertou!”
Coragem – “Irei e enfrentarei a situação.” “Se Deus é por nós quem será contra nós?”
Medo – “Estão nos perseguindo”
Orgulho – “Consegui uma promoção por bons serviços prestados”
Humildade – “Quem sou eu, meu caro amigo”
Surpresa – “Tirei em primeiro lugar no concurso”
Importante:

1 – Não fale com muita intensidade, reserve forças para o ponto culminante.
2 – Não deixe que a voz caísse nas últimas sentenças das palavras.
3 – Respirem de forma disciplinada
4 – Varie a força, a velocidade e o ritmo da voz para não cansar a plateia.
5 – Leitura do sermão somente em solenidade ou formaturas especiais.

 A NECESSIDADE DA HERMENÊUTICA

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
36

A compreensão da bíblia como um todo depende de uma boa compreensão de suas


partes. Ou seja, não se pode pretender uma síntese teológica e doutrinária sem que antes
se faça uma análise de cada texto e, até mesmo de cada palavra da escritura. E uma boa
interpretação da parte levará a uma correta formação do todo. A maioria das heresias e
dissidências doutrinárias perderia o valor se seus defensores estivessem dispostos a
reinterpretar o texto bíblico em suas partes individuais. Esta é a idéia expressa por Paulo
em 1Tm 2.15, através da palavra orthotomounta (que maneja bem), derivada de orthos,
“reto” e tomeō, “cortar”.

 A possibilidade da Hermenêutica
Talvez a questão mais fundamental da hermenêutica enquanto ciência seja sua própria
aplicabilidade ou seu valor científico. Ou seja: é possível fazer a hermenêutica de um
texto? A questão já faz sentido enquanto se aplica à literatura humana, mas quando
aplicada à bíblia (que pretende ser a palavra de Deus) o problema toma proporções
eternas. Antes, porém, de tratar da interpretação bíblica, devemos estudar a própria
questão da interpretação: existe um sentido no texto? E, se a resposta for afirmativa, qual
é este sentido? A questão da linguagem e do sentido foi levantada pelos filósofos do final
do séc. XIX e início do séc. XX. O trabalho de autores existencialistas e fenomenologistas
como Nietzsche e concluíram que o significado de um texto é aquele atribuído pelo leitor,
ou seja, existem tantos significados quantos são os leitores. Ora, se todo e qualquer
sentido é válido, não há necessidade de uma ciência hermenêutica. Além disso, todas as
religiões, seitas e heresias têm o seu valor e estão certas a seu próprio modo. Entre as
várias bandeiras que se levantaram contra essa idéia está Karl Barth. De acordo com
Barth e com uma nova legião de pensadores, a tarefa do exegeta é descobrir a intenção
do autor. O trabalho, no estudo da bíblia, é determinar o que Deus queria dizer. A bíblia
possui apenas um sentido – o sentido do autor, embora possa comportar várias
aplicações diferentes, dependendo da cultura e ambiente do leitor.
Essa posição soluciona, pelo menos em tese, o velho problema de determinar se o texto
bíblico é literal ou alegórico. Se o autor pretendia que o texto fosse interpretado
simbolicamente, erramos se o interpretarmos literalmente. Se o autor pretendia uma
interpretação literal, erramos igualmente se interpretarmos alegoricamente.

 Conceito de Hermenêutica Bíblica


A bíblia apresenta-nos um Deus criador que faz coisas visíveis enquanto ele mesmo
permanece na invisibilidade. E Deus se utiliza dessas coisas visíveis para nos conduzir a
ele (Rm 1.20). Assim, as palavras, como criação de Deus, são a encarnação do
pensamento e através delas pode-se chegar ao próprio pensamento, assim como Cristo,
a encarnação divina nos conduz a Deus. O caminho vai do objetivo ao subjetivo, do
material ao espiritual, do tempo à eternidade. As palavras bíblicas, assim como as
palavras humanas, são as materializações da subjetividade e têm como função nos
transportar de volta à subjetividade. Deus se fez verbo e o verbo deve nos conduzir de
volta a Deus. Mas, será possível conhecer a Deus? Será que uma boa hermenêutica
pode nos levar ao conhecimento de Deus?

A resposta a essa pergunta suscita duas questões inerentes ao universo conceitual


bíblico. A primeira está relacionada ao fato do ser humano não ter capacidade natural de
compreender a verdade espiritual, seja por causa de uma disposição para o afastamento
de Deus (Rm 1.18-22), seja por algum tipo de cegueira para com as realidades espirituais
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
37

(Ef 4.17-24), seja porque o próprio Deus esconde a verdade do homem (1Co 2.6-7) ou por
um sentimento interior contrário à revelação de Deus (1Jo 2.11). Aliás, uma das sínteses
mais claras da Escritura é o fato de que Deus vem ao homem (na pessoa dos profetas e
de seu próprio Filho) exatamente pelo fato de que o homem não pode ir a Deus.
A segunda questão, continuação e, talvez, solução da primeira, começa com a lembrança
de que a hermenêutica é uma ciência e um campo de conhecimento humano e, como tal,
possui suas próprias regras e exigências. Todo campo de conhecimento demanda uma
certa atitude e até mesmo uma certa personalidade por parte do observador. Este é o
motivo pelo qual ninguém se interessa ou tem habilidade para toda e qualquer área da
cultura humana.

Há um “espírito” próprio para se apreciar a filosofia, a poesia, a dança, a pintura, a


biologia, a matemática, etc. Há também uma disposição interior, um espírito adequado à
interpretação bíblica. E qual é essa disposição interior? A resposta, como foi dito, deve
ser procurada dentro da própria bíblia, objeto da ciência hermenêutica.
A bíblia possui informações sobre Deus. Entretanto, a mesma bíblia deixa claro que tais
informações devem ir além do mero intelecto e se transformarem em assimilação íntima,
vivência prática. A bíblia propõe crescimento e aproximação de Deus à medida que seu
conteúdo é vivenciado (Cl 1.28; I Pe 2.2: Jo 5.39-40). O conteúdo bíblico, portanto,
transforma-se em conteúdo íntimo e em seguida em comportamento. É no nível do
comportamento que o texto passa a ser aplicado e alcança seu objetivo. Embora haja
somente uma interpretação possível, há numerosas aplicações do texto, das quais a
interpretação é a norma. Se a interpretação for errada, também o serão as aplicações e o
comportamento (daí algumas diferenças entre usos e costumes das igrejas modernas).
O texto bíblico promete a interação entre o homem e Deus e, portanto, não se interpretou
corretamente a bíblia enquanto ela não foi vivenciada. São essas proposições que
levantam a importante questão se é possível a um não regenerado compreender o
significado da bíblia.

A própria bíblia responderia sim e não (2Co 4.4; Ef 2.1; 1Co 2.14). Qualquer
pessoa pode compreender o sentido gramatical do texto bíblico, mas não pode entender o
sentido espiritual e transcendente da bíblia, já que tal compreensão só se processa no
nível da vivência. Daí o tipo de disposição interior necessária à interpretação do texto
bíblico: regeneração, reverência, humildade, espírito de oração, disposição para a
obediência ou, em uma palavra - o espírito religioso.

 As Características Espirituais Exigido pela Bíblia:


a) Regeneração = (II Cor 2.14 2 Co 4:3-4)
b) Humildade – a prepotência é uma atitude = (Sl 25.9)
c) Reverência ou respeito = (I Ts 2.13: Is 66.2)
d) Amor sincero pelo bem e pela verdade = (Jo 3.19-20; 1Pe 2.1-2)
e) Prudência = (1Cor 3.2)
f) Paciência = (Jo 5.39 At 17.11)
g) Fé = (Hb 11.6).

- Crer que há um só Deus que deseja revelar-se aos homens


- Crer que Cristo é o verbo encarnado de Deus. (Hb 1.1).
- Crer que a bíblia é a palavra inspirada de Deus.
- Crer que a bíblia tem como tema central a redenção do homem.
- Crer que Cristo é o centro da bíblia e o fator de solução das diferenças entre os escritos.
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
38

Cristo é a chave para a compreensão das escrituras.


- Crer que a revelação divina é progressiva e gradativa.
- Crer que o Espírito Santo é o mestre interior que esclarece o sentido da escritura ao
coração de seu examinador (Ef 1.17 Sl 25.14 Lc 24.45 Tg 1.15).
- Crer que a bíblia deve ser estudada com um espírito devocional para nutrir o espírito e
conduzir a Deus. Ela não foi escrita para satisfação da curiosidade científica.
 HERMENÊUTICA NA HISTÓRIA

 A interpretação Rabínica:
Os judeus palestinos desenvolveram nos séculos que sucederam ao retorno da Babilônia
uma reverência quase doentia pelo texto bíblico. As páginas e as letras do texto sagrado
possuíam um status divino num sentido que nenhuma outra literatura o tinha. O lado
positivo dessa concepção foi a preservação do texto bíblico para as gerações futuras. O
lado negativo foi o menosprezo ao significado original do autor sagrado e a
supervalorização dos significados ocultos por trás das letras (motivo pelo qual esta
interpretação é chamada de “letrista”). Embora o rabino Hillel tenha tentado chamar a
atenção para a importância das comparações, dos contextos e dos princípios gerais, a
hermenêutica rabínica regrediu para o nível da fantasia e da criatividade.

 A escola de Alexandria e a interpretação Alegórica:


Os judeus de Alexandria foram os grandes campeões da alegoria, em grande medida, por
causa de sua relação com a filosofia grega. Eles queriam estabelecer algum tipo de união
ideológica entre o Antigo Testamento e a filosofia e também justificar o judaísmo como
uma cultura elevada em um mundo culturalmente exigente. Suas grandes preocupações
eram os antropomorfismos, as imoralidades e as matanças do AT, mais ou menos as
mesmas preocupações dos filósofos antigos em relação á mitologia. Não é por outro
motivo que a septuaginta, feita em Alexandria, procurou remover os antropomorfismos:
Ex 15.3: O Senhor é um homem de guerra (Na LXX O senhor esmaga a guerra)
Nm 12.8: A forma do Senhor (Na LXX A glória do Senhor)
Ex 32.14: Então se arrependeu o Senhor.

 A escola de Alexandria – Filo:


Filo ensinava que, embora houvesse outras interpretações possíveis, a interpretação
alegórica das Escrituras era a única que poderia oferecer o verdadeiro sentido do texto.
Para Filo, por exemplo, Sara e Hagar representam a virtude e a cultura, Jacó e Esaú
representam a prudência e a insensatez e a pedra na qual Jacó reclinou a cabeça
representa a autodisciplina da alma.

 A escola de Alexandria – Clemente:


Para Clemente, qualquer passagem da bíblia pode ter até cinco significados:
a) histórico – as histórias bíblicas;
b) doutrinário – os ensinamentos morais e teológicos;
c) profético – que inclui tipos e profecias;
d) filosófico – alegorias com personagens históricos como Sara, que simbolizava a
verdadeira sabedoria e Hagar, que representava a filosofia pagã;
e) místico – as verdades morais e espirituais.

 A escola de Alexandria: Orígenes e o triplo sentido da Escritura:

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
39

Orígenes, baseado na tradução LXX de Pv 22.20-21 e na tricotomia de 1Ts 5.23 acreditou


que a bíblia comporta um triplo sentido: um literal, um moral e um espiritual
(representados respectivamente pelas partes do homem: o corpo, a alma e o espírito). E
como os sentidos estão dispostos de forma hierárquica, o ideal é transcender o sentido
literal e moral e atingir o verdadeiro sentido do texto – o espiritual, obtido pela alegoria. A
alegoria acabou se tornando a interpretação oficial da bíblia na idade média e uma das
grandes cúmplices da autoridade eclesiástica deste período.
Mediante a alegorização Orígenes ensinava que a arca de Noé simbolizava a igreja e que
Noé simbolizava Cristo. O episódio em que Rebeca tirou água do poço para os servos de
Abraão significa que devemos recorrer diariamente às Escrituras para ter um encontro
com Cristo. Na entrada triunfal de Jesus, a jumenta representava o AT, o jumentinho o NT
e os dois apóstolos os aspectos moral e místico das Escrituras (Zuck, 42).

 A Escola de Antioquia:
Luciano (240-312 o fundador) Diodoro, Teodoro de Mopsuéstia, João Crisótomo (354-
407) e Teodoreto incentivaram a interpretação histórica e literal e o estudo das línguas
originais. O AT e o NT segundo essa escola, estavam ligados pela tipologia e não pela
alegorização. Seus autores escreveram muitos comentários bem parecidos com os
modernos. Infelizmente, essa escola entrou em declínio, sobretudo pelas idéias
extravagantes de Nestório, excomungado no sec. V.

 Lutero e a Reforma:
A história consagrara três tipos de interpretação: a literal, a alegórica e, a partir da
alegórica, a interpretação ortodoxa. De acordo com a interpretação ortodoxa, nenhum
texto da bíblia pode contrariar o ensino da igreja. Esta foi a hermenêutica oficial em toda a
idade média até o aparecimento de Lutero. Lutero sustentou que não era a igreja que
deveria determinar o sentido das Escrituras, mas as Escrituras é que deveriam determinar
o que a igreja ensina. Lutero rejeitou o método alegórico e o método ortodoxo, aceitando
a interpretação literal como única forma de compreender a bíblia. E, na busca pelo
sentido, o exegeta contava com a ajuda de 3 apoios: o contexto histórico, o contexto literal
e a gramática. Alguns dos princípios hermenêuticos de Lutero, tais como a necessidade
dos idiomas originais, os textos mais claros interpretarem os mais obscuros e a
necessidade da iluminação do Espírito Santo são empregados até hoje.

A nova interpretação de Lutero confrontava duas idéias de seu tempo:


- A primeira idéia era que a bíblia seria um livro obscuro e difícil. Lutero resolveu essa
questão de forma simples: a bíblia não é um livro difícil, mas claro e simples.
- A segunda idéia dizia respeito à unidade entre o Novo e o Velho Testamento.

Para Lutero, Cristo é o fator de unificação entre os Testamentos, o que o levou a


encontrar a figura do Messias em muitas passagens que, mais tarde, os estudiosos
discordariam.

Exageros à parte, Lutero teve o mérito de rejeitar a interpretação mística das Escrituras.
Na prática, porém, os princípios de Lutero não resistiram às tempestades dos anos
posteriores. Em reação ao protestantismo, o catolicismo promoveu o Concílio de Trento
(1545-1563), que condenou o protestantismo e estabeleceu várias formulações
teológicas. O artigo que estipula as regras hermenêuticas diz o seguinte:

 Racionalismo e Liberalismo:
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
40

No período que se seguiu à reforma, a Teologia começou a receber influências de duas


correntes filosóficas recém-formuladas: o racionalismo, para o qual a razão é o critério
final de conhecimento e decisão e o empirismo, que ensinava que a única forma possível
de conhecimento é aquela que provém dos cinco sentidos.

A partir dessas linhas de pensamento formularam-se dois critérios hermenêuticos:


- A razão, e não a revelação, deve orientar o pensamento e a ação
- A razão é que julga que partes da Escritura são aceitáveis.
Nesta nova linha interpretativa, o foco não é a autoria divina da bíblia, mas a autoria
humana.

 A Nova Hermenêutica:
A partir da segunda guerra mundial começou a surgir uma nova linha hermenêutica
baseada na obra de Rudolf Bultman. De acordo com essa linha interpretativa, a
linguagem não é realidade, mas uma interpretação pessoal da realidade. Ou seja, usar a
linguagem já é uma interpretação. A hermenêutica não poderia mais ser a ciência que
estuda a fala, pois a fala já é a própria hermenêutica. O que conhecemos como
hermenêutica seria, na verdade, a investigação da função hermenêutica da fala.
A Nova Hermenêutica pressupõe que o texto bíblico é a interpretação pessoal do autor
sagrado, ou seja, é a verdade do autor. Já não é mais importante a veracidade histórica
do que foi relatado na Escritura, nem a Verdade transcendente que o texto quer transmitir,
mas o modo como o autor concebia o fato histórico ou a Verdade transcendente. A
“queda”, por exemplo (e não é importante se existiu mesmo um homem chamado Adão),
nos informa sobre a inevitabilidade da corrupção moral do ser humano.

 Ortodoxismo:
Nem é preciso dizer que nunca faltaram, nos últimos séculos, teólogos e interpretes que
defenderam a Escritura como auto-revelação de Deus, a necessidade de descobrir a
intenção do autor original, do estudo do contexto, da cultura e da língua bíblicas, etc. É
possível encontrar traduções brasileiras de autores como H.A.W Meyer, J.P Lange,
F.Godet, F.J.A. Hort, Charles Hodge, John Broadus, Louis Berkhof e outros.

 As dificuldades da Hermenêutica:
Segundo Lund, a bíblia é um livro fácil e simples. Se ela pretende ser a revelação de
Deus ao homem e, ainda mais, a todos os homens, ela não poderá ser um livro difícil. Ao
ler a bíblia, nossa compreensão é, geralmente, automática, espontânea e inconsciente,
como acontece com qualquer texto. Eventualmente, porém, algo do que lemos parece
bloquear a compreensão espontânea e neste ponto é que surge a necessidade da
hermenêutica. Existem quatro bloqueios básicos na leitura da bíblia:
A barreira cultural (A cultura da bíblia é o Oriente Médio)
A barreira histórica (Nós estamos separados pelo tempo, tanto quanto os autores da bíblia
estão separados entre si).

A barreira lingüística = (Hebraico, aramaico e grego).


A barreira filosófica = (Opiniões sobre a vida e o Universo).

Princípios e Regras de Interpretação:


A regra áurea da interpretação (1Cor 2:13): A bíblia interpreta-se a si mesma. Embora
existam muitas doutrinas e ideologias que se utilizam da bíblia de forma isolada como o
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
41

catolicismo, o espiritismo, o comunismo, o homossexualismo, as testemunhas de Jeová e


até mesmo os ateus, uma doutrina só pode ser considerada bíblica se resumir e encerrar
tudo o que a bíblia diz sobre ela.

 PRIMEIRA REGRA: (Sentido Literal)


As palavras devem ser tomadas em seu sentido literal e original.
Porém o sentido original nem sempre equivale ao sentido literal. Algumas peculiaridades
dificultam a interpretação literal:
- Por ser escrita em linguagem coloquial, não cientifica, a bíblia está cheia de linguagem
figurada.
- De acordo com as intenções dos autores, os textos trazem figuras retóricas, símiles e
parábolas.
- Sobretudo o AT contém muitos hebraísmos.
Um teste para a interpretação da linguagem simbólica consiste na comparação com uma
passagem que diga a mesma coisa sem simbolismo algum. Para este tipo de
interpretação será muito útil ter sempre à mão um dicionário teológico.

 Uma nota sobre o uso de linguagem figurada:


Embora as figuras bíblicas sejam abundantes, a escritura não explora a linguagem
figurada até as últimas consequências. Uma figura bíblica tem poucas aplicações,
geralmente apenas uma.
- O cálice com o qual Deus embriaga as nações em (Na 3.11 Hc 2.16 Sl 75.8); nada mais
é do que sua ira (Is 51:17, 22-23).
- Ovelha é um símbolo de mansidão e lealdade.
- Cordeiro, mansidão e o destino no matadouro.

Por vezes a própria figura pode levar a várias consequências: pecado como dívida,
redenção como pagamento da dívida, perdão como remissão da dívida. Mesmo assim
deve-se tomar cuidado ao estender as aplicações para além das inferências bíblicas - por
exemplo, a discussão histórica sobre quem é o credor da dívida. A figura bíblica do
pecado como consequência da dívida não está preocupada com a inferência do credor.
Quando se diz que o homem está morto no pecado, não se está dizendo que ele não seja
responsável por seus atos.

 SEGUNDA REGRA: (Interpretação do Contexto Imediato).

1- O contexto pode esclarecer e definir a palavra:


- Ef 3.4: Interprete a palavra “mistério” pela definição do contexto:
- Gl 4.3, 9-11: Interprete a palavra “rudimentos” pela definição do contexto:
- Gl 3.17: Interprete a palavra “aliança” pelo sinônimo do contexto:
- “Cl 2.7: Interprete as palavras “radicadas” e edificadas” pelo sinônimo do contexto:
- Rm 6.23: Interprete a palavra “morte” pela antítese do contexto:
- Jo 3.36: Interprete a palavra “vida eterna” pela antítese do contexto:

2- O contexto pode restringir uma palavra de sentido mais geral.


- Sl 7.8: Como se deve interpretar “retidão”?
- Lc 16.1-13: Podemos dizer que a conduta digna de imitação é a desonestidade?
- Jo 9.3: Podemos dizer que a situação presente jamais está relacionada ao pecado de
um antepassado?
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
42

- Tg 5.14: A cura pela unção se restringe ao corpo ou também se estende à alma?

3- Em muitos casos o contexto determina se uma palavra é literal ou figurada.


- Mt 26.27-29: Vinho é sangue em sentido figurado ou é o próprio sangue de Jesus como
ensina o catolicismo?
- Jo 6.48-63: A expressão “minha carne é verdadeira comida e meu sangue é
verdadeiramente bebida” deve ser entendida literal ou figuradamente?
- I Cor 3.5-15: Devemos entender “fogo” no sentido literal e justificar.
- “Ef 5.32: O catolicismo entende que o “grande mistério” a que Paulo se refere é o
casamento, o que justifica a sacramental idade da união entre homem e mulher,
traduzindo da seguinte forma: “mas o meu assunto é Cristo e a Igreja”. Está correta esta
tradução e esta interpretação?
- Mt 3.11: A palavra “fogo” é sinônimo de dinamismo espiritual?

 TERCEIRA REGRA: (Interpretação do Sentido Geral do Livro ou Passagem).


É preciso levar em conta a ocasião e as pessoas para quem o livro foi escrito. Gálatas
foram escritas para combater erros de judaizantes. Os Salmos 3, 18, 34, 51 trazem no
cabeçalho o contexto em que foram escritos e os salmos 120 a 134 foram escritos para
serem cantados na viagem de romaria para Jerusalém.
1- Mt 19.16 e Lc 18.18 ensinam que a Lei pode salvar?
2- Rm 3.28 e Tg 2.24 estão em contradição?
3- I Jo 3.9. João está dizendo que o crente não peca?
4- Porque em Gl 4.10-11 Paulo se opõe a costumes judaicos aos quais não se oporá em
Rm 14.5-6?

 QUARTA REGRA: (Os paralelismos).

Há três tipos de paralelismo:


- Passagens que fazem referência uma à outra.
- Passagens que tenham relação entre si.
- Passagens que tratam do mesmo assunto.

Palavras paralelas:
- O que são as “marcas” de Gl 6.17? (2Co 4.10 e 2Co 11.23-25).
- O que significa “revestir-se de Cristo” em Gl 3.27? (Rm 13.13-14 e Cl 3.12,14)
- Explique como Davi, o “homem segundo o coração de Deus” em At 13.22 não é um
modelo de perfeição (1Sm 2.35; 1Sm 13.14).
- O Texto de Nm 22-24 não deixa claro se Balaão era realmente um profeta. Afinal,
Balaão era, ou não, um profeta? (2Pe 2.15-16, Jd 11 e Ap 2.14)

Porém, tendo em vista a mudança de sentido das palavras conforme muda a época ou o
autor, deve-se dar preferência a alguns paralelismos (na ordem em que constam aqui):
- No mesmo livro
- No mesmo autor
- Nos demais livros da mesma época
- No restante da escritura
Um dos exemplos mais famosos da mudança de sentido das palavras bíblicas é a palavra
“obra” usada por Paulo e por Tiago. Em Paulo significa o oposto da fé e em Tiago é
obediência, santidade. Outro excelente exemplo da mudança teológica de uma palavra é
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
43

o termo “arrepender-se” que no AT pode ser aplicado até a Deus e no Novo significará a
mudança de mente para a salvação. Porém esta regra tem exceções: um mesmo autor
pode dar mais de um sentido à mesma palavra:

Paralelos:
As vezes devem ser estabelecidos com o contexto geral da Bíblia, já que nem sempre os
paralelos particulares aclaram o sentido das palavras ou das idéias.

O método estrutural, no âmbito da cultura geral, faz é uma linha de pensamento


filosófico e uma forma de compreender o mundo. Este método de pesquisa,
particularmente famoso nas ciências sociais, parte do pressuposto de que a realidade se
apresenta com uma certa estrutura de modo que a compreensão de tal estrutura equivale
à compreensão da realidade. Aplicado à filosofia, consiste no método de estudo da
estrutura do texto, priorizando essa forma de análise.

No estudo das escrituras, a investigação estrutural pode ser uma excelente forma de
abordar um texto. A análise estrutural, entretanto, deve ser apenas uma aproximação do
texto, antes da aplicação da exegese e da hermenêutica. O método estrutural nega a
necessidade da interpretação, ou melhor, ele se constitui na própria interpretação,
anexando a verdade ao próprio texto em si mesmo. Se um autor antigo diz algo que não
tem correspondente contextual em nosso tempo, ou que foi desacreditado pela pesquisa
posterior, a análise estrutural simplesmente manterá a opinião do texto, transformando-o
em uma “verdade em si”. Aplicado às escrituras, o método estrutural poderia transformar
a bíblia em uma colcha de retalhos, na qual cada autor tem sua razão particular.

 DEZ DICAS PARA FALAR COM PRECISÃO


Os administradores são pessoas que fazem as coisas acontecer. Conseguem que os
funcionários exerçam o esforço necessário para o sucesso. Modificam suas atitudes e
comportamentos. Para obter esses resultados, você não precisa ter o dom da fala ou do
carisma de um pregador. Mas certamente vai querer seguir alguns princípios básicos de
persuasão.

1- Mantenha sua credibilidade. Se as pessoas não acreditarem em você, nenhuma dica


ou técnica o tornará persuasivo. Guarde sua credibilidade para quando precisar,
desenvolvendo uma reputação como uma pessoa que se preocupa com os outros, que
faz pedidos razoáveis e em quem se pode confiar. Nunca despreze propositadamente
seus clientes, fornecedores, obreiros ou funcionários. Quando cometer um erro,
reconheça-o. Quando estiver errado, admita.

2- Defina sua meta de comunicação. Qual é a sua motivação para falar? Que resultados
você deseja? Como espera que seja seu público, o que espera que ele sinta e faça depois
que você se expressar? Em outras palavras, como espera mudar a pessoa? Visualize o
encontro na sua própria mente. Veja o ouvinte, ouça sua voz, experimente a interação
antes que ela realmente aconteça. Alguém disse certa vez que falar sem pensar é como
atirar sem almejar o alvo.

3- Fale com convicção. Quando você fala com convicção, usa tanto o coração quanto a
voz. Se não acreditar no que está dizendo, não espere que os outros acreditem em você.
Nas palavras de Alan Cimberg, motivador de vendas, " seu cliente nunca ficará mais
entusiasmado com seu produto do que você".
Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus
prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
44

4- Fale sobre eles, não sobre você. As pessoas querem saber o que vão ganhar com
isso. Sua mensagem deve apelar para as preocupações, necessidades e problemas
deles. Não espere persuadi-los sem que eles vejam que o que você está lhe pedindo para
fazer só irá beneficiá-los. Construa sua mensagem em torno dessa lei simples da
natureza humana.

5- Coloque-se no lugar deles. O que os ouvintes estão sentidos? Quais os modelos


deles? Quais são os sentimentos deles a seu respeito? Que circunstância extenuantes os
estão afetando? Que expectativas eles têm com relação a você e ao assunto? Comece a
pensar mais sobre as preocupações deles e menos sobre as suas. Isso aumentará
imediatamente sua empatia e, portanto, sua capacidade de persuasão.

6- Envolva seus ouvintes. Faça perguntas que exijam respostas. Faça perguntas
retóricas que os levem a pensar. Crie situações hipotéticas e peça aos seus ouvintes para
se imaginarem naquela situação. Chame-os pelo nome.

MANOEL MACERATE BRITO: É pastor ordenado pela Convenção Batista Independente


– IBI/ CIBI/ MT. Formado pelo Instituto Bíblico Augusto Araújo – IBAA – Cuiabá – MT.
Fundador da Associação Projeto Escolha Viver Sem Drogas – APEVSD em Cuiabá/MT,
entidade social que trabalhar com dependentes químicos, presidiários, menores
infratores, escolas e igrejas em Mato Grosso. Com palestras, seminários e
aconselhamento e acolhimento.
Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia Metodista Livre – FMTL.
Bacharel Livre em Teologia pelo Instituto Educacional Videira – IEVI.
Mestrado Livre em Teologia Eclesiástica pelo Instituto Educacional Videira
Capelão e Membro do Conselho Federal de Capelania.
Cuidados aos Usuários de Álcool e outras Drogas pela SEAD/UFSC.
Coordenador de Grupo e Família – AMOR EXIGENTE.
Terapeuta Gestor de Comunidade pela UNESP.
Capelania Hospitalar e Prisional – Ass. Capelães e Ministros – COMEC.
Capelania Hospitalar pela CPO Brasil.
Capelania Escolar pela MPC Brasil.
Serviço Social no Sistema Penitenciário pela ABELINE
Formação Sobre Drogas e Direitos Humanos pela ABELINE
Neuroeducação 5.0 pelo Instituto THAIS FARIA
Neuropsicologia pela Faculdade RHEMA
Formação em Analista Comportamental – Disc – Fundação COACH.
Filosofia e História da Psicanálise e Psicologia – Instituto ESPE.
Psicologia e Serviço Social no Sistema de Justiça – EMH
Terapia Ocupacional para Criança e Adolescentes com TEA – RHEMA
Master em Inteligência Emocional – MINDSET-ACADEMIA
Desenvolvimento Humano – FEDERAÇÃO INTERNACIONAL

BIBLIOGRAFIA:

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)
45

Bíblia de Estudo Genebra


Bíblia de Estudo Dake
Bíblia da Liderança
Bíblia de Estudo Plenitude
Bíblia de Estudo Palavras Chaves

GOLDSWORTHY, Graeme. Pregando toda a Bíblia como Escritura Crista. Ed. Fiel.
São José dos Campos – SP. 2013.

CHAPELL, Bryan. Pregação Cristocentrica. Ed. Cultura Cristã. São Paulo - SP 2002.

LOPES, Hernandes Dias. Pregação Expositiva. Ed. Hagnos. Sào Paulo – SP. 2008.

MARINHO. Robson M. A Arte de Pregar. Ed. Vida Nova. São Paulo – SP. 2008.

ROBINSON, Haddon W. Pregação Bíblica. Ed. Shedd. São Paulo –SP. 2003.

LARSEN, David L. Anatomia da Pregação. Ed.Vida. São Paulo –SP. 2005.

EBY, David. Pregação Poderosa para o Crescimento da Igreja. Ed. Candeia. São
Paulo – SP. 2005.

LACHLER, Karl. Prega a Palavra. Ed. Vida Nova. São Paulo –SP. 1990.

STOTT, John. O Perfil do Pregador. Ed. Vida Nova. São Paulo –SP. 2005.

PIPER, John. Supremacia de Deus na Pregação. Ed. Shedd. São Paulo –SP. 2012.

PERKINS, William. A Arte de Profetizar. Ed. Monergismo. Brasilia – DF. 2018.

LEOCÁDIO, Waltensir. A Arte de Pregar. Ed. Lerban. Brasilia – DF. 1997.

CALEB, Anderson.10 Hábitos dos pregadores Altamente Eficazes. Ed. Daprewan. Rio
de Janeiro – RJ. 2012.

BRUGGEN, Jakob Van. Para Ler a Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 1998.
KAISER Jr, Walter C. Pregando e Ensinando o Antigo Testamento. Rio de Janeiro,
CPAD, 2009.
OLYOTT, Stuart. Pregação Pura e Simples. São Paulo: Editora Fiel, 2008
PACKER, J.I. Entre os Gigantes de Deus – São Paulo: Editora Fiel, 1996.
WEGNER, Une. Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia. São
Leopoldo, 1998.

Ministério Halieus – Pregando a Palavra de Deus


prmanoelmb@hotmail.com (65)99229-2174)

Você também pode gostar