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1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO

DA HOMILÉTICA

1.DEFINIÇÃODOTERMO"HOMILÉTICA"
O termo “Homilética” deriva da palavra grega “homilia”, que quer dizer “a ciência ou arte do discurso
cristão”.

Andrew Watterson Blackwood escreveu: “A Homilética é a ciência cuja arte é a pregação e cujo
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resultado é o sermão”.

Outra definição, talvez mais completa: “A ciência que ensina os principais fundamentos de como
preparar e proferir sermões”.

2.OLUGAREAIMPORTÂNCIADAPREGAÇÃONAHISTÓRIADOCRISTIANISMO
• A pregação do Evangelho começou com João Batista (Mc 1.4).

• Jesus Cristo veio como pregador (Mc 1.14,38,39; Lc 4.15-21).

• Os apóstolos, como Simão Pedro, João e Paulo, foram, sem dúvida, grandes pregadores, como o foi
Estevão (At 6.4; 10.42; 2 Tm 4.2; Tt 1.3).

• A Reforma Protestante foi um movimento de retomada da pregação, especialmente à pregação


expositiva. A pregação voltou a ser a tarefa principal para os reformadores. Os sermões foram
pregados na linguagem do povo (coisa que não acontecia na missa), e a Bíblia, sem mistura de
tradição, foi considerada a autoridade suprema.

• Grandes movimentos de avivamento, através dos séculos, têm sido caracterizados por grandes
pregadores da Palavra, ungidos pelo Espírito Santo e usados poderosamente por Deus. João Wesley,
na Inglaterra; George Whitefield, na Inglaterra e na América do Norte; os americanos Charles Finney,
D. L. Moody, Billy Graham e outros de vários países.

• O pregador é uma figura secundária na pregação; o conteúdo da mensagem é o principal (1 Co


1.18,21,23,24).

¹ BLACKWOOD, Andrew Watterson. A Preparação de Sermões. Trad. D. Macedo. Rio de Janeiro: JUERP/ASTE, 1984, p. 21.

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1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HOMILÉTICA

3.DEFINIÇÕESDAPREGAÇÃOBÍBLICADOENVANGELHO
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• PHILLIPS BROOKS: A pregação é “a comunicação da verdade aos homens mediante o homem”.

• G. CAMPBELL MORGAN: “A pregação é a proclamação da graça de Deus, sob a autoridade do trono


de Deus, visando a atender as necessidades humanas”.3

• ANDREW WATTERSON BLACKOOD: A pregação é “a verdade de Deus apresentada por uma


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personalidade escolhida, para ir ao encontro das necessidades humanas”.

• BERNARD MANNING: “A pregação é uma manifestação do Verbo Encarnado desde o Verbo escrito e
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por meio do Verbo falado”.

• JERRY STANLEY KEY: “A pregação é a fiel exposição do sentido correto de um ou mais textos da
Bíblia, ilustrando a exposição e aplicando-a à vida dos ouvintes, envolvendo-os de tal maneira que são
satisfeitas suas necessidades, sendo que esta comunicação é feita por uma pessoa com uma
experiência real com Cristo e guiado pelo Espírito Santo”.6

4.ANÁLISEDAPREGAÇÃOÀLUZDADEFINIÇÃODEJERRYSTANLEYKEY

• O CONTEÚDO da pregação é fundamental (2 Tm 4.2). Qualquer ministério de púlpito precisa ser


cristocêntrico (At 8.5; 18.28; 1 Co 1.23).

• O AGENTE da pregação é uma pessoa que tem uma experiência real com Cristo, sem a qual não
pode ser o instrumento de Deus, por mais eloquente que seja, para transformar vidas. É guiado pelo
Espírito Santo. Vive em íntima comunhão com Deus. Cultiva um profundo amor a Jesus Cristo e às
pessoas ao seu redor, e mais ainda às pessoas sem salvação. Vive aquilo que prega. Prega aquilo em
que crê, com convicção, fé e esperança, confiando que Deus vai abençoar e usar sua mensagem.

• O PROPÓSITO da pregação é envolver os ouvintes a tal ponto que suas necessidades sejam
satisfeitas. Os apóstolos Pedro e Paulo, exortavam, admoestavam e persuadiam os ouvintes,
procurando levá-los a decisões e ações acertadas (At 2.40; 20.31; 26.27-28).

2
BLACKWOOD, Andrew Watterson. A Preparação de Sermões. Trad. D. Macedo. Rio de Janeiro: JUERP/ASTE, 1984, p. 15.
3
MORGAN, G. Campbell. Preaching. New Yor: Revell, 1937, p. 15.
4
BLACKWOOD, Andrew Watterson. Op. cit., p. 15.
5
CRANE, James D. O Sermão Eficaz. Trad. João Soares da Fonseca. Rio de Janeiro: JUERP, 1989, p. 17.
6
KEY, Jerry Stanley. O Preparo e a Pregação do Sermão. Rio de Janeiro: JUERP, 2001, p. 36.

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5.DEFINIÇÃODOSTERMOSETIPOSDESERMÕES

• SERMÃO TEMÁTICO

É aquele cujos tópicos são extraídos do próprio tema, independentemente do texto.

• SERMÃO TEXTUAL

É aquele cujos tópicos são extraídos do próprio texto, que é constituído de uma breve porção da
Bíblia. Digamos: no máximo 3 versículos.

• SERMÃO EXPOSITIVO

É aquele cujos tópicos são extraídos do próprio texto, porém este sermão é baseado em um texto
relativamente longo. Um mínimo de 4 versículos, mas pode incluir um capítulo inteiro, vários
capítulos, ou até mesmo um livro inteiro da Bíblia.

Atenção! O melhor tipo é o sermão expositivo. Ele garante a mensagem de Deus, honra a Bíblia,
alimenta a igreja, e alimenta e desenvolve o pregador.

6.PERIGOSASEREMEVITADOSQUANDOSEESTUDAAHOMILÉTICA
O perigo de se tornar muito crítico a respeito das pregações dos outros.

O perigo de não se considerar à altura do desafio.

O perigo da artificialidade e falta de substância real.

O perigo da ênfase demasiada nas regras e na técnica da Homilética, negligenciando o lado


espiritual (1 Co 2.4,5).
• As regras são fruto das experiências desenvolvidas ao longo dos anos.
• Os princípios são superiores às regras e nunca mudam, enquanto as regras podem mudar de
acordo com a época, com a localidade, com a tradição ou a cultura.
• As regras existem para nos ajudar no preparo e na pregação de nossas mensagens. Mas
sempre devemos priorizar o preparo espiritual.

O perigo da imitação.

7.FONTESPARAOESTUDODAHOMILÉTICA
Livros e artigos sobre Homilética.

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1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HOMILÉTICA

Sermões encontrados na Palavra de Deus (At 2 - Pedro, At 7 - Estevão, At 17 - Paulo).

A vida dos grandes pregadores.

Sermões publicados. (Cuidado! Muitos não servem!)

Sermões ouvidos.

Críticas construtivas de amigos (Pv 15.31,32).

Autocrítica.

8.RAZÕESPORQUEDEVEMOSESTUDARAHOMILÉTICA
Porque somos gratos a Deus por termos recebido o grande privilégio de sermos pregadores da
Palavra.

Porque a pregação é a obra prioritária dos vocacionados para o ministério.

Por causa das falhas existentes na pregação de hoje.

Por causa dos tipos de sermões que atrapalham o culto.⁷


• Sermão anestésico • Sermão indiscreto • Sermão-metralhadora
• Sermão insípido • Sermão-reportagem
• Sermão óbvio • Sermão de marketing

Por causa da situação caótica do país e do mundo.

Por causa da dificuldade da tarefa do pregador.

• A dificuldade de explicar o significado de expressões bíblicas de difícil entendimento.

• A dificuldade da condição espiritual dos nossos ouvintes.

• A dificuldade de pregar uma ou mais vezes por semana, anos após ano, e ter uma boa
variedade de ideias e textos.

• A dificuldade de pregar para um auditório tão heterogêneo.

Por causa de nossas limitações pessoais.

⁷ MARINHO,Robson M. A Arte de Pregar. São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 95-101.

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9.FATORESQUEDETERMINAMOVALORDADISCIPLINA
• A convicção que tem sobre a utilidade desta matéria (O Espírito Santo não ajuda preguiçoso! 1 Tm
4.13; 2 Tm 4.13).

• Sua concepção da tarefa do vocacionado por Deus.

• A maneira pela qual o aluno e o professor se adaptam um ao outro.

• O desejo do aluno de aprender a pregar e melhorar suas mensagens.

• O espírito com que aceita as sugestões do professor e dos colegas (Pv 15.31,32).

• A maneira pela qual o aluno depende do Senhor para sua iluminação e ajuda.

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