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Hermenêutica bíblica

AULA I
Prof. Pr. Jaílton Vitorino
PARTE I – INTRODUÇÃO, OS EVANGELHOS
E A IGREJA PRIMITIVA

1. Algumas Definições.

2. Por que estudar hermenêutica?

3. Princípios hermenêuticos.
1 . Algumas Definições
 O vocábulo “hermenêutica” tem origem no termo grego
hermeneutikós que significa “interpretação” e hermeneutes,
“intérprete”.
 Hermenêutica Bíblica: Princípios de Interpretação
Bíblica.
 Princípio sola Scriptura: é um principio que vem desde o
tempo da Reforma Protestante na Idade Média e ainda é
presente hoje.
1 . Algumas Definições
 Hermenêutica: “a ciência e arte de
interpretação bíblica” Ciência, porque ela tem
normas ou regras, e essas podem ser
classificadas num sistema ordenado. Arte,
porque a comunicação é flexível.
1 . Algumas Definições
Não há livro mais perseguido pelos inimigos, nem
livro mais torturado pelos amigos, que a Bíblia,
devido à ignorância da sadia regra de interpretação.
Isto, irmãos, não deve ser assim. Esta dádiva do céu
não nos veio para que cada qual a use a seu próprio
gosto, mutilando-a, tergiversando ou torcendo-a
para nossa perdição.
1 . Algumas Definições
Hermenêutica geral: é o estudo das regras que
regem a interpretação do texto bíblico inteiro.

Hermenêutica especial: é o estudo das regras que


se aplicam a gêneros específicos como: parábolas,
alegorias, profecias.
2. Por que estudar hermenêutica?
E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor;
como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu,
segundo a sabedoria que lhe foi dada;
Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as
quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e
inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras,
para sua própria perdição. 2 Pedro 3:15-16
2. Por que estudar hermenêutica?
 Segundo a sabedoria que lhe foi dada (Revelação)

Há pontos difíceis de entender.

 Os indoutos e inconstantes torcem (pratica que desde o

Gênesis o inimigo utilizou e de igual modo nesta época


vários faziam isso.)
2. Por que estudar hermenêutica?
 E, começando por Moisés, e por todos os
profetas, explicava-lhes o que dele se achava em
todas as Escrituras. Lucas 24:27

 Jesus fez hermenêutica com aqueles homens.


2. Por que estudar hermenêutica?
 um dialogo de uma aparente decepção por não
interpretarem devidamente as escrituras,
principalmente os textos das profecias messiânicas.

 O Próprio Senhor Jesus “explicava-lhes o que dele


se achava em todas as Escrituras”.
2. Por que estudar hermenêutica?
 Procura apresentar-te a Deus aprovado, como
obreiro que não tem de que se envergonhar, que
maneja bem a palavra da verdade.
2 Timóteo 2:15
2. Por que estudar hermenêutica?
 A hermenêutica é, em essência, uma codificação
dos processos que normalmente empregamos em
um nível consciente para entender o significado de
uma comunicação. Quanto mais bloqueios à
compreensão espontânea, tanto maior a
necessidade da hermenêutica.
2. Os Bloqueios à Compreensão:
 Histórico - no fato de nos encontrarmos grandemente
distanciados no tempo, tanto dos escritores quanto dos
primitivos leitores. (Exemplo: Dn. 1:1-2)
Cultural - diferença significante entre a cultura dos antigos
hebreus, gregos, romanos e a nossa.
Linguístico - a bíblia foi escrita em hebraico, aramaico e
grego - três línguas que possuem estruturas e expressões
idiomáticas muito diferentes da nossa própria língua.
2. Os Bloqueios à Compreensão:
 Filosófico – a visão de mundo (cosmovisão) acerca da
vida, das circunstâncias e da natureza do Universo diferem
entre as várias culturas.

A hermenêutica é necessária por causa das lacunas


históricas, culturais, linguísticas e filosóficas que obstruem
a compreensão espontânea e exata da Palavra de Deus.
2. Os Bloqueios à Compreensão:
 “A interpretação que visa à originalidade, ou que prospera
com ela, usualmente pode ser atribuída ao orgulho... ao falso
entendimento da espiritualidade... ou a interesses escusos...”

“A primeira razão por que precisamos aprender como


interpretar é que, quer deseje quer não, todo leitor é ao mesmo
tempo um intérprete; ou seja, a maioria de nós toma por certo
que, enquanto lemos, também entendemos o que lemos”
2. Os Bloqueios à Compreensão:
 Às vezes, aquilo que levamos para o texto, sem o fazer
deliberadamente, nos desencaminha ou nos leva a atribuir
ao texto ideias que lhe são estranhas”.

“A tradução (da Bíblia)... é em si mesma uma forma


(necessária) de interpretação”
Os pais da Igreja
• O que nos chama atenção é que o ponto principal desses pais da igreja, era
sempre :“o que a bíblia diz a respeito” independente de qualquer que seja
o assunto: trindade, obra de Cristo, Salvação, Batismo, Fé e assim eles
interpretavam as escrituras afim de obter as resposta para essas perguntas.
• Surgindo assim duas linhas de interpretação a partir desse período da
história
• A Primeira a Escola de Alexandria
• A Segunda a Escola de Antioquia da Síria
Escola de Alexandria
Com a chegada do cristianismo a Alexandria, instaurou-se uma tensão
intelectual entre a Religião Cristã e a Filosofia Grega, necessitando,
urgentemente, de um método de interpretação que satisfizesse e
respondesse às novas indagações religiosas trazidas pela fé cristã. Apesar
de vários pensadores influenciarem o pensamento alexandrino, três deles
são as mais importantes raízes históricas do método alegórico na Escola de
Alexandria: Heráclito, com a ideia de sentido mais profundo alcançado ou
huponóia; Platão, com a ideia de verdades espirituais demonstradas pela
alegoria; e Fílon, com a interpretação alegórica do Antigo Testamento.
Diante das letras de
qualquer documento
escrito, encontramos
apenas as aparências.
É somente com a
huponóia, ou seja,
uma atitude de
buscar o que está
atrás das letras, é que
desvendamos o
sentido real, o
sentido mais
profundo;
Esse mundo em que vivemos é apenas uma representação,
uma cópia do que existe no mundo perfeito das realidades
imateriais e eternas. Esse aspecto dualístico da realidade é
estendido também aos textos escritos. Desse ponto de vista, as
“aparências” textuais transmitidas pelas letras são meras
representações (cópias) dos conceitos e verdades espirituais
existentes no mundo perfeito. Assim, querer interpretar os
textos literalmente é agir dentro das aparências, sem
possibilidade alguma de ir além do sentido periférico e
imperfeito. É somente com a alegoria que nós alcançamos o
mundo das ideias, e, portanto, os conceitos e as verdades que
trazem o sentido real dos textos, do qual as letras são apenas
representações. Platão é o destaque na Filosofia Antiga no uso
da alegoria. A mais importante delas é a Alegoria da Caverna.
Filo de Alexandria
Enquanto judeu praticante, Fílon se
envolveu na interpretação das Sagradas
Escrituras judaicas, especialmente a
teologia e os escritos mosaicos do
Pentateuco. Entretanto, diferentemente dos
outros tipos de interpretação, Fílon
desvelou as Escrituras Sagradas do Antigo
Testamento à luz dos conceitos platônicos,
na tentativa de gerar uma harmonia entre
as concepções da Religião Judaica e os
pensamentos da Filosofia Grega.
Orígenes se declara um grande defensor da fé cristã. Seu
contexto de luta é contra os Gnósticos, e contra os judeus
literalistas que haviam ressurgido em sua época. Sendo, pois,
inquietado por esses maldizentes do Cristianismo, ele,
fortemente influenciado pela Filosofia Grega, acreditava que a
melhor maneira de combatê-los seria entender as Escrituras
pela interpretação alegórica. Ele acreditava que as Escrituras
Cristãs eram uma vasta alegoria, na qual cada detalhe dos
textos devia ser interpretado simbolicamente, e ressaltava que
a Bíblia estava repleta de enigmas e afirmações obscuras, que,
somente com o sentido mais profundo, trazido pela
interpretação alegórica, é que se poderia obter a clareza desses
textos.
Partindo da ideia existente no dualismo platônico, o ser
humano, para Orígenes, possui três dimensões: o corpo –
 (soma), a alma –  (psiche), e o espírito –
 (pneuma), Orígenes defendia que a mensagem das
Escrituras Sagradas, para ser eficaz, teria que atingir cada um
desses níveis, e, portanto, deveria ter três sentidos específicos:
o somático, que é o sentido literal; o psíquico, que é o sentido
moral; e o pneumático, também chamado de alegórico ou
místico, que é o sentido real e mais profundo do texto.
A Escola de Antioquia da Síria
Luciano de Samosata
Principais Representantes

• Deodoro de Tarso (m.390 AD)


• João Crisóstomo (m.407 AD)
• Teodoro de Mopsuéstia (m.428 AD)
Princípios de Interpretação
• Sensibilidade e atenção ao sentido literal do texto.
• Desenvolvimento do conceito de theoria.
• Não negavam o caráter metafórico de algumas passagens.
• Buscavam determinar a intenção do autor.
• Eram contra descobertas arbitrárias de Cristo no Antigo
Testamento.
Exemplos de Interpretação

Teófilo Deodoro
Comentário nos Teodoro
“A Autólico” Leitura sóbria do
Salmos
AT
Influência de Antioquia

Foto da Homilia em João de Crisóstomo, em grego e


manuscrita.
O Fracasso de Antioquia

Nestório
Aplicação Prática
• O melhor caminho para evitar a subjetividade descontrolada de uma
interpretação alegorista é nos atermos ao texto das Escrituras, ao seu
sentido simples e evidente.
• Precisamos cuidar para não cair no extremo de nos tornarmos tão presos à
busca do que o texto significou no passado que esqueçamos de perguntar o
que ele significa no presente.
3. Princípios hermenêuticos.
 Neste curso de extensão não iremos estudar todos os
princípios de maneira detalhada, mas passaremos mais
tempo em alguns que julgamos mais importantes.
A Bíblia foi escrita por seres humanos e deve ser tratada
como um meio de comunicação humana. Nossa tarefa é
conseguir comunicar com fidelidade a mensagem e o
significado pretendido pelo autor do texto sagrado. É
necessário, então, desenvolver nossas habilidades.
1. Permanecendo na Linha

• O que quer dizer “Permanecer na Linha”?


• Permanecer na linha ilustra a tarefa do professor ou
pregador de descobrir o que a Palavra de Deus diz e de
ser fiel a esta Palavra.
• A linha em si representa o que Deus, realmente, diz em
Sua Palavra:
1. Permanecendo na Linha

Legalismo
A palavra
De Deus
Liberalismo
1. Permanecendo na Linha
• Ir além da linha quer dizer acrescentar algo que realmente
não está no texto – é dizer mais do que Deus diz em Sua
Palavra. Muitas vezes, leva ao erro na forma do legalismo.
• Ficar aquém da linha quer dizer deixar de lado algo que
está no texto – é não ser totalmente verdadeiro e fiel ao que
a Palavra de Deus diz. Muitas vezes, leva ao liberalismo.
1. Permanecendo na Linha
• Permanecer na linha pode ser comparado à
promessa que testemunhas fazem em um tribunal:
“Eu prometo falar a verdade, toda a verdade (não ir
aquém da linha) e nada mais do que a verdade
(não ir além da linha)”.
1. Permanecendo na Linha

Quão importante é isso para Deus?


Desde os dias de Moisés, Deus deixou bem
claro que os Seus porta-vozes deveriam dizer
aquilo que Ele disse – nada mais, nada
menos (Êxodo 4.10-16)
1. Permanecendo na Linha
1. Deuteronômio 4.1-2;
2. 1 Samuel 3.1 – 4.1;
3. Provérbios 30.5-6;
4. Ezequiel 3.1-11;
1. Permanecendo na Linha
5. Jeremias 1.4-19; 23.9-40;
6. João 7.16ss; 8.28-31; 12.29-50;
7. Apocalipse 22.18-19).
1. Permanecendo na Linha
• Quão importante é isso nós? Pra nosso estudo/pregação?
• As Palavras de Deus são incomparáveis. Por toda a Bíblia
podemos ver que as Suas palavras são poderosas, certas e boas;
somente elas podem dar vida. Queremos que as pessoas ouçam
a voz de Deus e não as nossas – a Sua verdade e não as
opiniões e ideias dos homens. Precisamos experimentar o poder
transformador que vem tão somente através de suas palavras.
1. Permanecendo na Linha
• O que é necessário para Permanecer na Linha?
• Submeter-se à Palavra escrita de Deus.
• Cuidadosamente, discernir e entender o que a Palavra
de Deus realmente diz.
• Comunicar a Palavra de Deus, com fidelidade em
nosso ensinar, pregar e viver.
2. Texto e Pressupostos

• O Princípio
• Devemos permitir que a Bíblia molde os
nossos pressupostos, ao invés de
permitir que eles moldem as nossas
interpretações da Bíblia.
2. Texto e Pressupostos
O que queremos dizer com as palavras “texto” e
“pressupostos”?
• O texto é qualquer passagem da Bíblia que estudamos,
pregamos ou ensinamos.
• O pressuposto é a nossa maneira básica de entender as
coisas. Ele afeta como lemos e como entendemos o
texto.
2. Mais a respeito de pressupostos

• Eles são a maneira básica de uma pessoa


entender aquilo que ela tem. É a estrutura de
pensamentos que molda o nosso entendimento
sobre tudo. Os nossos pressupostos organizam
todos os nossos pensamentos e os mantêm
unidos de uma forma a fazer sentido para nós.
2. Mais a respeito de pressupostos

• Todos nós temos um pressuposto. Ele se


desenvolve com o tempo, através dos
ensinamentos dos nossos pais, instrução
escolar, cultura, experiências pessoais, e
lugar na história – e até da nossa leitura da
Bíblia.
2. Mais a respeito de pressupostos

• No decorrer de nossas vidas, obtemos novas


informações. Precisamos entender como estas
informações se encaixam com o entendimento já
adquirido. Ao final, decidimos ignorar ou rejeitar a
informação nova ou aceitá-la, permitindo que ela
reconfigure o nosso pressuposto.

2. Nossos pressupostos afetam a maneira como lemos
a Bíblia

• Ao estudar a Bíblia, trazemos conosco os


nossos pressupostos – que inclui a maneira
como vemos e entendemos a Deus, o
homem, o pecado, Cristo, o sofrimento, a
redenção e muitas outras coisas
importantes.
2. Nossos pressupostos afetam a maneira como lemos
a Bíblia

• Os pressupostos, em si, não são


necessariamente maus, são necessários no
processo de leitura, entendimento e
comunicação da Bíblia. Porém, eles podem
influenciar de uma forma errada como
entendemos o texto.
2. O texto deve dominar e moldar os nossos
pressupostos

• Cremos que a Bíblia veio de Deus (2 Pedro 1.21), foi


inspirada por Ele (2 Timóteo 3.16a), é verdadeira e
confiável (Mateus 5.17-18), e é suficiente para a nossa fé e
o nosso viver (2 Timóteo 3.16b). Mas, muitas vezes, não
percebemos quando os nossos conceitos pessoais
predominam sobre a maneira como entendemos o texto, e,
às vezes, mesmo quando percebemos isto, não estamos
dispostos a abrir mão dos nossos pressupostos.
2. O texto deve dominar e moldar os nossos
pressupostos

• Para podermos entender corretamente a


Palavra de Deus e pregá-la fielmente,
precisamos permitir que o texto domine e
molde os nossos pressupostos.
2. O texto deve dominar e moldar os nossos
pressupostos

• Onde há uma diferença entre o texto e


os nossos pressupostos, devemos pedir
a Deus que nos ajude a reconhecer isso
e permitir que o texto molde o nosso
entendimento.
O que muitas vezes acontece: O que deveria acontecer:
Nossos pressupostos influenciam O texto governa e molda
e moldam o nosso entendimento os nossos pressupostos.
do texto.

P
P
2. Ainda sobre pressupostos

•  No livro “Espiral Hermenêutica,” Grant Osborne


afirma que “o problema é que o nosso entendimento
prévio torna-se conhecimento preconcebido muito
facilmente, um conjunto de argumentos à priori que
limita a Escritura e faz com que ela se conforme com
esses conceitos pré-definidos [pelo intérprete].”
2. Ainda sobre pressupostos

•  E quem faz isso (conscientemente ou não),


não é o método que o estudante usa para
interpretar as escrituras, mas o próprio
intérprete. É por isso, que o intérprete é o
maior problema da interpretação.
2. Ainda sobre texto

•  o intérprete deve estar ciente da limitação do seu


conhecimento. De todo conhecimento teológico
disponível no universo, nós temos acesso apenas
a uma pequena parte do mesmo, e
eventualmente essa ignorância é a causa da
diferença de opinião sobre a interpretação de
determinado texto.
2. Ainda sobre texto

•  E em alguns casos, essa ignorância transcende


àquelas evidências conhecidas pela academia,
afinal alguém em algum lugar, algum dia pode
descobrir algo novo que irá mudar
completamente o modo como entendemos o
texto do NT.
2. Ainda sobre texto

•  Nesse ponto, D.A. Carson escreveu o seguinte


comentário: “Não é meu objetivo identificar o surgimento
desses [diferentes] desenvolvimentos. Suas raízes se
estendem até o Iluminismo, e meu conhecimento a respeito
do desenvolvimento deles é suficiente apenas para me
garantir que eu não tenho o conhecimento detalhado da
história necessário para desenredá-los”
2. Concluindo...

•  É importante que se diga que fazer teologia em


comunidade, ou em parceria, não significa
necessariamente estar no mesmo lugar fazendo a mesma
coisa ao mesmo tempo. Grande parte dos meus diálogos
teológicos são realizados com os livros que leio e seus
autores. Eu faço anotações, escrevo perguntas, faço
pesquisa para verificar a validade das afirmações que
fazem, sem sair de casa e sem falar com alguém (in
persona).
Bibliografia: Livros usados na preparação desta apostila
ou sugeridas para um estudo mais aprofundado.

• Virkler, Henry A. – Hermenêutica Avançada, (São Paulo: Editora Vida)


• Fee, Gordon e Stuart, Douglas. – Entendes o Que Lês? (São Paulo:
Edições Vida Nova, 1984)
• E. Lund e P. C. Nelson. Hermenêutica – Princípios de interpretação das
sagradas escrituras Editora: Vida.
• Roy B. Zuck – A Interpretação Bíblica. Editora: Vida Nova.

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