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INTRODUÇÃO
A homilética é uma das matérias mais interessantes do campo teológico, pois
requer certa precisão na sua elaboração, pois é uma ciência quando vista pelo ponto
de vistas teórico, histórico e psicossocial; de fato a homilética é uma arte nos
aspectos de beleza e é sem dúvida é uma ciência estética no tangente sua exposição
sistemática e no estilo. Técnica quando considerada pelo modo especifico de sua
execução ou ensino e, Religiosa quando considerada por sua função espiritual, ou
seja, adoração, poder, transformações, manifestações espirituais, etc.
Homilética é a disciplina teológica que estuda a ciência, e a técnica de analisar,
estruturar e fazer a exposição da mensagem do evangelho.
O termo homilética apareceu no período do apogeu do iluminismo, entre os
séculos XVII e XVIII, quando as principais disciplinas teológicas receberam nomes
gregos. Na Alemanha, Stier propôs o nome "Kerictica", derivado de Kerix, que
significa "arauto". Sikel sugeriu "Halieutica", derivado de Haloeos, que significa
"pescador". Para uma perfeita compreensão da matéria, é necessário que se conheça
bem as definições e significados das palavras e sua etimologia.
O termo homilética tem suas raízes etimológicas em três palavras da cultura
grega:
Homilos significa: "multidão, turma, assembleia do povo"(At 18.17).
Homilia significa: "associação, companhia" (ICo 15.33).
Homileo significa: "falar, conversar" (Lc 24.14s; At 20.11,24,26).
MÉDIO EM TEOLOGIA DISCIPLINA: HOMILÉTICA
DEFINIÇÕES:
As definições abaixo foram extraídas do Novo Dicionário Aurélio da Editora
Nova Fronteira de 1975
• Discurso – (Do lat. Discursu); Oratória proferida em público ou escrita como
deve ser exposta. Exposição metódica sobre determinado assunto; arrazoado.
• Homilética - É a ciência ou a arte de elaborar e expor o sermão religioso.
• Oratória - Arte de falar ao público; Drama religioso com diálogos e cânticos.
• Pregação - Pronunciar sermões recém-ordenados, propagar o cristianismo,
evangelizar os infiéis.
• Retórica - (Do gr. Rhetoriké); Conjunto de regras relativas a eloquência; arte
de falar bem.
• Sermão - (Do lat. Sermone, “Conversação”); Discurso religioso geralmente
pregado no púlpito.
CLASSIFICAÇÃO DO SERMÃO:
O sermão é classificado geralmente pela sua forma distinta, a saber: pelo
assunto bíblico de uma mesma natureza, isto é: o conteúdo propriamente dito do
sermão.
1. Evangelístico: Esta classificação de sermão conduz o ouvinte a uma
aproximação com Cristo e o reconhece como Filho do Deus vivo, também o
leva à abraçar a fé e Cristo o aceita sendo o Salvador e Senhor da sua vida.
(Jo 3.16; Is 1.18; Rm 3.23-24)
TEXTUAL
Esse método é aquele onde a sua divisão encontra-se no próprio texto. É um
método muito bom, pois oferece aos ouvintes a oportunidade de acompanhar, passo
a passo a exposição do sermão. As divisões correspondem de modo mais perfeito as
frases e tópicos do texto. As divisões do sermão são iguais às divisões do texto
escolhido.
Tem como princípio centralizar unicamente um só versículo na confecção do
sermão.
• Momentânea Tribulação;
• O Fim da Tribulação.
b) Quanto ao pregador:
* Serve como Exemplo, por ter sido utilizado pela Igreja Antiga;
* Leva o pregador se aprofundar mais nos estudos Bíblicos;
* É o que mais se apega no apontamento da Doutrina Cristã;
* Se encaixa com o pregador de cultura mediana, porém que detém um bom
conhecimento de algumas áreas da teologia.
* Conduz o pregador a uma maior intimidade com Deus através da oração;
* E menos complicado na sua elaboração.
c) Desvantagens:
Acredito que a desvantagem depende muito do interesse do pregador ou do
Obreiro. É óbvio que alguns preferiram uns dos modelos que aqui no livro do estudo
esta sendo colocado, todavia recomendo como professor De Teologia a quase 14
anos que haja interesse mútuo pelos tipos de sermões aqui apresentado.
Vamos expor para fim de exemplo as desvantagens:
* Os versículos são mínimos pela sua limitação (até dois versículos);
* Excede muito, as ideias que o texto pode conter e o pregador pode se perder
na explicação;
* Pode haver certo artificialismo, pois por está tudo escrito o pregador não
Tema: "Vinde"
Texto: Lucas 14.15-24.
1) Uma necessidade (do homem);
2) um apelo (de Deus);
3) Uma oportunidade (para todos);
4) uma responsabilidade (dos que escutam o convite)
4) Levantada;
5) O alvo da fé;
6) O suficiente.
a) Características Principais:
1 - O texto só proporciona o pensamento para o assunto. As divisões são
provenientes do assunto e não do texto;
2 - O pregador é o responsável pela elaboração das divisões, pois a Bíblia e uma
fonte inesgotável de temas, onde o pregador pode selecionar material
abundantemente para qualquer ocasião ou condição em que as pessoas se
encontrem. Mediante o garimpar constante o pregador descobrirá um vasto tesouro
para a sua própria edificação e da sua Igreja.
a. Vantagens:
* E o de divisão mais fácil. E mais fácil dividir um tema do que um texto, visto
que este e mais complexo;
* E o de ordem mais fácil, que melhor serve a observação da ordem e da
harmonia das partes;
* Conserva melhor a unidade;
* Permite ao pregador discutir qualquer assunto que julgue necessário, seja:
b. Desvantagens
* Pode conduzir a negligência da Palavra de Deus. Usa-se o texto como pretexto,
sem se importar com uma exegese completa e exata;
* Não cultiva no povo o desejo de estudar a Palavra de Deus;
* O ouvinte tem sua atenção despertada para o pregador em detrimento da
Palavra de Deus;
* Encoraja o secularismo, e pode ficar muito na filosofia, na criação intelectual,
satisfazendo apenas o ego humano;
* Não alimenta o povo com a Palavra de Deus, exceto se internamente estiver
recheado pelas Escrituras;
* Pode afastar o pregador das Escrituras fixando-o em temas seculares;
* Escolher a forma de acordo com o público:
* Forma Retórica A Fidelidade de Deus;
* Forma Lógica Deus é Fiel.
* O ouvinte mais culto prefere a forma retórica, o mais simples prefere a forma
lógica.
SERMÃO EXPOSITIVO:
É uma interpretação das Escrituras, a análise de um trecho da Bíblia ou até
mesmo um livro completo, com maior número de pormenores. Esse sermão é pouco
utilizado, pois requer uma maior pesquisa e dedicação afinco. Exige um estudo sério,
uma meditação profunda. A essência do sermão expositivo é a explicação detalhada
de um trecho das Escrituras Sagradas escolhido pelo pregador.
a. Vantagens
* Foi o método usado pela Igreja Primitiva;
* Fornece um melhor conhecimento da Palavra de Deus, ao pregador e ao
ouvinte;
* E eficiente na doutrinação (ensino) e edificação da Igreja;
* Enriquece a experiência bíblica e espiritual do pregador;
* Honra as Escrituras;
* É mais fácil manter a unidade do sermão.
b. Desvantagens
* É mais difícil de preparar. Mal preparado não interessa ao ouvinte;
* Pode tornar-se demasiadamente longo;
* Pode tornar-se monótono devido à extensão do sermão.
A ESTRUTURA DO SERMÃO
A estrutura do sermão se divide em três partes essenciais para sua composição
e elaboração:
a. Introdução
b. Desenvolvimento (Corpo do Sermão)
c. Conclusão.
"A estrutura propriamente dita é a disposição do sermão com suas divisões
técnicas, que servem para guiar o pregador na exposição da mensagem". Um sermão
precisa ter UNIDADE, ORDEM, SIMETRIA E PROGRESSÃO.
A INTRODUÇÃO
O ponto de contato entre o homileta e os ouvintes é a introdução do sermão,
pois normalmente a introdução é a última parte a ser feita na preparação, Tendo
uma idéia geral do sermão, devidamente estruturada, pode então preparar
eficazmente a introdução.
A introdução deve conter outros aspectos não técnicos. São aspectos
psicológicos. Para começar um sermão, o pregador deve saber discernir o tipo de
auditório, ao qual falará. Deve desenvolver a habilidade de preparar o seu auditório
espiritual e psicologicamente para ouvir o sermão que irá apresentar. Em outras
palavras, a introdução de um sermão deve fazer com que os ouvintes sintam boa
disposição para escutar o pregador; deve fazer com que lhe prestem atenção, e que
fiquem desejosos de receber a mensagem que o predicante deseja apresentar.
O DESENVOLVIMENTO
Dentro da estrutura do sermão, o desenvolvimento é a parte primordial. Ele é
também chamado de esboço do sermão, que deverá ser cheios com comentários
favoráveis das divisões pertinentes ao tema.
A conservação da sequência lógica do sermão, principalmente do final da
introdução para o desenvolvimento, dependerá de dois fatores de suma importância:
a ordem da divisão e a transição, isto é a transposição de um pensamento para outro.
É bom lembrar que as divisões devem satisfazer a uma ordem sistemática, no
sentido de um movimento progressivo durante o sermão.
A ILUSTRAÇÃO
A ilustração é a luz que iluminará o sermão em determinados pontos, é o que a
porta é para casa, necessária. O principal intuito da ilustração é facilitar a concepção
do assunto ou mensagem.
Porque devo usar ilustrações?
1) Para aguçar os ouvintes.
2) Perceptibilidade
3) Formosura
4) Complementação.
A ilustração nunca deve ser usada em todo o sermão, pois pode cair no
descredito do mesmo, aconselha-se usar no mínimo duas ilustrações, ela é tão-
somente uma janela para trazer clareza.
A CONCLUSÃO
A conclusão idealmente deve conter quatro partes:
1) Uma frase objetiva;
2) Uma Sinopse;
3) Um apelo;
UTILIZANDO O TEXTO
Significado do termo: é a porção bíblica das Escrituras que servirá de
inspiração ou base para o sermão. Nos primórdios da igreja cristã era comum a
não disse! O texto precisa ser examinado sempre à luz do seu contexto bíblico,
cultural e histórico. Alguém já disse com sabedoria: “texto fora do contexto é mero
pretexto”!
ELABORANDO O ESBOÇO
O aluno do Curso Médio em Teologia para Obreiros, precisa seguir os seguintes
passos para elaborar seu esboço, mas deixo claro que não é necessário levar ao pé da
letra essa exposição, você pode criar o seu próprio estilo.
Exemplo:
Assunto:
Título ou Tema:
Proposição:
Objetivo:
Introdução ou Exórdio
I)Tópico
I.1 - Subtópicos
I.2 - Subtópicos
I.3 – Subtópicos
II) Tópico
II.1 - Subtópicos
II.2 - Subtópicos
II.3 – Subtópicos
III) Tópico
III.1 - Subtópicos
III.2 - Subtópicos
III.3 – Subtópicos
Assunto: O sermão deve sempre ter um assunto. Deve tratar sempre de alguma
coisa, de alguma verdade importante relacionada à vida religiosa e pode-se iniciar
um sermão a partir do assunto, procurando sempre um texto adequado, ou pode
iniciar pelo texto, identificando ali o assunto principal a ser abordado. Para
identificar o assunto, faça a si mesmo a seguinte pergunta: - De que trata o sermão?
Relação do Assunto para com o Texto - a relação do assunto para com o texto
precisa ser clara, pois precisa ter relação estreita entre ambos. Não raras vezes se
percebe por parte de pregadores, a utilização de textos que não têm muito ou nada a
ver com o assunto que está sendo abordado. O risco maior ainda é quando se dá o
entendimento errôneo de um texto, e a sua utilização em aplicações descabidas.
Enunciação do Assunto - “Há sermões que são como navios sem leme em bravo
mar, levados dum lado para outro, sem avançar firme para um ancoradouro.”
Estabelecer uma idéia central como âmago do sermão nem sempre é fácil,
principalmente em sermões textuais ou expositivos, mas é necessário!
O Título ou tema: O principal objetivo do título é seduzir o interesse dos ouvintes e
demonstrar que um atrativo título é que vende um bom livro. Deve-se ter muito
cuidado, porque um mau título pode trazer desinteresse aos ouvintes. Cultive seu
público, pois é uma arte tal atividade.
Exemplos:
No sermão “A Vida de Cada Homem é um Plano de Deus”, Horácio Bushnell
apresentou a seguinte proposição: A verdade que agora nos propomos considerar
convosco é esta: Deus tem um definido plano de vida para cada criatura humana,
dotando-a, visível ou invisivelmente, para levar a cabo isso que será a verdadeira
significação e glória de sua vida.
O alvo que se quer atingir como também descrever o ideal do sermão e a reação
que se espera dos ouvintes. Ao nos falar Deus uma Palavra, Ele tem um propósito,
um alvo, e assim a palavra produzirá no ouvinte reações relacionadas;
a) Salvação;
b) Reconciliação;
c) Obediência;
d) Fidelidade;
e) Despertamento;
f) Serviço, etc. Da mesma forma os sermões, precisam ser claros e bem
definidos quanto aos objetivos que se pretende atingir, quanto aos resultados que se
espera.
Introdução ou Exórdio: Tem dois objetivos capitais: (1) interessar nossos ouvintes
no assunto e; (2) prepará-los para que o entendam. A introdução é a passagem
gradual e serena para o sermão propriamente dito, para a argumentação, para a
mensagem e não deve ser longa demais, pelo contrário deve ser proporcional ao
tempo total do sermão.
Deve-se tomar cuidado para não se antecipar na introdução algo que pertence
ao corpo do sermão, preferivelmente usa-se uma ilustração para substituir a
introdução, isto auxilia muito na passagem para o assunto da pregação.
É recomendável a citação:
1) quando a linha de pensamento é pesada, ou difícil, e o anúncio das divisões
ajudará o ouvinte a segui-la;
2) quando se quiser que os ouvintes lembrem os sucessivos passos da
exposição ou argumentação;
3) quando entendermos que a enunciação delas despertará interesse e atenção
ao invés de diminuí-los.
pregação, por isso é importante que antes de começar o sermão o pregador já tenha
muito bem elaborado plano da sua conclusão.
A conclusão oferece ao orador a oportunidade suprema, pois quando e bem
estudada, elaborada e aplicada, poderá se constituir no clímax do sermão. Quando a
conclusão se evidencia na mente do pregador, já na hora em que está iniciando o
preparo do seu sermão, sem dúvida a conclusão ajudará muito na composição e
elaboração dos tópicos.
CONCLUSÃO
Homilética é sem dúvida a arte de preparar o sermão religioso, com estilo, com
dedicação e com bastante cuidado, pois se trata de uma disciplina cheia de estilo e
beleza. Que Deus lhe conceda grande sabedoria!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. BLOCH, Pedro. Você quer falar melhor? Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1970.
3. Idem. p. 15
5. Idem.
6. Idem
7. Idem
8. Idem
10. Idem.
13. Idem
14. GONÇALVES, Jésus Silva. O Púlpito criativo. 3 ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1994. pp.
24 e 27