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HOMILÉTICA

INTRODUÇÃO
A homilética é uma das matérias mais interessantes do campo teológico, pois
requer certa precisão na sua elaboração, pois é uma ciência quando vista pelo ponto
de vistas teórico, histórico e psicossocial; de fato a homilética é uma arte nos
aspectos de beleza e é sem dúvida é uma ciência estética no tangente sua exposição
sistemática e no estilo. Técnica quando considerada pelo modo especifico de sua
execução ou ensino e, Religiosa quando considerada por sua função espiritual, ou
seja, adoração, poder, transformações, manifestações espirituais, etc.
Homilética é a disciplina teológica que estuda a ciência, e a técnica de analisar,
estruturar e fazer a exposição da mensagem do evangelho.
O termo homilética apareceu no período do apogeu do iluminismo, entre os
séculos XVII e XVIII, quando as principais disciplinas teológicas receberam nomes
gregos. Na Alemanha, Stier propôs o nome "Kerictica", derivado de Kerix, que
significa "arauto". Sikel sugeriu "Halieutica", derivado de Haloeos, que significa
"pescador". Para uma perfeita compreensão da matéria, é necessário que se conheça
bem as definições e significados das palavras e sua etimologia.
O termo homilética tem suas raízes etimológicas em três palavras da cultura
grega:
Homilos significa: "multidão, turma, assembleia do povo"(At 18.17).
Homilia significa: "associação, companhia" (ICo 15.33).
Homileo significa: "falar, conversar" (Lc 24.14s; At 20.11,24,26).
MÉDIO EM TEOLOGIA DISCIPLINA: HOMILÉTICA

DEFINIÇÕES:
As definições abaixo foram extraídas do Novo Dicionário Aurélio da Editora
Nova Fronteira de 1975
• Discurso – (Do lat. Discursu); Oratória proferida em público ou escrita como
deve ser exposta. Exposição metódica sobre determinado assunto; arrazoado.
• Homilética - É a ciência ou a arte de elaborar e expor o sermão religioso.
• Oratória - Arte de falar ao público; Drama religioso com diálogos e cânticos.
• Pregação - Pronunciar sermões recém-ordenados, propagar o cristianismo,
evangelizar os infiéis.
• Retórica - (Do gr. Rhetoriké); Conjunto de regras relativas a eloquência; arte
de falar bem.
• Sermão - (Do lat. Sermone, “Conversação”); Discurso religioso geralmente
pregado no púlpito.

CUIDADOS QUE O PREGADOR DEVE TER


a. Na área espiritual - o pregador precisa preocupar-se e ter zelo em relação:
* Sua piedade pessoal - é preciso estar disponível para ser usado por Deus;
* Estar sempre estudando a Palavra, pois é a Palavra que ele interpretará;
* Ter fé espontânea e corajosa, porém serena e tranquila que demonstre a sua
real confiança em Deus;
* A convicção de chamada e de envio, aliada a uma reconhecida vocação cristã;
* Ser humilde, despido de qualquer vaidade;
* Ter espírito de oração, de forma a ser sempre um canal livre para a
comunicação do Alto;
* Ter uma boa visão e discernimento da obra, em suas diferentes nuance;
* Ter sensibilidade espiritual e unção do Espírito;
* Ter profundo amor e paixão pelas almas perdidas e pelas ovelhas do rebanho.

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b. A nível físico/natural - o pregador precisa cuidar:


* Da sua aparência e higiene pessoal;
* Do desenvolvimento sóbrio e fecundo da sua inteligência;
* Do exercício frequente e sábio da sua memória;
* Do adestramento frequente da sua dicção;
* Do cuidado com a sua saúde pessoal e com a sua alimentação;
* Do aprimoramento incansável dos seus conhecimentos do idioma;
* De ter boa cultura geral e estar sempre bem informado;
* Da sua preparação psicológica.

A TOTAL DEPENDÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO


Feita a sua parte, que consiste em se preparar da melhor forma possível, em
todos os aspectos, o pregador precisa estar consciente de que, em todo o tempo,
deverá caminhar na total dependência do Espírito Santo; nunca confiar nos seus
próprios méritos ou suposta capacidade.
A pregação é a semeadura, e isto o homem deve fazer da melhor forma possível;
contudo, o crescimento da semente e o fruto são obra do Espírito Santo. O pregador
poderá até fazer um convite para que as pessoas se posicionem ou se manifestem de
alguma forma, em relação à palavra ouvida. Contudo, o verdadeiro apelo é aquele
que o Espírito Santo faz, de forma silenciosa, invisível, diretamente ao coração do
ouvinte!
É até possível através de uma boa oratória persuadir a plateia, porém, o
verdadeiro convencimento, a verdadeira conversão, o verdadeiro arrependimento
para a vida, somente o Espírito Santo poderá operar no coração do pecador. A
perícia se adquire com dedicação e denodo, porém a unção somente Deus pode dar!
Pregação sem unção é mera falácia!

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CLASSIFICAÇÃO DO SERMÃO:
O sermão é classificado geralmente pela sua forma distinta, a saber: pelo
assunto bíblico de uma mesma natureza, isto é: o conteúdo propriamente dito do
sermão.
1. Evangelístico: Esta classificação de sermão conduz o ouvinte a uma
aproximação com Cristo e o reconhece como Filho do Deus vivo, também o
leva à abraçar a fé e Cristo o aceita sendo o Salvador e Senhor da sua vida.
(Jo 3.16; Is 1.18; Rm 3.23-24)

2. Doutrinário ou Teológico: A classificação do sermão doutrinário ou teológico


interpreta uma ou mais verdades contidas na Palavra de Deus para fins
práticos e morais. Este gênero de sermão apela tanto para a mente como
para o Lev (Coração). Exemplos do sermão doutrinário: A Trindade, A
Santificação, A Expiação, A Ressurreição, A Doutrina das Ultimas Coisas, etc.
(I Co 15.38; 15.20, 28; Ef 4.17, 24). Este tipo de sermão exige do pregador
um preparo muito grande em termos de conhecimento teológico.

3. Ético ou Moral: A classificação do sermão ético é semelhante ao doutrinário,


só que este se relaciona com o dever, o caráter do cristão, enquanto o outro
diz respeito à verdade em si mesma. Exemplos do sermão ético: O Perdão, A
Descriminação, Preconceito Racial, As Virtudes dos Cristãos, etc, (Ef 5.22-32;
2.16-19; 3.18-25).

4. Devocional ou Inspirador: É o sermão motivador, aquele que encoraja,


fortifica é otimista, renova as esperanças e a força do crente. Este é
conhecido como inspirador ou devocional, (Is 40.1; 29.31; 41.10; Sl 23.13).

5. Ocasional ou Solene: Este é especial e singular, pois é próprio para


cerimônias especiais, tais como: Sepultamento, Casamento, Inauguração "de
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Templos, Aniversários e outros, etc. (I Rs 8.22-27; Lc 2.21-35; Jo.2.1,12;


11.17-28).

OS MÉTODOS ULTILIZADOS DE SERMÕES:


São métodos de anotações e divisões do texto usado para elaborar a mensagem
a ser predicada.

TEXTUAL
Esse método é aquele onde a sua divisão encontra-se no próprio texto. É um
método muito bom, pois oferece aos ouvintes a oportunidade de acompanhar, passo
a passo a exposição do sermão. As divisões correspondem de modo mais perfeito as
frases e tópicos do texto. As divisões do sermão são iguais às divisões do texto
escolhido.
Tem como princípio centralizar unicamente um só versículo na confecção do
sermão.

OS SERMÕES TEXTUAIS DIVIDEM-SE EM:


a. Sermão em forma de frase: Essa divisão corresponde exatamente as
próprias frases do texto.
Exemplos:
 Tema: "O homem Bem-Aventurado". Texto: Salmo 1.1
• Não anda no conselho dos ímpios;
• Não se detém no caminho dos pecadores;
• Nem se assenta na roda dos escarnecedores.

 Tema: "As Etapas da Tribulação". Texto: II Cor 4.17


• Nossa Tribulação;
• Leve Tribulação;

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• Momentânea Tribulação;
• O Fim da Tribulação.

 Tema: "O Caminho da Cruz". Texto: Lc 9.23


• Se alguém quiser vir após mim:
• Negasse a si mesmo.
• Se alguém quiser vir após mim:
• Tome cada dia a sua cruz.
• Se alguém quiser vir após mim:
• Siga-me.

b. Textual Inferente É elaborado com frases textuais partindo das


inferências. É pouco utilizado, por motivo de difícil manuseio. As palavras dos textos
seriam reduzidas e sintetizadas, isto é, a palavra encerraria um conteúdo do
versículo, sendo, portanto a essência da frase ou declaração. Nesta modalidade os
textos que não podem ser divididos naturalmente.
Exemplos:
 Tema: “Porque seria impossível Jesus lançar fora uma Pessoa?”. Texto: Jo 6.37.
• Iº Não seria de acordo com a sua promessa;
• IIº Seria abandonar a obra que começou;
• IIIº Seria fugir do Plano do Pai.

 Tema: "Como Buscar e Achar a Cristo". Texto: Jer 29.13.


• Iº Não Procurar com Palavras;
• IIº Não Procurar com Gestos;
• IIIº Não Procurar com a Aparência;
• IVº Não Procurar com Interesse.

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 Conclusão: Procurar com o Coração Sincero.

O SERMÃO TEXTUAL E SUAS VANTAGENS E DESVANTAGENS:


a) Quanto ao ouvinte as vantagens são:
* Os ouvintes ficam mais atentos quanto à exposição do texto;
* Torna-se melhor para o acompanhamento no texto do referido sermão;
* Chama a atenção dos ouvintes pelo seu estilo;
* Os ouvintes manuseiam mais a Bíblia Sagrada.

b) Quanto ao pregador:
* Serve como Exemplo, por ter sido utilizado pela Igreja Antiga;
* Leva o pregador se aprofundar mais nos estudos Bíblicos;
* É o que mais se apega no apontamento da Doutrina Cristã;
* Se encaixa com o pregador de cultura mediana, porém que detém um bom
conhecimento de algumas áreas da teologia.
* Conduz o pregador a uma maior intimidade com Deus através da oração;
* E menos complicado na sua elaboração.

c) Desvantagens:
Acredito que a desvantagem depende muito do interesse do pregador ou do
Obreiro. É óbvio que alguns preferiram uns dos modelos que aqui no livro do estudo
esta sendo colocado, todavia recomendo como professor De Teologia a quase 14
anos que haja interesse mútuo pelos tipos de sermões aqui apresentado.
Vamos expor para fim de exemplo as desvantagens:
* Os versículos são mínimos pela sua limitação (até dois versículos);
* Excede muito, as ideias que o texto pode conter e o pregador pode se perder
na explicação;
* Pode haver certo artificialismo, pois por está tudo escrito o pregador não

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pode levar em consideração o estudo e a oração antes de levar aos ouvintes.

SERMÃO TÓPICAL OU TEMÁTICO


Quando um assunto se desenvolve através de comparação de diversos trechos
da Bíblia. Muitos pregadores usam este tipo de sermão, pois a vantagem de ser
usado facilita com que o pregador apresente um assunto mais completo. Jesus e seus
apóstolos fizeram uso largamente deste tipo de sermão. Vamos ilustrar aqui alguns
sermões deste tipo:
Tema: Palavra da Cruz
Texto: I Coríntios 1. 18-31
1) Mensagem do amor divino;
2) Mensagem da dor ou do sofrimento;
3) Mensagem do perdão;
4) Mensagem da vitória.

Tema: "Vinde"
Texto: Lucas 14.15-24.
1) Uma necessidade (do homem);
2) um apelo (de Deus);
3) Uma oportunidade (para todos);
4) uma responsabilidade (dos que escutam o convite)

Tema: Símbolo e Realidade


Texto: Números 21.1-9.
A serpente de metal como um perfeito tipo de Cristo:
1) Providenciada por Deus;
2) Para socorrer a um povo aflito;
3) Semelhante, mas distinta;

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4) Levantada;
5) O alvo da fé;
6) O suficiente.

a) Características Principais:
1 - O texto só proporciona o pensamento para o assunto. As divisões são
provenientes do assunto e não do texto;
2 - O pregador é o responsável pela elaboração das divisões, pois a Bíblia e uma
fonte inesgotável de temas, onde o pregador pode selecionar material
abundantemente para qualquer ocasião ou condição em que as pessoas se
encontrem. Mediante o garimpar constante o pregador descobrirá um vasto tesouro
para a sua própria edificação e da sua Igreja.

DIGAS PARA MENSAGENS DO SERMÃO TEMÁTICO


a. Títulos Gerais:
Retratos do homem (Jesus) Perfeito;
O Ágape de Jesus.
A Fase do Mestre;
Jesus Chorou;
A cruz de Jesus;
O sangue de Jesus;
O nome de Jesus.

b. O Pregador pode refutar contra os Enganos:


O Engano das Testemunhas de Jeová;
O Engano do Mormonismo;
O Engano do Adventismo do Sétimo dia;
O Engano do Espiritismo.

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c. O Pregador pode tratar da "Vida devocional com mais dedicação":


A Vida Disciplinada;
A Vida Consagrada;
A Vida de Oração;
A Vida Abundante.

d. O Pregador e sua mensagem sobre "A Vida Familiar Cristã":


O fundamento do Lar Cristão;
O Real Relacionamento da Esposa com o Marido e com Cristo;
Privilégios da Paternidade;
Disciplina no Lar;
Como Manter o altar da Família Intacta;
Ameaças ao Lar Cristão;
Vida Familiar Feliz.
O obreiro ou homileta criativo e que tem uma vida intima com Deus nunca
faltará inspiração para a elaboração do seu esboço e nunca cansará a Igreja com
sermões repetitivos, insolúveis, intragáveis, etc.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SERMÃO TEMÁTICO

a. Vantagens:
* E o de divisão mais fácil. E mais fácil dividir um tema do que um texto, visto
que este e mais complexo;
* E o de ordem mais fácil, que melhor serve a observação da ordem e da
harmonia das partes;
* Conserva melhor a unidade;
* Permite ao pregador discutir qualquer assunto que julgue necessário, seja:

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moral, evangelístico, doutrinário, ocasional, etc;


* E uma excelente oportunidade para o aperfeiçoamento retórico do discurso;
* Agrada muito as pessoas intelectuais, por seu apelo ao raciocínio, a lógica e a
razão.

b. Desvantagens
* Pode conduzir a negligência da Palavra de Deus. Usa-se o texto como pretexto,
sem se importar com uma exegese completa e exata;
* Não cultiva no povo o desejo de estudar a Palavra de Deus;
* O ouvinte tem sua atenção despertada para o pregador em detrimento da
Palavra de Deus;
* Encoraja o secularismo, e pode ficar muito na filosofia, na criação intelectual,
satisfazendo apenas o ego humano;
* Não alimenta o povo com a Palavra de Deus, exceto se internamente estiver
recheado pelas Escrituras;
* Pode afastar o pregador das Escrituras fixando-o em temas seculares;
* Escolher a forma de acordo com o público:
* Forma Retórica A Fidelidade de Deus;
* Forma Lógica Deus é Fiel.
* O ouvinte mais culto prefere a forma retórica, o mais simples prefere a forma
lógica.

SERMÃO EXPOSITIVO:
É uma interpretação das Escrituras, a análise de um trecho da Bíblia ou até
mesmo um livro completo, com maior número de pormenores. Esse sermão é pouco
utilizado, pois requer uma maior pesquisa e dedicação afinco. Exige um estudo sério,
uma meditação profunda. A essência do sermão expositivo é a explicação detalhada
de um trecho das Escrituras Sagradas escolhido pelo pregador.

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O sermão expositivo possibilita maior conhecimento bíblico tanto para o


pregador, como para os ouvintes. É um método rápido e eficaz para o fortalecimento
ou edificação da igreja; dá mais honra a Palavra inspirada; a interpretação é mais
exata, mais fiel, pois o mensageiro não tem oportunidade de afastar-se do texto sob o
impulso da imaginação, e, enfim, a persistência ou hábito no seu uso torna-se uma
grande bênção para o obreiro.

1 – Peculiaridade do Sermão Expositivo:


Tratamento de um texto mais longo, dois ou mais versículos ou um livro todo;
O sermão passa a ser interpretado texto por texto;
Tratamento ou exposição de assuntos específicos;
Maior dificuldade de preparo em relação ao textual, pois reque um cuidado
minucioso, uma cautela na busca do material.

2- Atributos Relacionados ao Sermão Expositivo:


É um processo analítico e pormenorizado dos textos Bíblicos e não um mero
comentário de textos sagrados;
É uma melhor exposição contínua de um livro bíblico inteiro ou de uma
doutrina;
E de grande valor para o desenvolvimento do poder espiritual e da cultura
teológica do pregador e de sua congregação;
Tendencia a interpretação natural das Escrituras do que a alegórica;
E o método mais difícil, apreciado pelos que se dedicam a leitura e ao estudo
diário e constante da bíblia.

O SERMÃO EXPOSITIVO DIVIDE-SE EM:


a) Analítico: Analisa o texto versículo por versículo. E o sermão narrativo ou
interpretativo do texto lido;

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b) Sintético: E uma síntese de todo o texto ou livro.


Exemplos:
Tema: "A Visão de um Jovem", Texto: Isaias 6.1-8
I A visão que um jovem tem de Deus;
II A visão que um jovem tem do pecado;
III A visão que um jovem tem da purificação;
IV A visão que um jovem tem do serviço.

Tema: "As Revelações de Jesus", Texto: Jo. 9.35-41


I Revelação de Jesus aos cegos;
II Revelação de Jesus aos religiosos;
III Revelação de Jesus ao mundo.

c) Temático: Analisa um tema específico.


Às vezes pode tornar uma expressão muito repetida na sua exposição e
significação. Spurgeon fez um sermão sobre a palavra "pequei" explicando a
significação em sete lugares das Escrituras. Pode ser um tema doutrinário, didático,
devocional ou as narrativas históricas e as biografias bíblicas.
Exemplos:
Tema: "De mãos cheias, a bênção não vem", Texto: Mc 10.28-30
I Para quem tem as mãos cheias das coisas do mundo;
II Para quem tem as mãos ocupadas com os cuidados do mundo;
III Para quem tem as mãos acomodadas com os prazeres do mundo.

Tema: "Cristo, o centro da vida", Texto: Fl 1.21-22


I Vida física;
II Vida espiritual.

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d) Exemplos de textos para pregação expositiva:


Os milagres;
As parábolas;
Os livros da bíblia
Os salmos e orações.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SERMÃO EXPOSITIVO

a. Vantagens
* Foi o método usado pela Igreja Primitiva;
* Fornece um melhor conhecimento da Palavra de Deus, ao pregador e ao
ouvinte;
* E eficiente na doutrinação (ensino) e edificação da Igreja;
* Enriquece a experiência bíblica e espiritual do pregador;
* Honra as Escrituras;
* É mais fácil manter a unidade do sermão.

b. Desvantagens
* É mais difícil de preparar. Mal preparado não interessa ao ouvinte;
* Pode tornar-se demasiadamente longo;
* Pode tornar-se monótono devido à extensão do sermão.

A ESTRUTURA DO SERMÃO
A estrutura do sermão se divide em três partes essenciais para sua composição
e elaboração:
a. Introdução
b. Desenvolvimento (Corpo do Sermão)

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c. Conclusão.
"A estrutura propriamente dita é a disposição do sermão com suas divisões
técnicas, que servem para guiar o pregador na exposição da mensagem". Um sermão
precisa ter UNIDADE, ORDEM, SIMETRIA E PROGRESSÃO.

A INTRODUÇÃO
O ponto de contato entre o homileta e os ouvintes é a introdução do sermão,
pois normalmente a introdução é a última parte a ser feita na preparação, Tendo
uma idéia geral do sermão, devidamente estruturada, pode então preparar
eficazmente a introdução.
A introdução deve conter outros aspectos não técnicos. São aspectos
psicológicos. Para começar um sermão, o pregador deve saber discernir o tipo de
auditório, ao qual falará. Deve desenvolver a habilidade de preparar o seu auditório
espiritual e psicologicamente para ouvir o sermão que irá apresentar. Em outras
palavras, a introdução de um sermão deve fazer com que os ouvintes sintam boa
disposição para escutar o pregador; deve fazer com que lhe prestem atenção, e que
fiquem desejosos de receber a mensagem que o predicante deseja apresentar.

Como desenvolver uma boa introdução:


1. Seja Breve (em torno de 5 minutos);
2. Não saia do tema proposto no sermão;
3. Seja Conveniente;
4. Simples. Sem arrogância, sem exageros.
5. Cuidadosamente preparada.

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O DESENVOLVIMENTO
Dentro da estrutura do sermão, o desenvolvimento é a parte primordial. Ele é
também chamado de esboço do sermão, que deverá ser cheios com comentários
favoráveis das divisões pertinentes ao tema.
A conservação da sequência lógica do sermão, principalmente do final da
introdução para o desenvolvimento, dependerá de dois fatores de suma importância:
a ordem da divisão e a transição, isto é a transposição de um pensamento para outro.
É bom lembrar que as divisões devem satisfazer a uma ordem sistemática, no
sentido de um movimento progressivo durante o sermão.

A ILUSTRAÇÃO
A ilustração é a luz que iluminará o sermão em determinados pontos, é o que a
porta é para casa, necessária. O principal intuito da ilustração é facilitar a concepção
do assunto ou mensagem.
Porque devo usar ilustrações?
1) Para aguçar os ouvintes.
2) Perceptibilidade
3) Formosura
4) Complementação.
A ilustração nunca deve ser usada em todo o sermão, pois pode cair no
descredito do mesmo, aconselha-se usar no mínimo duas ilustrações, ela é tão-
somente uma janela para trazer clareza.

A CONCLUSÃO
A conclusão idealmente deve conter quatro partes:
1) Uma frase objetiva;
2) Uma Sinopse;
3) Um apelo;

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4) Uma ou mais frases finais.


5) Pode ser um hino finalizando a mensagem
A conclusão é a conexão entre a introdução e o desenvolvimento do sermão, é a
concentração dos pontos culminantes do sermão, e sabendo que não há necessidade
de apresentar material novo na conclusão.
Faz-se necessário na conclusão, quando o pregador for fazer o apelo, utilize os
pronomes fazendo-se participante com o seu público na mensagem pregada, pois é
muito importante. Usem os pronomes "vós" e "nós".
O apelo pode ser feito de muitas maneiras. Nem sempre precisa tomar a forma
de um convite que requeira uma resposta visível. A frase ou frases finais constituem
a última parte da conclusão. As últimas três frases do sermão devem ser muito bem
preparadas, escritas por extenso e, se possível, decoradas.
Alguns não sabem como e quando terminar. Nunca se deve dizer: "Para
terminar..." ou "Terminando..." e então ficar divagando durante mais cinco minutos.
Não se deve manifestar hesitação ou incerteza.

PARA MEDITAÇÃO DO ALUNO DO CURSO


“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão,
para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” - II Timóteo 3.16-17
“Sabendo, primeiramente isto, que nenhuma profecia da Escritura provém de
particular elucidação; porque nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por vontade
humana, entretanto homens [santos] falaram da parte de Deus movidos pelo
Espírito Santo.” - II Pedro 1.20-21

UTILIZANDO O TEXTO
Significado do termo: é a porção bíblica das Escrituras que servirá de
inspiração ou base para o sermão. Nos primórdios da igreja cristã era comum a

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pregação expositiva ou explanativa. Os primeiros pregadores discorriam sobre


passagens longas, ocupando-se em explicá-las ou explaná-las. Com o tempo a
tendência propendeu para textos curtos. Já no Século XVII, na Inglaterra, eram
comuns sermões baseados em passagens breves.
Com o passar dos anos, o tempo foi se tornando cada vez mais escasso, e,
consequentemente, o horário reservado para o culto e a pregação foi sendo
reduzido. Ao final do Século XIX, o culto girava em torno de uma hora, gastando-se
com a pregação apenas quinze ou vinte minutos! Nestas circunstâncias era
impraticável se utilizar textos longos, continuando a prevalecer o uso de textos
pequenos. No século XX, com surgimento do movimento carismático e os cultos
pentecostais com maior duração, as pregações voltaram a consumir mais tempo
havendo hoje a tendência a textos mais longos e, novamente, ao uso de sermão
textual ou explanativo.
A pregação é a parte central do culto. É o momento em que Deus fala ao Seu
povo, através do seu servo profeta (pregador). O conteúdo da pregação e os ensinos
emanados do púlpito devem estar sempre em perfeita harmonia e estrita sintonia
com a Palavra de Deus. O pregador é o intérprete das Escrituras. Desta forma, a
pregação sempre deve se basear em algum texto das Escrituras Sagradas, até mesmo
em caso de sermão temático.
Em se tratando de Palestra ou Estudo Bíblico o apresentador tem a liberdade
de utilizar ou não um texto base.

 Dicas sobre a escolha de um texto:


1) Textos obscuros - Só devem ser utilizado se o pregador tiver plena
convicção e certeza de que será capaz de explicá-lo corretamente. É verdade que
atrai as expectativas, porém é necessário torná-lo instrutivo e útil;

2) Textos espúrios ou apócrifos

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a) espúrios - são textos adulterados, falsificados, degenerados, em relação


aos manuscritos originais (grego e hebraico);

b) apócrifos - textos sem autenticidade, ou cuja autenticidade não está


provada - textos não incluídos no Cânon das Escrituras autênticas e divinamente
inspirados. Os livros apócrifos não fazem parte das versões bíblicas manuseadas
pelo cristão evangélico ou protestante. Aparecem, contudo, na versão de Figueiredo,
normalmente utilizada pelos católicos romanos, e são:- 3o e 4o Esdras, Judite, Tobias,
Ester (acréscimos a partir do cap. 10 até o 16); Sabedoria de Salomão, Eclesiástico,
Baruque, Daniel (acréscimos ao livro inspirado), Oração de Manassés e 1 o e 2o
Macabeus.

c) exemplos de textos espúrios:


* Na conversão de Saulo - Atos 9.6 e 22.10 as expressões: “Senhor, que queres
que eu faça?” e “Senhor, que farei?”; ainda na versão bíblica ARC, no verso 5 “duro é
para ti recalcitrar contra os aguilhões” - estas expressões não constam dos melhores
manuscritos;
* A famosa passagem de I João 5.7-8 “o v.7 deveria terminar na palavra
testemunho. O restante do v.7 e parte do v.8 não estão em nenhum manuscrito grego
antigo, mas apenas em manuscritos latinos posteriores.” - Comentários transcritos
das notas de rodapé da Bíblia Anotada, Editora Mundo Cristão;
* O texto de Marcos 16.9-20 - “Estes versículos não aparecem em dois dos
principais manuscritos do Novo Testamento, embora estejam presentes num grande
número de outros manuscritos e versões. Se eles não forem parte genuína do texto
de Marcos, o final abrupto do v.8 deve-se, provavelmente, à parda dos versículos que
formavam a conclusão original. A discutível genuinidade dos vv. 9-20 torna pouco
sábia construir uma doutrina ou basear uma experiência sobre eles (especialmente

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os vv. 16-18).” Comentários transcritos das notas de rodapé da Bíblia Anotada,


Editora Mundo Cristão;

3) Palavras de pessoas não inspiradas, registradas na Bíblia - devemos


tomar muito cuidado e observar bem em que circunstâncias vamos utilizar palavras
ditas por pessoas não inspiradas. Exemplos: Atos 5.38-39 - as palavras de Gamaliel
foram adequadas e instrutivas, naquelas circunstâncias; porém o princípio ali
inserido não é totalmente verdadeiro. É preciso tomar bastante cuidado ao utilizar
textos dos livros de Jó, Eclesiastes, Cânticos de Salomão e também o Livro de Oséias.
É preciso analisar muito bem os textos que se pretende utilizar, sendo recomendável
sempre a consulta a bons comentários.

 Sobre o uso e a interpretação de textos:


1) Interpretações literais e figurativas - é preciso muita acuidade na arte de
interpretar textos, para não incorrer no erro de dar sentido literal àquilo que é
figurado, e vice-versa;

2) Cuidado no uso de textos do velho testamento - o V.T. não foi revogado,


entretanto, muitas das práticas e ensinos ali exarados foram modificados no N.T. Ao
se utilizar textos do V.T. deve-se procurar sempre correlacioná-lo a algum outro
texto do N.T., e, na medida do possível, levar o ouvinte a entender que a salvação
veio a todos os homens através da morte de Jesus Cristo na cruz do calvário;

3) O dever de uma interpretação cuidadosa e exata - o pregador tem o


compromisso com Deus, e com a verdade! Tem o compromisso de interpretar
corretamente o texto a fazer a aplicação de acordo com o seu sentido real. “Nunca dê
a um texto o sentido que você sabe que ele não tem...” - Filipe Brooks. É preciso
tomar cuidado para não ir além daquilo que o texto diz, e dizer coisas que o autor

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não disse! O texto precisa ser examinado sempre à luz do seu contexto bíblico,
cultural e histórico. Alguém já disse com sabedoria: “texto fora do contexto é mero
pretexto”!

4) A harmonia dos quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) - Alguns


relatos se repetem nos evangelhos com ligeiras diferenças. Sempre que se utiliza
algum texto de um dos Evangelhos, é preciso verificar se o relato se repete nos
demais Evangelhos, e verificar bem o que diz cada um. É indispensável ter à mão,
para consulta, uma obra intitulada: “A Harmonia dos Quatro Evangelhos” - existem
várias, de diversos autores, disponíveis na praça.

5) Em relação a ética e a doutrina - o doutrinamento de uma igreja compete ao


pastor, ou pastores efetivos. O pregador leigo deve sempre evitar abordagens de
conteúdo doutrinário em suas prédicas, especialmente quando estiver pregando em
outras igrejas que não a sua. É antiético, deselegante, e falta de sabedoria, o pregador
visitante enveredar pelo caminho da doutrina, a não ser que tenha sido previamente
convidado ou autorizado pelo pastor da igreja a fazê-lo. Em relação à doutrina, deve
observar ainda o seguinte:
a) Nenhuma profecia é de particular elucidação, pois esta escrito na palavra o
seguinte: “sabendo, primeiramente isto, que nenhuma profecia da Escritura provém
de particular elucidação; porque nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por
vontade humana, entretanto homens [santos] falaram da parte de Deus movidos
pelo Espírito Santo.” - II Pedro 1.20-21;

b) Não deve estabelecer doutrinas em cima de textos isolados, sobretudo em


cima de textos extraídos do seu contexto;

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c) Não pode estabelecer doutrinas com base em textos alegóricos ou


parabólicos.

 Ferramentas necessárias para elaborar o Sermão:


a) diversas versões da Bíblia - Sugestões de versões da Bíblia:
- Almeida, revista e corrigida (ARC)
- Almeida, revista e atualizada (ARA)
- Bíblia Sagrada - NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje)
- Nova Versão Internacional - NVI
- Para quem domina o inglês - Holy Bible, versão de King James;
- Velho Testamento em hebraico e Novo Testamento em Grego, para os
conhecedores destes idiomas.

b) Bíblia de Estudos - Há hoje muitas Bíblias de estudos, como:


- De Genebra;
- De Taylor;
- Anotada;
- Vida Nova;
- Pentecostal
- Bíblia de Estudo Profética, etc.
De todas estas eu recomendo a Bíblia de Referência Thompson - Tradução de
João Ferreira de Almeida - Versão Contemporânea - Ed. Vida. E a Bíblia de Estudo
Plenitude, Versão Revista Corrigida, Editora Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP,
2001, as quais contêm ótimos comentários de rodapé.

c) Materiais Diversos – Existem muitos suplementos, como:


c) Chave Bíblica - Existem diversas, de diversos autores;
d) Enciclopédia Bíblica - O.S. Boyer

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e) Manual Bíblico - Henry H. Halley


f) Dicionário Bíblico - de Davis;
g) a Harmonia dos Quatro Evangelhos - existem diversos, de diversos autores;
h) Comentários bíblicos dos livros do Velho e do Novo Testamento.
Recomendo: O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO e o VELHO TESTAMENTO
INTERPRETADO, Versículo por Versículo - Russell Norman Champlin, Ph.D. - Editora
e Distribuidora Candeias;
i) Livro “Textos De Difícil Interpretação” ( Editora Vida? )
j) Livros de Ilustrações - Existem diversos;
l) Livros de Esboços - Recomendo: Guia do Pregador, de S.E. McNair (04
volumes);
m) Teologia Sistemática - de Berkhof; ou de Hodge
n) O Sermão e Seu Preparo - John A. Broadus

ELABORANDO O ESBOÇO
O aluno do Curso Médio em Teologia para Obreiros, precisa seguir os seguintes
passos para elaborar seu esboço, mas deixo claro que não é necessário levar ao pé da
letra essa exposição, você pode criar o seu próprio estilo.

Exemplo:
Assunto:
Título ou Tema:
Proposição:
Objetivo:
Introdução ou Exórdio
I)Tópico
I.1 - Subtópicos
I.2 - Subtópicos

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I.3 – Subtópicos

II) Tópico
II.1 - Subtópicos
II.2 - Subtópicos
II.3 – Subtópicos

III) Tópico
III.1 - Subtópicos
III.2 - Subtópicos
III.3 – Subtópicos

Conclusão (ou Peroração)

Assunto: O sermão deve sempre ter um assunto. Deve tratar sempre de alguma
coisa, de alguma verdade importante relacionada à vida religiosa e pode-se iniciar
um sermão a partir do assunto, procurando sempre um texto adequado, ou pode
iniciar pelo texto, identificando ali o assunto principal a ser abordado. Para
identificar o assunto, faça a si mesmo a seguinte pergunta: - De que trata o sermão?

Relação do Assunto para com o Texto - a relação do assunto para com o texto
precisa ser clara, pois precisa ter relação estreita entre ambos. Não raras vezes se
percebe por parte de pregadores, a utilização de textos que não têm muito ou nada a
ver com o assunto que está sendo abordado. O risco maior ainda é quando se dá o
entendimento errôneo de um texto, e a sua utilização em aplicações descabidas.

Enunciação do Assunto - “Há sermões que são como navios sem leme em bravo
mar, levados dum lado para outro, sem avançar firme para um ancoradouro.”

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Estabelecer uma idéia central como âmago do sermão nem sempre é fácil,
principalmente em sermões textuais ou expositivos, mas é necessário!
O Título ou tema: O principal objetivo do título é seduzir o interesse dos ouvintes e
demonstrar que um atrativo título é que vende um bom livro. Deve-se ter muito
cuidado, porque um mau título pode trazer desinteresse aos ouvintes. Cultive seu
público, pois é uma arte tal atividade.

A Proposição: Vimos que o assunto responde à pergunta: De que trata o sermão? Já


a proposição responde à pergunta adicional: Que sermão? A proposição deve conter
uma enunciação do assunto que o pregador se propõe a desenvolver. “A proposição
deve estar na forma duma sentença afirmativa completa, simples, bem clara e
convincente, ou irresistível.” Segundo diz John A. Broadus.
O discurso é a proposição desenvolvida, e a proposição é o discurso
condensado disse Fénelon. É uma espécie de tese, que exige argumentos para ser
provada. É uma verdade a ser explicada! Muito ajuda na preparação do sermão.

Exemplos:
No sermão “A Vida de Cada Homem é um Plano de Deus”, Horácio Bushnell
apresentou a seguinte proposição: A verdade que agora nos propomos considerar
convosco é esta: Deus tem um definido plano de vida para cada criatura humana,
dotando-a, visível ou invisivelmente, para levar a cabo isso que será a verdadeira
significação e glória de sua vida.

O Objetivo: Tem a ver com as desejadas finalidades do sermão, e com o caráter e


conduta dos ouvintes. O objeto ou objetivo responde a pergunta: O que se pretende
com este sermão? O objetivo define a aplicação que se pretende fazer.

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O alvo que se quer atingir como também descrever o ideal do sermão e a reação
que se espera dos ouvintes. Ao nos falar Deus uma Palavra, Ele tem um propósito,
um alvo, e assim a palavra produzirá no ouvinte reações relacionadas;
a) Salvação;
b) Reconciliação;
c) Obediência;
d) Fidelidade;
e) Despertamento;
f) Serviço, etc. Da mesma forma os sermões, precisam ser claros e bem
definidos quanto aos objetivos que se pretende atingir, quanto aos resultados que se
espera.

Introdução ou Exórdio: Tem dois objetivos capitais: (1) interessar nossos ouvintes
no assunto e; (2) prepará-los para que o entendam. A introdução é a passagem
gradual e serena para o sermão propriamente dito, para a argumentação, para a
mensagem e não deve ser longa demais, pelo contrário deve ser proporcional ao
tempo total do sermão.
Deve-se tomar cuidado para não se antecipar na introdução algo que pertence
ao corpo do sermão, preferivelmente usa-se uma ilustração para substituir a
introdução, isto auxilia muito na passagem para o assunto da pregação.

Os Tópicos do Sermão (=Discussão, Tratamento, ou Corpo do Sermão): o


sermão precisa ter Princípio, meio e fim. É preciso haver uma concatenação lógica
das ideias e que os tópicos estejam correlacionados entre si, e que se mantenham
dentro do tema do sermão.
O uso das divisões visa aclarar a argumentação para os ouvintes, mas também
ajuda o pregador no preparo e apresentação do seu discurso. É sempre
recomendável que haja divisões no sermão, e que estas sejam preparadas

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previamente. Quando não há divisões, o pregador corre o risco de “desviar” do


assunto da mensagem, de ficar dando “voltas”, e sem saber como concluir a sua
pregação.
O que devem tratar as Divisões (Tópicos) e Subdivisões (Subtópicos); devem
tratar exaustivamente da proposição, ou do assunto proposto. Devem ser distintas e
simétricas. Horácio recomenda: “...as divisões devem todas manter a mesma
qualidade de relação para com o assunto proposto.”
As considerações negativas devem sempre preceder às positivas. E, na
distribuição do tempo, deve-se gastar menos tempo com os aspectos negativos e
mais com os positivos, com a verdade que se quer enfatizar. Quanto à citação ou não
dos títulos das divisões, fica a critério da sensibilidade do pregador. Há ocasiões em
que é recomendável citar, outras em que é plenamente dispensável.

É recomendável a citação:
1) quando a linha de pensamento é pesada, ou difícil, e o anúncio das divisões
ajudará o ouvinte a segui-la;
2) quando se quiser que os ouvintes lembrem os sucessivos passos da
exposição ou argumentação;
3) quando entendermos que a enunciação delas despertará interesse e atenção
ao invés de diminuí-los.

A Conclusão (ou Peroração) - Todas as partes do sermão são importantes e merece


total atenção e cuidados, especialmente a conclusão! É a hora de se fazer a aplicação
da mensagem, cujo objetivo é o de produzir no coração do ouvinte uma reação
positiva à palavra ouvida.
A conclusão é como a batalha final que decidirá a guerra, exige o máximo de
atenção, empenho e esforço! Muitas vezes se constituem no melhor momento da

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pregação, por isso é importante que antes de começar o sermão o pregador já tenha
muito bem elaborado plano da sua conclusão.
A conclusão oferece ao orador a oportunidade suprema, pois quando e bem
estudada, elaborada e aplicada, poderá se constituir no clímax do sermão. Quando a
conclusão se evidencia na mente do pregador, já na hora em que está iniciando o
preparo do seu sermão, sem dúvida a conclusão ajudará muito na composição e
elaboração dos tópicos.

Espécies de peroração (ou sugestões): - Um dos métodos largamente utilizados é


o da recapitulação, principalmente quando a pregação tem por proposta apresentar
“princípios”, “fundamentos”, “passos” ou “caminhos” para fim de Exemplo, analisem
a passagem do Homem da Mão Ressequida, poderíamos apresentar o seguinte
sermão:
Assunto: Evangelização e Livramento
Título: “Os Passos Para a Vitória”
Proposição: Levar o ouvinte a crer que se derem os mesmos passos de fé que aquele
homem, poderá hoje obter a salvação para a sua alma e a vitória em Cristo.
Introdução: A situação de incapacidade daquele homem era triste e dolorosa, Jesus
ordena que ele dê três passos de fé que lhe propiciaram a cura maravilhosa e a sua
vitória. Vejamos quais são estes passos que também hoje você deve dar para obter
em Cristo a Salvação e a sua vitória. Jesus disse ao paralítico:
1) “Levanta-Te”
2) “...vem para o meio”
3) “Estende a mão”
Conclusão: Da mesma forma que Jesus entrou ali na sinagoga para curar aquele
homem, Ele está hoje aqui para salvar a sua alma, te dar livramento e vitória. A tua
vitória é hoje possível em Cristo, basta que você dê os três passos de fé:
1) Levanta-te (saia do lugar e venha a Cristo agora! Não fique indiferente!)

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2) Vem para o meio (isto é, vem a Cristo - não tenha vergonha);


3) Estende a mão ( a salvação é pela fé - tome posse da tua vitória pela fé).
A conclusão pode conter: recapitulação, resumo, conselhos práticos, aplicação
(contextualização) ou apelo. Muitas vezes a aplicação é feita em cada parte ou tópico
do sermão, cabendo na conclusão apenas uma ênfase, ou exortação final.

CONCLUSÃO
Homilética é sem dúvida a arte de preparar o sermão religioso, com estilo, com
dedicação e com bastante cuidado, pois se trata de uma disciplina cheia de estilo e
beleza. Que Deus lhe conceda grande sabedoria!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. CABRAL, Elienai. O pregador eficaz, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das


Assembléias de Deus, 1981. p. 23.

2. BLOCH, Pedro. Você quer falar melhor? Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1970.

3. Idem. p. 15

4. In, Como preparar sermões bíblicos eficazes. O Ministério Adventista.


Março/Abril/1980.

5. Idem.

6. Idem

7. Idem

8. Idem

9. In, O uso de notas na pregação. O Ministério Adventista. Maio/Junho/1991

10. Idem.

11. In, Concluindo o sermão. O Ministério Adventista. Novembro/Dezembro/1982.

12. Elienai Cabral. ob. cit. p. 75

13. Idem

14. GONÇALVES, Jésus Silva. O Púlpito criativo. 3 ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1994. pp.
24 e 27

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