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REAÇÃO DO LIVRO A CHEGADA DO ADVENTISMO NO BRASIL

Corria o ano de 1884. Um jovem alemão conhecido como Borchardt, residente em


Brusque, Santa Catarina, envolve-se em uma briga, ferindo gravemente seu oponente. Com
medo da polícia, resolve fugir em direção ao Porto de Itajaí. Embarcou clandestinamente em um
navio que rumava para a Alemanha. Numa das escalas, acaba conhecendo dois missionários
adventistas que lhe perguntam se conhece algum protestante no Brasil. Meio desconfiado,
Borchardt responde que seu padrasto, Carlos Dreefke, é luterano. Os missionários pedem-lhe o
endereço de Dreefke, deixando claro que o único interesse deles é enviar literatura religiosa
para o Brasil.

Alguns meses depois, um pacote contendo revistas adventistas em alemão chega à


Colônia de Brusque, endereçado a Carlos Dreefke e com selo de Battle Creek, Estados Unidos. A
encomenda é aberta na casa comercial de Davi Hort, um típico casarão colonial de dois
pavimentos, distante oito quilômetros do atual centro de Brusque. Dreefke, ainda meio
desconfiado, toma para si uma das revistas, com inscrição de capa A Voz da Verdade, e distribui
as outras nove para seus amigos que ali estavam. Com o tempo, algumas famílias demonstraram
interesse por aquelas publicações que falavam, dentre outras coisas, na segunda vinda de Cristo,
num estilo de vida mais saudável e na importância de se reservar o sábado para atividades de
cunho religioso.

Continuaram a pedir mais literatura, usando o nome do Sr. Dreefke que, com medo
deque algum dia lhe mandassem a conta de todas as revistas, acabou cancelando os pedidos
futuros. A frustração foi geral. Quem poderia assumir agora a responsabilidade pelas revistas?
Um polonês de nome Chikiwidowski chegou a se responsabilizar pelos pedidos, mas seu
entusiasmo durou pouco. Foi então que uma terceira pessoa entrou na história: Frederich
Dressler.

Dressler era filho de um pastor luterano, na Alemanha. Foi expulso de seu país por ser
alcoólatra. Aproveitando as correntes migratórias para o Brasil, veio parar em Brusque.
Trabalhou como professor, mas toda a sua renda era gasta em bebida. Quando Dressler ouviu
falar das tais revistas adventistas que eram enviadas de graça, resolveu fazer um pedido, com a
intenção de vendê-las para alimentar o vício que o destruía.
As revistas (como a Hausfreund , “Amigos do Lar”) chegaram e, com elas, alguns livros.
Entre eles, um muito especial: o Comentário Sobre o Livro de Daniel, de Uriah Smith. Após a
leitura desse livro, Guilherme Belz se tornaria – anos mais tarde – o primeiro no Brasil a
reconhecer o sábado como dia de descanso, através da literatura adventista.

Em certas ocasiões, enquanto Dressler caminhava pelas ruas em busca de compradores,


os folhetos caíam-lhe das mãos trêmulas. Como não havia muito papel espalhado pelo chão
naquela época, as pessoas, curiosas, apanhavam os folhetos e os liam. Sem saber, Dressler
prestou grande contribuição à causa adventista que ensaiava seus primeiros passos em terras
brasileiras.

A Sociedade Internacional de Tratados dos Estados Unidos enviou centenas de dólares


em literatura, que Dressler transformou em cachaça. Na venda de Davi Hort, Dressler trocava as
revistas e folhetos por bebida. O Sr. Davi as usava como papel de embrulho. E foi dessa forma
que a mensagem adventista conseguiu se espalhar mais e mais, como folhas de outono,
alcançando famílias e corações nos quais a semente do evangelho começava a germinar.
Acreditamos que o adventismo tenha vindo para o Brasil por orientação e providência divina, e
com o intuito de guiar no serviço e salvar do pecado.

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